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CHATLINE COM MIRANDS!
Mirands é um dos idealizadores da BATEKOO, um importante manifesto do movimento negro e LGBTQIA+ no Brasil, que valoriza a diversidade e, por meio da música e dança, empodera minorias, que começou em Salvador/Bahia. Hoje, tem uma curadoria voltada para o funk e suas vertentes, afrobeat, afrohouse e música eletrônica protagonizada por pessoas negras, como o house e o vogue. Seus artistas já rodaram o Brasil e o mundo por lugares como Nova York, Santiago do Chile, Barcelona e Doha/Catar. Nesta manhã de quarta-feira, conversamos com ele sobre música, masterchef, copa do mundo e Salvador. Essa entrevista foi feita ao vivo pelo google meet, já que a terapeuta deu um bolo nele, e ele encaixou a Masterplano no horário. É a primeira vez que Mirands fará um DJset em BH e estamos doidas pra dançar. Então vamos de chatline!

1 Oi, Mirands! Pra começar, como tá seu dia? O que planeja fazer no dia de hoje?
Meu dia está bom por enquanto. Acabei de tomar um bolo da minha analista, mas tá tudo bem. Hoje meu plano é fazer minha pesquisa para o set da Masterplano. Como eu estava no Catar até esses dias, só agora estou conseguindo focar aqui nos meus trabalhos no Brasil. Mas ainda estou me organizando.
2 Você é um dos criadores do coletivo Batekoo. Como você vê a transformação da cena cultural de Salvador e São Paulo após a criação do coletivo Batekoo?
Não gosto de parecer que somos pioneiros de nada. Houve muita luta do movimento negro para que chegássemos a esse cenário de hoje. O próprio Ilê Ayê e o Olodum, iniciativas parecidas com a Batekoo, foram como referências para nós. Com a Batekoo pensamos em outras interseccionalidades, como pessoas LGBTQ no protagonismo, que foi algo que trouxemos para a cena cultural de Salvador, por exemplo. No começo, a gente não se via tanto nas festas, eu digo de forma física. As pessoas pretas não apareciam nos álbuns de fotos das festas. E a gente começou a colocar as pessoas pretas nos flyers da Batekoo, as pessoas começaram a se sentir no centro da festa. As pessoas se viam mais. Tem uma pessoa gorda num flyer de festa. Nessa época, até outras festas, inclusive festas brancas, viram que essa representação era lucrativa e começaram a dar mais importância. Hoje é muito mais comum ver pessoas pretas nos álbuns de fotos de festas. Outras festas com dinâmicas parecidas com a Batekoo surgiram depois. Elas entenderam que podiam fazer seus eventos, principalmente pessoas pretas e jovens. A Batekoo deu gás para essas pessoas fazerem seus rolês também. No geral, a gente vem acompanhando há muitos anos, como a pauta racial vem se dando num aspecto mais macro. As empresas agora têm núcleos de pessoas pretas. Iniciativas de reparação. Não atribuo nem 10% a Batekoo, mas a pauta racial como um todo, nos últimos anos.
3 Além de DJ, você é cozinheiro e designer, né? O que tem de comum entre esses processos de criação?
Quando eu estava no ensino médio, eu fiz um teste vocacional. Era um teste que te dava um panorama geral de como você se comportava. O resultado do meu teste mostrou que eu gostava de fazer um trabalho que as pessoas vissem e pudessem avaliar. Todas essas áreas com que trabalho têm a ver com isso, né? Você percebe se as pessoas gostam ou não, e nesses trabalhos posso colocar uma identidade e um olhar artístico. Nenhuma dessas coisas são exatas. Tem uma coisa de você colocar seu olhar no mundo em todas essas atividades. Eu era diretor de arte em uma agência até agosto deste ano, mas agora estou focado em ser DJ mesmo. Hoje ser designer é um hobbie. As coisas que têm em comum entre esses trabalhos é que as outras pessoas podem avaliar, e eu posso colocar minha visão de mundo nessas linguagens.
4 Você participou do Masterchef em 2020. Como foi a experiência no programa?
Foi uma experiência muito boa. Eu acompanho reality de cozinha há anos e sempre gostei muito. Eu nunca tinha cogitado participar, mas surgiu a oportunidade e eu fui. No final foi uma experiência muito boa. Sou uma das poucas pessoas que conhecem os bastidores do Masterchef. Mudou um pouco minha visão do programa. Quando a gente assiste, a gente acha que pode julgar, mas no programa é muita pressão. Eu não lembrava do que eu tinha falado para as câmeras. É um reality e eles procuram personagens, você tem que ter uma história que venda, que apareça na TV. Ao longo das entrevistas, você percebe que as pessoas querem te colocar papéis. Meu maior medo era construírem uma narrativa pra mim que eu não queria e que não fosse justa. A gente assina um contrato que tem cláusulas, mas tem uma edição. Eu fiquei muito mais nervoso no dia que foi passado do que no dia que gravei. Eu fiquei feliz com o resultado da edição, era eu mesmo, não teve nada de diferente. Talvez eu não tenha correspondido às expectativas do programa, mas as minhas sim. Eu fiquei feliz com o resultado final, mas não sou competitivo, eu aproveito todos os processos. Eu fui eliminado em uma prova de doce, mas eu sabia que ia sair, pois eu falei que não era muito bom em doce. Tinha gente lá que era confeiteira, sabe? Foi uma Tarte Tatin, uma torta francesa de maçã. Eu tinha visto a receita na madrugada antes do programa, mas não testei, e eu quis colocar minha identidade na torta, e coloquei especiarias, canela, mas queriam uma receita tradicional e acharam que tinha canela demais. Foi legal. Não me arrependi de ter colocado canela, mas usei maçã verde que era um pouco ácida. Enfim, escolhas! risos.
