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How is it possible, I think, to change so much and not be able to change anything at all?
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lucaseschars-blog · 12 years ago
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Não esperava outra reação do garoto. Sabia que causava grande efeito nas pessoas, não era muito difícil afinal. Tinha uma beleza cruel e habilidade com as palavras. Com Ethan não era diferente. Não bastava mais do que um simples gesto, como um pequeno roçar de lábios, para que o outro estivesse completamente na sua. Tinha seus receios, sim, que ele acabasse criando uma resistência natural contra si depois de um tempo; mas já estavam há um ano nessa dinâmica e nada havia mudado. Exceto, talvez, o fato de o outro ficar a cada dia mais bonito e radiante. E quanto a si próprio? Bem, ele não via muita diferença. Não envelhecia, não criava rugas; todo seu corpo havia parado de se desenvolver. Seus órgãos internos presos numa eterna luta contra o tempo. Estavam todos lá, imóveis, mortos, mas sem mudança alguma coisa. Tinha receio de que eles fossem apodrecer com o tempo, mas descobriu que tal coisa não aconteceria. Apesar de tudo, achava que só podia afirmar que sua pele parecia mais pálida a cada dia. Havia chegado a Sydney com um enorme bronzeado, já que era naturalmente latino, mas agora parecia com um garoto que passou tempo demais em frente a um computador.
Não se importava com isso, contudo. Havia aprendido a desprender-se das coisas desse mundo. A única coisa – ou melhor, pessoa – que ainda resistia a isso era Ethan. Que o mundo todo se explodisse, mas que Harvey continuasse do seu lado. Preferia não demonstrar isso, entretanto, já que mostrar fraqueza implicava em uma dependência. E, até o exato momento, era Julian quem tinha o loiro na palma da mão, e não o contrário. Preferia manter as coisas assim. Ethan era adorável quando decepcionado, e por Carter eles talvez nem tivessem interrompido aquele momento; mas tinha consciência que o outro precisava de comida tanto a si próprio. E talvez, por uma ironia do destino, aconteceu aquilo. Foi tão rápido que nem pode notar, mas em um segundo Ethan estava rindo; no outro, a ponta do seu dedo estava sangrando. Havia se cortado com o papel, maldito papel. Devia ter sabido de tal coisa no momento, mas estava ocupado demais flertando com o outro. Seu estomago revirou e suas presas saíram involuntariamente, ferindo seus lábios. Cobriu a boca com a mão, afastando em seguida do outro até cair no chão.
Seu coração martelava forte. Sentia o suor brotando da sua testa. O cheiro das hemoglobinas se tornando mais alto, chegando ao seu nariz, penetrando seus poros. Podia sentir, mesmo que rapidamente, os próprios membros ficarem enrijecidos, prontos para o bote. Sentia-se, subitamente, como um predador prestes a atacar um viado que bebia água à beira de lago. Seria cômico se não fosse tão trágico. Geralmente Julian era bastante controlado, mas isso era quando estava muito bem alimentado. Naquele exato momento, estava com mais fome do que nunca. Seu apetite estava tão elevado que estava tendo um ataque — Ethan... — balbuciou, sentindo o gosto metálico de o próprio sangue invadir a boca. Não era deleitoso, porém. Sangue de vampiro é coagulado, velho. Morto. Mas o sangue de Harvey era do tipo mais vivo e delicioso que existia. E, exatamente por isso, ele correu. Correu para o banheiro, lavando o próprio rosto e sentindo os lábios cicatrizarem. Fechou a porta de sopetão, trancando-a — Estou bem. — gritou, sem saber se o outro estava escutando ou não — Não se preocupe, estou bem. — a própria voz diminuindo o ritmo, virando apenas ruído, à medida que ele escorregava até o chão. Quase perdera o controle e atacara a única pessoa que queria defender em toda a face da terra. Sentia-se tão culpado que era capaz de se auto-flogelar. Mas sua própria existência já era castigo o suficiente. 
Oh how you give me chills — Juthan
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lucaseschars-blog · 12 years ago
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Sorriu, esparramando-se ainda mais acima do sofá. Era absolutamente adorável como Ethan parecia resistir aos seus charmes, mas podia ver, no olhar dele, que não era bem assim. Estava apenas se fazendo de difícil. Carter sabia que isso só podia significar uma coisa: ele havia percebido a sua mudança de comportamento. E que não teria, não é mesmo? Quer dizer, agora Julian tinha basicamente hábitos noturnos. Era distante e nunca comia nada na frente do outro. Qualquer um com olhos poderia ter notado a mudança súbita; já não era mais uma pessoa cheia de vida. Havia se tornado mórbido. Lembrava-se que, nas primeiras semanas acostumando-se a sua transformação, havia prometido a si mesmo que tal coisa não iria muda-lo; mas isso acabou não acontecendo. Tinha plena certeza que havia se tornado alguém – algo – totalmente novo.
