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LEITURAS ORIENTADAS 2017/1
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leiturasorientadas-blog · 8 years ago
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Eneida
 Resumo
           Dividia em 12 cantos, a Eneida conta a história da formação do Império romano e de seu povo a partir das aventuras de Enéas.
           Num primeiro momento, já tendo a guerra de Tróia se encerrado, o nosso herói se encontra em retirada da Sicília quando Juno e Eolos atacam os troianos com uma tempestade. No entanto, ela não é o suficiente para acabar com todos os navios que enfrentam e, ajudado por Netuno, Enéas e alguns de seus homens conseguem chegar à Cartago, onde a rainha Dido se apaixona por ele.
           A seguir, Enéas relata o que se passou durante e depois da derrota da batalha de Tróia. Descobrimos, assim, que ele foi assistido por Vênus em sua retirada e que seu pai e esposa estão mortos, tendo lhe restado apenas o filho. Entre os locais por que passou durante a sua viagem inclui-se a Trácia e Delos.
Nessa última cidade, ele ouviu um oráculo que lhe diz para ir atrás do local de origem dos troianos. No entanto, ele e seus companheiros não entendem bem a mensagem e partem em direção à Creta. Apenas mais tarde se dão conta de que a região a que se referia o oráculo é outra – a da Itália. Assim, eles partem em direção à Sicília, onde encontram Cíclopes.
Já no canto quatro, Dido e o protagonista se envolvem após uma tempestade, mas os boatos de sua relação são descobertos pelo rei da Mauritânia que era pretendente de Dido. Dessa forma, ele ora a Júpiter, que, por sua vez, diz para Enéas se retirar de Cartago. A rainha faz inúmeras súplicas para que seu amado não se vá, porém ele permanece impassível. Depois de sua partida, aquela que por ele é apaixonada se suicida.
  Saindo de lá, os troianos tornam à Sicília. Lá eles celebram o aniversário de morte de Anquises e, durante as festividades, Juno faz com que os navios dos aventureiros sejam incendiados. O fogo, contudo, não é suficiente para queimar todos eles. Depois desse episódio, Enéas encontra a Sibila de Cumas, que o avisa das guerras que estão por vir na região do Lácio e desse com ele ao submundo. Ao entrarem nos Campos Elísios, o personagem central encontra seu pai, que, por sua vez, mostra ao filho parte do destino de Roma e alguns dos homens que a governarão, inclusive Augusto.
           No sétimo canto, os aventureiros vão para o Lácio. Ao conhecerem o rei daquela terra, a filha deste, Lavínia, é oferecida em casamento a Enéas. Turno, o maior pretendente dela, no entanto, juntamente da mãe da moça, se unem contra os troianos. Quando o rei que com eles simpatiza é deposto, a população da região da Itália se dedica a expulsá-los.
           Dessa forma, com interferência divina e participação da população, eclode uma guerra entre lácios e troianos que culminará, por fim, em uma batalha entre Turno e Enéas, sendo este último o vitorioso. No final do último canto, o herói dessa epopeia mata seu inimigo atravessando-lhe o peito com sua espada.
 Curiosidade
           A epopeia foi encomendada pelo imperador Augusto e cumpre o papel de exaltar tanto o imperador como o povo romano. Para isso, o autor se utilizou de recursos tanto mitológicos quanto históricos, dedicando-se para que na obra também aparecessem valores da sociedade cuja origem buscava “retratar”.
 Citações
Suicídio de Dido:
“Doces despojos, doces enquanto os fados e os deuses o permitiram, recebei esta alma e livrai-me d’estes cuidados. Tenho vivido, tenho cumprido a carreira que me traçou a fortuna. Agora minha sombra descerá gloriosa aos infernos”.
Predições de Anquises:
“Olha agora para aqui. Eis os teus romanos: eis César e toda a geração de Iulo, que há de surgir sob a celeste abóbada. Este é o varão tantas vezes prometido, Augusto César, de divino sangue, que restaurará no Lácio a idade de ouro, naqueles campos onde outrora reinou Saturno”.
Avaliação
           Ainda que não receba o mesmo reconhecimento que recebem a Ilíada e a Odisseia, a Eneida é também uma importante produção cultural da antiguidade clássica. Sua leitura é válida, pois nos permite conhecer uma visão pelo menos um pouco distinta daquilo que estamos acostumados a conceber quando pensamos em uma epopeia, uma vez que, mesmo tendo sido inspiradas nas obras primas de Homero, ela apresenta um herói já derrotado, menos belicoso do que Odisseu e Aquiles e que possui uma relação bastante diferenciada com os deuses que acompanham a sua trajetória.
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leiturasorientadas-blog · 8 years ago
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LANCELOT, O CAVALEIRO DA CHARRETE
Resumo
Durante um banquete fornecido pelo rei Arthur, surge um cavaleiro que anuncia ter tomado dele suas terras e servos e que a agora tomaria a sua rainha. Caso o rei quisesse algum dia ter de novo para si alguma daquelas posses, um de seus cavaleiros deveria reconquistá-los por meio de uma batalha. Assim sendo, Kai, o senescal da corte, se voluntaria para salvar Guinevere, a rainha. No entanto, como nenhum daqueles ali presentes realmente nutria qualquer esperança de vitória por parte do senescal, o cavaleiro Gawain também parte em busca da esposa do rei.
No seu percurso, Gawain encontra sinais de luta e o cavalo de Kai sem o seu cavaleiro. Ele cruza com um cavaleiro que se aproximava a pé e que lhe pede um de seus cavalos, o qual o escolhido pelo rei prontamente concede. Ambos se cruzam novamente ao encontrarem um anão em uma charrete que diz a eles saber o que aconteceu à rainha, porém só revelará se subirem em sua charrete, marca de grande desonra para qualquer cavaleiro uma vez que essas normalmente eram utilizadas para o transporte de prisioneiros e de pessoas vis.
Gawain se recusa a subir, mas o cavaleiro a quem forneceu seu cavalo, ainda que hesitante, sobe na charrete por também estar determinado a encontrar rainha. Assim, os três saem da floresta em que se encontravam e vão em direção a um castelo. Ao aproximarem-se da civilização, aquele que se encontrava sentado na charrete é difamado pela população ao seu redor.
Seguindo seu caminho, agora já sem o anão, lhes é informado que Guinevere se encontrava nas mãos do filho do rei de Gorre, cujo reino só era alcançado por dois caminhos: o da Ponte-sob-a-água e o da Ponte-da-espada. Os dois cavaleiros, então, se separam, para seguirem seus próprios trajetos.
Lancelot, aquele que subiu na maldita charrete, vai em direção à Ponte-da-espada e durante a sua jornada se depara com uma série de desafios que comprovam ao leitor o quão grande é a sua bravura, assim como a sua lealdade para com a rainha. Ele vence desde as batalhas com cavaleiros que cruzam o seu caminho até as tentativas de sedução por parte de damizelas que encontra, para, por fim, mesmo que depois de muito esforço, conseguir passar pela tão terrível ponte que tenta lhe impedir a possibilidade de encontrar sua amada.
A sua prova mais importante, contudo, provavelmente foi a de erguer uma pedra que cobria um sarcófago e que tinha em si gravado a seguinte mensagem: “Quem sozinho levantar esta pedra libertará aqueles que estão prisioneiros nesta terra, de onde não podem sair nem servo nem gentil-homem nascido ao redor. Ficam presos aqui os forasteiros, mas as pessoas do país entram e saem como lhes apraz”.
Por fim, uma vez tendo conseguido a simpatia do rei de Gorre e ganhado uma batalha contra Meleagant, o filho deste, ele consegue (mesmo que rejeitado em um primeiro momento) se aproximar de Guinevere, com quem acaba por se envolver física e (ainda mais) emocionalmente. Apesar disso, nosso herói é preso por Meleagant e só consegue se livrar de seu cárcere temporariamente para lutar em um torneio que se daria em Camelot. Saindo vitorioso do torneio, Lancelot volta despercebido para a sua prisão, da onde é mandado para uma torre secreta construída por aquele que o aprisionou em um primeiro momento.
 Curiosidade
Chretien de Troyes escreveu essa história a pedido de sua protetora, Marie de Champagne, que já havia basicamente arquitetado a trama da obra. Foi o último texto que que ele escreveu.
A história de Lancelot, porém, nunca foi terminada por seu autor original. Foi Geoffroy de Lagny quem deu continuidade a ela dizendo que Lancelot foi por fim resgatado e voltou para a corte do rei Arthur, onde cortou a cabeça de Meleagant em um torneio.
  Citações
“ - Nunca vi cavaleiro tão valente. Não há outro igual! ”
“De bom grado teriam entrado empós dela, se tal fosse possível. Mas coração, dono e senhor que possui mais poder, entrou junto, enquanto os olhos, cheios de lágrimas, permaneceram fora com o corpo. ”
“Depois disse baixinho para si mesma, para que não a ouçam, que não lhe peçam mais que beba nem que coma, se verdadeiramente estiver morto aquele cuja vida a fazia viver.”
Avaliação
           Ainda que muito antiga e pouco verossímil, esse grande exemplo das novelas de cavalaria de amor cortês se mostra realmente capaz de prender seu leitor em meio as inúmeras aventuras por que passa o seu personagem principal. São diversos os episódios que poderiam facilmente serem desenvolvidos para se tornarem obras independentes umas das outras, uma vez que o que as liga é basicamente os personagens que nela constam.
           É interessante notar que ainda que constantemente se refira ao período medieval como a Idade das Trevas, muitos dos valores que constavam em sua literatura são valorizados (ainda que em diferentes proporções) na nossa sociedade: honestidade, bravura, lealdade, e assim por diante. Valores que, inclusive, tendem a aparecer até mesmo nas histórias de aventura pelas quais ainda nos encantamos e que são tão atuais. Sendo impossível descartar as novelas de cavalaria como fonte, mesmo que indireta, de inspiração para os nossos heróis contemporâneos, ou pelo menos para aqueles mais convencionais.
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leiturasorientadas-blog · 8 years ago
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A ODISSEIA
RESUMO
Esta obra de Homero pode ser dividida em duas partes: a primeira, chamada de Telemaquia - a jornada de Telêmaco em busca de informações de seu pai, Odisseu. Essa primeira parte abrange os quatro primeiros cantos da Odisseia. A segunda, que abrange os outros vinte cantos restantes, é efetivamente a Odisseia, ou seja, os relatos sobre a jornada de Odisseu.
Nos quatro primeiros cantos, sendo o primeiro a Assembleia dos Deuses e os outros três a “Telemaquia”, é narrado o contexto de Ítaca na ausência de Odisseu, o rei, que saiu de casa há 10 anos e ainda não retornou. Sua esposa, Penélope, recebe inúmeras propostas de pretendentes que querem casar com ela - e consequentemente se tornarem o rei daquela pólis. Essas dezenas de pretendentes ocuparam a casa de Odisseu e Penélope e estão vivendo como sanguessugas, comendo e bebendo às custas dos “anfitriões” por anos. Telêmaco, o filho do casal, não aguenta mais essa situação de abuso por parte dos agregados. Na assembleia dos deuses é debatido a volta de Odisseu para Ítaca, e Atena convence Zeus à autorizar que ele possa retornar para casa. Então, ela vai para Ítaca e, disfarçada de Mentes, o rei dos Tófios, aconselha Telêmaco a procurar o seu pai em Pilo, cidade de Nestor, e depois em Esparta, cidade de Menelau, e acabar, enfim, com a festa dos pretendentes.
Telêmaco convoca os itacenses para assembleia e pede aos pretendentes que saiam da casa. Estes se recusam a sair e dizem para que ele mande Penélope sair do palácio e casar com quem seu pai ordenar, e que continuaram consumindo seus bens e riquezas até que ela dê sua resposta. Penélope vem tecendo uma mortalha e diz aos pretendentes que só dará sua decisão quando terminar o trabalho - porém, astuta como Odisseu, ela tece a mortalha durante o dia e destece durante a noite, postergando assim o dia da decisão. Telêmaco pede um navio para que possa viajar até Pilo e Esparta para obter notícias de seu pai e lhe é negado pelos pretendentes, mas é ajudado por Atena e, ao conseguir um navio com Noémone, parte para Pilo escondido de todos, inclusive de sua mãe, acompanhado por Palas, que está disfarçada de Mentor, o protetor dos interesses de Odisseu.
