Everything written here is only a collection of stories in my own/shared universe. Don't take it too serious. | Histórias de personagens de universos compartilhados. É isso, é essa a bio.
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You can call me monster: Eleanor "Lea" Yoon
Aviso: Vai ter referências a anime, porque tô catando meu próprio plot em uma fanfic existente no AO3. Surprise, mf!
Imagina você crescer sabendo que estragou o futuro dos seus pais. Agora imagina ouvir isso quando algo dá muito errado em casa, sem cerimônias, com todo o peso daquelas palavras direcionadas a uma criança de 7 anos. Bem, foi assim que Lea se sentiu por boa parte da sua vida, quando sua mãe despejou anos de frustração em cima dela no momento em que Patrick Yoon, seu pai, preferiu levá-la na emergência após engolir sem querer uma das poções para ratos do depósito do que prosseguir com os planos para os Valentine's Day.
"Você estraga nossos momentos. É por isso que as pessoas não gostam de você. Simplesmente não tem nada que você, Eleanor, tenha feito que tenha me dado orgulho na vida."
Sete anos. E então Lea nunca mais foi a mesma.
Se Alexander tinha sido a criança que obrigou seus pais a se casarem, Eleanor foi a criança que obrigou Francesca a desistir de toda uma vida. A notícia de sua existência veio no segundo mês de vida de seu irmão mais velho. Sem planejamento, sem energia para fingirem que se importavam, sem qualquer disfarce que ela não era a criança mais desejada e amada daquele clã. Mas ela nasceu. Principalmente porque uma família tradicional como a deles jamais iria aprovar um aborto. E então Fran Yoon não concluiu nunca seus estudos em Ilvermorny, porque estava ocupada demais cuidando dos bebês de Patrick.
Um ressentimento que deveria caber a outra metade do casal, mas no final do dia quem recebia sempre era ela.
— Mounsier De Chavalier? Meu nome é Eleanor Yoon, eu fui mandada cá para ser sua estagiária — ela se apresentava naquela manhã no ateliê.
O laço perfeito nos cabelos, o caimento do Chanel vintage abraçando as curvas do seu corpo e o sorriso gigantesco no rosto não demonstrava em nada como ela estava agonizando com a forma como ele analisava o seu currículo naquele objeto eletrônico. Duas batidas de varinha em papel e pronto, o feitiço diria que ela não forjou nada e que lutou muito para ter todos aqueles designers a recomendando para trabalhar com ele. Mas ela fingia que não tinha poderes e bruxas eram apenas as verdes que desafiavam a gravidade em um dos seus musicais favoritos. Com o sol parisiense entrando pelas janelas altas de vidro, Eleanor Yoon era apenas a garota que se transferiu da Pratt para a Institut Français de la mode e que agora precisava cumprir o estágio obrigatório de seis meses.
O fingimento começou quando ela tomou um tapa no rosto em um chuseok por errar a fervura do chá. Ela tinha onze anos. Lembrava de ouvir a pergunta contínua de Lex, seu irmão mais velho, e de Leo, o caçula, do porque seu rosto estava tão vermelho e porque ela estava à beira das lágrimas. Então ela abriu aquele sorriso enorme e carismático e disse que era alergia. Sua mãe a encarava para ver se ela ia dedurá-la, mas em momento algum ela se manifestou, seguindo como se não estivesse quebrada por dentro e não quisesse simplesmente morrer.
— O senhor deve ter ouvido falar de mim da mesma forma que eu ouvi falar do senhor, Mr. Boston — abriu o sorriso típico, doce, gentil, educado. — E eu vim aqui tirar a sua vida.
O fingimento levou ela a lugares inimagináveis.
Foi depois que Lea foi desonrada por sua família tradicionalista por dizer que não pretendia seguir na carreira de medibruxaria e sim ser estilista que as coisas se complicaram. Precisou forjar históricos escolares, arranjar um emprego e então fingir toda uma identidade para ser aceita na Pratt, como uma estudante normal de Moda. Seus pais estavam ressentidos com ela - especialmente sua mãe. Ao ponto de fingirem que ela não existia. Ao ponto de mandarem de volta todas as suas cartas, o selo delas jamais violado. Uma pária para a família. Uma vez Leo disse que tinha amado o presentinho, mas não podia ficar com ele porque a eomma não deixou. Claro que não.
Foi quando aquele estranho cruzou seu caminho com o dela, quase morrendo em um beco, uma ferida muito grande para sarar sozinho. Todos os instintos gritavam para correr, mas ela se virou para prestar socorro mesmo assim, pensando se o trabalho dela de enfermeira iria ser o suficiente para ajudar na situação.
— O senhor não deveria, sabe, estar andando por aí desse jeito — ela pontuou, antes de ouvir um leve esgar.
— Você não sabe de nada, garota — o homem de olhos escuros a respondeu, em um tom tão sombrio quanto seu visual. Os mesmos olhos se abriram mais, tateando atrás de algo no bolso para apontar para trás dela. — Se abaixe!
Mas Lea se virou para encarar o outro homem que vinha em sua direção... Em forma de lobo. Não eram comuns em New York, ela sabia, ali tinham outros tipos de problemas e outros seres místicos. Mas de fato, um homem em posição de lobo vinha para aniquilar o homem machucado. E ela não tinha escolha.
— Bombarda! — ela recitou, sem nem mesmo usar uma varinha, girando as mãos.
A cabeça do homem-lobo explodiu imediatamente e ela esperou o apito agudo da Lei de Proteção Mágica atingir seus ouvidos e então dar de cara com outros membros de sua família no grupo de aurores da MACUSA que a levariam presa. Mas não aconteceu nada. Só o som da respiração pesada do homem ferido.
— O que... Diabos... — ele começou a dizer, antes de franzir a testa. — Eu sou Xavier. E eu caço bruxos perigosos.
— Eu... Eu sou Lea. E eu sou ocultista.
— Eu sei. Acabei de ver. Seu segredo está a salvo comigo.
— E o seu comigo.
A Confraria a adotou fácil, se tornando membro do grupo de justiceiros como se ela sempre tivesse sido parte deles. E foi por causa do bando que se mudou para Paris. Estavam no rastro de outros "bruxos perigosos", para dizer o mínimo, que viviam escondidos na França. E ela era boa em fingir que era só uma garota inocente, potencialmente sem poderes mágicos, sem família.
Porque parte era verdade. Porque parte era o que ela gostaria que assim fosse.
Ela podia fingir que era uma estudante de moda comum no meio de outros no-majis nas ruas. E podia fingir que o sobrenome Yoon não lhe causava uma dor no peito e vontade de chorar. E ambas as partes eram fundamentais quando ela tinha as mãos lavadas em sangue após eliminar alguém. Poderia chamar essa parte monstruosa de si de catarse.
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And I never saw you coming - part 3 (feat. Piper Yoon)
Notas: Historinha que provavelmente vai ter alterações no futuro, porque a personagem segue em trama em desenvolvimento. Mas queria dizer que a pp é pra ilustrar e... Ai, gente, essa saga toda foi de mulheres desgraçadas da cabeça, ela sofrer bullying é o de menos, sabe.
O departamento de edificações era um lugar cheio de homens. Homens velhos, rancorosos e cheios de egocentrismo que eram incapazes de ouvir que talvez, só talvez, não fosse mais como era em 1950 e que eles não podiam simplesmente construir casas com magia no meio dos bairros porque a mobilidade de New York era intensa e por isso o mais certo era investir nas cidades ao redor como New Hempshire. Aquele setor era cheio de pessoas maldosas que olhavam para Piper e seus sapatos de boneca e seu vestido com saia plissada e a mandaram voltar a construir castelinhos na areia de Cannes.
Ela queria muito, mas muito chorar. Fumando um último cigarro que tinha comprado na lojinha perto do Château de Beauxbatons, encostada na mureta do prédio e pagando de misteriosa, quando na verdade ela só se sentia muito mal porque, mais uma vez, ninguém a levou a sério.
Era o tipo de coisa que a fazia constantemente sentir falta de quem ela era três meses atrás, quando recebeu o convite para trabalhar na MACUSA depois de seus resultados impressionantes no SAT Mágico, principalmente na área de Exatas. Três meses atrás ela ainda era apenas uma estudante de pós na França, sonhando alto e vivendo sem regra nenhuma. Mas agora ela estava de volta a New York City, fumando em um rooftop — mesmo que fizesse mais para parecer cool do que de fato para apreciar a nicotina — e fingindo não escutar os passos de mais outros fumantes naquela área, atrás dela. Piper era boa em mentir, é claro, mentiu uma vida toda dentro do clã dos Yoon, podia mentir que naquele momento não estava deixando uma lágrima bem pequenina rolar pela sua bochecha e sumir na gola alta do vestido.
Podia ouvir o burburinho, e então as risadas debochadas. Era sobre ela. Claro que era. Ela era uma piada naquele lugar.
"Vocês não tem mais o que fazer do que ficar fazendo bullying com a novata?"
Ela queria muito se virar para assistir aquela cena, em primeira mão, mas seria muito óbvio ela deixar claro que sabia que era uma coitada. Então permaneceu quase que imóvel, o cigarro queimando lentamente entre seus dedos, o seu perfil ainda virado para o além. Mas podia escutar as desculpas furadas de que era normal, só um rito de passagem, que nem era algo assim tão sério. E então...
"Deve tá sobrando tempo pra vocês, então, pra ficar aqui de conversa fiada ao invés de cuidar da vida de vocês".
Aquilo era inédito para Piper; em todos os seus vinte anos de existência, aquela era a primeira vez que alguém dava um passo a frente e comprava seus problemas, fossem eles grandes ou de pequeníssimas causas como aquela situação. Ela queria muito, mas muito, se virar naquele momento e agradecer, mas preferiu baforar o cigarro enquanto ouvia passos para fora do rooftop e vozes masculinas sumindo. E então não tinha mais nenhum som, só ela e o ar aberto. Soltou um suspiro baixo e secou com as pontas dos dedos o rosto, antes de apagar a bituca do cigarro no chão com a ponta de seu sapato muito bem cuidado e se virar para ir embora.
Dando de cara com Garen So fumando silenciosamente encostado contra a parede.
Ela nunca tinha visto ele daquela forma, o sol meio alaranjado da tarde tingindo a pele dele e contrastando com o uniforme escuro dos aurores da MACUSA, os olhos estreitos que pareciam esconder alguma coisa que ela não era autorizada a saber e o sorriso de canto de quem definitivamente sabia mais do que deixava transparecer. Piper engoliu em seco, sendo pega de surpresa.
Surpreendida pela sensação estranha no fundo do peito e que se espalhava por todo o seu corpo.
— Eu pensava que estava sozinha. Quer dizer, eu sabia que tinha gente aqui antes, mas então... — começou a se justificar, sem graça, antes de limpar a garganta, tentando parecer menos patética. Endireitou a postura e olhou diretamente nos olhos dele. — Em todo caso, obrigada. Por dizer aquilo. Foi muito legal da sua parte.
E muito impressionante também, principalmente quando simplesmente seus colegas pararam de tratá-la como uma burrinha que não deveria estar lá. Isso fez com que Piper sempre que passasse por Garen lhe desse um sorriso educado, e até animado, antes de se enfiar em sua salinha apertada por todos os próximos anos que se seguiriam. Ele era legal demais pra ela. Ela era muito ruim em manter conversas sem estar fingindo ser quem não era.
Mas era bom saber que ela tinha com quem contar naquele prédio. E era boa a sensação que aquecia todo o seu corpo quando ele sorria e piscava de volta para ela.
O conforto de ter alguém que era por ela naquele lugar. Mesmo que ele nunca ficasse sabendo que ela faria de tudo para ele se sentir confortável também.
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GET. AI. OUT. OF. FANDOM. Stop making headcanons with it, stop making fanfic with it, stop making fanart with it. If I see one more "asking chatgpt *blank* about *character/characters in a fandom* I'm going to lose my goddamn mind. Use your own fucking brain, stop asking AI to do everything. You could even ask other real people what they think. Just. Stop. Using. AI. In. Creative. Spaces.
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And I never saw you coming - part 2 (feat. Meredith Lee)
Notes: Uma tragédia desse tamanho, que também é um debut. Mdni, pelo amor de deus, tem prostituição nesse texto. E não, não tô difamando a querida usada como cast, vão problematizar isso pra lá.
Não deveria estar fazendo isso na sala do seu orientador, mas ele estava em reunião e ela tinha que gravar conteúdo mais tarde. Tinha até comentado por alto na ligação que hoje não ia poder sair para comer aburo soba com seu melhor amigo porque tinha comprado uma lingerie nova e um dildo enorme para filmar conteúdo naquela noite e ela precisava estar em paz para isso. O celular estava ligado em viva-voz enquanto lixava as unhas que tinha acabado de colar, a lixa de vidro ajustando no formato perfeito, na maior calma, para contrastar com o tom de voz dela que era rápido e irritado.
— Bestie, todo dia é isso, sabe? Todo dia. Você não sabe o que é sofrer porque é filho único, porque se você tivesse dois irmãos mais novos também estaria prestes a coringar e sair gritando na rua que não aguenta mais. Eu te contei da última?
Sim, tinha contado, mas Ryunjin ia escutar porque amizade feita na creche da Senhora Bae era para toda a vida; eles dividiram piolhos, agora dividiam as tragédias do dia a dia.
— Yeosang agora inventou que ele não vai fazer faculdade, né? Tá tem bem uns dois anos enrolando nossos pais falando que vai decidir o que vai fazer e até agora. Mas pergunta se ele tomou alguma decisão. Claro que não tomou, e tá lá enchendo o cu de maconha... — ela continua falando até sua voz morrer no meio do caminho.
Porque em um tom abafado, ela conseguia ouvir a própria voz. A voz dela falando naquele tom sujo que usava apenas quando estava dominada pelo tesão, embriagada pela necessidade de ser alargada por alguma coisa. Ela sabe exatamente que tom é esse porque ela costumava usar quando se divertia em frente a uma câmera para seus assinantes, usando uma máscara cobrindo todo seu rosto e um codinome para disfarçar ainda mais a sua identidade.
Abrir a conta no site de conteúdo adulto foi uma escolha que ela fez quando percebeu que não poderia contar com os seus pais nisso. Os Lee tinham uma quantia razoável de dinheiro, donos de uma loja movimentada no coração de Koreatown, mas mandar um filho para estudar na Itália, sustentar outro que não tinha muitas ambições na vida e pagar a pós graduação de uma filha que tinha ambições até demais era um rombo enorme nas finanças daquele núcleo familiar. Era ela quem queria aquela vida, não tinha porquê eles pagarem, literalmente, pelas consequências dela. Então foi dar o seu próprio jeito de sustentar um padrão de vida e as despesas extras que a bolsa da pós não alcançavam.
Todo mundo a conhecia como Meredith Lee, então quando abriu a conta, escolheu usar o seu segundo nome - Yerim - e um trocadilho com o significado para que não chegassem até ele. "O brilhante mundo de Yerim". Parecia um nome de blog normal até você abrir o link e assisti-la sendo masturbada a distância por gente que pagava quantias absurdas em suas lives. Quanto maior a obscenidade, mais alta a quantia doada para seu canal. E era assim que ela tinha conseguido pagar o aluguel do local onde ela faria a sua pesquisa de campo para sua tese. Os fins justificavam os meios, desde que os meios nunca fossem descobertos.
Por isso que ouvir a própria voz na sala ao lado congelou o sangue em suas veias. Não, ela tinha se precavido para isso não acontecer.
— Eu falo com você outra hora. Acho que meu chefe tá chegando — informa a Ryunjin, desligando a ligação sem muitas satisfações, os olhos enormes enquanto guardava apressadamente tudo que ela tinha usado, tentando fingir normalidade. Como se a sua voz não estivesse ainda vindo do outro lado do corredor, os gemidos roucos falando sobre como ela seria uma boa garota e que merecia gozar.
Com cuidado, Meredith abriu a porta e espiou o corredor, encontrando a porta da frente aberta, os estagiários do outro professor reunidos em frente a um computador, assistindo ao vídeo enquanto riam de frente para a tela. A cor sumiu do rosto dela, enquanto eles lentamente levantavam a cabeça e a encaravam. A ação toda levou apenas uns dois segundos, mas para ela pareceu uma eternidade até o momento em que eles abaixaram a tampa do notebook e abriram sorrisos para ela, que deveriam ser de conforto, mas ela leu como ameaça imediatamente.
— Meredith! Pensamos que você estivesse junto com o Professor Kyong na reunião — um deles diz, sem se levantar da mesa. Mas ele olha diretamente para ela, como se fosse uma presa.
— Pensei que vocês estivessem juntos com o Professor Luthor — rebateu, querendo correr para dentro do escritório e trancar a porta quando um deles se levanta e vai em sua direção, mas ela se obriga a manter o corpo ereto e firme. — Mas aí ouvi alguma coisa...
— Ah, só estávamos vendo algumas coisas no computador pra passar o tempo — o que estava mais perto afirmou, parando no batente da porta e a olhando de cima abaixo. — Mas seria legal se você se juntasse a gente.
— É, Meredith, não fique aí fora sozinha, a gente não morde — um terceiro falou, abrindo um sorriso que mostrava seus caninos e claramente indicava que ele morderia sim. Iria lhe estraçalhar se ela desse um passo em falso.
— Hm, não. Acho que não. A gente pode se ver em outra hora, na verdade... — ela começou a arranjar a desculpa, tentando voltar para dentro da sala.
