* / how do we forgive our fathers?
flashback with dionísio part one.
❝ Amara ❞
A voz de Dionísio ecoou como um sussurro distante entre as árvores. A jovem encontrava-se retraída, oculta na clareira secreta que se escondia nas sombras do bosque, perto do acampamento.
Algumas lembranças persistiam em sua mente, mas a maioria se esvaía. Amarantha não queria lembrar do que viu na mente da semideusa mais velha, ela tinha ido longe demais, e sua memória que prontamente apagava aqueles eventos traumáticos em resposta ao desespero que ela sentiu ao retornar para a própria mente.
❝ Amara, por favor ❞
A jovem encolheu-se ainda mais, desejando que ele não se aproximasse. Detestava quando Dionísio pronunciava seu nome e tentava desempenhar o papel de um pai que nunca existiu.
Quando criança, sua mãe a instruíra a fazer oferendas, embora nunca tenha especificado para quem eram destinadas. Dizia que seu pai residia em um lugar mágico e que ele a ouviria se ela se esforçasse. Em sua inocência, Amarantha sempre reservava a porção que mais gostava para ele. Contudo, após conhecê-lo, arrependia-se de não ter desfrutado de suas comidas preferidas.
Por isso, todas as tentativas de aproximação do deus pareciam uma ofensa às vezes em que queimara a comida desejando que o pai aparecesse e as salvassem daquele abismo de depressão e alcoolismo que Carmine se encontrava nos últimos anos de vida. Ele nunca respondeu.
❝ Amarantha ❞
A voz divina ressoava mais próxima do que ela desejaria. Com as costas da mão, enxugou as lágrimas antes de encará-lo com fúria. Toda a situação era culpa dele. Ninguém merecia ter um pai que era um deus do Olimpo, especialmente um cujo domínio causava tanto sofrimento às demais pessoas.
Sem hesitar, ergueu-se com determinação e avançou na direção do progenitor. Dionísio permaneceu imóvel enquanto ela gritava e o empurrava. Lágrimas insistiam em rolar por suas bochechas, manchando a beleza de seu rosto delicado.
❝ Eu posso ajudar ❞
Em algum momento, Amara simplesmente desistiu. Dionísio, por sua vez, permaneceu em silêncio, envolvendo a filha em um abraço, enquanto ela soluçava. Amarantha recebeu o abraço sem retribuí-lo, as palavras dele ferindo seu coração mais profundamente do que queria admitir.
❝ Eu não preciso da sua ajuda ❞ ela cuspiu as palavras de volta, afastando-se rapidamente e correndo para longe.
@silencehq
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VIRGINIA GARDNER? não! é apenas AMARANTHA ESTI, ela é filha de DIONÍSIO do chalé 12 e tem VINTE E CINCO anos. a tv hefesto informa no guia de programação que ela está no NÍVEL III por estar no acampamento há QUINZE anos, sabia? e se lá estiver certo, AMARA é bastante CARISMÁTICA mas também dizem que ela é IMPETUOSA. mas você sabe como hefesto é, sempre inventando fake news pra atrair audiência.
ATO I.
Em uma noite estrelada, Carmine se viu imersa em uma festa de Hollywood, cercada por rostos conhecidos e conversas animadas. Seus olhos encontraram um homem que parecia radiar uma aura diferente, algo que atraía sua atenção mesmo entre tantos holofotes.
Dionísio, o extravagante deus do vinho, exibia um carisma inegável, um magnetismo que fez Carmine se perguntar se o universo conspirava naquele momento. Em meio à multidão, algo mudou. Uma faísca sutil, uma troca de olhares que parecia conter o poder de uma constelação inteira.
Mas, como nas histórias de amor à primeira vista, o tempo era um inimigo implacável. Em um instante fugaz, Dionísio desapareceu, deixando Carmine perdida em meio à festa. No entanto, naquele breve encontro, algo havia mudado. Uma faísca, uma conexão fugaz que reverberou em seu coração.
ATO II.
Na festa de estreia de um filme estrelado por Carmine, os holofotes iluminavam a noite, refletindo o brilho da atriz que atravessava o tapete vermelho com elegância e um sorriso radiante. Entre os convidados, entre os flashes das câmeras e a agitação da multidão, Carmine avistou um rosto familiar que trouxe à tona memórias de uma noite estrelada há anos atrás.
