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𝖑𝖞𝖐𝖔𝖘 & 𝖉𝖆𝖗𝖈𝖞 @ 𝖕𝖆𝖎𝖓𝖙𝖇𝖆𝖑𝖑 𝖘𝖆𝖓𝖌𝖗𝖊𝖓𝖙𝖔 .
"aquele dia você estava toda desconfiada de mim, não?" lykos pegou uma das armas disponíveis e começou a analisar. ele não estava acostumado com aquele tipo. ele usava escopetas e revólveres e aquilo parecia coisa de outro mundo. coisa de perdidos, provavelmente era. ele virou e apontou para darcy, mas atirou no chão perto dos pés dela. "pode tentar a sorte comigo hoje, quem sabe?" pendurou a arma nas costas e recusou o colete, pegando só o capacete. ele não se importava com a dor de uma bala daquela no peito, mas ele não estava preparado para perder um olho. "pode escolher as regras. três tiros para a vitória, ou mais?"
@pegueinopulo
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encontrar adella era sempre como um pequeno susto, do tipo que você toma ao quase derrubar algo no chão ou quando você quase tropeça. e assim como esses momentos, era normalmente seguido por um suspiro de cansaço. de 'talvez seja o momento de eu ir embora, de eu descansar'. ele revirou os olhos e manteve seu olhar longe dela, sua voz sendo o suficiente e as pessoas e detalhes do navio fantasma chamando mais sua atenção. "interessada em saber o que eu vou estar fazendo à meia noite?" respondeu rápido e direto, uma linha reta de um quase sorriso se formando no seu rosto. "achei que já tinha superado isso." apesar do tom de provocação, adella era o tipo de pessoa que faz lykos olhar para o passado e pensar se estava sob posse das suas faculdades mentais.
starter for: @lykostrophy
where: festival de halloween — navio fantasma.
Um bufo misto de cansaço e irritação escapou de seus lábios assim que terminou de subir a escadaria até o navio. Os saltos do sapato eram altos demais para que ela fizesse aquele tipo de exercício — mas era isso ou ter Sebastião na sua cola pelo resto da noite. Adella também não perderia a oportunidade de estar em uma festa, mesmo que esta fosse com fantasmas. Não foi um deles que encontrou ao pousar no convés, porém, e sim Lykos... para o azar de ambos. A sereia ergueu as sobrancelhas, o deboche perpassando a sua expressão. ── Uau, que grande prazer encontrar você aqui ── Olhou para as próprias unhas bem feitas, como se não se importasse com a presença dele. ── Já começou a latir para o céu ou isso só vai acontecer à meia noite?
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"eu confiei na sua palavra." confessou, passando a mão pelos cabelos morenos e mais longos do que o normal. era o padrão da sua família, o cabelo loiro, então era quase como um ato de rebeldia estar com outra cor. como se fosse um jovem cometendo atrocidades para receber atenção, exceto que agora a atenção que queria era outra. "seu novo cabelo combinou com você, também." deu um pequeno sorriso, maior do que ele normalmente se permite, e se deixou tocar uma mexa do cabelo dela, colocando-o para frente. era sempre bom ver christine feliz. "eu não me inspirei em nada. eu tinha tudo em casa e... bem, foi melhor do que pensar em alguma coisa." ele entendeu o que precisava fazer, pensar em alguma fantasia que ela apareceria. e ele pensou, tentou pensar pelo menos e no final das contas nenhuma das referências de filme que ele havia adquirido nos últimos meses foi o suficiente. "e você é uma... fada? um pouco anticlimático, eu diria." brincou, fingindo uma cara de seriedade que logo morreu em um sorriso de canto, um mero indicativo de que não falava a verdade. ele já imaginava que ela não fosse usar nada muito sangrento, comparado a ele.
"Eu sabia que você ficaria bem moreno." Ela afirmou, como quem estivesse certa de que tinha razão desde o início. A voz em sua mente que duvidava da afirmação de Glinda - que confirmara com veemência que aquele túnel era de terror - tinha aos poucos se calado enquanto conversava com @lykostrophy. Não era incomum que seus pensamentos se acalmassem quando estava ao lado dele. "E olhando assim, parece até que trocamos de cabelo!" Apontou de forma empolgada para o cabelo dele e para o seu em seguida. Ele realmente estava lindo, e era quase como se quisesse permanecer olhando-o e... admirando? Christine acreditava que era apenas a tensão da espera pelo susto que provocavam as borboletas em seu estômago, nada muito além disso. "Está imitando um personagem de algum filme ou só decidiu mudar um pouco?" Pelo cutelo que ele levava consigo ela tinha algumas apostas sobre sua fantasia, mas não conseguia lembrar de alguém nos filmes que fosse parecido com ele.
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𝖑𝖞𝖐𝖔𝖘 & 𝖍𝖆𝖟𝖆𝖑 @ 𝖙𝖚́𝖓𝖊𝖑 𝖉𝖔 𝖆𝖒𝖔𝖗 .
lykos soltou um suspiro profundo, se acomodando no banco estreito do barquinho que começava a se mover lentamente pelo túnel escuro. quando ficou sabendo no porquê da confusão, precisou se segurar para não sair por aí cogitando a aposentadoria daquela senhora. lançou um olhar cansado para os corações e as luzes piscantes que decoravam o percurso, franzindo a testa ao perceber a mistura de decorações sem sentido. "achei que fosse uma pegadinha sua me chamar pra isso." ele murmurou, mantendo o tom baixo e sem olhar para hazal. a fantasia dela havia chamado a atenção dele e agora ele observava o vestido dela coberto de sangue. fazia sentido uma fantasia assim para alguém como ela. "parece que acabar com a nossa dignidade está se tornando, aos poucos, o nosso principal objetivo pessoal." era uma cena e tanto, hazal e lykos em um túnel do amor. era cômico, na verdade.
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🪓 lykos compareceu ao halloween festival como 𝐚𝐜̧𝐨𝐮𝐠𝐮𝐞𝐢𝐫𝐨!
pensar em uma fantasia de halloween não estava nos planos de lykos e como ele gosta de deixar bem claro, nada atrapalha a sua rotina e sua vida. ainda mais, coisas fúteis. por isso, quando ele percebeu que precisava pensar em alguma coisa, ele só deu risada e escolheu a "fantasia" de açougueiro. algo simples, camisa e calça preta, um avental de couro preto e um cutelo. a maior novidade seria, de qualquer maneira, o seu novo cabelo preto.
#lostoneshalloween#lostoneshalloweenfest#lykos moreno está entre nós!!#quem não tem emoji de cutelo caça com emoji de machado
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a energia de halloween, apesar de normalmente decepcionante, tinha seus momentos interessantes. logo percebeu que a pessoa a qual quase falou mal do lugar, era nada mais nada menos que a dona dele. ele podia colocar a culpa na iluminação escura, mas era apenas a sua curiosidade de sempre que o fez prestar mais atenção no vampiro do que na pessoa ao seu lado. lykos olhou para o dente em sua mão e para o funcionário e lançou um sorriso sem graça, mesmo que quisesse rir de verdade. "eu não entendo como os trabalhos dela funcionam." nunca falara com a fadinha e até onde ele sabe, a coisa toda dela até pouco tempo atrás era ser um conto para as crianças que perdiam seus dentes. "você acha que ele seria excluído por isso?" sua pergunta veio com seu tom confuso, cenho franzido. ele não entendia direito como a magia dela funcionava. vampiros eram tão diferentes de lobos, talvez fosse isso. "vampiros são péssimas criaturas mesmo." e isso vinha de um lobo assassino. "nunca. um local chamado land of fun não faz o meu tipo de entretenimento." lykos trabalhava muito, ele tinha que escolher bem onde ia passar seu tempo livre. "você não sabe se uma porta específica existia no lugar que você é dona? isso não é um pouco..." se já estava confuso antes com o funcionamento daquele lugar, agora piorara. o leather emporium era pequeno, mas ele sabia até quando um fio de cabelo estava no lugar errado.
