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STARTER 02:

Com um sorriso no rosto, assentiu. Quando se tratava de irmãos, as coisas estavam sempre propensas a sair de controle mais rápido, e ele sabia disso por vir de um chalé onde era comum peças de robô e pedaços de metal causarem um alvoroço estrondoso, inclusive, realmente haviam, não muito tempo atrás. ❛ Tenho uma pergunta melhor. ━━━━━ E então, olhou para as duas equipes por um momento, depois voltou a olhar para o filho de Afrodite. ❛ Qual deles você acha que vai perder a paciência primeiro?

STARTER 1: ANTES da bateria 1 da parede de escalada OU do arco e flecha, você escolhe!

⭒  ๋࣭ 𖹭  ๋࣭ ⭑ ㅤㅤㅤㅤㅤa ansiedade não tinha ainda começado a atormentar sua mente com aquela competição. hoje não havia eliminação, então maxime queria apenas pontuar para sua equipe para que pudesse honrar todo o esforço do grupo nos treinos ao longo do ano. por ser um morador fixo do acampamento, as olimpíadas sempre seriam o ponto alto de seu ano; o filho de afrodite adorava os esportes mas não era uma figura tão assídua nas competições, exceto em duas categorias: arco e flecha e a parede de escalada. essa noite estaria competindo nas duas, precisava ter a mente sã para aquele desafio. “ ━━━ não é porque eu estou sentado aqui que estou nervoso, haley! já disse a você!" reclamou com a irmã sem erguer a vista, quando finalmente levantou a cabeça foi que viu que não era a filha de afrodite vindo lhe checa pela quinta vez e sim MUSE. “ ━━━ Ah! desculpa, eu achei que era minha irmã."

STARTER 2: dia seguinte a primeira bateria.

⭒  ๋࣭ 𖹭  ๋࣭ ⭑ ㅤㅤㅤㅤㅤesparramado em uma rede na área de lazer, maxime observava um jogo de xadrez dos filhos de atena. era sempre mais interessante quando havia dois do mesmo chalé porque o espírito competitivo parecia aumentar entre os irmãos. ao ver que aquele espaço privilegiado estava prestes a ser dividido, o semideus desviou o olhar do jogo para MUSE. “ ━━━ você quer apostar quanto que eles vão começar a brigar também?" a pergunta era carregada de diversão já que estava ali tempo o suficiente para ter visto briga de duas disputas já.

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O lago era um ambiente que lhe trazia memórias afetivas. Antes, quando ia até ele, era sempre no intuito de ter um pouco de paz e se perder em meio à paisagem e sua quietude, especialmente como alguém que cresceu em uma fazenda. Embora há anos fosse um habitante da movimentada Los Angeles, em seus momentos de introspecção, era bom fugir do barulho impertinente.

Seu intuito inicial era colocar os pés na água e fechar os olhos. Até então não havia notado a presença de Ira que, só realmente percebeu após ser cutucado na perna pelo filho de Apolo e sua harpa. Ah, que saudade sentia de poder escutar música. Virando-se para o filho de Ares, a expressão no rosto permanecia impassível, mas balançou a cabeça, em compreensão, sem saber se devia achar engraçado ou se preocupar. ❛ Desculpa, não precisa ir tão longe. ━━━━━ E então, se afastou, permitindo que o sol voltasse a afetar sua companhia zangada. ❛ O outono está muito frio esse ano? Não sou afetado pela temperatura.

ONDE: Lago. COM: @ open.

Toda a situação que estavam vivendo no acampamento estavam tentando estragar todos os seus anos de terapia e controle de raiva, jogando no lixo seu esforço e dedicação. Ira estava vivendo no limite, sentia que todas as amarras que tinha colocado em seu temperamento estavam frouxas e a um trisco de romperem, bastava só mais um puxão. E era por esse motivo que estava agora sentando em frente ao lago de olhos fechados, com uma das crianças de algum deus envolvido com música - que ele não se deu ao trabalho de perguntar qual era - tocando para si uma música calma e relaxante em uma harpa enquanto ele tentava meditar e sentir a natureza ao seu redor. A respiração lenta combinava com a pose de meditação que possuía, tudo estava perfeito até que sentiu uma sombra atrapalhar o sol que aquecia sua pele. Sol esse que foi cuidadosamente escolhido pelo lugar que havia sentado em uma tentativa de fugir do clima de outono. Franziu a testa, facilmente irritado. "Pô, da pra sair aí?" Finalmente abriu os olhos fitando muse, a irritação ficando cada vez mais presente em sua voz a medida que falava. "Se não eu vou ter que me matar bem aqui na tua frente, irmão." Mudou a frase, não ameaçaria uma pessoa aleatória sem motivo nenhum mesmo que seus instintos naturais falassem que sim. Mais um ponto na conta da terapia.

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Ah, ali estava o assunto que evitava tocar. Luto, para Kaito, era um dos sentimentos mais complexos e difíceis de processar e, no alto de seus vinte e seis anos, ainda não se achava preparado, mesmo que estivessem cercados de monstros mortíferos que fariam de tudo para matá-los e, em teoria, soubesse que sua vida não passaria de um sopro, tal como a de seus amigos, essa não era uma realidade que considerava o tempo todo. Então ele entendia, não só por Brooklyn, mas por ter se perdido em depressão após a morte da amazona. Contudo, assim que abriu a boca para falar sobre (falar o que sobre, é que era a questão) viu Bee desviar o assunto. Não era o ideal, é claro, mas, mesmo que quisesse salvar as pessoas, seja lá como fosse, isso nunca o tornou alguém com as palavras certas. ❛ É meu animal de estimação. ━━━━━ Disse, se sentindo orgulhoso de si mesmo ao apresentá-lo. Magma não se parecia com nenhum animal, mas era pequeno como um cachorrinho e tinha a curiosidade de um gato. ❛ Bishop o detesta, se eu fosse você, não confiaria tanto nela. ━━━━━ Era brincadeira, é claro. Entretanto, não deixava de ser engraçado como justamente Mary tinha medo daquela criatura. Quando se sentou, o colocou em seu colo, para que a amiga pudesse vê-lo melhor. ❛ É só um ajudante, temos muitos desses no nosso chalé, mas estou conseguindo deixá-lo com mais personalidade. Além de traduzir, ele também funciona como chaveiro, abridor de latas e dei a ele um canivete e um isqueiro, para emergências.

