laleonie
30 posts
Don't wanna be here? Send us removal request.
Text
FLASHBACK
Em interações como aquela, Léonie conseguia se lembrar nitidamente dos motivos pelos quais havia basicamente se apaixonado por Niamh durante o tempo extenso de amizade que possuíam e que havia sido interrompido, alguns anos atrás, porque a Allaire havia se juntado às amazonas. Quer dizer, o caos dela era tão natural, os movimentos e a fala agitada, as ideias cheias de pensamentos cativantes e ousados, enquanto Léonie, essencialmente, era um pouco mais reservada, mas igualmente consumida pelos próprios sentimentos, apenas não se sentindo tão apta a demonstrá-los, principalmente depois de ter alcançado o cargo como Centuriã ao retornar ao Júpiter no ano anterior; não tendo falado com Niamh muito mais depois disso, basicamente por medo. Não porque não a levava mais em consideração, mas porque não conseguia lidar com a própria percepção de que, muito provavelmente, depois de dois anos, não haveria mais espaço na vida da filha de Baco para ela. — Pra ser bem sincera, praticamente não tem competição. Os gregos não me interessam muito e os nossos, de Júpiter, têm sempre as mesmas caras. — O sorriso permaneceu, mas um pouco mais discreto, enquanto finalmente aceitava a ajuda de Niamh e adentrava a embarcação. Água não era exatamente a coisa favorita de Léonie, mas a atração era realmente interessante em sua percepção, principalmente por estar junto da legionária da Quinta (por mais que esse detalhe, por si só, fosse justamente uma de suas ruínas quando pensava na menor). — Me lembrarei das suas palavras. Com um pouco de sorte, faremos isso no chalé das minhas irmãs, porque eu acho que já cansei do de visitas também. — O tom divertido permaneceu enquanto os olhos claros voltavam-se para o espaço navegado pela embarcação agora. Suas irmãs haviam feito um ótimo trabalho, de fato; e aquelas lanternas dispostas pela água realmente chamavam muito a atenção. — Tudo certo, só tenta não fazer movimentos bruscos, valeu? Não tô com nada por baixo, se ficar molhada, você e mais meio mundo vão ver o que a natureza me deu por causa da transparência.
⋆。𖦹°⭒˚。⋆ apontou para o próprio rosto. niamh não tinha uma confiança baixa, ela era sonsa mesmo. sonsa de uma forma proposital, que coletava elogios e atenção, mas sempre se lembrava disso. era legal, ser notada e tudo mais, fazia bem de vez em quando. quer dizer, quando ela estava sociável pra isso, uma das muitas complexidades de sua personalidade jolly punch era que nos poucos momentos que queria estar sozinha, sempre tinha alguém chamando por ela. mas esse não era o dia, mesmo que seus sentimentos fossem conflituosos demais, não queria admitir, não fazia parte de quem ela era admitir, mas ainda eram. um pouco dolorido, talvez. — eu? qual é, eu tenho que ser bonita ou como vou competir com tanta gente aqui por você? — brincou, um riso confortável ao final deixando evidente isso. era uma máscara, claro, mas só ela precisava saber disso agora. — acho que não existe beber demais no meu dicionário, só o suficiente, sabe? se a água do dia for vinho, talvez uma garrafa inteira pro dia, quem sabe. agora se a água for uma vodka de frutas vermelhas... só deus sabe. — a sobrancelha arqueou, delineando seu interesse na proposta, mas de uma forma um pouco contida ainda talvez. — eu adoraria aquecer seus pés, ma'am. hit me up. — piscou para ela. no que vestia naquele dia conseguia se locomover normalmente e por conta disso niamh tendia a não ter muita noção de seus arredores, então estranhou a parada centímetros do barco, mas entendeu quando tirou uns segundos para escutar e dar uma olhada. — ah, claro, nossa completamente esqueci disso. 'tava quase te puxando pro mar com tudo, léo, perdão. espera aí. — ela desenrosca os braços para pegar sua mão e ajudá-la com um suporte mais forte e sólido, certificando-se que a bainha do vestido não ficasse pela água quando levantou milímetros apenas para que entrasse. — tudo certo? alexa tocar don't stop the party do pitbull, por favor. — brincou.
5 notes
·
View notes
Text
FLASHBACK
Normalmente, Léonie tentaria resolver as coisas sozinha, sem pedir ajuda de muita gente ou incomodar quem quer que fosse. Todavia, naquele momento de necessidade, indo contra sua própria mente, duvidava muito que alguém pudesse lhe ser útil, mas mesmo assim continuou, descrente também de que a situação poderia ser resolvida se não havia dado tantos detalhes sobre ela. Até que tudo se desenvolveu estranhamente bem, a atenção dela no outro durante todo o processo. E até por isso, identificando o cheiro do mar na pele e nas vestes dele, as irises de Léonie continuavam brilhando em uma cor que indicava a mais genuína curiosidade somada ao interesse habitual em toda e qualquer coisa que descendesse dos Três Grandes. Não exatamente por interesse, mas uma afinidade com a sensação de poder, talvez? Era difícil mapear muito além disso. — Ah, muito animador. — Suspirou com certo pesar voltando a olhar rapidamente para seu próprio vestido antes da oferta da regata dele. — Bom, eu aceito. Posso te devolver sua camiseta se me acompanhar até o chalé das minhas irmãs. Só preciso substituir isso daqui por algo mais seguro e te devolvo. Não vai demorar nem dez minutos e eu fico devendo uma a um grego, o que é praticamente ilegal de onde eu venho.