Apesar de estar sempre passeando por seu parque para ter certeza de que a mágica estava fluindo como esperado por lá, Zehra não ia com frequência na Casa dos Sustos. Era um espaço que se diferenciada de todo o restante do parque, colorido e animado. No entanto, ele ainda era muito popular e ela não tinha pretensões de removê-lo. Resolveu dar uma olhada em como estava a atração naquele dia e se surpreendeu como ela havia desenvolvido novos espaços. Fazia sentido... Zehra não estava nos seus melhores dias desde que todos naquele lugar resolveram que iam esquecê-la e todo o parque de diversões eram ligados ao seu espírito. "Ahn?!" A regente levou seus olhos até o vampiro e arregalou os olhos. Imaginava que ele não estava assim antes! "Por Merlin! Você acha que deveria chamar a Toothiana para dar uma olhada? Vou pegar o cartão dela para você, querido." Avisou ao funcionário e depois se virou para Lykos novamente. "Não gostaria que ele ficasse excluído entre os amigos." Imaginava que os dentes afiados eram importantes entre vampiros. Mesmo aqueles que haviam sido criados pela sua Casa dos Sustos. Pensando nisso, Zehra novamente ficou curiosa com o que teria de novo naquele lugar. "Você já veio aqui antes, Lykos? Acho que aquela porta não estava aqui, mas queria confirmar."
#⁽ ⠀ ✧ ⠀ ⁾ 𝐥𝐲𝐤𝐨𝐬 𓂅 writing 🔗 motherzehra .#lostoneshalloween#10p#perdoa ele#ele vive embaixo de uma pedr
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"é uma boa opção." concordou, analisando o que ela estava usando no momento e a outra opção. lykos tinha sua noção do que era bonito ou não, mas não ao ponto de apontar genuinamente qual era o melhor. Isso já era demais para ele. quis responder que seu gosto era bom o suficiente, mas lembrou-se de quão simples ele mesmo se vestia: botas de couro surradas, calças jeans simples, e uma jaqueta que ele próprio fizera. aquilo não seria um bom argumento para lhe ajudar. ainda assim, enquanto seus olhos seguiam os movimentos de hazal, ele não pôde evitar a aenção aos detalhes. o cinto de couro contrastava perfeitamente com os tecidos leves, uma combinação que de alguma forma refletia a mulher à sua frente, bruto e delicado. ele balançou a cabeça, um sorriso brincando nos lábios. "tem certeza que quer a minha ajuda?" ele perguntou, com um sorriso provocativo nos lábios enquanto a seguia religiosamente em direção ao provador. "porque estou começando a achar que você só queria um pretexto para me arrastar até aqui."
talvez fosse o fato de estar cercada por tecidos finos e luxuosos que a deixava de bom humor — e quem poderia culpá-la ? sobreviver com o básico em malvatopia havia sido um pesadelo para alguém como ela , acostumada a muito mais . ‘ você não está incomodando . ’ era o mais próximo de admitir que queria a presença dele . uma mulher tinha necessidades ! mesmo que essa mulher fosse hazal . vendo o olhar dele fixar-se em um vestido com um cinto de couro , hazal arqueou uma sobrancelha . ‘ você quer que eu experimente esse ? ’ sua voz saiu baixa , enquanto seus olhos seguiam os dedos dele que pairavam sobre o material . se aproximou e pegou o vestido do cabide , segurando-o contra o corpo enquanto avaliava seu reflexo em um espelho próximo . ‘ espero que tenha bom gosto . ’ a vendedora se aproximou , disposta a oferecer sua ajuda , com uma gentileza que irritava hazal pelo simples fato de atrapalhar o momento . com um gesto rápido , a grimhilde a interrompeu com a palma da mão , como se estivesse mandando calar um cão que havia latido fora de hora . ‘ não precisa , querida . ’ ofereceu um sorriso que quase dizia para ela cair fora . ‘ consegue me ajudar ? ’ perguntou para lykos , sua voz baixa e maliciosa , enquanto se virava em direção ao provador . tinha dito à si mesma que não o arrastaria para lá , mas ela era uma rainha hipócrita , e , francamente , nem fazia esforço para esconder isso .
#⁽ ⠀ ✧ ⠀ ⁾ 𝐥𝐲𝐤𝐨𝐬 𓂅 writing 🔗 mzgicmirror .#lostoneshalloween#10p#sem gif pq minha internet tá um horrror
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lykos quase sorriu ao ver ela feliz por ter ganhado. quase... mas ele conseguia se segurar, ainda. deixou seu corpo boiar, começando a nadar de costas. seu amor pela água era claro para qualquer um que pudesse vê-lo. "eu vi algumas coisas. tinham peixes, todos muito coloridos..." ele se perguntava se eram resultado de algum tipo de magia e se tentasse comer eles, eles seriam reais. eram cores que ele não costumava ver. "muitos corais e pedras, com cores bonitas também." sua voz estava calma, suas orelhas embaixo d'água enquanto ele encarava o sol com os olhos cerrados. era algo diferente do esperado lykos apreciar cores bonitas, mas o seu contato novo com a arte não era o princípio de sua paixão por coisas bonitas. o seu trabalho necessitava que ele tivesse esse senso. ele seguiu ela, dando braçadas lentas para acompanhar ela. subiu na pedra com cuidado, esticando uma das mãos para dar apoio para christine subir. sua pele era delicada, mas lykos já não se importava mais com queimaduras há bons anos. ter passado por dias a fio preso em um buraco com sol direto na sua cabeça fez com que ele criasse uma indiferença ao sol. ele quase gostava tanto de ficar secando no sol quando gostava de nadar. "eu não quero cuspir fogo, por favor." disse seco, sua expressão desgostosa. "isso mais vai parecer uma maldição do que algo engraçado." claro que nada seria engraçado para lykos, mas ele podia aceitar ter seu cabelo de uma cor diferente. cuspir fogo parecia algo que adella faria com ele por causa de um término. "que cor de cabelo você gostaria que eu tivesse?" ela não tinha dito nada sobre querer que ele tivesse uma cor específica, mas perguntou mesmo assim. lykos juntou suas coisas perto de si e sentou-se na posição de lótus, deixando suas coisas perto de si e só tirando a sua camisa da mochila para colocar na sua frente. "senta aqui, vou fazer uma trança no seu cabelo."
