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O convencional
"Cumpri com o meu dever até onde pude e fiz o bem que me foi possível. No fim de tudo isto, fui expulso, perseguido, escarnecido, conspurcado, amaldiçoado, proscrito."
Victor Hugo, "Os Miseráveis"; o convencional G., desenho de Müller.
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Guilhotina
"A guilhotina é a expressão concentrada da lei; chama-se vingança, não é neutral nem nos permite sê-lo. Quem a vê sente percorrer-lhe no corpo o mais misterioso estremecimento. Em volta desse cutelo surgem todas as questões sociais como um ponto de interrogação."
Victor Hugo, "Os Miseráveis"; pintura de Émile Friant.
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Comecemos
"Em 1815, era bispo de Digne o reverendo Carlos Francisco Bemvindo Myriel, o qual contava setenta e cinco anos de idade, e que desde 1806 ocupava aquela diocese."
Victor Hugo, "Os Miseráveis".
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Epígrafe
"Enquanto existir nas leis e nos costumes uma organização social que cria infernos artificiais no seio da civilização, juntando ao destino, divino por natureza, um fatalismo que provém dos homens; enquanto não forem resolvidos os três problemas fundamentais a degradação do homem pela pobreza, o aviltamento da mulher pela fome, a atrofia da criança pelas trevas; enquanto, em certas classes, continuar a asfixia social ou, por outras palavras e sob um ponto de vista mais claro, enquanto houver no mundo ignorância e miséria, não serão de todo inúteis os livros desta natureza."
Epígrafe de "Os Miseráveis"; o livro foi escrito em grande parte durante o exílio do escritor na ilha de Guernesey (1856-1870), durante o qual residiu em Hauteville House. Arsène Garnier fotografou-o na varanda da casa, em 1868.
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Livro de maio
Em maio lemos "Os Miseráveis". Foi publicado em 1862 e é considerado um dos mais notáveis romances do século 19. Dado que é também um dos maiores ficamos pela primeira parte do livro: Fantine.
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Escritor de maio
Em maio mudamos de tempo e de lugar. Vamos ler Victor Hugo, francês, nascido em Besançon a 26 de fevereiro de 1802 e falecido em Paris, a 22 de maio de 1885. Foi poeta, romancista, dramaturgo, político e ativista.
Ei-lo em 1861, fotografado por Gilbert Louis Radoux.
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Aceito
"Carminha pestanejando contra a tarde. Uma rainha catorze dias no mês. E pensou. Vai cair a noite como um vestido. Porque o sol se punha longe como um incêndio de fogo e água. Atrás da linha do mar e do vapor fino das nuvens. Como uma mistura perfeita. E Macário. Aceito, palavra triste."
Lídia Jorge, "O Dia dos Prodígios"; pintura de Patrick Tuohy.
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Esses que aí vieram mostrar-se nem chegaram a ouvir a voz da gente.
Lídia Jorge, "O Dia dos Prodígios".
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Maravilha
"Todos tinham a certeza que desde o tempo dos reis nunca mais se vira de igual. Ah maravilha. Então o carro parou em frente do grupo, e fez-se um momento de silêncio tão solene que as pessoas pensaram ir morrer. Mas um soldado. Particularmente bem feito, tendo sem dúvida nascido numa terra muito diferente. Começou a falar de cima do carro, agora parado no largo. Dizia coisas. Que tinha feito uma re vo lu ção, e que era preciso animar os espíritos. Porque tudo. Tudo. E abria os braços do salvador. Tudo iria ser modificado."
Lídia Jorge, "O Dia dos Prodígios"; revista Flama, 3 de maio de 1974, fotógrafo não identificado.
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"Todo o desejo de pessoas como tu, é que alguém lhes redobre o amor. Dando elas no entanto, apenas a décima parte do que deveriam dar. Ou nada mesmo. É como fazer uma cova no fundo do poço. Quanto mais a queres seca, mais ela se enche de água. Sendo neste caso a água, a dor e a indiferença."
Lídia Jorge, "O Dia dos Prodígios"; desenho de Charles Le Brun.
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Na aldeia
"Mas nada avança sobre Vilamaninhos. Nem o arrieiro, nem um pedinte de portas que possa trazer, inventar notícias. Sente-se o ar fechado. As palavras da telefonia de Pássaro têm um ruído de distância, música e discursos posteriores aos factos."
Lídia Jorge, "O Dia dos Prodígios"; pintura de Carlos Reis.
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Maravilhas
"Se alguém matou alguém deus ressuscitou a todos, porque estão a dizer que não houve nenhuma baixa. E as maravilhas nessa terra são tantas que dizem. Afirmam a pés juntos. Que só há música, flores e abraços. Dizem. Que de repente os ausentes estão a chegar. Os cegos vêem sem óculos nem outro aparelho. Os coxos deixaram de dar saltinhos, ficando as pernas da mesma altura. Mesmo os manetas tocam violino. De repente."
Lídia Jorge, "O Dia dos Prodígios; não sei quem foi o fotógrafo, desculpem lá.
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Cão
"Tudo o que tem osso e pele, ser vivente, merece respeito e provoca dó."
Lídia Jorge, "O Dia dos Prodígios"; pintura de Franz Marc.
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leitoracomcompanhia · 10 days
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"– Agora, mãe, a noite não tem fim porque não vai desembocar em amanhã nenhum."
Lídia Jorge, "O Dia dos Prodígios"; pintura de autor anónimo, século XVI.
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leitoracomcompanhia · 11 days
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Nesta terra os sonhos passam a lamentos sem darmos por isso.
Lídia Jorge, "O Dia dos Prodígios"
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leitoracomcompanhia · 11 days
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"Um estandarte de folhas verdes, acenando de domingo a domingo."
Lídia Jorge, "O Dia dos Prodígios"; ilustração botânica de George Perry.
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leitoracomcompanhia · 12 days
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Despedida
"Até à volta, Carminha. Acho que vou morrer sem te ver de novo. Que loucuras, Carminha. Eu hei-de vir forte, moreno, com uma tatuagem da arma aqui no peito. Depois escrevo. Depois escreves."
Lídia Jorge, "O Dia dos Prodígios"; fotografia de Joshua Benoliel.
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