Dionísio estava lá, em meio aos convidados da noite, uma presença que ecoava com um misto de fascínio e incerteza. Seus olhares se cruzaram novamente, como se o tempo tivesse congelado por um instante. No turbilhão de emoções que a envolvia naquele momento de celebração, ela não pôde deixar de se perguntar se aquele encontro seria apenas uma coincidência ou um sinal do destino.
O brilho de Dionísio era inconfundível, um sorriso que parecia conter toda a exuberância dos deuses. Carmine se viu transportada para aquele encontro fugaz na festa de Hollywood, um momento que parecia ter vida própria e que agora ressurgia diante dela.
No after party, Carmine e Dionísio finalmente se aproximaram, como se o universo estivesse conspirando para que aquele momento se concretizasse. Eles se encontraramem meio à agitação da festa.
À medida que a noite avançava, eles se entregaram a uma conversa que parecia infinita, compartilhando risos, histórias e segredos. Ela não acreditava que estava conversando com um Deus, mas não tinha como negar que nunca havia conhecido um homem como aquele.
Sentados em um canto acolhedor, eles mergulharam em uma atmosfera íntima e descontraída. As horas passaram como minutos, e a conexão entre eles se fortaleceu. O vinho, símbolo da divindade de Dionísio, serviu como um elo entre duas almas que encontraram conforto e familiaridade um no outro.
Eles conversaram a noite inteira, como se estivessem preenchendo os espaços vazios do tempo que haviam perdido. Aquela noite se tornou uma jornada de redescoberta, repleta de risos, lembranças e uma sensação de proximidade que transcendeu a mera casualidade.
ATO III.
Em uma noite de silêncio e solidão, Carmine se encontrava imersa em seus pensamentos, sentada diante de uma taça de vinho. A luz suave iluminava o cômodo, enquanto suas lembranças dançavam ao redor daquele líquido âmbar. Seus pensamentos, invariavelmente, vagavam em direção a Dionísio, o deus que havia deixado uma marca indelével em sua vida.
Enquanto ela se entregava ao calor reconfortante do vinho, a porta se abriu suavemente, como se o ar carregasse o aroma de uvas e de histórias não contadas. Dionísio adentrou o aposento, uma presença que parecia trazer consigo o próprio esplendor dos deuses. Seus olhos, repletos de uma centelha de reconhecimento, encontraram os de Carmine.
Aquela noite, marcada pela presença inesperada do deus do vinho, foi o início de uma série de visitas que se seguiriam. A cada noite em que Carmine se encontrava imersa no vinho e em seus pensamentos, Dionísio aparecia, trazendo consigo uma mistura de conforto e questionamentos.
Essas noites se transformaram em um momento íntimo, onde o vinho servia como um elo entre dois seres que, de maneiras diferentes, buscavam entender o que o universo reservava para eles. Cada visita de Dionísio trazia consigo um misto de nostalgia, anseio e uma espécie de conforto que só a presença do outro poderia oferecer.
ATO IV.
Na imensidão do teatro, sob os holofotes da Broadway, Carmine e Dionísio estavam sentados lado a lado, testemunhando a grandiosidade de "O Fantasma da Ópera". O espetáculo, envolto em música e drama, refletia a magnitude daquele momento para ambos.
Enquanto a peça desdobrava sua trama hipnotizante, Carmine sentiu o peso da emoção transbordando dentro dela. Ela olhou para Dionísio, os olhos brilhando com uma mistura de determinação e vulnerabilidade. Ela o fez uma promessa, um pedido que vinha do âmago de seus sonhos: estar ao seu lado quando ela, finalmente, conquistasse o papel principal em uma peça de teatro.
Dionísio, com seu semblante repleto de experiências imortais, olhou para ela com uma serenidade marcada por uma tristeza velada. Ele prometeu, embora a incerteza permeasse sua expressão. Era como se ele entendesse a grandeza da promessa e, ao mesmo tempo, as limitações de sua própria existência divina.
Então, em um momento de revelação, Carmine compartilhou uma notícia que ecoou como um eco entre eles. Ela contou sobre a gravidez, revelando um novo capítulo que se desenhava em sua vida. Dionísio sorriu, mas havia uma melancolia profunda em seu olhar, uma mistura de alegria pela vida que estava por vir e uma tristeza latente pelas complexidades do destino que os separava.
Enquanto a cortina caía no espetáculo, aquele momento na Broadway se tornou uma encruzilhada de emoções, um encontro marcado pela promessa de um futuro incerto, pela realização de sonhos e pela iminência de mudanças profundas.
