kenainavaar
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kenainavaar · 25 days ago
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O comentário alheio arrancou um riso divertido do mais velho. Era interessante para o Navaar observar o quanto conseguiam progredir em relação as limitações alheias, principalmente depois dela aceitar o convite silencioso para sentar-se ao seu lado, algo que o deixou ligeiramente contente. "Em algum momento, eu prometo que o farei sem questionamentos. Mas, não é algo que seja necessário agora.", já tinha se recuperado o suficiente e se fosse mais ousado, diria que estava pronto para outra, mas não tinha o desejo de machucar-se novamente tão cedo. "Alguns recusam e eu, como bom curandeiro, os ignoro.", afinal, em casos de vida ou morte, Kenaï sentia-se no direito de ignorar o princípio da autonomia, pessoas a beira de um colapso não têm qualquer condição de decidirem por si mesmas. Esticou na direção alheia um dos doces que ela mesma o havia levado, por educação obviamente, mas também para caso ela quisesse partilhar da refeição com ele. No instante seguinte, ele já abocanhava uma das bolachinhas. "Isso, ou o enfraquecimento que estão enfrentando desde que foram impedidos de fazer seus rituais diários.", observou a ausência da pira, mesmo que agora fosse mais passado do que presente. "Ainda assim, é uma condição preocupante. Não é normal que desmaie com tanta frequência e sem causa fisiológica aparente. Já pesquisou algo sobre isso?"
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❝Não diga isso dessa maneira, faz parecer que o pão pode ser melhor do que alguém.❞ Repreendeu como se ela não fosse a mais nova ali, ainda que não tivesse a melhor das visões sobre os changelings por conta de seus traumas passados, ela ainda assim não tinha uma visão são elitista das pessoas. Ainda que um pouco incerta, se permitiu se sentar ao lado dele, até então havia se apresentado como um bom homem e ela esperava que continuasse dessa maneira. ❝Deveria deixar que cuidem de você, como se sentiria se seus pacientes se recusassem a serem cuidados por você?❞ Inquiriu como se fosse um ponto óbvio, ainda que talvez os outros changelings fossem igualmente teimosos e relutantes quando se tratava de ferimentos. ❝Eu tenho estado da mesma maneira, ainda que talvez os desmaios tenham diminuído, mas talvez isso se deva pelo fato de minha mente estar tão cheia nos últimos tempos.❞
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kenainavaar · 25 days ago
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with: @thclioness
where: tiro ao alvo - tenda de palhaçadas
prompt: ❛ sometimes there's things a man cannot know. ❜
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Seus olhos não conseguiam acreditar no que tinham acabado de presenciar. A khajol não tinha errado um tiro que fosse, mesmo com a destreza dos patinhos que subiam e desciam tão rápido, que ele mal conseguia identificar a janela de tempo em que isso acontecia, algo que claramente não se aplicava a garota ao seu lado. "Perdoe-me senhorita, é que... precisa admitir, não errar um alvo que seja? Não que eu esteja duvidando de suas capacidades, mas não faria mal perguntar se pode compartilhar o segredo.", um ajuste, qualquer direcionamento na verdade. Kenaï era excelente com poções, medicações e afins da área da medicina. Também era razoável no combate corpo-a-corpo, não saindo tão machucado - apesar de sua última tentativa ter rendido um golpe quase fatal, mas não foi sua culpa, o oponente tinha muita destreza. Mas ao se tratar de tiro ao alvo? Com alvo móvel? Era uma completa negação, tinha errado tantos tiros, que acreditava ouvir os patinhos rirem dele a cada vez que subiam.
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kenainavaar · 25 days ago
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with: @khalkedon
where: leitura de cartas com madame Madge - tenda do futuro
prompt: ❛ we all need a little warning, sometimes. ❜
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Duvidava muito que fosse uma escolha prudente. Não que Kenaï fosse averso aos costumes mais antigos, ou o oficio que a madame exercia com maestria - preferia acreditar que sim -, mas era averso a conhecer de seu futuro, por menor que pudesse ser tal descoberta, preferia manter tudo num mistério. E se soubesse nos segundos seguintes, que algo horroroso iria lhe acontecer? Ou pior, que algo aconteceria para aqueles que se importava? Ou aquela que estava o fazendo perceber que o coração servia para algo mais além de bombear sangue? Não! Ele não queria saber nada disso. Os pés começaram a fazer o movimento contrário ao da fila, e talvez seu medo estivesse perceptível a qualquer um que se encontrasse próximo o bastante, pois nos passos seguintes, os olhos fixaram-se nos movimentos labiais da figura com a qual acabara de trombar. "Merda!", xingou-se baixo antes de voltar-se para o mais novo. "Desculpe não vi você..." e antes que concluísse, tomou noção das palavras alheias. "É! Mas se eu não gostar do que me for avisado? Não sei se estou disposto a correr o risco.".
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kenainavaar · 25 days ago
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with: @caelanessaex
where: força do dragão - tenda das palhaçadas
prompt: ❛ in about a minute, you'll be sorry you didn't listen to me. ❜
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O sorriso cínico - e um tanto raro - desabrochou nos lábios do changeling. Kenaï era conhecido por sua humildade e benevolência, mas, vez ou outra, deixava que a prepotência alcançasse a superfície de seu ser. Em alguma parte oculta de si, existia um homem competitivo, consciente de suas habilidades e força. Claro que seria mais prudente que seu desafiante oponente fosse um plebeu qualquer como ele e não o herdeiro do império, mas bem, não se pode ter tudo na vida e naquele instante, Kenaï estava mais preocupado em obter a vitória. "Com todo respeito, alteza, se alguém vai se arrepender aqui, será vossa graça.", replicou um pouco ácido, apenas para alfinetar a outra parte, afinal, falava sério quanto a parte do respeito, visto que seguia muito bem aos costumes khajols. "Em prova disso, deixarei que faça o primeiro arremesso, considere uma cortesia.", ou mais uma afronta, o que soasse melhor aos ouvidos do jovem príncipe.