Se sua pressa tinha feito com que ele mergulhasse mais rápido, a provocação recebida em resposta quase fez com que Christine realmente quisesse ganhar. Sabia da diferença do tempo de prática entre eles, mas aquilo tinha soado muito com um desafio. Por isso, as braçadas que cortavam a água e que tinham começado graciosas viraram firmes e determinadas em questão de poucos segundos. Os pensamentos tranquilos logo deram espaço a estática enquanto Christine focava em nadar mais rápido. Ela não sabia dizer em que momento deixara de perceber que a presença dele ao seu lado, mas por estar totalmente focada em um único objetivo Christine só notaria o breve desaparecimento de Lykos e como isso tinha afetado o resultado quando chegasse primeiro a "linha de chegada". Nem tivera tempo de questioná-lo antes de ouvir a justificativa. "Ah." Foi a primeira coisa a sair de sua boca, ainda recuperando o fôlego. Ter ganhado dele quando achava que aquela era uma competição perdida era... surpreendente. Um sorriso bobo apareceu aos pouquinhos em seu rosto, apagando a expressão anteriormente confusa. Ele tinha... deixado ela ganhar? Normalmente Christine ficaria brava, já que a intenção de outras pessoas com isso no passado era sempre de protegê-la. Mas aquele caso não parecia nada com isso. "O que viu lá embaixo?" Talvez se o questionasse saberia se a justificativa era verdadeira. De toda forma, agora precisavam sair do lago - e ela tinha um desejo para pensar. Apontando para a pedra que parecia ter uma superfície quase plana, Christine perguntou: "Vamos subir? O sol que bate ali vai nos ajudar a pintar." As peças secariam mais rápido e eles também. Enquanto nadava de volta para o outro lado, agora sem a mesma pressa de antes, ela lembrou do que tinha a levado a querer ensinar ele a pintar. Do dia em que ele salvara um cavalo e mostrara a pequena escultura que parecia muito com ela. E também do pensamento que tinha escapado por entre seus lábios automaticamente. Lykos era habilidoso, e ela apreciava muito a ideia de fazer brinquedos para crianças. Se ele aprendesse a pintar poderia fazer peças ainda mais bonitas, e ela sempre poderia continuar ajudando depois, se necessário. "Eu deveria te dar uma poção para cuspir fogo também. Assim como aquela que você me deu meses atrás." Assim que os dois estavam fora do lago ela brincou, pensando em que outros tipos de poção ele poderia tomar enquanto se secava. "Ou talvez uma poção para mudar o seu cabelo?" Aquela também era uma ótima opção. Será que ele continuaria bonito estando moreno? Ela acreditava que sim.
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𝑐𝑜𝑚: @motherzehra. 𝑜𝑛𝑑𝑒: casa dos sustos do land of fun.
lykos não via graça nenhuma em parques de diversão e coisas desse tipo. tudo piorava, porém, quando esses lugares tentavam criar atrações assustadoras. era ofensivo num geral e quando eles tentavam imitar lobisomens, passava para ofensa direta. fantasmas, vampiros, monstros indefinidos e deformados. nada nem ninguém conseguia fazer o seu papel verdadeiro e isso acabava irritando lykos mais do que qualquer outra coisa. ao entrar no local, explorando os corredores por pura curiosidade e apenas revirando os olhos quando um robô saltava sobre ele automaticamente, lykos percebeu que não estava sozinho. ao escutar alguém se assustar ao seu lado, o lupino quase se assustou também ao ver que tinha mais alguém explorando aquele lugar. ele observou a mulher e olhou para o vampiro que havia saltado sobre o corredor que eles estavam. lykos pegou num dos dentes do vampiro ao perceber que estava quase se soltando e o arrancou. "sério?" seu tom veio de julgamento. ele não tinha certeza que ela tinha se assustado de verdade ou só se assustado pela precariedade do lugar, mas ele também não precisava de resposta. "esse vampiro só tem um dente!" apontou com desdém para a boca dele.
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𝑐𝑜𝑚: @sereiaadella 𝑜𝑛𝑑𝑒: feira de halloween.
a feira de halloween atraiu a atenção de lykos como uma das coisas mais interessantes daquele lugar. a maioria dos eventos que haviam acontecido e ele havia presenciado eram envoltos daquela névoa heroística dos habitantes dos outros reinos, mas o halloween era uma época que não era disfarçada por sentimentos bons e toda essa baboseira. era só e unicamente para celebrar o estranho, o diferente e o tenebroso. tenebroso, ou nesse caso tenebrosa, era o que ele conseguia pensar quando dava da cara com adella acidentalmente. lykos tinha um ódio descomunal por aquela mulher, então tentava evitá-la o máximo que podia. jamais conseguiria perdoar ela pelo que fez e por isso evitava uma tragédia maior ao ficar longe dela. mesmo com seus esforços, aquele reino era muito pequeno e para sua infelicidade, adella pareceu achar o horário perfeito para encontrar lykos. quando percebeu, já era tarde demais para fingir que não estava ali e ele era orgulhoso demais para fazer parecer que estava fugindo dela. jamais faria isso. olhou para o lugar onde ela estava, perto e observando algumas poções. poção do amor e poção da sorte, ele inclinou-se para perto, visto não estar há muitos passos dela, e falou. "pensando na vida de quem você vai infernizar a seguir?" sorriu, sarcástico.
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𝑐𝑜𝑚: @navegadorsolitario 𝑜𝑛𝑑𝑒: the other side casino
lykos estava com robert quando a carta apareceu e ele não gostava nem um pouco de jogos de azar. ele nunca havia entrado em um cassino, que dirá num de dr facilier. ele tinha seu desprezo pela maioria dos vilões, mas não era burro o suficiente para mexer com alguns deles. certas magias botavam medo até nele e o que quer que dr facilier tenha com o outro mundo, ele não estava muito a fim de descobrir. nesse momento, ele estava aconselhando robert enquanto via ele cogitar apostar na roleta. "eu só estou dizendo que alguém como facilier não teria esse lugar se ao menos existisse a menor chance de alguém como você ganhar." seu tom era sério, seus olhos observando o rodar da roleta enquanto algumas pessoas apostavam em números da sorte. "eu sei que eu não faria." ele só era honesto em seu trabalho porque seu trabalho já custava muito caro e não fazia sentido nenhum roubar de seus clientes, mas alguém como facilier? aquilo não era boa coisa. "e acredite, eu não me importo com você, mas nós entramos aqui juntos e espero sairmos daqui com alguma honra." lykos olhou em volta e viu algumas pessoas jogando poker, não entendia nada de poker. viu também uma mesa de vinte e um, aquele ali fazia mais sentido, mas ele ainda não estava maluco de arriscar todo o seu dinheiro numa besteira.
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"a culpa não é sua, eu só acho que você tem que ter mais poder sobre sua adaptabilidade." deu de ombros. ele entendia loren, entendia seu desespero, mas não era o que ele queria no fim das contas. quem quer que estivesse mudando tudo aquilo, ela não se importava com os sentimentos de ninguém e isso estava óbvio. nem lykos fazia suas vítimas sofrerem tanto. só as que mereciam. "tias do facebook...?" repetiu, seu rosto se contorcendo numa expressão confusa. aquele ditado fazia todo sentido na visão dele. lykos compreendia o porquê de ter se tornado o vilão, era uma necessidade, mas ele ainda sentia que tinha motivos para fazer o que fez. "não muitas, também..." ele pensou em christine e em como dava valor para a amizade dos dois, por mais que fosse um sentimento complicado. "mas se ainda aceita mais um conselho meu, dê valor para eles e faça questão que eles estejam na mesma página do que você. vai chegar um momento em que você precisará que de pessoas que lhe apoiem nos seus piores momentos, independente do que for vir para o seu destino. faça elas entenderem que podem não ver coisas muito bonitas." sabia que loren iria lutar contra aquilo, também, mas era algo necessário. o que o jogou para o abismo sem fim que era sua vida foi falhar em ser claro sobre quem ele era e o que estava se tornando com as pessoas em quem confiava. e olha onde ele estava agora. "e posso dizer que se precisar de minha ajuda algum dia, eu irei ajudar. vou com a sua cara." os olhos de lykos sorriram, mas ele não sorriu, pois não era o que ele fazia. só quando estava sendo irônico.
