marckuns
marckuns
Vazias de Resultados e Controvérsias
22 posts
www.marckuns.wordpress.com www.marckuns.blogspot.com
Don't wanna be here? Send us removal request.
marckuns · 7 years ago
Text
Tempo de Reflexões
Em algum dia do ano antes de 2019 e depois de 2017 uma visita inesperada que foi convidada a entrar e também avisada para "se sentir em casa" falou sobre o tempo que a gente tem neste mundo efémero.
Ponto para ela, a visita. O tempo só se espera, e para a maioria dos mortais só se espera que o tempo aconteça enquanto os mínimos detalhes da vida passam... e passam.
Este "passar", com o mesmo verbo no infinitivo impessoal, à ação está o mesmo que à espreita, por assim dizer, acontecendo sem ter acontecido assistindo a filmes, vendo fotos, ouvindo músicas de outras épocas que mais parecem eras neste contínuo espaço-tempo preso ao tempo de vida, que tem todo sentido, e faz de todo o sentido, porque é o único que se tem. Depois...
Despois é a escuridão.
Vá em direção a escuridão e o tempo terminará.
Assistindo a filmes, vendo fotos, ouvindo músicas o tempo acabará mais rápido, porque o tempo dedicado a elas não será o mesmo dedicado a olhar a realidade do mundo sensorial. Poder-se-ia argumentar que dá no mesmo ver na virtualidade de uma foto em pixels.
Mas a escuridão não cabe em pixels, ela única e individual "para todo o sempre". Cumpre que a existência avança em um espectro de uma faixa temporal onde os planetas visíveis e estrelas visíveis existem lá no firmamento do outro lado de um outeiro. Tanto 2017 ou 2019 fixam-se numa temporalidade desta fração que o existir em energia, aqui e agora, consome do cosmo (visível e invisível).
Enquanto o eu no presente e na voz do indicativo a realidade positiva de todas as ideologias que passam sobre este é o único porque única na maneira de o conceber frente ao espaço-tempo particular.
E tudo é mais que o próprio advérbio de intensidade em sua proporcionalidade gramatical explica em sentido que faça este predicativo, o que é, um complemento da ação tempestiva (ocasional) de tudo o que o eu foi. No fim, ele é o que foi. Ele foi.
Longe das vozes que o fizeram – a ideologia para os mais chegados – ele as abdicou em leito de morte, e como um religioso convertido livrou-se de tudo esperando o seu nome.
Em algum lugar ele ouve as reminiscência daquela conversa com a visita. Há tempo para tudo... mas talvez não haja tempo para o próprio tempo do mesmo jeito que não há para aqueles que não foram, porque simplesmente não foram quando a escuridão os chamou.
Depois das ideologias rasgadas..., dos filmes, das imagens e das músicas...
Não foram.
Não aconteceram.
0 notes
marckuns · 7 years ago
Text
Convescote nos Pampas
– Quando foi a fundada a primeira universidade no Brasil? Em 1902...
– Não foi em 1930?
– Quem é tu? 
– Prazer doutor Mourinho. Eu sou seu novo empregado.
– Ah... então comece a tirar o pó daquela estante ali...
– Não, Doutor eu sou seu empregado para assuntos jurídicos.
– Como é que é? E por que tu não tá de figurino.
– Eu não sou artista pra me fantasiar, eu passei em sétimo lugar em Direito na PUC do Rio Grande do Sul...
– Logo se vê. Ô rapazinho eu não tô falando de roupa de circo. Cadê teu terno, tua gravata?
– Ah... o vestuário vetusto. Bem, eu tento evitar aquela roupa. Dá urticárias vestir aquilo, e também é sinal dos tempos. O advogado de hoje não deve ser o de ontem.
– E tu já ouviu falar em apresentação? Como você vai passar confiança aos teus... fregueses (...) Como foi que tu veio parar aqui?
– Ah doutor Mourinho. Anúncio no classificados. Entrei em contato e a pessoa com quem falei indicou este endereço e o seu nome. E aqui estou.
– E quem é esta pessoa?
– Era uma mulher... uma mulher chamada Lucinda.
– Lucinda... aquela destrambelhada... pagar-me-á – risinhos.
– Perdão dr. Como é?
– Nada de mais bacharel da PUC. Aliás eu fui lá semana passada participar de uma aula-oficina sobre a... Questão Agrária... O palestrante começou com isto: quando foi fundada a primeira universidade...