aproveitava da certa distância que tinha com o fervor do festival para subir uma fumaça. em tempos de festividade ele se via com essa certa pressão para se manter calmo, passivo, mais comunicativo do que o jeito que ele vinha apresentado a nova era. o sabor doce e paliativo da camomila. mas no primeiro sinal de ruído minimamente dirigido a ele, isaac apagou o baseado na mureta em que se recostava e prestou atenção. — suave. — é um homem de poucas palavras numa primeira impressão. mesmo que não fosse bobo, não, ele olhou um pouco para ela, mais do que alguém que passava rápido teria olhado. demorou alguns segundos e agora ele desejava uma goma de mascar pra tirar o resíduo da boca. analisou o suposto estrago, e, como um costume de anos refletidos a sua solidão recente, ele falou para si mesmo sem nem abrir a boca. um pensamento seria a palavra mais correta, mas passava disso. era algo que ele normalmente diria, mas agora só conseguia ter pra si. "não é um rasgão feio, mas dependendo do rumo dela pode ceder." e lembra de quando observava o seu antigo pessoal preparando as peças pra uma exposição. corsets são delicados demais para arriscar um ponto e estragar, então pegou um dos alfinetes de segurança que decoravam seu boné antes de com uma mão puxar os lados o máximo possível para começar a colocar os alfinetes, alguns na boca esperando sua vez no processo delicado. — vai durar muito não, brotinho. é passar um ponto ou cobrir. — concluiu. normalmente ele ajudaria um pouco mais, mas só se ele ficasse pelado dando a única regata fininha que ele tinha para cobrir ela. então olhou para baixo, para a peça que ele mesmo usava, um tecido fino e desgastado que resistiu os anos que ele passou fora. amarelo, mas desbotado. — serve? — pinçou um pouco o tecido para indicar que falava da regata.
3 notes
·
View notes
Text
NAT SCATORCCIO YELLOWJACKETS | 1.01
1K notes
·
View notes
Text
Em geral, Léonie aceitava bem os planos de Desmond e de Niccolo. Naquela ocasião, entretanto, a francesa estava meio hesitante na presença do filho de Trivia; não por algo que ele tivesse feito deliberadamente e de forma consciente, e nada que não fosse mais culpa dela do que dele: seu interesse pelo mais velho, que fizera com que se frustrasse em relação a um motivo praticamente mínimo em se tratando dele. Nada que precisasse ficar sabendo, todavia; Léonie, por mais sensível que fosse, tendia a evitar dramas pelo bem do próprio psicológico.
E ainda assim, todo aquele esforço, aparentemente, não valeu de muita coisa, porque no momento seguinte o rapaz estava questionando algo sobre seu comportamento. O que chegou a preocupá-la, até perceber que Santorini achava que era por algo que envolvia Vênus. Quando chegou a essa conclusão, a Allaire não fez nada além de soprar um riso leve, quase de descrença.
Ele era mesmo inacreditável.
— Apesar de achar sem noção, não, não tô. Tô acostumada. Ser filha de Vênus tem seus ônus e bônus, seja quando são direcionados a mim ou a ela. — O sorriso permaneceu ali, tentando manter o aspecto gentil da coisa antes de recolher o copo vazio da porção de Ambrosia que havia conseguido de alguns curandeiros. — Já que não vamos incendiar um chalé grego, então, se me der licença... Eu acho que vou procurar o Des. Ele tá me devendo algumas explicações. — Anunciou brevemente. — Vai ficar bem? Ou vai voltar correndo pra arena de novo assim que seus ossos voltarem ao lugar? — Brincou antes de abandonar um beijinho estalado, bem menos demorado que o usual, sobre o topo da cabeça do amigo.
⸻ Vênus? Aaah. Sua mãe é uma coroa bonita, hein. ⸻ respondeu ao comentário dela, abrindo um pequeno sorriso ao passo que inclinava a cabeça na direção do toque afetuoso da garota. Como raios Léonie tinha nas mãos um punhado de ambrosia, Santorini não sabia. Ele, contudo, decidiu poupar as perguntas e aceitou, com gratidão, o alívio que ela oferecera para as dores que percorriam seus músculos.
Por trás daquela carinha angelical, Léonie escondia o seu maior talento. Ela via além do rosto. Era impossível enganá-la até poucos meses atrás. Agora, graças a Mnemosine, as coisas estão diferentes. E Santorini, por mais nobre que se mostrasse, não deixaria de aproveitar a chance de — finalmente — ter acesso à privacidade de suas emoções. Os sentimentos, enfim, eram somente dele; embora Léonie parecesse ciente de que os pestinhas estão sempre presentes, fazendo seu trabalho no crânio do garoto.
Ao menos, a travessura contra algum chalé do Meio-Sangue poderia devolver aos dois romanos um pouco do humor, certo? Há. Quem dera. No piscar de olhos seguinte, Léo virou o pescoço. Talvez a sugestão havia lhe apertado um botão vermelho. A estranheza se tornou palpável demais para passar despercebida. Niccolo mal pôde evitar o suspiro, porque, na verdade, fazia o estilo de menino que mal podia conter qualquer reação; quando observou o rosto de Léo sendo coberto pelas sombras ambiente.
Ok, sem mais quebrações de regras por hoje. Ou quebrações em todos os sentidos da palavra. Veja bem; Santorini por muita sorte não teve os seus ossos descolados dos músculos, afinal de contas. ⸻ ... Náh, vamos esquecer o plano. ⸻ avisou ele, coçando a parte atrás da nuca. Os cachos pretos caíram sobre a testa. Cachos estes que, momentos antes, se enlaçaram ao dedo de Léonie como suaves círculos sombrios. ⸻ eeee... beeeem... Você tá' puta por que chamei sua mãe de delícia?