na vida real , loren teve diversas oportunidades para se perder no caminho e se tornar algo pior — negligenciado pelos pais , humilhado na escola , subestimado por todos que achavam que ele nunca teria futuro . ele poderia ter sido um "monstro" , se quisesse . mas não escolheu isso . entendia perfeitamente o que lykos queria dizer , só que a simples ideia de aceitar aquilo parecia como se estivesse se rendendo . ‘ honestamente ? eu ‘tô cansado de todo mundo me dizendo o que vai acontecer , como se eu já tivesse uma placa na testa dizendo 'próximo vilão em formação' . ’ seu tom sarcástico estava presente , mas seu olhar era sério . talvez o próprio lykos o visse daquela forma — um vilão em formação . por isso os conselhos de quem já tinha passado por aquele processo . ‘ a verdade é que a régua moral desse lugar é muito exigente . sabe o que dizem no meu mundo ? o lobo sempre será mau se você ouvir apenas a história da chapeuzinho . ’ franziu o nariz , se arrependendo imediatamente do que disse em seguida . ‘ 'tá , nem todo mundo ... só umas tias do facebook quando querem dar indireta para a vizinha . ’ ergueu os ombros antes de decidir beber a cerveja que lykos pediu , o gosto amargo espalhando pela boca . quando lykos perguntou sobre as pessoas com quem ele se importava , um lampejo passou por sua mente . reyna , robert e taeoh — embora não fosse admitir isso para taeoh nem fodendo . mas essa lista era pequena , talvez porque loren nunca deu muitas oportunidades para as pessoas se aproximarem dele de verdade . talvez porque , no fundo , parte dele acreditava no que lykos estava dizendo . ‘ não muitas ... e você ? ’
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𝐀𝐍𝐃 𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐃𝐀𝐑𝐄𝐒 𝐘𝐎𝐔 𝐓𝐎 𝐂𝐇𝐀𝐍𝐆𝐄 𝐎𝐔𝐑 𝐖𝐀𝐘 𝐎𝐅 𝐂𝐀𝐑𝐈𝐍𝐆 𝐀𝐁𝐎𝐔𝐓 𝐎𝐔𝐑𝐒𝐄𝐋𝐕𝐄𝐒 (task explorando o futuro ).
lykos era um animal matinal. ele gostava de acordar cedo e gostava de manter sua rotina. qualquer coisa que o atrapalhasse fazia com que seu dia fosse arruinado. ele acordou antes do sol nascer, imaginando conforme o seu costume que era em torno de três e meia ou quatro horas da manhã. arrastou seu corpo de cima de sua cama, tocando o piso de madeira ranzinza com os pés descalços. perdera as meias no meio da noite. vestiu seu chinelo - de madeira e couro - e foi em direção ao banheiro. abriu as janelas como de costume por onde passava, deixando o ar gélido da noite entrar. o banheiro era em um dos cantos do segundo andar, com uma janela grande que era a única que ele não tinha certeza se abria ou não por que ela sempre esteve fechada. a água encanada era uma novidade em sua casa, pois lykos sempre preferiu morar da maneira mais simples possível. agora nesse reino, algumas mudanças haviam sido bem-vindas. água encanada e um frigorífico eram duas que ele podia citar. lavou seu rosto e seu cabelo na pia do banheiro, utilizando da luz de uma vela para iluminar seu caminho. ele ainda se recusava a ter lâmpadas além de um abajur no seu quarto e uma amarela e fraca na cozinha. lykos era contra coisas desnecessárias. havia vivido uma vida inteira de uma maneira, não iria mudar e acompanhar certas maluquices. penteou seu pouco cabelo com as mãos, observando que ele estava começando a crescer um pouco e fez uma nota mental de que precisava passar a máquina de novo.
sua sala ainda estava iluminada pelas brasas da lareira. ele normalmente apaga tudo com água, mas lembra que na noite passada estava sem disposição. além de ter chegado em casa e ter tomado um banho demorado e comido sua janta na beirada da lareira, não lembra de muita coisa. apagou as brasas por completo enquanto esperava a chaleira com água aquecer no fogão a lenha da cozinha. seu café da manhã era sempre o mesmo. ele tomava uma xícara de café preto com um pouco de pão caseiro que nunca durava muito tempo na sua casa. ele não tinha geladeira, outra coisa que não entendia o motivo de existir além de afagar os luxos daqueles que tinham mais dinheiro e mais desejos e luxúrias, então ele não tinha alimentos perecíveis em casa. quando tinha, precisava comer rápido antes que estragassem, então ele normalmente comia o resto da janta junto com o café da manhã, se fosse um alimento que fosse ajudar ele a se manter de pé por mais tempo durante a caçada. na noite anterior ele tinha feito uma sopa, pois seu estômago não estava muito bom, sequelas do que havia passado há muito tempo presentes até aquele dia. nesta manhã, lykos optou por catar as batatas que havia cortado e jogado na panela para fazer um purê com água e passar no seu pão. não era nada gostoso, mas ele precisava de carboidratos pelas próximas horas. e estava quente e seu estômago roncando de fome, então ele comeu e se contentou.
sua casa era fria. o piso era de pedra e o espaço era grande demais para poucos móveis, dando um ar gélido e abandonado para o lugar. lykos se vestiu na sala, os pés sobre um pelego antigo e mastigado que ele tinha. seu rosto estava iluminado apenas pelo abajur que ele carregava do quarto para a sala e da sala para o quarto quando precisava. o vento que entrava pela janela fazia com que ele agisse com pressa, mesmo gostando a preferindo o frio. desceu as escadas rapidamente depois de pronto, seus pés saltando os degraus de dois em dois pelo costume. os sons da madeira rangendo já eram comuns para ele. a escada dava direto na sua pequena fábrica e ele olhou o quadro negro para checar o que tinha que caçar hoje. um alce ou um veado, pois recebera uma encomenda de um par de chifres para adornar um lustre. lustres não eram da sua alçada, mas o que seus clientes faziam com seus produtos eram problema deles.
lykos saiu porta a fora pelos fundos do leather emporium, pegando embalo no piso embarrado. sua loja ficava estrategicamente posicionada, a ponto que em menos de dois quilômetros correndo e se esquivando de pessoas, ele já estava na floresta. já estava em sua forma de lobo, sentindo o chão sob suas patas passando cada vez mais rápido. ele sabia onde achar certos animais a essa altura da vida. desde sua infância, observar os padrões de animais fazia parte de uma rotina necessária para a sobrevivência. mesmo quando se alimentava de humanos, ele não podia ignorar os outros animais. depois de quase uma hora correndo, viu um riacho pequeno, o barulho da água disfarçando o suficiente os sons seu redor, mas não o cheiro dos animais que estiveram ali há não muito tempo. lykos fez o mesmo, parou e bebeu água e observou o sol recém-nascente no horizonte, os raios tímidos chegando até ele por entre os galhos.