5 Quando você prepara um DJset, quais são os seus critérios para escolha das tracks?
Primeiro, tenho ascendente em aquário e sempre quero fazer a linha diferentona. Raramente vou botar uma track que eu vi alguém tocando. Esse é o meu primeiro critério: não colocar música conhecida ou tocada por alguém. Eu toco música eletrônica há 3 anos, tem pouco tempo, ainda estou entendendo o que eu gosto muito. Quando eu vou montar um set, procuro ver o que estou ouvindo mais, curtindo mais. Aquele toque: essa música precisa estar e todo set precisa estar em torno dela. O set que fiz para a Mamba Negra, por exemplo, eu pensei nele por 2 meses. A minha pasta de música eletrônica no rekordbox se chama Mamba hahaha. Hoje, por exemplo, nem toco o que eu toquei na Mamba. Eu vou construindo com base no que ando escutando, e a partir de uma música chave em torno do set. E construir algo mais diferente possível para as pessoas lembrarem. Eu vou à festa de música eletrônica pelo menos 2 vezes por semana e eu conto nos dedos o que é memorável. É sobre colocar minha visão de mundo no set.
6 Se tivesse que escolher uma track para embalar um date, qual você escolheria?
Pouquíssimas músicas que eu ouvi me fizeram chorar. Mas tem uma música que amo muito. The Knife - Raging Lung. Eu acho essa música muito linda e emocionante. Se eu tivesse ouvido essa música com alguém e ela chorasse também, eu ficaria muito feliz.
7 Você acabou de tocar na Copa do Mundo do Catar. Como foi participar desse evento?
Foi uma experiência incrível, de verdade. A gente tocou num rolê da Budweiser, que tinha uma programação exclusiva. Tocamos numa festa chamada Brazilian Night, junto com outros artistas como a Ludmilla, e nosso set da Batekoo foi nessa festa. A experiência de ir para lá foi bem boa, mas eu estava receoso de ir, diante das problemáticas que envolvem esse país. A gente foi num lugar muito privilegiado. A gente foi numa praia, mas era uma área internacional, que podia usar sunga, beber álcool. Então tivemos acesso a lugares muito privilegiados, de marca. Mas não tivemos acesso à rua, às pessoas de lá. Parece um lugar que ainda está sendo construído. A gente não sabia se era comercial ou residencial. A gente foi numa experiência super exclusiva. A gente viu um jogo no Brasil, na fileira A, eu nunca tinha entrado num estádio. A última vez que entrei num estádio foi no campeonato brasileiro de LOL, que eu amo. Mas a comida do Catar eu achei impecável, tudo delicioso e cheio de especiarias. O húmus de lá, se eu pudesse eu falava só sobre a comida de lá, pois foi algo que me impactou muito. Não sofremos nada diretamente, por sermos gays, mas algumas mulheres amigas nossas passaram por situações bizarras por parte dos homens árabes. Presenciamos uma situação que um homem brasileiro teve quase que intervir fisicamente. A festa que fizemos lá foi totalmente brasileira, mas o público era dominado por pessoas brancas e heteras, que é o público do futebol mesmo. Tocamos 100% funk, uns afrobeats, hip hop internacional, foi uma experiência muito legal, foi rápido, mas a gente estava com uma equipe formada por pessoas legais. Se eu não fosse nessa configuração, eu jamais iria para esse país. Pois você não pode fazer nada. Lá tinha muito gay, a gente via o olhar açucarado das gays de lá, mas o que eles incomodam mesmo é com a demonstração de afeto. Ficamos 5 dias lá. O único lugar que achamos que podia rolar alguma coisa zuada, era no estádio, pois era um lugar com muitos homens e poucas mulheres (a maioria ocidental). Agora falando sério, se fosse pra voltar para a final da Copa do Mundo com a Budweiser, eu voltaria com certeza.
8 Salvador é uma cidade incrível, mas tem coisas que só os soteropolitanos sabem. Quais seus lugares favoritos na cidade?
Hoje em dia, a casa da minha mãe (que era um dos lugares que eu menos gostava, mas hoje eu amo). De praia, eu gosto muito da praia do Porto da Barra. Quando eu vou pra lá, eu fico nas imediações desta praia. Tem um bar que eu adoro lá que é o Bar da Mônica. E eu gosto de beber na Cruz do Pascoal, no bairro Santo Antônio Além do Carmo, pois ali tem um arrumadinho muito gostoso. Quando eu vou pra Salvador, eu nem foco em festa, vou mais para barzinho e praia.