5 notes
·
View notes
Text
Léonie estava pronta para mantê-lo no lugar e fazer com que Desmond se mantivesse quieto até ter melhorado significativamente, quando seus olhos acabaram se voltando para uma distância não tão grande assim de onde estavam. O juízo se dispersando só um pouquinho, talvez pelas poucas bebidas misturadas e a sensação de que não era ela mesma justamente por ter disassociado graças ao álcool... — Eu até iria, mas sei que vai se entupir de porcaria mesmo se recuperando da surra que levou. Isso me deixaria estressada e eu provavelmente te machucaria um pouco mais. — Soprou um riso, ainda sem olhar para o amigo. Seus olhos estavam voltados na direção oposta, para uma figura feminina do outro lado. — Então, já que vai ficar bem... Tenho certeza que vai me entender se eu for lá falar com aquela filha de Marte. Eu soube que ela terminou o namoro essa semana.
Desmond inconscientemente elevou uma sobrancelha à frase dela, o sorriso se formando em seu rosto antes dele revirar seus olhos. "Claro, porque combinaria muito bem com esse vestido aí." Ele franziu o cenho, mas logo acompanhou o riso, balançando a cabeça em negativa. Seria o tipo de comentário que ela faria, mas não combinava muito com ele. "Mas eu não minto, Leo, você sabe disso." Ele deu de ombros como conseguiu, evitando a careta de dor para não preocupá-la, mas claramente sentindo essa fraqueza por seu corpo inteiro naquele momento. "Não... Acho que vou dar uma volta..." Seu estômago roncou nesse mesmo instante. "Eu realmente preciso comer alguma coisa depois disso." Ele disse com um sorriso leve. "Quer vir comigo?" Ele disse, já se levantando devagar, ignorando a dor como conseguia.
3 notes
·
View notes
Text
— Inglês, então. E o francês fica para uma outra ocasião quando for até o Júpiter ou eu retornar para o Meio-Sangue. Acho que tenho um bom motivo para isso agora, de qualquer forma. — O sorriso permaneceu, ainda gentil. Em geral, evitava semideuses associados à morte ou a alguma magia que Léonie desconhecesse demais, mas os de Hades tinham lá seu encanto (até mesmo o com nome de garota, irmão de Democritus, parecia ser uma boa pessoa no fim das contas), mas saber que o rapaz diante de si havia vivido durante a Roma Antiga... Tornava tudo um pouquinho mais interessante. E por isso, as irises de Léonie se tornaram lilases, beirando o tom roxo, mas nada que ela percebesse, entretanto. Um demonstrativo de sua euforia velada por estar tratando de História e com um filho dos Três Grandes, simultaneamente. Talvez seus principais interesses atuais, para além de sua função como Centuriã. — Quanta gentileza, mas pode me chamar de Leo, se preferir. De qualquer forma... Você está há todo esse tempo fora do jogo, então? Eu tô aqui há vinte e três invernos e sinto que já vivi muita coisa. — Encolheu minimamente os ombros antes de aceitar os pedidos entregues e estender o respectivo de Dean, enquanto atentava-se ao de chocolate que tinha em mãos. O açúcar acalentando sua alma enquanto pensava em uma resposta. — É, sim. Mas quando se chega a ele sendo bem nova e, principalmente, uma mulher... As coisas ficam meio esquisitas. Mas eu gosto. Dá mais algum sentido a uma filha de Vênus além daquela coisa toda de beleza, amor e família. — Crispou levemente os lábios antes de voltar a andar, mas só para se colocar ao lado da barraca. — Aliás, devo dizer que sempre achei que filhos de Hades seriam mais... Sombrios? Você me parece um cara gente boa demais pra isso. Não que seja algo ruim, só uma observação mesmo.
"Ah, sim, um nome bem mais fácil do que o que eu tinha entendido." Ele assentiu, deixando escapar um riso leve, constrangido. Ele ainda custava a aprender todas aquelas línguas, gírias e outros que surgiam diariamente desde que voltou ao mundo mortal. Na sua época, saber ler e escrever o grego já era o bastante para ser alguém respeitável, agora as coisas eram bem diferentes. "Podemos usar inglês? Eu preciso treinar... Mas, se quiser me ensinar francês também, eu gostaria de aprender." Ele respondeu. Era de sua natureza querer entender aquilo que não compreendia, mesmo que soubesse que isso levava a muito mais problemas que soluções no final do dia. Dean se deixou levar pela mão da garota, mesmo que contato físico dessa forma não fosse lá algo que estivesse tão acostumado em seu dia-a-dia. "Pode ser. Se é algo que está sugerindo, estou disposto a provar." Honestamente, ele não tinha muita noção do normal ou anormal para aquele tipo de coisa, então, acataria a tudo que ela dissesse ser simples ou complexo por ali. Democritus observou ao que ela fez o pedido, curioso, e, então, retornou sua própria mãos ao corpo em um cruzar de ombros quando ela afastou a dela. O riso veio leve às palavras dela. "Democritus. Pode me chamar de Dean... de Hades. Não tenho cargos por aqui..." Ele se apresentou. "É um belo nome... Léonie." Fez questão de apontar tal. "Eu não sei muito do seu acampamento... Na verdade, mal sei tanto de Roma. Foi bem depois da minha época que o Império surgiu... Mas ouvi muito sobre ele das almas que passavam pelo Submundo. Centurião é um cargo bem importante, não?"