Ao chegar em Pilo, Telêmaco e Atena (na forma de Mentor) encontram Nestor, o rei dos pílios. Pergunta sobre seu pai, e ele relata o seu retorno da Guerra de Tróia, mas nada sabe sobre Odisseu. Nestor oferece ajuda à Telêmaco, enviando-o para a Lacônia juntamente com seu filho Pisístrato para a Lacônia, cedendo-o alimentos, vinhos e cavalos. Já na Lacônia, são recebidos pelo rei Menelau, esposo de Helena, que discorre sobre a volta dos gregos após a Guerra de Tróia, afirmando que “nenhum dos Aqueus sofreu tanto como Odisseu suportou e sofreu” - emocionando Telêmaco. Neste momento, Menelau se dá conta de que aquele que está na sua frente é o filho de Odisseu. Emocionam-se também Menelau, Pisístrato e Helena, e esta derrama sobre a taça de vinho uma droga que acaba com a cólera, a dor e as lembranças dos males. Menelau conta a Telêmaco sobre a profecia de Proteu, que Odisseu estaria vivo em uma ilha junto com Calipso, a ninfa. [“É o de Laertes rebento, que em Ítaca tem a morada. Vi-o numa ilha afastada, a verter copiosíssimo pranto, em o palácio da ninfa Calipso, que à força o tem preso, sem que ele possa voltar para o caro torrão de nascença.”]
Em Ítaca, os pretendentes se questionam onde está Telêmaco, mas descobrem quando Noémone questiona Antínoo quando Telêmaco voltará de Pilo. Enfurecidos, preparam uma cilada e pretendem matar o filho de Odisseu. Penélope logo toma conhecimento e fica desesperada mas também dominada pela cólera, pois não havia sido informada da viagem do filho. Euricleia, a ama da casa, confessa que sabia de tudo, e que inclusive ajudou Telêmaco. Atena invade os sonhos de Penélope na forma da irmã dela, Iftima, para tranquilizá-la: “ao teu filho ainda está destinado vir de tornada, porquanto ele em nada ofendeu aos eternos.”
No quinto canto, temos enfim a história de Odisseu. Preso há sete anos na ilha da ninfa Calipso, ele recebe propostas para que case-se com ela, em troca da imortalidade. Porém, Odisseu resiste e não cede aos desejos da ninfa - que resolve penalizá-lo, impossibilitando que ele regresse à Ítaca. Em uma segunda assembleia dos deuses, Zeus envia Hermes à Ogígia para que liberte Odisseu. Calipso lamenta, mas obedece aos deuses. Odisseu responde: “Lusa potente, não queiras com isso agastar-te; conheço perfeitamente que a minha querida e prudente Penélope é de menor aparência e feições menos belas que as tuas. Ela é uma simples mortal; tu, eterna, a velhice não temes. Mas, apesar de tudo isso, consumo-me todos os dias para que à pátria retorne e reveja o meu dia da volta.” Calipso ajuda-o a construir uma balsa e ele toma o rumo para a casa. Porém, no décimo oitavo dia de viagem, Posido o enxerga e, indignado, deixa o mar agitado e suscita tempestade violenta de todos os ventos, Euro, Noto, Zéfiro e Bóreas. Ino, a filha de Cadmo, o rei de Tebas, ajuda Odisseu, entregando-o um véu imortal. Odisseu flutua pelas ondas durante dois dias e duas noites, os ventos são acalmados por Atenas, e ele finalmente atinge, à nado, a Feácia.
Odisseu dorme na beira do mar da Feácia por dias. Enquanto isso, a astuta Atena invade os sonhos de Nausícaa, a filha de Alcínoo, o rei dos feácios, e convence-a de ir lavar roupas na beira do rio, e a moça obedece. Ao chegar lá, ela é ouvida por Odisseu, que acorda, explica toda a situação e pede que ela lhe ajude. Ela lhe dá roupas e alimentos e também indicações de como chegar à casa de Alcínoo. Quando Odisseu chega à casa, guiado por Atena, encontra Arete, a esposa do rei, e implora para que ela envie-o para Ítaca. Arete reconhece as roupas que ele veste, que foram dadas por Nausícaa, e então Odisseu lhe conta toda a história - desde a ilha de Calipso até o momento em que encontrou a filha. Alcínoo oferece comida e concorda em mandá-lo de volta para Ítaca, convoca uma assembléia para que isso ocorra - e começam os preparativos do navio para que Odisseu regresse. Na casa do rei, os nobres jantam e Demódoco, o aedo, canta sobre o Adultério de Ares e de Afrodite e também sobre o Cavalo de Tróia. Odisseu comove-se e chora, e Alcínoo pergunta-lhe o por que, quem ele é e de onde vem.
À partir do canto IX, começam os relatos de Odisseu sobre os dez anos de aventuras enquanto ele tenta regressar à Ítaca. Os episódios das idas às terras dos Cíconos, dos Lotófagos e Cíclopes. Conta-nos as maldições de Éolo e de sua chegada à Lamos, onde viviam os Lestrigões. Sua descida até o Inferno. O encontro com as Sereias, Cila e Caríbdis.
Enfim, na terceira parte, nos é contado o retorno de Odisseu à Itaca, que chega disfarçado de mendigo mas é reconhecido pela sua cicatriz. O livro termina com o reencontro de Odisseu e Penélope, com Telêmaco finalmente conhecendo o seu pai e com o rei tomando seu reino de volta.
CITAÇÕES
“É o de Laertes rebento, que em Ítaca tem a morada. Vi-o numa ilha afastada, a verter copiosíssimo pranto, em o palácio da ninfa Calipso, que à força o tem preso, sem que ele possa voltar para o caro torrão de nascença.” (PROTEU)
“Musa potente, não queiras com isso agastar-te; conheço perfeitamente que a minha querida e prudente Penélope é de menor aparência e feições menos belas que as tuas. Ela é uma simples mortal; tu, eterna, a velhice não temes. Mas, apesar de tudo isso, consumo-me todos os dias para que à pátria retorne e reveja o meu dia da volta.” (ODISSEU)
“ao teu filho ainda está destinado vir de tornada, porquanto ele em nada ofendeu aos eternos.”  (ATENA)
AVALIAÇÃO
A Odisséia é definitivamente obra obrigatória para pessoas que se interessam por Grécia Antiga. A obra desenvolve muito bem não só fatores da sociedade da época, mas também diversas personagens e histórias da mitologia grega. A linguagem é um pouco complicada, tanto pelos termos quanto pelos diversos nomes citados, principalmente se lida em versos. Mas com a ajuda do guia de leitura que fizemos, disponível abaixo, é mais difícil de se perder. 
CURIOSIDADES
Para facilitar a leitura da Odisseia, fizemos uma lista dos personagens e termos importantes para ser lido paralelamente à obra:
* -IDA: vários personagens são chamados pelo nome de seu pai + ida. Ex: Aquiles = Pélida (filho de Peleu), Zeus = Crônida (filho de Cronos), Menelau e Agamêmnome = Atridas (filhos de Atreu) e etc.
AEDONA (do grego “aedon” = rouxinol) Esposa de Zeto, com quem teve somente um filho - o que a fez invejar sua cunhada Níobe, que tinha muitos. Aedona tenta matar o filho de Níobe, Amaleus, mas acaba matando o seu próprio filho, Ítilo.
AFRODITE Deusa do amor.  Existem duas versões sobre o seu nascimento: a primeira, ela é filha do pênis de Urano que cai no mar quando Crono castra-o. A segunda diz que ela é filha de Zeus com Dione.
AGAMÉMNONE Rei de Micenas, comando supremo dos gregos na guerra contra Troia. Irmão de Menelau, casado com Clitemnestra - a irmã de Helena, que o trai com Egisto quando este retorna de Troia.
ÁGORA Praça pública onde os assuntos políticos são discutidos.
AJAX Um dos heróis mais importantes da Guerra de Troia. Batalha com Odisseu pela armadura do falecido Aquiles, e sendo derrotado, trama uma vingança. Atena enlouquece-o e, ao despertar da loucura, Ajax se mata.
ALCÍNOO Filho do rei dos Feácios, Nausítoo. É o interlocutor de Odisseu quando ele chega à Feácia - e esses relatos formam o “grosso” da Odisséia.
ANTÍFATES Rei dos Lestrigões, povo que mata quase todos os companheiros de Odisseu.
ANTÍNOO Um dos pretendentes de Penélope.
APOLO Deus da adivinhação, das artes e da música - é também o deus arqueiro, patrono dos médicos, protetor dos pastores. Também é chamado de Deus Sol - embora na Odisseia tenhamos o Deus Hélio. Irmão de Ártemis, também uma deusa arqueira. É o deus do oráculo de Delfos, onde está escrito “conhece-te a ti mesmo.”
AQUEUS/AQUIVOS/ACAIOS/DÂNAOS/ARGIVOS/HELENOS sinônimos para gregos.
AQUILES Filho de Peleu e Tétis. Tétis, filha de Oceano, na tentativa de imortalizar Aquiles, banha-o no rio Stix, segurando-o apenas pelos calcanhares, sendo estes os únicos lugares vulneráveis do menino. A Ilíada discorre sobre a briga de Aquiles com Agamêmnome.
ARGOS Cão criado por Odisseu, que reconhece-o quando retorna para Ítaca.
ARES Deus da guerra - é um dos 12 grandes deuses Olímpicos. Na Guerra de Tróia está ao lado dos Troianos. No canto VIII é relatado a traição de Afrodite, casada com Hefesto, com Ares.
ÁRTEMIS Irmã gêmea de Apolo, ajudou Leto a dar a luz ao irmão e decidiu nunca ter filhos - é a deusa virgem. Também é deusa arqueira, interessada apenas pela caça.
ATENA Também chamada de Palas ou “a de olhos glaucos”. Deusa mais importante da Odisseia - deusa da guerra, das artes e das profissões. Guardiã de Odisseu e, na Guerra de Troia, protetora dos gregos. Engolida por Zeus por medo de que ela fosse superior a ele, nasce da cabeça dele, já adulta e armada para a guerra. Conhecida por ser astuta.
AURORA Abre o portão do céu para Hélio, o Deus Sol. Mãe dos ventos, da estrela da manhã Eosforus e das Estrelas.
AUTÓLICO Vô materno de Odisseu. É na terra de Autólico que Odisseu ganha a cicatriz que o faz ser reconhecido, quando é mordido por um javali.
BÓREAS Vento norte, frio e maléfico.
CALIPSO Vive na ilha de Ogígia, onde prende Odisseu por 7 anos, chantageando-o para que ele casasse com ela e, em troca, ela lhe daria a importalidade.
CARIBDE Castigada por Zeus por ter comido ovelhas de Héracles, foi jogada no mar por um raio. Três vezes por dia engole toda a água ao seu redor e depois expele-a.
CASTOR e POLECEUSES Na mesma noite em que Leda deitou com Zeus, ela também deitou-se com Tíndaro, seu marido mortal, rei da Lacônia. Leda tem, então, quatro filhos gêmeos: Poleceuses e Helena, filhos de Zeus, e Castor e Clitemnestra, filhos de Tíndaro.
CÍCLOPES: gigantes com apenas um olho. ��Libertos por Zeus do tártaro, colocados lá por Urano.
CÍCONOS Cidade aliada à Troia na Ilíada.
CIRCE Famosa em fazer drogas e poções, transforma homens em animais.
CRÔNIDA Zeus, filho de Cronos.
CRONOS Filho de Urano e de Gaia, castra o pai e depois é castrado por Zeus.
DÂNAOS Gregos.
DEMÉTER Deusa da fertilidade; Filha de Reia e Cronos, irmã de Zeus.
