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manu-dantas · 4 years
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natanthesecondone​:
Estava mexendo nos lençóis quando sentiu o toque dela no seu braço, instintivamente os olhos de Natan foram para o lugar e depois para ela. A mão dela aqueceu sua pele mesmo que por alguns segundos fazendo com que quando ela tirou ele sentisse uma sensação de vazio. De falta. Seus olhos e sua atenção estavam nela, mas uma expressão confusa habitava em seu rosto a medida que ela continuava a falar. - Manu… - falou uma vez tentando interrompe-la, mas sem sucesso. - Manuella… - mais uma e ela ainda continuava com o discurso.- Manu… - agora foi ele que segurou a mão dela, mas mesmo percebendo o toque não fez questão de tirar, queria ela ali. Tinha um sorriso nos lábios descontraído por agora finalmente ter conseguido fazê-la parar de falar - Você não entende que você não é um incômodo para mim. Nunca vai ser. - falava com naturalidade para ela - Verdade, Bianca não gosta que durmam na cama dela, por isso eu estou ajeitando a minha para você. -  voltou a pegar os lençóis e colocando eles em cima da cama King dele. - E sim eu posso ser grande mas não duvide do meu sofá, ele é bem confortável, tá. - brincou ainda com um expressão leve no rosto. - E os lençóis eu já ia trocar hoje. - mentiu com o intuito de não preocupa-la ainda mais. Agora levou a sua mão de novo na dela, parando na sua frente - De verdade, não tem problema nenhum você ficar. - sorriu para ela e então suspirou - E agora eu não vou deixar você sair da minha casa para voltar para a cafeteria do hospital. - falou soltando ela e voltando a arrumar a cama com o conjunto de lençóis que comprou com ela. Manuela tinha um enfeito em Natan, não passava nem minutos com ela para sua mente ir para algum longe, onde eles só vivessem o agora e nada no passado. Como se por alguns segundos eles pudessem esquecer. Terminou de arrumar os lençóis e olhou para ela pensando o que poderiam fazer agora. Com a coberta e travesseiro debaixo do braço propôs- Eu vou abrir uma garrafa de vinho. Sei que você não vai dormir logo pensando em Otávio, então isso pode facilitar, tudo bem? - perguntou esperando a confirmação dela e levando o que tinha no braço e deixando na ponta do sofá. Foi na geladeira e cortou alguns pedaços de queijo e geleia, pois não lembrava a última vez que tinha comido. Levou a garrafa em uma mão já aberta e a bandeja de frios em outra deixando no centro da sala. Ele poderia ter dito que a razão para aquilo era facilitar o sono de Manu, mas ele na verdade estava querendo estender o que poderia ser daquela noite. 
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Dando-se por vencida - mais uma vez, ela cedeu e sorriu fraco, enquanto dava um passo para trás e deixava Natan fazer o que bem entendesse. Não sabia muito bem como dizer que o que queria era que eles não tivessem tantos empecilhos, e pudessem dividir uma só cama outra vez, mesmo que nela não acontecesse nada além de dormir. “Agora sim cê me comprou.” Brincou, fazendo menção à proposta do vinho. Enquanto ele ia até a cozinha, Manu ligava a televisão outra vez e colocava em uma playlist de música qualquer. A voz de Moreno Veloso ecoava no ambiente penumbrado, visto que apenas a luz da sala de jantar estava acesa. Pôs-se a sentar no chão, diante do centro e estendeu a taça para que seu ex pudesse enchê-la. Assim que brindaram, e ela reconheceu o gosto específico da uva, o encarou com as sobrancelhas franzidas. “Nossa, cê ainda tava com esse vinho guardado?” Disparou, em um tom descontraído, observando a safra da garrafa e notando que era a mesma que havia o presenteado meses atrás. Um pequeno sorriso se formou nos lábios rosados, agradecida por agora ter a confirmação de que ele não o bebera com outra pessoa. “Sabe Nat, to achando que quem precisa relaxar hoje é você, viu?” Brincou, enquanto colocava um pequeno pedaço de queijo na boca e ria de leve. “Teus ombros até tão meio projetados pra cima de tanta ansiedade.” Instintivamente, corrigiu a sua própria postura, ficando sentada como uma miss, lembrando dos ensinamentos de seus diversos professores de iôga ao longo dos anos. Uma das maiores preocupações de Manuella, fosse antes, durante ou depois do namoro, era a maneira como Natan raramente tirava tempo para si mesmo. “Cê devia viajar, ir prum spa, sei lá. Lá em Gramado tem um ótimo, hein? Posso te passar o nome.” Embora seu tom de voz fosse descontraído e seu semblante simpático, livres de julgamento ou imposição, Manu não poderia estar falando mais sério. “Já imaginou, cê a semana inteira sem poder se comunicar com a galera daqui, deitado numa poça de lama, recebendo infinitas massagens e tomando os vinhos que você guarda eternamente aqui? Tô te falando, ia voltar dez anos mais novo.” 