11 notes
·
View notes
Text
QUINTA NOITE
Estava com um vestido delicadíssimo e tão caro quanto era delicado, mas isso não impedia Léonie de transitar de um lado para o outro durante o Equinócio, aproveitando ao máximo todas as atrações possíveis, do jeito que conseguia, do alto daqueles saltos e daquele vestido justíssimo. Até que, após se afastar das irmãs por um curto período de tempo, tendo retornado para as dependências do Lago para observar a movimentação dos pares que haviam por ali, a Allaire sentiu o primeiro rompante. E um segundo. Em alguma das partes da sustentação do vestido que usava, imediatamente levando um dos braços até a altura do busto e a outra mão até a altura dos próprios quadris, como quem tentava controlar o que poderia vir de pior. Até acreditava que poderia dar um jeito, mas precisava de ajuda, quisesse ela ou não. E para tanto, sua primeira opção foi o semideus mais desavisado e mais próximo de si. — Ei... Com licença. É um caso de vida ou morte aqui. — Os olhos claros baixaram-se para a própria peça e a situação a que estava submetida. — Será que poderia me dar uma ajudinha?
3 notes
·
View notes
Text










SOPHIE THATCHER Styled by Christina Turner, makeup by Alexandra French and hair styled by Igor Rosales ahead of the 75th Emmy Awards, January 15th 2024
83 notes
·
View notes
Text
"I’m the type of person who wants to be working nonstop, because I want to be anywhere but in my own head.” SOPHIE THATCHER Photographed by Jesse Frohman
#la lionne — visage.#coisa mais fofuchaaaaaaaa#novo fc da leonie e eu baixei a idade dela pra 23 galerinha do mal
433 notes
·
View notes
Text
Quando escutou o comentário sobre Santorini não ter falado dela com Cecile, o humor de Léonie subitamente mudou da água para o vinho. — Bom saber. — Foi o que disse por ora, os pensamentos a traindo em sua mente; de vez em quando sentia que seus sentimentos por Santorini a colocavam em um lugar perigoso de quem não enxergava que ele não via nela nem mesmo a amizade que a Allaire achava que possuíam. E isso incomodava um pouco agora, como seus sapatos machucavam os pés dela. — Eu achava que éramos, mas eu não deveria esperar muito. Sou Centuriã da Segunda Coorte, ao lado do Desmond, e ele é da Quarta. Faz sentido não me levar tanto em consideração. — Deu de ombros enquanto jogava os longos cabelos platinados sobre eles, atentando-se então aos comentários de Cecile. — Eu acho que vai, sim. Mas tá tudo bem também se não se acostumar. Eu vivo a minha vida toda me sentindo deslocada e continuo sobrevivendo. De vez em quando a gente encontra alguém que também não se encaixa e as coisas melhoram um pouco, mas temos que nos apegar aos nossos valores e eles têm que bastar. Você deve saber bem disso. — Léonie meneou levemente a cabeça antes de alcançar na liga de perna que usava, sutilmente revelada por remexer na saia do vestido, um cigarro solto estrategicamente posicionado ali, constatando que o isqueiro havia sumido em alguma parte de seu trajeto. Merda. — Por acaso você teria um isqueiro, um fósforo, ou, sei lá, um poder pra me ajudar a acender isso daqui, petit?
❝ Nos conhecemos brigando por motivos estúpidos, mas aprendemos a conviver. ❞ respondeu, resumindo a história um tanto complicada para a loira curiosa. Já não sabia dizer quem dos dois ela estava investigando. Talvez estivesse usando-o para stalkear Santorini, e ele sinceramente não sabia dizer qual das opções mais o deixava desconfortável. ❝ Ele nunca me falou sobre você... São próximos? ❞ perguntou, investigando-a de volta com a mesma casualidade, agora mais interessado na conversa. Ele seguiu o olhar da loira para os campistas que estavam chamando a atenção, demorando um pouco para entender o que diabos estavam fazendo misturando bebida e pele exposta ⸺ curiosamente, duas coisas que Cecile não curtia. Ele se lembrou dos tempos enfiado nos bordeis, a mente rapidamente repassando a memória dos cenários absurdos que já presenciou nos ambientes mais sórdidos de Londres, mas nenhum parecia realmente equiparável a um que era aceito aos olhos da sociedade. Com todos agindo como se fosse normal, despidos de qualquer pudor. Aqueles campistas pareciam completamente livres do peso invisível da repreensão e do julgamento que mantinha pessoas como Cecile em suas gaiolas. ❝ Sim… É, realmente ❞ Inexplicavelmente, apesar de desprezá-los, ele sentiu uma onda melancólica contaminá-lo. ❝ Acho que nunca vou me acostumar com algumas coisas. ❞
5 notes
·
View notes
Text
A venusiana encarou o outro por mais alguns segundos, precisando entender um pouco de toda aquela confusão que o outro apresentava, até que se recordou dos comentários dos outros colegas no Júpiter e a agitação de algumas legionárias na presença dele. Era a criança perdida de Hades, mais um dos deslocados no tempo, o que explicava muita coisa e acabou por arrancar uma risada baixa, mas encantada, por parte da Allaire. — C-r-o-a-s-s-a-i-n-t-s, é o nome da comida daquela barraca. É francês, um prato da minha terra natal, mas é bem popular no mundo todo. E o m-o-n c-h-e-r significa "meu querido", também é francês. Foi sem querer, desculpe. Prefere que usemos o grego? — Perguntou, tentando pensar com seus botões se alguém já havia dito há quanto tempo aquele filho de Hades estava zanzando por aí. Não se recordava da precisão dessa informação, então também estava pensando se o melhor a ser feito era soletrar: e se ele tivesse dificuldade com as letras e com o básico da comunicação como Santorini? — Vamos lá. O croissant pode ser salgado sim, que tal com manteiga? É a opção mais simples e a melhor também. — Seu sorriso aumentou na direção dele enquanto, com cuidado, puxava-o pela mão. A energia de filhos da morte e da magia tendia a deixá-la meio arrepiada, mas aquela criatura parecia tão adorável que Léonie estava ignorando os calafrios. — Um croissant na manteiga e canela, por favor. — Pediu ao atendente. — E um pão de chocolate. — Controlou a vontade de usar o francês de novo, recolhendo seu toque da mão do rapaz logo em seguida, tornando a olhá-lo. — Você tem um nome, certo? Ou eu devo apenas usar o apelido de 'Quassansmoncherry' com você daqui pra frente? — Brincou. — Léonie Allaire, de Vênus, Centuriã da Segunda no Júpiter. Ao seu dispor.