                                         EXISTEM COISAS - que não podemos totalmente enterrar. o passado se agarra de forma permanente a qualquer ação e pensamento. essa melancolia era sua e a violência também ; vinham uma acompanhada da outra, não ? devia achar uma forma de matar em si a mulher que não amava, mas como renegar seu anseio ? por um dia melhor, por mais luz dentro das partes sombrias na mente e no coração. esperança - as vezes se transforma em uma âncora, nos pesando para baixo. esperança - as vezes era como matar tempo no cemitério ; você vê tudo e todos que já passaram por esse plano da vida, mas não consegue acreditar que será o próximo. até que é seu nome da lápide, até que seja - suas pessoas amadas chorando ao redor de um túmulo. beatrice não queria morrer, não queria aceitar que um dia iria, e era desta forma que sua esperança lhe agarrava pela garganta e dizia : ' mas é assim que vai ser ' . o que ela faria então ? deixaria sua esperança em cima de uma cova das coisas tolas quais já acreditou ? não podia. não iria.

                                          ❛ brook está morto. ❜ disse simplesmente, fitando o amigo e depois seu novo projeto, que sem querer lhe arrancou um sorriso singelo. esse era o poder do herói, ela supunha - ele trazia aquela luz que ela não sabia como alcançar dentro do bolso. sim, era distante as vezes, mas bee jamais confundiu por indiferença. apenas sentar na sua mesa de trabalho, dividindo espaço , quietude e as vezes alguns morangos que ela havia colhido, faziam a filha de fobos se sentir livre. feliz como muito não se sentia.  ❛ quem é esse carinha ? ❜ tentou mudar o tópico, se afastando levemente para que ele se sentasse perto dela na cama, batendo no espaço vazio no colchão para que o filho de hefesto tomasse como seu lugar.

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Não se importava em dar explicações, especialmente por seguir o mesmo código de conduta de sempre: todos são inocentes até que se provem culpados. Apontar dedos para os interceptados apenas pelas circunstâncias de sua chegada caía no mesmo buraco de terem apontado dedos aos filhos da magia, não? Por isso, no que pudesse ajudar, tentaria. Olhando para Kieran, tentava se recordar qual a última vez que o tinha visto. Já fazia tanto tempo. Mas, bem, Kaito nunca foi alguém que conseguiu manter contato por tempo o suficiente, portanto, apesar da familiaridade, ainda existia uma formalidade usada com aqueles com quem não tinha tanta intimidade. ❛ Foi por causa do grimório. Estávamos com o grimório dela. ━━━━━ Respondeu, verbalmente, embora os sinais lhe acompanhassem também. ❛ Ela provavelmente canalizou a magia dele e conseguiu acessar os semideuses mágicos. ━━━━━ Pelo menos foi o que entendeu da história inteira. Podia não ser mágico, mas, do entendimento superficial que possuía, era o que fazia mais sentido. ❛ É interessante, não é? Como você consegue colocar sua essência em objetos. Apesar de ter sido uma das piores experiências que passamos nos últimos meses, a maneira como foi feita me impressionou um pouco.

Já fazia um mês que havia chegado, mas estar no acampamento novamente depois de tantos anos trazia uma sensação agridoce. Parte de si estava aliviado de que aquele lugar estava inteiro, seus antigos amigos estavam bem e que seus sonhos, ou parte deles, foram reais, mas eram problemas já resolvidos. Ainda estava tentando tudo o que aconteceu por ali naqueles meses. O pior: havia acontecido um chamado do qual não recebeu, ou não foi convidado. Porém mais lhe preocupava já que havia um sonho especifico que lhe trazia preocupação. Para além disso, também existia o fato de que não pisava na colina meio-sangue fazia muitos anos. Precisava confessar, não havia sido nada leal com sua segunda família por ter focado mais na vida mortal. Claro, manteve contato com alguns esporadicamente, mas poderia ter se esforçado um pouco mais. O que o deixava meio sem graça de estar ali, como se não bastasse os olhares desconfiado dos demais com a chegada do seu grupo. ❝ ― Então você está me dizendo que Hecate possuiu alguns campistas e os forçou a fazer coisas para ela? Não parece muito logico na minha mente ela simplesmente ter chegado aqui dessa forma. Como isso aconteceu? ❞ — Perguntou ao ergueu a cabeça e encarar MUSE que parecia falar consigo, mas acabou divagando rapidamente para seus pensamentos tentando entender todo aquele quebra-cabeça.

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Aquele era um pedido que não recebia todos os dias. Era verdade que possuía um temperamento calmo, especialmente centrado e racional e, se fosse honesto consigo mesmo, Kaito não conseguia se lembrar de um momento em que se comportou diferente disso. Até sua raiva parecia sempre comedida, nunca um problema de verdade para as pessoas ao seu redor. Analisando a figura da outra, imaginava que, apesar de ambos serem semideuses, provavelmente o rumo de suas vidas era o diferencial modelando suas personalidades, contudo, nenhum trabalho era impossível. ❛ Claro que eu posso ajudar. ━━━━━ Concordou, oferecendo um sorriso polido, educado. ❛ E muito obrigado por falar devagar, ajuda minhas lentes especiais a processarem o que você diz. ━━━━━ Limpando as mãos e oferecendo uma das cadeiras para Izzy, parou para pensar por alguns segundos acerca das informações iniciais que tinha coletado. ❛ Sua filha veio com você para o meio-sangue? ━━━━━ Imaginou que era uma boa pergunta, mas também havia questionado por uma preocupação pessoal com o bem-estar de todas as crianças do acampamento. Ter uma mãe semideusa no mesmo lugar provavelmente era uma experiência que quase ninguém ali tinha, apesar de ser algo natural no Júpiter, que foi o que constatou no pequeno intercâmbio que fez em terras romanas. ❛ Não vou mentir e dizer que existe um truque para... Ser calmo, mas eu aprendi muitas coisas durante o meu treinamento, no mundo mortal, que me fizeram amadurecer, especialmente diante de conflitos. Sempre fui quieto, mas nem sempre soube como eu deveria me comportar em situações hostis, ou diante de algo que me incomoda. ━━━━━ Imaginou que oferecer um pouco de sua perspectiva poderia ajudá-la a se sentir um pouco melhor. Ele também não gostava de se expor, sabia que era difícil. ❛ Sei que você foi treinada também, claro, mas devem ter sido treinos diferentes. ━━━━━ Complementou, enquanto brincava com um pedaço pequeno de chumbo nos dedos agitados. ❛ O que normalmente tira a sua paciência? E por que tira a sua paciência? Pode me exemplificar?