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kenainavaar · 25 days ago
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with: @tadhgbarakat
where: zoológico de ilusões - tenda principal
prompt: ❛ everybody's looking for somebody to blame. ❜
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Apesar da convivência com os khajols, Kenaï ainda não havia se acostumado com o cenário de ilusões. Claro, talvez isso se justificasse no fato da magia enfraquecida desde o sumiço da pira, ou talvez, não fosse do feitio do outro grupo se exibir por aí - era mais provável que fosse o primeiro. Sendo assim, era natural que ficasse surpreso com cada mínima e pequena ilusão, a ponto de distrair-se durante a conversa com o mais novo. "Não estão sempre? Desde que o mundo é mundo, ou desde que eu me entenda por gente, que as coisas são assim.", não precisava pontuar a hierarquia na qual viviam para Tadhg, principalmente quando o mais jovem já tinha muito de revolucionário correndo em suas veias. "Só adaptaria a frase para: khajols estão sempre buscando por um changeling para culpar.", parecia mais cabível assim, mesmo que o contrário também acontecesse em igual frequência. "Vamos apenas aproveitar o momento e deixar o passado no seu lugar, o que acha? Lamento não ter estado lá para apoia-lo quando precisou.", mencionou ao seu modo, nas entrelinhas, o pesar que sentia pela situação vivida pelo changeling, ainda assim, julgava que mesmo que estivesse saudável no momento de sua prisão, não teria qualquer serventia em sua defesa.
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kenainavaar · 25 days ago
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Kenaï havia achado seu espaço de paz e conforto entre todas as atrações e atividades do festival, naquele momento de descanso ao lado de Melike. Claro que poderia ter sugerido algo para fazerem, já que não faltava opções, no entanto, a sensação que a khajol lhe despertava - algo como uma inquietação no fundo de seu ser, que ainda não conseguia nomear - tornava qualquer outra atividade insignificante. As íris vermelhas tornaram-se para outrem no momento em que o silêncio foi quebrado, atento a cada palavra que sairia dela a seguir, limitou-se num assentir de cabeça para que continuasse. "Os outros dizem muitas coisas que não os cabem. Me frustra bastante que pessoas com as quais não tenho qualquer relação, fiquem ditando o que devo, ou não devo fazer.", referia-se ao sistema como um todo, obviamente, se não fosse por este, Kenaï não teria fugido da casa de seus pais adotivos quando criança, pois eles jamais precisariam esconder um filho changeling. Ele poderia ter frequentado Hexwood, apenas a via de conhecimento, já que jamais poderia hospedar um deus; poderia ter participado dos eventos, bailes, cultos, poderia ter feito tanto, mas foi limitado ao espaço que cabia ao seu grupo, sua raça. O pequeno sorriso apontou no canto dos lábios do changeling ao ouvir o restante do argumento alheio. "Mesmo?", Erianhood era uma deusa excepcional aos olhos do changeling, e olhe que ele sabia de todos os outros. "Talvez ela se aproxime do que vocês conhecem como Gaia, ou até mesmo Demeter, em alguns pequenos pontos.", teria discorrido mais sobre o assunto, se não fosse o movimento de outrem acionando seus instintos de curandeiro. Antes que pudesse agir de qualquer modo, foi interrompido outra vez. A expressão que tomava sua face estava carregada de estranheza e incompreensão. "Ainda é cedo, o evento mal começou e eu...", seu corpo cedeu ao impulso de erguer-se junto a ela, como se assim pudesse a convencer a desprender de mais alguns minutos com ele. No entanto, antes que pudesse argumentar algo além, percebeu os sinais do desfalecimento apontado no corpo de outrem, com os braços ágeis envolvendo o corpo menor segundos antes de despencar por completo, amortecendo assim a queda alheia. "Melike... Melike...", chamou-a três ou quatro vezes mais, enquanto a balançava suavemente. Era um infortúnio que tivesse saído da academia tão desprevenido, certamente teria algo para despertá-la se estivessem lá.
