kllinjoke

[kllinjoke]

𝗪𝗵𝗲𝗿𝗲 𝗠𝗮𝗱𝗻𝗲𝘀𝘀 𝗕𝗼𝗿𝗻

[...]

O tanque foi esvaziado, evacuando todo o líquido para os esgotos de Gotham. Ninguém a procurou ou tentou descobrir seu paradeiro. Mas Jackie ressurgiu, tossindo os restos químicos que havia engolido na sua submersão. A percepção de si estava diferente, sua cabeça era diferente e sua pele… Por um momento ela não teve coragem de olhar uma segunda vez para ter certeza que era real. Mais branca que uma parede recém pintada, a raiz de suas unhas era quase um vermelho escarlate.

Ela não precisou de mais para entender que era sua nova aparência agora. Inclusive quando se deparou com seus fios de cabelo descoloridos. Ela imediatamente pensou em casa, seus pensamentos estavam frenéticos outra vez, ela imaginou ter renascido. Uma segunda chance da vida para que pudesse mostrar a toda Gotham como era viver na miséria que ela mesma sentia dentro de si.

Uma chance de provar que todos, incluindo a pessoa que chamava de marido, – de alguma forma ela sabia. – era tão hipócrita quando julgavam malucos aqueles que se perderam para os terrores daquela cidade. Naquela noite, ela queimou a cidade como uma forma de mostrar ao que veio. Pendurou o marido na torre mais alta de Gotham City, o corpo pegando fogo, um alerta. Um maldito aviso. E levou suas crianças, essas que estavam amedrontadas demais para pestanejar os cuidados tortos da “Mamãe estranha”, para um parque abandonado.

A polícia de Gotham nunca ficou naquela polvorosa, mas as sirenes diziam que esse seria o dia. Foi, O dia. Tentaram por horas a fio encontrar a nova criminosa, até o vigilante obscuro daquela cidade com sua moral aparentemente intacta se envolveu. Depois de algumas horas de busca incessante, um grupo de policiais armados encontrou o parque. Também, por ironia, piada cruel do destino que assolava todos naquela pocilga esquecida por Deus, acharam seus filhos.

O grupo corrupto, como era de se esperar, achou graça na ideia de que aqueles eram seus filhos, o que souberam por investigar na ordem dos fatos. O marido, a casa destruída pelo fogo, a mulher e as crianças que haviam sumido. Tudo apontava para Jackie, tudo apontava para a criminosa que havia perdido a cabeça. Eles não esperaram mais que um minuto ao encontrarem a mulher e ver o reconhecimento dela ao encarar seus filhos abraçados e chorando, implorando pelo colo da mãe quebrada.

Os disparos se tornaram o assombro dela, seu mártir, sua dor que ninguém mais poderia saber. Seu calcanhar de Aquiles que só uma pessoa poderia acessar.