9 Quais artistas não saem dos seus fones ultimamente?
Eu ando ouvindo muito Shygirl (que conheci em 2019), FKA Twigs, The Mars Volta (uma banda de rock progressivo, que pra mim tem os melhores álbuns do ano) e The Knife. De música brasileira: Linn da Quebrada (eu acho o disco Trava Línguas de outro mundo), Luedji Luna e gosto muito dos dois eps da Urias. A Urias inclusive tem um último ep super incompreendido. Ela me lembra coisas gringas com hyperpop, mas tem elementos brasileiros que eu sentia falta.
10 O que podemos esperar ouvir no seu set na Masterplano?
Estou decidindo nesse momento. Eu tenho ouvido muito techhouse e drum and bass e quero ir por esse caminho. Eu achei uma série de artistas e Djs que flertam drum and bass e funk e vou tentar construir meu set com base nisso. Vão ser esses ritmos e tocar algumas clássicas que sempre toco. Lembro que toquei um remix de Break my soul que as pessoas gostaram muito, eu amo remix!
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CHATLINE com Jaca Beats
Depois de eras, pandemias e apocalipses zumbis, voltamos com o nosso Chatline. Afinal, o Paraíso precisa acontecer. O nosso entrevistado da vez é Jaca Beats, um jovem DJ e produtor de Volta Redonda (RJ), que traz uma proposta sonora singular, o que o destaca na cena underground da Bass Music brasileira e que vem para a Masterplano, no dia 17/12. Com DJ sets permeando entre o Lo-Fi e o High Low, Jaca Beats adapta para embalar as pistas com tracks com proeminência de bumbos e Roland TR-808, harmonizando transições que tornam impossível que os ouvintes fiquem parados. Então vamos de chatline!
1 Oie, Jaca Beats! O que você anda fazendo no dia de hoje, antes de abrir essa entrevista?
Eu faço faculdade de administração, inclusive me formei este ano, trabalho numa pensão de comida mineira em Volta Redonda/RJ, com minha família. E nas horas vagas estou sempre produzindo um som no FL Studio para tentar seguir carreira na área musical..
2 Você é de Volta Redonda/RJ. Pode contar pra gente como aconteceu seu contato inicial com a música?
Eu comecei a tocar violão entre os meus 14 anos na igreja. Depois disso, eu comecei a montar bandas covers. Nos meados de 2015, eu comecei a gravar uns sons de bobeira numa Drum chamada mixcratf. Foi aí que eu iniciei na produção, depois migrei para o fl Studio e estou aí até hoje.
3 Você é produtor e DJ, como funciona seu processo criativo resumidamente?
Eu não tenho muito um método, mas eu adoro ficar no Youtube ouvindo vários sons diferentes, porque eles me dão muita ideia para uma produção, mas às vezes eu uso sample de inspiração, às vezes eu toco alguma nota, aí já vem o som completo e vou montando. Mas eu curto fazer aos poucos, aí vai se encaixando aos poucos pra montar uma música completa.
4 Qual o rolê mais doido que você já tocou? E porque foi inesquecível?
Eu amei tocar na Fau Rio, que foi um evento que me iniciou com um palco grande, e foi muito legal, pois no dia estava chovendo muito e todo mundo estava animado e dançando na chuva com meus IDs e pra mim isso foi muito marcante.
5 Você vende uns beats no seu bandcamp, ne? Quais os maiores desafios desse trabalho?
Eu vendo muito sons no bandcamp, mas não é algo que consigo viver da música ainda, mas pretendo viver da música e estou correndo atrás para isso acontecer.
6 Se pudesse escolher um lugar para tocar no Apocalipse Zumbi, onde você tocaria?
Queria muito tocar em Volta Redonda em algum galpão abandonado da CSN. Seria muito bom.
7 Se pudesse escolher um lugar para tocar no Paraíso, onde você tocaria?
Seria uma boa discotecar flutuando, né?
8 House e Funk. Você trabalha maravilhosamente com esses dois gêneros musicais. O que mais gosta de cada um deles?
Eu amo o Flow dos MCs de funk. Tem muita energia envolvida pra dançar e o house conecta muito com isso, com a energia da dança, com um som muito exótico misturando os dois e fazendo algo diferente.
9 O que você anda ouvindo de mais interessante ultimamente?
Eu costumo ouvir um pouco te tudo, mas ultimamente eu estou ouvindo muito UK garage pra estudar uns sons novos, mas to sempre ouvindo de tudo, adoro ouvindo sons novos e estilos mesclados.
10 O que anda preparando para mostrar para o público de BH e da Masterplano?
Estou preparando a famosa mistura do funk, do house e um pouco de technera e meus sons autorais, que é claro que não pode faltar.