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"Eu estive pensando nos últimos dias e decidi te contar uma coisa." Estava com Kenaï no pátio central, sentada na grama e apoiando as costas em uma das árvores. Agora que estavam todos de volta em Hexwood, se encontrar com o changeling havia ficado bem mais fácil. Não precisava mais fugir da vista de seus familiares ou guardas, e tinham muito mais tempo para conversar, o que estava sendo maravilhoso. Era difícil encontrar uma conexão parecida. "Lembra quando fez aquelas perguntas sobre as tradições khajols? Não sei o que vai pensar sobre isso, mas você não é o único a ter curiosidade sobre algumas coisas que os outros dizem que não deveria." Sorriu de canto. Nunca tinha comentado aquele assunto com ninguém, até mesmo porque tinha certeza de que seria julgada pelos outros khajols por isso, mas com Kenaï era diferente. Sentia confiança suficiente nele para saber que estaria disposto a compartilhar com ela seus interesses. "Eu também me interesso muito pela deusa Erianhood. Imagino que você possa me falar mais sobre. Ela tem uma conexão forte com a natureza também, não é? Queria entender mais. Parece que..." Antes que pudesse completar a frase, sentiu aquela dor aguda voltar a pulsar em seu ombro esquerdo. O incômodo era tanto que foi obrigada a fazer uma pausa e respirar fundo, tentando esconder a expressão de dor. Não queria preocupar Kenaï, mas teria que dar uma olhada no ferimento feito pelo monstro na batalha. "Sinto muito, Kenaï. Seria tudo bem se a gente se encontrasse mais tarde? Eu vou precisar ir agora, lembrei que preciso estudar..." Levantou-se da grama com pressa, afastando as folhas do vestido. No entanto, quando deu o primeiro passo, suas pernas vacilaram com a nova pontada. Fechou os olhos por um instante, esperando que a dor diminuísse, mas o incômodo parecia só aumentar, como se o sangue da serpente estivesse corroendo sua pele outra vez. Quando abriu os olhos, tudo a sua volta parecia girar. Tentou dar mais um passo, mas a vista escureceu por um segundo e seus joelhos cederam, a levando em direção ao chão. || @kenainavaar
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kenainavaar · 1 month ago
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𝕊𝕋𝔸ℝ𝕋𝔼ℝ ℂ𝔸𝕃𝕃 — up to 05 (em cada char)
como tem anos que eu não abro um call e preciso dar uma renovada tanto nos jogos quanto conexões dos meus char, vou deixar esse call, para que os partners de jogos antigos possam manifestar mais facilmente o interesse por novos, e para os players novos com quem ainda não tive a chance de plotar.
escolha: emoji de um dos meus chars + prompt: opção 1; opção 2; opção 3 + local (caso não seja escolhido um local, irei sortear um)
👨‍🏫 - para starter com o Angus (khajol professor de manipulação da realidade) 👨‍⚕️ - para starter com Kenaï (changeling professor de medicina I)
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kenainavaar · 1 month ago
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Kenaï aproveitava o dia de sol, a melhora em suas condições e a quase retomada as aulas para ter mais um minuto a sós, antes de Hexwood ficasse totalmente tomada pelos alunos, quando uma sombra se fez sobre ele. Os olhos abriram lentamente, as íris vermelhas fixando-se na figura feminina, observando-a, inicialmente, em silêncio, como se analisasse cada palavra dita e o gesto inesperado de gentileza. Seus olhos passam rapidamente da cesta para os guardas à distância, e então retornam ao rosto dela. Há um traço de surpresa na expressão do Navaar, quase imperceptível, mas também algo mais suave no olhar, como se estivesse levemente contente pela proximidade conquistada. "Não esperava por isso.", afirmou, escolhendo ser honesto com ela. "Mas agradeço. Os pães parecem bons demais pra alguém como eu.", concluiu ao estender os braços para apanhar a cesta ofertada. Logo depois, seus olhos desviaram para o espaço ao seu lado, convidando silenciosamente para sentar-se, caso tivesse vontade. "Está melhor do que eu poderia esperar. Sou um pouco teimoso, quase não gosto de dar trabalho aos meus colegas e isso dificultou um pouco no começo, mas estou bem melhor agora. E você? Como tem passado?"
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This is a starter for @kenainavaar
Havia falhado em o visitar antes, sendo sincera não sabia muito bem onde o encontrar e não saberia a qual changeling perguntar tendo em vista que pouco falava com eles. No entanto, recordava de como ele havia cuidado dela quando a socorreu de um de seus desmaios, então achava que teria sido proporcional o visitar quando ele se machucou após o casamento. Mas estava mais presa do que nunca após isso, até o momento atual também estava frequentemente vigiada, contudo, achava que se fosse esperar sua vigilância diminuir, jamais o veria outra vez. Assim que o viu, estendeu uma cesta que continha alguns pães, bolos de frutas e outros quitutes preparados pelos funcionários dos Colmain. Ah, Ciara ficaria furiosa se soubesse que usou os empregados da família para preparar algo a um changeling, mas Yekaterina não ligava muito. ❝Trouxe pra você... Eu queria ter lhe encontrado antes para ver como estava, mas estive um pouco inapta a isso.❞ Sutilmente apontou com a cabeça para os dois guardas pessoais que estavam a alguns metros de distância dos dois, mas com olhos atentos sobre a herdeira dos Orlov. ❝Como tem sido sua recuperação? Precisa de algum auxilio com alguma medicação?❞
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kenainavaar · 1 month ago
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Kenaï abriu os olhos devagar, como se ainda estivesse se acostumando à ideia de estar desperto — e vivo. A voz de Ashla soava distante por um segundo, mas aos poucos se tornava mais nítida, como se fosse puxado de volta à superfície por ela. Com alguma dificuldade, os olhos voltaram-se para outrem, primeiro com a testa levemente franzida, pois não a conseguia compreender, depois com um suspiro curto que podia ter sido um riso abafado. "Se os curandeiros são os piores pacientes, é porque já viram de perto o que pode dar errado", respondeu num tom mais humorado, deixando que um pequeno sorriso desabrochasse no conto dos lábios. Seus olhos a seguiram enquanto ela se aproxima, e por um instante, permitiu-se relaxar e receber o cuidado que lhe era ofertado — há reconhecimento e uma centelha de gratidão ali, mesmo que ele tenha dificuldade em traduzi-la em palavras. Ao ouvir a pergunta dela, no entanto, sua expressão foi tomada pelo erguer de uma sobrancelha. "Se os papéis estivessem invertidos.", repetiu em voz baixa, como se ponderasse seriamente a ideia. "eu te chamaria de teimosa. E te obrigaria a descansar.", concluiu sorrindo. " me sinto melhor do que ontem. E um pouco menos quebrado do que na semana passada. O que, considerando tudo, é quase um milagre."
