Tumgik
legiao-noturna-blog · 6 years
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Ciclo
O café sem açúcar. Primeiro cigarro. Olhar brilhante ofuscado pelo óculos de sol de segunda linha. A promessa de encontrar a terra prometida no final do dia. A realidade de encontrar fantasmas do passado e ver seu presente entrar em colapso pois você mesmo quis.
A sensação de derrota. Outro cigarro. Calma, faltam só 10 minutos. Parecem 600 horas ao invés de ínfimos segundos.
A tormenta de errar mesmo quando estás certo. O retorno. Meio maço de cigarros, um chiclete e Nirvana no talo. Noite de brisa fria no meio do verão. Centro velho iluminando moradores de rua deteriorando ao lado de todo o glamour da prefeitura.
A realidade. O transporte público. A última caminhada. Um último cigarro. Comer. Rezar. Convencer as paredes do quarto e dormir tranquilo, sabendo no fundo do peito que não era nada daquilo. Já dizia o velho Raulzito.
Acordar. Café sem açúcar. O olhar brilhante ofuscado pelo óculos de sol de segunda linha. Primeiro cigarro.
Repetir.
Repetir.
Repetir.
Até que os 10 minutos finais da tormenta sejam seus últimos 10 segundos de vida.
Até quando?
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legiao-noturna-blog · 6 years
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Glosas de um boêmio
(Delírios Noturnos)
Feito no paraíso, perdido no mundo andando por caminhos dos mais puros aos mais obscuros.
Nunca houve medo, dor ou tristeza, mas a melancolia de não encontrar a estrada certa.
Ao pensar nisso, melancolia se torna em receio, que vira ansiedade, que vira raiva, desespero e depois volta a melancolia.
Um ciclo vicioso que vem como um vicio qualquer. Cigarros num cinzeiro ou restos de coca em uma nota de 2 reais. Tudo funcionava a base de ciclos viciosos.
Ao conseguir entender a perda, resta se livrar do ciclo.
E não serão só vícios, serão hábitos, objetos, roupas, pessoas. Principalmente pessoas, pois delas vem as mais prazeirosas e dolorosas facadas do destino. Visto isto, se entender e procurar outro caminho. Não é fácil e nem nunca será, mas somente o fraco desiste e somente o desesperado se conforta com o fim do jogo da vida. Indiferença é a essência daquele que quer vencer a própria mente.
Bem aventurados aqueles que conseguem colocar em mente que a dor é passageira, que a melancolia vai passar e que depois de toda tempestade tem um puta de um arco íris te esperando.
Encontrar caminhos pode ser voltar aos velhos ciclos. Infelizmente, caros amigos, sou escritor de segunda linha e não Deus, então não te garanto que irás para a estrada de tijolos dourados (saudades Dorothy) ou se vais voltar para toda a loteria da Babilônia. O que não posso te coibir é de tentar. E até incentivo, pois ao mesmo passo que tentamos encontrar o caminho certo começamos a entender que a vida e a morte andam em linhas contínuas e paralelas, bem como o amor e a dor. Encontrar esse equilíbrio pode te levar a diversas situações, mas já dizia Raul Seixas “[...] todos os caminhos são iguais, os que levam a glória ou a perdição [...]” (Música meu amigo Pedro).
Nesta toada, por mais insano que seja, só viva, esqueça o ontem, não fique empolgado demais com o amanhã, pois o hoje é que define o que você vai ter.
E lembrai o próximo, quem se abriga abaixo de um determinado Panamá desamparado nunca há de estar. E pode dar tudo errado, mas no final, dá certo.
Vai dar certo.
Sempre deu, porque não daria agora?
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legiao-noturna-blog · 6 years
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Notas críticas de um boêmio sóbrio.
Acordei depois de todas aquelas noites intermináveis envolvido pelo seu perfume, ainda tentando entender o que aconteceu, sozinho, não só na cama como em tudo o que fazia.
Sinto muito frio, o qual não me deixa sequer pensar, acredito que possa ser a solidão, gélida dama de companhia daqueles que se iludiram pela paixão.
Saudades de seu toque, de seu olhar. Acabo me iludindo que se fechar os olhos você estará de volta comigo, e fico me maravilhando com isso.
Poderia ter sido amor, mas agora aquelas sensações e sorrisos são trocados por meros espasmos, sentindo cada pedaço de mim desabar naquele dia em que você resolveu partir.
A mente tenta, de maneira desesperada, fazer com que eu me mantenha em pé, que estou amparado pelos seus braços, mas por dentro e por fora dissolvo diante da realidade.
Em meio ao caos vou tentando viver sem você. Nas ruas sujas o vento continua me fazendo lembrar daquele perfume. Cada música romântica vem com um nó na garganta e uma lágrima solitária que insiste em cair em meus sapatos.
Lembrar quando ou como começaram os erros, onde estavam os sorrisos e beijos diante das brigas e intrigas é martirizar mais ainda a mente e dilacerar a alma.
O que resta agora são lembranças, pesadelos e ilusões que insistem em acompanhar cada passo diante das destruídas calçadas do centro velho. Essa história se junta a tantas outras de tantos outros apaixonados que se recolhem a melancolia dos tangos de Gardel e que seus lamentos ecoam pelos vazios das vielas e pelos céus cinzentos do centro da cidade.
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