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Chatline com White Prata
O tesão e o tédio agem juntos. Abrimos o chatrandom em busca de um chat molhado e o sinal da HEBECAM foi rackeada pela WHITE PRATA, uma cyber brasileña nascida no RIO GRANDE DO SUL, que tá vindo para beloris pro casório-divórcio da MASTErplanet. WHITE PRATA é uma das fundadoras do coletivo Vorlat em Poa e do selo FITA FITA em SP e também é integrante do duo Casca Máquina. O chat foi uma loucura. Falamos sobre portais mágicos de Esteio/RS, música non binária y anti-capital, palhaços e RAVE na igreja. Você precisa ler isso aqui!

1 Oiee, White Prata. Muito chic seu nome. Acabei de pesquisar seu nome no google e vi que uma brasileira lá pelos 2017 foi bloqueada pelo face, pois não reconheceram o nome dela. Depois ela conseguiu comprovar que sim, ela era a White Prata. Você tem alguma relação com essa história?
Sim. Eu era o Facebook. KKKKKKK sou folgada, desculpa. Na verdade, essa história me inspirou muuuuuito. É um excelente resumo do mindinho (o que tem francesinha) do Brasil contemporâneo. É uma história de superação, uma batalha contra o virtual onde o real confunde o virtual, o Brasil vence e o Facebook perde. Amém!
2 Vi que você é de Esteio, menor município do Rio Grande do Sul. Sabemos que todas as cidades do mundo têm um portal para outra dimensão. A sua cidade abriga um portal? Onde fica?
O triângulo das bermudas do Sul oferece muita hostilidade confundida com hospitalidade em self-service. Quem tá me devendo vai amar um passeio romântico na Rua da Paz.
Aquele ex-patrão playba safado que mal pagava vai quebrar pedra na Pedreira até morrer só de regatinha e sapatênis. A galera do cosplay de pobre ia amar atravessar a RS, na divisa Esteio- Sapucaia vendada. Quem conseguir repete o desafio no eixo Cachoeirinha- Gravataí. Com o moreco, eu divido um BADJANGA (torre de batata com queijo, muuuita carne de boi, carne de porco, coração de galinha e linguiça). Pras littles trannys do meu kokoro, a gente vem na pegada Salão de Beleza da minha Mamis, o portal das Lindes na minha keké Vila Teópolis (as feia não dá uma volta na quadra sem pedir arrego). E a MASTERCRUSH ia ir de golzinho comigo curtir a mais famosa do submundo e odiada pela lei e minha família, a Rave do Deserto. David Lynch passa mal e Vinícius de Moraes atravessaria a rua de cabeça baixa.
3 White Prata ou Golden Shower. O que é mais desconhecido para o povo brasileiro?
Infelizmente White Prata não irritou o Bolsa Loka de Bosta o suficiente pra virar um tweet até aqui, mas sou artiste brasileire e não desisto nunca. Odeio ídoles e heroínes, só busco meu espaço como meme ruim da vida real no grande absurdo que é viver em 2019.
4 A Vorlat, o coletivo que você fundou, surgiu lá pelos 2014. O que você vê de mudança na cena de Porto Alegre de lá pra cá?
Sempre fui o avesso do clubber, do perito técnico intelectual, do saudosismo e da nostalgia (quando vejo algum resquício disso em mim, corro para o lado oposto), uma das poucas coisas que me dá gosto pela vida é irritar as normas e estressar o óbvio. Porto Alegre sempre me sorriu conservadora e é a Disneylândia pra fazer tudo que citei anteriormente e ser feliz. Confesso que pouco me conecto com a cidade e sua cena, a qual não me identifico e nunca me representou (quem eu sou, meu corpo e muito menos ideias), o que pra mim não é problema algum (o clássico da minha vida é não se sentir representado).
A mudança que mais me chama atenção é a transformação de coletivos existentes e surgimentos de outros com o foco em representação de corpos e ideias, falando mais do que blablabla TUM TUM TUM classista CDJ e xeração metida a intelectual pós-moderna. O que eu vejo é que antes tinha + gente folgada achando que era urubu mas era tudo carniça podre KKKKKKKKKKKKKKK.
5 O que mais chama sua atenção na cena de Porto Alegre?
A batalha diária das porto alegrenses do meu coração pra fazer o que se ama sem virar uma festa automatizada paga boleto de música eletrônica de gente héteronormativaaaaaaaaaaassa (que se veste só de preto) cheia de gíria gls. Diferentes cabeças surgindo e evoluindo, trazendo vivências muito mais ricas para as pistas. Menos sets cheios de track de gringo RICO!!!! branquelo e muita pesquisa avançada de deixar o sudeste salivando. Sem contar a galera autoral que já inspira o século 22, encabeçando o top hit do meu coração..... Saskia, Tabu, Pianki e a assombração de porto alegre a única barba que já amei. Alexandre Moreno.
Eu simplesmente amo o coletivo Turmalina (coletivo de música eletrônica de produtorxs negrxs) e a Zona Exp (coletivo experimental das doidona sem medo). Eles simplesmente chegaram na cidade e falaram pras chata: "VCS VÃO TER QUE ME ENGOLIR". Qualquer coisa que mande um VTC pro conservadorismo na terral do Sulito e seja completamente ilegal já vira meu crush eterno.