O fato de ser caçadora fazia com que as pessoas sempre conhecessem seu rosto. Alguns sabiam seu nome, sua história, até mesmo sua fama, mas esperava que o filho de Hefesto não fosse um dessas. As pessoas que sabiam costumavam ter medo ou julgá-la. Observou Kaito se virar, notando os gestos precisos e a forma como ele falava. Ao perceber que ele estava utilizando a língua de sinais, levou um instante para compreender. Seus olhos estreitaram por uma fração de segundo, antes de ela rapidamente ajustar sua expressão. Tinha ouvido falar que ele era uma pessoa centrada, calma, e se ele estava ali, pacientemente envolvido em seu trabalho, talvez fosse verdade. — Não se preocupe, eu cheguei há pouco. — Garantiu, falando mais devagar esperando que ele pudesse compreendê-la. — Eu não sabia, me desculpe. Precisa que eu fale mais devagar? — Perguntou, tentando movimentar a boca de uma forma que ele pudesse ler os lábios, se fosse preciso. Infelizmente, linguagem de sinais não era o seu forte, mas ela tentou logo em seguida. — Eu vou ser direta. — Como sempre era, afinal. Movimentava as mãos em asl enquanto falava, embora nem sempre os sinais que fazia tinham algum sentido com o que dizia. — Ouvi dizer que você é uma pessoa tranquila, centrada. — A voz dela saiu um pouco mais dura do que pretendia, mas era sua natureza. Ao menos ele não podia ouvi-la. — O que é muito diferente do que eu. Sou uma cabeça quente. Impulsiva, esquentada e, honestamente, isso não está me ajudando em nada. Tenho problemas com algumas caçadoras, em missões, e... — Suspirou. As mãos ainda se movimentavam enquanto falava, uma palavra ou outra deixando de ser dita com as mãos pela falta de conhecimento, mas esperava que ele pudesse compreendê-la. As palavras saíram com mais suavidade, refletindo a vulnerabilidade que raramente deixava transparecer. Isabella respirou fundo outra vez, desviando o olhar por um momento antes de voltar a encará-lo. — Enfim, ouvi comentários pelo acampamento. Sobre um tal de Kaito, filho de Hefesto, e como ele é centrado, maduro, e como lida bem com conflitos. Queria saber se você pode, sei lá... — Ergueu os ombros, como se não estivesse falando nada demais, embora estivesse prestes a fazer um pedido importante. — Me ajudar? A ser mais tranquila e tal. — Cruzou os braços, completamente incomodada por estar sendo tão aberta. — Preciso ser uma pessoa melhor, para mim e... para a minha filha. — Ela hesitou antes de mencionar sua filha novamente, mas sentiu que era importante ser honesta. Isso era algo que raramente fazia, e estar ali, pedindo ajuda, era algo que a deixava desconfortável. Contudo, era necessário. E, se alguém poderia ajudá-la a mudar, talvez fosse Kaito.

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A justificativa de Gigi apenas tornava as coisas mais interessantes, afinal, qualquer pessoa que gostava de robôs possuía algo em comum com ele, do qual poderia falar por horas. ❛ Você gosta de ficção científica ou só de robôs? ━━━━━ Considerava uma pergunta importante, especialmente se, sem querer, acabasse se empolgando em recomendações e conceitos. ❛ Essa é uma preocupação que eu vejo bastante, sabia? Não estou dizendo que é impossível que um robô mude de lado, mas, bem, sempre é possível desativá-los. ━━━━━ Além do mais, confiava muito na habilidade que possuía, tanto quanto nas habilidades dos irmãos. ❛ Mas eu não pretendo criar nenhum grande, seria muito difícil na fase de testes, o acampamento já sofreu danos estruturais o suficiente. ━━━━━ E, felizmente, estavam se reerguendo, embora fosse igualmente absurdo que tivessem que fazer isso tantas vezes. ❛ Você quer que eu te mostre os outros modelos que eu tenho feito? Não seria um problema, e, talvez, se você encontrar algum que goste, posso perguntar se tenho permissão para te dar quando estiver completo.

o sorriso em seus lábios tornou-se mais largo diante das palavras do filho de hefesto, contente que sua maratona de filmes nerd tivesse servido para alguma coisa além de diversão. “ fui convencida a assistir por causa dos robôzinhos! ” sentiu a vontade de confessar, pouco importando se aquela era uma informação relevante e interessante para o homem. “ talvez seja melhor não deixá-los tão sábios e espertos, né? sei lá, vai que eles mudam de lado! mas nos filmes, existe um exército de droids também... e eles eram meio burrinhos, na verdade ” continuou com o seu falatório, nitidamente pensativa com o paralelo traçado entre os filmes e a realidade. “ claro que sim! a lola era uma amiga, além de muito útil! bem pequena, parecia até uma pequena nave e abria duas asas na parte traseira! tinha até uma lanterna ”

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Poderia provocá-la, ser implicante ou brincalhão, contudo, sua natureza era amena demais para isso. Mesmo quando o fazia, logo em seguida desmentia o que havia dito, portanto, no lugar de concordar que ela era uma presença estressante, apenas deu risada e negou com a cabeça. ❛ É no máximo engraçado, e um pouco aterrorizante, mas nunca me irrita. Na verdade, é sempre bom ter uma curiosa no bunker 9, você sabe a pessoa que eu sou de verdade quando eu estou lá. ━━━━━ E Kaito realmente amava poder conversar sobre suas armas tanto quanto amava quando Veronica podia explicar ou demonstrar sua magia para ele, afinal, era eternamente fascinado pelos mistérios dessa forma de poder, além de agraciado pela presença de sua bruxa favorita. Favorita em geral. Uma de suas pessoas e com quem dava certo sem qualquer esforço, mesmo que tivessem temperamentos tão diferentes. Toda a questão de se completarem entrava nisso também, se pensasse mais a fundo, opostos complementares perfeitos. ❛ Imagino que me sentiria assim na presença de Atena, sabia? Eu a acho fascinante, adoraria que ela esfregasse conhecimento na minha cara por horas. ━━━━━ Uma confissão extremamente boba, contudo, existia o início de um rubor no rosto, justamente por ter notado como soava absurdamente como uma crush. E em uma deusa? Que vergonha. ❛ Percebi agora que, em todos esses anos, eu sempre falei de Atena como se estivesse apaixonado por ela. Minha nossa. ━━━━━ Confessou, de certa forma, incrédulo. Mas era sempre assim, fossem deusas inalcançáveis ou amores reais: ele demorava a perceber.