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manu-dantas · 4 years
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natanthesecondone​:
Já saia do portão principal do hospital sem jaleco apenas com sua blusa de botão azul claro e uma maleta na mão, se despedia dos colegas  que passava por si como todos os dias. Porém naquela noite era diferente. Natan sabia que por causa dele, encontraria Manuella em seu apartamento. Tentava repetir mentalmente que aquele tinha sido um convite inocente com o intuito de ajudar a amiga - ex namorada. Mas com ela tudo poderia se encaminhar para dois lugares diferentes. Pois ele sabia o que sentia por ela. Natan estava subindo no elevador agora do prédio e ele mesmo não tinha certeza de todas as suas intenções ao fazer aquele convite. Tinha medo que a dúvida que agora pairava sobre a sua mente, também estivesse na dela. Ele que acabou, que não aceitou, que ficou longe. O homem que tinha que aprender a viver agora sem ela. Abriu a porta destrancada entrando no apartamento e a vendo sentada no sofá de maneira natural mas extremamente linda como todas as vezes que ele colocava os olhos sobre ela, um sorriso bobo apareceu nos seus lábios. Ele só queria tê-la mais perto. Abaixou a cabeça tentando distanciar os pensamentos e trancou a porta. - É sim. Dr. Lisboa já estava lá e eu passei tudo para ele. Falei também sobre Otavio, não se preocupe. - certificou-se colocando a maleta sobre a mesa. Caminhou até ela mas ainda ficou de pé - Vou colocar uns lençóis novos na minha cama para você ficar mais confortável… - falou caminhando pelos corredores - … eu ainda tenho aquele conjunto azul que você me ajudou a comprar. - falou sem pensar e logo fez uma careta se recriminando antes de abrir o armário do corredor e pegar os mesmos. Começava a tirar os lençóis usados e substituir pelos novos mas parou - Quer dizer se você preferir, dormir no da Bi… -  falou e deu um sorriso de lado  - Não quero me gabar mas aqui é mais confortável e você precisa dormir bem, eu posso dormir no sofá de qualquer jeito. - 
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Instintivamente, assim que Natan começou a se movimentar pela casa, Manuella levantou e se pôs a segui-lo. Agradecia aos céus por seu ex namorado estar lhe dando as costas, já que, caso pudesse ver a reação expressa em seu rosto após informá-la sobre o conjunto de lençóis, certamente pensaria que ela estava desenvolvendo algum tipo de ilusão. O que não era verdade. Bom, pelo menos não até certo ponto. Embora eu âmago egocêntrico ficasse feliz ao saber que Natan jamais conseguiria deitar naquela cama com outro alguém e não lembrar da presença constante dela, tinha consciência de que aquele namoro havia sido terminado meses antes, e que seu ex estava seguindo em frente com a tal Maria Flor. “Qué isso, imagina.” Negou, já puxando o braço dele para impedi-lo de continuar com aquela ideia. “Não precisa trocar nada não.” Sorriu fraco, puxando a mão para longe dele outra vez, como se merecesse uma repreensão cada vez que o tocasse. A verdade é que Manuella não queria que ele mexesse em nada e não queria ir para outro quarto. Daria tudo para envolver seu corpo nos lençóis que cheiravam ao perfume favorito da Natan, e repousar sua cabeça no travesseiro que exalava a essência do shampoo característico. “Olha...” Ergueu uma das mãos e coçou a cabeça. “Eu entendo que essa situação toda é bem esquisita, e que talvez você não devesse ter me feito esse convite, e eu não devesse ter aceitado.” Brincou, arqueando uma das sobrancelhas e esboçando um sorriso fraco. “Mas não quero que você mude nada na sua rotina pra se adaptar à essa recepção. Eu sei que a Bianca não gosta quando dormem na cama dela, sei que você só tem tempo pra levar os lençóis de cama na lavanderia a cada quinze dias e sei também que, com 1,85m, dormindo no sofá, você vai passar o dia tomando analgésico pra disfarçar a dor na coluna e não ser mandado pra casa.” Pontuou, agora tirando os lençóis limpos das mãos dele e os colocando de volta na prateleira. “Talvez seja melhor eu ir pra casa mesmo.” Concluiu, abaixando o olhar e esperando que seu tom de voz decepcionado não fosse perceptível. Queria mesmo ficar ali, conversar com Natan sobre a vida, saber o que ele havia aprendido a gostar e o que descobrira que não gostava mais. Queria reconhecê-lo, mas não às custas de sua comodidade. 
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manu-dantas · 4 years
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natanthesecondone​:
- É.- falou, não podendo conter ainda o leve dar de ombros quando era falado sobre o relacionamento de sua irmã com seu melhor amigo. Continuava tentando entender, mas suas opiniões fortes sobre como tudo aquilo começou o perseguiam. Por mais que insistisse que ficaria bem com Bianca estando feliz. A chave agora parava na mesa entre eles dois. Uma chave. Pensar que uma chave poderia relembrar a memória de acontecimentos passados entre eles. Não era esse o intuito. Mesmo com a briga, com o término e distanciamento, Natan nunca negaria a preocupação, o carinho e o vinculo que ele sempre possuiria com Manuella. E era diferente. Diferente, pois, não era igual ao que sentia a meses atrás, como também estava longe de ser o que sentia pelas suas ex namoradas no geral. Era algo a mais. Com Manu sempre era algo a mais para ele. Um sorriso natural que reagia com a pergunta da loira com sua proposta pareceu nos seus lábios. - Tenho sim. - confirmou antes de vim a próxima pergunta, então voltou a sua expressão natural - Meu plantão de hoje estava para terminar quando Otávio chegou. - falou assentindo com a cabeça mais logo completando - Se você tiver falando pelo fato… - se interrompeu - A Bianca não tá dormindo lá em casa provavelmente está com o Alexandre, mas qualquer coisa eu durmo no sofá.- explicou se inclinando um pouco para frente - Não vai ter problema e não é abuso. E aposto que minha cama é bem mais confortável que o banco daqui ou que um chão de um palco em Porto. - sentiu uma leve liberdade de brincar mas abriu um sorriso um tanto envergonhado no final. Esticou a mão empurrando a chave para ela - Vamos fazer assim, você pega a chave e depois que você terminar de comer você vai para lá. Os porteiros já te conhecem. - agora se afastava levantando da cadeira - Eu vou falar com Dr. Lisboa, passar o relatos dos pacientes internados já que ele vai ser o responsável do plantão agora. E eu falo de Otávio. Vou pedir para  se acontecer qualquer anomalia, ele pedir para a enfermeira me informar e ai eu venho com você. - falava agora em pé para ela - Aposto que comigo você vai ter informação mais rápida do que deitada aqui. - sorriu de lado para ela. - Pode ser assim? - perguntou esperando ela assentir para iniciar a fazer todos os passos que tinha acabado de informa-la. 
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Àquela altura haviam conversado sobre tudo, menos sobre eles dois. Famílias, trabalhos, amigos, viagens, passado e presente. No entanto, era a proposta do futuro que Manuella ainda não conseguia desvendar. Acreditava conhecer Natan como a palma da sua mão e ainda assim era incapaz de entender o que ele queria dizer com o convite. Algo parecia pairar no ar, mas ela continuava a repetir para si mesma que ali não existia nada além de um gesto de compaixão comum à Natan. Sempre colocar o bem estar do outros à frente do seu era corriqueiro, e qualquer faísca que fosse possível detectar provavelmente seria só mais uma de suas ilusões acerca do namoro. Observando Natan com suas orbes azuis levemente arregalas, em plena concentração, Manuella não mexia um músculo, enquanto comprava a ideia sem pestanejar. Não pensava mais na quantidade de coisas que haviam dado errado, e muito menos nos desfechos negativos que aquela noite podia lhe arrecadar. Só pensava no sorriso doce, no cheiro do cabelo recém lavado e no peito nu que conseguia ver através da camisa agora que Natan estava inclinado em sua direção. E, principalmente, no convite para reabitar a sua cama. “Tudo bem, então.” Respondeu, sem pestanejar. “Já que cê tá insistindo.” Brincou, piscando um dos olhos e agarrando a chave com a mão vazia. A colocou dentro de sua bolsa de marca e então observou Natan ir embora com o rosto apoiado sobre o punho cerrado. Terminou o sanduiche às pressas e então tratou de fazer o caminho tão conhecido. Era anormal a sensação de ter adentrado uma bolha. Ao passo que se livrava das longas botas de cano alto e do casaco felpudo, Manu percebia que havia deixado todos os seus problemas no hospital. Sabia que estava se enganando e permitindo que seu lado egoísta aflorasse mais uma vez, mas ao sentar no mesmo lugar de sempre no sofá, com os cabelos loiros caindo em cascata pelas costas e usando apenas um vestido branco justo, tinha a sensação de haver se transportado para um passado feliz. Passado este, que a fez sorrir ainda mais quando escutou Natan abrir a porta. Ela rapidamente desligou a tela do celular e virou todo o corpo na sua direção. “Cê não demorou. Espero que isso seja um bom sinal.” 