6 Você acaba de chegar numa igreja e lá tem duas pistas. Uma tá rolando um live só com monstras barrocas e outra um DJ-set 155bpm liturgia das pagãs. Pra onde vc vai?
Gente, é nessa igreja que quero ser velada, meus amores! Anotem aí, por favor! Meu critério de desempate seria: pra onde foi as minha little tranny????
7 Cite duas referências sonoras & não binárias pra gente ficar de olho.
Música eletrônica infelizmente é MUITO CLASSISTA. Eu não sei o que aconteceu no meio do caminho, que chegamos em 2019 e 95% do que vejo é uma bosta normatizada sem esperança e na mão de quem tem dinheiro pra ter acesso e bancar seus fracassos. Convenhamos, isso não inspira e não dá perspectiva alguma, e dá vontade até de fazer outra coisa da vida. MAS HÁ LUZ e ela contorna as adiversidade$$$$$$$ geografica$$$$$$ e corporai$$$$$$$ e sabem que a própria arte é uma missão. Sou grate por viver na mesma época e ainda poder ser próximo de grandes pessoas que me inspiram!!!!! Eu poderia fazer uma dedicação pessoal para cada uma delas KKKKKKKK mas aí vai, anotem:
Massam, a Xerosinha Jup do Bairro, Miuccia, Rafinha Badsista, PUJOLL (ouçam a buceta do homem pós moderno)!!!!!, a européia que eu amo Odette, Violet, Carneosso, Saskia, as Deli Girls, Linn da Quebrada, Perrelli, Eram, Delcu, Acaptcha, Frontinn, Letz.... Dessas inspos eu só não fiz som com a Violet, Frontinns, Carneosso e as Deli Girls, mas ainda há tempo. Ah! Vou fazer uma menção honrosa para o DJ hétero que eu amo: RHR. O único que chegou pra mim e perguntou antes de tudo, qual pronome eu gostaria de ser chamada :) Inspiração de vida e superação, junto com todas essas, compõe as cabeças do futuro.
8 Existe uma força estranha querendo nos normatizar todos os dias. Como você faz pra sair ilese dessa prisão?
"A tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos." Karl Marx em O 18 Brumário de Luiz Bonaparte.
9 Os palhaços nos fazem rir. Mas do que os palhaços riem?
Do espelho.
10 O que tá pensando em mostrar-atormentar nesse casamento-divórcio de 4 anos?
Pra quem gosta de salgado vou levar doce, pra quem gosta de doce vou levar salgado xPPP. QUEM VIVER VERÁ!!!!!!
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Chatline com Retrigger

Foto: Isadora Luchtenberg
O Chatline de hoje tá bem LOKAL REAL OFICIAL. No melhor estilo “De volta pra minha terra”, conversamos com Raul Costa, o Retrigger, esse punk lokal que vem a BH fazer um live xocante na Bodas de Fritas. Como vocês devem perceber, ele é super apto pra tocar em casórios, cortejos e festas de família.
Na ativa desde 2001, Retrigger é um músico eletrônico brasileiro que, em suas apresentações ao vivo, mistura o som 8-bit e a estética maximalista do breakcore. Tudo isso com retrofuturismo (theremin!), videogames e um tanto de humor.
A gente passou um brilho labial sabor morango e abriu o chatcam com ele. Vamos lá!
1 Oie, Raul. A gente tá doido pra ver seu live bem na vibe “De volta pra minha terra”. Qual sua relação com BH hoje? Você vem sempre aqui?
Visito sempre BH, tenho um monte de amigues aí, além dos meus pais, né? Nos últimos tempos tenho ido mais por dois motivos, minha namorada belorizontina e meu projeto novo, que estou trabalhando com a incrível Stephanie Tollendal. Nosso duo se chama REIKO REIKO, já já lançaremos as primeiras tracks. Tá muito bom, aliás. Acho que vcs vão gostar.
2 Quando você começou a fazer um som em BH, como era a cena na capital? Você era mais conectado com a cena punk, indie, eletrônica? Conta pra gente!
Gente, tem tanto tempo... Quando me mudei pra BH, em 1999 (eu nasci em Contagem e cresci em Ipatinga), a cena punk era muito legal e acabei ficando próximo das bandas e das pessoas, foi uma coisa de formação mesmo, acho que a forma que penso música, arte e minha vida ainda é bem ligada ao jeito punk de fazer as coisas. Era época do Butecário, uma "casa de show" que rolava no sindicato dos bancários, uma iniciativa do Edmundo, que hoje toca o Matriz. Gente, eram umas bandas muito mais ou menos que a gente achava incrível. Aliás, era uma vida muito mais ou menos, acho que nem sinto saudade, mas foi importante demais. Acho que o período da Mansão Libertina e Carnaval Revolução (2002-2004) foi REALMENTE muito legal e importante. Ali se criou algo que talvez estejamos precisando hoje de novo.