seguiu seu caminho depois de uns minutos sentado, as patas dianteiras molhando na beira da água. ele sabia que estava perto, sentia cada vez mais o cheiro de um alce não muito longe dali. seus passos se tornaram cada vez mais cuidadosos e lentos, conforme ele analisava as possibilidades. quanto estava já há alguns metros, percebeu que era um casal de alces. eram um macho e uma fêmea, o que se tornou um problema. ele não teria serventia nenhuma para uma fêmea e precisava que ela saísse dali. lykos travou, seu corpo escondido atrás de uma árvore e sua mente pensando. pensando rápido, lykos se transformou em humano novamente. seu corpo estava todo sujo, dos pés a cabeça. sua roupa, que era removida magicamente quando ele se transformava, mas voltava ao seu corpo quando ele voltava a forma humana, estava um pouco rasgada. ele nem se lembrava de ter se cortado. saiu de trás da árvore e começou a caminhar em direção aos animais. tentou parecer o mais fraco e pequeno possível, o mais inocente. a fêmea o enxergou e saiu correndo, mas o macho ficou paralisado. ele era enorme, lykos percebeu mesmo evitando o contato visual. pela distância que estava do animal ele conseguia perceber que ele chegava facilmente a quase dois metros, bem mais alto que lykos. normal, ele já tinha enfrentado coisas maiores. quando estava há cinco metros do alce, ele estabeleceu contato visual e o animal automaticamente mudou de atitude. agora, o alce queria atacar lykos, principalmente quando ele começou a rosnar. ele conseguia rosnar em sua forma humana, um ronco saído direto do seu peito que causava estranheza em qualquer um. mesmo sem mudar sua expressão facial, lykos rosnava e instigava o animal que começou a bater os cascos dianteiros no chão. ele precisava atacar agora.
sua magia falhou. lykos sentiu como se estivesse caindo de um precipício pois sua magia, sua natureza, falhou. ele deu um impulso para frente, pronto para cair com as quatro patas no chão, mas nada aconteceu. nada do que ele esperava, pelo menos. seus braços e pernas começaram a doer, mas lykos não ligava para dor, então apenas ficou observando conforme seus membros se contorciam. ele não entendia, seus braços começaram a encolher e ele sentiu como se sua espinha estivesse sendo dobrada ao meio. lykos caiu no chão, seus ossos sem função, e viu sua presa sair correndo na direção oposta. ele não conseguia se mexer, apenas observar com o olhar desfocado conforme seu braço direito mudava entre um braço humano e um braço lupino. como um glitch.
seus olhos fecharam.
sua ninhada tinha outros quatro filhotes. lycidas, hati, skoll e eirwen. hati e skoll eram gêmeos, eirwen tinha a mesma pelagem que sua mãe e lycidas… lycidas era o seu irmão. a pessoa com que lykos se importava genuinamente desde o início. ele era o mais fraco, também. não se lembra da primeira vez que precisou cuidar de lycidas em uma de suas grandes gripes, mas se lembra que quando tinha seis anos, o irmão parou de sofrer. agora, deitado no chão, lykos sentiu seu corpo despertar com um suspiro profundo. como se tivesse saído de um mergulho para a superfície.
— onde ele está? — uma voz masculina similar a sua veio de alguns metros atrás de seu corpo caído. lykos levantou o olhar o mais rápido que pode, seus olhos caindo sobre lycidas, seu irmão. — o que aconteceu?
o irmão foi até ele, o pegou pelos ombros e o levantou. lykos não soube como reagir. lycidas era alto como ele, músculos parecidos, cabelo longo e loiro platinado como o dele. de repente, lykos não conseguiu perguntar como ele estava ali, como que ele estava vivo. de repente, o corpo dele soube que aquilo era normal e num piscar de olhos, ele seguiu falando.
— eu não sei, meu corpo travou. minha transformação…
— você está bem?
— eu… eu… — lykos gaguejou, percebendo pela primeira vez que ele estava sentindo dor. lykos não reagia a dor há muito tempo. seu corpo estava fraco nos braços do irmão, como se não conseguisse firmar as pernas de jeito nenhum e seus braços estivessem com os músculos atrofiados. — eu não sei, meu corpo está doendo. todo.
— eirwen está mais na frente, com hati e skoll. eles vão conseguir o alce, mas temos que alcançá-los. — lycidas puxou o corpo de lykos e começou a carregá-lo sobre os ombros. ele não reagiu, apenas deixou que seu irmão se transformasse e o levasse até os seus outros irmãos.
eirwen tinha olhos profundos e negros, que davam a ela uma aura obscura. hati era parecido com ela, loiro platinado e olhos escuros. skoll era o único dos irmãos que tinha um cabelo loiro mais escuro, mas também tinha os olhos mais claros entre eles. num geral, todos eram diferentes do seu próprio jeito e não era uma raridade quando pessoas não achavam que eles eram irmãos de verdade. elas não entendiam que eles funcionam pela lógica lupina, não a humana.
— o que foi que aconteceu? — eirwen fez a mesma pergunta de lycidas, mas seu tom foi muito diferente, bradejante. ela estava coberta de sangue de alce, o animal já inerte no chão da floresta. partiu para cima de lykos, mal esperando que ele saísse de cima de lycidas. — o que anda acontecendo com você?
— eu não sei. eu acho que desmaiei. — foi a resposta dele, por que era a verdade. eirwen deu risada, seu olhar incrédulo. — inútil.
de repente, a consciência do que aquela interação significava para lykos se tornou presente. sua memória mudando sem ele nem perceber. eirwen e lykos eram os chefes da alcateia e lykos era o alfa, mas lykos não mandava em nada há um bom tempo. sua saúde estava decaindo com episódios parecidos e ele já demonstrava sua fraqueza. e ele não ia aceitar isso. na natureza, animais fracos não faziam bons alfas e ele não podia deixar que aquilo acontecesse. ele partiu para cima de eirwen, correndo e se transformando no ar. dessa vez, com sucesso.
suas patas bateram no peito da irmã antes que ela pudesse se transformar, mas isso também não demorou muito. eirwen era uma loba branca, assim como lykos. a pelagem antinatural da família. ela recuou, rosnando e cercando o irmão mais velho enquanto ele fazia o mesmo. ele não era de recuar, mas deixou que ela o observasse antes de atacar de novo. correu em direção a irmã uma segunda vez, dessa vez deixando ela sem ter para onde ir. foi tudo muito rápido, com arranhões e mordidas falhos e erros, até que ouviu eirwen soltar o que poderia ser considerado um grito.