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Aquele casamento resultou em muitas coisas para Ashla, nem todas boas: um encontro indesejado com um dos seus enteados, uma estadia forçada no acampamento, e bastante trabalho na enfermaria. É claro que esse último apesar de cansativo, era o que ela mais gostava. Gostava de ter coisas para fazer e se sentir útil, além de não dar vazão aos próprios pensamentos e correr o perigo de cair num labirinto negativo. Pensava nisso quando percebeu que Kenaï estava acordado. Esperava, do fundo do seu coração, que aquela última poção que ela e os outros curandeiros fizeram,  fosse dar o efeito esperado. “É realmente como dizem, não é? Os curandeiros são os piores pacientes” disse sorrindo com carinho e delicadeza. “Você não é nenhum fardo. Se os papeis estivessem invertidos, você acharia que eu estava sendo um fardo?” Se aproximou dele, analisando como ele parecia mais corado e saudável, o que aliviava o peso em seu coração. “Como está se sentindo?” 
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kenainavaar · 1 month ago
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Kenaï escutou em silêncio, como sempre fazia quando algo era importante demais para ser interrompido. Seu olhar permaneceu nela, firme, mas não duro — atento, carregado de uma intensidade que ele raramente deixava transparecer. À medida que Melike falava, seus traços foram se suavizando pouco a pouco. Quando ela tomou sua mão e a guiou até o próprio rosto, ele hesitou, como se aquele gesto o desarmasse por completo. O contato dos dígitos contra sua pele, quente e viva, o fez inspirar devagar, quase como se quisesse - involuntariamente - preservar o momento, como uma prova de que era real e não um devaneio ou sonho seu. "Você realmente é teimosa.", disse por fim, a voz baixa, levemente divertida. Havia um fundo de admiração disfarçado ali. Um suspiro escapou de seus lábios quando ela tocou seu peito com tanto cuidado — um gesto que pareceu mais eficaz do que qualquer poção. "E imprudente. Extremamente.", concluiu ao fechar os olhos num movimento necessario de contenção para que não se perdesse totalmente nas íris claras de outrem. Quando voltou a encará-la, seus olhos estavam mais calmos, menos defensivos. "Mas... também é a única coisa neste momento que não parece errada.". Repousou a mão com lentidão sobre a dela, pressionando-a levemente, o quanto conseguia. O silêncio entre eles se instalou por um breve instante — não desconfortável, mas denso, como se palavras demais pudessem estragassem algo que ele ainda não sabia como nomear. "Você me marcou também, Melike. Naquela noite. Você não foi só diferente... foi real. E eu não estou acostumado com isso.", Um leve riso cansado escapou da garganta dele, quase irônico. "O Império está cheio de m��scaras. E você tirou a sua diante de mim... mesmo sem me conhecer. Isso ficou na minha cabeça desde então.". Seu olhar se perdeu por um instante, fixando algum ponto distante no teto, como se ainda estivesse lutando contra a própria fragilidade. Mas quando voltou a olhar para ela, havia mais firmeza em sua voz. "Jamais pediria para que fosse embora. Vou pedir apenas que não se preocupe em demasia, estou sendo bem cuidado, não precisa fazer nada além por mim. Apenas me faça companhia, o quanto puder.".
"Eu tive um bom motivo, Kenaï. Queria saber como você estava." E quando Melike dizia que queria fazer alguma coisa, ela fazia. Não hesitar era uma de suas características mais marcantes. Seu irmão a chamaria de teimosa... Teimosa até demais. Mas ela não se importava, quando colocava alguma coisa na cabeça, não deixaria de fazê-la. "Tudo bem. Então, vou pedir para deixar de se preocupar comigo e me deixe ficar aqui um tempo. Ainda tem muita gente nesse império pra você usar essa sua preocupação natural." Melike sorriu com leveza. Realmente não achava que estariam correndo riscos ali. Seus guardas provavelmente a procurariam em estabelecimentos no Alto Império e não em Hexwood. Além disso, pelo que parecia, o assassino gostava de agir em público, em lugares cheios e com testemunhas. Hexwood estava praticamente vazia naquele momento. Assentiu diante da explicação dele e suspirou, preocupada. "Precisa de um novo curativo?" Ergueu os olhos para o rosto dele novamente. "Não sou uma curandeira, mas posso tentar fazer alguma coisa para você. Também posso ir até a cozinha e preparar um chá de ervas que pode ajudar a relaxar seu corpo." Com os conhecimentos que tinha sobre ervas naturais, Melike se sentia confortável em conjurar algo que pudesse aliviar a dor. Realmente sentia muito por não ter conseguido ajudá-lo quando tudo aconteceu no casamento e agora gostaria de poder reparar isso. Ao ouvir a resposta seguinte, a khajol esticou um pequeno sorriso e negou com a cabeça. "Você ainda está pensando em mim? Eu estou bem, Kenaï. Olhe..." Pegou a mão dele e com cuidado para não forçá-lo a movimentar-se mais do que deveria, guiou-a até o seu próprio rosto. Talvez ele devesse tocá-la para ter a certeza de que estava ali em carne e ossos, completamente saudável e sem medo do que poderia acontecer mesmo com sua imprudência. "Estou bem." Sorriu, ainda encarando os olhos dele. "O susto depois passa. É você quem está nessa cama e deveria me deixar cuidar de você um pouco." Quando ele soltou um gemido de dor, o sorriso se desfez. Ela se aproximou, levando a mão ao peito dele com todo o cuidado do mundo, evitando qualquer ponto machucado. "Por favor, Kenaï. Não se force." Então, mordeu o lábio inferior e ficou em silêncio por alguns segundos. Depois de tudo isso, nem tinha como Melike fugir da pergunta alheia, apesar de não saber exatamente como respondê-la. "Eu acho que... Você me marcou quando estávamos no templo. Senti você tão sincero nas suas perguntas e reações. E quando tirei o colar, você me olhou de um jeito… Tão verdadeiro. Acho que ninguém nunca me olhou assim." Ela parou um segundo para pensar, sentia o coração esquentando. Era a mesma sensação diferente que teve naquela noite. "Nunca conheci um changeling que tinha algum interesse nas nossas tradições e a convivência entre khajols é sempre muito plástica. Eu gostaria de ter tido mais tempo para conversar com você lá." Aquela não era uma resposta que ela tinha planejado dar, mas conforme falava, começava a sentir novamente a mesma sensação do momento em que conversaram no casamento. "Quando te vi sendo atacado, eu não sei explicar... Eu fiquei tão desesperada. Queria correr até você e te ajudar. Não consegui pensar em outra coisa desde que nos levaram embora. Então, por favor, diga que sou teimosa e imprudente quantas vezes quiser, mas não me peça para ir embora."