– Pois não dr. A primeira universidade é a USP.
– Tu estás errado, a primeira foi a universidade de desportos do Grêmio...
– Isso é alguma brincadeira?
– Na verdade, é a segunda. A primeira foi fundada pelos filhos de um rico fazendeiro. Eles convenceram seu pai a montar aqui no país a universidade em vez de manda-los ao exterior.
– O que se aprende numa palestra sobre Questão Agrária?
– Nada de mais, não ser que o MST é um movimento guerrilheiro.
– E ele é?
– Quem é o primeiro a defende-lo? Quem é o último a acusá-lo. Ele é aquele ente que aparece e desaparece como as notícias de tevê são – o que neste caso não deixa de ser metafórico a tv, o rádio, transmitindo preconceitos para homens de conceitos... Os bons cidadãos.
– Não fale mal dos bons cidadãos. Eu sou um bom cidadão.
– Eu dei a entender que falava mal? O que sabeis sobre bons cidadãos meu caro jovem?
– Que pagam seus impostos e que não são vagabundos, correm atrás de empregos.
– Bem, isto é muito genérico, não acha? Eu por exemplo, tenho medo dos bons cidadãos. Eles acreditam mesmo que o país pertence apenas a eles por serem supostamente morais em seus preceitos. Mas saem pela tangente quando são provados com um cargo de concurso. Mais da metade de nossas câmaras legislativas do Rio Grande do Sul e do Brasil são compostas por estes concursados que se dizem bons cidadãos. E nem por isso tais casas são exemplos de moralidade.
– Não são estas pessoas a que me refiro.
– Mas elas também se dizem bons cidadãos. E se ser bom cidadão é acusar o outro dos vícios que carrega em si, eu não quero ser bom cidadão.
0 notes
marckuns · 7 years ago
Text
Falta o primeiro de tudo, e depois o todo
Falta o primeiro de muito.
Falta dizer que a hora é primeira,
quando o momento é,
e naquele ser��...
O sol bater sobre nós,
o nós que embaixo assiste,
na áurea e augusta lembrança
do cinza cinzento da infância.
Por que há palavras trocadas?
Porque as lembranças são assim,
uma sobre a outra e misturando, 
em um prédio amarronzado,
e uma nota de mil cruzados,
onde antes havia arcos;
a distância é uma música new age,
longe de mais para ser cruzada.
É em novas terras,
a lânguida frescura de um sol de manhã,
causa o eis de uma vida a pintar,
uma ventania, uma brisa, 
praia e mulheres convidativas,
um quadro de Miró,
o espaço que não cabe, 
na terra e no infinito.
Em um momento, falta pensar,
a fala é muito,
e o banco da praça está tão longe.
A esquina, a quina, a quadra,
onde estão as portas daquele eu?,
o primeiro que é antes,
e um sentido sem um,
e a direção que é depois. Toma-la-ei.
Logo fosse essa via de tomar, falta. 
Ainda é cinza ainda é infância,
e o sol está tão alto de nós,
e o prédio amarronzado logo ali,
seu patibulo, sua fronte, suas janelas,
o sinal dos sinais que é o seu fim. 
Ele é a obra mundana,
destruída na bomba em Hiroshima.
0 notes
marckuns · 7 years ago
Photo
Tumblr media
0 notes
marckuns · 7 years ago
Photo
Tumblr media
0 notes
marckuns · 7 years ago
Photo
Tumblr media
0 notes
marckuns · 7 years ago
Photo
Tumblr media
0 notes
marckuns · 7 years ago
Photo
Tumblr media
0 notes
marckuns · 7 years ago
Photo
Tumblr media
0 notes
marckuns · 7 years ago
Photo
Tumblr media
0 notes
marckuns · 7 years ago
Photo
Tumblr media
Quando os historiadores do futuro fizerem um balanço sobre esta época e este país, um ponto de partida seria procurar qual ferramenta implodiu a soberania, quais mecanismos destruiram a convicção de país dentro de suas instituições. De repente tudo virou corrupção, e as mais altas classes do funcionalismo público parecem ver nos outros os vícios que carregam como coorporação acima das leis. Entre as medidas está parar todas as obras onde há suposto esquema de corrupção. Eis aí um legado deste tempo.