DEMÓDOCO Mais famoso aedo (poeta) na casa de Alcínoo. Ele que canta as desventuras da Guerra de Troia e faz Odisseu chorar.
DIONÍSIO Filho de Zeus e Sêmele. Deus do vinho e presidía os rituais báquicos.
DODONA Cidade do Oráculo de Zeus.
EGISTO Filho incestuoso de Tietes e Pelópia. Mata Agamêmnome junto com a esposta dele. Morto pelo filho de Agamêmnome.
ÉOLO Controlador dos ventos. Dá os ventos necessários para Odisseu voltar para casa.
ERÍNEAS As Fúrias. Deusas violentas, geradas pelas gotas de sangue de Urano por Crono. Vingadoras de crimes cometidos no âmbito familiar. 
ÉTONE Nome que Odisseu dá a si mesmo quando está disfarçado de velho.
EURICLEIA Comprada pelo pai de Odisseu, é quem o reconhece pela cicatriz.
EURIBATES Mensageiro que Odisseu leva para Tróia.
EURÍCIO Centauro que rapta a noita de Pirítoo, iniciando a guerra homens x centauros.
EURO Vento leste.
FEÁCIOS Povo de marinheiros governado por Alcínoo.
FÊMIO Aedo da casa de Odisseu.
HADES Lugar: submundo. Deus: irmão de Zeus, ganha o Hades e o Tártaro, Deus dos mortos. Casa-se com Perséfone, filha de Deméter, que passa 6 meses com a mãe e 6 meses com o esposo, formando as estações do ano. Seu cachorro é Cérbero.
HÁRPIAS As raptoras - carregam a alma dos mortos.
HELENA Filha de Zeus e de Leda. Raptada por Páris, filho do rei de Tróia.
HÉLIO “Sol” - é da geração dos Titãs e, portanto, mais velho do que os deuses olímpicos.
HEFESTO Deus do fogo. Deus metalúrgico, fez a armadilha de Aquiles.
HERA Esposa-irmã de Zeus. Persegue os filhos do marido. Tem 4 filhos: Hefesto, Hebe, Ares e Elitia.
HERACLES Hércules. Filho de Zeus e Alcímena. Obrigado por Hera a fazer 12 trabalhos. Assassinou a esposa e os filhos num ataque de loucura provocado por Hera.
HERMES Mensageiro dos deuses. Intermediário dos deuses com o Hades e Perséfone. Deus das barganhas e dos enganos.
HORAS Deusas da natureza, regando o crescimento das plantas; Deusas da justiça, mantendo a estabilidade social. Eunomia (disciplina), Dike (justiça) e Eirene (paz).
ICÁRIO Pai de Penélope 
IDOMENEU Rei de Creta. Um dos pretendentes de Helena.
ÍFITO Guerreiro que dá seu arco que recebeu do pai para Odisseu.
ÍLIO Sinônimo para Tróia
INO Filha de Cadmo e Harmonia, ajuda Odisseu a fugir da Tempestade enviada por Posido e a alcançar a Feácia. Tomou conta de Dionísio.
LARTES Pai de Odisseu.
LESTRIGÕES Povo gigante e canibal que causa muito estrago ao exército de Odisseu.
LETO Junto com Zeus é a mãe de Apolo e Ártemis.
LOTÓFAGOS Povo que come uma certa planta que dá perda de memória. Incentivam Odisseu à esquecer o retorno à pátria, 
MEDONTE Mensageiro dos pretendentes.
MENELAU Rei de Esparta, escolhido por Helena para casar.
MENTOR Protetor dos interesses de Odisseu quando ele vai para Tróia.
MOIRA Destino - regula o tempo de vida dos homens.
MUSAS Deusas que inspiram o canto. Importância da memória para a tradição oral. Filhas de Zeus com Mnemosine. 
NAUSÍCAA Filha do rei da Feácia, é a primeira a ver Odisseu quando ele chega à ilha. É oferecida à Odisseu para casamento.
NESTOR Ajuda Telêmaco oferecendo carro e seu filho Pisístrato.
NOÉMONE Ajuda Telêmaco oferecendo um barco.
NOTO Vento sul.
OCEANO Rio-deus. Conduz Odisseu ao país dos mortos. Faz par com Tétis, o lado feminino do mar. 
ORESTES Filho de Agamêmnome e de Clitemnestra, vinga a morte de seu pai matando Egisto e sua mãe.
PÁTROCLO Melhor amigo de Aquiles.
PÉLIDA Aquiles.
PENÉLOPE Esposa de Odisseu que espera-o por 20 anos.
PERSÉFONE Filha de Deméter e Zeus, casada com Hades
PSÍSTRATO Filho de Nestor, ajuda Telêmaco
POLIFEMO Cíclope que aprisiona Odisseu e come 6 de seus homens. Odisseu cega-o.
PRÍAMO Rei de Tróia, pai de Páris.
PROTEU Tem o dom da profecia e para fugir dos questionamentos, se transforma em outros seres.
SÍSIFO Traiu Zeus, que manda a Morte o perseguir. Engana a morte duas vezes.
TEOCLIMENO Adivinho.
TIRÉSIAS Adivinho. Atena o cegou porque ele a viu nua.
ZÉFIRO Vento oeste.
ZEUS Deus mais poderoso do Olimpo. 
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FEDRA
RESUMO
A tragédia Fedra nos conta a história de uma rainha jovem, casada com Teseu (rei de Atenas), que possuía um filho de seu primeiro casamento, Hipólito.  A história se resume em Fedra, que ao confessar seu amor pelo príncipe – enteado à Enone (sua confidente e ex- ama de leite) ouve de Panopéa um rumor de que Teseu havia morrido.
Fedra cogita se matar e durante seu desabafo com Enone menciona muitas vezes seus desejos fúnebres, já que a culpa dessa paixão proibida lhe atormentava. Ao saber da morte de Teseu, Enone convence Fedra de que matar-se seria inútil e que agora, ao leito do rei, essa paixão seria só mais uma paixão, como qualquer outra.
Hipólito, decidido a partir de Atenas, procura por Arícia para lhe informar que abdica do poder e parte. Arícia dúvida da bondade de Hipólito, pois acredita que o príncipe nutre ódio por sua pessoa. Hipólito faz revelações de paixão a Arícia durante a conversa. Nessa hora, Terâmeno anuncia ao príncipe que Fedra está a sua procura.
Durante a conversa com Hipólito, Fedra pede perdão por todas as atitudes odiosas que teve contra o príncipe. Hipólito a compreende com tamanha bondade. No entanto, Fedra aproveita a conversa para revelar a Hipólito a paixão que ela tanto escondia.
Hipólito assustado com as revelações da rainha-madrasta se enxerga totalmente confuso e anuncia a Terâmeno sua fuga. Terâmeno revela ao príncipe que ouviu rumores sobre Teseu estar vivo – e faz também revelações sobre o vencimento do filho de Fedra ao poder.
Fedra culpa Enone por ter evitado que ela tirasse a própria vida, já que agora Teseu voltava a viver, seria ela acusada por essa paixão adúltera. Durante o dálogo de Fedra e Enone, a confidente anuncia que vê alguém se aproximando e que suspeita ser Teseu, junto a ele Hipólito.
Quando Teseu fica frente a Fedra a rainha se diz não ser merecedora do afeto do marido, nessa hora, Hipólito também faz declarações ao pai. O príncipe pede para que o pai o deixe ir para longe. Teseu assustado questiona que horror caiu sobre sua família, que todos estão a fugir de sua presença.
Enone teme que Fedra se suicide, e conta ao rei que foi a madrasta que seduziu a Hipólito. Por tal traição, é desterrado e amaldiçoado à morte, mesmo após jurar seus sentimentos por Arícia. Logo, Teseu, duvidoso, investiga a respeito dos acontecimentos, e acaba por descobrir que seu filho havia morrido violentamente. Por fim, Fedra confessa tudo e se mata ao tomar veneno.
CITAÇÕES:
“Oh, se nossas lágrimas pudessem acalmar a ira dos deuses!”
Enone
‘’Ó sol, nobre e glorioso autor de uma triste família, Tu, de quem minha mãe se orgulhava de ser filha, E que estás tão rubro talvez por me ver neste estado, Eu venho te contemplar pela última vez!’’
“Onde foram parar minha razão e minha vontade?”
“E meus olhos, sem que eu queira, estão cheios de pranto.”
Desejos fúnebres e tristeza de Fedra
“Queres mesmo, sem pena, terminar teus dias? Que furor corta a vida no meio do seu curso? Que maldição ou veneno secou tua nascente?”
“Desde que teu corpo definha sem alimento. Que desígnio horrendo te impulsiona? Que direito tens de atentar contra ti mesma?’”
Sobre a tristeza e desejos fúnebres de Fedra, questionamentos de Enone
“Restaura logo tuas forças desgastadas, Enquanto tua chama, quase se consumindo, ainda brilha um pouco e pode reacender.”
Enone
“Do amor eu sinto toda a fúria.”
   Fedra
“Agora o meu crime já me enche de horror, Sinto ódio da vida e abomino o amor; Eu queria morrer pra salvar minha honra; Não revelar nunca essa chama tão negra.”
Negações de Fedra pelo sentimento à Hipólito.
‘’A tua sorte muda e assume um outro rosto: O Rei já não existe; é necessário preencher seu lugar. Ele te deixa um filho a quem deves cuidados.’’
“Vive; chega de mortificações. Tua paixão, agora, é igual às demais. Teseu, ao morrer, rompeu os nós Que transformavam tua paixão em horror e crime. Hipólito pra ti já não é ameaça; E podes contemplá-lo sem sentir qualquer culpa.”
Enone sobre a paixão de Fedra por Hipólito e a morte de Teseu.
Um coração nutrido só de amargura e pranto, Triste joguete de um destino implacável, Pode um dia acordar para o amor e seus loucos tormentos?
Arícia
“Minha alma tão soberba é enfim prisioneira.”
Hipólito
“Quando estás, fujo de ti; se ausente te procuro; Até no fundo das matas tua imagem me persegue; A luz clara do dia e as densas sombras da noite Tudo me redesenha os encantos que evito!”
“Que defesa mais tosca do coração que te entrego! Que estranho prisioneiro de vínculo tão belo! Que aos teus olhos a oferenda seja mais preciosa.”
Revelações de Hipólito sobre sua paixão por Arícia
“Aí está ele. Todo o sangue invade meu coração. Esqueço, ao vê-lo, tudo que ia dizer.”
Fedra à Enone, sobre como se sente diante de príncipe.
“Ah! Cruel! Me entendeste demasiado bem! Te disse o necessário para evitar enganos. Pois saiba então quem é Fedra em todo o seu furor! Eu te amo!”
Confissões de Fedra a seu amado Hipólito.
“É preciso que lembres o que aconteceu; Não só Fugi de ti; cruel, te expatriei; Tentei te parecer odiosa e desumana; Pra melhor resistir alimentei teu ódio. Do que me adiantaram todos esses cuidados? Tu me odiavas mais e eu não te amava menos. Teu encanto crescia com as tuas desventuras; Eu definhava, me debulhava em pranto e me secava em fogo;”
Fedra, sobre sua paixão ao príncipe.
“Se achas meu coração indigno de teus golpes, Se teu ódio me nega um suplício tão doce, Se não queres manchar tuas mãos com um sangue tão vil, Poupa teu braço e me dá a tua espada. Dá-me!”
“A minha loucura ousou se revelar abertamente. Eu disse o que jamais ninguém devia ouvir.”
“Eu, reinar! Governar um estado, eu, Cuja débil razão já não governa a si mesma? Eu, que perdi o domínio de meus sentimentos, E mal respiro na vergonha imensa? Eu, moribunda?! Eu?!”
“Quero morrer: a morte me livrará de todos esses horrores.”
Fedra
“Quando a alma, reentregue a si mesma, Só deseja saciar-se em ver o que é amado.”
“Fedra tem que me dar a razão da angústia em que se encontra.”