— Vamos lá, não seja tímida — o primeiro a falar com ela encara suas pernas visíveis pela saia envelope curta antes de se voltar para seu rosto. — Nós sabemos entreter.
— Eu-Eu não acho que seria uma boa ideia — a voz dela ainda é firme, mas ela treme.
Ali estão três homens que estavam assistindo pornografia juntos, no local de trabalho, tecendo comentários sobre, carregados de desejo e soberba. Ela sempre soube que seus assinantes eram duvidosos, sendo dominadores a distância, pagando quantias exorbitantes para dizer que eram eles quem controlavam seu corpo e suas reações, mas ali, ao vivo, era um pouco demais para ela.
Gravar de seu quarto era seguro. E naquele momento ela não se sentia segura.
— Qual é, prometemos que vai ser divertido — o mais próximo tenta agarrar seu pulso, e é o momento em que ela dá um passo para trás, quase tropeçando nos próprios pés.
Vai ser horrível. As coisas escalaram muito da possibilidade de saberem que ela era a Yerim até aquele momento e ela tinha certeza que não iria sobreviver mesmo que ainda respirasse quando tudo aquilo terminasse. O pânico crescia em seu peito e se manifestava na forma como ela tremia tateando a porta atrás de si, torcendo para que eles mudassem de ideia mesmo que eles estivessem marchando na sua direção.
E então aquela voz veio, como um trovão, perguntando o que eles estavam fazendo vadiando no corredor.
Mesmo que Meredith encarasse Draven, não era para ela quem ele dirigia aquela pergunta. Ele olhava com seriedade para aqueles garotos, e com uma coisa a mais brilhando no olhar dele. Obviamente ela não queria se iludir, mas Professor Kyong parecia... Furioso com eles.
Desculpas foram lançadas e aqueles garotos correram para dentro da sala e fecharam a porta, um silêncio nervoso da parte deles deixando tudo quieto. E então Meredith estava sozinha com seu chefe no corredor, ainda trêmula, ainda congelada no mesmo lugar. Quando ele parou em sua frente, sem encostar um dedo nela, o semblante preocupado, perguntando se eles tinham feito alguma coisa com ela, Meredith sentiu finalmente o peso de todos os meses de uma vida dupla que ela estava escondendo da maioria das pessoas.
— Sim. Não. Mais ou menos — ela falou, antes de engasgar com o próprio choro.
A forma como ele a carregou para dentro do escritório e fechou a porta, a colocando sentada no sofá e então pedindo para ela ficar calma, porque ele ia resolver aquela situação a fez chorar ainda mais. Porque Draven era a última pessoa que ela queria que soubesse que era criadora de conteúdo adulto. Porque ela tinha medo do que isso ia causar na pós graduação dela naquela faculdade. Porque ela temia que ele não a levasse a sério depois de descobrir a verdade. Porque ela era silenciosamente apaixonada por ele tinha um tempo e ele nunca iria querer se envolver com uma pessoa que fazia sexo na frente de uma câmera em troca de dinheiro para fazer suas viagens de campo.
"Vai ficar tudo bem". "Eles não vão machucar você". "Ninguém vai machucar você ".
— Você promete? — ela perguntou, a voz embargada.
E a forma como ele se abaixou na frente dela, ficando na mesma altura, ainda respeitando o espaço pessoal dela, jamais olhando para seu decote ou sua saia curta, sem sequer encostar nela sem ela dizer que podia, mexeu com toda a química do seu cérebro antes de ouvir um "prometo" sair dos lábios dele.
Foi nesse momento em que ela buscou ar e então falou. Sobre tudo.
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And I never saw you coming - part 1 (feat. Candy Chwe)
Notes: Era pra ser um post só, mas ficou gigantesco e tive que dividir em três pedaços. Quem amou? Eu sei que eu não. Ah, tem descrições detalhadas de um ataque de pânico e da sensação antes e depois de um desmaio. O uso da artista no banner é apenas para ilustrar já que ela é o fancast do personagem, favor não encher o saco. E é isso. Espero que nunca mais me perturbem no sono.
Era um daqueles dias e ela sabia. Mas, como sempre, não podia transparecer.
Os saltos faziam aquele som engraçado que parecia ecoar no fundo da sua cabeça, piorando cada vez mais os sintomas daquele futuro e inevitável desmaio. O click-click no chão de mármore parecia ritmar com cada respiração rasa que realizava, independente dos seus esforços em não se deixar cair naquele processo rápido e vergonhoso. A experiência dessas situações em público fazia com que Candy soubesse exatamente quando estava para acontecer de novo, a obrigando a se desvencilhar de qualquer coisa para conseguir alcançar um banheiro ou uma área vazia para encostar na parede e deslizar até o chão. O problema era quando essas situações aconteciam assim, no meio de uma premiação.
Era meio engraçado como as pessoas pensavam que ela estava apenas cantando sobre uma persona nas músicas em que falava abertamente sobre ter ansiedade e ataques de pânico, mas levavam ao pé da letra todas as suas músicas de amor. Artigos inteiros sobre como ela foi traída e então abandonada no altar e então conheceu um piloto da Fórmula 1 e em menos de um ano se apaixonaram e se casaram foram escritos, mas ninguém pareceu perceber que a faixa que abria o seu novo álbum falava sobre a sensação de estar se afogando dentro de si mesma durante uma crise. Nem uma nota de rodapé. Talvez ela não fosse famosa por cantar sobre a vida pessoal, mas sim por causa das pessoas que queriam ouvir sobre sua vida pessoal.
Se as pessoas de fato soubessem como ela se sentia, iam saber que desde quando perdeu o controle de sua fanbase e as cartas de fãs queridos começaram a se misturar às de fãs obsessivos e as ameaças de morte começaram a serem frequentes, ela tinha medo de lugares lotados com gente a puxando e chamando. Candy costumava amar aquelas coisas, dançava a noite toda com os amigos celebridades e comemorava os prêmios que eles ganhavam, agora ela tinha o coração batendo rápido demais e suor frio orvalhando sua testa.
— Obrigada, obrigada, eu amei ver vocês também — agradecia, sorrindo tensa, os olhos procurando ao redor uma rota de fuga antes que fizesse uma cena.
Eram somente os truques da sua mente, ela sabia, mas não conseguia evitar. E a ideia de cair no meio da multidão e como iriam tentar tirar fotos dela dessa forma para render notícia logo em seguida piorava ainda mais aquela sensação pavorosa de que estava pisando no escuro. Não estava vendo seu reflexo — de fato, ela não estava vendo muita coisa com sua visão periférica se fechando cada vez mais —, mas tinha certeza que estava pálida e gelada. Era isso. Era o que ia acontecer ali na frente de todo mundo. Ela só não esperava ter ânsia de vômito quando batesse no chão frio.
Foi quando essa coisa engraçada aconteceu.
"Com licença". "Não, não, não tem nada de errado, só precisamos de um pouco de espaço". "Por aqui, por aqui, babe". "Tirem esses celulares e câmeras daqui de perto ou eu mesmo vou quebrar uma a uma, obrigado".
E um aperto em sua mão. Não como se estivesse presa em alguma coisa e prestes a se machucar, mas como se estivesse sendo guiada e preservada para que nada de ruim lhe acontecesse. Mesmo em meio aquela crise onde tudo era um borrão e nada parecia realmente sólido ou real, Candy conseguia sentir aquela mão na sua e a voz distante a dizendo para respirar. E então eram duas mãos, segurando seus ombros, e então sua cintura, a colocando sentada sobre uma pia e ajeitando sua cabeça para não cair para frente.
"Respira, babe, respira pra mim". "Só tem a gente aqui, tá tudo bem".
Tudo ecoava, e era como se estivesse com a cabeça debaixo d'água, mas os dedos dela estavam entrelaçados aos dele enquanto sentia a outra mão dele limpar cuidadosamente o suor de sua testa e retirar os fios de cabelo que grudavam na sua pele. Só o que Candy tinha era aquele toque e aquela voz, lhe garantindo que ia ficar tudo bem, que ele não ia a lugar nenhum e que estava segura ali.
Quando sentiu que não ia vomitar se abrisse os olhos e visse tudo girando, ela finalmente se permitiu encarar o homem em sua frente, a expressão zelosa de Terry sobre ela, sem vacilar um centímetro sequer. Sentada sobre o blazer de seu terno em cima de uma pia, a mão ainda agarrada a dele enquanto ele perguntava baixo se ela se sentia melhor.
Os cílios ficaram molhados de imediato. Não por resquícios da crise, mas porque Terry tinha sido a primeira pessoa a notá-la. Notar de verdade, reconhecer quem ela era por trás da figura famosa e perceber quando ela estava vulnerável de verdade e não apenas atuando. Ela queria chorar e queria beijá-lo. Queria falar para ele que foi a primeira vez que a escoltaram para desmaiar em segurança e privacidade. Queria dizer que ela sentia que tinha escolhido a pessoa certa pela milésima vez desde quando eles começaram a namorar.
Mas o que de fato fez foi apertar as pernas ao redor da cintura dele, inclinar o corpo para frente e encostar a testa em seu peito.
— Nós podemos ficar assim mais um pouco? — perguntou, a voz abafada e baixa, como um segredo que só ele escutaria.
E só ele iria saber escutar.
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PA•REN•TING: Mimi e os fantasminhas de seus só se vive uma vez
Warnings: não acredito que a Pandora me fez ressuscitar essa tag, em pleno 2025. Contos e fantasias, não consultei as partes envolvidas, então pode ser que detalhes estejam equivocados. História integrante de uma AU, se você não sabe do que se trata, definitivamente esse texto não é pra você.
Às vezes você tem vinte e poucos anos e acredita em como só se vive uma vez.
E então você está conversando com o seu crush da adolescência e melhor amigo, bebendo um pouco mais do que deveria em seu apartamento bem longe de Londres, onde a vida real não pode os alcançar. E ele tem os olhos mais doces do mundo quando inclina a cabeça para trás e diz que não consegue se sentir tão bem e vivo com outra pessoa no mundo que não você.
— Nem mesmo sua futura esposa? — a pergunta sai antes mesmo que meu cérebro registre a humilhação que estou prestes a passar.
Mas ao contrário de um "se ponha no seu lugar", o que escuto é como só eu consigo fazer Roger Davis se sentir bem, acima até mesmo da mulher que o aguarda em quinze dias para o enlace numa cerimônia grandiosa na Inglaterra. E então a impulsividade da juventude me faz procurar os lábios dele com os meus. Tudo o mais que acontece na sequência é porque os planetas se alinharam e queriam que fosse assim. Uma única vez, uma união que deveria acontecer naquela vida, ainda.
Quando Venus nasce, a vejo como a predestinada. E tudo bem que ela nasceu de uma relação com um homem comprometido e que ele não faz a menor ideia que ela existe, meu bebê é a prova viva de que em algum momento eu vivi exatamente como queria, vivi demais.
Às vezes você tem vinte e uns quebrados e precisa se distrair um pouco da vida de mãe solo, e aceita se meter em situações estranhas porque é normal e natural e quem nunca.
— Então, favor não entrarem ali no quartinho de cima que agora que consegui fazer a Venus Lily pegar no sono — comento quando desço de novo para a festa de réveillon que está acontecendo no primeiro andar daquele casarão ao qual fui convidada. — Coloquei um Abaffiato ao redor, mas sabe lá, criança acorda com agulha caindo no chão. Mas aí, o que vocês está falando?
E a conversa é sobre como era um clima de ano novo, vida nova. Que à meia-noite iria começar um grande ciclo de renovações e que deveríamos estar abertos a todos os tipos de possibilidades. Claro que sabia de tudo isso - meu trabalho envolvia fazer as análises da virada de ano astrológica e enviar as previsões para os órgãos bruxos lidarem com a parte mais "lúdica" do futuro. E embora para futurólogos como eu o ano novo começar apenas em meados de março, de fato, o dia 31 de dezembro também carregava muitos simbolismos, entre eles as energias do solstício de inverno. Renovação, fertilidade. Entendia o apelo de esperar boas novas naquele ano novo.
— Realmente, é um momento muito propício para rituais de união e libertação — concordo, tomando um gole de champagne, enquanto me junto a roda de conversa que meus antigos colegas e amigos de Hogwarts está tendo.
Talvez eu não devesse ter engajado naquela conversa, ou bebido mais rápido e em grandes quantidades quando o assunto começou a escalar de jogar flores para o alto e tomar banho de ervas para realizar uma orgia como ato de união entre os corpos. Mas eu que não ia falar nada, era a mãe entediada que vivia de trocar fraldas e evitar que minha filha comesse pedra.
Então parece uma boa ideia concordar com aqueles planos e, à meia-noite, estou adentrando um quarto com Xavier Grant na penumbra, completamente nua.
— Feliz ano novo — murmuro para ele antes que a tal união cósmica aconteça.
Chocando exatamente ninguém, nove meses depois Cherry Nova está nos meus braços, parecendo tanto com o pai dela que eu me pergunto se algum dia meus genes vão querer brigar de volta na hora da magia do DNA.
Às vezes aos vinte e cinco anos é normal você dizer que só quer viver um romance. Mesmo que ele seja curto, estranho, e breve.
Então você se enfia em um relacionamento aberto com um dos seus antigos colegas de Ravenclaw, muito mais porque você precisa de uma distração na sua vida que não seja contemplar o céu madrugada adentro fazendo anotações em papel cartográfico com uma filha grudada em seu peito e a outra dormindo no bercinho ao lado de sua cadeira. E você sabe que nada de fato vai acontecer entre os dois e essa é a beleza da coisa, porque sua vida em Reykjavik é solitária, mas faz sentido, assim como faz sentido apoiar que Peter Haynes se dedique a sua carreira e ao vôo, como sempre foi a paixão dele.
— Você deveria tentar a carreira de professor, algum dia, porque mesmo não sendo paciente pra muita coisa, quando é pra ensinar você sabe o que está fazendo — comento, tomando chá em sua sala, antes de repousar a xícara na mesinha e abrir um sorriso pequeno, meio travado em um pedido de desculpas. — Eu já vou indo. Preciso voltar pra Islândia e eu não quero usar os meios dos trouxas então... Enfim, portais funcionam em determinados horários e dias.
E é claro que ele sabe disso e sabe também que essa é a minha forma de avisar que estou partindo, levando embora comigo aquelas férias que passamos juntos. Não há realmente um estranhamento porque 1) ele sabe que sempre fui assim e 2) sempre foi casual.
O que não foi casual foi o parto na água de horas enquanto Reykjavik estava com temperatura negativa. Mas então Pandora Rose nasceu gritando e chorando como se fizesse questão de anunciar para a cidade, e provavelmente para o país inteiro, que ela estava se fazendo presente no mundo, e eu não poderia estar mais encantada com aquele compromisso para toda uma vida.
Três filhas. Todas minhas e apenas minhas.
— Vocês são as coisas mais preciosas da minha existência e eu sei... Eu sei... Vou fazer isso funcionar — prometi à elas na madrugada, a única um pouco mais consciente do que eu falava sendo Venus. — Eu sei que não tem um pai em cena, mas... Homens? Pra quê precisamos de homens quando a gente tem a força feminina pra nos guiar?
Às vezes você tem quarenta anos e você sabe muito bem para quê precisa de um homem, especificamente o seu, quando acorda ainda assada depois de dar a noite inteira.
— Pelo som, isso é a coruja da Pandora — reclamo, ainda de olhos fechados, cutucando Roger na cama. — Pode ir lá ver o que foi dessa vez? Se for uma carta com tinta borrada, a gente só vai ver depois do café da manhã.
Porque ano após ano e ainda assim aquela menina continuava escrevendo com as lágrimas praticamente sobre qualquer coisa. "Meu professor me disse que eu era o orgulho da Corvinal e eu agora tô tendo que aceitar isso". "Meu namorado perdeu mais um jogo e eu não tô lá pra dizer que ele ainda é o melhor no que se propõe ". "Venus e Cherry se recusam a deixar que eu tire as cartas para saber da vida delas". Então, se era para lidar com isso, que fosse tomando um bom chá de alecrim e depois de um banho para espertar.
— O que foi, babe? — pergunto, confusa, quando Roger está parado no meio do quarto, com a carta de Panda na mão. — Ela conseguiu ser expulsa da escola?
Era sempre possível. Eu que não confiava na influência de Yuri Kang e o festival de inconveniências que aquela garota poderia desfilar porque era ainda mais dramática que Pandora. Mas a expressão de Roger foi mudando de confuso, para surpreso e então passado.
— Homem, pelo amor de Deus — saio reclamando, me levantando da cama e pegando o papel para ler. Todo borrado, é claro. Mas legível o suficiente para entender que mais uma aquarela foi feita. — Já avisei pra ela que ficar brincando com o futuro dos outros um dia vai voltar e chutar o rabo dela... Tsc. — Ainda comento, antes de continuar lendo aquele texto inteiro e muito detalhado. Chegando na parte que eu não esperava. Mas não esperava mesmo. — Espera aí...
Três partos naturais, dezoito anos me virando sozinha, o certificado de mãe solo independente e liberta grudado na sala de casa, e agora que eu morava com a minha alma gêmea, eu via meu relacionamento indo de comes e bebes porque minha filha caçula resolveu fazer chá de revelação atrasado sobre quem eram os pais dela e da irmã.
