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A solidão em si é muito relativa. Uma pessoa que tem hábitos intelectuais ou artísticos, uma pessoa que gosta de música, uma pessoa que gosta de ler nunca está sozinha. Ela terá sempre uma companhia: a companhia imensa de todos os artistas, todos os escritores que ela ama, ao longo dos séculos.”
Carlos Drummond de Andrade. (via proseastes)
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Quando o nosso olhar fica viciado pelo preconceito, nunca enxergamos o que de fato é, mas sim o que imaginamos ser.
Fábio de Melo (via luolivieira)
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E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José? e agora, você? você que é sem nome, que zomba dos outros, você que faz versos, que ama, protesta? e agora, José? Está sem mulher, está sem discurso, está sem carinho, já não pode beber, já não pode fumar, cuspir já não pode, a noite esfriou, o dia não veio, o bonde não veio, o riso não veio, não veio a utopia e tudo acabou e tudo fugiu e tudo mofou, e agora, José? E agora, José? Sua doce palavra, seu instante de febre, sua gula e jejum, sua biblioteca, sua lavra de ouro, seu terno de vidro, sua incoerência, seu ódio — e agora? Com a chave na mão quer abrir a porta, não existe porta; quer morrer no mar, mas o mar secou; quer ir para Minas, Minas não há mais. José, e agora? Se você gritasse, se você gemesse, se você tocasse a valsa vienense, se você dormisse, se você cansasse, se você morresse… Mas você não morre, você é duro, José! Sozinho no escuro qual bicho-do-mato, sem teogonia, sem parede nua para se encostar, sem cavalo preto que fuja a galope, você marcha, José! José, para onde?
Carlos Drummond de Andrade (via luukayoko)
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Difícil ser feliz nas festas de Santa Tereza ou sentado nas escadarias da Lapa por melhor que seja sua companhia é difícil ser sinceramente feliz na pizzaria guanabara às cinco da manhã em meio a pedaços de pizza fria e o cigano igor de chapéu há lugares em que você sabe que não vai ser feliz mas vai.
Gregório Duvivier. (via velejo)
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[…] É feia. Mas é realmente uma flor. Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde e lentamente passo a mão nessa forma insegura. Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se. Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico. É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio. - a flor e a náusea | Carlos Drummond de Andrade
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Os Ombros Suportam o Mundo
Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus. Tempo de absoluta depuração. Tempo em que não se diz mais: meu amor. Porque o amor resultou inútil. E os olhos não choram. E as mãos tecem apenas o rude trabalho. E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás. Ficaste sozinho, a luz apagou-se, mas na sombra teus olhos resplandecem enormes. És todo certeza, já não sabes sofrer. E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice? Teu ombros suportam o mundo e ele não pesa mais que a mão de uma criança. As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios provam apenas que a vida prossegue e nem todos se libertaram ainda. Alguns, achando bárbaro o espetáculo, prefeririam (os delicados) morrer. Chegou um tempo em que não adianta morrer. Chegou um tempo em que a vida é uma ordem. A vida apenas, sem mistificação.
— Carlos Drummond de Andrade
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E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José? e agora, você? você que é sem nome, que zomba dos outros, você que faz versos, que ama, protesta? e agora, José? Está sem mulher, está sem discurso, está sem carinho, já não pode beber, já não pode fumar, cuspir já não pode, a noite esfriou, o dia não veio, o bonde não veio, o riso não veio, não veio a utopia e tudo acabou e tudo fugiu e tudo mofou, e agora, José? E agora, José? Sua doce palavra, seu instante de febre, sua gula e jejum, sua biblioteca, sua lavra de ouro, seu terno de vidro, sua incoerência, seu ódio — e agora? Com a chave na mão quer abrir a porta, não existe porta; quer morrer no mar, mas o mar secou; quer ir para Minas, Minas não há mais. José, e agora? Se você gritasse, se você gemesse, se você tocasse a valsa vienense, se você dormisse, se você cansasse, se você morresse… Mas você não morre, você é duro, José! Sozinho no escuro qual bicho-do-mato, sem teogonia, sem parede nua para se encostar, sem cavalo preto que fuja a galope, você marcha, José! José, para onde?
Carlos Drummond de Andrade (via luukayoko)
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A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade. Carlos Drummond de Andrade A♣
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Não diga as coisas com pressa.