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manu-dantas · 4 years
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natanthesecondone​:
Sentado agora a frente dela, Natan voltava meses atrás quando era normal para ele tirar a mecha de cabelo loiro da frente dos olhos azuis dela, ou tocar com seus dedos a bochecha rosada antes de depositar um beijo em seus lábios, ou simplesmente acariciar sua mão sobre a mesa enquanto conversavam sobre qualquer assunto. Tinha saudade ao pensar em tudo aquilo que era tão rotineiro para eles e já fazia sem pensar e que agora não se permitia fazer. - Isso é ótimo. - falou mas sem muito entusiasmo na voz, Manu não era de acumular projetos então só em ela fazer isso o deixava um pouco preocupado. - Entendo. Eu não estou saindo muito com o pessoal também. Passei um tempo no Rio, por causa de um curso que eu consegui, e agora eu tô viajando quase todo o fim de semana para lá quando não tenho plantão aqui. - falou com naturalidade dando um gole do seu café, fez uma leve careta não sabendo ao certo se era devido ao assunto que ela trazia agora ou o amargo do café - Não posso dizer que eu soube da melhor forma, mas eu tô tentando me acostumar. - falou olhando para ela tentando mostrar sinceridade, e sorriu ao sentir o toque dela em sua mão, depois continuou a falar quando ela se afastou. - Afinal eu não tenho nada a ver com a vida deles, né? Com a conversa que tivemos acho que eu tenho que aprender a ficar mais na minha. - falou forçando um riso no final como se aquilo fosse uma brincadeira, mas logo voltou a expressão normal um pouco desconfortável.  - Sim, sim. Ela mandou eu agradecer, eu que esqueci, me desculpa. Ajudou bastante. - respondeu, passando a mão na nuca ao perceber o erro que tinha cometido de não falar com ela - Ela pergunta muito sobre você. - soltou sem pensar nas consequências. - Digo, ela gosta muito de você. Já me disse algumas vezes que quando viesse para São Paulo ia mandar uma mensagem para te ver, ela tinha pedido para eu te dizer para ficar em alerta. - forçou um sorriso ao final, tentando demonstrar naturalidade. Então bebeu mais alguns goles do café, pensando um pouco antes de falar - Manu, eu só queria confirmar de novo para você que não é culpa sua o que aconteceu com Otávio. Toda irmã tem direito a dar quanto quiser de sorvete para o irmão mais novo, principalmente quando ela não sabe da intolerância dele. - falou em um tom reconfortante e um sorriso sincero nos lábios. - Eu vim atrás de você, por que eu te conheço, você vai querer passar a noite perto do Otávio. - começou seu raciocino - Mas o quarto só é liberado para duas pessoas dormirem por noite com o paciente. - a avisou tirando então as chaves do seu bolso - Se você quiser, para você não dormir na cafeteira que eu sei que você é capaz de fazer… - falou em um tom descontraído  - Você pode ficar lá em casa, não dá nem três minutos de distância, se acontecer uma emergência. - falou deixando a chave na mesa - O que não vai acontecer. - 
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“Sério?” Tentou ao máximo fazer parecer que aquela notícia era uma novidade, mas a verdade é que estava tão consciente das viagens de Natan para o Rio, que não conseguia pensar em outra coisa. Pelo menos, não desde que vira o fatídico story com a tal Maria Flor. Seu egoísmo não era surpresa para ninguém, mas Manuella suplicava que Natan não estivesse conseguindo seguir em frente com essa tal garota. Pedia aos céus que fosse apenas um casinho qualquer, utilizado como forma de sanar a sua ausência. Não estava pronta para deixa-lo ir, e sabia que vê-lo sorrir diante do carinho de outra pessoa seria insuportável. Sem que percebesse, acabou se deixando divagar em meio à aflição, e quando recobrou sua consciência, os olhos estavam levemente marejados, e Natan contava sobre a descoberta do relacionamento de Bianca e Alexandre. Caso estivesse numa situação confortável, com certeza imploraria por todos os detalhes daquela fofoca, mas ali, no hospital, com seu irmão internado, e sendo obrigada a confrontar todos os sentimentos reprimidos por seu ex ao longo dos últimos meses, ela não estava tão interessada em saber do amor avassalador e aparentemente perfeito de seus amigos. “O que importa é que eles estão felizes.” Respondeu, de qualquer jeito, com um breve curvar de lábios. Saber que Mariana ainda gostava da sua companhia foi um alívio inesperado. Entendia agora o que Natan deveria sentir diante dos insistentes convites de seu pai para ver jogos de futebol. Era confortante ter a confirmação de que o carinho só havia acabado para uma pessoa, e não para todos ao redor dela. “Que bom.” Respondeu, dessa vez sorrindo honestamente. “Eu também gosto muito dela, e sinto falta das nossas saídas.” O dizia de coração. A mãe dos gêmeos tinha alguns gostos em comum com os seus, então sair com ela para fazer compras, ou até mesmo um simples almoço, era como recobrar o relacionamento de mãe e filha do qual fora depravada em uma idade muito jovem. De qualquer forma, provavelmente inventaria uma desculpa para não sair com Mariana, caso visitasse São Paulo num futuro próximo. Acreditava que uma reunião desse tipo não beneficiaria ninguém. Manu estava no meio de uma mordida quando Natan voltou a falar, então ela ergueu as orbes azuis, arregaladas, como quem tem uma surpresa, e botou o sanduíche de volta ao prato. Escutava-o atentamente, dando razão à sua previsão. Por carregar a culpa do que acontecera com seu irmão, seria capaz de invadir o quarto vizinho só para não precisar ficar longe do pequeno. Mas foi quando a proposta de dormir no apartamento dele veio, que a loira engasgou com o pedaço de comida em sua boca. Engoli-lo diante de uma proposta como aquela, fez com que ela tossisse algumas vezes. Seria aquele mais um de seus delírios? “Você... Tem certeza?” Perguntou, tentando colocar a sua sanidade mental à prova. “Hoje não é dia de plantão?” Só então percebeu a conotação que aquela pergunta poderia ter. “Quer dizer, eu não quero te incomodar. Não tenho problema em dormir aqui. Já cheguei a dormir no chão do palco numa festa em Porto Seguro... A princesinha desce do salto total na hora da necessidade.” Riu. “Enfim, não é tua obrigação cuidar de mim, e acho que já tô abusando da tua boa vontade aqui.” Por mais que negasse o convite, era visível a mudança em seu comportamento. Finalmente estava sorrindo outra vez e seu porte físico já era mais aberto, como se tivesse deixado todos os seus problemas para trás diante daquela singela proposta. Negava com a fala, mas seus olhos gritavam que sim. 