— Então... — engulo em seco, abrindo um pequeno sorriso, apontando para Roger como se formasse uma arminha. — História engraçada. Lembra que a gente era do mesmo ano que o Peter e o Xavier e todo mundo andava junto?
Uma DR. Uma DR deste tamanho ao explicar que nunca contei para ninguém, nem mesmo as meninas, quem eram os pais delas e que todos eram do meu círculo social próximo porque simplesmente achava que não era necessário. Foi só uma vez, uma vezinha, você tá tendo uma crise de ciúmes por que? E claro que eu não contei pra você, quem é que conta sobre as aventuras sexuais do passado? Ficou pra trás, ué, tempo é só uma construção social e a gente tá vivendo nela porque somos obrigados.
E aí você explica como que nem os pais das envolvidas tinham noção que aqueles encontros tinham resultado em prole? E você faz o quê com a cara perplexa do seu marido quando avisa que quer deixar baixo, se for possível.
— Olha a dor de cabeça, sabe? Pensão atrasada, presente de dias dos pais em dobro... Não, mó trabalho, vamos fingir que nada disso aconteceu — lanço no ar, para dizer que não tentei escapar pela tangente.
Mas não deu.
E então você tem quarenta anos e está escrevendo uma carta para cada pai de suas filhas.
— História engraçada, mas sabe aquela vez que a gente ficou, quase vinte anos atrás? Então. Nasceu à sua cara. Tô nem brincando.
E às vezes, aos quarenta anos, você fecha aquelas cartas com certas indignação.
— Puta merda, é mesmo. Três filhas e NENHUMA eu consegui empurrar os meus genes. Que palhaçada!
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Piper Yoon: The Healm's Clan's Delight
Warnings: oneshot integrante de uma AU. Nenhuma das informações contidas no texto a seguir tem a intenção de caluniar, ofender ou manchar a imagem da artista presente na capa. O uso da Jennie é meramente como representação da protagonista dessa ficção.
Você sabe o quanto a sua família é disfuncional através da lore que ninguém te explica quando você tem menos de 10 anos. Foi a idade limite que eu tinha quando minha mãe explicou, em uma calma e conformismo ímpares, que Patrick Yoon, meu irmão mais velho, casou com a namorada dele de também 16 anos porque Alexander já era um bebê de cinco meses no útero dela. Lembro que virei lentamente para onde Lex e Peter estavam brincando com seus carrinhos e de repente fez sentido porquê éramos da mesma idade praticamente. E também porque meu irmão agia como se eu e Peter fôssemos as crianças que ele tinha que lidar por tabela toda vez que ele precisava resolver algo do colégio de Lex. Distante, irritado, como se ele não tivesse pedido por nada daquilo.
— Mas e a esposa do Patrick? A Fran?
— O que tem ela? — minha mãe me respondeu, sem muita atenção, focada em terminar o jantar.
— Se o Patrick não ficou de castigo... Ela também não?
Ela me lançou um olhar longo, demorado mesmo, como se soubesse que suas palavras iriam definir toda a minha vida a partir do momento que as colocasse no mundo.
— Ela ficou. É claro que ela ficou, ela é uma mulher.
Minha mãe não estava errada, sabe. Aquelas palavras de fato me moldaram: a partir dali sabia que iria ser julgada, criticada, analisada, corrigida, classificada, separada e de muitas formas violada só por ser uma mulher. E meus pais nunca iriam entrar em uma briga por mim, porque para eles era assim que as coisas aconteciam. Então eu tinha dois caminhos: ir pelo que esperavam de mim ou ir pelo que esperavam de mim.
— Ora, se não é o deleite do clã Yoon!
Laços, vestidos rodados, curvatura em quarenta e cinco graus para qualquer pessoa mais velha que eu antes de falar um bom dia sequer e sem errar nenhum honorífico. E uma voz doce que acompanhava todas as frases bem articuladas que precisavam ser ditas.
— Lee MinHo-nim, quanto tempo não o via — a minha versão de meros quinze anos fazia o cumprimento perfeito nessas situações, porque ele vinha acompanhado daquele ar condescendente que dizia que eu era perfeita.
E só sendo perfeita aos olhos do outro para ser vista como alguém respeitável naquele clã.
Como competir com um irmão mais velho que conseguiu tudo o que queria independente dos seus erros e com um irmão caçula que ganhava todo mundo por ser extremamente carismático? Como se tornar relevante se o lugar das mulheres naquela família era na sombra de homens que diziam o que era melhor para elas? Como? Como?
E como eu odiava ser a garota perfeita sob a vista de todos.
— Harabeonim sabe que você está fumando?
Leonard era uma criança muito doce, com olhos atentos que eram incapazes de entender em primeiro momento o que estava de fato na sua frente, mas captavam tudo. Ele sempre teria aquela aura de despreocupação e achava isso o máximo. Combinava com ele.
— O que appa não sabe não vai ser o fim do mundo — respondi a ele, apagando o cigarro no chão junto onde todas as pontas dos outros cigarros fumados pelos homens da família se encontravam. Depois de ajeitar os cabelos daquela criança curiosa, apenas o levei para dentro de casa e o juntei com as demais crianças. — Às vezes as pessoas precisam fazer algo por elas mesmas, só isso.
Debaixo dos panos, para ninguém saber ou questionar. Quem via de fora continuava me achando o deleite do clã, mas quem era de muito perto sabia de todas as festas que aparatei usando um short beira cu e um salto de quinze centímetros em que fui o momento, ao menos por duas, três horas, antes de sumir na fumaça e voltar para o meu quarto, tirando toda a maquiagem e vestir meu pijama para fingir que dormi a noite inteira. Enquanto as piadinhas sobre Peter ser mais novo e já ter vários corações partidos atrás de si eram feitas no almoço, abriam sorrisos imensos para dizer que eu era uma moça comportada e de respeito. Ninguém sabia que eu estava sim tirando dois moleques para merda simultaneamente, pulando de um para o outro quando me sentia chateada ou entediada.
— A primeira Yoon a conseguir se formar com honras — meu pai dizia com os olhos brilhando na minha formatura.
E eu com os óculos de sol enorme no rosto para disfarçar que não tinha dormido nada e estava com uma ressaca inacreditável depois da última grande festa na floresta em Ilvermorny. Mesmo com Peter me fuzilando com os olhos porque ele sabia que eu não era esse doce todo que juravam, mas não tinha como provar sem se comprometer.
— Tão dedicada, Beauxbatons já está praticamente na nossa porta exigindo sua presença no curso de engenharia bruxa deles — minha mãe emendou, colocando meus cabelos para trás da orelha.
Tão dedicada que fui meses antes para Beauxbatons para reconhecer a área, ao menos foi o que eu disse. O que eu fiz foi conhecer o verão em Paris, com mini saias, umas voltas em Mônaco e o festival de cinema em Cannes. A vida? A vida era uma maravilha.
— Seu irmão acaba de ser aceito com antecipação na academia de trainees da MACUSA — meu pai me contou em uma carta.
— Bom pra ele, mas eu meio que tô ocupada ganhando um prêmio de melhor aluna hoje... — comentei de volta, enquanto amarrava um lacinho na cabeça.
— Ele conquistou isso sozinho, é bem impressionante.
— Eu também conquistei sozinha o meu prêmio!
— Peter vai dar muito orgulho pra gente um dia.
— Mas pai!?
Mas pai, eu fiz muito mais que ele, cadê meu prêmio de orgulho?, mas as palavras nunca saíram de fato da minha boca, e eu apenas balancei a cabeça e aceitei que a vida era assim. Patrick era um homem de família, respeitado e que levava os negócios dos Yoon em frente. Peter era o garoto dourado que tinha um sorriso e carisma a seu favor para dobrar quem precisasse. E eu era apenas uma garota. Só uma garota que nunca seria boa o suficiente, mesmo sabendo que poderia fazer muito pior do que fiz em todos esses anos.
— Então, você saiu da graduação em Beauxbatons porque precisavam de você no setor de urbanismo da MACUSA? — Asteria Moon me encara chocada, o chiclete em sua boca visível pela sua boca aberta.
— É, meio que tive que terminar a minha graduação à distância e começar a trabalhar aqui — comentava, sem muita energia, porque o resto da história era como eu dei a vida e o sangue para chegar ali, mas o sucesso na minha família foi quando Peter virou efetivo em apenas um ano de estágio. — E agora recebi esse convite pra dar aulas na escola experimental do Canadá.
— E você vai? Você vai ser, tipo, a professora mais nova ali, não é?
— Provavelmente...
— Uau. Seus pais devem estar muito orgulhosos — Asteria comentou, balançando a cabeça.
E eu sorri. Da mesma forma maníaca de Pearl no final do filme.
— Muito!
A vontade de coringar enorme batendo, mas manter a postura de deleite do clã era a minha especialidade. Então eu só sorri.
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Stuck in trauma: the life of Louis de Liouncourt
listen to trauma by seventeen. Sim, essa fic foi escrita baseada em um Interview With The Vampire Bruxo, do ponto de vista de uma Cláudia menos traumatizada. "Ah, porque não era bem assim". É o meu AU, se você caiu de paraquedas aqui, dê meia volta e supere.
Você já olhou pra um casal e pensou "tomara que eles se separem logo"? Sabe, pelo bem dos últimos neurônios deles e para a saúde e bem estar de todos ao redor? Pois é, a primeira vez que eu tive esse tipo de pensamento, eu ainda era uma criança e estávamos fazendo compras de natal em família. Enquanto Maurice de Pointe du Lac esmagava a minha mão, inconscientemente, se contendo para não começar a gritar em público, Émile de Liouncourt justificava ter olhado o atendente de cima abaixo na loja de roupas porque aparentemente meu pai Maurice deu mais atenção do que deveria ao nosso chef de cuisine. Eu não entendia nada, mas a única certeza que tinha era que eles deveriam se separar. Urgentemente. Para ontem. Meu sonho de príncipe aos 5 anos era ser filho de pais divorciados e nem era meme.
Tudo começou bem antes de eu ter nascido.
Meu pai Maurice saiu do Canadá para um ano sabático pela Europa, porque ele não tinha intenção alguma de assumir os negócios da família de imediato já que isso envolveria ter que começar a varrer todos os escândalos ao redor da joalheria e como a obra prima chegava na mão dos artesãos. Então um dia ele foi até a Bélgica, em um evento muito exclusivo que exigia a sua presença, inconsciente dos caminhos que estavam sendo entrelaçados naquele dia. Porque no evento, sentado ao piano após tomar várias e várias taças de champagne, estava meu pai Émile.
Meu pai Maurice sempre descreve o momento como uma mariposa atraída para as chamas, simplesmente hipnotizado pela beleza daquele ser. Meu pai Émile descreve como encontro de almas, o momento em que o coração dos dois bateu em uníssono pela primeira vez.
Eu digo que eles gostam demais de enfeitar essa história porque querem justificar ainda estarem juntos depois de tanto tempo brigando.
Foi uma paixão fulminante como muitas outras e tão logo estavam morando juntos, planejando uma vida inteira, juntando contas bancárias, passando imóveis de um nome para o outro. E aí... Bem, e aí meu pai Maurice flagrou meu pai Émile com outro. Como retaliação, ele foi lá e também o traiu. E alimentaram esse ciclo por muito, muito tempo.
Tentaram terapia de casais, tentaram relacionamento aberto, tentaram mudar de bairro, de cidade. Tudo foi opção e nada funcionou, até o momento em que eu entrei em cena. Um filho muda tudo, eles dizem. Claro, um filho iria impedir aquele relacionamento de se romper em lágrimas e processo judicial.
— Você foi a melhor decisão que já tomamos — costumava dizer papai, aka pai Maurice.
— Uhum, a melhor conclusão que chegamos juntos — papi, aka pai Émile, costumava acrescentar.
Fisicamente, eu lembrava muito pai Maurice, o que sempre era visto como uma espécie de acaso perfeito uma vez que fui adotado por eles ainda muito pequeno. Mas mentalmente, eu era filho do meu pai Émile. Como eu sabia disso? Bem... É fácil aprender que seu pai é ardiloso quando ele diz sempre "na frente do bebê, não". Mesmo quando é muito óbvio que ele não estava pensando necessariamente do meu bem estar.
Então as brigas aconteciam, e então várias ameaças de você nunca mais vai ver a mim e ao seu filho, e eram seguidos de nunca mais a gente vai se separar. E todo o transtorno terminava com os dois abaixados do lado da minha cama, os olhos brilhando.
— Nós vamos às compras, mon cher! — pai Émile falava como se fosse o melhor segredo do mundo.
Isso acontecia com uma frequência tão grande que chegou a um ponto que já esperava pelas brigas deles, esperava pelo gritos, ameaças, rancores, porque no final... Bem, eu era a criança que tinha os melhores brinquedos, melhores devices, melhores roupas e melhores viagens. Sempre tudo o que eu queria, na hora que queria.
Ao menos até aquele fatídico dia.
Dezoito anos de união era para poucos, mas aí você tem que ver se valia a pena, porque meus pais tendo uma crise gigantesca porque pai Émile tinha passado a mão na cantora que eles contrataram para o sarau de bodas deles não era uma forma realmente eficiente de comemorar um aniversário. O quebra pau foi tão grande que dormi sereno pensando que finalmente teria duas casas e seria o adolescente mais bem de vida da Bélgica quando acordei com aquele clima de comercial de margarina na cozinha.
Algo de ruim estava por vir.
— Então... Nós andamos pensando melhor... — pai Émile começou, olhando para mim ansioso.
— ... E decidimos que precisamos de novos ares — pai Maurice continuou, pegando minha mão, atrás de me confortar para o choque seguinte. — Nós vamos nos mudar.
— Ah... Okay — um quarto maior, provavelmente, seria a minha herança daquela briga. — Tudo bem, posso empacotar minhas coisas no decorrer da semana.
Eles trocaram um olhar. E foi nesse momento que eu soube, tudo estava acabado para mim.
— Hm, na verdade, mon couer... — papai continuou, abrindo um sorriso pequeno e solidário. — Nós estamos nos mudando da Bélgica.
— Desculpe? — puxei a minha mão da dele, nervoso, olhando de um para o outro.
— O Canadá parece um lugar perfeito para sermos uma família buscando se reconectar... — Papi explicava, mas eu já estava estressado com aquela ideia.
— Toda a minha vida foi passada aqui. Vocês não podem tirar a minha infância, a minha memória!
— Mon cher...
— Não, pai, sem mon cher, sem mon couer, meu Deus, será que vocês não percebem que não adianta mudar de lugar, os problemas continuam nessa casa?
Ficar emburrado não adiantou de nada. Dessa vez ninguém tentou me adoçar com presentes caros e extravagantes. Fui arrastado para festas de ricos, me despedindo de meus amigos e inimigos, forçado a aceitar que logo mais iria para um país diferente, com uma cultura diferente, que eu não estava em nada familiarizado.
Com a cabeça na janela do avião, eu me despedia da vida de luxos e felicidades que eu tive no meio de tanta confusão amorosa que nem mesmo era minha.
— Mon couer, a aeromoça quer saber se você quer alguma coisa.
Balancei a cabeça, negando. E enquanto o motor da turbina do avião parecia ecoar em meus ouvidos, me peguei sussurrando para mim mesmo:
— Eu queria que vocês se separassem.
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Disclaimer: todos os eventos aqui narrados são fictícios e parte de uma AU dentro de um multiverso de um RPG, nada aqui presente tem a intenção de ferir ou manchar a imagem dos artistas utilizados como faceclaims. Conteúdo adulto, +18, com uma lista de kinks, então mdni.
Sugar Rush Ride present: Sev Hemmings
tags: formula 1 AU; Sev Hemmings/Joy Ryder; sev hemmings driver; joy ryder engeneer; established relationship; public relationship; public love displays; pet names; slight angst; semi public sex; clothed sex; buldge; fingering; orgasm denial; clit play; face sitting; face riding; oral sex (f receiving); cunnilingus; tits play; niple sucking; niple bitting; breast kink; breast fucking; oral sex (m receiving); dracphylia; unprotected sex; deep and rough sex; creampie; after care; implied pregnancy 🥹
Achava uma das melhores coisas do mundo andar de mãos dadas com a namorada por onde quer que fosse. Uma parte disso envolvia que a sua linguagem de amor era toque físico, e se ele pudesse viveria grudado em Joy o tempo todo, mas tinha muito reflexo sobre o que eles passaram e quem ele era. Ele lutou muito para estar naquela situação, cumprimentando todo mundo na garagem da Red Bull Racing com uma mão enquanto ela acenava com a outra livre, sendo só simpatia com os outros, porque antes disso eles tiveram que viver nas sombras.
Sev não gostava de falar sobre o passado agora que o divórcio tinha saído, mas ele morria de medo de que enquanto estivesse longe alguma coisa acontecesse com Ryder. Sua ex-esposa o batia e ameaçava ele de coisas terríveis, sempre pronta para cometer uma atrocidade contra a sua existência, então era óbvio que ele fosse ficar nervoso que algo fosse acontecer com Joy também. Uma ordem de restrição não parecia ser o suficiente, às vezes, e em algumas noites ele checava o quarto do hotel inteiro antes de entrar e ficar a noite toda com os braços ao redor de Joy para garantir que nada iria encostar nela.