Teseu
AVALIAÇÃO:
A obra nos convida a pensar sobre o que o amor não correspondido pode provocar. A personagem sente-se perdida entre a razão e a emoção; tentando fugir dos sentimentos – já que – seu amado possui um vínculo familiar a ela. A tragédia Fedra, é um tipo de olhar que se deleita em visualizar a cena da “falta”, da “traição”, mas que, pressupõe a inocência primordial da figura materna.
  CURIOSIDADES:
FEDRA RACINE X FEDRA SÊNECA
           O mito de Hipólito e Fedra já recebeu inúmeras releituras e uma delas é a peça Fedra, de Racine, o poeta francês abarca mais uma vez o referido mito com uma escritura que se aproxima das obras de Eurípides e de Sêneca. Racine segue a trama da tragédia, sem apresentar nenhum aspecto radical, mas introduz novos personagens, inova nos diálogos, além de retirar a crítica severa de Hipólito contra as mulheres.
           Na obra de Sêneca, Hipólito faz parte do culto à deusa Diana e os rapazes que faziam parte desse grupo eram castos. Portanto, não praticavam atos sexuais, então ele não poderia – ainda que quisesse  - e sentisse atração pela madrasta, ele não poderia realizar o ato sexual que Fedra almejava. Nessa hora, que as diferenças entre a Fedra de Racine e a Fedra de Sêneca tornam-se bastante visíveis (desde o inicio). Sendo assim, o Hipólito do Sêneca é essa indivíduo devoto da Diana, já o Hipólito do Racine tem uma noiva por quem ele é apaixonado e não vai trair essa relação.
           A Fedra do Racine, é uma mulher que apesar de estar apaixonada pelo enteado, ela luta muito diante da razão e da emoção, sente-se muito culpada, sofre muito. Procura o tempo todo não mostrar esse sentimento e escondê-lo para si. Enquanto a Fedra do Sêneca, é uma mulher “perversa/malvada”, então quando Hipólito a rejeita, ela conta a todos que foi abusa sexualmente pelo enteado .
           Na Fedra de Sêneca, a rainha mata-se com um punhal, após saber que Hipólito havia morrido. Já na releitura de Racine, Fedra ingere um veneno e morre de maneira lenta. Racine traz uma Fedra de personalidade forte, que reprime todos os seus sentimentos em prol da família. Mas que também assume, de certa forma, o papel de vítima despejando sobre a empregada – em um momento de fraqueza - seus segredos de paixão.
           Racine, na época, tentou explicar a razão de ter modificado tanto o caráter da Fedra, dizendo que foi devido à busca da conformidade à natureza e a verdade, por isso transformou Fedra nessa mulher de “caráter”. O poeta, também criou a personagem Áricia – que detém todo amor de Hipólito, e que não existia antes da releitura. Já o Sêneca, fazia parte da corrente filosófica chamada estoicismo, que diz o seguinte: “Qual a utilidade de se chorar por partes da vida? A vida inteira pede lágrimas.” O estoicismo diz então que todo ser deve ser o senhor de si mesmo, ou seja: Se quiser ser triste, seja triste. Se for necessário ser feliz, seja feliz. Ser dono de si e escolher como reagir com as coisas que acontecem consigo.
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leiturasorientadas-blog · 8 years ago
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HAMLET
RESUMO
           Hamlet é considerada uma das tragédias shakespereana mais adaptada e encenada nos palcos de todo o mundo. Tendo como cenário a Dinamarca, conta a história do Príncipe Hamlet que tem como objetivo vingar a morte do rei Hamlet, seu pai, que foi assassinado pelo próprio irmão, Cláudio. Depois de envenenar o rei, Cláudio casa-se com a rainha viúva, Gertrudes e assume o reinado do país.
           Após o acontecido, Horácio (amigo do príncipe Hamlet) avista aos arredores do castelo, um fantasma com aparência semelhante ao falecido rei, sem hesitar ele chama o príncipe para que veja a assombração. O rei-fantasma, ao ver e conversar com o príncipe conta que havia sido assassinado pelo próprio irmão – e atual rei. E faz suplicas por vingança ao filho, no entanto, ordena que a rainha Gertrudes fique fora desse plano de vingança. Assim, o príncipe se encontra cada vez mais determinado a vingar a morte do pai, mas acaba se deparando em diversas dúvidas, morais e filosóficas, causando a impressão de ter enlouquecido.
           O comportamento do príncipe – de rejeição ao casamento de sua mãe com o tio e de não aceitação a morte do pai – provoca grande preocupação em Gertrudes e em Cláudio. Com isso, eles decidem enviar dois amigos do príncipe para averiguarem o que poderia estar acontecendo com o jovem. O príncipe passa a assumir o comportamento de louco para despistar seus inimigos, passando a impressão de ser inofensivo ao novo rei. Preocupado e buscando entender se a loucura do príncipe é fingimento ou realidade, o rei e a rainha recorrem a Polônio, um conselheiro da corte e braço direito do rei. Polônio acredita que a causa da loucura de Hamlet seja o amor não correspondido por sua bela filha Ofélia, e convence a moça a conversar com o príncipe enquanto Polônio e o rei Claudio escutam escondidos, e acabam tendo uma surpresa: Hamlet rejeita e ofende Ofélia.
           Desconfiado de que o fantasma realmente seja seu pai e tenha lhe dito a verdade, Hamlet se sente muito inseguro. Quando uma companhia de teatro chega ao castelo, ele resolve usar alguns atores para encenar uma cena semelhante a morte do pai, para verificar se o rei Cláudio é realmente o grande culpado pelo assassinato. Como Hamlet já imaginava, Cláudio sente-se completamente ofendido, se levanta e deixa a sala. Após o acontecido, Gertrudes chama Hamlet até seus aposentos, exigindo explicações pelo seu comportamento e no caminho, o príncipe encontra seu tio – rei e assassino – rezando e acaba a recuar da decisão de mata-lo por medo que o rei vá direto para o céu por morrer durante a reza, decidindo cometer mais tarde. Ao chegar nos aposentos de sua mãe, Hamlet e a rainha discutem  violentamente, enquanto Polônio escuta escondido atrás das cortinas. Hamlet acha que é o rei quem está escondido, e assassina o conselheiro.
           A morte de Polônio chegou aos ouvidos do rei Cláudio e totalmente indignado – também temido – decide mandar o príncipe para a Inglaterra, acompanhado por dois amigos que seguem as ordens do rei. Quando eles chegarem à Inglaterra, devem entregar Hamlet às autoridades para ser executado. Porém, príncipe percebe a trama e envia os amigos traidores à morte na Inglaterra em seu lugar. E assim Hamlet consegue retornar a Dinamarca. Enquanto isso, Ophelia sofre pela morte de seu pai (realizada pelas mãos de seu amado) e também pela rejeição de Hamlet. A donzela acaba por enlouquecer caminhando sem rumo pelo castelo, cantando e declamando poemas. Seu irmão mais velho, Laertes, retorna da França e fica horrorizado ao deparar-se com a irmã louca e o pai morto – ele vai falar com o rei e cobrar explicações.
           Então, o rei Cláudio organiza uma batalha entre Hamlet e Laertes, mas tratava-se de uma armadilha perfeita para resolver dois problemas: aplacar a fúria de Laertes, e livrar-se de Hamlet sem sujar as próprias mãos. Na ponta da espada de Laertes, havia veneno, para que a morte do príncipe fosse certa. Caso Hamlet vencesse o duelo, Cláudio brindaria colocando veneno no copo do príncipe. Nessa hora, a rainha entra aos gritos: “Ofélia afogou-se!”. Enquanto Ophelia é velada, Hamlet demonstra profunda tristeza e também arrependimento.
           Por fim, o duelo: Hamlet começa vencendo. Como comemoração, o rei Cláudio oferece um brinde envenenado a Hamlet, no entanto ele não aceita e quem acaba bebendo é Gertrudes. Ao mesmo tempo, o príncipe é ferido pela espada envenenada de Laertes, enquanto a rainha sofre ao sentir os efeitos do envenenamento e consegue avisar o filho sobre a bebida envenenada antes de morrer. De maneira acidental, as espadas são trocadas e Hamlet acerta Laertes com o veneno, ao ser ferido, Laertes revela a Hamlet o autor da armadilha e isenta o príncipe da culpa pela morte de seu pai. Ao perceber a armadilha, Hamlet obriga o rei a beber do próprio veneno e derrama sobre a boca do rei o vinho envenenado. Os três homens morrem, um após o outro.
AVALIAÇÃO:
Hamlet traça um mapa de curso de vida na loucura fingida ou na loucura real, explorando ainda profundamente temas como corrupção, traição, incesto, vingança e moralidade. A obra deixa o leitor em ambivalência, colocando em pauta a hipótese do personagem possuir –até mesmo dupla personalidade.
CURIOSIDADES:
OUTROS LOUCOS EM SHAKESPEARE
A tragédia Hamlet traça um mapa do curso de vida na loucura real e na loucura fingida. No entanto, não é a primeira tragédia do dramaturgo William Shakespeare que põe em pauta a loucura.
1.    Catarina, A megera domada:
Aqui a loucura não é punida com a morte, porém, Catarina acaba se rendendo, vencida pela norma estabelecida por aqueles que dominam a sociedade de sua época, a ordem social é reestabelecida.
Se fizermos uma ponte entre Catarina e Ofélia, é notável uma oposição que conduz uma quanto a outra à loucura. Catarina por desafiar um mundo dominado por homens, Ofélia por amar demais.
2.    Lady Macbeth, Macbeth:
Há uma grande semelhança entre Lady Macbeth e Cláudio (tio de Hamlet), assim como ele, é ela quem desafia a ordem natural da sociedade, atenta contra a natureza – lembrando que nessa época o poder dos reis era tido como natural – e com as próprias mãos, toca o sangue do rei moribundo e termina de assassiná-lo, espalhando o sangue sobre os camareiros, após ter articulado e encorajado o marido a matar o soberano.
Por fim, ela paga com a própria vida por desafiar às leis naturais, assim como as principais personagens de Hamlet.
CITAÇÕES:
“Há algo de podre no reino da Dinamarca.”
“A ti mesmo ser fiel”
“Se surgir na figura de meu nobre pai eu falo com ele Mesmo que o inferno abra sua goela de fogo E ordene que eu me cale.”
“Para conhecer bem um homem, é preciso que conheçamos a nós mesmos.”
“Abençoados sejam aqueles cujas paxões e cuja razão estão bem harmonizados que eles não são uma flauta para os dedos da fortuna tocar a nota que ela bem entende.”
“Uma gota do mal, uma simples suspeita, Transforma o leite da bondade no lodo da infâmia.”
“À medida que este templo se amplia, Se amplia dentro dele o espaço reservado Pra alma e pra inteligência.”
Laertes
“Está encerrado na minha memória, E só você tem a chave.”
Ofélia
“Tua presença de donzela deve ser menos visível. Que os teus encontros tenham um preço mais alto Do que um simples chamado ocasional.”
Polônio a Ofélia
“A serpente cuja mordida tirou a vida de teu pai Agora usa a nossa coroa.”
“Se você tem sentimentos naturais não deve tolerar; Não deve tolerar que o leito real da Dinamarca Sirva de palco à devassidão e ao incesto. Mas, seja qual for a tua forma de agir, Não contamina tua alma deixando teu espírito Engendrar coisa alguma contra tua mãe.”
Rei Hamlet- fantasma
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leiturasorientadas-blog · 8 years ago
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ESCOLA DE MULHERES
RESUMO
A peça de teatro de Moliére tem como protagonista um aristocrata, Arnolfo, sátiro e irônico, que constantemente faz piadas dos homens da cidade em relação a suas relações amorosas e, consequentemente, as traições sofridas nesses relacionamentos. 
Na primeira cena, Arnolfo encontra seu velho amigo Crisaldo, e conta a ele que pretende se casar. Crisaldo estranha a notícia, pois conhece a fama de Arnolfo e suas alfinetadas - e alerta-o de que para ser traído, basta estar casado. Arnolfo diz que tomou as precauções necessárias para que não fosse traído: adotou uma menina de quatro anos e a criaria nas “condições ideais” para que ela fosse uma esposa perfeita. No caso, as “condições ideais” são: manter a menina na ignorância - já que, para Arnolfo, a mulher não pode ser mais inteligente que o homem, pois tirará o prestígio dele, e também poderá mirabolar jeitos de traí-lo. 