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manu-dantas · 4 years
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natanthesecondone​:
Talvez não deveria ter ido atrás dela. Não era mais seu papel. Poderia fingir que foi pois ainda ocupava o lugar de amigo. Mas não seria coerente, fazia muito tempo que eles tinham conversado, ou trocado mensagens, ou até se visto. Era estranho focar no que eles são um para o outro agora, talvez não difícil, mas doloroso. Por isso Natan não queria focar nisso, e apenas se concentrava no que eles já foram um para o outro - ou de certa forma ainda são. Sabia que provavelmente não deveria, mas foi atrás dela. Pois ele a conhecia, Natan imaginava como Manuella se sentia agora, e esse conhecimento sobre ela não pode ser destruído tão fácil com o passar de dias ou meses, ele apenas continua a existir. Foi a preocupação com ela que o fez Nat parar as portas do elevador e ir tentar ficar um pouco com Manu, tentar de alguma forma fazer com ela não se sentisse mal pelo que aconteceu. Entrou no elevador quando ouviu a resposta positiva, então sorriu ficando ao seu lado calado e nervoso pelos poucos segundo que passaram sozinhos. Permanecia com os olhos em direção das portas, só tendo forças de levantar o olhar quando ouviu a voz dela novamente. Natan suspirou com um riso envergonhado passando a mão sobre a barba - Você me conhece, não tem muitas razões para eu sair daqui… principalmente agora.- falou tentando naturalidade, mas logo completou - por causa da época do ano… - falou inventando alguma desculpa. Então sentindo o elevador parar e abrir as portas no andar da cafeteria, o fazendo estender a mão para que Manuella passasse primeiro. Logo sentaram em uma das mesas da cafeteria, onde Natan pediu o de sempre e esperou ela pedir  o dela - E você? Como estão as coisas…? - perguntou sem saber ao certo como começar qualquer conversa ali. 
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Um curto, e quase imperceptível, curvar de lábios, se formou no rosto de Manu ao ouvir a resposta de Natan. Não acreditava que ele pudesse mudar ao ponto de ficar irreconhecível em meses, mas também não acreditara que ele tivesse coragem de abrir mão do relacionamento por algo que sequer lhe dizia respeito. Queria, a todo custo, acreditar que o homem à sua frente era o mesmo por quem se apaixonara; O mesmo que gostava do cafuné feito por suas unhas longas, e falava com voz de bebê com seu cachorro. As chances daquele Natan ainda estar ali eram enormes, mas nada afastava da sua cabeça a lembrança da pequena probabilidade que ele não fosse mais o mesmo. “Entendi...” Mentiu. Não estavam em surto de nenhuma doença, tampouco um feriado muito disputado, no entanto, como a resposta era exatamente o queria ouvir, nada mais lhe importava. Típico. Seguiu a deixa dele e desfilou elevador afora. Uma vez sentada na mesa, com seu sanduíche natural e café expresso devidamente registrados, fixou o olhar em Natan. “Bem.” Mentiu de novo. “Fiquei com uns projetos acumulados mas já tô quase colocando tudo em dia outra vez.” Esperava que aquilo parecesse um grande feito profissional e não o verdadeiro fracasso de ter deixado trabalhos pendentes por meses. “...Por isso não tenho saído muito com o pessoal ou aparecido nos grupos.” Meneou a cabeça em concordância, como se tentasse convencer até a si mesma da mentira. “Mas... Eu vi o post da Bianca e do Alexandre.” Admitiu, fitando-o com um semblante penoso. Imaginava o quão triste poderia ter sido para Natan ficar sabendo do relacionamento. “Espero que você esteja bem com isso tudo, de verdade.” Inconscientemente, repousou a sua mão sobre a dele, acariciando-a. Não se importava com a dor de mais ninguém além da de Natan. Quando percebeu o que fazia, retraiu a mesma. “Cê pode trazer adoçante, por favor? ‘Brigada.” Pediu, assim que o garçom colocou os pedidos sobre a mesa. “Seus pais conseguiram resolver aquele problema do seguro do carro? Eu passei o telefone da minha seguradora pra Miranda, mas ela não me falou se deu certo.” Sabia bem que o que fazia agora era um forte masoquismo, mas não conseguia pensar em nenhum assunto atual para conversar com ex. Pelo menos não um que não revelasse toda a sua farsa de aproveitar bem a vida pós término. Reviver memórias do passado era tudo que havia feito nos últimos meses, e nada mudava agora.
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manu-dantas · 4 years
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natanthesecondone‌:
Fazia tudo que era necessário para Otávio, dando as instruções para as enfermeiras de plantão assim como conversava com ele tentando o distrair da dor enquanto Manuella estava agora no celular falando com seu pai. A cada palavra que ele ouvia saindo da boca dela ele imaginava a resposta do pai, afinal Natan conhecia bem aquela família, além de ter um carinho por eles. Virou o rosto para ela quando a palavra foi dirigida para si naquele momento, lhe doía vê-la triste daquela forma, não tinha sido culpa dela, ela não sabia da intolerância do irmão e também Natan tinha o maior conhecimento que Otávio era a pessoa que mais Manu iria querer proteger na vida. - Manu, ele vai ficar bem. A dor já deve passar em alguns minutos. - falou para ela com um tom calmo, tentando demonstrar certeza em suas palavras. Não demorou muito tempo para Paulo e Mariana, os pais de Otávio aparecerem no quarto, fazendo Natan levantar rápido da cadeira que estava sentado a alguns minutos enquanto não chegava pacientes novos. Cumprimentou o ex sogro com um aperto de mão e um sorriso simpático nos lábios. - Faz tempo mesmo Paulo. - sorriu meio envergonhado olhando rapidamente para Manu e depois voltando a olhar para ele - Não se preocupe, é o mínimo que eu poderia fazer. O Otávio é um garoto especial. - sorriu olhando para o menino dormindo. Natan riu mexendo no cabelo da nuca um pouco desconfortável com o convite - FlaFlu é difícil perder, mas essa semana eu estou com plantão no Domingo. - falou dando uma desculpa ao ouvir a fala de Manu. Mas logo a viu saindo do quarto - Paulo, vou deixar vocês com o Otávio, essa é enfermeira Dulce, ela é responsável por ele, mas qualquer dúvida ou preocupação pode pedir para me chamar que eu apareço ok? - sorriu se despedindo rápido deles e saindo do quarto. Caminhou pelos corredores, até chegar no elevador e colocar a mão na porta para não fechar, vendo então ela sozinha nele. Natan sorriu e entrou na caixa metálica - Eu posso te acompanhar nesse café? Acho que também estou precisando. - perguntou esperançoso para ela consentir. 