Então, é, andar de mãos dadas na festa pós corrida era algo que poderiam considerar uma vitória depois de tudo. E também porque ele queria que todo mundo soubesse que aquela aliança de compromisso gigante no dedo dele era por causa dela. Podia vir a imprensa especular o que fosse, ele estava sempre dando indícios de que independente de como estava a sua situação na equipe de Fórmula 1, ele e sua engenheira estavam mais unidos do que nunca. Eles não sabiam que estavam unidos desde quando ele ainda era casado e que correu com o divórcio por causa dela, mas independente: Hemmings só tinha olhos para a mulher que estava ao seu lado.
Mulher essa que estava mexendo com a sua cabeça naquela noite.
— Eu me conheço, não vai dar — falou em voz baixa, a olhando de cima abaixo assim que a viu pronta para saírem.
Aquele vestido dela era tão curto que ela precisava andar devagar para não subir e pagar calcinha. Sev nem mesmo pensou antes de tirar a jaqueta e fazer ela usar por cima, porque se alguém fosse ver algo, ia ser ele, eu hein, uma grande gostosa, mas ele era um grande ciumento possessivo também.
— O que você quer, neném? Eu vou buscar pra você — falou para Joy quando chegaram na mesa. Fofo. Mas também porque ele não queria ninguém acompanhando ela puxar o tecido para baixo quando fosse se levantar.
Geral bebendo e se distraindo, eles mesmos com a cabeça mais leve desde que o seu substituto estava fora do mapa depois da corrida péssima que ele fez naquele fim de semana. A vaga ainda era sua, Joy continuaria sendo engenheira de corrida na RBR, tudo certo no mundo. Estava tranquilo o suficiente para voltar a pensar em coisas que não fosse treinar mais não sei quantas horas no simulador, como a pele macia da coxa de Ryder debaixo da palma de sua mão e como ele a via arrepiar a cada milímetro que ela subia em direção ao meio de suas pernas.
Quando todo mundo saiu para dançar, ele sussurrou no ouvido dela:
— Vem pro meu colo, linda.
Quem os conhecia não estranhou em nada, fora do padoque ele sempre estava com Joy no seu colo ou colada a seu corpo, um braço possessivo ao redor de seus ombros ou cintura. Porém, por baixo da mesa, o indicador de Sev brincava com a alça da calcinha da mulher.
— Você tá tão linda hoje — comentou, beijando o ombro dela. O indicador e o dedo do meio deslizavam pelo fundo do tecido fino que começava a ficar molhado, o fazendo sorrir satisfeito. — E tão cheirosa também — acrescentou, mordendo de leve o pescoço dela, os dígitos pressionando mais firmemente o centro úmido de Joy. O suspiro que ela engoliu o fez ajeitar os quadris embaixo dela, a deixando consciente que o seu pau estava duro, há muito tempo, graças àquelas gloriosas coxas de fora. — Me faz querer ter você aqui mesmo, na frente de todo mundo.
E ele falava sério, porque enquanto ele passava o nariz pelo pescoço de Ryder, os dedos afastavam a calcinha dela para o lado e tocavam a buceta dela diretamente, sentindo o calor e umidade daquela mulher que ele queria tanto foder. Novamente, quem via de longe achava que eles estavam apenas conversando. Mais de uma vez já tinham entrado em lugares fechados em que os dois estavam e lá estava Sev fazendo grandes declarações de amor para Joy com ela em seus braços, como se ele quisesse que ela soubesse o tempo todo o quanto ele estava apaixonado. Mas por debaixo da mesa, naquele momento, os dedos dele entravam e saíam daquela buceta, a fazendo suprimir os gemidos com risadas, fingindo normalidade, enquanto ele a sentia cada vez mais molhada e entregue.
— Shhh, calma. A sua carinha de puta quando goza pra mim é exclusividade minha — falou para a namorada, antes de beijar com suavidade seus lábios e tirar os dedos de dentro dela, deslizando os dígitos pelos lábios inchados da buceta. — Eu não vou deixar você chegar lá na frente de outra pessoa que não eu.
Independente de que ele passou mais um longo tempo naquele jogo de provocação, a dedando até sentir as coxas dela tremendo em seu colo, parando imediatamente e a enchendo de beijos em seguida. Se deu ao trabalho de alimentar Joy e garantir que ela estava hidratada a cada pausa, antes de ouvir o som manhoso no fundo da garganta dela quando ele esfregou o clitóris dela com os dedos afundados em sua buceta.
— Vamos pro hotel, babe, fazer um bom uso desse seu vestido.
Ele ia receber uma multa por correr daquele jeito pelas ruas até chegar no hotel onde toda a RBR estava hospedada, mas ele tinha a visão das pernas de Joy unidas enquanto ela respirava fundo tentando se controlar até chegarem no quarto, então era mesmo uma questão de vida ou morte. Foi bater a porta que colocou o corpo feminino contra ela, a boca procurando a da namorada com fome, o joelho abrindo espaço entre as pernas dela e esfregando naquele ponto tão necessitado e molhado. A forma como ela protestava o fazia rir.
— O que foi, amor? Tá doendo? Você precisa gozar? — perguntou, segurando o rosto dela para que olhasse para cima. — Vou dar um jeito nisso.
A forma com que ele se ajoelhou para puxar a calcinha dela para fora podia ser classificada como adoração. Os olhos brilhando enquanto a encarava, as mãos tocando desde a panturrilha dela até os quadris como se ela fosse quebrável, ao menos até puxá-la para seu colo e deitar de costas na cama, a colocando por cima. As mãos espalmadas na bunda dela, apertando e batendo com vontade a vendo se esfregar contra a sua ereção na calça jeans. Na menção a tirar o vestido, ele negou com a cabeça.
— Não, você vai sentar na minha cara usando ele. Passei a noite toda pensando nisso e agora é a hora.
Joy ainda usava sua jaqueta comprida e o vestido, ela tinha seu cheiro enquanto ele tinha as mãos dele apertando as coxas aos redor de sua cabeça e afundava o rosto entre suas pernas. Se tinha um lugar e situação em que ele queria estar, era aquela: com sua mulher gemendo alto enquanto ele comia sua buceta, com ela quicando no seu rosto, esfregando o clitóris no seu nariz sem pudor nenhum enquanto ele a lambia e chupava como se cada gota dela fosse o que o mantivesse vivo. Tinha a empurrado tanto no limite no decorrer da noite que o gemido arrastado e rouco acompanhado dos tremores do corpo menor vieram rápido, mas para ele não era o suficiente. Quando Ryder fez menção a se levantar, ele agarrou com mais força as coxas dela, mordiscando a parte interna, em repreensão.
— Mais. — Foi a única palavra que ele disse, antes de sua língua passar a fodê-la e seu dedo desenhar círculos no clitóris dela, ignorando os avisos que Joy dava sobre estar sensível e que não ia aguentar.
Devorava aquela buceta com fome, sentindo como ela escorria, lambuzando o seu rosto inteiro e peito, mas ele não se importava com isso, focado em arrancar mais outro orgasmo daquela mulher, só sossegando quando ela estava novamente cavalgando em seu rosto, agarrada aos próprios seios enquanto gritava seu nome para qualquer um naquele andar escutar. Só depois disso é que subiu o tecido do vestido pelo corpo dela, arrancando junto com a jaqueta e arremessando longe, admirando os seios dela, aparentando estar ainda mais grandes e pesados que o normal, passando a ponta da língua nos próprios lábios.
— Você é tão perfeita. Cada detalhe seu é... Perfeito — seu cérebro começava a entrar em curto circuito, as mãos acariciando os volumes perfeitos em suas palmas, a língua explorando a boca daquela mulher do mesmo jeito que explorou a buceta dela minutos antes. Abriu o sutiã dela com destreza antes de fazer o que ele mais gostava que era esfregar o rosto ali, beijando, mordendo, chupando, sugando, deixando ela com marcas que ela iria pensar sobre no dia seguinte quando fosse se arrumar para pegarem o vôo para a próxima etapa do campeonato da Fórmula 1. Somente quando os seios de Joy estavam carregados de saliva, vermelhos, quentes, foi que ele segurou o rosto dela com aquela delicadeza de antes. — Posso brincar com eles?
E por brincar ele queria dizer enfiar o pau entre os volumes, maravilhado em como era macio e quente e a saliva que ela derramava para lubrificar deixava tudo ainda mais pornográfico e perfeito entre eles dois. Sev rodava os polegares nos mamilos dela em intervalos, a vendo arquear o corpo e gemer alto, encantado em como ela parecia ainda mais sensível naquela noite. Era como cada toque a fizesse se arrepiar ainda mais; talvez tivesse a estimulado mesmo por muito tempo na festa e agora estava com todos os efeitos colaterais surgindo de uma vez.
— Eu vou foder essa sua boca, imediatamente — avisou, a vendo obedecer sem nem questionar, o engolindo como uma putinha bem treinada. Seus olhos rolaram nas órbitas, agarrando o cabelo dela com força, empurrando fundo até ouvir o característico som de engasgo, ficando imóvel. Ele a encarava e Joy o encarava de volta, as lágrimas nas pontas dos cílios compridos, a maquiagem arruinada, completamente transtornada pelo que estavam fazendo. E eles queriam mais. — Só mais um pouco, babe, só mais um pouco, você aguenta. Você é minha boa menina que aguenta tudo que dou pra você.
Quando sentiu que iria explodir, Sev fodeu a garganta de Ryder com movimentos bruscos e profundos, a vendo ser tão gentil, tão boa, as lágrimas escorrendo pelo seu rosto livremente. Sentia que estava para gozar com aquela imagem, mas ele não poderia acabar a noite daquele jeito, então precisou parar.
— Você foi tão boa, meu amor, tão perfeita — derramava elogios, beijando as lágrimas dela e então todo o seu rosto, a deitando na cama, pairando sobre ela. — Minha princesa perfeita.
Suas próprias roupas foram empurradas para fora enquanto estava ocupado demais no beijo mais bagunçado e apaixonado que trocou com aquela mulher, a sentindo cada vez mais quente e com o corpo orvalhado de suor. Ele a queria em cada detalhe, prendendo seus braços sobre a cabeça enquanto deixava a marca dos seus dentes em seu ombro, pescoço, colo, barriga. Quando já tinha beijado até mesmo os pés de Joy foi que ele puxou as suas pernas mais para cima, as mãos separando-as ainda mais e então o polegar voltou a brincar com o clitóris sensível.
— Acha que aguenta mais um pouco? Porque eu preciso foder essa sua bucetinha deliciosa.
Consentimento era a chave. Depois de um relacionamento tóxico, ele sempre pedia permissão para fazer de Joy sua vagabunda, colocando os tornozelos dela em seus ombros e a fodendo fundo e com força. Ele queria ter certeza que aquele brilho nos olhos dela era real e cada gemido e espasmo que ela deixava vir à tona eram genuínos. Ele queria que ela estivesse com ele de verdade quando ele batia em sua bunda e dizia que ela era só dele, que ele poderia a foder assim pra sempre. Queria que os lábios separados de Ryder procurando por ar fosse porque ela estava cada vez mais arfante o apertando tão forte que ele estava se sentindo na beira da loucura.
As unhas dela desceram com força quando ela gozou de novo, aquela expressão fora de órbita no rosto tão bonito e doce de sua mulher o levando de vez a liberar jatos quentes e espessos dentro dela, a deixando cheia de sua porra. Engoliu em seco algumas vezes, procurando por ar, os narizes próximos demais um do outro antes que ele enfiasse o rosto na curvatura do pescoço dela e sentisse o seu cheiro misturado ao dela. Seu lugar favorito no mundo.
— Não, vida, não precisa se mexer, eu já venho com a água — avisou, e de fato ele voltou com a garrafinha, colocando a cabeça dela em um travesseiro em seu colo e a ajudando a se hidratar enquanto acariciava os cabelos dela como se não tivesse acabado de foder os neurônios daquela mulher para fora do corpo dela. — Como você tá se sentindo? Quer que eu te ajude a ir pro chuveiro?
Ele perguntava com interesse genuíno, tão carinhoso, mesmo que suas mãos estivessem beliscando a bunda dela de tempo em tempo. Pronto para fodê-la de novo e de novo, como todas...
... Como todas as vezes desde quando se assumiram publicamente.
— Babe — Sev perguntou, franzindo a testa. — Você lembra qual foi a última vez que a gente usou camisinha?
Porque parecia que fazia uma vida a essa altura. E ele não perdia uma oportunidade de encher sua mulher com sua porra. E, bem, ele não era a pessoa mais genial do mundo, mas ele definitivamente sabia o que poderia vir daí. Hemmings sorriu, encantado.
— Tomara que eu tenha mesmo enfiado um filho em você, sempre quis ser pai e você ser a mãe dele ia ser a melhor coisa do meu mundo — confessou, antes de se inclinar e a beijá-la.
Doce e possessivo, como sempre.
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Lex Yoon: with you, across the universe
O clima tenso dos corredores da escola estavam o deixando tenso o tempo todo. Tinha escrito várias cartas aos pais e a Leo, perguntando se estava mesmo tudo bem e se não estavam escondendo algo dele. Porque aquela família era assim, iriam enterrar os perrengues e malfeitos atrás de uma foto de família de comercial de margarina que iriam publicar na coluna de pessoas influentes do The New York Ghost. Porém nenhuma de suas tentativas de receber uma resposta efetiva chegaram através de sua coruja, apenas o deixando ainda mais preocupado.
O resultado disso era insônia. Lex passava a madrugada acordado pensando em todas as terríveis possibilidades que poderiam estar acontecendo com Leonard e até mesmo com os primos Piper e Peter. Na manhã seguinte, ele estaria um lixo se arrastando para a sala de aula, sombras escuras embaixo dos olhos enquanto ele fingia normalidade ao lecionar para um bando de adolescente levemente desorientado com aquela movimentação de aurores enchendo os corredores buscando possíveis pistas de um assassinato.
Mas era perigoso ele dormir em cima do caldeirão qualquer dia desses, então ele precisou tomar decisões extremas. Que foi tomar uma alta dose de poção de sono sem sonhos. Poção essa que ele fez de cabeça, acostumado a prática na época em que era aluno de pós graduação na Índia. Não tinha como errar... Ou tinha?
Ele estava em uma carruagem, balançando suavemente. As suas roupas eram compostas de muitas peças, mas o vento fresco que vinha da janela entreaberta facilitava as coisas para ele. Seus cabelos estavam em um tamanho esquisito, com costeletas descendo pelas laterais do rosto, e ele usava um anel com um brasão que não era o que pertencia a família Yoon. Também tinha uma aliança enorme em seu anelar, e a mesma mão segurava outra, menor e delicada, com uma aliança similar a dele. E Lex conseguia sentir o rosto inteiro se abrindo em um sorriso enorme e sincero quando seu olhar cruzava com o da mulher a quem aquela mão pertencia.
Alexander não entendia como ele sabia disso, mas estavam chegando em Brighton, e eles tinham muitos planos para quando se mudassem para a casa nova deles ali. Uma barriga de gravidez avançada apontava por baixo do vestido de sua esposa e ele tinha passado boa parte da viagem se perguntando se seu irmão caçula estava certo e era mesmo um menino, e porquê eles deveriam batizar aquela criança de Helio.
"É o sol, e ele é o nosso sol, no final de todas as dificuldades que tivemos".
Ele entende que tem outro nome nessa realidade, e que gosta muito quando aquela mulher de olhar doce o chama de Tobias, e que o seu estômago sempre faz uma coisa engraçada quando ela fala seu nome. Lex sente que a ama, a ama como se não fosse capaz de respirar novamente se eles ficassem longe um do outro. É por isso que estão se mudando para Brighton. É por isso que eles não vão dar mais satisfação a ninguém agora que a primavera acabou. Eles estão correndo em direção ao final feliz que não sabiam que precisavam e queriam, mas agora são incapazes de recuar sem receber tudo de bom que eles podem alcançar juntos.
Eles estão no que parece um enorme acampamento no que ele supõe que seja Long Island - ele consegue se lembrar da vegetação encontrando a baía em uma viagem de férias em família quando Leonard era muito pequeno. A princípio, Lex acredita que está apenas relembrando o passeio, mas então percebe que tem algo de diferente. Talvez seja o ar, talvez seja a época. Definitivamente aquele era seu corpo de adulto vivendo aquela experiência e não a sua versão adolescente que estava reparando o irmão caçula enquanto os primos mais velhos jogam bola mais adiante sem nenhuma preocupação na cabeça.
É quando ele percebe que não está sozinho.
A mulher do fragmento anterior está ao seu lado, empurrando um carrinho com um recém-nascido, enquanto comenta sobre as aulas no acampamento e como eles agora poderiam se considerar conselheiros sêniors por tanto tempo que passaram ali. Ela brinca, o chamando de Michael, om empurrando com o ombro e falando sobre ter que visitar o templo da mãe dela e pedir desculpas por eles insistirem em batizar os filhos deles com homenagens ao sol e verão enquanto ambos eram prole de deuses completamente diferentes do conceito.
Ele se assusta ouvindo sua própria voz falando que não achava que Hécate se preocupava realmente com o que ele estava fazendo agora que não podia usá-lo como seu campeão em missões. Mas por via das dúvidas, iria atirar alguns pedaços a mais de carne nobre na fogueira do jantar para garantir que a fúria divina não alcançasse Helio ou a pequena Cyrus.
Os dois riem quando o gato laranja deles rosna para os outros, felizes em uma bolha só deles e que poucas pessoas teriam acesso.