As palavras dela se embaralharam como um quebra-cabeças caindo ao chão em sua mente assim que foram ditas, fazendo o filho de Hades piscar algumas vezes com o cenho franzido, sem entender. "'Quassansmoncherry'?" Ele perguntou, tentando replicar o que havia acabado de escutar. Inglês já não era sua primeira língua, se tivessem palavras tão difíceis para comidas que pareciam tão simples, ele estava pronto para largar tudo de vez e ir morar na Grécia de novo. A confusão foi abandonada ao escutar, no entanto, o nome de algo que conhecia, focando-se nisso para não enlouquecer de vez. "Cupcakes. Esse eu conheço..." Inspirou fundo, exibindo um leve sorriso em seguida. "Eu gosto de salgados." Ele comentou. "Imagino que seja essa outra opção a salgada?" O grego apontou para a comida misteriosa que ele certamente não se arriscaria a tentar pronunciar o nome novamente.
11 notes
·
View notes
Text
Constantemente, Léonie era tão focada em treinamento e em alçar novamente seu posto como uma centuriã forte e poderosa, que mesmo sendo filha de Vênus, tendia a ser um pouco relapsa demais com seus relacionamentos mais íntimos e até mesmo com suas amizades a quem se dedicava inteiramente. Todavia, Niamh havia sido uma das responsáveis por mudar esse aspecto de sua personalidade conforme cresciam e se envolviam, reforçando o lado mais romântico e amoroso da Allaire; por isso lembrava-se da filha de Baco com tanto carinho, ciente de que havia errado muito em simplesmente deixá-la para trás alguns anos atrás, mas feliz por tê-la novamente em sua vida agora mesmo com todas aquelas intempéries que, lentamente, drenavam a esperança de dias melhores na percepção de Léonie. — Felizmente posso dizer o mesmo de você. — O sorriso de Leo se tornou maior, os olhos azuis e delineados pela maquiagem nem tão sutil em comparação às vestes que usava, demorando-se nos de Niamh, antes de afagar a mão dela que havia se enroscado em seu braço. — Você já bebeu demais ou só está realmente feliz por me ver? Se continuar desse jeito, eu posso pensar em chamá-la para esquentar meus pés hoje à noite quando voltarmos ao chalé. — Brincou. Para Léonie era muito mais fácil flertar com homens e enrolá-los em seu charme; com mulheres, tendia a perder um pouco do tato, mas com Niamh, felizmente, as brincadeiras eram mais naturais e ela pretendia fazer mais uma até que chegaram a um dos barcos. Imediatamente, Léonie encarou as próprias vestes, tomando a frente do vestido para evitar tropeçar nele, mas imediatamente recorreu à menor, estendendo uma das mãos, pedindo pelo suporte dela para conseguir se equilibrar e entrar, de fato, na embarcação. — Pode me dar uma ajudinha aqui?
⋆。𖦹°⭒˚。⋆ no copo que segurava niamh tinha apenas um objetivo em mente. acertar esse sugar punch antes que alguém percebesse e pedisse um pouco. ela sempre dividia seu copo e sua bebida, mas hoje, em específico, ela estava fazendo algo tão experimental, que era melhor não ter culpa em sua mão se algum fracote tomasse um gole. já tinha colocado diferentes balas azedas e algumas coes, um pouco de refrigerante de melancia e agora misturava o fraquinho minúsculo de vodka vermelha que tinha conseguido uns dias atrás. tampar e mexer até se dar por satisfeita, para então olhar para a água a sua frente e sorrir um pouco. — é um belo dia pra ficar doidona, né? — disse para si mesma, abrindo a tampa para pegar um alcaçuz encharcado e então escutar uma voz não tão distante e nem um pouco desconhecida. com o doce na boca, ela olhou para o lado e se surpreendeu um tanto. — léo, você 'tá linda pra caralho. — soltou, a boca sem filtro é descontrolada na maior parte das vezes. tampou seu copo para se levantar e concordar com a cabeça. — você quer dizer se eu aceito a honra de andar em um desses barcos com você? claro que eu aceito, não é todo dia que uma gostosa me faz um pedido desses. — niamh tende a se controlar perto de léo desde que ela voltou, mas esse linguajar é sempre o básico que solta, pra controlar o que mais pode sair é um caminho difícil. então, estica o braço em sua direção a chamando com um gesto de cabeça para entrelaçarem os antebraços. — e aí, vamos?