Porém, quando a situação do casamento começa a ser encaminhada e Inês já se encontra na casa de Arnolfo, prestes a esposá-lo, o aristocrata tem uma surpresa: ao encontrar o filho de um velho amigo, Horácio, o jovem lhe pede algum dinheiro pois tem um objetivo - lutar por sua amada, uma jovem que está sendo mantida presa por um homem rico para que case-se com ele - obviamente, essa moça é Inês. Horácio conta-lhe que passou a noite dentro do quarto da menina, e Arnolfo fica furioso com Inês - como ela poderia ter traído-o se foi criada para que não tivesse “esse tipo de caráter?”. E ao indagar Inês sobre o ocorrido, ela responde sem malícia alguma que sim, deixou o rapaz entrar em seu quarto pois sabia que tinha feito mal a ele: ele estava doente de amor por ela. 
A trama se desenvolve nos jogos de Arnolfo para tentar afastar Horácio e nas tentativas do jovem de libertar sua amada, pedindo ajuda para Arnolfo - pois Horácio não sabe que o homem que prende Inês é o próprio Arnolfo. O ponto curioso é a atitude de Inês: não podemos ter certeza se ela realmente faz as coisas por ingenuidade ou se apenas se finge de ingênua, com o argumento de que “foi criada assim”. 
CURIOSIDADES
1. O verdadeiro nome de Molière é Jean-Baptiste Poquelin 2. Seu pai era tapeceiro da Corte Real francesa 3. Além de autor, também trabalhava como ator nas suas peças
CITAÇÕES
“Caso com uma tola para não bancar o tolo. Acredito, a fé de Deus, que a tua é uma mulher sagaz; mas uma mulher espera é mau presságio; eu sei o que custou a alguns casarem com mulheres cheias de talento; me caso com uma intelectual, interessada apenas em conversas de alcova, escrevendo maravilhas em prosa e verso, freqüentada por marqueses e gente de espírito, e fico sendo apenas o marido de madame, discreto a um canto, como um santo sem crentes.” (ARNOLFO)  “Em suma, desejo uma mulher de extrema ignorância. Que já seja demais ela saber rezar, me amar, cozer, bordar” (ARNOLFO)
AVALIAÇÃO
O livro Escola de Mulheres é uma ótima obra para ser lida nos tempos de hoje, onde a luta contra o machismo vem, felizmente, ganhando cada vez mais força. A obra ilustra o pensamento do século XVII em relação à mulher - e muitas pessoas ficam chocadas com a opinião de Arnolfo, mas ao olhar para o lado, vemos que ainda existem muitos homens que pensam assim - e também mulheres que reproduzem esses discursos machistas. 
Além de ser uma obra curta, o caráter cômico faz com que a obra flua bastante rápido. E por mais que seja previsível o desenrolar da história, a personagem Inês vai sempre nos surpreendendo com seus discursos dúbios, que como foi dito anteriormente, nos deixa na dúvida se ela realmente era ingênua ou apenas estava fingindo ser. 
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DOM QUIXOTE Miguel de Cervantes Saavedra RESUMO: Dom Alonso Quijano era um fidalgo que tinha por volta de 50 anos e morava, com sua sobrinha e uma governanta, numa fazenda no vilarejo de La Mancha. Quijano possuía, em sua residência, uma biblioteca com uma grande variedade de livros de cavalaria. Através da leitura desses livros, Alonso entrou num mundo de fantasia, no qual ele próprio se sentia um cavaleiro. Tinha guardado em casa uma armadura antiga, a qual vestiu, no intuito de sair mundo afora em busca de aventuras. Se auto nomeia Dom Quixote de La Mancha e, assim como todo cavaleiro, procura uma dama para guardar a honra. Lembra-se de uma vez ter tido interesse por uma camponesa, e é nela que deposita todo seu amor e honra, criando o nome fictício de Dulcineia. Escolha também um cavalo, que denomina Rocinante, para o acompanhar em suas batalhas. Assim, sai da fazenda e caminha um dia inteiro embaixo do sol, até encontrar um castelo (que na verdade era apenas uma humilde venda) e lá decide passar a noite. No dia seguinte, ordena ao dono da venda que o declare cavaleiro, pedido o qual o vendedor concede. Tempos depois, se depara com adversários (que na verdade eram apenas comerciantes) com os quais entra numa luta, mas perde, levando muitas pauladas. É encontrado em estado deplorável por um conhecido, que o leva de volta a La Mancha. Sua sobrinha, ao vê-lo daquela maneira, queima toda sua biblioteca. Dom Quixote, ao se dar conta de que todos os seus livros foram queimados, pensa que a ação havia sido feita por um bruxo do mal: o que acreditavam ter sido o fim de suas aventuras era, na verdade, apenas o começo. Dom Quixote decide embarcar novamente em aventuras, honrando seu título de cavaleiro. Dessa vez, contudo, não vai sozinho: consegue convencer um lavrador (Sancho Pança) que morava perto de sua casa a acompanha-lo em sua trajetória como seu fiel escudeiro. O argumento de que se utiliza é o de que iria arranjar uma terra para torna-lo governador. Sancho concorda e os dois saem juntos para desbravar o mundo de perigos. Lutando contra gigantes, contra um exército muito bem equipado, com fortes cavalos e generais e até mesmo conquistando uma ilha, a qual Sancho foi, de fato, governador, os dois passaram por bons bocados. O episódio dos gigantes foi, na verdade, uma luta contra moinhos de vento, os quais Dom Quixote enxergava como gigantes. Ele acreditava que um mago havia transformado os moinhos em gigantes e que devia lutar contra eles. Ele consegue, incrivelmente, apanhar dos moinhos de vento, devido ao forte vento, e ser lançado para longe. Sancho o ajudou e seguiram seus rumos. A luta contra o exército não foi fácil. Um exército de pobres ovelhas dóceis e indefesas, as quais Dom Quixote enxergou como dois grandes e potentes exércitos, prontos para ataca-lo. O cavaleiro, então vai para cima do rebanho de ovelhas e acaba sendo surrado pelos seus pastores e pelas próprias ovelhas. Mais uma derrota para o cavaleiro, mas isso não o abateu. Um livro sobre Dom Quixote de La Mancha, que havia sido escrito por um anônimo, chama atenção da duquesa, que encontra a dupla por acaso às margens de um rio. Ela os reconheceu e teve a ideia de se divertir um pouco, convidando ambos para que se hospedassem em seu castelo. Os dois prontamente aceitam. Tanto a duquesa quanto o duque e o resto dos convidados trataram-nos como se fossem verdadeiros cavaleiros. Sancho ganhou, inclusive, uma ilha para governar, sem saber que estava sendo enganado. Porém, após muitas situações complicadas e constrangedoras, Sancho Pança abdica do cargo de governador que tanto queria. Chega, por fim, o momento em que Dom Quixote decide, por vontade própria, voltar a La Mancha. O fidalgo adoece e permanece tempo de repouso, com acompanhamento médico e recupera, de forma inesperada, sua sanidade mental e volta a se auto denominar Alonso Quijano. Anuncia a todos que a loucura havia deixado-o e que sentia que a morte estava próxima. No seu testamento, deixa um dinheiro para a governanta, assim como para Sancho, e as terras para sua sobrinha. A memória que deixa é a de ter sido um verdadeiro herói, que viveu tão intensamente a sua fantasia a ponto dessa ter virado sua realidade. CITAÇÕES: "O destino vai guiando as nossas coisas melhor do que pudéramos desejar; pois vê lá, amigo Sancho Pança, aqueles trinta ou pouco mais desaforados gigantes, com os quais penso travar batalha e tirar de todos a vida, com cujos despojos começaremos a enriquecer, pois esta é boa guerra, e é grande serviço de Deus varrer tão má semente da face da terra." "Mudar o mundo, meu amigo Sancho, não é loucura, não é utopia, é justiça!" "Dulcinea Eu vejo o céu quando eu te vejo, Dulcinea! E o teu nome é como uma oração Um anjo sussurra... Dulcinea." CURIOSIDADES: O livro Dom Quixote é considerado o primeiro romance moderno da história e o expoente máximo da literatura espanhola, ele ainda é o terceiro livro mais traduzido do mundo, perdendo apenas para a Bíblia, que está em primeiro lugar, e para as obras completas de Lênin, que ocupam a segunda posição. AVALIAÇÃO: Sendo considerado por muitos a maior obra ficcional de todos os tempos, Dom Quixote leva o leitor numa aventura divertida e inesperada. Apesar do seu tom de comédia, o livro traz ao longo de sua história uma crítica social através da loucura do fidalgo que pensava ser cavaleiro. É interessante aqui ressaltar que a história de Dom Quixote efetivamente ocorria entre a população de classes sociais desfavorecidas ou em decadência. De fato, a população não enlouquecida, como ocorre com o personagem principal do livro, porém, a literatura fantástica na época era utilizada como forma de manter as mentes ocupadas, para fugir do sofrimento sentido por essa parcela da sociedade pelo poder inquisitorial. Porém, além da análise crítica, um ponto a ser ressaltado é o jogo que o autor faz entre a realidade e a ficção ao longo da história, principalmente na segunda parte, em que ele traz na história um elemento da vida real, que seria o autor anônimo que teria, também, escrito uma história para Dom Quixote é que efetivamente se encontra com o personagem no livro de Cervantes. Com personagens cativantes e um desfecho inesperado, Dom Quixote se mantém, ainda mais de 400 anos depois de ter sido escrito, como um dos livros mais importantes para a literatura europeia e mundial.