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Sozinha, Manuella caminhou até o elevador. Batia o pé no chão, ansiosa, dominada por uma dose surreal de adrenalina que combinava o susto passado com seu irmão ao turbilhão de emoções que envolvia reencontrar seu ex. Não conseguia ter foco para olhar o celular, ou conversar com alguém, então deu graças a Deus pela ausência de pessoas no corredor, e no elevador assim que ele abriu. Se arrastou para dentro da caixa metálica enquanto fitava o chão, e apertou o botão do andar correspondente à lanchonete. Tampouco deslizou o dedo para baixo. Permaneceu ali, com as orbes azuis focadas na unha bem tratada e no quadrado azul que iluminava o botão, indicando que já havia sido pressionado. Será que Natan realmente teria um plantão no domingo ou inventara uma desculpa qualquer para não ter de encontrar com ninguém da sua família outra vez? Sua chegada com Otávio de alguma forma o fizera recordar de como havia desistido da vida do seu próprio bebê anos atrás? E se ele est... Ergueu a cabeça assustada ao ouvir o barulho que informava que as portas do elevador não conseguiam fechar. Engoliu em seco com o convite. Em seguida, franziu o cenho, e sorriu. “Claro.” As portas finalmente se fecharam e, lado a lado com seu ex, Manu entrou em um transe completamente diferente. Não conseguia olhar para qualquer coisa que não ele, então virou o rosto e encarou o perfil familiar. Notou que um pequeno sinal havia nascido em sua bochecha e então deixou os ombros caírem, triste com a conotação do pensamento. Notara algo tão mínimo com facilidade. “E ai... Cê tem trabalhado muito? Tipo, mais do que o normal.” Deixou uma risada fraca lhe escapar, na tentativa de descobrir se Natan estivera tão mal quanto ela no tempo que se passou. Enquanto o fizera, virou o corpo todo na direção dele, e encostou na barra de apoio.
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manu-dantas · 4 years
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natanthesecondone‌:
Estavam sozinhos em uma sala. Não. Não sozinhos. Otávio estava ali. Natan sabia que se fosse em qualquer outra situação estar na presença dela novamente tomaria toda sua atenção. Mas agora, por causa dela, era o menino sobre a maca chorando que tinha toda a sua. Natan já tinha conhecido o meio-irmão de Manu, já tinha brincado com ele, mas ele também tinha o conhecimento de que crianças muitas vezes não memorizavam as pessoas que conviviam, se não fosse já cotidianas em sua vida. Por isso ele resolveu se reapresentar para deixar o garoto mais calmo caso não se lembrasse dele. Examinava agora os ouvidos de Otávio com o otoscópio, para saber se ali poderia ser outra fonte de dor. Até sua sobrancelha arquear olhando de volta para Manu quando ouviu a fala dela  - O sorvete não. Mas a quantidade, acho que não é a comum que o Paulo deve dar para ele. - falou em um tom normal, até mais informal. Conhecia Manuella, e principalmente a conhecia com Otávio, sabia que ela sempre o daria tudo que pedisse. - Creio que ele deve ter algum tipo de alergia, talvez alguma intolerância a lactose do sorvete, está sendo algo muito comum ultimamente. Pois definitivamente a dor que ele está sentindo vêm do inchaço de sua barriga. - Natan falava olhando diretamente para Manu, enquanto segurava as costas do garoto com a intenção de acalma-lo - Eu vou interna-lo por observação durante a noite, faremos alguns exames, mas já vou pedir para a enfermeira colocar um remédio no soro dele para aliviar a dor. - falava mas continuava a ver a preocupação nos olhos de Manu então  se aproximou dela colocando uma mão sobre a mão que ela alisava o irmão - Não é culpa sua, não tinha como você saber. Ele vai ficar bem, Manu. - falou a olhando por alguns segundos, mas percebendo que poderia ter feito algo errado então puxou sua mão tirando de cima da dela. 
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“Internar?!” Parecia ter sido aquela a única palavra absorvida diante de todo o discurso feito. A parte racional de seu cérebro escutava Natan informar que seu irmão não corria perigo e que a noite no hospital era apenas uma precaução, mas a parte emocional escolhia ignorar tudo isso e focar na sua irresponsabilidade. O fato de saber que fez errado e que seu pai provavelmente nunca confiaria nela para ficar com Otávio outra vez já era suficientemente torturante, mas o choro ininterrupto dele escalava tudo à um nível muito pior. Quando sentiu o toque da pele de Natan sobre a sua, Manuella não conseguiu evitar o sorriso fraco que surgiu em meio as lágrimas. Sentia falta dos dedos longos dele entrelaçados aos seus. Sentia falta do cheiro, do gosto, do olhar... Ele retirou a mão e logo as lembranças do último mês de março voltaram à sua memória. O sorriso se desfez e ela também moveu o corpo para longe de seu irmão, permitindo que a maca fosse levada para a ala em que ele iria dormir. Ignorando o último contato com seu ex, Manu deixou que ele e as enfermeiras organizassem tudo enquanto ela se distanciava um pouco e ligava para o seu pai. Sentia seu coração bater acelerado e a boca ficar seca. Nunca vivera com tranquilidade os momentos em que sabia que iria decepcioná-lo. “Pai? Oi... Então, eu tô aqui no hospital com o Otávio porq... Calma, pai! A gente tomou muito sorvete e... Sim, eu soube agora... Ué, porque ninguém me avisou! Enfim, o Natan falou que ele vai precisar passar a noite em observação. Não precisa vir, vou ficar aqui com ele, mas achei bom avisar... Ta. Desculpa. Xau.” E com os olhos embargados voltou a encarar seu ex. “Eles tão vindo passar a noite aqui.” A voz saía fraca, envergonhada. Cerca de meia hora depois, Paulo e Mariana irromperam pelas portas da ala pediátrica. Seu irmão já dormia e talvez só por isso ela houvesse sido poupada do sermão que sabia vir no dia seguinte. “Fala, Natan! Quanto tempo, rapaz! Obrigada por cuidar do pequeno, viu?” Com um sorriso largo que expressava todo o seu favoritismo, Paulo parecia até um pouco agradecido pelo erro de sua filha. “A gente só fica aqui em São Paulo até terça-feira, mas se você quiser podemos marcar de assistir o jogo do FlaFlu no domingo. Já sei que o João Pedro vai preferir jogar videogame com os amigos daqui então tô sem companhia.” Brincou. “Pai...” Manuella interveio, repreendo-o por tornar aquele reencontro ainda mais torturante. “Tá tudo bem, filha. Pode ir pra casa dormir. A gente te dá notícias do Otávio depois.” Um suspiro alto, acompanhado de um revirar de olhos foi o que Manuella ofereceu como resposta, antes de falar “Vou tomar um café lá embaixo.” e começar a se afastar, sentindo-se escanteada.