5 notes
·
View notes
Text
— Poxa, o sangue fazia parte da estética. —Brincou encarando o próprio vestido, constatando a limpeza dele. Na verdade, o tom avermelhado não combinava em nada com seus tons de azul, era apenas um comentário por diversão mesmo. — Olha, eu já escutei muito essa coisa de 'eu me recupero rápido' e o plot twist é que quase sempre vocês homens estão mentindo sobre isso. — A risada permaneceu ali, leve, enquanto soltava com cuidado o rosto do amigo, novamente ajeitando a postura sentada ao lado dele, voltando a recuperar seu copo de bebida. Não estava tão habituada ao exagero, então já se sentia um pouco mais tonta do que o usual, principalmente porque havia provado muito dos preparos de Niamh há alguns instantes. — Quer ir até o chalé de visitas se recuperar um pouco? Tá uma bagunça aqui e algumas fãs suas já estão querendo aparecer pra te dar atenção. — Resmungou enquanto o olhar dela se voltava para o grupo de três meninas não tão distante deles, que muito provavelmente não estavam olhando para Léonie. — Eu também queria trocar de sapato porque esses aqui estão me matando, mas se você não quiser ir, eu vou ficar aqui até você melhorar, então.
A dor era revigorante, se fosse ser sincero, havia anos que não sentia a adrenalina de uma batalha realmente perigosa, e isso tanto o animava quanto o fazia pensar que precisava se esforçar mais para alcançar seu lugar de direito como Pretor no futuro. "Conquistar? Não sabia que tinha vindo aqui pra isso..." Ele questionou. Seu olhar foi à garota ao que ele balançou a cabeça em negativa. "Sem agulhas e linha, sai fora. Ficam coçando na pele depois... Já já estarei melhor." Respondeu. O riso veio em resposta à forma como ela o tratava como criança, ela sempre era assim, cuidadosa, sempre se importando mais com os outros que consigo mesma, e isso ele podia admirar nela, pois por mais que fosse mais do tipo sério por vezes, tentando mostrar sua força como líder, ele também se importava com os outros igualmente. "Fica tranquila... O rasgado do seu vestido pode ser visto como estilo e..." Ele ergueu a mão, as últimas gotas de seu poder divino fazendo suas írises brilharem ao que o sangue que envolvia as roupas dela foi literalmente retirado como se num tivesse sequer sujado o vestido, formando-se numa bolinha no ar antes dele não conseguir mais sustentar isso e deixar que caísse no chão. "Pronto. Limpinha." Sorriu. "Agora, chega dessa preocupação toda. Vamos curtir a noite..." Talvez ele não, mas ela ainda tinha a noite inteira para se divertir. "Eu me recupero rápido." Ele apontou com um dar de ombros. "Só preciso descansar um pouco." A bebida já começava a fazer efeito, lentamente curando-o de suas feridas.
3 notes
·
View notes
Text
— Me faz um favor, grandão? Não se mexe e respira fundo. — Pediu rapidamente. Então, antes que ele pudesse pensar em mais alguma coisa, acabou por rasgar um pedaço da saia majestosa do vestido, ajeitando-se de modo que pudesse envolver a região que sangrava. Incômodo, sim, mas seguro, para evitar mais sujeira pelo ambiente da festa e contato com superfícies sujas. — Sim, do mesmo jeito que ganhou várias feridas abertas. Você acha que vai conquistar alguém assim, essa noite? — Resmungou enquanto continuava pressionando. A bebida faria efeito em breve, mas Léonie era do tipo que acreditava em cuidados de primeiros-socorros sempre que possível, muito disso porque havia passado boa parte da vida negando as propriedades mágicas e excepcionais dos semideuses. Não era o caso com Desmond, mas ela tinha suas preferências mesmo assim. — Acha que esses cortes estão muito fundos? Eu posso suturar, se quiser. Meu vestido já foi pro caralho mesmo, mas você é minha prioridade. — Garantiu enquanto usava da mão esquerda para tentar erguer, com cuidado, o queixo dele em sua direção, tentando analisar outros ferimentos no rosto. — Você arruinou nossas fotos hoje à noite, sabia. Sorte a sua que sua cara não consegue ficar ruim nem com muito esforço.
Honestamente, seu corpo ainda doía por inteiro da surra que recebera. Enquanto a adrenalina corria por seu corpo, ele não estava sentindo tanta dor, mas, assim que a luta acabou e ele tentou caminhar para fora da Arena, de imediato suas pernas fraquejaram e ele teria caído se não fosse pela ajuda de Clarisse no momento, e, posteriormente, pela chegada de Léonie. "Eu ganhei, não ganhei?" Essa era sua honesta resposta à situação. Não tinha apego algum à vida, na verdade, seu único apego era aos seus objetivos e à Legião, então, para se tornar mais forte, aquilo era o mínimo que tinha que fazer. Se arriscar era a única forma de se tornar melhor do que um dia sentia que já fora, mesmo que isso significasse que podia acabar morto um dia desses. "Eu tinha que provar que nós somos superiores, fazer o que..." Ele comentou com um riso leve, quase sem graça, descansando um pouco, mas já se sentindo bem melhor com o tratamento que recebia e recebera até então. O grunhido de dor seguiu ao que ela encostou o álcool em sua ferida, mas não chegou a reclamar. "Eu e o Sant ficamos de conchinha e você dorme do lado." Brincou, exibindo um sorriso que não durou ao que a dor veio como uma rajada novamente com o álcool queimando sua ferida. "Pensa pelo lado bom... Pelo menos a gente não tá inconsciente." Mostrou um joinha.