Depois abriu A Obra, toda aquela coisa da surf music. Eu me misturei com esse povo também. Ao mesmo tempo, teve Anderson Noise e aquelas raves grandonas em volta de BH, isso era ano 2000? Algo assim. Também me misturei nessa bagunça. Na época, o "certo" era ser parte de uma cena, se vestir igual aos coleguinhas, mas eu meio que não tava afim disso não. Eu corri atrás de todas coisas, acho q não fez muito sentido na época, mas hoje parece que eu escolhi bem. Em resumo, hoje tá mais legal, né? Tem uma diversidade de sons, de pessoas e de histórias. Me agrada muito o que eu venho conhecendo de BH hoje em dia.
3 Se você pudesse levar um único instrumento pra fazer um live. Qual você levaria? E porquê é o theremin?
Gente, imagina que chatice eu tocando theremin por horas na cabeça do povo? ahahahah Eu amo o que o theremin é: essa caixa mágica que dá seus poderes pra qualquer um que esteja perto. É só ligar que todo mundo quer ver. É também um instrumento muito expressivo, tanto no som que faz, quanto na performance. Mas ó, um set inteiro... ninguém ia aguentar!
4 A gente já viu você tocando fogo literalmente. Já deu algum erro, acidente ou susto no meio do paranaue?
Primeiro, é 100% seguro pra festa, não se preocupem com isso! Eu faço isso há mais de 10 anos! Mas...uma vez deu errado. E foi importante demais pra mim, porque deu errado MESMO. Queimei todo meu antebraço esquerdo num show em Brasília, queimaduras de segundo grau, ficou bem feio. E era uma época que eu claramente estava perdendo a noção no palco. Esse dia me marcou demais, desde então meu show mudou bastante. Ainda tem fogo e descontrole, claro. Mudei o jeito que encarava muita coisa na hora do show. Agora também tem outras coisas, eu toco mais os synths, eu canto, eu estou dando mais do q só meu corpo pra ser queimado, acho. Falei um monte disso na terapia na época, foi um marco. Gente!! Momento de revelações.
5 Fala pra gente duas refs brasileiras que sempre serão referências pro seu trabalho.
Chico Correa é um moço que não para de ser foda e sinto que vem sendo muito importante pra mim. Acho que no futuro ele vai ser parte da história da música brasileira. E ele ainda está lá na Paraíba, fazendo a correria dele, fazendo parte daquela cena incrível de João Pessoa. Eu via o que ele faz partindo da música popular do nordeste e ficava pensando "qual seria minha parte nisso?". E eu sempre vivi em cidades jovens, tipo BH e Ipatinga. A gente não tem muitas tradições, né? Eu sei que existe folclore, música dos tambores, teve Clara Nunes, Clube da Esquina, mas não eram parte da minha vida. A minha história é feita de punk rock, metal, rockabilly. A banda da minha cidade que todos conhecem é o Sepultura. Iggy Pop é meu Jackson do Pandeiro, né? Então acho que é o que eu faço hoje, sou o Chico Correa do lixo. Do barulho.
A Rita Lee é uma artista que me inspira muito, mesmo que sonoramente não seja assim tão parecido. Eu amo o período dos Mutantes com ela, gosto do início da carreira dela também. Era uma coisa que minha mãe ouvia muito, acabou participando da minha vida. Qdo eu era mais novo, acho que não entendia, mas agora penso bem diferente. Ainda mais sabendo das histórias dela e vendo a forma tão lúcida que ela envelheceu. Adoro ler e ver entrevistas com ela. Essa mulher é história do Brasil. A parte boa da história!
6 O descontrole coletivo vai salvar o país?
NÃO TENHO DÚVIDA! Não podemos parar. Vai dar medo? Vai. Mas ninguém pode parar. É porque não conseguem controlar a vida alheia que começaram essa onda conservadora babaca e violenta. NÃO PARA NÃO!
7 Quais informações sigilosas você gostaria que fossem vazadas?
Quando é que vai cair? Cadê o Queiroz? Quem mandou matar Marielle? Isso todo mundo quer saber né? Mas assim, de foro íntimo, acho que não quero saber muito mais coisa não.
8 O que você acha legal na música eletrônica do Brasil?
As festas e as pessoas envolvidas. O tanto que é poderosa a energia, a diversidade das pessoas, a liberdade que todo mundo sente, os visú loki, os horários impossíveis, a rua.
9 O que você acha very chato na música eletrônica do Brasil?
Gente, acho que dá pra diversificar o som, hein? Tem TANTA coisa incrível que acontece por esse mundão, porque a gente se prende tanto a umas 3 ou 4 referências? E rola em todas vertentes. Acho muito incrível festa em que os DJs não fazem sentido, que não "têm referência", que não parece nada que eu ouvi antes. E outra coisa, em 2019 ainda tem gente tentando dizer que DJ "de verdade" toca assim ou assado. MELDELS.
10 Se pudesse trazer um convidado (de qualquer lugar do mundo) para fazer o live com você, na Masterplano, quem você traria?