Mas isso não seria um empecilho. Havia conhecido o suficiente do submundo vampiresco para saber que os mais diversos haviam conseguido se misturar a sociedade; várias celebridades, inclusive. Infelizmente ninguém que ele conhecia. Por isso sabia que seria apenas uma questão de tempo até se acostumar. Dificultava, também, o fato de Ethan sempre estar em casa no único horário onde ele poderia sair. Não podia desperdiçar todas as suas preciosas noites assim, mas abriria algumas exceções, afinal era Ethan — Deixa de frescura e vem, eu sei que você quer. — deu o seu melhor sorriso, fitando-o profundamente nos olhos. Não usaria a persuasão no loiro, mas sabia que as vezes era difícil controlar o próprio poder. Por mais que tentasse, uma olhada sua era capaz de chamar a atenção de qualquer pessoa. Julian ainda não sabia se isso significava que ele era um vampiro poderoso, ou apenas mais um naquela raça; caso seja a segunda opção, perguntava-se porque não haviam tomado o controle do mundo ainda.
Mas, no fundo, sabia a resposta. E ela estava bem ali na sua frente. Humanos. Não sabia o porquê, mas ele os idolatrava. Era infinitamente mais poderoso que qualquer um, mas ainda assim sentia-se intimidado pela presença deles. Os achava criaturas fascinantes. Podiam não ter presas ou uma beleza fria, mas possuíam o sopro da vida. Carter os adorava. Adorava Ethan principalmente. Costuma pensar que talvez o fato de ter morrido o tenha deixado um pouco mais romântico-gotico; em sua mente é comum escrever poemas sobre a pele branca ou sobre os cabelos loiros dele. Arriscava a dizer, ainda, que Harvey era mais belo que qualquer criatura da noite com quem havia cruzado — Vamos lá, não seja um estraga prazeres. — pulou do sofá, segurando o outro contra o próprio corpo e arrastando-o até junto de si. Não estava frio, mas gostava de ficar ali com ele. Era como se dividissem um segredo, algo íntimo, que só os dois sabiam. Deixou que os lábios passeassem pela bochecha dele, chegando a sua boca. Sentiu aquela troca de faíscas que somente os lábios de Ethan podiam proporcionar; o calor dele irradiando para si. Sentia-se vivo, conectado por uma espécie de chama com o outro. Desgrudou-se então, sorrindo para ele e pegando o celular no bolso — Será que você pode me passar aquele catálogo? — perguntou, apontando para um pedaço de papel que se encontrava do outro lado do sofá. Seu estomago ainda castigava, e comida seria algo bom. Mesmo que não fosse do tipo que ele realmente precisava. 
Oh how you give me chills — Juthan
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lucaseschars-blog · 12 years ago
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Sentia o próprio estomago castigar. Julian havia se acostumado a uma rotina na qual, quando bebia sangue, fazia isso de uma vez. Por mais que não fizesse tanto tempo, seu estômago havia se acostumado a tal ritmo. E, no momento, ele parecia estar prestes a saltar pela sua boca. Mas ele controlaria tal coisa, cedo ou tarde. Não era exatamente isso que mais o incomodava naquele momento. Desde que havia morrido e revivido como a criatura das trevas que era, nunca desejou contar sua natureza para quem quer que fosse. Não tinha muitos amigos e, os que tinha, não eram próximos o suficiente. Mas havia Ethan. Ah, Ethan... Esse era um caso separado. Único. Haviam namorado por um tempo no passado, mas perceberam que tal relação não daria certo, por isso acabaram decidindo ser apenas amigos – pelo menos na medida do possível. Já havia ultrapassado aquela linha tênue e isso resultou numa espécie nova de relação. Às vezes transavam, às vezes se beijavam e as vezes eram apenas velhos companheiros de sempre. Por mais que Carter sentisse que a relação de ambos havia esfriado – sua culpa – ele sabia que sempre estariam envolvidos em tal dinâmica.
Por isso se preocupava com Harvey mais do que qualquer outro. Sabia que, se ele descobrisse, provavelmente não reagiria bem – ninguém em sã consciência o faria. E só de imaginar não ter mais o outro perto de si, ele sentia uma dor estranha e irreparável. O pouco de humanidade que havia em si era em razão dele. Ethan o fascinava de diversas maneiras. Adorava o rosto do garoto, o corpo, os olhos, o cabelo brilhante. Cada pedaço dele. Depois da transformação, passou a admira-lo ainda mais. Imaginou que fosse mais uma das consequências do vampirismo. Podia até afirmar que Ethan era o que tinha de mais precioso – além da sua moto, é claro. Não tinha mais família. Nada. Somente ele. Enquanto sua identidade permanecesse em segredo, Ethan seria seu, sempre. Pode sentir o ciúmes eminente na voz dele, o que fez abrir um sorriso. Era absolutamente adorável como ele parecia ser possessivo, e não só com Julian, mas com qualquer coisa. Mal sabe ele o quanto Carter lhe pertencia.