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MACBETH William Shakespeare RESUMO: Macbeth era cavaleiro, general do exército escocês. Ao voltar de um grande combate, no qual havia se destacado por sua astúcia, coragem e bravura, ele se depara com três bruxas, que revelam seu destino: ele, além de se tornar barão de Cawdor, iria também, futuramente, ser nomeado rei. Banque, seu fiel companheiro de batalha, o acompanhava e perguntou às bruxas sobre seu destino. Como resposta, elas lhe dizem que ele não seria rei, seria, porém, pai de uma linhagem de reis. Após essa grandiosa revelação, um mensageiro vai à procura de Macbeth para informa-lo que o atual rei havia nomeando-o barão de Cawdor. Estava feita a profecia e, a partir deste momento, começava a se instalar na cabeça de Macbeth a ideia ambiciosa de conquistar o trono. Macbeth, então, manda uma carta à sua mulher com o intuito de contar-lhe sobre a profecia. Lady Macbeth, que era muito mais ambiciosa que o marido, fica fascinada com a notícia e começa a bolar planos para agilizar o encontro com o destino. Após voltar para seu castelo, Macbeth e Lady Macbeth estão prestes a receber o rei, que planejava ficar hospedado durante alguns dias no castelo do casal. Como dito antes, Lady Macbeth era muito mais ambiciosa que o marido, e com muita lábia e truques de sedução, consegue convencer Macbeth de pôr um plano em prática: assassinar o rei e, por fim, tomar o trono. A mulher bolou o plano, mas quem o pôs em prática foi o homem. Macbeth assassina friamente seu rei e, não apenas comete esse assassinato, como põe a culpa nos criados da majestade, e os mata também. Os filhos do antigo rei, com medo do que lhes podia acontecer, fogem para longe. Macbeth torna-se rei, como almejava, porém dois pensamentos o atormentam: ao mesmo tempo que sente a culpa por ter matado o antigo rei, que o considerava um homem leal e confiável a ponto de tê-lo nominado barão, pensa na profecia que as bruxas deram a Banque, de que seus filhos seriam reis. A ambição de Macbeth havia tornando-o cego e cruel, o que tornou fácil a tarefa de encomendar a morte de Banquo e seu filho. Os três assassinos encarregados da tarefa, porém, falharam e mataram apenas o pai, deixando o escapar. Macbeth providencia um grande banquete, na mesma noite em que Banque perde sua vida. A culpa toma conta de seu corpo e, na frente de todos os convidados, o rei começa ter delírios e visões, enxergando a imagem do amigo morto sentando-se à mesa. Lady Macbeth sente-se na obrigação de dispensar todos os convidados, na intenção de preservar a imagem inocente dela e do marido perante a tantas mortes. Macbeth está começando a enlouquecer devido aos seus delitos, e procura novamente as três bruxas para buscar mais informações sobre seu futuro. A nova profecia o alerta sobre Macduff, porém o tranquiliza ao revelar que ele jamais poderá ser derrotado por homem algum que tenha nascido de uma mulher, e que ele apenas seria vencido quando a Floresta de Birnam caminhasse até o Monte Dunsinane. Macbeth se tranquiliza com as notícias, porém, ao retornar ao seu castelo, encomenda a morte de todos os que moram no Castelo de Macduff, inclusive a Lady Macduff e seus filhos. Porém, Macduff não estava em seu Castelo neste momento, e tem sua vida poupada por pura sorte. Lady Macbeth, que até o momento parecia ter o controle da situação, começa também a perder as estribeiras. Inicia-se uma série de episódios de sonambulismo por parte da rainha, que andava nua pelo castelo e tentava limpar manchas de sangue, tudo fruto da sua imaginação. A culpa havia tomado conta de seu ser. Lady Macbeth sofre uma morte de causa dúbia, sendo a mais provável delas o suicídio. O rei Macbeth, ao saber da notícia, mostra-se totalmente desumano e lamenta apenas pelo momento em que a morte ocorreu, não pela morte em si. A identidade tirana de Macbeth é, aos poucos, sendo descoberta, e mesmo perante a todas as acusações, Macbeth segue com seu caráter ambicioso e cruel. Um dos filhos do antigo rei, que havia fugido, retorna e monta um exército, com auxílio de Macduff, que busca vingar a morte de sua família. Como forma de camuflagem, o exército é ordenado a levar consigo galhos da Floresta de Birman, de modo sobem dessa forma até o Monte de Dunsinane, concretizando a profecia. Macbeth resiste até onde pode, e ainda tem a audácia de dizer que homem algum que houvesse nascido de mulher poderia lhe tirar do trono. Nesse momento, Macduff revela que havia nascido de cesariana, não de parto normal, e isso, para as bruxas, era o mesmo que não ter nascido de mulher. Finalmente, na batalha final entre Macduff e Macbeth, o primeiro corta a cabeça do segundo e está, dessa forma, concretizada toda a profecia. CITAÇÕES: “TERCEIRA BRUXA – viva Macbeth, que há de ser rei mais tarde!” “LADY MACBETH – (...) Glamis já és e Cawdor, e em futuro virás a ser o que te prometeram. Temo, porém, a tua natureza cheia de leire de bondade humana, que entrar não te consente pela estrada que vai direto à meta. Desejaras ser grande, e não te encontras destituído, de todo, de ambição; porém careces da inerente maldade. O que desejas fervor, desejaras santamente; não queres jogo ilícito, ruas queres ganhar mal.” “MACBETH – O que há comigo que qualquer ruído me apavora? Que mãos são estas? Oh, arrancam-me os olhos! Poderá todo o grande oceano de Netuno lavar este sangue e limpar minhas mãos? Não, estas mãos poderiam encarnar numerosos mares, tornando-o verde, rubro.” “MACDUFF – E deixe o anjo a quem servistes contar-te: Macduff foi do útero de sua mãe prematuramente arrancado.” CURIOSIDADES: Para a criação de Macbeth, o renomado escritor William Shakespeare se inspirou em obras da literatura de sua época. Sua maior base de inspiração foi Holinshed Chronicles de Raphael Holinshed, que inclusive contava a história, puxando para a mitologia da Escócia. Além dessa obra, Shakespeare pegou detalhes, também, de Discovery of Witchcraft de Reginald Scot. AVALIAÇÃO: O livro Macbeth,  assim como muitos outros de Shakespeare, são uma obra prima deixada pelo autor para a posteridade. Ela mostra, ao seu extremo, até onde o homem pode chegar para alcançar seus objetivos, com a ambição ocupando um importante papel para a concretização de todas as ações. O elemento da culpa é, entretanto, muito interessante, pois ele traz ainda um lado humano das personagens em meio a todas as atrocidades cometidas friamente. A reviravolta no fim da história, causada através da revelação de Macduff quanto ao seu nascimento, causa emoções ao leitor que apenas uma composição excelente da literatura poderia causar. Não é à toa que Shakespeare foi e segue sendo um dos maiores escritores da história, se não o maior de todos os tempos.
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ROBINSON CRUSOÉ Daniel Defoe RESUMO: A história do homem que se perdeu para se achar Robinson Crusoé era um indivíduo da classe média da cidade de York, Inglaterra. Ainda jovem, decidiu embarcar numa aventura marítima, pois era esta a sua mais profunda vontade, apesar de seus pais terem demonstrado ser fortemente contra. É verdade que, devido à opinião negativa de seus pais sobre seus planos de vida, Robinson beirou a desistência, porém chegou o dia em que ele não aguentou e partiu. Durante sua jornada, por duas vezes Robinson e a tripulação que o acompanhava caíram numa emboscada, na qual sofreram a força da natureza em alto mar, passando por tempestades marinhas. Ambas as vezes, o jovem inglês prometeu que, se saísse vivo da tempestade, retornaria à sua casa e à sua família; porém não foi o que aconteceu. Robinson passou, inclusive, por um período em que foi escravizado, entre uma tempestade e outra, mas conseguiu, com sua astúcia, fugir do cativeiro. No Brasil, país no qual esteve após fugir, conseguiu fazer fortunas e ser bem sucedido, acumulando bens e riquezas. Mas isso não o segurou em terra: embarcou novamente no seu navio com uma tripulação. Como dito previamente, Robinson passou por duas tempestades em auto mar, e foi a segunda que o fez parar, completamente sozinho, numa ilha do Caribe. Durante 24 anos viveu sozinho na ilha, vivendo apenas de objetos e pertences que construiu a partir do que a natureza lhe oferecia. Robinson se percebeu um exímio agricultor, pastor e mesmo construtor, pois construiu para si uma moradia, que também serviria de esconderijo, caso fosse necessário. E foi. Ao longo dos anos, o navegador descobriu que alguns grupos de selvagens canibais iam até “sua” ilha realizar seus rituais e acabar com suas vítimas. Numa dessas vezes, Robinson, que ainda possuia armas de fogo que trouxera do navio, feriu e matou alguns dos canibais e salvou a vítima do grupo, que futuramente se tornaria seu braço direito. Sexta-feira foi o nome que Robinson deu ao refém que salvou, e a ele ensinou o inglês, assim como muitas coisas coisas necessárias para o bom convívio dos dois. Sexta-feira o acompanhou, portanto, por mais 4 anos na ilha, os dois sozinhos e isolados. O momento chegou em que canibais voltaram com mais reféns para seus rituais. Robinson e Sexta-feira já estavam, porém, preparados para este retorno e, armados com armas de fogo, atacaram os canibais e resgataram vários dos reféns, entre eles o próprio pai de Sexta-feira, e um espanhol, que ficaram vivendo na ilha. Tempos depois, um navio se aproximou da ilha e atracou na baía. Crusoé e os outros moradores de sua ilha planejaram um modo de render a tripulação e tomar o navio, pois Crusoé já tinha saudade de sua terra natal e tinha desejo de retornar. Botaram seu plano em prática, o qual foi realizado com sucesso, e toda a tripulação prometeu ficar naquela mesma ilha para sempre. Após 28 anos na ilha, Robinson Crusoé finalmente voltou à Inglaterra. Seus pais já haviam falecido e, dando-o como morto, não o tinham incluído no testamento para repartir a herança com os irmãos. Entretanto, havia acumulado riquezas no Brasil ao longo dos anos em que esteve exilado na ilha, pois havia conquistado muitas terras no seu tempo lá, de forma a conseguir dinheiro suficiente para viver bem. CURIOSIDADES: O livro Robinson Crusoé é um clássico da literatura. O autor se inspirou numa história verídica para a escrita de seu livro, analisando a trajetória de Alexander Selkirk, um navegador. Há indícios, também, de que o livro apresenta caráter autobiográfico, pois trás o tema da existência solitária humana. CITAÇÕES: “O tempo foi coisa que me preocupou, naquele ermo. Para não me perder em confusões, levantei perto da praia uma alta Cruz, e nos braços inscrevi: [Aqui aportei a 30 de setembro de 1659]. E no poste mareava cada dia um risco, a faca, e passando sete dias, fazia um risco maior, Todos os primeiros dias do mês, um outro maior ainda, assim obtendo o meu calendário, com as semanas, os meses e os anos”. “Na condição silenciosa da minha vida na ilha, onde desejava apenas o que tinha e tinha apenas o que podia desejar.” “Possivelmente estava mais feliz naquela condição solitária que na vida livre em sociedade, desfrutando de todos os prazeres do mundo.” AVALIAÇÃO: Robinson Crusoé é um livro de aventura escrito por Daniel Defoe e publicado pela primeira vez em 1719. A história de disseminou pelo mundo, e hoje em dia as aventuras e desventuras do náufrago inglês são conhecidas em todos os cantos do planeta. É inegável o fato de que o livro se tornou um clássico mundial, tendo extrema importância para a história da literatura. Com inúmeras adaptações, Robinson Crusoé é lido por diversas faixas etárias. O tema da solidão do ser humano, trazido a partir do exílio do jovem inglês durante décadas, faz com que esta obra literária seja atual até os dias de hoje, com toda a tecnologia e suas inovações que fazem com que as pessoas sintam-se cada vez mais isoladas em seus próprios mundos. Além do mais, o ponto das classes sociais e da vontade de ascender socialmente faz com que o livro se torne atual em todas as épocas por quais ele passou, sendo esse um assunto muito corriqueiro na história do mundo. Como produção literária, Robinson Crusoé conseguiu atingir um grau de identificação muito grande com o leitor, pois mostra o homem no seu estado primitivo, juntando ambição, auto suficiência, religião e a solidão da alma.
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O BANQUETE
PLATÃO
RESUMO:
“O Banquete’’ é uma obra de diálogos, assim como a grande maioria dos textos de Platão”. A obra é dividida em sete discursos, os oradores são: Fedro, Pausânias, Eriximaco, Aristófanes, Agaton, Sócrates e Alcebíades.
O Banquete Foi oferecido por Agaton, para comemorar seu primeiro sucesso dramático. Os convidados dirigem-se até a casa de Agaton, onde será a ceia: a refeição finda e todos preparam-se para beber. No entanto, Pausânias  faz a seguinte sugestão: “O banquete não acabará em embriaguez, só se beberá por prazer.” Exaustos de bebedices em excesso, todos concordam com Pausânias. Após as palavras de Pausânias, Erixímaco apresenta aos companheiros de ceia o tema da reunião: sugere que discursem sobre sobre EROS, DEUS DO AMOR, todos concordam e inicia-se o discurso. Fedro é o primeiro orador a se manifestar, por isso ocupa o primeiro leito e é também o autor da indignação de que ninguém ousou glorificar EROS como ele merece.
Um pouco do discurso de cada um dos oradores:
·         DISCURSO DE FEDRO:
Fedro coloca Eros como um dos mais antigos deuses, afirma que primeiro houve o caos, em seguida a Terra, depois Eros.
Eros foi o primeiro de todos os deuses gerados, e por isso traz diversas fontes de bem, como o amor de um amante e o que o ser humano pode ter – vínculos de sangue, dignidade e riquezas – nada no mundo pode como Eros, fazer nascer a beleza. É o Eros que inspira aos que amam grandes brios. Só os que amam sabem morrer um pelo outro, sacrificam a vida por amor.
·         DISCURSO DE PAUSÂNIAS:
Pausânias, o segundo orador a falar critica a maneira como Fedro elogia Eros. Para este orador, Eros não teria uma face única, o Deus era dividido em duas facetas: Eros celeste e o Eros vulgar. Nenhuma ação realizada é de todo mal, tampouco de todo bem, o mesmo se dá com o amor.