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kenainavaar · 1 month ago
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Kenaï encostou-se no batente da porta, braços cruzados e expressão impassível, apenas um arquejar sutil da sobrancelha em resposta ao humor cortante de Melian. " O bordel ficou fora do meu trajeto hoje, mas agradeço a recomendação. Você realmente sabe como fazer um homem se sentir acolhido.", replicou o humor de outrem, mesmo que não costumasse ser ácido em suas palavras. O olhar dele percorreu as faixas, o rosto lívido, o brilho do sarcasmo escondendo a dor. "Se for pra pular a janela, vai precisar de ajuda pra chegar até ela. A menos que aprendeu a flutuar enquanto estava inconsciente.", suspiro um tanto resignado. "Mas justo eu ser o pego? Injusto. Com essa aparência de cadáver recém acordado, você daria mais trabalho pra recapturar. Provavelmente assustaria os guardas antes de conseguir sair da cama."
Grande parte do mal humor da loira dizia respeito as restrições de sua condição. Ainda que tivesse passado por curandeiros, podia-se dizer que Melian não estava curada e precisava de repouso intenso, que era algo que ela se recusava veementemente. "Estamos na merda mesmo então." Respondeu ainda com o tom petulante que era de costume, sem sequer olhar para o homem que havia entrado. "Ta fugindo do tédio também? Infelizmente não faço programas, não consigo ser tão simpática quanto as meninas. Mas te aconselho ir ao bordel se quiser uma distração. Fala que foi indicação minha que será muito bem tratado." Melian respondeu o olhando pela primeira vez, com seu único olho disponível. Ela, que já tinha feições quase cadavéricas em seus melhores dias, parecia agora de fato um fantasma. Pálida como o lençol e cheia de faixas. "Eu estava pensando em pular a janela... Podemos fugir juntos se quiser. Certamente um de nós vai ser pego, eu rezo pra que seja você."
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kenainavaar · 2 months ago
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Por vezes, Kenaï se esquecia como familiares originais costumavam ser, principalmente com as questões de segurança, por isso, os olhos lhe traíram ao dobrar de tamanho quando ela mencionou a fuga dos próprios guardas. "Melike.", estava pronto para repreendê-la outra vez, pontuar a imprudência que tinha cometido, e pelo que? Em sua mente, nada justificava o risco que ela estava correndo com aquele deslocamento, principalmente sozinha. "Espero que tenha um bom motivo para ter sido tão imprudente. Afinal, se os mandaram para suas casas, foi por julgarem melhor dessa forma.". Se nem mesmo o castelo do imperador era um lugar seguro, como Hexwood seria? Como qualquer outro lugar conseguiria ser? Ao menos em casa, ela estava aos cuidados de sua família, correndo risco de um ataque que fosse direcionado a eles e não um feito colateral, como ele tinha sido. "Pedir para que eu não me preocupe, é como me pedir para que deixe de ser eu.", o que ele mais fazia na vida era se preocupar com os outros, por isso tinha escolhido - ou convocado, visto que sentia como um chamado divino - ser curandeiro. No restante, ele não conseguiu prosseguir com as repreensões, silenciado pelo toque afável em sua face, impulsivamente fazendo-o fechar os olhos como se assim pudesse fazer o tempo congelar, mesmo que só por aquele instante. Os olhos apenas abriram mediante o questionamento feito, fitando as íris claras de outrem antes de acompanhá-las em direção ao próprio peito. "Um pouco. Mas as poções têm tornado suportável.", o que não era mentira, conseguia respirar quando ainda estava no efeito, o problema era quando este passava, ou quando Kenaï se esquecia do ferimento e fazia algum movimento brusco, nesses casos, a dor voltava com força, quase como se a lâmina ainda estivesse cravada entre suas costelas. "Não tinha nada que pudesse fazer e, na verdade, prefiro até que não tenha conseguido me alcançar. Não suportaria que algo tivesse acontecido com você por minha causa.". Era da essência de Kenaï, infelizmente, que preferisse ficar na ponta da espada, a ter outra pessoa fazendo-o, principalmente por ele. Sempre iria se sacrificar pelos outros, ao mesmo tempo que, jamais aceitaria que fizessem igual sacrifício por ele. Hipócrita, sim! Ele sabe bem. Além disso, apenas a ligeira ideia de ser ela em seu lugar, o trazia uma sensação estranha ao peito, algo que não sabia exatamente como classificar, mas era incomodo, sufocante, quase pior do que o ferimento que carregava agora. "Pensou?", deixou o pensamento romper os lábios num tom surpreso e igualmente intrigado. Buscou pelo contato visual, uma vez que esse tinha sido rompido por outrem. O movimento do esticar do pescoço em busca das íris claras, o arrancou um gemido baixo de dor, quase inaudível - coisa que infelizmente não foi. "Não. Odeio ser um peso para eles. Não estou tão mal assim. Prefiro saber como me tornei merecedor dos seus pensamentos.".