Tudo muda e Lex sente que precisa se agasalhar, apertando um casaco de couro ao redor de seu corpo enquanto assiste algo em uma tela enorme. Carros de design diferente dos que ele costumava ver nas ruas trouxas estão avançando em uma pista sinuosa com vários altos e baixos, os tempos sendo contados em uma tabela ao lado, atualizando sempre que um avança e substitui a posição do outro.
Ele está resmungando alguma coisa com alguém quando um carro laranja é ultrapassado, algo sobre terem errado a estratégia com Vince mais uma vez e que no ano que vem ele mesmo iria tomar providências como engenheiro do garoto. A outra pessoa ri, dizendo que ele com certeza vai fazer o melhor pelo piloto. E então Lex está rindo, não apenas sorrindo, mas rindo de verdade, porque mãozinhas minúsculas estão puxando seu casaco.
Com uma surpresa, mas nem tanto, Alexander vê um embrulho vestido de laranja, o mesmo tom do carro na pista, esticando as mãozinhas para ele. O mesmo bebê do cenário anterior, mas agora ele é um pouco mais novo, menos de um ano, mas definitivamente é ele. Alguma coisa em sua cabeça diz que Helio se parece um pouco com o seu próprio irmão caçula, e que ele tem potencial de ser mais alto que ele e a esposa.
Porque ele tem certeza que a mulher com o bebê no colo e claramente grávida é sua esposa, e que os dois estão ali para assistir aquela corrida porque se importam muito com quem está na pista. E porque eles se prometeram ficar juntos e se apoiarem em tudo, e aquele ano é deles e apenas sobre eles. Alexander não sabe como ele sabe, mas novamente sente que está tudo certo na forma como ele sente borboletas no estômago quando seu olhar cruza com o da mulher de sorriso bonito e olhos brilhantes. Mikko e Elodie eram um time, o melhor time de todos.
Então, abruptamente, ele não está mais com frio. Há alguns mosquitos no ar, indicando que é verão em New York e ele está na soleira de uma casa, que para aquela versão é um pouco familiar, mesmo ele tendo visitado de fato apenas uma vez antes disso.
Alexander sabe que tem algo no ar quando a sua versão parece ter aproximadamente sua idade, está com os cabelos milimetricamente penteados, com um buquê de flores em suas mãos, junto com uma caixa de doces finos e ele aperta aquela campainha até uma mulher aparecer, confusa, curiosa, e tão, tão bonita.
É ela mais uma vez, agora usando moletom e descalça, apesar de maquiada. E ele está dizendo que não acreditava que eles tinham tido um encontro de verdade da outra vez e que por isso ele estava ali. Porque ele ia no cartório trocar seu nome de Lee Yeosang para qualquer outro se ele não conseguisse mostrar para ela o que era de fato um encontro e como ele podia fazê-la se sentir bem e feliz em uma situação assim. Com ele, mais especificamente falando.
Yoon consegue sentir o nervosismo na própria voz que não é dele, mas é ao mesmo tempo, como se ele estivesse ansioso demais e não tivesse nada a que recorrer para conseguir acalmar os nervos. Ele entende que está realmente sóbrio quando seu eu trouxa diz que não fumou nada naquele dia porque ele não queria que o primeiro encontro decente de Penny fosse com um cara chapado.
Então ele desata a falar que ele entende que o que ela faz é um trabalho, que a irmã mais velha dele é metida com algo parecido e que ele só se preocupa mesmo é com a segurança delas. Ele diz não se incomodar. Ele diz que ele não a quer daquele jeito. Ele diz que ele quer sair com ela porque ele gostou dela para além do que eles tiveram da outra vez e que ia ser bem legal conhecer mais dela e ela mais dele.
Eles sorriem um para o outro e tem um quê de promessa no ar. Lex não compreende, pela milésima vez, como ele sabe daquilo, mas tem certeza de que ela vai dizer sim.
A moça o convida para entrar e esperar ela se arrumar e Yeosang olha uma última vez para sua moto estacionada no meio fio, e então ele atravessa a porta e diz que ela tem todo o tempo do mundo. Ele vai esperar por ela.
Aquela frase é jogada no ar como uma espécie de promessa a longo prazo e eles sabem disso. Todos os envolvidos sabem.
Quando finalmente acorda, Alexander sente como se tivesse vivido cinco vidas em uma noite só. Ele se levanta e encara o espelho e ele parece relaxado e enfim descansado. E com a sensação de que algo aconteceu, mas que ele não consegue se lembrar.
— O sol está forte hoje — comenta consigo mesmo, espiando pela janela.
O sol brilhante era raro na Inglaterra, então talvez aquele fosse um bom sinal. Lex sempre achou que estava ligado ao verão, de qualquer forma. Então, cantarolando uma música antiga qualquer, ele foi atrás de seguir sua vidinha pacata de professor de poções de Hogwarts, alegremente inconsciente de todos os caminhos que ele estava prestes a seguir.
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Leo e Lex, em todo universo.
I.N's 'have them say i love you' segment with LEE KNOW
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Sugar Rush Ride: Julian Carrington
Casamentos eram quase uma função social e Julian sabia que eventualmente ele teria que se casar. Tinha passado alguns anos na fila de espera, e até então tinha rejeitado todas as pretendentes falando que faltava algo, um fator x. Ele só iria cortejar alguém que chamasse a atenção dele por mais de cinco minutos.
Naquele baile, ele não contava com uma irmã pronta para se livrar de sua caçula e de uma jovem que achava meio que cômico o jeito como era apresentada a todo mundo como se estivesse em um leilão. Qualquer outra dama da corte iria ficar muito brava e ofendida, mas ela ria e ainda dava uma leve debochada da situação. É claro que isso o fez rir quando os dois foram apresentados. E é claro que aquilo o fisgou de primeira.
Lady Karine Braxton era extremamente efusiva. Ela tinha uma expressão constante em seu rosto de quem iria aprontar alguma coisa ou que iria fazer algum comentário pertinente que ninguém mais teria coragem de abrir a boca e dizer. Julian não era cego, é claro, e ele via todas as curvas do corpo feminino, mas sua atenção estava presa porque ela sabia o que queria e não disfarçava isso.
Ela queria ele, e deixou claro. Ela queria que ele a cortejasse - algo que ele correu em fazer assim que teve a primeira oportunidade - e comentou em alto e bom som. E ela queria que ele a comesse na carruagem antes mesmo de anunciarem que estavam noivos. E, óbvio, depois que ela disse que queria, a ele só coube dizer sim.
O casamento poderia ter sido um pouco apressado, eles poderiam ter esperado um pouco mais, mas Julian tinha o grande receio que os flagrassem engajando atividades que não cabiam a um casal que não era marido e mulher - como ter Karine ajoelhada em sua frente, tomando seu cacete fundo em sua garganta. Então, sob a bença de Priest Garth, ele fez de Karine a sua Lady Carrington.
Uma festa grande se desenrolava na casa de seu irmão mais velho, mas ele mesmo tinha outras prioridades. Segurou a mão da esposa afirmando que precisavam ter uma conversa em particular e urgente logo que a recepção começou e subiram até o escritório de Conrad, trancando a porta atrás de si. Com um sorriso ladino, ele puxou o corpo feminino contra si com uma única mão.
— Eu não posso esperar até chegarmos na nossa nova propriedade — comentou, o rosto muito próximo do dela, acariciando a bochecha da esposa com o olhar preso ao dela. — Eu acabei de jurar que iria fazê-la feliz pelo resto dos meus dias. Preciso começar a colocar em prática agora mesmo.
Por fazer a esposa feliz, ele queria dizer beijá-la com propriedade enquanto puxava o vestido de noiva dela para baixo, tentando não destruir a peça tanto que ficasse impossível usar logo mais quando saíssem dali. Ele tinha pressa, mas também tinha ciúmes, então precisava equilibrar as coisas. Sentia a boca adormecendo contra a de Karine, antes de perder o fôlego e recuperar beijando o seu pescoço e descer em direção ao decote reforçado pelo espartilho.
— Eu amo você, e amo cada parte sua — falava, em um tom rouco, tocando as pernas da mulher enquanto a guiava em direção a um divã próximo a uma janela. Por sorte a cortina estava aberta, escondendo a movimentação suspeita entre os dois. Ele a depositou ali, arfante, as pernas separadas para que ele se encaixasse entre elas. Julian se pegou lambendo os lábios a encarando, faminto, duro, apaixonado e irracional. — E eu amo a fazer gozar pra mim.
Se desfazer da roupa debaixo de Karine não era mais tão demorado depois que ele tinha alguma prática com ela, fazendo a peça conhecer o chão enquanto seus dedos já exploravam o calor e umidade que ela exalava. Beijou a parte interna da coxa dela, mordiscando suavemente.
— Ainda vou fazer você tremer sem penetrá-la, várias vezes, até se desfazer em desejo — comentava, brincando com o clitóris da esposa, a assistindo arfar e segurar cada um dos gemidos. — Existem muitas formas como eu vou fazer você sentir prazer, Karine. E agora que é minha, eu tenho todo o tempo do mundo pra ensiná-la tudo sobre o assunto.
Abrindo a própria calça, puxou a ereção para fora, o pré gozo molhando a cabeça do pau. Assistindo a mulher, deslizou a mão algumas vezes em seu próprio cacete e então bateu no clitóris inchado dela, a fazendo soltar um gemido manhoso. Julian pareceu tão satisfeito com a reação que se inclinou para beijá-la mais uma vez, agora esfregando a ereção nos lábios úmidos e ansiosos de Karine, os dedos abrindo o espartilho e libertando os seios dela, a deixando respirar livremente. E também o permitindo encher as mãos neles.
— Queria tanto brincar com eles, como da última vez... Ainda tem as marcas neles? — perguntou a ela, em retórica, porque podia ver claramente os roxos por onde Julian tinha a mordido e chupado em seu último encontro. Rodando os polegares nos bicos dos seios dela, ele disse: — Quando estivermos a sós na nossa casa, eu vou ensinar o que pode fazer com eles e sua boca ao redor do meu pau. Mas por agora...
Gentilmente sua mão segurou o pescoço de Karine, erguendo sua cabeça para encará-lo, a outra mão ocupada em segurar o pau e enfiar de uma vez na buceta justa daquela mulher. Ele acompanhou a expressão dela, os olhos se arregalando e deixando pequenas lágrimas se acumularem nos cantos dos olhos conforme ele afundava cada vez mais nela, segurando uma das pernas dela para a mantê-la aberta para ele. Esperou um pouco até ela se acostumar com seu tamanho, ele mesmo precisando se recuperar da deliciosa sensação de ser sugado por aquela bucetinha faminta, e então ele começou a se mover, forte, rápido, preciso.
Não era a primeira vez que eles fodiam, mas era a primeira vez que faziam isso com aquela aliança brilhando no anelar deles, e parecia que a coisa toda ficava ainda mais provocativa e íntima entre eles.
Não tinham muito tempo, não era o espaço mais adequado, mas ele precisava estar dentro daquela mulher. Precisava ver aquelas lágrimas pequeninas escorrendo pelo rosto dela, os fios de cabelo saindo do lugar e grudando em sua testa conforme o suor surgia para acalentar o calor de seus corpos. Julian precisava ouvir a voz da mulher dele chamando pelo seu nome enquanto o apertava com força e suas unhas se enterravam em seu antebraço.
— Você é minha agora, só minha, e eu vou fazer você sentir que é minha todos os dias — se derramava em declarações para ela, o fôlego curto graças a rapidez e força com que a fodia. Soltou o pescoço dela para deslizar a mão pelo seu corpo, até alcançar o clitóris dela e girar o polegar em movimentos circulares. — Eu vou fazê-la tão feliz, babe.
A felicidade estava estampada no rosto daquela mulher, conforme a expressão dela se transformava em necessidade e angústia conforme ela o sugava cada vez mais fortemente, até explodir em sua voz. Precisou beijá-la para abafar o som de seu grito, enquanto Karine gozava ao redor de seu pau, a sensação perfeita de sua esposa torturando seu cacete ao ponto dele se deixar levar e deixar sua própria satisfação se materializar em jatos quentes depositados diretamente no útero dela.
Seu coração ainda batia forte quando pegou o rosto dela com as suas mãos e o encheu de beijos, a fazendo rir fracamente.
— Eu preciso limpá-la e a deixar apresentável de novo, mas saiba que vai ser uma tortura não comer você de novo e de novo. Fazê-la sorrir vai ser minha prioridade a partir de agora.
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Kate Amane: cover me, my aurora
Ela finalmente estava vivendo a aurora dos seus dias.
Os pesadelos com a água e com David tinham diminuído significativamente desde quando começou a frequentar as sessões de terapia, além do exorcismo realizado por Helena meses atrás, o que fazia com que Kate tivesse noites mais tranquilas e conseguisse acordar mais disposta. Ela tinha agora uma graduação e uma pós graduação, mostrando que mesmo com todo o estado mental inconstante, incluindo aí toda a insegurança dela mesma com seus poderes e habilidades, ela conseguiu chegar onde queria. O seu emprego em Mahoutokoro era oficial e seguro e na área que gostava, lidando diretamente com crianças pequenas e com espaço para que ela pudesse trabalhar em projetos pessoais.
Fora isso, ela tinha seus melhores amigos por perto, alguns ao alcance de uma carta, e estava noiva do homem por quem tinha se apaixonado no momento mais maluco da sua vida. Nada estava fora do lugar. Não tinha como dizer que ela não estava vivendo um sonho.
— Me desculpa — falava entre soluços para Natasha, que a olhava desconfiada, dando tapinhas em seu ombro. — Eu não sei porque eu começo a chorar do nada, o tempo todo.
Tinha se reunido com Esme e Natasha na casa da segunda, logo após essa chegar de lua de mel, para conversar e colocar o papo em dia. Era para ser apenas um momento de meninas e comentar sobre a vida, além de pensar o que iriam fazer no ano seguinte com aquela enxurrada de trabalho extra que iriam ter com o torneio bruxo sediado entre as três escolas insulares.
Porém foi só falar sobre como ela estava animada com o casamento e que ela e Akira iriam tirar algumas semanas de férias para aproveitar, ela simplesmente caiu no choro. Do nada e por nada.
— Acontece com frequência, eu olho pro anel e começo a chorar. Ontem eu chorei porque achei a tinta azul que costumava pintar o cabelo no armarinho do banheiro e então quando me controlei, não consegui achar a camiseta que queria e aí chorei um pouco mais — explicava, já mais tranquila, tomando chá com Esme e ainda um silêncio aterrador na sala.
Até que Natasha fez a pergunta de milhões:
— Kate Amane, você tá grávida???
E ainda não tinha ocorrido esse pensamento, não até aquele momento. Ela estava de fato muito sensível, e ela estava de fato achando estranho como suas costas doíam e sentia um sono anormal, e, se fosse para ser sincera, a única coisa que tinha parado em seu estômago com facilidade tinha sido aquele chá naquele dia inteiro.
— Eu... — começou a dizer, antes de formar um leve beicinho, os olhos cheios d'água de novo. — Não sei.
Esme saiu da casa e foi comprar um teste correndo enquanto Kate ficava com Natasha absorvendo a notícia e quando a mais nova chegou, só estendeu a sacolinha e ergueu as sobrancelhas, como quem diz "a hora é essa, minha filha". E lá Amane foi, no banheiro de vistas da cabana dos Chan, esperando ansiosa os minutos passarem, até que o resultado veio com as duas linhas marcando no visor.
— Ah — foi sua primeira reação. E então... — AAAAAAAAAAH!
Akira tinha estado ocupado com Hao, averiguando os currículos para os estagiários que iriam lhe cobrir durante sua folga de um mês, então ela aguardou ansiosa, andando para cima e para baixo. Não sabia como dizer aquilo, não estavam falando de ter um filho. Na verdade, ela tinha nem discutido com ele sobre onde eles iriam morar depois do casamento, já que ela ainda vivia na ponte New York e Japão durante o namoro deles, mesmo que passasse boa parte do tempo na casa do agora noivo.
Ela não tinha experiência com bebês. Adorava crianças e sempre teve aquele senso de cuidado com os mais novos, mas não sabia se ela estava apta para ter uma criança ela mesma. Não sabia o que fazer, não sabia como falar sobre, não sabia nem raciocinar o que tinha acontecido. E quando em dúvida, ela sempre fazia o mesmo.
Duas folhas de papel de carta, tinta rosa salmão no tinteiro e então a pena deslizava de acordo com a voz dela, ditando aquela carta para Byul e Kuan. Era algo bem simples, praticamente um bilhete pessoal que seria mandado por Whatsapp se eles não fossem bruxos puro sangue e tivessem de fato celulares.
"Até que idade é considerado gravidez na adolescência?"
Não teria resposta tão cedo, é claro, enquanto a coruja levantava vôo e a porta de casa se abria. Kate se virou para a chegada de Akira e então a imagem dele, tranquila e distraída ao mesmo tempo, tirando os sapatos ao lado da porta e pendurando o casaco no cabideiro, antes de cruzar o olhar com o dela e sorrir da forma mais fofa do mundo formou alguma coisa no cérebro dela.
A certeza de que ela não precisava se apavorar porque ela tinha ele.
Ela tinha ele nos pesadelos no meio da noite e tinha ele quando os pesadelos eram reais e prestes a atentar contra a sua vida. Tinha ele quando precisou literalmente utilizar de dobras no tempo para estar em dois lugares ao mesmo tempo e alcançar seus sonhos. Tinha ele quando ela se permitiu explicar quem ela era e quem ela queria ser. Kate não tinha com o que se preocupar porque Akira Kobayashi estava com ela, para tudo. Depois de tanta escuridão, ele era a sua aurora.