0 notes
marckuns · 7 years ago
Photo
Tumblr media
Obviamente, o balão da menina é uma nuvem.
0 notes
marckuns · 7 years ago
Text
A Limusine Estacionada
Tumblr media
Havia uma limusine estacionada. O sol brilhava em sua lataria prateada. O incólume jeito com que a cena ia sobre o observador na caçalda parecia tratar-se de uma nave alienígena onde as rodas viravam de través e depois em cutelo e, no puro ar, o veículo levitava; de dentro seres verdes com antenas abriam as portas.
Hoje é tempo dos ETs visitarem a terra. Talvez a limusine fosse um jeito maneiro de virem para cá.
Já se cogitou que a possibilidade é provável desde que o produto das variáveis sobre uma certa quantidade de seres inteligentes existissem na Via Láctea, a galáxia da Terra, estiverem dentro da constante universal de seres inteligentes por galáxias quadradas.
À limusine. Havia dentro da limunise aqueles seres. Havia, porque pareciam plantados como se da terra surgissem. O observador nem piscara diante de um marimbondo que pousara em seu nariz quando aquele veículo apareceu.
Tumblr media
Tudo acontece fora da ordem, se algum dia houvera ordem, há começar na galáxia muito distante, que não é a galáxia terrestre, de onde os ETs vieram – na visão do observador "aqueles carinhas não são desta galáxia". Ao saírem de onde quer que forem, lá dirigiam Rolls Royce conversível, fumavam charutos cubanos, e gostavam do velho chapéu panamá com fita colorida, e iam todos os finais de semana à Havana jogar nos cassinos e se divertir nos cabarés – não perguntem como eles faziam àquilo.
Chegaram à tarde os ETs, a limusine estacionada, portas abertas às portas abertas  para seres bronzeados de verde, de camisa regata Noise, Everlost, e bermudas Bad Boy, Nike com os bolsos cheios de presidentes wasp: Lincoln, Jefferson e cia.
Se não fossem verdes as autoridades iam chiar. O observador vê uma autoridade chegar, prosar e evaporar. Os ETs só querem saber de curtir – eles, afinal são aquele resultado da equação de que (não) há vida inteligente... na terra? 
0 notes
marckuns · 7 years ago
Text
Das sujidades...
Do pato vem a lata que faz a rima dizer à.
Da lata cortada, velha, enferrujada, vem o bicho dizer alô.
Agora vira um fio. E o pato não vem pato, vem outro bicho.
Que mania é esta de dizer aquilo e ouvir isto.
A palavra imunda que beira pornográfica.
Uma figura ardilosa cujo substantivo é pornochanchada...
Ainda falo do membro quando o todo é lexicográfico.
Ainda toco o táctil vibrar da película epidérmica,
e falo o uso do ente proibidão...
àquele das batidas policiais
que enroscam e falam em latas de leite Ninho códigos do mesmo alfabeto.
Maneiras à parte de significar o que já foi significado.
Sujeira, imundo, baixio, delinquente...
e o verbo carrega, e carregou mais um elemento.
Bota na caçamba, a porra escoa e suja toda a viatura...
Os membros fazem o trabalho do fio a fio
a fina flor que põem em evidência os falos e não falas.
Todos são falas em terras de falos...
Basta erguer as torraltas, os torreões e os torresmos no café da manhã.
Em companhia de mais um falo, horrivelmente sujo e fedido.
Sua fala, causa de asco, ainda está a ser estudada.
Ele fala em pato, quando o pato já passou.
Ele fala dos direitos das latas, dos pneus, do diabo...
Mas em um prato sua fala termina. Há que se terminar sem nem saber porque começou...
0 notes
marckuns · 7 years ago
Text
O Barquinho de papel
O barquinho de papel mache
sobe sob o leito que acompanha
as cheias vagas do mar;
e que das ondas feitas de grafite,
traços a lápis imitam a forma,
riscos fortes e fracos,
o barquinho há de ser.
O barquinho tem à frente, à trás,
a textura fria de um quadrado,
uma caixa que ocupa o deserto,
o branco sem pauta de um desenho
que passeia despreocupado a navegar
à barlavento, à sotavento, a ir e voltar,
o barquinho que desapega e desperta.