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manu-dantas · 4 years
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natanthesecondone‌:
Não fazia nem uma semana que tinha voltado a sua rotina em São Paulo, o mês e meio que tinha passado na cidade maravilhosa fez Natan refletir muito sobre tudo que tinha acontecido no seu ano. Ter consciência de todos os fatos que acontecia em sua vida e ser capaz de melhora-los ou adapta-los para a felicidade das pessoas ao seu redor sempre foi algo que Natan queria ter. Entretanto, saber que isso não era 100% possível para ele foi o que afetou e desencadeou todos os problemas, e consequentemente brigas e distanciamentos das pessoas que eram importante para ele. Natan ainda tinha muito que pensar, suas opiniões ainda pareciam forte sobre tudo que aconteceu, mas talvez o problema tenha sido a forma que reagiu. Não sabia ao certo o que deveria fazer- o que o deixava louco, pela incerteza- por isso ainda permanecia muitas vezes isolado no hospital fazendo horas extras ou passando o tempo com pessoas que não estavam no núcleo de tudo que aconteceu nos últimos meses. Tinha acabado de sair de uma cirurgia de um garoto que teve uma crise de apendicite com um cirurgião geral que sempre fez questão de implicar com ele, fazendo várias perguntas -as mais bobas que tivessem-  Natan estava fatigado mentalmente quando saiu da sala de operação. Foi para o quarto se limpar rápido e saiu olhando o relógio mostrando que ainda era meio da noite, vestiu o jaleco e colocou o estetoscópio no pescoço. “Dr. Santana. Dr.” sua atenção foi para a enfermeira Pâmela que apareceu com o passo rápido no corredor. - Boa noite, Pâmela! Aconteceu alg…-  foi interrompido logo por ela “Manuella está aqui. Ela está chamando por você, e está preocupada.” As enfermeiras conheciam Manu das visitas quando eles estavam namorando, e provavelmente perceberam o fim do relacionamento quando ela parou de aparecer e Natan começou a passar ainda mais tempo no hospital. -Manu? Aqui? Onde? -  não precisou Pâmela falar mais nada e Natan já estava caminhando em passos largos em direção por onde a enfermeira tinha vindo. Não demorou muito para ela aparecer no seu campo de visão e ele travou um pouco, fazia algum tempo que não a via pessoalmente, só por fotos em redes sociais, ela continuava linda como sempre, mas a expressão que tinha em seu rosto o preocupou. - Manu, o que você está fazendo aqui? Aconteceu alguma coisa?- as perguntas vieram com um tom nítido de preocupação, e seu olhar foi para o garoto - que Natan já reconhecia - quando ela começou a falar. - Calma, não se preocupe, eu vou ajudar. - falou olhando diretamente nos olhos dela a reconfortando. Direcionando eles para o caminho de uma sala separada. Natan indicou para Manu coloca-lo em uma cama, enquanto ele começo a examinar o garoto - Olá Otávio, eu sou Natan. Eu sei que você está com dor mas eu só vou lhe examinar bem rapidinho, para eu fazer ela passar logo, tudo bem?- falou calmo olhando para ele com um sorriso sereno no rosto para começar a examina-lo - Manu, eu vou fazer alguns exames. Você pode me dizer o que ele comeu de diferente? - perguntou após perceber que a criança chorava mais quando tocava em sua barriga. 
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Embora ainda guardasse muita mágoa e ressentimento pelas memórias das discussões vividas com Natan a respeito de seu aborto, era preciso admitir que uma onda de alívio lhe percorreu a espinha assim que avistou seu ex namorado. Os lábios se contorceram no que era quase um sorriso. Havia o encontrado pessoalmente apenas uma vez desde o término, meses atrás, no evento beneficente do hospital. Ele parecia ter superado o rompimento, posto que sua barba estava feita outra vez e seus cabelos voltaram ao corte original. Já ela, embora sempre permanecesse impecável por fora, continuava triste por dentro, temendo nunca ser capaz de superar seus sentimentos pelo homem. Caso o incidente com Otávio tivesse acontecido enquanto estavam namorando provavelmente sequer seria necessária a ida ao hospital, visto que Natan não apenas saberia o que fazer depois do incidente, como seria capaz de previní-lo, ao passo que Manuella só conseguia chorar de desespero junto ao seu irmãozinho. Obedeceu as ordens dadas, logo levando o dedão à boca e mordendo a carne deste, como sempre fazia quando estava nervosa. Escutava atentamente a fala de Natan para Otávio. Por um breve momento ponderou o por quê de estar se apresentando outra vez, como se a criança já não o conhecesse, mas logo lembrou que seu irmão não visitava o Brasil há um ano e as dores estomacais eram tão fortes que a possibilidade de não reconhecer seu ex era completamente plausível. Assim que a palavra lhe foi dirigida, Manu meneou a cabeça em concordância. “Não sei se isso é ‘diferente’, mas a gente tava vendo filme e ele me pediu pra tomar sorvete. Acho que umas duas, talvez três canecas.” Com a mão livre, ela fazia carinho na perna do pequeno. Sentiu os dedinhos se agarrando à sua mão, sem que o choro cessasse. Ela então se agachou diante da maca, apoiando a cabeça na mesma, pensando em como explicaria a sua falta de responsabilidade para o pai. 
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manu-dantas · 4 years
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Aprender a deixar de lado seu egocentrismo e aceitar dividir a figura mais importante de sua vida com outro ser humano parecia ser um dos maiores desafios enfrentados por Manuella até então. Embora a relação com o mais novo irmão tivesse começado de maneira conturbada, e atualmente eles sequer morassem na mesma cidade, Otávio conseguira conquistar todo o espaço disponível em seu coração, e hoje, Manu não apenas pensava no sorriso do pequeno todos os dias, como também se divertia cumprindo a função de irmã. Ou pelo menos o que ela acreditava ser tal função. De brinquedos à roupas, Manu repetia o comportamento de Paulo Dantas, e não media o menor dos esforços para ver o brilho nos olhos de Otávio ao ganhar um novo mimo. Observá-lo crescer através da tela de um IPhone era tarefa fácil. O que ela não contava, era que realmente se fazer presente na vida de uma criança podia ser mais trabalhoso do que imaginara. Na última semana, seu pai e toda a família havia voltado de Nova Iorque para visitar uma tia-avó doente de Mariana e matar as saudades da vida paulistana. Como resultado dessa abstinência, João Pedro saíra com os amigos, enquanto Paulo e Mariana conheciam o Seen, mais novo restaurante da alta sociedade, deixando Manuella incumbida da função de babá. Apesar de doce e carinhoso, seu irmãozinho lembrava um pouco da sua própria conduta quando criança, posto que, por ter tudo como e quando queria, agora esperneava pedindo para comer sorvete de chocolate no jantar. Cansada de escutá-lo gritar sem saber como exercer autoridade, Manu cedeu. Cerca de meia hora depois, se arrependeu da sua fraqueza. Otávio agora esperneava por um motivo diferente. Seus gritos desesperados e choro alto eram provenientes de uma forte dor na barriga. Aflita por não ter coragem de ligar para seu pai, e se sentindo completamente desamparada, ela pegou a criança no colo e correu para o único lugar que era garantida ajuda imediata. Sabia que naquela noite Giovanna estava trabalhando num evento da Avon, e Alexandre não dava plantão nos finais de semana para ficar com seus filhos. A única pessoa conhecida capaz de sorrir naquele hospital até numa sexta-feira à noite era ele. “Boa noite Pâmela, cê pode chamar o Natan, por favor? Avisa que sou eu.” Solicitou à enfermeira, enquanto balançava seu irmãozinho nos braços, pedindo com a voz suave em inglês que ele parasse de chorar. Assim que seu ex namorado chegou, ela correu na direção dele. “E-Eu não sei o que fiz pra ele ficar assim. A gente só jantou e de repente... Eu não queria vir aqui, Natan, mas meu pai confiou em mim... Cê precisa me ajudar.” Pedia, com as orbes azuis emaranhadas e a voz embargada, prestes a chorar junto à criança em seu colo. 