Erguendo as mãos para se esquivar do julgamento, o ato apenas o fez rir. ❛ Você se sentiria assim se fosse lá. ━━━━━ Nem ele acreditava nisso, embora imaginasse que ela ficaria sim interessada por algum tempo. ❛ Ah e, retomando o que você disse, porque eu me distraí, mas você ficaria sim muito poderosa. Você já é uma bruxa muito talentosa, Ronnie, seria um perigo para a sociedade. ━━━━━ Concluiu, espirituoso. A menção ao filme conseguiu distraí-lo, a encarando por alguns segundos antes de rir, mais uma vez. ❛ Você é fã de Before Sunrise? ━━━━━ Ali, adentrava em um terreno diferente, uma faceta sua que dificilmente via a luz do dia. Afinal, Kaito era sim o filho do deus dos ferreiros, mas também era filho de Mio Aoki, e, sendo a única criança dessa super atriz hollywoodiana, não escapava de seu amor por filmes. ❛ Isn't everything we do in life a way to be loved a little more? ━━━━━ Citou, olhando-a pelo canto dos olhos, uma confissão.

Diante da flor, e, encarando os ditos olhos azuis, Kaito pensou que sua comparação era a coisa que mais fazia sentido ali. Uma flor encantada e mágica, para alguém cuja magia fluía pelas veias de maneira tão natural quanto respirar. Vai ver é por isso que seus olhos se destacavam mais que os de qualquer outra pessoa. Por isso mesmo, concordou veemente que procurassem por uma das filhas de Circe, afinal, além de toda a coisa sobre suas propriedades mágicas, também achava que Veronica merecia ter algo que era tão sua cara por perto, reservando alguns segundos apenas para olhá-la com afeição. ❛ Você pode pedir, eu vou apenas balançar a cabeça, acho que assim temos uma chance maior de conseguir levar uma delas. Qual será o nome? A espécie? Vai ser estranho cuidar de algo orgânico. ━━━━━ Esboçou uma careta, tornando-se pensativo por um momento. ❛ Quer dizer, ela vai ficar com você com toda certeza, não sei porque eu disse isso. ━━━━━ A ideia de cuidar de algo vivo, na verdade, era assustadora e havia se deixado levar por um impulso. Entretanto, realmente se sentia inclinado a fazer dela um projeto que teriam juntos. ❛ Veronica, você aceitaria um ferreiro sem nenhuma experiência tentando cuidar de uma planta com você?

                                   Notou como sua fala deixou Kaito pensativo, ou hesitante? Não tinha certeza, sequer tinha como saber. Veronica se considerava alguém boa em ler pessoas, precisou melhorar nisso para levar algumas vantagens, e acreditava que usava essa habilidade para o bem, quando se tratava dos amigos. Era observadora, e prestativa, quando havia um carinho envolvido, porém, Kaito se provava ainda mais fora de seu escopo. Não sabia decifrar os olhos castanhos tão bem quanto gostaria, e ela gostaria muito de decifrar ele inteirinho, só que, apenas querer não parecia ser o bastante para destravar qualquer uma das barreiras que restavam com Kaito. Ela deveria apenas ser grata pela forma que se aproximaram, e se tornaram tão cúmplices, próximos... E ela novamente tentava censurar sua mente. ❛ É verdade, estudamos sobre esses lugares, nos contam em histórias... Mas estar pessoalmente, é completamente diferente. Somos sortudos mesmo. ❜ Riu divertida ao notar como o elogio parecia ter afetado o amigo, ele estava acostumado e sabia que ela não pararia de verdade, então ao menos, se tranquilizou sobre isso: Não poderia e nem queria mudar a forma como as coisas aconteciam entre eles. Estavam em um momento tão delicado, que qualquer ideia, além de sobrevivência e preservação, era fútil e ingênua. Mas por Hera, como ela sentia falta de poder ser fútil e ingênua. 

                                   " A gente se completa. " A frase ecoou na sua cabeça de forma que fez o seu coração acelerar e um sorriso iluminar o rosto da semideusa, sem convite ou chamado, tão pouco pode reprimir o impulso. Sabia que não era no sentido que ela gostaria realmente de ouvir, era no sentido que já sabia que existia, algo que ela já acreditava, mas que era reconfortante ver reciprocidade. Amigos, berrou em sua mente, vocês são bons amigos. ❛ ah... Viu, no fim vale a pena todo o estresse que passa comigo bagunçando sua oficina. ❜ Sabia muito bem como costumava ser irritante, mas Kaito era sempre paciente com ela, lhe ensinava e evitava que ela se machucasse quando o tédio a fazia mexer em absolutamente tudo que chamasse sua atenção, e que mesmo sabendo como isso poderia ser um problema, era o seu jeito, e ele parecia, apesar de tudo e de todas as diferenças, entender. Manteve o sorriso no rosto, talvez pudesse admitir que apenas aquela fala, já tivesse feito ela ganhar o dia. — Como se não se sentisse assim, apenas pelo passeio pelos jardins. — Penteou os cabelos loiros para trás com a ponta dos dedos e moveu os ombros de forma quase modesta. ❛ Ela é bem fascinante, 'pra ser sincera. Não sou a maior entusiasta de deuses, admito, mas nunca estive na presença de nenhuma criatura que tivesse tanto conhecimento, e fosse tão perceptível. ❜ Não estava sendo bajuladora, ainda que Circe oferecesse uma proposta vantajosa, não ignorava que dificilmente era uma generosidade legítima. ❛ Acho que um tempo aqui poderia me transformar em uma semideusa mágica foda 'pra caralho. ❜��Ainda que tivesse um tom brincalhão, não parecia de tudo ruim a ideia de ficar em um paraíso tropical como aquele, e ainda se superar em suas capacidades. Parou de andar e ergueu uma sobrancelha para ele, o sorriso mínimo no canto dos lábios apenas complementava a expressão descrente em como podiam ser diferentes. ❛ Tá me dizendo que seu lugar favorito de um resort com Spa é uma sala de máquinas cheia de trabalho? Entendi, você leva workaholic pra outro patamar, sabe disso, né? ❜ E deixou claro, que ainda que implicasse, não era um julgamento, apenas... parecia mesmo com o filho de Hefesto isso, e era adorável, a sua maneira. 