3 notes
·
View notes
Text
Quando seus poderes estavam no auge e suas capacidades haviam sido plenamente desenvolvidas, Léonie era capaz de observar, farejar e deduzir muita coisa através do formato de uma respiração ou da forma como algum olhar se desviava. Se ainda fosse este o caso, teria ficado confusa com o que se passou na mente do amigo quando apenas estava tentando animá-lo; felizmente, como sua percepção andava bastante prejudicada e pouco afiada, a Allaire não fez nada além de entregar a ambrosia ao mais velho, tentando observar com cuidado os ferimentos dele também, afinal, Léonie era bastante agressiva e imprevisível em campo de batalha, mas em suas relações pessoais tendia a ser bem mais solicita e amorosa.
— Eu tento te arrumar uma benção da minha mãe qualquer dia desses. — Brincou enquanto abandonava um afago gentil nos cabelos de Santorini, constatando que estavam meio enlameados e sujos. Pelos deuses, estava pior do que um cachorro de rua! Nem a própria Lupa deveria se sujar tanto assim. Então, no instante seguinte, estava ouvindo a proposta do também centurião.
Não que não fosse adepta de pegadinhas e trapaças, longe disso, mas Léonie havia se tornado ainda mais firme após anos e anos no treinamento do Júpiter e, posteriormente, diante de todas as adversidades do último ano; a perda do filho e de um caso não resolvido, a perda dos poderes e o treinamento à exaustão... Pela primeira vez em muito tempo, sentia tanto medo que não parecia encontrar muito mais tempo para alegria e diversão.
— Claro, por que não? — Abriu-lhe então um sorriso, meio sem jeito, enquanto desviava o olhar brevemente, demonstrando o quão incerta daquilo estava. — Algum chalé em mente? Eu não gosto do pessoal do Cupido/Eros, você sabe.
⸻ Que susto! ⸻ Léonie apertou o botão que disparara arrepios pela coluna do semideus, que se encolheu, como um caracol, desaprovando o toque do lenço na ferida ⸻ Aí ⸻ disse, com dor nevoando as íris castanhas. Sentado no degrau que leva ao interior da Casa Grande, Niccolo levava consigo o pensamento de botar as coisas no lugar. Não, não as coisas. "A" coisa. O corpo, a mente. Talvez... a determinação? Bem, risque isso tudo. Os pedaços que restaram dele possuíam tanta determinação quanto um gato têm ao terminar o prato de leite e se recolher na almofada para um cochilo.
Ácido dançou no ar. Imediatamente soube que se tratava de álcool. Não era surpresa nenhuma encontrar Léonie e uma dose acompanhando a sombra da garota. O contrário, pensou, seria o real inesperado. Entre o perfume forte da bebida, ele se permitiu o silêncio. O divertimento brincou atrás das órbitas marrons. Certo dia, o pai, com o hálito das substâncias que havia consumido em excesso na noite desta memória, oferecera a ele uma garrafa barata cheia com tequila, sorrindo largo demais para a consciência do policial que o flagrou dirigindo um carro roubado minutos depois. O garoto aceitou a oferta, é óbvio; antes que os céus testemunhassem o pai superando o filho em força física e perfurando a orelha de Niccolo com a parte afiada do brinco. Não entenda mal: aconteceu a pedido do próprio. Coisa da moda da época; a que Santorini se via sempre tentando encorpar. Sob os berros, à luz da lua, o semideus ganhou o primeiro piercing e também o primeiro porre. Fantástico.
Invadido pelo súbito bom humor, engoliu a dose presentada por Léonie. Quente. Uísque era quente sem a combinação com o energético. ⸻ Valeu. ⸻ sendo sincero, a parte extrovertida de Niccolo se perdera junto com o sangue derramado na Arena de combate. O coração agradecia às palavras carinhosas da garota, que envolviam os ouvidos dele como o cetim desliza o lençol da cama dos ricos. O orgulho, no entanto, queria nada além de rasgar esse símbolo de piedade com os dentes. "O herói favorito", escutou, travando a mandíbula. Entenda: a hipocrisia humana apresenta-se na maioria das vezes como uma faca pronta para cravar alguém — até que não esteja mais direcionada a um alvo. Ele entreabriu a boca, coisas desagradáveis nadando na língua. A imagem da lâmina brilhou no crânio. E ele fechou os lábios, reprimindo a parte feia e raivosa que ocasionalmente vinha muito perto de alcançar a superfície.
Léonie só queria ser legal. Uma boa amiga.
⸻ Ah... ⸻ titubeou, desviando os olhos. ⸻ quem precisa da benção de um barbudo chato? Eu prefiro a sua. ⸻ travessuras brincaram no semblante dele enquanto a lâmpada de uma ideia maligna se ilumina ⸻ O que acha de pregar uma peça a um chalézinho-meia-boca-grego? Só pra descontrair.
5 notes
·
View notes
Text
Léonie recebia bem aquele tipo de olhar por mais que estivesse imerso em desconfiança. Ela era uma Centuriã e não havia alcançado o cargo sendo estritamente gentil ou detentora de políticas pacíficas e amenas em combate ou diplomacia; então o tal Cecile (nome esquisito para um rapaz, a menos que fosse francês) tinha lá sua razão em encará-la de forma tão pontual. Nada que a preocupasse, entretanto. — Tem razão. Ele é talentoso, só meio atrapalhado às vezes, mas tem bom coração. Como vocês se conheceram? — Indagou genuinamente curiosa, bebendo mais um pouco do que havia trazido consigo. Na verdade, Léonie recebia perguntas tão frequentes sobre sua vida quando anunciava quem era e de onde havia vindo, que escutar outras pessoas falando soava como uma ótima ideia, mesmo que a pessoa em questão fosse alguém com cara de tão poucos amigos quanto Cecile. — Ah, são seus, então. Legal, eles parecem muito úteis. Prefiro gatos, mas cachorros têm seu valor. Principalmente os do submundo. — E tinha planos de encerrar seu contato ali, quando uma cena não tão distante deles, mas ainda não na área onde estavam, se desenrolou: meia dúzia de campistas num body shot, eufóricos e bem mais bêbados do que aparentavam, certamente. — Ver esse tipo de coisa quando você veio de outra época, deve te fazer sentir bem deslocado, não é?