Carmine e Dionísio se despediram naquela noite. Foi um adeus repleto de significados, uma despedida que marcou não apenas o fim de um espetáculo, mas o início de novos capítulos em suas vidas, separados por um universo que jamais uniria seus destinos de maneira definitiva.
ATO V.
A vida de Carmine era uma sinfonia de altos e baixos, um constante equilíbrio entre os holofotes de Hollywood e os desafios da maternidade. Ser mãe enquanto buscava sua carreira na indústria do entretenimento era um malabarismo emocional constante.
Ela se dedicou incansavelmente ao seu ofício, trilhando o árduo caminho para alcançar seu sonho de estrear na Broadway. Foram anos de trabalho árduo, de superação de obstáculos, de ensaios exaustivos e de sacrifícios pessoais, tudo em busca de um lugar no palco que ela sempre sonhou.
Enquanto sua carreira ascendia, o fardo de conciliar sua paixão pelo teatro com a responsabilidade de ser mãe pesava sobre seus ombros. Carmine se via dividida entre o glamour de Hollywood e a ânsia por um reconhecimento na Broadway, ao mesmo tempo em que precisava estar presente na vida de sua filha.
Finalmente, chegou o tão esperado dia de sua estreia na Broadway. Em meio à tensão e à emoção nos bastidores, Carmine viu seu mundo colidir quando avistou Dionísio na segunda fila, exatamente atrás de uma jovem que carregava a essência de ambos: sua filha, Amarantha.
Seu coração se despedaçou em mil pedaços naquele instante. A presença de Dionísio ali, observando a filha deles com um misto de orgulho e distância, foi como uma lâmina afiada dilacerando sua alma. Ela sentiu o peso de suas escolhas, a dualidade de sua vida, a luta entre a carreira e a maternidade, tudo ecoando naquele momento como uma tragédia silenciosa.
O olhar de Carmine encontrou o de Dionísio por um breve instante, mas foi o suficiente para sentir uma dor dilacerante. Ali, no palco, em meio aos aplausos e à glória, ela experimentou uma solidão avassaladora, uma tristeza que transbordava em um vazio que nenhum aplauso poderia preencher.
Enquanto o público aplaudia de pé, ela sentiu o peso da realização profissional e o peso da ausência do amor que ali estava, mas tão distante. Aquela noite foi uma mistura angustiante de triunfo e dor, de glória e saudade, um turbilhão de emoções que deixou Carmine dilacerada, olhando para Dionísio na segunda fila, testemunhando a distância que separava seus corações.
ATO VI.
No camarim, ela chorou.
ATO VII.
Carmine, envolvida pela névoa do álcool, tomou uma decisão irreparável. Ela se embebedou sem que ninguém percebesse, entregando-se ao vinho como uma tentativa de afogar suas dores e suas angústias. Mas naquela noite, o álcool não foi apenas um refúgio, foi uma sentença.
Decidida a dirigir para casa com sua filha no banco do passageiro, Carmine mergulhou na estrada com a visão turva e a consciência obscurecida pelo efeito do álcool.
O impacto foi inevitável, o som ensurdecedor da colisão ecoou como um lamento na noite. O carro de Carmine se chocou violentamente com um caminhão, um instante que mudaria suas vidas para sempre. A consciência de Carmie vacilou, seus olhos encontraram os da filha.
A aura roxa que envolvia Amarantha exalava um aroma familiar, um perfume que Carmine conhecia muito bem, o inconfundível cheiro de Dionísio. Apesar do medo que a dominava, ela sentiu uma estranha sensação de segurança, uma certeza instintiva de que sua filha estava protegida.
O impacto do acidente foi assustador, o som do choque ainda ecoava em sua mente, mas enquanto a visão se turvava, o aroma reconfortante do pai de Amarantha permeava o ar. A consciência de Carmine vacilava, a dor dilacerante e a confusão mental se entrelaçavam enquanto ela tentava desesperadamente entender o que acontecia.
O carro girou uma, duas, cinco vezes. Carmine lutava para manter a consciência, mas ela foi tomada pela dor dilacerante, o som dos destroços, a sensação de impotência, tudo se fundiu em um turbilhão de desespero enquanto a escuridão se aproximava. A consciência de Carmine desapareceu naquele instante, envolvida em um nevoeiro de arrependimento, mas com a certeza que Amara ficaria segura.
ATO VIII.