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Melike não havia pensado no que diria ou faria quando Kenaï despertasse e a visse ali. Simplesmente não havia planejado. O impulso de vê-lo falara mais alto do que qualquer raciocínio lógico. Considerando que não eram próximos, faria todo sentido que ele estranhasse e se incomodasse com sua presença, ainda mais quando tinha se dado a liberdade de sentar-se na beira de sua cama como se fosse uma amiga íntima. Mesmo assim, ela não conseguiu evitar. Precisava vê-lo com os próprios olhos e garantir que estava bem, ainda que isso significasse invadir sua privacidade por alguns minutos. Por isso, sentiu-se aliviada quando o escutou dizer que não precisava se desculpar ou se afastar. Sorriu discretamente e balançou a cabeça em concordância para indicar que havia entendido. Recolheu sua mão com mais calma dessa vez e a pousou sobre seu colo. No entanto, Melike não se moveu do lugar, permanecendo próxima. "Nos mandaram embora." Confirmou a suposição feita pelo changeling. "Mas eu consegui dar um perdido nos guardas da minha casa para poder vir até aqui hoje..." Fez uma pausa, como se se desculpasse por isso, embora não estivesse arrependida do que fez. "Por favor, Kenaï, não se preocupe com isso. Isso só te cansaria e pelo que entendo, você precisa repousar. Tem uma equipe de segurança na portaria daqui." Sem pensar muito, sua mão subiu mais uma vez, passando devagar da testa até a bochecha dele, em um carinho calmo. Azhari não queria que ele se preocupasse com ela. Estava bem. Não havia acontecido nada com ela durante o incidente no casamento, ao contrário do perigo que Kenaï sofrera durante o mesmo e só de lembrar disso, sentia o coração apertar. Desviou os olhos do rosto alheio para seu peito, onde se lembrava que a espada havia atravessado, tão próxima do coração. "Ainda dói, não é?" Perguntou, com a voz baixa, espelhando todo seu cuidado e preocupação. "Eu sinto tanto. Vi acontecer, mas não consegui fazer nada para ajudar. Tentei voltar, mas o caos foi tão grande que ficou impossível. Quando percebi, os professores estavam nos mandando para casa." Ela se sentia péssima por ter aceitado ir embora em um momento tão crítico para todos. Não sabia se teria condições de fazer alguma coisa para ajudar, mas deveria ter tentado. "Mas eu pensei em você durante todos esses dias." Acabou confessando, antes de pensar no que estava dizendo. Quando se deu conta, desviou o olhar e ficou em silêncio por alguns segundos, como se tentasse entender por que aquilo tinha escapado assim, sem aviso. Olhou para a porta da enfermaria, tentando mudar o foco. "Precisa que eu chame algum curandeiro agora que acordou? Talvez eles tenham que verificar alguma coisa."
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kenainavaar · 2 months ago
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Não era corriqueiro que Kenaï desse conta da vida alheia, muito pelo contrário, fazia o máximo para se manter distante do que os outros faziam. Por outro lado, era bom observador. Poderia não se intrometer, mas isso não queria dizer que não observava uma coisa ou outra. Como a jovem que tinha diante de ti, por exemplo, longe de ser uma conhecida, em verdade, duvidava muito que tivessem trocado mais do que duas ou três palavras cordiais durante a estadia do changeling em Hexwood. Ainda assim, conseguia distingui-la facilmente de tantos outros, pois ela possuía uma expressão que casava mistério e petulância, em igual proporção. Os outros, tendiam mais a petulância do que o mistério, na verdade, chegavam até a ser bastante previsíveis, mas não ela. Por isso, as íris vermelhas não conseguiram desviar do que ela fazia em sua solitude, tampouco os passos desviaram de caminho. Quando se deu conta, Kenaï já estava próximo demais para recuar. O riso sem graça rompeu os lábios na falha tentativa de parecer descontraído, mesmo que parte dele achasse graça na encenação feita. "Acho que entendo bem de ironias.", replicou ao desviar os olhos para o próprio peito. A cicatrização estava avançando consideravelmente, ele já não se via mais como um peso para os colegas curandeiros, pois conseguia trocar os próprios curativos agora e, mesmo assim, não deixava de ser irônico o que lhe ocorreu. "Ainda queima? Quero dizer, pelo que meus estudos diziam, a mordida de uma quimera costuma queimar.", não só pela composição da criatura em si, mas pelas propriedades toxicas que sua mordida carregava.