Acho que seria o Dan Deacon! Imagina? Com aquela cara de técnico de TI que faz aula de teatro no bairro, tocando música com brinquedos estragados e organizando dinâmicas de grupo com vozinha de robô. Sério, ele organizou um túnel de quadrilha no boiler room.
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Ia ser lindo também a Fugu RoMance do Siren's Carcass. Eu adoro ela. E ela é uma sereia. Se bem que não tem mar em bh, não sei como ela se sentiria.
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Chatline com Amanda Mussi
Tá sentada? Tou tão ansiosa com esse cumpli de 4 anos que tive que entrar no chatline de novo. A Amanda Mussi aka Amanda Moussie de Maracujá entrou no chatline e a gente bateu um papo com essa mana maravihosa, que vem pra Bodas de Fritas, da Masterplanet. A entrevista tá cheia de ótimas refs, passagens pelo Paraguai_LATINOAMERIK, histórias de adolescência até o techno de bairro do tradicional Santa Cecília, de São Paulo_Brasil. Bota um 7 aí nos seus fones e vem ler!

Crédito: otimokarater
1- Oie, bee! Como vc tá agora? Qual o seu estado de espírito nesse momento, agora que você abriu o chatline?
Eu to ótimaaa, super feliz, ouvindo as pre masters do disco que vou lançar em setembro animadíssima e respondendo emails.
2 - Eu (Mastermana) acho um bafo sua relação com o Paraguai. Sei que há aí uma relação familiar, mas podia contar pra gente como é isso de fato? Você nasceu lá, morou lá, tem parentes?
Sim, meu pai é de lá, desde que nasci vou pra lá várias vezes por ano visitar e morei lá dos 8 aos 13 anos. Foi lá também que conheci meu melhor amigo Ariel, aka P. Lopez, que foi a pessoa que mais me influenciou a entrar na música. Tenho uma conexão de família e de trabalho muito forte lá. Meus irmãos adolescentes moram lá ainda e tenho muitos amigos.
3 - Como é sua relação com a música eletrônica latinoamericana? Em quem devemos ficar de olho na cena latinoamericana?
Como eu cresci acompanhando muito o trabalho do LPZ (coletivo de 3 artistas que o P. Lopez faz parte) que é do Paraguai, e ao mesmo tempo morando em São Paulo, pude ver de perto como ainda sofremos consequências da colonização. E quanto mais eu viajo para outros países da América Latina, mais me apaixono pela identidade de cada país em suas respectivas cenas. Ainda não somos valorizados como deveríamos, mesmo com toda a riqueza musical que temos no continente. Eu luto muito para que os países latinos se unam mais, especialmente o Brasil que parece um continente separado, os polos culturais ficam longe das fronteiras, o idioma e a síndrome de que o que vem de cima é melhor, criaram um abismo entre nós e os demais países. E isso com certeza é fruto de uma mentalidade colonizada. Acho que a relação com os países nórdicos deveria ser mais horizontal, precisamos de muita reparação histórica para mudar isso. E ainda assim resistimos muito para viver do que fazemos com música, o que lapida muito nossa identidade e nossa forma de nos expressar. Acho que o sofrimento faz nossa expressão artística ter mais vida, sem dúvida.
Os artistas da América Latina que tem que ficar de olho:
Chile: Aurelius 98 (Chile), Andrea Paz, Persona
Colômbia: Magdalena/Ana Gartner, Julianna, Leeon, Mansvr
Argentina: Zomvic, Amin Diamin
Paraguai: LPZ, Octavio, P. Lopez, Cosmo Lopez, Bordon, Victoria Mussi, Koko
México: AAAA, Machino.
4 - Sobre Santa Cecília e o techno de bairro. Você costuma encontrar as vizinhas pra brincar na CDJ e tomar uns bons drinks?
Mas é claro!!!! Eu vivo na casa da Cashu e da Laura comendo, tocando e bebendo bons drinks. Adoro um techno de bairro e as techninha do bairro frequentam minha casa também.
5 - Gigs pelo mundo e gigs pelo Brasil. O que você acha que só tem aqui? e que não tem no primeiro mundo das privilegiadas, além do bozonazi.
Aqui tem uma liberdade que não tem em outros lugares. Aqui pode fazer tudo, praticamente tudo, mesmo com a lei, é bem mais flexível que outros países em alguns aspectos ainda......
A energia das pessoas é bem única também, xs brasileyrxs são muito fofxs, dadxs, animadxs, kerydxs <3
6 - Qual era sua banda favorita na adolescência?
311 kkkk uns boyzão gringo do surf alaaaak
7 - Qual foi aquele start na sua carreira de DJ?
Acho que quando conheci a Volvox e comecei a tocar em Nova Iorque com ela. Isso deu uma guinada nas coisas. Essa mulher, além de uma grande amiga, é um anjo na minha vida que me abriu muitas portas pelo mundo <3
8 - O que acha dessa polêmica sudestina (ironia) - bpm alto e bpm baixo?