                                   O riso ainda que a contagiasse, lhe fez fingir surpresa. Ele estava certo, mas estava apenas sem ideia de quão decidida ela podia ser em distorcer a realidade. A devota de Hera apenas acenou concordando, mantendo sua posição. ❛ Se Circe não queria que ficássemos cheios de ideias, devia tomar cuidado em fazer uma ilha tão bonita. E é aquilo, se eu apenas pensar, fanficar na minha cabeça que estou em um filme romântico do Richard Linklater, como isso poderia ofender ela? Não pode. ❜ Defendeu seu ponto, Veronica não estava fazendo nada de errado, e nem pretendia, conseguia respeitar o ambiente em que estava, porém, se era alguém visual, aquele era com certeza um cenário para permear sua memória por muito tempo. ❛ oh... É, acho que infelizmente tem razão... Melhor você fora, do que como um porquinho-da-índia aqui, pelo menos. ❜ Os homens estarem ali em segurança já era um verdadeiro ganho, outra oportunidade dessas parecia irreal até para Ronnie esperar. A exclamação chamou sua atenção, e seguiu curiosa até onde ele olhava. Piscou após ler a mensagem em ASL que Kaito fez, se não tivesse ouvido também poderia dizer que entendeu errado, mas não foi o caso... Um rubor leve e incômodo tomou seu rosto quando se tornou consciente demais da atenção dele. Correspondeu ao sorriso, sem uma resposta engraçadinha ou confiante agora, apenas a inquietação que cada vez parecia mais recorrente com Kaito. Não era nada de mais, seus olhos azuis e uma flor azul, não precisava de mais uma chama de esperança para desistir de vez da ideia de que talvez não fosse só amizade o que sentia por ele agora. ❛ Você sempre pode se meter em assuntos mágicos, alguém me disse que somos uma boa dupla por isso. ❜ Empurrou-o com o ombro, tentando soar apenas implicante e se divertir, apesar de todas as borboletas que pareciam dançar em seu estômago agora.  ❛ Podemos ver se conseguimos uma muda dessas com as filhas de Circe. Não podemos roubar, mas pedir não vai arrancar pedaço, né? No máximo podem negar, mas acho que não vão negar. Ainda mais se dissermos que vamos usar para uma poção. ❜

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Existia uma forma muito particular de se portar diante de todas as coisas. Kaito era uma pessoa que, normalmente, não se importava com a opinião de outras pessoas, entretanto, vinha carregando o peso daquela cicatriz fazia tanto tempo que, de certa forma, qualquer olhar direcionado a ela se convertia na voz no fundo de sua mente frisando de novo e de novo como havia falhado. E, para o seu bem e o bem de todos que se importavam com ele, não poderia simplesmente deixar que isso acontecesse. O motivo de mostrá-la a Natalia era esse e, estando em uma posição tão vulnerável, atentou-se a qualquer mínimo sinal de julgamento. Ele sabia que não haveria um, e que quem se julgava era apenas ele mesmo, contudo, seu racional e suas emoções iam para caminhos diferentes. ❛ Irada? ━━━━━ Questionou, e o riso que soltou foi por estar incrédulo. Ao seguir da conversa, assentiu com a cabeça, a imagem mental surgindo à mente do fatídico dia. ❛ Leão de Nemeia. ━━━━━ Respondeu, e, depois, fechou-se em quietude para prestar atenção na amiga. ❛ É impressionante que tenha sobrevivido. ━━━━━ Respondeu, realmente surpreso ao tentar imaginar algo assim. A dor das garras do leão quase o fez desmaiar, imagine estar em tanta desvantagem e, mesmo assim, conseguir se virar? Estava certo quando julgou que a força de Natalia era um de seus destaques, apenas não sabia o quanto. ❛ E, bom, não sei como deuses devem se sentir, mas nos últimos anos nossa taxa de mortalidade diminuiu, e no fim, o que importa é isso. ━━━━━ Arriscou, tentando deixar nas entrelinhas que nada deviam aos deuses e era realmente uma vitória estarem vivos.

Conseguia se sentir mais confortável na própria pele agora, em especial após a filha de Hécate ter sido a primeira a falar sobre sua cicatriz que, tal como a dele, havia sido extremamente dolorosa. ❛ Ele não fez só isso, sabe? ━━━━━ Começou, após respirar fundo. ❛ Também me tirou isso. ━━━━━ Apontou para ambos os ouvidos. ❛ E, bem, tirou uma vida que estava sob minha responsabilidade, além de me roubar de toda uma vida construída nos últimos oito anos. Aquele maldito leão. ━━━━━ Havia uma raiva muito bem delineada no tom de voz, do tipo que não era comum escutar vindo justamente dele, sempre tão calmo. ❛ Mas, talvez eu deva pensar nisso de forma mais positiva. ━━━━━ Concluiu, e sabia que o caminho até a aceitação era longo. ❛ Pensar mais como você. ━━━━━ Concluiu, oferecendo um sorriso amigável e genuíno.

Atento à Natalia, concluiu que era melhor que ela fosse na frente, de fato, pois podia mantê-la em seu campo de visão e ajudar de maneira mais efetiva caso ela precisasse. ❛ Podemos tampar a entrada com uma armadilha. Acho que consigo pensar em algo engenhoso, provavelmente com algum chamariz, que vai garantir que realmente haja uma queda. Pensei em um tesouro falso. Na bolsa, eu tenho um baú, mas está cheio de pregos. ━━━━━ Começou a maquinar mais a fundo a ideia enquanto Natalia escalava e, quando chegou sua vez, aceitou a ajuda prontamente. ❛ Um pouco, mas tenho experiência com escaladas. ━━━━━ Mais do que gostaria, inclusive. Utilizando a mão para se impulsionar, realizou a subida de forma ágil, para não desgastar sua companhia mais do que o necessário. ❛ Obrigado. ━━━━━ Agradeceu, de forma polida. E então, analisou o novo ambiente com um nível renovado de empolgação. ❛ Em breve vamos chegar na minha parte favorita: a montagem.

Parando os passos, Natalia analisou as marcas, seus olhos percorrendo toda a extensão por pura curiosidade. O tom que ele havia usado para alertá-la foi intrigante. Que história aquela cicatriz teria para causar aquele misto de embaraço no semideus? Na vida que ambos levavam, era natural terem marcas, que, ao menos, contariam uma história. A filha de Hécate não tinha muitas, mas as poucas que sustentava pelo corpo, principalmente aquelas nas costas, eram um lembrete diário de que jamais poderia falhar novamente ou se deixar abater por pouca coisa. Voltando a fitá-lo nos olhos, Natalia ofereceu um sorriso complacente, uma mão indo até o ombro do amigo, apertando-o delicada e gentilmente. Cada semideus carregava seu próprio martírio, assim como viviam e escreviam suas histórias, cada um à sua maneira. Ela jamais poderia julgá-lo, e pela forma como havia reagido à exposição, ela custaria a encontrar ou tentaria escolher as melhores palavras para perguntar sobre o assunto, sem invadir espaços que não lhe diziam respeito. Alimentar aquela relação tão inesperada, seguindo o curso natural do conforto e dando tempo ao tempo, era uma prioridade, e Natalia não arriscaria ultrapassar limites. "Uma cicatriz... irada," ousou dizer, deixando que uma breve risada escapasse, enquanto levava a camiseta até a cintura, amarrando-a ao redor da cintura. "Pela forma como estão alinhadas... monstro, certo? Alguma criatura com forma animal?" Talvez, compartilhar sobre as suas próprias cicatrizes o deixasse um pouco mais relaxado. "Tenho três. Três enormes marcas de unhas nas costas. Titã. Não era tão gigante, mas grande o suficiente para me pegar desprevenida, me agarrar pela cintura e, pronto, fincar as unhas nas minhas costas sem pudor algum." Instintivamente, ela levava a mão livre até as costas, um hábito que ocorria sempre que lembrava. "Parecem meias luas em seu formato mais perfeito. Doeram tanto que achei que aquele maldito iria me partir ao meio... Mas aqui estou eu! Sobrevivendo, firme e forte. Vivendo a idade perigosa, hm. Os deuses devem ficar desgostosos em verem tantos filhos mais velhos... E é melhor eu parar com a conversa, não é?" Incitar a fúria de um deus com uma piadinha fora de hora ou um presente misterioso? Natalia não queria nenhum dos dois.