“Que bom.” Cecile não sabia o porquê a loira estava falando com ele, mas sabia que gentileza nunca vinha de graça ⸺ especialmente quando vinha de alguém do Acampamento Júpiter. Ciente que devia ter alguma razão oculta por trás da simpatia repentina, ele a encarou com um misto de desconfiança e curiosidade, estudando-a impassível, protegido sob a redoma de cautela que mantinha por natureza quando lidava com outros indivíduos. Saber que era uma amiga de Santorini não o desarmava.
“Ele me surpreendeu bastante, na verdade.” disse, imediatamente partindo em defesa do seu parceiro de cena. Santorini era um desastre em pessoa, mas Cecile não achava justo não dar os créditos a alguém que aceitou interpretar a Julieta na peça escolhida por ele, sem sequer abrir a boca para reclamar ⸺ mesmo que fosse movido pelo prêmio. Cecile era grato por isso. “Acho que seu amigo acrescentou um toque de drama bem interessante. Deixou a peça mais única.” Ele se lembrou do desespero que sentiu no palco; em como quis xingá-lo de todos os nomes quando teve que se virar nos trinta para voltar aos eixos. No entanto, a entrega de Santorini na performance tinha genuinamente surpreendido o filho de Hades. “Mas agradeço pelas palavras.” E deu um meio sorriso cortês, sendo educado.
Ele não gostava da forma como se sentia observado e analisado pela loira. Era uma sensação bastante frequente na vida dele, visto que além de ser um Grimm-Pitch ele também era um filho dos três grandes ⸺ e logo do que mais gerava curiosidade nas pessoas. Queriam testá-lo o tempo todo, e a conclusão que tiravam nunca poderia ser boa, independente de ser uma visão positiva sobre Cecile. Se mostrar digno gerava interesse; e consequentemente palavras vazias e inconfiáveis para agradá-lo, exatamente como a loira parecia estar fazendo, parabenizando-o pela luta. “Obrigado.” Contrastando com o estranho bom humor da loira, o agradecimento beirou ao robótico. Não entendia qual era o propósito daquilo. “Mas imagino que já tenha conhecido meus cachorros.” disse à Léonie, referindo-se aos cães infernais que foram para o Júpiter. “Cecile. De Hades.”
5 notes
·
View notes
Text
Léonie havia acabado de deixar o desfile promovido por sua mãe, envolta naquele vestido que apesar de não ser um dos mais confortáveis, definitivamente era sua produção favorita dentre as noites já que havia sido planejado e costurado por ela e sua irmã de Afrodite, Theodora. Ainda assim, pensava com seus botões em ir até o chalé de visitas e se enfiar em vestes mais confortáveis, refletindo sobre como seus saltos, apesar de deixarem-na maior e mais chamativa do que era, realmente estavam castigando seus pés. E foi durante a análise dessa situação, pensando com seus botões se realmente faria o que estava planejando, que ouviu alguém falar com ela. Uma pessoa com uma aura muito mais intensa do que Léonie estava habituada, o que a fazia pensar e farejar, de longe, que se tratava de um filho dos Três Grandes, precisando revirar na memória alguma informação dada por suas irmãs. Hipocrates? Sócrates? Algo do tipo. — Croissants, mon cher. — Respondeu de pronto, sentindo a língua enroscar no idioma materno justamente por usar o termo no francês. — E do lado tem cupcakes. O que você quer provar, exatamente? Doce ou salgado?
Muitas coisas haviam acontecido em tão pouco tempo que mal conseguia acompanhar. As horas eram curtas, como se tivessem sido comprimidas em minutos para o semideus, sua alma tendo sido aprisionada no Mundo Inferior por tanto tempo que mal se lembrava de quanto tempo passara observando o Rio Estígio... Talvez tivesse ficado muito próximo do Lete em algum ponto, por isso se esquecia? Quem sabe... Fato era que dessa prisão, uma liberdade foi encontrada com os Ceifadores. Não sabia os motivos de Tânatos tê-lo colhido em meio a tantas almas e tantos vivos disponíveis, mas não deixaria passar mais uma chance de se provar; mesmo que isso o tivesse trazido a esse mundo completamente maluco e confuso, onde veículos eram tão rápidos que os melhores cavalos custavam a comer sua poeira, ou em que suas mensagens demoravam apenas milésimos de segundos para alcançar seu destinatário. Maravilhas uma atrás da outra... E logo que essas dádivas lhe foram dadas, lhe foram tomadas por Mnemosine. Seus poderes arrancados de seus dedos pela Personificação da Memória e seu contato com o Deus que o retirou de seu sofrimento eterno terminado sem sequer poder contestar. Esses pensamentos corroíam a mente do jovem velho semideus que perambulava pela área das barracas, procurando algo que o interessasse. "Uhmm... Ei. Olá." Ele chamou MUSE. "Pode me ajudar?" O sotaque grego ainda era forte, mesmo com os oito anos aprendendo a língua do novo mundo. "Aquilo..." Ele apontou numa das barracas uma comida. "Qual o nome mesmo?"
11 notes
·
View notes