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Starter aberto, no Jardim Botânico (0/4)
ESCAPAR HAVIA se tornado algo difícil. Perder parcialmente os movimentos da mão esquerda também. Sem conseguir escrever aons ou utilizar a canhota dominante, Zara sentia-se inútil. Havia pausado sua investigação. Havia pausado a procura por Lucien. Havia pausado tudo, até mesmo a prova dos vestidos de casamento. Callista insistia em mencionar, sempre que possível, que as mangas e gola teriam de ser refeitas para cobrirem a nova cicatriz. Uma que (também segundo a mãe) Zara cedo ou tarde ganharia por sua displicência: duas listras grossas de pele ainda avermelhada pela cicatrização recente, na altura do ombro e antebraço, com veias sobressalentes de roxo e preto que aos poucos sumiam--- por onde o veneno da quimera havia passado. Com o todo, a Byaerne sentia-se menos feliz e mais sóbria. Talvez, a luta tivesse abalado um pouco seu espírito sempre animado e cheio de cinismo. Naquela tarde, estava sentada em um dos bancos na ala privativa do jardim, olhos de íris esverdeadas fixos na canhota, que realizava um exercício de mobilidade com os dedos. Quando notou que alguém se aproximava, repousou a mão enluvada por cima das coxas numa pose mais anatômica e cessou os murmúrios de concentração. O clima estava agradável o suficiente para utilizar mangas curtas, mas Zara vestia mangas compridas e uma gola alta. "Ah." Não havia encontrado muitas pessoas depois do ataque, portanto estava satisfeita em ver Muse. "Olá. Sei o que está pensando--- que ironia, não? Logo eu, levar uma..." A Khajol mostrou os dentes, para simbolizar a mordida. Ainda que bem humorada, as córneas não brilhavam como de costume. "Também acho, se quer saber."
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kenainavaar · 2 months ago
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"Receio que não.", suas palavras soaram mais desanimadas do que gostaria. Kenaï não costumava ser adepto de bebidas ou qualquer outro tipo de droga. Não era careta, obviamente, mas existiam outros prazeres em sua vida, outras formas de fugir da realidade do que aquelas comumente conhecidas. Sua visita ao quarto de outrem foi tão aleatório quanto seu divagar pelo lugar. Talvez eles tivessem mais em comum do que eram capazes de reconhecer naquele breve encontro ao acaso. "Eu estava apenas procurando outro lugar para ficar, que não o quarto que me foi designado. Sendo muito honesto, esperava por uma saída.", e não outra prisão, mas não ousou expressar o pensamento em voz alta. O que ela pensaria do curandeiro depois? Se ele mesmo odiava os cuidados, como poderia convencer outras pessoas a gostarem? Kenaï era a prova viva que: em casa de ferreiro, o espeto sempre será de pau. "Não pretendo ser mais um importunando seu dia. Se assim preferir, posso me retirar.", com a mesma rapidez com a qual tinha entrado, obviamente.
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Open starter 0/4
Melian rolou na cama e bufou mais uma vez, seria o torso dolorido e a falta de ar, mas se recusava a permanecer quieta demais. Todos aqueles cuidados, mão encima de si, pessoas perguntando e lhe parabenizando era irritante. Todas aquelas enfermeiras e remédios, Melian queria sair correndo do local. Queria liberdade, queria ir para o treinamento e especialmente queria ver Ferja... Um sentimento de desespero a dominava toda vez que pensava em sua companheira dragão. Ferja, sozinha em seu ninho, sem sua visita... Melian pensou várias vezes em como sairia daquele local, mas aparentemente estava machucada demais para não ser vigiada. Seu maior problema era seu olho, era irritante trombar a mão em tudo até mesmo para pegar um copo de água. Se sentia uma inútil completa deitada na cama. Seu humor em nada melhorava ao saber que não poderia ingerir qualquer dose de álcool. Aquilo era um hospital ou um campo de tortura? Nem mesmo os presentes caros que recebeu da família de Zara lhe animaram. Melian ouviu o barilho da porta e apenas bufou. "A menos que não tenha trago álcool ou drogas escondido não estou interessada!"
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kenainavaar · 2 months ago
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closed starter with @ashla-lavista
A mente ainda parecia tomada por uma nevoa densa. Kenaï não sabia se era resultante das poções que lhe eram ofertadas, ou de algum conflito interno que o fazia reviver o episodio sempre que a respiração forçava um pouco mais o machucado nas costelas. O que tinha colocado naquilo? O gosto era completamente diferente do que estava acostumado, mas tinha funcionado bem, não se sentia mais como um morto-vivo ou coisa assim. Tinha protagonizado um grande ato heroico, apesar do resultado. Nem ele mesmo conseguiria dizer o que lhe deu para se colocar no meio de uma espada daquela maneira, mas bem, agora não faria qualquer diferença. Olhava um ponto fixo no teto, quando ouviu a voz de Ashla se fazer mais firme, suave e serena - como era possível ser todos os três? As íris vermelhas se voltaram para a changeling não muito distante de si. "Perdão. Eu não queria estar sendo um fardo para você também.", ela teve que cuidar do diretor por todo aquele tempo, não era justo que até Kenaï caísse em sua conta agora.  
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kenainavaar · 3 months ago
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Poderiam afastar o changeling de sua função, mas Kenaï não conseguia deixar de agir como um curandeiro, nem mesmo quando era ele quem mais precisava de cuidados. Diante das respostas do outro, ele assentiu, demonstrando sua atenção para com as palavras alheias. "Quando foi a última vez que se alimentou apropriadamente? Costuma sentir tonturas com frequência?", tentava reduzir a quantidade de perguntas, mas, obviamente, ele falhava nessa tentativa. "Bom! Pelo menos sua visão não está comprometida, ou as capacidades cognitivas.", e Kenaï podia relaxar um pouco, os ombros cedendo e liberando a tensão que se alojara sobre os mesmos em questão de segundos. "Compreensível. Só não seja negligente com seu corpo. Ele dá sinais, sabia?", o do changeling também dava, principalmente naquele momento enquanto a dor aumentava entre suas costelas, mas ele seguiria negando. "Estou sim. Pelo menos consigo fazer uma leve caminhada, o que já é algo.", odiava ficar detido ao mesmo espaço por muito tempo, quem dirá dias. Era um verdadeiro pesadelo, quase como voltar aos momentos traumáticos de sua infância, quando era proibido de sair de casa. "Receio que sim.", reafirmou as palavras do outro, acrescentando um tom empático as suas próprias. "Se dê mais alguns dias, antes de tentar novamente. Certeza que o pôr do sol também é belo visto daqui. E caso não seja, pense que está me fazendo companhia, para que eu não seja atacado outra vez.".