"Eu adoraria mostrar a você. A maioria está sem rosto, mas vai ser legal tê-lo como minha primeira obra finalizada. Kaito, com rosto." Mais uma vez, entregando-se à risada, Natalia levava as mãos até a barriga, jogando a cabeça para trás, deixando que o divertimento e a leveza do momento entre os dois definissem o tom. Apesar dos avisos, o cérebro da semideusa parecia funcionar de outra forma, especialmente quando estava distraída demais para notar o caminho à frente. Uma pedrinha em falso... e ela quase foi ao chão. "Caverna?" disse rapidamente, tentando assumir uma postura mais séria. Estava ali para ajudá-lo e não para atrapalhar. Firmaria-se naquele pensamento sem precisar irritá-lo com mais desvios de atenção. "O solo é escorregadio? Poxa, você tem razão." Seriam os chinelos? Natalia ficou descalça, preferindo confiar na textura da pele do que no plástico dos solados fabricados. "É bem provável haver uma entrada do mar para a superfície, mas deve ser coisa pequena..." Haviam chegado à parte que antes temera: escalar. Não seria um problema claro, além do pequeno grau de dificuldade que as pedras lisas forneceriam. Natalia impulsionou-se para cima, conseguindo subir com sucesso, sem transtornos. "Vem cá, não é pesado, certo? Pega na minha mão, que eu te puxo!"

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Com um sorriso receptivo, concordou com a cabeça, observando a lâmina com atenção. Não eram parecidos em personalidade, mas conversar e se dar bem com Diego foi uma adorável surpresa e, desde então, conseguia ser mais receptivo com ele do que era o seu padrão. ❛ É fácil de resolver, não precisa ficar com o coração pesado. ━━━━━ Respondeu, com uma expressão analítica, mas ergueu-se do novo objeto de trabalho para assegurá-lo de maneira mais convicta, com contato visual. Era um pouco estranho, na verdade. Porque, mesmo que soubesse como resolver aquele tipo de dano por experiência adquirida, sentia que seu conhecimento estava mais amplo, de uma maneira nova. Vai ver estava passando tempo demais nas forjas? Provavelmente. ❛ Não precisa caçar ninguém por isso, Diego. Mas, aqui entre nós, se quiser caçar o Kit por qualquer outro motivo, vou achar engraçado. ━━━━━ Existia resquícios de diversão na voz. Não costumava ser o irmão implicante, entretanto, fazia exceções se tratando do mais velho, já que ele também o implicava. ❛ É mais visual do que funcional, eu vou restaurar esse pedacinho e ela vai ficar novinha em folha hoje mesmo. ━━━━━ Explicou, procurando pelo pequeno robô que era seu ajudante no bunker 9, e pedindo pelas luvas e o óculos de proteção. Magma o olhou com seus grandes olhos laranja e assentiu, indo atrás do equipamento de proteção. ❛ Pode ficar à vontade. Se quiser, pode olhar os outros projetos em que eu estou trabalhando também. Nem todos são armas, porque andei me afeiçoando à armadilhas e autômatos, mas tenho alguns consertos mais complexos pra fazer essa semana também. Se você notar, tem gente muito pior do que você nesse quesito.

bunker 9ㅤ comㅤ @kaitoflames

Retirando o bracelete do braço e apertando-o em seguida, como sempre fazia para vislumbrar sua adorada katana, Diego o colocou sobre a bancada diante do filho de Hefesto. Como grande admirador da cultura japonesa, ele podia se perder por horas em qualquer detalhe ou curiosidade que tivesse aprendido durante os mais de três anos de residência no Japão. Com Kaito, o filho de Deméter sentia-se à vontade para isso. Antes, via-o apenas como um estranho: o irmão esquisito e calado demais de seu melhor amigo. No entanto, após algumas horas de conversa, quando precisou de reparos em sua arma na ausência de Kit, Diego se viu envolvido em uma troca inesperada com Kaito, utilizando a língua estrangeira que ambos dominavam. Era como compartilhar um pedaço de seu lugar favorito com alguém. Uma conexão inusitada... Tudo por causa de sua estimada katana. "Acho que há um pequeno arranhão na lâmina e preciso que você cuide disso. Mas sem pressa, Kaikai." Ele passou os dedos pela superfície afiada, identificando o local que acreditava estar danificado. "Se estiver mesmo danificada, vou atrás de quem me deu de presente e caçá-lo, literalmente. É ferro estígio! Isso não pode estar acontecendo, certo? Me diga que há uma solução. Se não for você, será o Kit, e estou disposto a incomodar os dois até que minha arma esteja em perfeitas condições."

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Deixar ir sempre seria difícil para ele. Era difícil com amigos, com familiares, com lugares e, especialmente, com memórias. A dor dos últimos meses e o isolamento provavam isso, pois, para Kaito, saber que não teria mais sua vida antiga, a vida pela qual lutou todos os dias durante os últimos oito anos, o despeda��ou. Foram necessários dois meses inteiros para se recuperar, apenas para constatar que, mesmo estando ali alegando melhora, havia perdido uma parte sua que jamais teria de volta. Algo que morreu junto com a amazona que não conseguiu salvar.

