katherineerten - Tumblr blog

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Caminhada

Não é que eu tenha me perdido É que na verdade eu nunca me encontrei Será que alguém pode me encontrar? Mas como poderiam? Se o problema é que eu não me deixo achar Não é que eu esteja me escondendo É que vivo a imaginar um mundo exterior diferente do que estou É que se encontrar quando se tem apenas uma vida é desperdiçar toda a aventura de estar perdida Não é que eu não queira me encontrar É que se todas as manhãs em que acordo eu morro um pouco qual a graça de viver para se achar?

[katherineerten]

Sinto muito por mim

Odeio a forma como você me faz se sentir. Odeio o jeito que some e volta me chamando de amor. Odeio a maneira que me manipula. Odeio como fingi se importar e depois vai embora. Eu odeio tanto você. Odeio por não conseguir te odiar. Odeio, porque de alguma forma ainda é você.

Eu não te quero por nem mais um segundo, mas ainda não consigo te mandar embora. É como se um dia eu fosse precisar de você. É perdido esperar por esse dia, pois, se ele chegar sei que você não se deixará encontrar por mim. Você é assim, só se faz presente quando é conveniente pra você.

Perdi as contas de quantas vezes esperei que cumprisse com suas palavras. De quantas vezes achei que fosse pra valer. De quantas vezes acreditei que estávamos na mesma sintonia. De quantas vezes pensei que éramos amigos. Talvez no passado isso fosse real, mas hoje? Hoje já nem sei o que somos. Já nem sei quem é você, e muito menos quem sou quando penso em ti.

Eu sinto tanta raiva por ter acreditado nas coisas que me contava, por ter te defendendido, por achar que ainda existia uma parte boa aí dentro de você,  por achar que eu realmente tinha feito a diferença na sua vida. Você me tirou de um lugar péssimo quando me conheceu, e no final me colocou em um muito pior.

Não me diga que é foda, porque foda foi o que eu aguentei calada para não te machucar. Foda foi eu achar que merecia tudo isso. Foda foi acreditar que estava tudo bem.

Ah meu bem, você acabou comigo!

[katherineerten]

Aquela foi uma madrugada maluca. Minha cabeça estava cheia e a casa também. Era um ciclo, as pessoas vinham, se abraçavam, choravam, contavam uma lembrança feliz e iam embora. Passei boa parte do tempo sentada em um cantinho evitando as pessoas e suas perguntas, mas reparando em algo que me chamava a atenção. 

Tinha um marido sem vida ali na sala, uma esposa que estava tentando se manter de pé, e um filho cheio de rancor. Dava pra sentir a indiferença em seus olhos, era como se quem estivesse ali no meio da sala não fosse ninguém importante, como se não tivessem uma história, um laço.

Dizem que o rancor só causa mais dor, que guardar a mágoa atrasa a vida. Aquele filho não parecia se importar com a dor, ele nem mesmo parecia senti-la. Ouvi alguém falar que antes da morte chegar, aquele pai chorou e pediu perdão pelas coisas que havia lhe falado, entretanto, o filho vestiu a sua armadura e nada disse. 

Passei então a reparar na esposa. De repente me veio à cabeça todas as vezes que ela contou de suas brigas, todas as vezes que falou em deixá-lo, todas as vezes que ela chorou por não aguentar mais. Estava pensando nisso quando lhe ouvi falar: “Eu dizia isso pra ele: a gente arenga, né?! Mas eu quero bem a você e sei que você também me quer bem!”. Descobri ali que, por mais que eu tentasse entender aquela relação, jamais chegaria a conclusão nenhuma.

De manhã foi a última vez que o viram, não tinha mais como se despedir, nem falar, nem tocá-lo. Tudo que viveram se tornaram lembranças. Naquele momento vi o filho chorar, vi toda a sua armadura desmontar, vi como ele queria que o final tivesse sido melhor, mas aquele era o único. Todas as palavras que pensou em dizer e não disse, eram agora apenas palavras.

[katherineerten]

...

Eu gosto de você como jamais gostei de alguém, e mesmo sem saber ao certo o que isso significa meus olhos se iluminam ao ti avistarem a quilômetros de distância, minha alma saí de mim ao ouvir teu nome. Há quem diga que isso é passageiro, mas me atrevo a dizer que sempre fará parte de mim, talvez eu esteja errada ou talvez não. Não, não ache que isso é amor, porque eu nem sei ao certo o que é amar, será que algum dia vou conhecer esse tal de amor? Como será que ele é? São tantas perguntas sem respostas, mas não ache que elas perdem o sentindo, talvez esse seja o sentindo. Como posso ser capaz de pensar tanto em você se já nem te conheço mais, será que um dia eu te conheci? Será que você realmente foi verdadeiro comigo? Há coisas que jamais saberei sobre você e há coisas que jamais saberá sobre mim. Olha, é complicado, mas você chegou pra mim de uma forma inesperada, jamais imaginei que sentiria isso por alguém, e antes que eu possa dizer o que sinto, lhe contarei um segredo: eu não sei sentir isso, seja lá o que isso for, você me cativou de forma tão brusca que quando percebi já era tarde, estava procurando resposta para a sensação que invadia o meu interior, eu não sabia descrever o que significava e como aquilo de alguma forma me subjulgava, eu apenas sentia ao te olhar, ao te ouvir e pensar em você. Talvez aquela sensação tenha se tornado a minha  favorita. Eu em algum momento deixei para trás uma parte de mim, e fui de encontro a sua como se fosse uma pecinha de quebra-cabeça, eu aprendi a ceder, eu aprendi que existe um mundo em que as pessoas sentem borboletas na barriga e eu gostava desse mundo, e mesmo sem saber o que ele me traria me atrevi viver nele ao seu lado. Mas fechei os olhos por um instante e quando abri novamente nos vi distantes um do outro e nesse momento não soube o que senti e então quando percebi já não te tinha mais, se é que algum dia te tive!