E foi quando ela soube. Ela entendeu tudo.
O olhar dele passou para um pouco confuso quando ela não falou nada, apenas se aproximou sorrindo e com os olhos cheios de lágrimas, antes de pegar seu rosto e beijar seus lábios da forma mais amorosa e gentil que conseguiu em meio ao nervosismo. Então ela pegou a mão dele e apoiou sobre a barriga ainda lisa, o observando, um sorrisinho no rosto molhado agora pelo choro que enfim tinha recomeçado.
— Eu acho que vai ser uma menina — falou em voz baixa, antes de sua cabeça pender para o lado. — O que acha de chamarmos de Aurora?
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Notas: Essa é a parte mais pesada e longa da saga. Aqui tem estupro coletivo, estupro marital, automutilação, tentativa de suicídio, feminicídio, homicídio, tentativa de infanticídio… É uma lista muito longa de crimes, todos ligados um ao outro. Qualquer coisa, se ficar insalubre demais, eu resumo depois.
Há uma agitação sem fim da porta para fora e elas sabem que estão atrasadas, mas mesmo assim ainda continuam se arrumando calmamente em frente ao espelho. A quantidade de delineador que já passou nos olhos para deixá-los marcados é absurda, mas ainda assim ela pensa se precisa deixá-lo ainda mais puxado e ainda mais dramático, como o de Amy Winehouse. Do outro lado do quarto, sua alma gêmea segue lutando com o babyliss, deixando as curvas de seu cabelo cada vez mais evidentes e em um caimento que ela considera dramático e ideal.
— Lancaster! Lefebvre! Última chamada, ou vão deixar vocês pra trás — uma colega avisa do lado de fora, dando tapas na porta do quarto.
Um suspiro. Não tem como ficar melhor do que isso. Ela confere uma última vez o uniforme: a camisa branca sem nenhum fiapo de sujeira por dentro do vestido preto de alças grossas, emendando na meia-calça preta e no sapato de boneca. Lhe resta apenas pegar o chapéu pontudo, também preto, colocando na cabeça com cuidado para não bagunçar sua franja milimetricamente ajustada. E pronto.
— Pronta? — ela pergunta, um sorriso animado para a outra garota.
— Calma, calma — ela diz, antes de correr para a sua própria penteadeira e pegar um vidro de perfume, espirrando ele para o alto e puxando-a para ficarem as duas debaixo da nuvem de gotículas. — Pronto. Agora sim, estamos prontas.
— Você é tão extra… — ela diz, rolando os olhos, mas é uma implicância com carinho.
— É um evento importante… Se nós vamos bater de frente com os garotos daquela escola, a gente tem que estar impecável — a outra revida, finalmente as duas saindo do quarto e andando misturadas às outras garotas da escola.
— Evangeline, você quer ser mesmo a estrela do intercolegial? — ela pergunta, impressionada.
— E por qual outro motivo você acha que venho me preparando esse tempo todo, Marjorie?
Elas enrolam o mindinho de uma na outra e seguem para o ônibus que as espera do lado de fora, apenas duas adolescentes bruxas prontas para passar uma manhã fora das paredes de seu colégio rígido e tradicional.
As cicatrizes ainda eram linhas finas e brancas nas suas pernas e braços, elas nunca iriam embora e Marjorie sabia disso. Mas com um pouco de maquiagem, camisas de manga comprida, vestidos longos e em cortes estratégicos, ninguém realmente iria parar para lhe perguntar como ela tinha conseguido aquilo. Nem mesmo todos os exs que possuiu algum dia realmente perguntaram sobre elas. Homens eram obcecados pelo ideal de beleza feminina, mas principalmente com o próprio prazer e se ele fosse atendido, todo o resto poderia ficar de lado. Ela sabia disso porque ouviu do seu primeiro marido aquelas palavras.
— E você continua sendo o ser humano mais desprezível que eu já tive o desprazer de me relacionar — comenta, sentada no sofá, tomando um vinho caríssimo enquanto o quadro de Clyde Barker a olhava com desdém.
— Eu dei a você uma filha — a pintura argumenta, irritado.
— Sim, eu nunca disse que você era inútil, só que era um monstro — Marjorie rebate, com tranquilidade, até ouvir o bater na porta suave. Um olhar de alerta para o quadro o mantém em silêncio, antes que ela ajuste sua postura no sofá e deixa o olhar vagar na origem do som. — Pode entrar.
— Desculpe interromper seu descanso, Senhora Lancaster — uma de suas empregadas adentra o espaço, parecendo tímida. — O artista chegou. Com o quadro.
— Ah! Que hora perfeita! Pode dizer a ele que irei recebê-lo na sala de estar — a informa, repousando a taça de vinho sobre uma mesinha de canto, sem dirigir mais atenção do que isso.
Era a deixa para que ela partisse e deixasse Marjorie sozinha novamente. Ou na companhia dos fantasmas do seu passado.
— Seu colega de quarto chegou — anuncia, abrindo um sorrisinho para o bruxo no quadro. — Vocês vão se dar tão bem.
Existe o antes e o depois, e Marjorie está amargamente presa no depois. Ela não consegue falar com ninguém exatamente sobre o que aconteceu, não colocando em palavras, até porque na sua mente tudo foi tão caótico, embaçado e doloroso que ela não sabe sequer se consegue colocar em uma linha temporal que faça sentido. O que ela lembra é: ela e Evangeline no evento intercolegial. Elas andando juntas, de mãos dadas, quando garotos da escola vizinha perguntaram se elas queriam um refresco, afinal estava mesmo muito quente naquela tarde. E então estão as duas no chão do que parece uma clareira, e alguém segura seus pulsos enquanto mais alguém está tomando conta de suas pernas, se enfiando entre elas, e à sua direita os gritos de socorro de Evangeline são abafados de alguma forma. Quando tudo acaba, ela vê a varinha se acendendo…
Qual seu nome, gracinha?
Marjorie.
Se considere selada, Marjorie. O que é irônico, não é mesmo?
Você vai nos matar?
Não é o ideal… Não se funcionar. Nós estamos tomando algo de vocês… E dando algo em troca. Só que estamos garantindo que nunca vão conseguir dizer nossos nomes por aí.
Existe o depois. Existe a cicatriz profunda nas costas de Evangeline, um lembrete do que aconteceu, e existem as outras pelo antebraço da garota, como punição por algo que, no fundo, Marjorie sabe que não foi culpa de nenhuma das duas. Existe o corte profundo que ela mesma fez em seu braço, tentando tirar para fora aquela marca horrorosa que eles deixaram em seu corpo, que só ela enxerga, que só ela sabe que brilha por baixo de sua pele e tira um pouco de sua energia, que não é muita. Existem as linhas menores que ela mesma fez em si, tentando exprimir de alguma forma aquele aperto no peito e a vontade de destruir o que tinha sobrevivido àquela tarde em uma clareira. Existem os pesadelos, e a dor… A dor que ela carrega em seu corpo e memória para sempre.
É como se ela vivesse aquela dor sempre que está consciente.
— Ms. Archambeau? Eu preciso ir ao banheiro — Marjorie fala, erguendo a mão no ar. A professora acena com a cabeça, lhe dando passe para sair da sala e ir para o banheiro.
Talvez se ela enfiar a cabeça debaixo da torneira por um tempo, talvez isso a faça pensar em outras coisas… Talvez ela se afogue debaixo da água corrente. Talvez se ela parasse de respirar por tempo suficiente…
A porta do banheiro feminino está emperrada e ela precisa fazer força para que ela se abra. E quando Marjorie consegue, a visão que ela tem gela seu corpo inteiro, menos sua voz. Sua voz é quente, aguda e desesperada.
— EVANGELINE!
Que jaz no chão, em uma poça de seu próprio sangue, a garganta cortada, uma navalha em mãos.
A pior parte de fingir que se importa com a morte de seu marido é que era uma atuação de longa duração. O choro estrangulado quando ela vê o quadro com o rosto de Benjamin parece estranho para os próprios ouvidos, mas o artista está acariciando suas costas e dizendo que entende o quanto aquele momento é doloroso e ele lhe deseja boa sorte e uma boa vida. A equipe de criadagem a ajuda a se reerguer, tentam a convencer de que ela não precisa passar por aquilo sozinha, ao que ela responde que precisa pendurar o quadro do falecido juntamente ao de Clyde, porque era o lugar de honra dele naquela casa. Os olhares de pena é exatamente o álibi que ela precisa e que vão estar ao seu redor se em algum momento descobrirem exatamente como aqueles homens se transformaram em quadros pendurados sobre uma lareira e suas cinzas em uma caixa de mármore logo embaixo.
— Obrigada, eu resolvo sozinha daqui para frente — ela simula a distância padrão de sua voz mesclada com uma dor que ela não sente. Assim que fica sozinha novamente, Marjorie repuxa um sorriso cruel. — Então… Como é o outro lado, seu filho da puta?
É difícil dissociar a expressão primeiro amor de sua melhor amiga, ao menos para Marjorie. Talvez ela fosse mesmo o seu despertar bissexual, talvez ela fosse sua alma gêmea porque elas eram ridiculamente parecidas. Talvez ela só pensasse em Evangeline dessa forma porque se sentia culpada por não ter conseguido ajudá-la a tempo. Ou fosse porque ela achava que deveria ter morrido junto com ela naquele banheiro, uma promessa de vida e morte junto com a pessoa que passou literalmente o melhor e pior ao seu lado.
— Você fala de uma forma trágica — o homem mais velho à sua frente acende um cigarro, a encarando longamente.
Não é como se Marjorie não soubesse que era um magneto para aquele tipo, mas Clyde Barker era um cara estranho. Poucas pessoas o conheciam de fato, sabiam uma coisa ou outra sobre ele, mas seu rosto era amplamente conhecido pela comunidade bruxa ao redor do campus. O famoso “não conheço, mas sei quem é”, pairando ao redor da identidade do cara mais velho e ridiculamente alto em sua frente.
— Quando você me viu falando? — pergunta de bate e pronto, caçando um cigarro na carteira que ele tem em mãos, colocando entre os lábios.
Clayde sorri para ela, de forma quase beatífica, antes de tirar o fumo dela e lançar para longe.
— No recital. Sua poesia é trágica. Trágica demais para alguém que parece um anjo como você.
Aquela cantada horrorosa deveria a afastar, mas ela ri. Ri, porque as outras opções que ela recebeu na sua vida universitária, foi um garoto de Castelobruxo que vivia com olhos vermelhos demais para pensar, e um arrogante do Canadá que ela sabia que só queria entrar entre suas pernas. Pelo menos Clyde tem a decência de usar uma cantada que levou mais de um segundo para elaborar.
— Um anjo? Então, o que você acha que um anjo como eu pode fazer por você?
Ele olha para ela e Marjorie se sente hipnotizada. Um tempo depois, ela até mesmo cogita que realmente ele usou de hipnose para cima dela, mas não teria como provar. Porque o homem de sobretudo preto e olhos muito azuis está murmurando perto do rosto dela, a fumaça ocre de seu cigarro se dissipando ao redor dos dois enquanto cada palavra parece a envolver:
— Eu espero que você salve a minha alma.
Aos trinta anos, Marjorie nunca se levaria por promessas de um homem adulto. Ela sabe exatamente onde está e quem ela é. Mas é meio irônico como ela poderia ter evitado se colocar em risco se tivesse escutado melhor os seus instintos. Sua casa inteira é cuidada por mulheres, boa parte da redação é resguardada por jornalistas mulheres, os primeiros tutores de Evangeline eram mulheres. Porque Marjorie poderia não ter medo de um deus que era invocado toda vez que ela se colocava acima das regras que ditavam para ela, mas ela temia homens. Ela sabia o que eles poderiam e iriam fazer em uma primeira oportunidade.
— Então, o que aprendemos hoje? — ela pergunta em um tom de voz suave para a filha, que tinha chegado em casa para o fim de semana.
— Nunca atravessar a rua sem olhar para os dois lados. Conferir se os cadarços estão bem amarrados para não tropeçar — Evangeline afirma, distraída demais com sua pelúcia para realmente pensar sobre o que estavam conversando.
— E o que mais?
— Hm?
— O que mais aprendemos?
— Que…
— Que se você se perder, deve procurar alguma mulher e informar que sua mãe está a procurando. Não peça ajuda a homens. Nunca diga a um homem que você está sozinha. Nunca diga a um homem que você está perdida. Nunca diga a um homem seu nome e onde você mora — Marjorie recita, antes de virar a filha no colo, abrindo um sorriso pequeno. — É pra sua segurança, meu amor.
Durante a madrugada, Marjorie se senta ao lado do berço da filha e lê os livros antigos que tinham na casa de Clyde antes que ele morresse em um acidente trágico - ou, sabe, a forma como ela o deixou morrer depois de perceber que ele planejava sacrificar a primogênita deles. Necromancia nunca foi algo que lhe chamou a atenção e ela não entendia exatamente o apelo; as pessoas morriam e deixavam você para trás, sentindo saudades e a sensação de histórias incompletas. Usar magia para trazer alguém de volta era apenas uma mera ilusão, uma vez que algo que você perdeu nunca mais voltaria para você.
Ela perdeu sua melhor amiga na adolescência, dentro daquele banheiro escuro e nunca mais a teria de volta.
Mesmo falando diversas vezes que não era suicídio, que Evangeline nunca falou sobre querer se matar, que ela achava difícil a melhor amiga ter uma navalha em seu quarto e ela não saber, o caso foi enterrado com rapidez e vergonha pela instituição e pela família da garota. E embora Marjorie sentisse que algo de muito mais terrível aconteceu naquele lugar, era sempre ela contra todos. Marjorie contra o mundo.
— Capítulo 9, Bloody Mary — falou em voz alta, causando o ressonar um pouco incômodo da pequena em seu bercinho. — Oh, meu amor, eu sinto muito. Mamãe vai ler em voz baixa, prometo.
Ela tentou seguir em frente. Foi o que lhe recomendaram, na Miss Robichaux’s Academy, e quando saiu de lá, anos depois. Siga em frente. Esqueça o que você assistiu. Ninguém mais sabia o que ela tinha de fato vivido, ninguém sabia que ela continha um sigilo em seu braço esquerdo, tatuado por baixo da pele, sugando sua energia…
Você deve amar muito essa pessoa.
Quem?
A pessoa por quem você está sacrificando parte da sua energia vital… É isso que significa esse símbolo que você carrega aí debaixo dessa cicatriz, ou estou errado?
Inconscientemente, Marjorie desliza o indicador pelo braço, os olhos grudados nas palavras do livro antigo e embolorado. O sigilo foi desfeito por Clyde, assim que Marjorie aceitou ser “a continuação de seu legado” ou o que quer que isso significasse. Ela era tão nova e tão traumatizada que não pensou muito nisso, só queria se sentir menos doente, menos deprimida, menos… a pessoa que ela se tornou no depois.
— Conhecida como lenda em várias escolas ao redor do mundo, a Bloody Mary é um fenômeno sobrenatural que só ocorre após um brutal caso de feminicídio. A alma da vítima se recusa a deixar o mundo dos vivos e busca por vingança… — sua voz era baixa agora, uma mão embalando a pequena Evangeline, a outra sustentando aquele livro pesado na direção correta da luz.
Evangeline Barker era a continuação do legado de Clyde. Ela cresceu em seu útero como uma pequena erva daninha, colocada ali ao acaso depois de um número de tentativas espaçadas dentro daquele castelo antigo e frio que seu novo marido chamava de lar. O processo todo foi perturbador para ela, levando em conta as condições em que foi utilizada para criar o antigo selo que agora tinha deixado apenas uma marca em seu braço, mas ela se pegava se admirando no espelho, esperando aquele volume mínimo em seu ventre crescer para além de uma aparência de barriga inchada. Aquele era o bebê dela e ninguém a tiraria de suas mãos.
Por isso que ouvir que o primeiro sangue de sua linhagem deveria ser ofertado a morte lhe causou desespero. Aquele homenzinho fraco e incapaz não iria tirar dela a primeira pessoa no mundo que ela conseguiu amar desde seus 16 anos. Ela não se arrependeu de empurrá-lo escada abaixo, vários lances de escada. Marjorie amava tanto aquele bebê que ela mataria todos do castelo só para protegê-la de qualquer mal.
— Embora essas almas costumem vagar pelo local onde elas foram mortas, é possível invocá-las se chamá-las pelo próprio nome, durante um ritual — Marjorie para, olhando de relance para a filha. Não. Arriscado demais fazer isso no quarto da pequena. Então ela entra no banheiro, fechando a porta cuidadosamente. Suas mãos param sobre a pia, frias, pálidas. E ela se pega olhando para o próprio reflexo quando diz três vezes: — Evangeline Lefebvre. Evangeline Lefebvre. Evangeline Lefebvre.
Quando os olhos azuis opacos a encaram de volta, uma lágrima desce pelo rosto de Marjorie.
— Eu sabia. Eu sempre soube.
Como você prova que um grupo de alunos de uma escola de elite sacrificou você e sua melhor amiga, quase uma década atrás, para sugar sua força vital através de um sigilo? Uma era um corpo morto, enterrado como uma pessoa que perdeu a sanidade ao ponto de acabar com a própria vida, e a outra é a melhor amiga completamente perturbada que era conhecida como a mulher mais ambiciosa do The New York Ghost, Marjorie sempre soube que não tinha chances, não com as próprias palavras.