Estava acostumado, dentro do possível, a todos os dias, nos momentos mais aleatórios, se recordar de Little Tokyo. Dos amigos bombeiros. Dos vizinhps barulhentos. Das visitas que recebia, de irmãos e amigos. Ou das que fazia. Bishop, Love, Brooklyn, Nari. Alguns desses estavam com ele ali, embora os dois últimos, não mais. A perda de Brooklyn o doía imensamente, contudo, o peso da responsabilidade o fez desviar os olhos daquela ferida. Quanto à Nari... Bem, com ela, ele não saberia dizer. Ela era uma parte grande de sua vida artificialmente mortal e alguém que não retornou ao acampamento. Para Kaito, apesar de dotado de extrema teimosia, só podia assumir que estava morta.

E foi assim que permaneceu, tinha a enterrado antes mesmo de enterrar todo o resto. Por isso que quando a viu, ele não conseguiu acreditar nos próprios olhos. Era real? Esperava que sim, pois, embora soubesse da crueldade dos deuses, aquilo seria um golpe baixo demais. Já estava fragilizado por perdas, não queria ter esperança de algo bom apenas para que fosse tirado de si.

Quando Nari o abraçou, ele soube que era real. Ela estava junto daqueles que chegaram só depois e, enquanto a envolvia nos próprios braços com mais força, se sentiu um idiota por não ter pensado nisso antes, sequer cogitado que ela estivesse entre eles. Era culpa da própria cabeça, que se convenceu de que a filha de Morfeu já havia sido levada àquela altura, residindo no mundo dos mortos. Acabou sorrindo, nervoso, terrivelmente perto de chorar. ❛ Você é real. ━━━━━ A voz soou como um sussurro fraco. Ainda não havia processado que, para ela, devia ter sido igualmente assustador. Afinal, enquanto ele sabia sobre o chamado, ela não sabia o motivo de seu sumiço. Não era só Kaito que havia enterrado sua antiga vida, afinal. Em sua antiga vida, ele também deveria ter sido enterrado.

⠀⠀ ⠀ ⠀⠀｡ㅤᏪ⠀⠀⠀closed starter⠀.⠀with @kaitoflames

⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀location⠀.⠀perto dos chalés

No quinto dia de Nari no acampamento, a ansiedade a consumia por completo. Quando Quíron a chamou para conversar, ela sabia que ele estava preocupado, que queria entender como tinham sido seus últimos meses. Saindo da Casa Grande, Nari tinha apenas um desejo: voltar para seu chalé. Mas algo a impediu de seguir diretamente para lá. Seus olhos, sempre atentos, procuravam algo. Ou melhor, procuravam alguém. Ela havia encontrado algumas pessoas que conhecia, mas ele… ele ainda não. O pensamento de vê-lo a impulsionava, e sem perceber, ela começou a andar em direção à cabine nove, o caminho mais longo, repetindo o percurso várias vezes na esperança de vê-lo, como se ele pudesse aparecer de repente, como uma miragem.

Cada vez que ela passava pela cabine, seu coração batia mais rápido, a ansiedade se misturando com a expectativa. Quando um filho de Hefesto olhou para ela com uma expressão curiosa, quase desconfiada, Nari percebeu o quanto estava sendo óbvia em suas intenções. Decidiu que era melhor parar de rondar o chalé e voltar para o próprio, mas, no momento em que desistiu, quando seu coração começou a afundar no desânimo, ele apareceu. Foi como se o tempo parasse. O ar escapou de seus pulmões, sua visão ficou turva, e por um momento, Nari pensou que estava desmaiando. Mas não era a pressão ficando baixa. Eram as lágrimas que ela segurara por meses, lágrimas que agora ameaçavam transbordar. Seus pés começaram a se mover sozinhos, como se tivessem vontade própria, a levando na direção dele. Quando estava a apenas alguns metros, ela deu uma pequena corrida, desesperada para alcançar aquele que, por tanto tempo, pensou estar perdido para sempre.

Ela não viu se ele estava acompanhado, não se importava. Tudo o que importava naquele momento era o som dos próprios batimentos cardíacos, que martelavam em seus ouvidos como um tambor, abafando o resto do mundo. Mas ela precisava ouvir os batimentos dele, precisava da confirmação de que ele estava vivo, de que ele estava ali. Sem aviso, sem palavras, ela o abraçou. Foi um gesto impulsivo, carregado de necessidade e desespero. Nari segurou-o como se ele pudesse desaparecer a qualquer momento. Os últimos meses haviam sido um verdadeiro inferno, e abraçá-lo era como emergir para a superfície após quase se afogar. Ela não podia falar, as palavras estavam presas na garganta, sufocadas pela intensidade das emoções que a tomavam.

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Se divertia com a curiosidade alheia. Antigamente, talvez não se sentisse tão confortável, entretanto, agora que estava comprometido a se tornar mais aberto e receptivo, notou que havia crescido em si a consideração por todos aqueles que se interessavam pelo seu trabalho, mesmo sem entender ou ter aptidão para máquinas. ❛ Uma fã de Star Wars, você tem ótimos exemplos de como meus autômatos funcionam. ━━━━━ Respondeu, calmo, o que contrastava com a energia da filha de Afrodite. ❛ Eles são programados! Mas, por enquanto, a inteligência é um pouco limitada porque ainda não consegui acertar a parte que habilita aprendizagem por observação, Magma só responde a mim, por exemplo. Queria que ele respondesse aos meus aliados também, com o tempo. ━━━━━ E lá estava. Bastava falar sobre algo que realmente gostava, que realmente ficava imerso em qualquer interação social. ❛ Asas? Acho que depende do modelo. Você teria uma Lola? Não sei ainda se eu posso fornecer outros autômatos como os que temos no nosso chalé, mas eu gosto de escutar sobre o autômato ideal de todo mundo, desde que seja doméstico.

꒰ ♡ ꒱ desde a sua descoberta sobre o bichinho de estimação de @kaitoflames, tinha colocado como uma das missões de sua vida conseguir um igualzinho. não era a sua primeira vez perturbando os filhos de hefesto, curiosa para saber como as coisas ali eram feitas ou implorando para que alguém fizesse uma espada ideal para alguém do seu tamanho. kaito, feliz ou infelizmente, não seria a primeira vítima da sua tagarelice sem fim. “but can't you even give me a hint?” questionava, como se fosse útil para a sua caçada descobrir como aquele robôzinho era tão inteligente. era mais fácil que a sua habilidade zero fizesse as forjas explodirem, antes de descobrir como replicar tal técnica. “são tipo os droids de star wars? você conhece a lola? o droid da princesa leia quando ela é criança! a lola podia voar, acho que você deveria investir por esse caminho também... eu gostava do c-3po, mas acho ele meio vira-casaca, então não teria um como amigo ou bichinho. ”

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❛ Não se preocupe, você não está errada por se atentar a isso, é gentil da sua parte. ━━━━━ Assegurou, após perceber como Eunha parecia embaraçada com a situação. Ele, como alguém que ficava facilmente constrangido, sabia como era. Também entendia a razão para as oferendas não serem feitas ao seu pai divino. Se o assunto eram os caídos, definitivamente sonhar não era o caminho mais fácil. Se absteria do pai também pois, imaginava que apesar de sua tentativa de ajudar, ele não havia percebido como era insensível ao mesmo tempo. ❛ Podemos sim. Acho que é até melhor, pode ser que seja uma oferenda com mais força e que motive mais, já que está vindo de pessoas diferentes.