Para Pausânias, prender-se à cobiça e a iniquidade é atender ao Eros vulgar, já agir com beleza e justiça, resulta no bem, ou seja, Eros celeste.
·         DISCURSO DE ERIXÍMACO:
Terceiro orador a manifestar-se, Erixímaco toma por sua a vez de discursar, já que o orador da vez esta a se ausentar por um mal estar. Complementando o discurso de Pausânias, diz que Eros não existe somente na alma dos homens, mas em muitos outros seres: nos corpos dos animais, nas plantas que brotam da terra, em toda natureza.
Por ser educado nas artes médicas, acredita que a natureza orgânica acarreta dois Eros: saúde e doença; um é o amor que reside no corpo são; o outro que habita o corpo enfermo. Defende a ideia de que o contrário procura o contrário (“o frio e o calor; o seco e o úmido”), a medicina é a convivência entre os contrários, o amor deve procurar equilíbrio entre o físico e o espiritual.
·         DISCURSO DE ARISTÓFANES:
O quarto orador, descreve Eros como o mais humanitário dos deuses. Aristófanes discursa sobre a importância de conhecer a história da natureza humana, e dito isso, descreve as mutações da natureza, como por exemplo, os Andróginos, conhecidos como terceiro gênero pelo qual aspecto lembravam macho e fêmea.
·         DISCURSO DE AGATON:
Agaton, o quinto orador, discorda de Fedro (primeiro a manifestar-se) e defende a ideia de que Eros é o mais moço dos deuses, por isso não seria anterior a Cronos e a Japeto. É o mais moço dos deuses, por isso o mais feliz.
           Em seu discurso, Agaton fala da importância de saber a natureza de Eros, antes de enaltecer o Deus. Ele diz: “Para se louvar a quem quer que seja, o verdadeiro método é examiná-lo em si mesmo para depois enumerar os benefícios que dele promanam.”  O orador também enumera as virtudes do Deus, como a justiça, a temperança e a potência de Eros.
·         DISCURSO DE SÓCRATES:
Sócrates, sexto orador faz o discurso mais longo, é considerado o mais importante dos oradores ali presentes. Segundo ele, o amor está ligado ao desejo, desejamos aquilo que ainda não temos. Quando possuímos, o desejo é perdido.
Sócrates também discursou o fato de Eros ter sua origem em duas oposições: a riqueza e a beleza. Por isso, o deus não representa nenhum extremo e está em uma posição intermediária. Portanto, Eros esta em constante movimento e representa a infinita busca do movimento pelo o que é bom e belo.
·         DISCURSO DE ALCEBÍADES:
Alcebíades, sétimo e ultimo orador procura muito mais fazer um elogio a Sócrates do que discorrer sobre Eros. Seu discurso se inicia com uma comparação que faz entre Sócrates e Mársias, afirma que a única diferença que há entre os dois é que Mársias produz sons lindos com um instrumento, já Sócrates, produz o mesmo efeito com simples palavras.
Alcebíades engrandece o discurso de Sócrates e se mostra completamente apaixonado por ele, em muitas de suas palavras o fato fica evidente, como por exemplo: “Quando escuto, salta-me o coração com o furor dos coribantes; suas palavras me arrancam lágrimas.”
O orador não deixou de discorrer sobre amor, no entanto, falou sobre o amor e admiração que sentia por Sócrates, ao invés de discursar sobre Eros, como seus parceiros de ceia fizeram.
CURIOSIDADES:
           O amor é um sentimento que atrai a curiosidade e o interesse das pessoas, além de ser o debate central em muitas estâncias, como por exemplo: nas mesas de bar e nas salas de aula, na roda de amigos ou até mesmo no jantar em família. O amor é também um assunto que rendeu – e rende – livros infantis, clássicos da literatura, músicas e diversos gêneros, peças de teatro, poemas.
           Em alguns textos de Freud, nome importante da psicanalise, também encontramos o amor como tema:
·         O AMOR NAS PALAVRAS DE FREUD:
Para Freud, a necessidade de amor é algo inerente ao ser humano. Desde os primeiros dias de vida, somos alimentados por referências que são desencadeadas no complexo de édipo e nos acompanham por toda vida.
           Segundo o psicanalista, amamos por repetição. Isso significa que buscamos repetir estas primeiras experiências da infância durante relacionamentos na vida adulta. Além disto, o ser humano tem tendência a idealizar o parceiro, buscando encontrar sua própria completude no parceiro.
           Freud também chamava atenção para o fato do ser humano depositar seus sonhos e suas expectativas de felicidade no objeto amado, criando uma relação de dependência. E se a felicidade é um estado que depende completamente da presença da outra pessoa, há naturalmente, um sentimento de dor e desamparo quando o objeto amado (a chance de ser feliz) é perdido.
·         TEORIA DE FREUD APLICADA EM “O BANQUETE”
Na obra, há uma semelhança com a última teoria de Freud aqui mencionada, depositar a felicidade no objeto amado. Quando Alcebíades, o último orador a discursar dirige suas palavras para engrandecer Sócrates (objeto amado) e demonstrar tamanha paixão e admiração, ele está a depositar suas expectativas de felicidades em Sócrates.
No entanto, se desaponta de maneira extrema ao notar que Sócrates o enganou, fingindo querer representar papel de amante, quando de fato era apenas amado. Alcebíades depositou em Sócrates expectativas, acreditando que o mesmo se deslumbraria com sua juventude e beleza. E viu-se completamente desamparado quando Sócrates zombou de seus sentimentos.
AVALIAÇÃO:
           Sendo Platão um dos maiores nomes da filosofia grega, é conhecido por ter a grande maioria de suas obras em forma de diálogo. E em suas obras persistia em argumentar sobre virtudes ou sentimentos.
           “O Banquete” nos apresenta uma belíssima e profunda discussão sobre o amor, na qual se notam as origens de nossos mitos e crenças sobre o tema. A obra convida o leitor, de maneira irrecusável, a conceber o amor, sob a ótica grega clássica, em suas diversas vertentes.
CITAÇÕES:
           “Se os deuses apreciam grandemente a coragem com que alguém se dedica a quem ama, contudo, admiram, estimam e recompensam o que o amado faz por seu amante, mais do que o amante faz por quem ama. O apaixonado é, realmente, mais divino que o eleito, por isso que é inspirado por um Deus.”
Discurso de Fedro.
“É o amor que nutre os homens comuns, os que se apaixonam tanto pelas mulheres como pelos mancebos.”
“Porque incerto é sempre o sentido em que o vício ou a virtude, o espírito ou o corpo orientarão a evolução da infância.”
“Se considera preferível amar abertamente a amar em segredo; preferível sobretudo amar os mais nobres e virtuosos, ainda que, por vezes, menos belos de corpo que os outros.”
“E ninguém nesta cidade se persuade de que amar e entregar-se com paixão aos que amam deixe de ser observância de um belo costume.”
“Quando o amante e o amado se correspondem por lei de reciprocidade, retribuindo o amante à complacência do amado por todos os serviços que lhe possa equitativamente prestar; e reconhecendo o amado, por sua vez, por todos os obséquios possíveis, os bons ofícios de quem o torna sábio e bom; quando o amante se sentir capaz de outorgar ciência e virtude, e sente o amado necessidade adquiri-las – somente então, cumpridas todas as condições necessárias, é licito aos amados obedecer aos amantes. Só assim é permitido render-se.”
Discurso de Pausânias
“Se o amor já não existisse entre os deuses, certo que não teria havido mutilações, nem cadeias, nem outras violências, em vez da paz e harmonia que os une desde que o amor reinou sobre eles.”
“Porque o amor não se detém em corpo ou alma, ou que quer que seja, sem flor ou desflorado, mas só procura os sítios onde se expandem flores e perfumes.”
Discurso de Agaton
“A sabedoria é uma das mais belas coisas.”
Discurso de Sócrates
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leiturasorientadas-blog · 8 years ago
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leiturasorientadas-blog · 8 years ago
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ANTÍGONE
Resumo
Antígone, retrata a continuação dramática de Édipo Rei, tragédia na qual une mãe e filho em um casamento frutífero. A união de Édipo e Jocasta resultou em quatro filhos, dois homens e duas mulheres; sendo eles: Polínices, Eteócles, Ismene e Antígone. Durante uma briga, a qual visava o trono de Tebas, Eteócles e Polínices matam um ao um ao outro; aquele desfruta do direito de ser sepultado, enquanto este não obteve os mesmo privilégios. Creonte, irmão de Jocasta, esposa-mãe de Édipo, estabeleceu que o corpo de Polínices não receberia as honrarias tradicionais dos funerais, pois diferente do irmão Eteócles, havia lutado contra a pátria. No entanto, Antígone vai contra as ordens de seu tio e decide correr o riscos da morte para enterrar seu irmão. Antígone sepulta o irmão sozinha, mas é de pelos guardas de Creonte, que havia dado ordem para que a vigiassem. Após o acontecido, Antígone é levada até o rei, e ele questiona as razões dela ter ido contra suas ordens, com tamanha coragem. Antígone segue a afrontar o rei sem temer a morte. Creonte acusa Antígone de ter o apoio de sua irmã Ismene, que amedontrada disponha-se a pagar pelo erro juntamente a irmã, ainda que sua ideia sobre o sepultamento do irmão fosse contrária a de Antígone. Creonte decide matá-la em nome da lei do estado, Hemon (filho de Creonte e noivo de Antígone) não vai contra a opinião de seu pai por respeito a ele, por mais que seu coração apaixonado diga o contrário. Após uma conversa com o adivinho Tirésias, Creonte resolve libertar Antígone para evitar que mais desgraças aconteçam com sua família. Hemon, ao chegar até a caverna onde Antígone está trancafiada, vê que é tarde demais: Antígone já está morta. Desesperado, resolve tirar a própria vida, pois viver sem sua amada já não faz sentido algum. As notícias correm rápido e chegam aos ouvidos da esposa de Creonte, mãe de Hemon, que se mata ao descobrir da morte de seu filho. A tragédia põe em questionamento se é mais importante seguirmos antes a lei divina ou a lei dos homens. Creonte foi contra a lei divina, colocando suas ordens como superiores e acabou por perder seu filho e consequentemente sua esposa. Enquanto Antígone desobedeceu as leis de seu país e acabou por perder a própria vida.
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Curiosidades
Em uma sociedade em que as mulheres eram privadas da vida pública, resignadas, assim, a se manterem na esfera doméstica e particular (conforme ilustra a música Mulheres de Atenas, de Chico Buarque), não se pode deixar de notar que a ideia de uma protagonista feminina -ainda que criada e, por muito tempo, encenada por um homem- que se caracteriza justamente por desafiar a ordem da pólis e romper com o papel que dela, como mulher, era esperado tem lá seu lado de revolucionário.
O fato de que Antígona está determinada a sepultar seu irmão não demonstra apenas lealdade e determinação, mas uma incrível coragem para enfrentar aquilo e aqueles que vão contra as suas convicções, mesmo sabendo que o resultado disso pode vir a ser a sua própria morte. A sua recusa a ceder à subordinação em relação a Creonte, tal como a forma como ela assume a responsabilidade de fazer com que os códigos morais daquela sociedade prevaleçam, faz com que ela se mostre em uma posição de tamanha importância que nos permite, então, observar nessa obra de Sófocles alguns elementos que servem de indícios para aquilo que chamamos de feminismo histórico.
Além disso, um importante aspecto dos tantos que garantem a atemporalidade dessa peça é a questão de que a forma como Antígona foi vista em uma história que se passa há milhares de anos atrás é uma prática recorrente mesmo nos dias de hoje, conforme evidencia Jeane Félix da Silva em seu periódico “A Tragédia de Antígona sob a Ótica de Gênero” (2004):
“Para a época, uma mulher que tinha a coragem de transgredir as ordens era considerada louca, e a loucura, neste caso, foi vista como justificativa dos comportamentos de Antígona (mulher), caracterizando-a mais uma vez como um ser inferior, pois sendo louca não podia agir com prudência e consciência. […] A loucura é compreendida como sendo um comportamento feminino, comportamento de mulher. ”
Entretanto, não devemos nos deter a essa espécie de denúncia que hoje, em função do contexto histórico e sociocultural em que estamos situados, podemos perceber. Mas sim atentarmos para a grande inovação que foi retratar a figura feminina sob a perspectiva de dona de suas próprias ações e vontades.