— lykos! — a voz de lycidas o chamou e ele recuou, sentando nas patas traseiras com expressão neutra enquanto observava a irmã voltar a forma humana, a mão direita na orelha enquanto seu próprio sangue jorrava do machucado. lykos também tinha se machucado, sentia o corte embaixo da costela direita, mas ele não podia reagir.
eles voltaram em silêncio para a cidade, com lycidas e skoll carregando o alce e lykos liderando eles. lykos estava confuso, como se uma nuvem estivesse pairando sobre seus pensamentos. ele estava machucado e estava doendo, o que era o primeiro sinal de que tinha algo errado. ele machucou sua irmã e pareceu ser a coisa errada a fazer, mesmo que ele saiba que era a coisa necessária naquele momento. tudo parecia fora de lugar no seu corpo. seus ossos pareciam estranhos sob sua pele e ele sentiu vontade de vomitar.
a cidade estava calma, com eles caminhando entre os becos mais calmos e evitando o olhar da maioria das pessoas. eirwen tinha se lavado em um riacho no caminho, mas lykos não quis fazer o mesmo. nem seus irmãos, que estavam quietos e observando a situação. entrou pelos fundos do leather emporium, mandando seus irmãos colocarem o alce no frigorífico. mandou sua irmã fazer um curativo na orelha, com ajuda de lycidas e mandou também skoll e hati atenderem os clientes depois de se lavarem. ele precisava se deitar. as escadas permaneciam as mesmas, mas o resto do segundo andar estava diferente. o lugar que antes era vazio com os poucos móveis de lykos agora estava apertado com a presença de seus irmãos. apesar dessa diferença, ele andou ali como se fosse sua casa de sempre. passou pela sala, se despindo no caminho até o banheiro. se banhou e se escovou de maneira desesperada, querendo tirar a sujeira do corpo. fez um curativo no corte da sua costela e se arrastou até seu quarto. dormiu, cansado e dolorido.
dois dias depois, quando ele estava terminando de fechar a wolfgang’s leather emporium, lykos escutou os passos cautelosos de lycidas. se virou, observando o rosto do irmão mais novo. ele estava atrás do balcão, como se não conseguisse chegar mais perto. ele sabia o que o irmão iria falar, sabia o que o preocupava.
— guarde seus pensamentos para si mesmo, lycidas. — advertiu, olhando uma última vez pela vitrine antes de fechar sua porta.
— ela é perigosa. — lycidas disse, mesmo contra a ordem de lykos. ele não se importava. o mais novo podia fazer o que bem entendesse e lykos provavelmente não o repreenderia.
— eu vou embora. — disse, depois de alguns minutos. os dois estavam parados mais próximos agora, a aproximação vinda de lykos. ele sabia que podia contar isso para lycidas e melhor ainda, sabia que ele o seguiria.
os irmãos tinham saído da alcateia do pai para serem submissos a lykos. ele era um alfa naturalmente, mas acontece que eirwen não aceitava tão bem as regras. agora eles estavam convivendo em sociedade por conveniência, mas aquela era a vontade de lykos. ele queria ser uma pessoa normal. os cinco irmãos wolfgang, que tinham um sobrenome, estavam muito bem administrando a loja. a produção era alta e eles eram bem vistos pelas pessoas. por que deveriam mudar? lykos não queria matar seus irmãos, por isso iria embora. e lycidas ia com ele.
— quando? — lycidas olhou ao redor, como se sua irmã tivesse escutando. ela não estava na loja, mas todos os irmãos tinham ótima audição.
— daqui uns dois dias. eu já estou levando algumas coisas para uma caverna há 30 quilômetros daqui. vai ser nossa primeira parada.
lycidas apenas acenou com a cabeça e a conversa acabou ali. eles não podiam discutir muitas coisas de antemão. certas situações precisavam do elemento surpresa.
surpresa foi o que ele sentiu quando acordou de madrugada e sentiu o corpo de sua irmã sobre o seu, faca no ar e pronta para descer a toda velocidade sobre sua garganta. reagiu o mais rápido que conseguiu, usando a força de suas pernas para jogar eirwen longe. seu coração aumentou os batimentos em poucos segundos e ele viu seu olhar ficar turvo por causa da movimentação rápida, como se a atitude de eirwen tivesse sido jogar um balde de água congelante por cima dele. ele sabia o que era aquilo, por isso não questinou as atitudes dela. era uma insureição, ela queria lykos morto. foi um choque, pois apesar de tudo, ele não conseguiria matá-la. era sua irmã e ele havia prometido protegê-la. ela partiu para cima dele de novo, faca zunindo em direção ao seu peito. lykos se transformou, desviando da faca que seria sua sentença.
— me enfrente como um homem! — ela bradiu. ele sabia que aquilo era uma armadilha. uma velha, para ser exato. ele não deveria cair tão facilmente, mas se viu fazendo o que ela pediu.
— eu não vou matar você. — a voz de lykos saiu calma, enquanto seu peito subia e descia freneticamente. ela tinha pressionado seu machucado quando sentou sobre seu peito. ele não reagiu, mas sabia que precisava atacar sua orelha. olho por olho.
— bom. — ela grunhui entredentes e o atacou. lykos sabia os meios de eirwen melhor do que ela mesmo. ele a treinou quando ainda eram filhotes. ele sabia que precisava sacrificar algo, então enrolou a mão rapidamente na camisa que estava jogada na cadeira ao lado de sua cama e segurou a faca. o pano evitou um corte muito profundo, mas não evitou de machucar ele. conforme ele segurava a faca com toda força e tentava derrubar eirwen, ele sentiu a dor percorrer todo o seu braço.
— eu não quero matar você! — ele gritou, sentindo o medo do que poderia acontecer tomando conta do seu peito.
— mas você vai, não é? — ele entendeu o tom dela. era uma provocação. eirwen achava que ele era fraco. achava que ele não era bom o suficiente para ser um alfa. achava que ele tinha sido corrompido pelo amor que sentia pelos irmãos.
lykos travou, ainda pressionando o corpo de eirwen contra o chão. olhou nos olhos dela, com pavor visível. eirwen tinha morrido com seis meses. ela não passou de um filhote. lykos era sozinho.
— chega! — lykos ouviu a voz de lycidas do outro lado da porta, que ele logo percebeu estar trancada. — vocês vão se arrepender! parem, por favor!
ele não desviou o olhar da irmã, levando sua mão livre até o curativo na sua orelha e arrancando ele com tudo, aumentando o corte no local. eirwen soltou um grito de dor lancinante e ele soube que tinha ganhado a briga... mas ele precisava de tempo. levantou o corpo, puxando o corpo cansado da irmã consigo e jogou ela com toda sua força contra o chão, fazendo com que ela desmaiasse, sem chances de resistir.
seu corpo estava todo dolorido, mas ele precisou se levantar. precisava ir embora. colocou todas as suas roupas em uma mochila e abriu a porta, vendo um lycidas e um skoll exasperados, olhando para ele e depois para o que ele havia deixado para trás.
— ela está bem, vai sobreviver. — garantiu. olhou para skoll, que estava com as mãos sujas de sangue. — hati...? — ele meio que esperava que o outro irmão o seguisse. que ele fosse leal assim como os outros eram, mas um lobo escolhia o seu líder. ou líder nenhum.
— ele está morto. — lykos entendia. skoll era diferente, ele fez o que tinha que fazer, mesmo que não fosse o que ele esperava. — boa sorte. para os dois.
antes de partir, pela porta de frente, lykos encarou a fachada da wolfgang's leather emporium. o nome tinha sido ideia de lycidas, usar o nome do pai como sobrenome para a família também. era irônico, na verdade, considerando que eles tinham se rebelado contra a alcateia do pai e matado todos. lykos sorriu e depois caiu na gargalhada conforme caminhava pelas ruas que levavam até a saída da cidade. ele queria que tudo ficasse bem e se tudo ficasse bem, lykos finalmente poderia ser um líder em paz.
a morte de lycidas destruiu lykos. era o último prego faltando no caixão que residia em seu peito. isso era um fato e independia da versão da sua história que fosse contada. lycidas era o seu irmão de verdade, era a criança que havia nascido junto dele, minutos de diferença, e era em quem ele mais confiava. seu braço direito.
na sua história original, lycidas morreu muito jovem, mas foi um dos que mais lutou para viver. a morte dele marcou a vida de lykos como um trauma constante sobre como não conseguia salvar aqueles que amava. sobre o quão inútil poderia ser, independente do seu desejo. na nova história, ele percebeu ao acordar no meio da floresta, seu amor pelos seus irmãos mudou quem ele era. o tornou fraco e inconsequente.