FLASHBACK - Antes da volta dos caídos

— Ah, claro. — Ela se julgou por ter dito aquilo e coçou suavemente atrás da orelha, um pouco embaraçada, mas não fugiu. Apontou para a pira com o polegar e um leve olhar. — Você tem razão, é só que as pessoas costumam querer mais privacidade quando vão falar algo de dentro do coração, ou da mente. Eu acho.

Kaito tinha uma aparência gentil na visão de Eunha e nunca, que ela se lembrava, tinham conversado.

— Não, o que eu desejo não vale a pena ser só em sonho e eu e ele bem, não sei, o que eu quero ele não pode me dar e nunca vai. Mas Ártemis, ela é corajosa e me inspira e eu acho que é isso que eu posso ter esperanças de ter um pouquinho. — Fez um sinal com o polegar e o indicador e abraçou mais perto do peito as oferendas.

— Se você não se incomodar, podemos fazer isso juntos?

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hephaestus: what's the most helpful thing you can do around the house?

Mais fácil dizer o que ele não consegue fazer em casa. Como um filho de Hefesto clássico, qualquer conserto mecânico (e elétrico) fica por conta de Kaito, além disso, por passar muito tempo com o quartel de bombeiros e depois, por morar sozinho, aprendeu a cozinhar sua própria comida de maneiras variadas, e ele possui um grande senso de organização. Na verdade, ele gosta de cuidar da casa, o que faz dele um dono de casa natural e, pior ainda, um que ama usar seu tempo para zelar pelas suas coisas. Quando morava com @lottokinn ela provavelmente presenciava muitos momentos assim, em que, após finalizar seu turno no trabalho, ele já chegava perguntando se havia algo para reparar ou alguma coisa para fazer, e, só depois de se certificar de que tinha feito o que podia é que ele resolvia relaxar de verdade. Inclusive, ele era 100% o tipo de pessoa que adorava ganhar um conjunto de copos ou um pano de prato personalizado, por exemplo.

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hc + 😴 for a sleep-themed headcanon

Kaito consegue dormir em qualquer lugar, a qualquer momento. Ele não costuma dormir a quantia certa de horas durante a noite, e também não costuma dormir horas inteiras, sendo adepto a cochilos pontuais que ele tira entre as obrigações. Atualmente, ele utiliza a poção que Bishop fez para curar cansaço em uma borrifada e tornar seu dia mais produtivo. Mas, de modo geral, sua relação com o sono funciona da seguinte maneira: ele dorme quatro horas durante a noite, e de dia ele consegue tirar um cochilo por meia hora sentado na cadeira do bunker, coberto por um pano, no máximo. Ele também consegue dormir por pelo menos mais meia horinha no chão da caverna dos deuses, com uma blusa como travesseiro. Isso vem a rotina pesada e dos plantões que ele fazia, ele se acostumou a dormir nas cadeiras do quartel, ou no banco do caminhão de bombeiros, etc. E, como o turno dele era a noite, foi um custo ele conseguir ter sono na hora certa também.

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hc + 🐈 for a pet/animal-themed headcanon

Kaito queria ter um cachorro e o chamar de Magma, desde muito novo. Ele gosta de cachorros, porque a energia é oposta à dele e, se tratando de animais, ele acha fofo quando eles são afetuosos. Atualmente, ele tem um autômato pequeno, que ele resolveu chamar justamente de Magma e se tornou o seu animal de estimação. O autômato é um ajudante nas forjas e possui comando de voz. Ele tem grandes olhos laranjas e consegue reproduzir alguns idiomas, como japonês, inglês, espanhol e asl, sob os comandos de Kaito. Na verdade, ele só responde ao Kaito atualmente. Kai realmente trata ele como um bichinho de estimação, fazendo carinho em sua cabeça metálica e permitindo que o robozinho o siga por todo o acampamento, além de deixá-lo dormir junto com ele no quarto do conselheiro. Ele pretende conversar com Quíron e Senhor D. sobre a possibilidade de criar mais alguns, já que várias pessoas demonstraram interesse em tê-los em seus chalés.

[kaitoflames]

hc + 🚶‍♂️ for a habit-themed headcanon

🚶‍♂️: o Kaito tem algum hábito frequênte?

Ele tem mãos extremamente inquietas. Kaito sempre tem alguma coisa nas mãos, porque, como ele passa muito tempo nas forjas, quando ele não está lá, ele precisa mantê-las ocupadas de algum modo, é por puro costume. Normalmente são cristais, pedrinhas ou anéis (que ele mesmo faz) que ele fica girando ou trocando nos dedos. É um constraste engraçado com o seu temperamento, considerando como ele é bem quieto normalmente, mas, sempre que você olhar para as mãos dele, ele sempre vai estar se movimentando de algum modo, nem que seja batucando em alguma superfície, caso não esteja carregando nenhum dos objetos citados. Em algumas ocasiões específicas, ele gosta de brincar com as chamas que produz, então ele cria pequenas formas (moedas ou bolinhas, normalmente) e fica as levitando de um dedo para o outro ou jogando de uma palma para a outra.

[kaitoflames]

🤒 FACE WITH THERMOMETER — does your oc get sick easily?

Na verdade, muito pelo contrário. Kaito é bastante resistente por natureza, e ele tenta manter uma vida saudável em questão de alimentação, exercícios diários e exames de rotina (especialmente quando ainda estava morando em L.A, e por conta da profissão) e dificilmente adoece. Desde criança ele é assim, o que os funcionários agradeciam porque pelo menos não tinham que se preocupar com um menininho doente. Mas isso também vem do poder passivo dele, já que ele não é afetado por nenhuma mudança climática e ele consegue controlar a temperatura corporal pra se adequar a alterações bruscas de temperatura, por exemplo, o que faz dele alguém adaptativo. No acampamento, essa foi uma característica útil não só por conta das forjas, como para as aulas de sobrevivência. Quando ele adoece, acaba que os sintomas são muito mais brandos, então logo passa ou então ele se cuida sozinho sem dificuldade nenhuma.