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Mikah ergueu os olhos e murmurrou um baixo - Hm? - quando ouviu a pergunta de Kenai seguida da mão do outro em sua testa. Não se sentia febril, mas era bom conferir, por sorte, parecia alguém legal que o havia encontrado naquele momento. - Estou bem, foi o que pareceu, mas eu me sentei antes do pior... - começou falando e então fixou seus olhos nos dedos alheios. - Três? - semicerrou seus olhos para ter certeza que eles não o traíam ali e balançou sua cabeça de leve. - Desculpe, eu ainda estou meio fraco desde os últimos acontecimentos, mas não aguento mais ficar dentro de casa... Você tem melhorado? - perguntou sabendo que Kenai, assim como ele, era um dos feridos deixados para trás pelo assassino da Imperatriz. Ambos pareciam estar sofrendo as consequências de se meter onde não foram chamados. Fez a menção de se levantar, mas seu corpo ainda não estava de acordo com isso e suspirou pesado. - Eu queria ver o pôr do Sol de cima da Torre. Faz alguns anos que não faço isso, pensei que pudesse ser... revitalizador. Mas acho que talvez seja o momento ideal para evitar subir escadas.
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kenainavaar · 3 months ago
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— FLASHBACK WEDDING.
"Nunca o suficiente, eu receio.", Kenaï era excessivamente modesto, ele era inteiramente comprometido com sua função, amava o que fazia, curar e ajudar, criaturas e humanos. Mas não se considerava o melhor, ou o detentor de mais conhecimento, pelo contrário, se considerava igual a todos os outros, inclusive seus alunos, estando em constante estado de aprendizado. Observou os Colmain ao canto quando estes foram mencionados pela mais nova. Era uma das famílias que o Navaar gostava de manter distante, como segurança para si mesmo. "Compreendo. Ainda assim, não estão distantes assim, em qualquer eventualidade ela pode lhe alcançar. Isso deve trazer algum conforto.", principalmente se considerasse que a mais nova preferia manter changelings à distância e khajols cada vez mais perto. A menção as sacerdotisas arrancou um riso genuíno do mais velho, era esperado que esse fosse o comportamento da maioria: partir no sentido oposto das amáveis senhoras. "Ainda é cedo. Tenho certeza de que vai esbarrar com alguns deles ainda hoje.", pontuou como forma de confortar a mais nova, mesmo que essa não fosse a sua função no momento, Kenaï ainda sentia que ela precisava disso, sentir-se confortável, independente de com quem fosse. "Deirdre.", ele repetiu num tom baixo, quase inaudível. Tinha esbarrado com a jovem Colmain pelos corredores de Hexwood, mas não havia lhe dirigido a palavra uma vez que fosse, justamente por evitar todos e quaisquer Colmain que existisse. "Se até o imperador está disposto a aceitar essa união, reconhecê-la como oficial. Então os Colmain também deveriam fazê-lo, não? Como fieis membros do conselho, quero dizer.", o Imperador certamente não passaria por cima de todos dessa maneira, ou será que sim? "Quem não gosta? A felicidade é algo admirável, infelizmente um tanto raro nos dias atuais, mas admirável. E todos a merecemos.", replicou antes de mais nada, "E qualquer como eu, é muito digno do beneficio da duvida, senhorita.", o que não poderia ser dito sobre todos os khajols, infelizmente.
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FLASHBACK
❝Então, certamente sabe muito sobre medicina, se até mesmo leciona.❞ Concluiu em um leve aceno de cabeça, isso era algo que ela poderia manter em mente, não para si, mas para pessoas próximas é claro. Isso se ela considerasse ele de confiança em algum momento, para que o encarregasse de cuidar de alguém importante para ela. ❝Sim, Ciara de Colmain também está presente, ela é como uma mãe pra mim... Contudo, ela também tem suas obrigações e não pode estar comigo a todo momento.❞ Até por que quem estava administrando o marquesado enquanto Yekaterina estudava era a Colmain, tinha estar ativamente fazendo jogos políticos em nome da jovem e de Kamensk. ❝Quanto a meus amigos, talvez estejam todos enamorados ou fugindo das sacerdotisas se considerar que ainda não esbarrei com nenhum deles.❞ Se permitiu brincar com mais leveza, ainda que não fosse um julgamento, tendo em vista que se pudesse a Orlova também estaria desfrutando da companhia de um amor ou algo parecido, se não fosse castigada por tal coisa. ❝Compreendo, agora que penso a respeito certamente será engraçado ver os padrinhos changelings de um lado e saber que Deirdre está do lado das madrinhas, tio Connall morrerá de felicidade.❞ Se viu rindo brevemente, logo cobrindo a boca com a mão para que mantivesse a classe, ainda que fosse um tanto engraçado imaginar o duque Colmain vermelho de raiva por tão pouco, Yekaterina agradecia que o evento não permitia que ele agisse a cerca de sua raiva contudo. ❝Gosta de ver as pessoas felizes? Isso certamente é muito nobre de sua parte, acho que nunca pensei que algo nobre poderia ser atribuído a qualquer de vocês... Fico aliviada em saber que não é o caso.❞
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