lykos rolou sobre seu corpo, tentando ficar de quatro e levantar, mas não obteve sucesso. seu corpo todo dia e ele percebeu que estava completamente nu. o sol estava diretamente em seus olhos e conforme ele olhava ao redor, percebeu que estava no topo de um precipício. era só ele dar um impulso para frente e iria cair entre as árvores num baque surdo. sentiu que ia vomitar ao perceber que tinha passado a noite, ou até mais tempo, desmaiado no meio da floresta. ou não tão desmaiado... o que ele tinha feito para acabar naquele lugar e daquela maneira?
ele sentiu um ódio imenso corromper seu peito. lycidas poderia ter vivido. lycidas iria seguir ele até os confins do mundo como seu braço direito. e, mesmo protegendo o irmão da melhor maneira que podia, alguém iria cruzar seu caminho e o matar a sangue frio. lykos sentiu um grito de repulsa e raiva escapar do seu peito. humanos. humanos eram a culpa daquilo e a culpa de todos os problemas da vida de lykos.
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𝑐𝑜𝑚: @frozgprince 𝑜𝑛𝑑𝑒: cinema mágico
“eu acho que ofendi uma das perdidas.” lykos comentou, terminando de comer a pipoca que havia odiado. ele não ia gastar dinheiro com algo e não comer tudo, era contra os seus princípios, mas ele estava definitivamente decepcionado com aquilo, fazendo uma careta misturada com a confusão. “eu só disse que scream é um filme engraçado, mas que as cenas de morte são muto irreais. principalmente esses últimos.” ele deu de ombros. não era para desmerecer a cultura daquelas pessoas, mas se alguém naquele reino entendia alguma coisa sobre assassinatos e como as pessoas realisticamente morriam, essa pessoa era o lobo mau. “você não acha?” lykos olhou para os pôsteres dos cinco filmes, vendo que agora só lhe faltava o último filme. ele finalmente estava aproveitando o dinheiro que ganhava, o que chegava a ser estranho para alguém tão focado quanto ele.
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eu sei o suficiente sobre você, foi a frase que morreu nos lábios de lykos antes que ele pudesse falar. talvez não fosse isso. talvez apenas soubesse o suficiente sobre o corpo dela, mais do que sobre algum vestido ou sobre o gosto dela para esse tipo de peça. ele manteve suas mãos recolhidas, observando o local onde seus dedos tinham pairado há não muito tempo. suas mãos machucadas não pareciam combinar com o ambiente, a princípio, mas ele sabia que tanto hazal quanto cruella achariam seu trabalho de boa qualidade. de formas diferentes, claro. lykos escutou ela falar sobre seu tempo estar acabando e se prontificou de olhar seu relógio, girando o pulso esquerdo para cima. "eu ainda tenho um tempo de sobra..." ele ponderou, um sorriso surgindo em seus lábios. "mas apenas, claro, se você quiser minha companhia e opinião." lykos desviu o olhar dela por um instante, olhando os vestidos nas araras mais próximas, os materiais lhe chamando atenção, mas ele evitou tocar em algo. ele tinha, apesar de tudo, vindo a cavalo. "não gostaria de lhe incomodar." ele acrescentou, olhando por cima do próprio ombro. era uma provocação e ambos sabiam disso. lykos aprendeu com o tempo que quando o assunto era hazal, ele precisava apreciar as pequenas vitórias e ela assumir que não se importava com ele ali já era uma. ele voltou a olhar uma peça que tinha um cinto de couro. isso, sim, ele podia tocar como quisesse.
com um dar de ombros quase imperceptível , hazal deixou que o silêncio falasse por si . não havia necessidade de responder algo tão óbvio ou de alimentar uma conversa que claramente estava ali apenas para preencher o ar entre eles . sabia que lykos queria lucrar , e ela ? bem , ela não se importava o suficiente com os interesses dele . não naquele momento . em nenhum momento , se fosse honesta . o semblante da grimhilde mudou assim que a conversa deixou de girar em torno de couro e matéria-prima e passou a ser , mesmo que sutilmente , sobre ela . não era o tipo de mulher que se vestia para agradar ninguém além de si mesma , mas quando os olhos de lykos se demoraram no vestido que ela usava , um traço de satisfação percorreu seus pensamentos , apesar de sua expressão fria . ‘ você parece saber o suficiente . ’ ela lançou um olhar provocativo , enquanto o vestígio de um sorriso permanecia no canto de seus lábios . quando lykos se aproximou e tocou o zíper do vestido , ela sentiu um pequeno arrepio que , apesar de ela tentar controlar externamente , reverberou dentro de si . ela não gostava disso — dessa vulnerabilidade que ele conseguia provocar em um simples deslizar de dedo . o pensamento de empurrá-lo para dentro do provador passou por sua mente como um raio — uma fantasia que ela , obviamente , não colocaria em prática . lentamente , ela respirou fundo , permitindo que a sensação do toque se dissipasse de sua mente , forçando-se a retomar o controle de seus pensamentos . virou-se suavemente para ele , seus olhos encontrando os dele novamente , desta vez sem o espelho para mediar o contato . ‘ uma pena estar com pressa ... ainda tenho uma coleção de vestidos para experimentar . ’ seus dedos brincaram com a alça fina do vestido , como se considerasse pedir sua ajuda , mas não chegou a fazer o convite diretamente . ela sabia que essa era a maneira mais próxima de admitir que queria sua presença ali , mesmo que fosse para algo tão trivial .
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lykos escutou loren com calma. era necessário escutar essas pessoas, ele sabia disso. ele já foi como eles. tentando negar seu destino. "eu gostaria de dizer que sinto muito se lhe ofendi, mas eu não sinto. eu não sinto porque eu apenas disse o que gostaria que tivessem me dito. apenas contei a minha experiência e a de muitos vilões por aqui." ele sentiu a rouquidão em sua voz crescer, seu lado lupino querendo rosnar as palavras para loren. como se quisesse abrir a cabeça dele e fazê-lo entender na marra que a vida dele não seria fácil ali. "pode dizer o quanto quiser que você é diferente de mim, e eu acredito que seja, mas no momento em que você fizer algo de errado, no momento em que você pisar fora da linha... pode acreditar que você vai ser considerado igualzinho a mim. mesmo que você não queira e mesmo que você dê a melhor luta de sua vida para isso. eles vão te ver como mais um de nós." era a realidade. lykos sentiu isso no momento em que lhe jogaram num reino com pessoas como lady tremaine. eles não eram iguais e ao mesmo tempo, mais do mesmo. "e por isso eu sugiro... que você beba." lykos viu chamou mais uma rodada de bebidas com um sinal, vendo um homem sair de trás do balcão com duas canecas de cerveja, o pedido típico do lobo branco. "e eu sugiro que você comece a colocar as coisas em perspectiva... existe muitas pessoas que você se importa nesse lugar?" um dos fatores principais para o declínio de lykos era o fato de que não confiava em ninguém. até hoje, pode contar nos dedos as pessoas que confia.