Mais vale um silêncio certo, que uma palavra errada. O poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade recomendava aos poetas: “Convive com os teus poemas antes de escrevê-los. Tem paciência, se obscuros. Calma, se te provocam. Espera que cada um se realize e consuma com seu poder de palavra e seu poder de silêncio.” A recomendação do poeta é sábia e pertinente. Um poema só é bem, só é bom, se maturado na sementeira do silêncio. Antes de se tornar palavra, a poesia é experiência de vida silenciosa. Os artistas sabem disso, e nós precisamos aprender. Demora naquilo que você precisa dizer. Livre-se da pressa de querer dar ordens ao mundo. É mais fácil a gente se arrepender de uma palavra dita, do que de um silêncio. Palavra errada na hora errada pode se transformar em ferida naquele que ouviu, também naquele que disse. Há muitos momentos da vida em que o silêncio é a resposta mais sábia que nós podemos dar a alguém. Na pressa de falar, corremos o risco de dizer o que não queremos, e diante de tudo que foi dito, nem sempre temos a possibilidade de consertar o erro. Palavras erradas costumam machucar para resto da vida, já o silêncio certo, esses possuem o dom de consertar. Por isso, prepara bem a palavra que será dita. Palavras apressadas não combinam com sabedoria. Os sábios sempre preferem o silêncio. E nos seus poucos dizeres está condensada uma fonte inesgotável de sabedoria. Não caia na tentação do discurso banal, da explicação simplória. Queira a profundidade da fala que nos pede calma. Calma para dizer. Calma para ouvir. Uma regra interessante para que tenhamos uma boa compreensão de um texto, é justamente a calma. Só assim podemos adentrar nos significados que o autor quis sugerir e conseqüentemente mergulhar no mistério do seu texto. Leituras apressadas podem fomentar equívocos, e equívoco é uma espécie de desentendimento entre o que escreve e aquele que lê. É uma forma de obstáculo para a compreensão da linguagem. Na comunicação verbal cotidiana, isso sempre acontece. Dizemos, e não somos compreendidos. Diante do impasse duas realidades são possíveis: ou alguém disse com pressa, ou alguém escutou sem atenção. Dizer e ouvir requerem silêncio. Só diz bem, aquele que pensou antes no que iria dizer, e ouve melhor aquele que se calou para escutar. A regra é simples, mas exigente. Por isso hoje, nesse tempo de palavras muitas, queiramos a beleza dos silêncios poucos.
_PE. Fábio de Melo
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Admitir que há guerras justas é o mesmo que admitir a existência de injustiças justas.
Carlos Drummond de Andrade, no livro “O avesso das coisas”. São Paulo: Record, 2007 (via temploculturaldelfos)
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Lembra-te de que não podes ser o juiz de ninguém.
Fiódor Dostoiévski, no livro “Os irmãos Karamazov”. São Paulo: Martin Claret, 2007 (via temploculturaldelfos)
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Sou um homem de causas. Vivi sempre pregando, lutando, como um cruzado, pelas causas que comovem. Elas são muitas demais: a salvação dos índios, a escolarização das crianças, a reforma agrária, o socialismo em liberdade, a universidade necessária. Na verdade somei mais fracassos que vitórias em minhas lutas, mas isso não importa. Horrível seria ter ficado ao lado dos que nos venceram nessas batalhas
Darcy Ribeiro, no livro “O Brasil como problema”.
Rio de Janeiro: Editora Francisco Alves, 1995
(via temploculturaldelfos)
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É um silêncio que não dorme: é insone: imóvel mas insone; e sem fantasmas. É terrível – sem nenhum fantasma. Inútil querer povoá-lo com a possibilidade de uma porta que se abra rangendo, de uma cortina que se abra e diga alguma coisa. Ele é vazio e sem promessa. Se ao menos houvesse o vento. Vento é ira, ira é vida. Ou neve, que é muda, mas deixa rastro – tudo embranquece, as crianças riem, os passos rangem e marcam. Há uma continuidade que é a vida. Mas este silêncio não deixa provas. Não se pode falar do silêncio como se fala da neve.
Clarice Lispector, no livro “Onde estivestes de noite”. Rio de Janeiro: Rocco, 1999 (via temploculturaldelfos)
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Devo adquirir mais silêncio, mais espera, mais brancura.
João Guimarães Rosa, no livro “Ave, palavra". Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985 (via temploculturaldelfos)
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… a língua humana é cabal para dizer o que se passa no espírito, mas incapaz de dizer o que vem do coração. E acrescentou esta sentença que é engenhosa, mas velha: com os lábios fala a cabeça, com os olhos o coração.
Machado de Assis, no livro “Histórias da meia-noite”. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2007 (via temploculturaldelfos)
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