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manu-dantas · 4 years
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eu posso ir ali no doutor dar um carão para mostra como ele tá sendo idiota?
não só pode como deve
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manu-dantas · 4 years
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me disseram que natan ainda pensa em você de noite, e tu?
lembrei daquela música do big time rush:
all day, everyday... 24/7
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manu-dantas · 4 years
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que troca é essa que você fez manuella? hmm sei não
eu não fiz troca nenhuma
na verdade, fui trocada por um jardim carioca, acredita?
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manu-dantas · 4 years
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oi minha princesa só passando pra dizer que te amo vamo sair pra baladinha
caralho, meu sonho se realizou
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manu-dantas · 4 years
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tem mais ciumes de natan ou giovanna?
não cabe mais a mim ter ciúmes do natan ou não :)
mas se alguém encostar na giovanna eu mato :))
e sim, eu me refiro a você, letícia :)))
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manu-dantas · 4 years
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se vc estivesse a beira da morte e tivesse que escolher uma pessoa pra te salvar, escolheria natan ou cadu?
rapaz, difícil
se pra me salvar precisar de força, nenhum dos dois tem muita
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manu-dantas · 4 years
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primeiramente boa noite segundamente COMO ASSIM VOCE DEU PARA CARLINHOS
as vezes o ser humano faz coisas sem pensar direito
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manu-dantas · 4 years
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cadu-belt‌:
Não se faria de santo mentindo ao dizer que nunca tinha imaginado, criado e fantasiado as inúmeras coisas que poderia fazer com Manuella, nenhuma peça de roupa e uma cama; um sofá, uma bancada de cozinha; ou mesmo a imensidão da areia da praia. Foi uma transição nada fácil para ele reconhecer o que sentia por alguém tão importante em sua vida. Reconhecer o verdadeiro significado da paixão. Entender os clichês dos filmes. E pior ainda, se ver fazendo exatamente tudo aquilo que sempre criticou. Os presentes ocasionais, a forma que seus olhos brilhavam quando a encontrava, o desejo súbito de encaixar suas mãos com as dela; Cadu vivia uma comédia romântica que tanto odiava. 
Completamente livre das suas roupas, tudo aquilo começava a se tonar real. Real até demais para conseguir raciocinar o que acontecia. Os músculos definidos do abdômen se contorciam em tensão ao ter as mãos de Manuella passeando com habilidade. As suas, firmes como o volume que crescia gradativamente em sua cueca, tateavam as curvas da loira como um cego, decifrando cada detalhe, precisando daquilo, ansiando para ter a certeza do real, do que era concreto, e não apenas um delírio de sua mente louca. Queria gritar, mas a beijava com a mesma intensidade que o som se fazia preso no fundo de sua garganta. Feroz, com sede por aquele corpo, mas sem esquecer o processo já decorado e a necessidade que tinha de dar prazer. O orgulho característico e indispensável da personalidade de Carlos Eduardo fazia seu ego crescer sempre que ouvia seu nome ser gritado no timbre feminino. A luxúria escorrendo pelos lábios da escolhida da noite, ecoando em seus ouvidos, essa sim era sua vitória. 
E nada menos que isso pretendia com Manuella, cada vez que sua boca descia para o pescoço dela; seus dedos enlaçavam e puxavam os fios loiros, escutando o arfar em direção aos céus por entre os lábios entreabertos. Esse era o seu prazer. Essa era a sua vitória. O fecho do sutiã deslizou com facilidade e ele comemorou com um baixo gemido quando a peça atingiu o chão de seu quarto. Os dedos deslizaram pelos braços dela até que suas mãos estivessem unidas, e Cadu se afastou um pouco, caminhando de costas até a cama enquanto apreciava a imagem perfeita dos seios de Manuella destacados pela fraca luz amarela de seu quarto. A visão dela caminhando ao seu guiar, a luxúria presente naquela troca de olhares. A cena acontecia com a lerdeza de quem via tudo em câmera lenta agora. E sem perceber, Cadu prendia a respiração e sentia seu corpo inteiro queimar. Era diferente de qualquer coisa que já havia sentido. Em um ato já tão conhecido por ele, o sexo, o prazer; porque sentia o frio na barriga de algo inexplorado? 
Sem tempo para lidar com as inúmeras perguntas e sensações que surgiam cada segundo mais que olhava para Manuella seminua a sua frente, ele voltou a puxá-la para seus braços. Suprindo a necessidade que seu corpo tinha do contato entre eles. Apenas as peças de baixo os vestiam agora. Parados no pé da cama, tratou logo de mudar esse fato. Enquanto suas mãos desciam para a lateral da calcinha dela, seus lábios traçavam o mesmo caminho lentamente. Um beijo entre os seios; um no topo do abdômen; um no final; um na lateral dos quadris. E o tecido alcançou o chão no mesmo instante que ele a empurrou para os lençóis de seda. A peça final que lhe próprio cobria não demorou muito mais para se juntar as outras. Segundos depois jogou seu corpo nu com delicadeza sobre o dela, podendo sentir o prazer imediato correndo pelo seus músculos, mesmo antes de qualquer encaixe final. Só a pele quente pressionada livre de qualquer tecido já lhe fazia arfar em desejo. As curvas de Manuella em perfeita junção com as suas. Deus. Queria gritar e ser ouvido por toda aquela cidade. Mas seus olhos se encontraram com os dela e sua súplica desesperada se calou. Mudo como quem já não precisa mais falar para ser entendido. Paralisado como quem quer dizer tanto, mas não sabe por onde começar. - Manuella. Eu… - Cadu suspirou, preso naquele momento único. Abriu a boca para completar a frase que há tanto queria sair de si, mas calou-se. Parte com medo por nunca ter pronunciado aquelas palavras com tanta verdade na vida. Parte por saber que o brilho dos seus olhos e a batida acelerada do seu coração seria suficiente para fazê-la entender muito mais do que sua fala seria capaz de dizer.  