— Você foi útil, com seus contatos e com o conhecimento de perícia criminal, principalmente em casos de assassinato… Cumpriu bem seu objetivo. Até não cumprir mais — ela fala, encarando o quadro de Benjamin, à noite.
A taça de vinho em sua mão a inspira a replicar os seus ex-maridos, e ela sentia o impulso de deixar claro o quanto o despreza.
— Claro, porque nós somos apenas um meio para um fim pra você — a pintura de Benjamin replica, aquele mesmo tom de superioridade que ela reconheceria em qualquer lugar.
— Sim, você foi. Infelizmente eu esqueci disso no meio do caminho — ela murmura, olhando séria para o reflexo de seu ex.
É claro que ela sabe que as pinturas não são os próprios exs, mas ela sabe que eles são reflexos fracos da personalidade deles. E é por isso que o sorriso que Benjamin lança para ela a irrita tanto.
— Nós poderíamos ter tudo, nós dois, você sabe disso.
— Não, não poderíamos — ela balança a cabeça, a realidade a atingindo mais uma vez, a raiva ameaçando aumentar o seu tom de voz, mas ela a controla bem a tempo. — Não quando você nunca entendeu que não era apenas sobre mim.
Ele pode colocá-la em situações insalubres, não importa. Marjorie realmente não se importa se ele vai forçá-la mais uma vez a transar com outras pessoas ou apenas com ele em público, como uma forma de controle e humilhação não-consensual. Também não se importa com as vezes em que ele ameaça a segurança dela, dando soco em parede ao seu lado, espatifando uma penseira no chão em uma discussão ou a fazendo ter uma crise de nervos porque ele era tão instável demais quando as coisas não saíam como ele queria. Ela não se importa em como ele a trata como um objeto de demonstração pública, casado com uma mulher que é influente e renomada por si mesma, se fazendo importante às custas dela, nem mesmo se importa quando ele resolve dizer que ela só é uma jornalista quando ele é quem resolve os casos.
Mas ela se importa, e muito, quando sua preciosa Evangeline é esquecida por ele no parque durante o inverno, e ela a encontra às duas da manhã, sozinha, congelando, assustada, com os beicinhos azuis.
Mamãe vai proteger você.
Ela só ficou fora para cobrir um evento e então ele tentou matar sua filha.
Mamãe vai garantir que isso nunca mais aconteça com você.
Literalmente foi na primeira oportunidade que ele teve e ele tentou se livrar da pessoa mais importante da vida dela.
Mamãe vai fazer você nunca mais se sentir assim.
— Então é aqui que você quer que eu coma você? — Benjamin pergunta, um sorriso enorme no rosto, como um adolescente vivendo seu pornô favorito. — No banheiro da sua escola?
— É exatamente onde preciso que você esteja — Marjorie diz, antes de se encostar na pia do banheiro, fechar os olhos e se concentrar, como se fosse uma prece: — Bloody Mary. Bloody Mary. Bloody Mary.
É rápido. É violento. É sangrento. E é exatamente o que ela precisa que aconteça com Benjamin J��rverläinen.
— Vão descobrir sobre mim, mas vão descobrir sobre você e sobre você também — ela fala, encarando os quadros, apontando de um para outro.
— O que faz você tão confiante sobre isso?
Benjamin é desdenhoso até em sua representação em tinta à óleo.
— Porque num time inteiro de homens, há uma única mulher entre eles — Marjorie saboreia um gole de seu vinho, antes de soltar um suspiro satisfeito. — E se tem alguém que entende da fúria feminina é outra mulher.
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And I'll forget you, but I'll never forgive: Alexandria Welch notes about her divorce
Você já amou alguém a ponto de seus ossos doerem? Amou tanto que você poderia ver sua vida antes e depois daquela pessoa e saber que tudo mudou porque ela era parte dela? Já amou alguém ao ponto de se sentir sufocada com medo do que poderia acontecer se aquela outra pessoa não estivesse ao seu lado?
Engraçado, eu também não. Mas acho que quase cheguei lá com meu relacionamento com Jamie Hunt.
A gente se conheceu numa dessas formas aleatórias que a vida nos dá: meu pai o defendeu no tribunal. Tinha acabado de chegar de volta aos Estados Unidos, um diploma de honra de Hogwarts em meu malão, mil expectativas em mente, mas principalmente um plano maluco que envolvia pelo menos um ano sabático onde eu iria viver de fato pelo país que eu tinha nascido. Sem dramas, sem data para voltar, aproveitando o fato de que eu tinha me tornado a herdeira única de um tio que me adotou como sua filha amada quando meus pais viraram uma lápide fria em um cemitério de New Jersey. Era a minha chance de realmente ter memórias e conexões com o país dos meus pais, era a minha chance de ser a Alexia que ansiava por aventuras, mas nunca tinha tempo para isso porque tinha que entregar os resultados que um tio preocupado investiu em todo seu tempo e dinheiro ao me mandar para a melhor escola de magia e bruxaria do mundo.
Que desperdício de energia e tempo foi quando espiei por cima do ombro de meu último parente vivo e disse as piores palavras do mundo:
— Quem é ele? Seu novo cliente?
Jamie Hunt tinha aquele olhar arrogante que você reconheceria fácil de qualquer garoto de classe alta em qualquer país. O queixo apontando para o alto mesmo algemado, o olhar que não deixava o foco da câmera, como se desafiasse alguém a falar o que ele queria ouvir, a postura empertigada como se avisasse que iriam se arrepender muito por colocarem as mãos nele. Era tão previsível, era tão fácil de ler, mesmo que fosse meu primeiro contato com a sua existência. E ainda assim me peguei olhando para aquele padrão com curiosidade e certa atração.
— Um playboy que foi pego falsificando algumas pinturas... A família está me pagando uma nota para assumir o caso dele — o mais velho me respondeu, parecendo até mesmo entediado.
— Ele é inocente? — quis saber, me sentando ao seu lado e tomando um gole da xícara de chá que trazia em minhas mãos, querendo disfarçar a curiosidade em minha voz.
— Ele definitivamente deixou as impressões dele por todas as telas que o acusaram de falsificar — meu tio me explicou, com um suspiro. — Mas tanto faz, eu vou dar um jeito de alegar que ele não fez por benefício próprio e que ele só pretendia aprimorar sua arte.
— Entendo — murmurei, os olhos voltando para a pasta com fotos que meu tio tinha descartado e encarei aquelas fotos de novo.
E senti aquele impulso estranho de querer saber mais sobre ele.
Os Hunt eram obviamente uma cria do SoHo; não havia uma referência mais clara de um lugar onde bruxos com habilidades artísticas iriam se infiltrar em New York, se misturando a multidão que acreditava que suas pinturas se mexiam apenas quando estavam embriagados demais. E todo mundo sabia que as festas no SoHo eram as melhores, com suas batidas eletrônicas em baladas subterrâneas infiltrando pela sua pele e fazendo cada célula vibrar de acordo com a melodia.
— Alguém tem um isqueiro? — minha pergunta pareceu estourar uma bolha e de repente vários olhares caíram sobre mim.
Mas quem me interessava me olhava de cima abaixo, antes de focar diretamente nos meus lábios e na forma como eles estavam ligeiramente formando um bico mimado por causa da minha pergunta.
— Acho que tenho o que você precisa — foi o que Jamie me respondeu.
Claro que em um primeiro momento ele parecia um cavalheiro, ele até mesmo acendia meus cigarros por mim antes de acender os próprios. Ele falava sobre arte, de nomes do mundo trouxa a alguns que ele deixava escapar e eu reconhecia como artistas bruxos. E cada palavra que escapava de seus lábios vinham carregadas daquela prepotência que eu tinha visto na foto. Hunt era exatamente o que esperava dele: um rico mimado que gostava de desafiar as leis.
Um cigarro levou a um drink, que levou a dois que levou a três que levou a um "você é incrivelmente inteligente para estar aqui sozinha em uma sexta-feira à noite" que levou a um "ou esperta demais para saber quem eu encontraria aqui em uma sexta-feira à noite". Nós flertavamos sem meio termo. Nós nos beijávamos como se tivesse uma necessidade patológica de algo acontecer entre os dois. E nós transavamos como se o mundo fosse acabar no dia seguinte.
— Eu vou viajar para a Louisiana amanhã — comentei, o olhando por cima do ombro, colocando minhas roupas de volta em meu corpo como se fizesse isso todas as manhãs, dividindo uma intimidade que ainda não tínhamos. — Visitar a boa e velha magia ancestral, aprender algumas coisas sobre transfiguração com as Madames do Bayou State. Você quer vir comigo?
E era óbvio que ele ficou fascinado por eu ser bruxa também, e nossa, como ele não tinha percebido antes, e ainda bem que eu o entendia e ele não precisava usar meio termos comigo, e uau que surpresa inacreditável. Jamie parecia tão maravilhado por eu ter aparecido em sua vida que eu quis mesmo acreditar que ele estava pronto para se apaixonar por mim. Eu quis acreditar com todas as minhas forças que aquele padrão iria me comer de novo sim.
Aquele era o melhor lugar do mundo para se aprender algo. Cada canto daquela cidade parecia trazer à tona o passado sobrenatural, as ruas carregavam história e sua atmosfera assoprava encantos em meus ouvidos e eu finalmente me sentia na terra que deveria ter estado por todos aqueles anos. Às vezes lar é onde você consegue se encontrar pela primeira vez. E quando eu estava chapada demais de maconha, a cabeça de Jamie em meu colo, os olhos de ambos quase se fechando enquanto estávamos deitados no carpete daquele apartamento alugado, de repente sabia que era o lugar que poderia chamar de lar.
— Eu poderia pintar o dia inteiro — a voz de Jamie era sonolenta, mas ainda cheia daquelas vontades que sabia que arrastaria com ele para onde quer que fosse. — Eu poderia me tornar um grande artista e todo mundo saberia quem eu seria independente do meu nome. Eu poderia ser eu, sozinho.
— Você pode ser quem você quiser — respondi, antes de abrir um sorriso preguiçoso. — Eu acredito em você.
Porque acreditava. Porque eu era uma jovem de 18 anos que tinha se apaixonado pelo primeiro namorado que não era ridiculamente mais velho ou tinha graves problemas comportamentais. Porque eu tinha fumado maconha pra caralho naquele dia.
— A gente deveria se casar — Jamie falou para mim.
— Também acho — respondi, de imediato.
— A gente deveria fazer isso ainda hoje.
— Já tô com a roupa de ir.
Algumas pessoas tem uma forte larica depois de ficar chapado. Eu tive o impulso maluco de ir com meu namorado de vinte dias procurar a capela mais próxima e implorar - e enfeitiçar - um padre para nos casar naquela mesma noite. E foi assim que me tornei antes dos vinte anos Alexandria Eleanor Welch-Hunt.
Claro que a família dele odiou o fato de que ele tinha se casado com uma garota sem qualquer sangue antigo de uma linhagem que remontava aos primeiros peregrinos. Claro que meu pai se sentiu tão traído que não quis ouvir minhas desculpas, mandando um berrador para que eu soubesse o quanto estava decepcionado comigo. Claro que nós tivemos que sair de nossa hospedagem histórica e cara no Bayou para morar no primeiro buraco de rato daquela cidade, os dois sem um galeão furado nos bolsos.
— Nós precisamos fazer dinheiro, e rápido — Jamie me falou, um dia, uma semana após sermos deserdados.
— Eu me ofereci para trabalhar numa escolinha aqui perto. É um instituto trouxa, mas eu só vou cuidar das crianças...
— Não vai dar pra pagar as contas.
— E o que você sugere que a gente faça, então? Sou toda ouvidos.
Jamie me encarou por alguns segundos, abrindo a boca e então fechando. Até que a resposta veio.
— Eu ainda sei copiar obras muito bem.
A ilegalidade não era exatamente estranha para mim. Meu pai adotivo era um advogado de porta de cadeia que conseguiu nos sustentar por muitos anos e muito bem. Eu era fumante desde a minha adolescência. Por mais de uma vez eu e minha melhor amiga Alice tínhamos contrabandeado uísque de fogo para dentro do nosso dormitório e dividido com Abby em nossas noites de garotas. Pequenas infrações que não machucariam ninguém. Mas havia algo de muito definitivo em fingir que não via meu marido vender peças falsificadas na sala de casa.
O que deveria ser algo para complementar a renda se tornou a forma como nos mudamos de um cubículo para uma casa maior e então de volta ao bairro nobre. Ele era bom com o pincel e com sua magia, mas sabia que ele esperava ouvir de mim o que ele deveria corrigir para que as artes ficassem mais próximas das originais. Ele precisava de mim para sussurrar os feitiços e apontar exatamente onde ele deveria estudá-los para aperfeiçoa-los. E tão logo eu não era mais a garota que tinha viajado para aquela região para aprender magia antiga por diversão e sim a esposa de um falsificador aprendendo truques e sabedoria milenar para garantir que Jamie não fosse preso novamente.
Mas ele foi. Porque ele era fácil de ler, tanto por mim quanto pela polícia.
— A sua sorte é que esse é um caso da polícia padrão e não a MACUSA — apontei diretamente para seu rosto, furiosa. — Você tem que jurar que não vai mais me envergonhar, filho da puta!
— Eu vou mudar — ele me prometeu, com uma cara de coitado. — Eu vou ser um bom marido para você daqui pra frente.
Eu tinha acabado de completar dezenove anos. Ele tinha comemorado seus vinte e três nas vésperas de sua prisão. Era óbvio que nós dois estávamos aprendendo quem éramos naquele mundo em meio ao caos da vida adulta. E nós só tínhamos um ao outro. Como não iria acreditar naquelas promessas vazias?
Nós voltamos a New York no ano novo. Era estranho estar perto de casa e não poder alcançar quem eu sentia falta, mas aquela parte da minha vida tinha acabado e eu deveria saber. Poderia seguir em frente com o que tinha me restado, entretanto. E foi o que eu fiz.
— Por que você está tão arrumada? — Jamie me perguntou de dentro do seu ateliê, a porta aberta permitindo me ver sair enquanto ele estava preso preparando mais uma obra que ele iria enviar para algum rico que não saberia que estava sendo ludibriado.
— Noite das garotas. Com Alice e Abby — expliquei, aplicando uma última camada de gloss nos lábios e me dando por satisfeita com o resultado.
— Você me permite sentir ciúmes? — ele falou, franzindo o cenho.
Era claro que achava aquilo fofo. Era claro que algo dentro de mim se acendia. Era claro que eu achava que aquilo era carinho, cuidado. Amor. Eu era amada de volta e tudo bem que cometíamos delitos, ainda assim a gente poderia superar tudo porque eu e ele estávamos fechados em sermos um só.
— Não são só quadros, porra, é um artefato inteiro que você está criando aqui! — lançava as mãos para o alto, desesperada.
Porque agora as falsificações eram desvio de artefatos raros. Era contrabando. Na porra do meu porão, junto com meu pé de skank.
— Você quer ganhar jóias no próximo Natal, não quer? Então.
E eu ganhei pérolas naquele Natal, e as usei ao redor do meu pescoço como um símbolo que estava com Jamie naquilo até o final, mesmo que soubesse que era cúmplice agora de um crime maior e que a qualquer momento a maré poderia virar para cima de nós dois. Ele ainda me pedia ajuda em alguns detalhes, sendo melhor que ele em transfiguração com folga, mas agora Jamie se mantinha mais afastado quando criava seus projetos. Eu era apenas a pessoa que abria a porta da casa e fazia sala enquanto pessoas suspeitas desciam até o porão para comprar o que quer que Jamie tinha colocado as mãos e "aperfeiçoado".
Era uma vida perigosa e por isso tomei a decisão na avançada idade de vinte e dois anos de não termos filhos e adotamos juntos Selene, uma coruja das torres esbranquiçada, e Aurora, uma cadelinha da raça maltipoo. Eram minhas filhas e eu gastava um tempo insano envolvida com as duas, evitando pensar no que tinha virado a minha história. Uma pena que você não pode evitar o que está bem em sua frente para sempre.
— A MACUSA deu uma batida na minha casa, Jamie, eu preciso saber que porra que você fez.
— Eu não sabia que aquele artefato era perigoso, só me ofereceram um dinheiro bom por ele e eu aceitei.
Encarei aqueles olhos prepotentes e via a verdade neles. E via além, agora. Depois de cinco anos juntos, eu finalmente via algo a mais para além da beleza e dos meus sentimentos por ele.
Era burrice. Em seu estado mais puro.
— Você é um foragido da polícia bruxa, agora — me peguei murmurando, e então balançando a cabeça. — Jamie, você não pode vender nada ou vão te rastrear e prender.
O que nos levava a estaca zero, de onde começamos, sem uma fonte de renda e em uma casa enorme que não iríamos ter como sustentar logo mais. Algo precisava ser feito e foi quando a ideia de me inscrever como professora em Hogwarts surgiu. Tinha tido experiência como professora antes e eu tinha um currículo ótimo na escola. Qualquer vaga eu poderia desenrolar fácil. Fui aceita e dei a notícia a Jamie, esperando pelo menos que ele relutasse com a ideia da separação forçada. Mas o que recebi...
— Você vai levar Aurora e Selene? Porque eu não vou poder levar elas no pet shop escondido aqui dentro.