O barquinho respinga o sol que distoa,
que em movimento tão distante,
a vante o varadouro, seu rumo de loas;
a música que o céu de lápis azul
alimenta o sonho de quem vale
no seu conjunto ir a imaginar:
o barquinho, seu destino, seu singrar.
O barquinho à visão seu selo imprime,
no postal, em revista e jornal,
as cores chuvosas no fusco mache,
são cabriolas e ventoinhas que cheiram
o denso salpicado da chuva,
o barquinho umedecido que imerge.
O barquinho, tão distante seu prumo é,
no caminho aponta com seu corte,
o lápis feito faca, um risco que treme,
transpõe a página, aquele instante,
o que faz acontecer, mas não volta,
como se sentido fizesse compreender
o barquinho, eis o mesmo perecer.
0 notes
marckuns · 7 years ago
Text
Cor e Cheiro
Nos instantes opacos,
verve a mesma substância,
inodora é sua essência,
ao semblante que dela se fia
em vales fartos e afrodisíacos.
Em seu seio, os arrebois
queimam em suscinto cortejo,
e as infinitas libélulas, no brejo
plainam em nenúfares, tal o cheiro
que são um os cornisos, filhos de sois.
E em seus rastros, a primavera
passante tempo que se avantaja
faz multiplicar os que dela a viaja,
a quintessência rutila que dardeja,
é essa fina flor escondida em hera.
Sobre a umidade a vida desaba
pequenas e grandes obras a navegar
numa pátina, infecto corrosivo a expiar
o tão afamado fim que vem a cear
em mais de brotos e raízes de uma gleba.
0 notes
marckuns · 8 years ago
Text
Da Minha Cidade
Quando penso na minha cidade, penso em um sol esturricante.
Penso em uma avenida aberta a fogo entre o piche e o calcário artificial quebrado por todos os lados, criando crateras que um pedestre precisaria contornar.
Penso nas fachadas de cimento, em rebocos apressados aqui e acolá. Penso nos tijolos nus de casas a se contar perdidas no horizonte, e rodeadas de matagais.
Penso na poeira revolvida pelos carros sinistros, fechados em si mesmo, pelo vento pragmático que existe por um serviço a ser prestado diante da sujeira no chão, coisa que nem um exército de carroceiros dará por terminar.
Quando penso em minha cidade penso na chuva que lubrifica o ambiente da secura na terra concretada.
Penso nos açaízeiros e palmeiras balancando-se à força do vento prestes a serem arrancadas de sua base, mas não os são.
Penso nos esgotos e valas que um momento parecem não ser capazes de escoar a água contaminada que se aluvia no dilúvio em terra.
Penso nos pontos brancos sobre essa torrente como barcos a navegar, os sacos de lixo flutuam até depararem-se com o primeiro bueiro, e somarem forças para entupi-lo.
Quando penso em minha cidade, penso nas sobras que a chuva deixou. Nas gotas nos beirais, no som da correnteza confluindo embaixo das caixas de passagem enfiadas na rua. Nas ultimas gotas que pingam de uma folha da árvore e no aroma da neblina ao fazer o tempo esfriar como prenúncio de inverno.
Quando penso na minha cidade, penso na ilusão do inverno e do verão, penso nas estações cabendo em um único dia. No falso verão dos dias que escondem a chuva que quando cai esta, cai em uma enxurrada até cessarem minutos depois sob a vigilância do sol compacto e escaldante.
Acho que penso demais na minha cidade. Não há outras espalhdas pelo mundo aí fora? Mas, Elas podiam caber todas aqui, à maneira de que os muitos viram o único, e o único vira a cidade. A única em que vi e senti todas as cidades do mundo quando digo penso, quando peço para existir sob o peso da chuva e causticante do sol nas tardes à orla do rio, ou na serenata da praça matriz.
Em minha cidade pensar é uma realização onírica onde o que acontece pode ter acontecido, mas não se sabe se ocorreu. Tudo é repleto de neblina, e quando o sol as toma, o acontecimento dissipou-se. Num refúgio penso minha cidade ficar, escondida entre furos, rios que a serpenteiam. Há quatro séculos atrás, sua própria localização desconhecida o era assim pois, seu antigo nome morreu quando o seu antigo morador morrera; e de desconhecida ganhou identidade transplantada: era, agora, uma fortaleza natural que deixou de ser quando se tornou a natalícia cidade de multidões que habitaram antes e habitarão depois de mim.
0 notes