não era o tipo de conversa que ele gostava de ter , muito menos o tipo de conselho que queria ouvir . o ambiente já era sufocante por si só , mas aquilo … aquilo estava começando a ficar pessoal demais . ele cruzou os braços , uma reação instintiva de defesa , enquanto seus olhos percorriam o rosto de lykos , tentando decifrar suas intenções . ‘ não lutar contra ? ’ finalmente quebrou o silêncio , a voz carregada de sarcasmo , mas havia algo mais ali , algo mais profundo . ele queria ver seu irmão novamente— mantinha um pensamento positivo que ele estava vivo . talvez fosse o único fio que o permitia a não perder a lucidez completamente . se havia alguém que realmente se importava com ele , estava do outro lado . ali , loren era solitário . mais solitário do que deixava transparecer . talvez mais solitário do que ele sequer percebesse . quando lykos mencionou "pessoas como nós" , loren sentiu uma pontada de incômodo . a expressão imediatamente o fez franzir a testa . ele gostava de lykos , tinha uma certa consideração pelo cara , mas não conseguia aceitar a ideia de que eles eram iguais . ‘ você está enganado . ’ murmurou , a voz um pouco mais afiada do que ele pretendia . ‘ eu não sou como você . ’ ele se mexeu na cadeira , tentando encontrar uma posição mais confortável , mas parecia que o peso das palavras de lykos o pressionava de todos os lados . a confissão do outro sobre a primeira vez que ele matou fez o estômago de loren revirar . não era tanto a história em si — embora fosse horrível — , mas o tom casual com que ele a contou . loren não sabia o que responder de imediato , então permaneceu em silêncio por um momento . finalmente , ele soltou o ar que nem sabia que estava prendendo . ‘ eu não sei se eu conseguiria lidar com isso , sinceramente . ’ desviou o olhar , focando em um ponto indefinido à sua frente . ‘ mas é exatamente disso que eu ‘tô falando . se eu começar a aceitar essas coisas como ... normais , eu seria miserável . ’
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christine tinha um ponto. lykos não a deixaria ganhar apenas para ser um cavalheiro. ficou grato por ela saber disso, mas, ao mesmo tempo, era estranho alguém falar de sua natureza de maneira tão clara e não demonstrar uma certa aversão. era como se ser quem ele era não fosse tão errado. "qualquer coisa... vou ter que pensar muito bem sobre isso." ele fingiu pensar profundamente enquanto se arrumava em posição. não tinha nada que ele queria de christine que ele já não pudesse pedir. lykos era uma pessoa simples, não tinha motivações materiais ou sentimentais de mais. enquanto se preparava, observou ela arrumar o cabelo e se perguntou se uma trança não era mais fácil de manter. não conseguia imaginar como era ter cabelo longo, pois sempre teve o cabelo raspado, mas possivelmente era como ele ter seus pelos molhados quando em forma de lobo. "calma!" ele gritou antes dela dar a largada. "eu vou sair daqui." ele foi um pouco mais para longe, dando uma vantagem para ela apenas para provocá-la. foi uma vantagem de um pouco mais de um metro, o suficiente para ser um desafio, mas não o suficiente para garantir a vitória de christine. "eu nado várias vezes por semana, você não." fora as vantagens naturais de ser um homem, mais alto e com pernas maiores e mais fortes. lykos mal esperou christine terminar de contar para mergulhar e sair nadando o mais rápido que seu corpo conseguia. ele era um bom nadador, sendo uma das coisas que aprendeu na marra. seu pai o jogará em um rio e no desespero, ele aprendeu e nunca mais desaprendeu. ele amava água e isso não era apenas um esteriótipo de cachorro. indo mais fundo a cada braçada, eventualmente lykos acabou mergulhando. mesmo sabendo nadar de maneira eficiente, com respiração lateral e braçadas rítmicas, lykos também gostava de estar na água de maneira absoluta. ele não sabe quanto tempo levou, mas eventualmente alcançou chirstine, voltando para a superfície um pouco antes de chegar na linha de chegada. ele não sabe quanto tempo ele tinha ficado sem respirar, mas ele sabia segurar a respiração por um bom tempo, tendo escolhido, por pura curiosidade, fazer o trajeto embaixo d'água. "eu me distraí." explicou, secando os olhos e respirando fundo, seu peito doendo um pouco. apesar de seu lado competitivo, lykos também sabia escolher os momentos certos de ganhar. ter ela com o poder de escolher qualquer coisa para ele fazer lhe interessava bem mais.
Christine percebeu que Lykos tinha lhe escutado quando o viu começar a se movimentar para entrar na água também, mas daquela distância não conseguia saber qual eram seus próximos passos. O sol saindo de trás de uma das nuvens, levando a luz a bater em seu rosto também não ajudava. Nadou então um pouco mais para perto, pensando em dizer mais alguma coisa para incentivá-lo a se apressar, isso até o ver. Mesmo que soubesse que não era muito educado de sua parte reparar, era inevitável não olhar. Sua garganta secou, e Christine se perguntou se tinha esquecido de beber água durante a caminhada até o lago. Teve a impressão de sentir as próprias cicatrizes dos joelho ficarem quentes, de repente um pouco autoconsciente. As suas eram fruto de uma infância bem vivida, alegre, mesmo quando as coisas constantemente não davam certo. Ela se perguntou se algumas das que pertenciam a ele carregavam um significado parecido ou se tinham sido resultado da vida que ele tinha vivido, da violência que tinha passado e infligido. A consciência de quem ele era não tinha lhe abandonado, mas parecia desaparecer aos poucos dentre todas as memórias que agora tinham seu rosto. As trocas de acenos quando passava em frente a sua loja, o olhar quieto e curioso que lhe dava quando se apoiava em seu balcão para contar as novidades que tinha ouvido pelo reino e os momentos onde podiam ficar em silêncio sem a necessidade de preenchê-lo com palavras. Talvez devesse perguntar sobre seu passado alguma hora, afinal a curiosidade ainda era um pecado do qual não tinha conseguido se livrar, ainda mais agora. Mas também estava satisfeita com a amizade que tinham naquele momento. O grito dele em resposta lhe arrancou um riso divertido. Nadou até uma parte um pouco mais rasa, onde a água batia em sua cintura e onde ele deveria entrar. "Eu sei, mas você é o único que não vai me deixar ganhar. E eu quero uma corrida de verdade." Mesmo que uma competição de igual para igual fosse tecnicamente impossível Christine quis acreditar na possibilidade naquele momento. Não era particularmente competitiva, mas poderia entrar no espírito da coisa se necessário. "Vai mesmo perder a oportunidade de ganhar alguma coisa? Qualquer coisa?" Brincou, ajeitando os fios soltos do cabelo escuro atrás da orelha. Na pressa tinha esquecido de pegar alguma coisa para amarrar o cabelo, assim como esquecera da corrente de cruz prateada e singela que repousava um pouco acima de seu busto. Provavelmente enferrujaria e aquela preocupação nem passava por sua cabeça no momento. Se virou na direção da linha de chegada que tinha apontado antes, se preparando para começar a contar. "No três." Se inclinou um pouquinho para frente, esperando ouvir o barulho dele mergulhando ao seu lado a qualquer momento. "Um... dois... três!" Puxou o ar assim que terminou de falar e mergulhou, começando a nadar o mais rápido que conseguia. A sensação de cortar a água, se concentrando apenas em chegar ao outro lado ainda era a mesma. Mesmo que seu coração estivesse acelerado pelo esforço e pela vontade de vencer, estava totalmente focada ali, naquele momento. Nadar ainda é uma das melhores coisas do mundo, era a conclusão que Christine chegaria mais tarde.
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