Mas éramos uma dupla. Nós nos amávamos e nos apoiavamos e era nisso que me segurava enquanto vivia dias e mais dias no novo emprego, passando por situações espinhosas como um ataque de virose bruxa e sobreviver a um ataque terrorista no centro de Hogsmeade. Mas se tinha amor e companheirismo, por que ele só perguntava quando iria enviar dinheiro para casa e não sobre como eu estava sobrevivendo àquele tempo todo?
A resposta veio através de uma carta de uma das minhas melhores amigas, Abby. "Visitei Jamie ontem, para checar se ele estava bem. Ele perguntou se eu queria transar com ele. Eu disse que não era esse tipo de pessoa. Queria contar a você antes que ele desse a versão dele e me fizesse parecer a vilã." Estava tudo ali, na caligrafia que eu reconhecia bem por ter me passado cola em todas as provas de Adivinhação. E eu achei que um coração partido iria me fazer chorar e gritar e espernear.
Mas só senti um vazio... Um vazio enorme.
— Olá, Jamie. Ou eu deveria dizer pobre coitado? — a minha carta começava assim. Ele não teria nenhuma chance de se defender.
O que me levou a uma denúncia para a MACUSA de onde ele estava escondido, assim que as férias começaram, o que nos levou ao conflito nos tribunais quando ele tentou me incriminar como sua cúmplice, o que me levou a obrigar toda a equipe de investigação avaliar cada um dos produtos e checar se tinham em algum momento sido enfeitiçados pela minha varinha. E claro que não foram. Porque eu poderia ser a pessoa realmente instruída entre nós dois, mas eu só dizia o que fazer, nunca fazia por ele. E se eram os atos que estavam sendo julgados, bem... Nenhum deles tinha meu nome neles.
— Eu quero o divórcio — Jamie rosnou para mim, enquanto o levavam algemado.
— Faço questão! — respondi, acenando lentamente enquanto ele ficava cada vez mais vermelho de raiva.
E ele era tão fácil de ler. Tão fácil de interpretar, desde o momento que eu coloquei os olhos nele, que era fácil de entender: ele não me amava de volta. Não de verdade. Não como eu merecia ser amada. Não como eu queria ser amada. Não como eu achava que alguém medíocre como ele poderia me enaltecer o suficiente e me fazer sentir a pessoa mais especial do mundo.
Isso foi num verão. Agora era inverno novamente e eu acendo um cigarro, o hábito de fumar com metade do corpo para fora da janela ainda habitando dentro de mim. Aurora e Selene tem agora uma irmãzinha, Dawn, para disputar espaço no meu quarto de professora de Transfiguração de Hogwarts. Minha conta bancária nunca foi tão rasa quanto agora. Há policiais andando pelo castelo, mas eu não tenho motivo algum para temê-los.
Você já foi amada de verdade? Amada por alguém que conhecesse seus prós e contras e achasse você genial de verdade? Por alguém que olharia seus talentos ocultos e visse nisso um fato interessante e não uma forma de se aproveitar para um fim? Você já se sentiu em sintonia com alguém por tanto tempo que acreditou que vivia algo genuíno?
Eu achei que sim, algumas vezes. Mas no final das contas, foi só impressão. Ou só estava chapada demais.
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writing dialogue is just advanced theater where you play every role and silently judge yourself as the audience.
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Matty So/Natalya Orlov, Potteriano, PWP - Porn With Plot, Colleagues to Lovers, BDSM Relationship, Collaring, Restraining Sex, Dirty Talk, Sort of Smut With Feelings, Oral Sex, Non protect sex, Rough Sex, Creampie sort of, Minors DNI.
Notas: Estou ciente que muito do relacionamento BDSM foi pulado aqui. Esta não é uma boa representação da prática e alguns elementos foram usados apenas para ilustração da cena.
Existiam duas versões de Matthew, ele poderia colocar assim. Uma versão, a mais comum, era a que era professor de Ilvermorny, responsável, com a cabeça no lugar e que tinha sido movido para a escola depois de anos e anos crescendo na Coréia do Sul; versão essa que tinha agora que descobrir como ajudar aos seus alunos que eram ocultistas, e ele nem fazia ideia do número de estudantes assim na escola, sendo revelado a ele de surpresa e sem preparo nenhum. Por sorte, ele tinha conhecido alguém que seria capaz de colaborar com ele para entender como ensinar os Min a lidar com os próprios poderes.
Natalya Orlov tinha um dos sorrisos mais bonitos que Matty tinha visto na vida. E também experiências que ele jamais pensaria que ouviria. Sempre que eles saíam juntos, ele sabia que a conversa deles seria 8 ou 80: ou ele ouviria sobre as histórias de família dela com suas irmãs e como elas sempre ficaram se implicando por causa de um empréstimo de anos atrás, em uma realidade que ele como filho único com dinheiro de sobra nos bolsos nunca entenderia. Ou ele iria tomar um gole de vodka para ajudar a descer o impacto de ouvir mais sobre como foi o processo de fuga do conflito nórdico e migração da russa para as terras coreanas. Ela era fascinante, e sua história de vida também era, e ele não sabia exatamente em que momento ele simplesmente decidiu que não iria mais apenas ser colegas de trabalho que se comiam de vez em quando, mas sabia que uma vez que aquela ideia se instalou na sua mente não poderia mais se livrar dela.
— Eu sei que parece careta e meio precipitado, mas eu queria dar isso pra você… — Matty disse a ela, em um fim de noite, após um dos encontros deles, abrindo uma caixa de jóias e estando ali dentro uma gargantilha curta, que ficaria bem justa ao pescoço de Natalya. — Tudo bem se você não quiser usar, tudo bem se você achar desconfortável. É que…
Eu quero que você seja só minha. Por Deus, ele era mesmo patético e emocionado. E possessivo, como todo dominador.
Essa era a sua outra versão, a que ele não saia por aí falando em alto e bom som porque ele sabia como as pessoas iriam olhar para ele. Principalmente levando em conta que ele não era lá o tipo físico mais conhecido por ser uma figura dominante, o que o tinha feito tolerar uma boa quantidade de comentários idiotas e sem cabimento. Então, se abrir e explicar que nem tudo era o BDSM de 50 Tons de Cinza e que ele levava muitas coisas a sério para esse estilo de vida, e a principal era consentimento, levava um tempo. Mas ele confiava tanto em Orlov, eles estavam na mesma página em tantos pontos, eles eram tão perfeitos um para o outro…
— Você quer ficar comigo? Só comigo? — perguntou, abrindo um sorrisinho de canto, meio tímido, enquanto fechava o cordão nas costas dela, os dedos tremendo sutilmente com a expectativa da resposta.
Ele estava certo em estarem na mesma página e estava mais certo ainda sobre como ela lhe complementava. Foi tão bom ver sua agora namorada consentir com adotar o estilo de vida do BDSM, foi tão bom lhe ensinar coisas sobre como o que eram os limites e como ele, mesmo sendo o dom, jamais iria obrigá-la a fazer algo que ela não quisesse ou que não fosse seguro ou que ela desistisse no meio do caminho por qualquer motivo que fosse. Matty sentia que podia ser ele mesmo com Natalya, o que o fazia ser ainda mais pateticamente atraído por ela e com mais vontade de gritar por aí que ela pertencia a ele, mesmo após ela usar um cordão com essa simbologia.
Ele queria que ela o tivesse encravado no seu subconsciente do mesmo jeito que ele a tinha.
— Em caso de qualquer desconforto, você sabe a cor que deve dizer — informou a Natalya, selando os lábios dos dois brevemente, antes de dar um passo para trás e admirar a imagem que tinha só para si.
Ele adorava shibari, achava todo o processo completamente transcendental, entretanto era cedo demais para fazer algo do tipo. Apesar disso, era tão, mas tão alucinante colocar a namorada amarrada daquele jeito sobre um móvel que se assemelhava muito a um divã, mas era bem menos estreito. Seus pulsos estavam amarrados um ao outro, não apertado ao ponto de cortar a circulação, mas em uma forma que lhe restringia os movimentos, presos acima de sua cabeça, obrigando-a a manter os braços em 45°. As pernas afastadas, os joelhos afundados no couro confortável do móvel, se mantinham assim graças a amarras que passavam por seus tornozelos, obrigando Natalya a ficar de quatro e completamente à mercê da vontade de Matty. Era inebriante.
— Você é tão, tão… bonita — o elogio saía fácil de seus lábios, as pontas dos dedos tocando a pele macia conforme os dígitos deslizavam pelas costas da mulher. — Uma coisinha obediente ao seu mestre, quando quer.
A mão direita se infiltrou pelos cabelos de Natalya, até chegar próximo da raíz, puxando os fios para trás, a obrigando a encará-lo. O rosto de Matty era carregado pela aura de poder que ele assumia a cada vez que escapava para o modo dominador. Seus olhos pareciam escurecer e seu maxilar ficava ainda mais pronunciado. Além, é claro, do sangue correndo diretamente para o baixo abdômen, o deixando cada vez mais duro dentro da própria cueca.
— Você foi realmente obediente esses últimos dias? — perguntou a ela, olhando com seriedade. — Sabe que mentir vai causar apenas em castigos para você, então não recomendaria.
O que aconteceu foram apenas pequenos desacordos, algo comum. Mas a forma como Natalya o olhou gerou aquele passo além que o fez ter uma nota mental para a próxima sessão deles. Ele disciplinava as garotas dele, e ele faria da sua namorada uma boa garota naquele dia.
— Uma pena você não ser uma boa garota… garotas boas geralmente ganham coisas muito, muito boas — seguia falando, dessa vez perto do ouvido da mulher. A mão livre deslizou pelas costas dela novamente, no sentido contrário, acertando com força a bunda dela, a fazendo se mexer contra as amarras. — Você consegue imaginar, não é?
A pergunta veio acompanhada da forma como a mão acariciava a bunda dela, com tanto carinho que parecia mesmo algo doce, ao menos até o beliscão vir e o sorriso pequeno brotar em seus lábios.
— Você consegue pensar nas coisas que eu faria com você, hm? Da forma como eu te tocaria em cada centímetro até sentir a forma como você se molha só de sentir a mais leve provocação? — os dedos dele brincavam com o cós da calcinha, descendo pela costura da peça, chegando até a virilha. — Se você fosse uma boa garota, eu faria você tremer de tanto gozar pra mim. Só pra mim.
Os dedos alcançaram o fundo da calcinha de Natalya, sentindo a umidade e tendo a urgente necessidade de cair de boca bem ali, mas se conteve. Sua garota precisava aprender a lição dela. Então colocou o tecido para o lado, acariciando a entrada dela com o mais suave das investidas.
— Um rabo delicioso como esse empinado pra mim, com uma bucetinha pingando de vontade de ser fodida. Seria uma pena tão grande não fazer nada em relação a isso, não acha? — perguntou, o dedo ameaçando a penetrar a qualquer momento, mas nunca o fazendo. Um tapa forte atingiu a bunda da Orlov, a voz dele fria novamente. — Responde, puta.
Somente depois que ela respondeu, com um gemido entremeado às próprias palavras, foi que ele continuou a rodear a entrada dela, subindo e descendo o indicador pelas dobras dela, esfregando o polegar vez ou outra em seu clitóris.
— Ah, sim, seria terrível não fazer nada, tudo porque minha vagabunda não soube obedecer. Garotas más não merecem nenhum agrado, não concorda? — comentou, a ponta do dedo entrando e então saindo, acariciando a pele nua de sua bunda mais uma vez. — Você vai deixar de ser uma garota má pra mim?
Ouvi-la dizer que sim, ela seria uma garota boa, apenas para ele, fez o seu pau latejar. Ela estava tão vulnerável, tão entregue, tão molhada… não resistiu a tentação e empurrou o quadril contra o dela, apenas para ela sentir como estava duro diante à namorada, o pré gozo deixando rastros na última peça de roupa que ainda usava.
— Oh, minha garota vai se comportar? Bem, acho que preciso testar antes — falou, um sorriso diabólico no rosto. — Não se mexa.
Os dedos encontraram a costura lateral da calcinha e então forçou para cada lado, causando assim o som agudo do rasgo que ele deu na peça, a transformando em farrapos. Agora ela estava nua, apenas a harness em seu tronco, as amarras a colocando no lugar, o cordão pendurado em seu pescoço, cintilando na luz. Matty nunca quis tanto foder alguém como ele queria foder aquela mulher.
Ajustou o corpo para ficar entre as pernas dela, as mãos segurando o quadril de Natalya, antes de dar um tapa em cada lado. A pele ficou imediatamente vermelha e ele a beijou, como quem pede desculpas, porém o ato se repetiu, de um lado a outro, até ele beijar suas dobras, seu clitóris, e então sua língua se arrastar por toda sua entrada, buscando o gosto dela para si. O gemido que ambos soltaram espelhava a vontade que tinham para aquele momento enfim chegar.
— Eu vou devorar essa buceta e você vai se comportar direitinho, ou não vou deixar você gozar — anunciou, antes de mergulhar de vez entre as pernas dela.
Ele não estava brincando ou blefando: a forma como ele chupava e lambia era de quem estava disposto a ter seu rosto tomado pelos fluídos daquela mulher. Não tinha nenhum pudor em se esfregar ali, afundando o nariz, sugando o clitóris dela em um ritmo intenso, a fodendo com a língua e então com os dedos. Matty queria que ela soubesse que ele estava mesmo disposto a se afogar naquela buceta, por quanto tempo ela aguentasse ficar naquela posição, mesmo choramingando e pedindo por mais, por favor.
— É a melhor bucetinha que eu já comi na vida, e sabe o que mais? — esfregava o clitóris dela, percebendo o quanto o corpo dela estava tenso e implorando por alívio. — Ela fica ainda melhor quando está escorrendo a minha porra.
Quando Matty tirou a cueca e esfregou o próprio pau, para cima e para baixo, bombando de leve com a expectativa de meter naquela mulher, ele precisou ordenar para que ela o olhasse por cima do ombro. Ele queria que ela visse a bagunça que ele se tornava por ela, antes de tomar os quadris femininos para si, ajustar a cabeça do pau na entrada dela e então afundar de uma única vez, arrancando o grito agudo dela e o som abafado do gemido dele, inebriado pela sensação de como ela o moía daquela forma tão absurda.
— Porra de buceta apertada, você sempre me deixa completamente maluco — falou a ela, acertando um forte tapa na bunda dela, antes de puxar Natalya para cima através da harness, a obrigando a colar o corpo no dele. — Minha boa garota, que se comportou tão bem, e agora vai ser arrombada como ela merece. — segurou o rosto dela com uma única mão, virando-o em sua direção e alcançando os lábios dela, a fazendo sentir o próprio gosto em sua língua, antes que ele mordesse o lábio inferior dela até soltar. — Empina pra mim, do jeito que você sabe fazer, e eu vou comer a minha vagabunda como ela merece.
Assisti-la se dobrar daquele jeito, afastando ainda mais as pernas para o acomodar perfeitamente, de forma tão obediente, o fez soltar um suspiro longo.
— Tão perfeita… minha putinha é tão perfeita. Minha boa garota — murmurava, os dedos deslizando e criando padrões na pele das costas da mulher, antes de agarrar o quadril dela e então, sem mais avisos, esticar longa e profundamente, retirar o pau quase que completo de dentro dela, e então entrar todo de uma única vez, impiedosamente, até as bolas se chocarem contra a pele dela. — Minha boa garota que eu vou arregaçar até vazar pra mim.
A forma como ela se alargava para acomodá-lo, a cada investida, a cada vez que ele ia até o mais fundo possível, era hipnotizante. Ali estava ela, toda aberta, a buceta tão molhada que a cada vez que a penetrava o som úmido do atrito ecoava pelo ambiente, gemendo o nome dele de forma arrastada, e ainda assim não lutando contra as amarras dela. Matty definitivamente iria ficar maluco com aquela mulher.
— Você é incrível, babe, tão, tão boa de foder, tão gostosa — os elogios escapavam de seus lábios de forma inconsciente, focado apenas em dar mais a ela, em ser mais rápido, mais feroz, mais incisivo. Os gemidos dela aumentavam de intensidade e ele se pegou puxando o cabelo dela com força mais uma vez. — Grita! Grita meu nome! Deixa claro pra todo mundo quem tá te arregaçando como ninguém mais consegue!
Aquela mulher iria levá-lo a loucura, era claro para ele. Os tremores do corpo feminino embaixo do seu, a forma como ela o torturava o prendendo dentro dela e então como ela vazou ao redor de seu caralho, não tinha como ser mais perfeito. Aquela era a definição de perfeição. Só precisou de mais algumas investidas para também se derramar ali, jatos quentes de porra a preenchendo até a borda. Ainda movia os quadris para frente e para trás, cada vez mais lentos, até parar, descansando o corpo sobre o dela. Sentia o suor frio escorrendo pelas pele e sabia que ela deveria estar cansada tanto quanto ele.
— Você foi ótima. Você foi perfeita — elogiava a namorada, desencaixando aos poucos, para então começar a soltar as amarras. — Você foi perfeita, minha boa garota.
Eles iriam entrar na fase de aftercare e ele iria cuidar das marcas avermelhadas onde Natalya ficou presa por todo aquele tempo, porém um sorriso se espalha no rosto dos dois. Relaxado, íntimo. Matty se sentia tão bem em poder ser as duas versões de si com aquela mulher que ele não conseguia se sentir culpado por ter desenvolvido sentimentos tão rápido daquele jeito.
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