Evoluir é tarefa árdua, e adquirir maturidade emocional parece ser impossível. Até hoje, se orgulhava do que havia conseguido com a ajuda de Natan. Se orgulhava dos trabalhos voluntários em que aprendera a participar, do carinho desenvolvido por seu irmão mais novo, e da compaixão que parecia sentir pelo próximo. No entanto, dizem que os maus hábitos voltam com facilidade. Ser egoísta era algo inerente em Manuella e, tão rápido quanto perdera seu grande amor, a sensação de colocar a si mesma por cima dos outros lhe parecia mais vantajosa do que qualquer outra coisa. Muitas vezes quando os vícios se revelam numa pessoa, os seus amigos são as suas vítimas, pois é sobre eles que recai a vergonha. Enquanto permitia que Cadu lhe despisse, e a observasse com luxúria no olhar, ela percebia que era o seu prazer que agora procurava naquela amizade, não o mérito. Pouco lhe importava até onde iria para conseguir esquecer Natan, contanto que não fosse mais o nome dele que corresse em sua mente. Que ficasse com a tal Maria Flor, se é que uma mulher como aquela lhe bastava.
Por muito tempo, Manuella convivera com o temor de perder a pessoa que mais valorizava em sua vida. Se preocupava constantemente com pequenas coisas e rasos momentos. O medo de repetir o passado trágico pesava mais na balança do que a realização de que Cadu era mais do que um melhor amigo, não por parecer mais com ela, mas por ter sobrevivido a qualquer outra crise. Alguns breves beijos não foram suficiente para afastá-lo, como acontecera com outros. Tampouco uma briga enorme de ideais e três meses sem se falar. Talvez fosse mais fácil ficar na zona de conforto para evitar qualquer mágoa. Ou talvez, aquele fosse o empurrão que o destino precisava lhe dar para enxergar o que existia ali não era assim, tão frágil, quanto ela fazia parecer.
Era um tanto estranha a sensação de pertencimento. Se descartasse as suas motivações, aquilo não parecia errado. Não sentia vontade de cobrir o corpo ou pedir para ele olhar para outro lugar. O que queria era deslizar as mãos pelos curtos fios negros, e beijá-lo outra vez. Mas, decidida a vivenciar a experiência em sua totalidade, deixou que ele desenhasse o andamento da mesma como fazia com as suas outras parceiras. Assim que foi puxada para perto, e notou o batimento acelerado do coração dele colado em seu peito, parou de encarar o sexo como algo relacionado a sentimento. Aquela conexão havia morrido meses atrás, e quanto mais ponderasse o peso de suas atitudes, mais tempo ficaria perdida dentro do buraco negro deixado em seu peito. A realidade é que Cadu lhe fornecia tudo que precisava agora: Atenção, respeito e a tranquilidade de saber que uma noite para ele não significava nada. 
Ao passo que gemia baixinho com os beijos de Cadu por seu corpo, seus seios arrepiavam, bem como toda a sua tez, que ansiava por mais do sentir inebriante que a língua dele oferecia. Com os olhos fechados e as unhas deslizando pelo que conseguia alcançar do pescoço dele, Manuella mal se dera conta da pressão contra seu corpo até sentir as costas irem de encontro aos lençóis de seda. Observou-o se livrar da cueca boxer e sorriu diante da imagem formada. De todas as vezes que pensara naquele momento, em nenhuma, imaginou-se mordendo o lábio inferior para controlar o seu latejar. Sentiu o peso dele contra si, esparramada sobre o colchão macio, incapaz de ter em mente qualquer ideia que não fosse relacionada ao cheiro de Sauvage da Dior, ou a maneira como a luz da lua iluminava só metade da pele alva de Carlos Eduardo Beltrão. Constatação óbvia e batida para qualquer tabloide de São Paulo, mas chocante para ela própria, que tanto repetira que aquilo jamais aconteceria, e agora conseguia extrair prazer do seu estar.
Encontrou o olhar dele, e logo ficou séria. Diante das pupilas dilatadas, no negro das orbes alheias encarava o reflexo de si mesma. Ouviu seu nome ser clamado diante do notar dos batimentos acelerados do coração de seu parceiro, e então nada mais importava. Chame de inocência, egocentrismo, ou o que quiser. Manuella não enxergava o que estava óbvio, e sim o que queria ver: Um homem que valorizava como acreditava que deveria ser. Seu amor próprio renascia ali, naquela cama, sem se dar conta de que ao fazê-lo, matava um pouco do de Cadu. Não queria saber qual era o resto daquela frase, por temer que sua continuação trouxesse de volta as paranoias por tanto sustentadas. Assim que ele se calou, Manu envolveu uma das mãos em sua nuca, trazendo os lábios para perto dos seus, na tentativa de selar o beijo outra vez. A outra deslizou coluna abaixo e parou no glúteo desnudo, apertando-o com lascívia. 
Em seguida, exerceu a força necessária para que os corpos girassem na cama e ela terminasse por cima. Só assim, afastou os lábios dos dele e falou baixo, quase num sussurro. “Depois a gente conversa.” Sorriu levemente, deixando nele um selinho breve, e então se afastou, ficando sentada sobre o corpo por alguns segundos, com as mãos sobre seu peito. Deslizou o corpo pouco a pouco para baixo, até que suas palmas estivessem espalhadas cada uma sobre uma coxa. Vivendo um mix de confiança em sua beleza e nervosismo pela conhecida experiência dele, Manuella cobriu o membro ereto com os lábios, devagar e delicadamente, a espera do arfar que logo lhe foi oferecido. Gastou minutos ali, explorando impiedosamente e descobrindo o que o agradava mais. 
Pressentindo que a noite estava prestes a ficar ainda melhor, Manu se afastou outra vez, correndo a língua pelos lábios molhados e ficando de pés ao lado da cama. Já estava tão habituada àquele ambiente, que sabia onde conseguir o que queria sem sequer precisar perguntar. Como se já tivesse feito aquilo antes, foi até a mesa de cabeceira e abriu a terceira gaveta. Nela se encontravam quatro caixas. Manu tirou a tampa da caixa branca no canto inferior esquerdo e pegou a embalagem prata de plástico. Sabia que nas outras encontraria algemas, lubrificantes, diferentes sabores de gel e até alguns vibradores, mas nada disso parecia necessário agora. Pensou em rasgar a embalagem com os dentes, mas a jogou na cama intacta. À medida que esticava o braço e erguia o tronco de Cadu, forçando-o a ficar sentado, viajava nos elogios e nas histórias que já havia escutado. Sentou-se no colo dele, com as pernas envolvendo seu corpo, e, em silêncio, o encarou de cima, concentrada no olhar que lhe fitava. Era daquilo que o seu ego se alimentava: O prazer de ser adorada.
#h
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