Dionísio, o deus do vinho e dos prazeres, era um ser imortal que raramente se envolvia profundamente com mortais. No entanto, a tristeza pesava em seu coração imortal, uma sensação de pesar que ele raramente permitia-se experimentar.
Ele conhecia muito bem a efemeridade da vida humana, sabia da inevitabilidade do fim, mas ainda assim, aquela conexão especial que tinha com Carmine e sua filha, Amarantha, atravessava as barreiras divinas. Era uma sensação familiar, o sentimento de perder algo precioso, mas ao mesmo tempo, sabendo que essa era a natureza intrínseca da vida humana.
Dionísio sentiu o peso da impotência, a amargura de estar limitado pelo ciclo implacável da mortalidade. Ele não podia mudar o destino, não podia apagar as cicatrizes do acidente, apenas observar à distância, impotente diante da inevitabilidade da vida mortal.
ATO IX.
O deus enviou um sátiro para resgatar Amarantha. Ele carregou a menina ainda desmaiada nos braços, atravessando os limites entre o mundo humano e o mundo dos semideuses, levando-a para um lugar onde estaria a salvo: o Acampamento Meio-Sangue.
Dionísio, apesar de ser o pai divino de Amarantha, escolheu uma abordagem discreta e observadora em relação à sua filha no Acampamento Meio Sangue. Ele preferia manter sua identidade divina em segredo, agindo como se Amara fosse apenas mais uma criança entre tantas no acampamento. Essa decisão, embora tomada com a intenção de protegê-la, trazia consigo um fardo emocional.
De longe, ele acompanhava o crescimento e os desafios de Amarantha, mantendo-se oculto, mas atento. Ouvia suas preces, sussurradas em momentos de solidão e anseio. Amara, inconsciente da verdade sobre sua linhagem divina, ansiava pela presença e pela revelação de seu pai. Suas orações eram cheias de esperança e anseio pela conexão que ela intuía, mas não compreendia completamente.
À medida que o tempo passava e Dionísio permanecia nas sombras, ele podia sentir a mudança nas preces de Amara. A esperança, uma vez radiante, começava a murchar, cedendo lugar ao ressentimento. Amara, em sua busca por uma figura paterna, sentia a ausência crescente de uma resposta, e a semente do ressentimento germinava lentamente.
Dionísio, mesmo compreendendo a dor de Amara, optava por manter-se distante, suas próprias razões divinas interpondo-se entre eles. Era uma dança delicada entre amor e distância, entre a vontade de proteger e a necessidade de manter o equilíbrio divino.
ATO X.
A primeira missão de Amarantha foi um feito incrível para uma garotinha de 15 anos, repleto de desafios superados e criaturas derrotadas. Enfrentar uma hidra, uma quimera e os temidos Pássaros do Lago Estínfalo era uma tarefa que exigia coragem, habilidade e determinação, e ela demonstrou tudo isso com maestria.
No calor da vitória, Amara estava envolta por um turbilhão de emoções conflitantes. Em um momento de vulnerabilidade e desespero, ela ergueu uma prece direta ao seu suposto pai divino, expressando sua frustração e anseio. "Esta é a última vez que eu vou pedir, se matar todas essas criaturas na minha primeira missão não é suficiente para você querer ser meu pai, então é melhor deixar que eu morra no Chalé 11."
Dionísio, embora distante, sentiu um peso em seu coração divino. Aquelas palavras carregadas de dor e raiva ecoaram em seu âmago, despertando uma mistura de emoções. Ele decidiu, naquele momento, reclamar sua filha, reconhecendo seu esforço e talento. O símbolo familiar da prole divina pairava sobre a cabeça de Amara, um gesto sutil, mas poderoso.
Quando os olhos de Amara encontraram os de Dionísio, o significado por trás da reclamação divina era claro. Era o jeito de seu pai de dizer que ela era sim suficiente, que sua coragem e habilidades não passavam despercebidas. No entanto, imersa na intensidade de suas emoções, ela interpretou de forma diferente.
Em vez de enxergar aquilo como um gesto de aceitação e reconhecimento, Amara sentiu uma onda de irritação. Para ela, era uma confirmação de que ele poderia estar ali por ela, mas continuaria a se manter distante, como sempre fizera. Em um movimento de frustração e desafio, ela virou as costas para ele e saiu do pavilhão, deixando para trás uma oportunidade de conexão, mergulhando mais fundo em seu próprio ressentimento e isolamento.
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