Ainda que hoje já entendamos isso como um direito básico e ainda que a obra não tenha efetivado nenhuma mudança na estrutura social da Grécia Antiga -o que muito provavelmente nem mesmo constava entre os objetivos do autor- é importante repararmos que essa visão da mulher aparece nas circunstâncias mais improváveis. Não era comum que fossem atribuídas quaisquer características que se diferenciassem da submissão a uma mulher humana e “civilizada”.
Dessa forma, Antígona representa uma possibilidade de voz e de libertação. Ela efetiva um ato de rebeldia que representa uma quebra de paradigmas que trespassa a sua história particular. A situação da protagonista abrange a realidade da mulher na sociedade da Grécia Antiga como um todo e a sua obstinação serve de símbolo de resistência até a atualidade.
Avaliação 
 A obra "Antígone" nos traz um questionamento muito pertinente: seguir a lei - por mais injusta que ela seja, ou infringí-la em nome da justiça? E ainda no contexto grego, há outro dilema moral perneando a tragédia: a lei dos homens deve superar as leis divinas? Sófocles une conceitos de ética, direito, tirania, religião e política. Mas ao ponto de vista do grupo, o aspecto mais interessante da obra é o protagonismo feminino - que pode ser visto como exemplo de coragem e insubmissão, visto que Antígone bate de frente com o rei pelos seus ideais, mesmo quando esse confronto a leve à morte; mas também pode ser vista como a mulher culpada de tudo (como as mulheres são retratadas diversas vezes durante a história), uma analogia à Eva, que causou tanta destruição com os seus atos: a morte de Antígone, causada por sua rebeldia, acabou desencadeando sucessivas mortes e desgraças.
Citações
 "Fui feita para o amor, não para a intriga" (Antígone)  "Saiu ao pai: do cru nasce a cruel, indiferente à sina mais sombria" (Coro)  "Desconcerta-me o prodígio demoníaco! Como, se a reconheço, nego quem é a moça: Antígone! Desventurada filha de um sem ventura, Édipo! Será possível? Transgrediste régias leis? Supreendem-te num surto de loucura?" (Coro) "O teu futuro, parva, me apavora!" (Ismene)  "Mirai, moradores da polis ancestre, o curso de minha jornada derradeira! Contemplo o rútilo final de Hélios, o Solar - nunca mais! Hades, leito pan-nupcial, conduz-me viva às fímbras do Aqueronte sem núpcias, sem hino: noiva no Aqueronte." (Antígone)  "A culpa não recai em mais ninguém, pois que ela tem a ver tão só comigo. Eu te... eu te matei, ó ser tristíssimo soletro o que é veraz: E-U! Escravos, me conduzi daqui! Levai embora alguém que até do nada fica aquém!" (Creon)
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ÉDIPO, O REI
RESUMO
A história de um homem que, na tentativa de fugir do seu destino, acaba indo exatamente de encontro a ele.
Ao consultar o Oráculo de Delfos para tirar uma dúvida sobre seu passado, Édipo descobre algo terrível sobre seu futuro: seu destino é casar-se com sua mãe e assassinar seu pai. Com medo da profecia, Édipo foge de Corinto, onde morava com seus pais, o rei e a rainha de Corinto.
No trajeto de fuga, Édipo se depara com um homem e seu cortejo, com o qual discute e acaba matando quase todos os presentes, deixando apenas um dos homens escapar.
Édipo chega à cidade de Tebas e encontra a Esfinge logo na porta de entrada. A Esfinge lhe propõe um enigma cuja resposta errada ocasionaria a Édipo sua própria morte, e a resposta certa salvaria sua vida e a de Tebas inteira. Ao acertar o enigma, Creonte oferece a Édipo como recompensa a mão de sua irmã Jocasta, rainha viúva de Tebas, cuja morte do marido permanece um mistério, e consequentemente, o trono de Tebas.
Anos se passam e uma peste assombra Tebas. Com o intuito de descobrir o destino da cidade, Creonte vai ao Oráculo de Delfos e descobre que, para salvar a cidade, é preciso encontrar o assassino de Laio, antigo rei da cidade. Édipo deixa claro que o criminoso será banido da cidade. O cego Tirésias é chamado para auxiliar na investigação e diz a Édipo que o assassino está mais perto do que ele pensa. Édipo fica remoendo essa história e lembra da profecia que a ele foi destinada desde o dia em que nasceu. Após o surgimento de muitas dúvidas, Édipo começa a questionar sua origem e descobre, através de perguntas feitas ao pastor que foi encarregado de matar o filho de Jocasta e Laio, que, na verdade, essa morte nunca ocorreu. Na verdade, Édipo é o filho de Jocasta e Laio. Tal pastor vem a ser, coincidentemente, o único sobrevivente da chacina feita à Laio e a sua comitiva, e ele lembra que foi Édipo quem realizou o crime. A profecia havia sido concluída.
Devido ao desgosto trazido pelo desfecho da história, Jocasta tira a própria vida. Édipo cega a si mesmo. Levado por sua filha para longe da cidade, Édipo vaga sem rumo e sem nunca mais poder voltar a Tebas.
CITAÇÕES
A tragédia deixa o leitor em ambivalência de indecisão: Édipo não sabia que Jocasta era sua mãe e que estava a matar ser próprio pai, ou seja era inocente; ou Édipo preferiu fechar os olhos para verdade que se fez presente de maneira evidente em muitos momentos? Ao longo da trama, em muitos momentos, todos os fatos indicavam a Édipo que ele era o culpado pela peste que pairava sobre Tebas, que ele era quem teria sido responsável pela morte de Laio. No entanto, ao mesmo tempo que isto soa evidente, desperta em Édipo uma esperança de não ser ele autor de um destino tão infeliz. O vidente Tirésias, insinua a Édipo e ao leitor, que ele é sim o criminoso procurado. Estas insinuações são presentes nas seguintes falas:
"TIRÉSIAS: - ... Pois fica sabendo que és tu, és tu o criminoso que mancha este país! Digo que és tu o assassino procurado." 
"TIRÉSIAS: - E devo ainda dizer para aumentar teu furor... Sem saberes, vives num comércio infame com os mais próximos de teus familiares, e sem te dares conta do grau de miséria a que chegaste." 
"TIRÉSIAS: - ... Tu me censuras de ser cego, mas tu, que vês, como não vês a que ponto de miséria te encontras nesta hora? E debaixo de que teto vives, em companhia de quem? - sabes ao menos é quem nascestes?"
* Nestas falas Tirésias desafia Édipo a enxergar o que está em frente a seus olhos.Durante uma conversa com Jocasta, mais uma vez, Édipo depara-se com indícios de que teria sido ele o responsável pela morte de Laio, seu pai. 
"JOCASTA: - ... O destino que esperava Laio era morrer pela mão de um filho que nasceria dele é de mim. Ora, ele foi abatido por bandidos estrangeiros no cruzamento de dois caminhos, segundo consta; por outro lado, três dias após ter nascido a criança, Laio prendeu seus tornozelos e mandou abandoná-la  num monte deserto. Deste modo, Apolo não pode fazer nem que o filho matasse seu pai, nem que Laio, como tema morresse pela mão de seu filho. E era esse o destino que vozes proféticas nos comunicavam!"
Mesmo depois de Jocasta descrever a aparência de Laio e o local em que foi morto, Édipo seguiu vendando-se a o que era evidente. 
"ÉDIPO: - Meu pai é Pólibo - Pólibo de Corinto. Mérope, minha mãe, é uma dória. Eu desfrutava o maior prestígio, entre os cidadãos daquela cidade, quando ocorreu um incidente, que merecia minha surpresa, sem dúvidas, mas não que o levasse tão a sério como o levei. Durante um banquete, no momento do vinho, na embriaguez, um homem chamou-me "filho suposto". A expressão me incomodou, foi difícil suportar aquele dia, e logo no dia seguinte fui interrogar meu pai e minha mãe. Eles se mostraram indignados contra o autor dessas palavras, mas, embora a atitude deles me tranquilizasse, a expressão continuava a me ferir e aos poucos se alastrava em meu coração. Então sem avisar meu pai nem minha mãe parto para Delfos; lá chegando, Apolo manda-me embora sem sequer dignar-se a responder àquilo pelo qual eu viria, mas não sem antes predizer ao infortunado que eu tinha o mais horrível, o mais lamentável destino: eu entraria no leito de minha mãe, faria o mundo ver uma raça monstruosa, seria o assassino do pai de que eu nascera."
*Jocasta já havia falado com Édipo sobre a previsão dos Deuses, de que um filho seu e de Laio, seria o autor dá morte do próprio pai. Havia também escutado de Jocasta as características do morto e o local de sua morte. Anteriormente, teria sido chamado de "filho suposto." E mais, Apolo teria feito a ele  uma previsão exatamente igual a que os deuses teriam feito a Jocasta e Laio. Será que diante dos fatos Édipo preferiu não enxergar a verdade?Mas para a surpresa do leitor, Édipo descobre não ser filho sanguíneo de seus pais, o que faz com que diante de todos os fatos, ele pareça inocente. Pois não sabia que estava a matar seu pai biológico, Laio.
"O CORÍNTIO: - Porque não te livrei disso antes, rei, já que venho aqui disposto a te ser útil? (...) Saibas que Pólibo não é nada para ti pelo sangue." 
Édipo questiona O CORÍNTIO sobre sua origem: 
"ÉDIPO: - E tu, compraste-me de alguém ou me encontraste?"  "O CORÍNTIO: - Sim, te encontrei num vale do Citeron arborizado... Teus pés certamente poderiam testemunhá-lo ainda. Fui eu quem libertou teus pés perfurados."
* Édipo, assim como a criança que Jocasta descreveu, teria seus tornozelos marcados. Seria tudo isso uma enorme coincidência ou a grande revelação de que Édipo era o bebê que na previsão do vidente mataria o próprio pai e a própria mãe?
AVALIAÇÃO Sendo uma das obras mais consagradas da tragédia grega, "Édipo, o rei" tem sua importância reconhecida desde os tempos da própria Grécia antiga. Já na Poética de Aristóteles, primeira obra a teorizar acerca do teatro ocidental, a obra-prima de Sófocles é tomada como exemplo a ser seguido em relação aos mais diversos pontos que o filósofo ressalta como de importância para se construir uma tragédia, tais como a peripécia, o reconhecimento e o sofrimento -partes qualitativas do enredo de uma tragédia, que, quando bem desenvolvidas, garantem a eficácia do efeito catártico. Assim sendo, tal como Aristóteles, consideramos "Édipo, o rei" uma peça que desenvolveu com grande maestria as funções de uma tragédia, uma vez que causa em seus leitores -ou em sua plateia- a inquietante mistura dos sentimentos de temor e compaixão para com o seu personagem. É impossível não reconhecer a sua relevância. Afinal, o impacto que essa obra causou na literatura ecoa desde o longínquo tempo de sua constituição até os dias de hoje.
CURIOSIDADES
O mito de Édipo deu base para que o neurologista Sigmund Freud desenvolvesse uma das teorias psicanalíticas mais conhecidas: o Complexo de Édipo. Esse fenômeno consiste em desejos amorosos pela mãe por parte do menino - referência à relação incestuosa de Édipo e Jocasta. 
O complexo de Édipo é um fenômeno inato e universal, ou seja, é comum aos dois sexos nas primeiras fases da infância. Porém, ele se diferencia na fase fálica, onde a criança passa a ter consciência da diferença dos sexos - e então, o menino passa a se atrair pelo sexo oposto e a rivalizar com o mesmo sexo. 
Há também um fenômeno que ocorre nas meninas em relação ao pai, o Complexo de Electra, também referente à uma tragédia grega. 
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