Agarrou o outro pelo braço, trazendo-o para perto de si. Sentiu o cheiro embriagante que exalava dos seus poros, sua respiração pesada. As próprias células sensoriais entrando em contato com a pele do outro, numa explosão térmica. Era tão frio, e ele tão quente. Completavam-se de uma maneira quase sobrenatural — Não precisa ficar com ciúmes, Eth, você sabe que sempre será meu preferido. — o segurou pela cintura, dando uma pequena mordida no lóbulo esquerdo dele — Meu... — sussurrou, mais para si do que para o outro. O soltou, então, jogando-se novamente no sofá e pegando o controle — O que você acha de assistirmos um filme hoje à noite? Vamos lá, que nem nos velhos tempos. A gente pode pedir uma pizza. — sorriu, lembrando-se das noites que costumavam passar juntos embaixo das cobertas, no inverno de Sydney. Naquela época tudo era mais simples. Tal pensamento o deixou nostálgico, sentimento que ele não sabia que vampiros podiam ter. Para ser honesto, ele não sabia que vampiros sentiam qualquer coisa. Mas a realidade é sempre diferente da ficção. — Vem? — falou, batendo as mãos no lugar vazio ao seu lado e pegando uma coberta próximo de si — Eu te deixo escolher o filme. — esperou, então, pela resposta. Subitamente percebeu que desejava tal coisa mais que tudo no momento. 
Oh how you give me chills — Juthan
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lucaseschars-blog · 12 years ago
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Oh how you give me chills — Juthan
Ainda era difícil para Julian se acostumar a sua segunda vida. Depois de tudo havia passado, incluindo a fuga da Inglaterra e o encontro com o retiro espiritual que mudou seu modo de ver as coisas, a última coisa que ele esperava nessa vida era se tornar um vampiro. Não que isso fosse uma coisa ruim, é claro. Sempre lia muito sobre tais criaturas míticas, e uma das características que eram atribuídas a uma pessoa, depois da mordida fatal, era o ganho de uma beleza mais gélida. Mortal. Carter sabia que possuía certo charme natural, sua pele latina e seus olhos claros eram a prova disso, mas agora ele parecia simplesmente... Irresistível. Mesmo que não pudesse se olhar no espelho, ou em qualquer reflexo, ele sentia que tinha um novo impacto nas pessoas. Podia ver nos olhos dos seus vizinhos, das pessoas que encontrava em clubes noturnos, e até mesmo no olhar de Ethan. A seu ver, era tudo parte da natureza que fazia dele uma fera, um predador. Assim como as cobras podem hipnotizar pequenos pássaros, leopardos se moverem a velocidades gigantescas, Julian podia atrair quem quer que fosse para uma armadilha.
E na noite em questão não havia sido diferente. Havia saído cedo, o sol havia acabado de se por. Ainda podia sentir a diferença na temperatura, a mudança repentina do dia para a noite, mas isso não o atingia mais. Estava acostumado. Havia escolhido uma garota aleatória, que pela roupa parecia estar saindo do trabalho. Usava uma camiseta branca, lisa, e um crachá listrado com seu nome. Não se deu ao trabalho de lê-lo. Sabia que isso era apenas um detalhe sem importância, sem falar que isso implicaria em trazer sua humanidade a tona. Ainda que estivesse morto, podia sentir, no seu coração parado, uma pontada de pena das pessoas que precisava matar para saciar a própria fome. Não saber o nome dos indivíduos ajudava muito. Alimentava-se vorazmente, uma vez que sua ultima caçada havia sido pelo menos cinco dias atrás. Geralmente esperava uma semana para fazê-lo de novo, mas dessa vez estava tão faminto que provavelmente morreria – mais uma vez – se ficasse mais uma hora sem comer. Ela estava parada, seu rosto demonstrava prazer, êxtase; algo que só uma mordida de vampiro podia proporcionar a alguém. Não se lembrava com precisão como havia sido a sua, apesar de ter acontecido há menos de um ano. Mas ele sabia que havia sido bom. Não se conteve dessa vez, e acabou espalhando bastante sangue pela roupa dela. Ela não parecia ligar, contudo. E nem precisaria, afinal as roupas seriam despojadas, junto do corpo, em algum terreno vazio. Mas ainda faltava muito tempo para que ele terminasse o que havia começado.
Foi quando, subitamente, ouviu a porta do apartamento abrir. Droga. Desgrudou-se do pescoço da menina, tirando um pouco do próprio sangue e passando acima do ferimento dela. Podia ouvir com precisão as chaves sendo postas em cima dela, os passos no cômodo ao lado. Mil vezes droga. Não esperava que seu companheiro de apartamento fosse voltar tão cedo. Quando terminou seu ritual, olhou-a bem fundo nos olhos, hipnotizando-a para que se esquecesse do que quer que houvesse acontecido. Segurou-a pela mão, colocando o próprio casaco acima da roupa melecada de sangue dela. Não poderia lidar com isso agora. Chegou, enfim, até onde o outro se encontrava, deixando que a garota se guiasse até a porta — Te vejo depois. — disse, soando distraído — E ai Eth? Como foram as aulas hoje? — sorriu, então, jogando-se ao sofá enquanto tentava afastar a própria fome. Teria que finalizar sua janta depois. 
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lucaseschars-blog · 12 years ago
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