Eu tô por fora kkkkk mas pelo visto as pessoas não entenderam que todo mundo pode coexistir né? Ninguém é obrigado a escolher um time, vai na festa que toca o bpm que vc gosta e eu vou na do bpm rápido. Tem pra todxs.
9 - Você tá terminando um long long set de muitas horas. Qual vai ser a última track?
Eu tenho tocado uma música minha que vai sair nesse EP que falei ali no começo, ela é bem legal para fechar. Ou então eu coloco uma música disco, depois de ter tocado pesado, pra todo mundo ir embora sorrindo. Essa aqui é clássica da roberta closing
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10 - A gente tá muito feliz com sua vinda pra Masterplanet. O que você tá preparando para esse date casamento boda quinceanera radical passeio completo?
Eu tou até nervosa, esse date tá pra acontecer faz 1 ano já, não sei se vai ser namoro ou amizade, mas to mega ansiosa para tocar para as mastermonas. Tou preparando um enxoval de bate cabelo das trevas, um techno/house radical chic.
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Chatline com Badsista

** Badsista não dispensa apresentações. A bonita é DJ, produtora musical, força motriz da mulher sapatã na música eletrônica brasileira e um astral lá em cima. Envolvida em projetos como o coletivo Tormenta, banda da Linn da Quebrada, coletivo Bandida e turnês internacionais bafíssimas, Rafaela (ou badsista) se apresenta na masterplano pela primeira vez, no dia 20/7, na raverada cultural de BH. A gente sentou, quicou, levantou e amaciou o banquinho com o bumbum e abrimos um chatline. As respostas tão diver, gostosas e salientes. Palavras da própria bad: “Amigas, essa é DE LONGE a melhor entrevista que já respondi! amo D+++++ vcs caraaaaannn” . É isso! Badsista entrou na sala... **
Mana, a gente ficou muito enlouquecida com seu set no Boiler Room e com a pesquisa foda de música eletrônica/funk brasileiro. Agora a gente quer saber. Qual o melhor rolê de Itaquera?
Aqui em Itaquera rola o famoso Helipa LGBT perto da estação de metrô Itaquera, atravessando a Favela da Paz. Olha, acho que nunca estive num lugar com tanto viado, sapatão e travesti ouvindo funk num lugar só. É muita jogação, whisky redbull e gelo de coco, e o L também não pode faltar. E também - óbvio - o Parque de Diversões Marisa, próximo da minha casa, lugar de muitos romances, dates estranhos, teaser da Tormenta e até morte. Caso contrário, não seria um parque de diversões de respeito, né?!
**Você faz parte de movimentos incríveis em São Paulo, como o coletivo bandida, a tormenta, a banda da Linn da Quebrada, produção musical de artistas e rolês de live. O que você anda fazendo de projeto novo aí? A gente tem certeza que o ableton tá aberto com projetinhos salvos. Não tenta enganar a gente. **
Ando fazendo muitos sons pra tocar na pista, coisas mais aceleradas e eletrônicas blends baile funk, muitas vezes apenas como experimento, pra saber se vai atingir forte o dancefloor ou não. Por outro lado, também tenho feito muitos beats de trap e coisas relacionadas, pois quero muito abalar com essas novas gatas que vêm rimando muito bem. E já tenho músicas novas prontas só aguardando outros processos terminarem pra lançar :)
A gente ficou passatah com a tour no México e com as trocas com o coletivo NAAFI. O que São Paulo e a Cidade do México têm em comum e mega diferente?
Muita gente, muito carro, muita poluição: me senti em casa. Basicamente, temos as mesmas coisas que emergem de uma cidade tão imensa como a Cidade do México e São Paulo, porém com nomes e rostos diferentes. Mas, você sente que o epicentro íntimo do movimento é o mesmo. Quando você se propõe a entender historicamente a cidade, dá pra enxergar o porque de algumas diferenças entre as duas cidades, por exemplo: não ter muita gente preta na cidade. E a maconha lá é muito boa, muito mesmo.
Você sente que ainda falta uma integração da cena eletrônica latinoamericana?
Sinto que falta um pouco, mas também sinto que muita gente nas capitais latinoamericanas vêm buscando esse encontro e firmando essas conexões. E, muitas vezes, o que falta mesmo é o dinheiro. Por exemplo, desde 2018, já fui 7 vezes a Europa, e só agora em Agosto de 2019 estou saindo para minhas primeiras performances na América do Sul. E me sinto muito mais ansiosa e empolgada para esse encontro com meu continente do que quando tenho que atravessar oceanos, pelas pessoas que vou encontrar e pela cultura muito mais próxima de mim. Por mais que eu esteja longe da minha casa Brasil, me sinto muito mais próxima da mulher latino americana que sou.
Você se lembra do dia, da vez ou situação que você descobriu que era apaixonada por música?
Nunca descobri. Sempre foi algo que me acompanhou desde criança. Todas as minhas escolhas - lúcidas ou não - me levaram pra música. Já tentei escapar, não consegui. Aceitei e hoje enxergo como a música e meu talento e facilidade para aprendê-la é algo impresso no meu espírito já, na minha memória de vidas anteriores. Desse jeito não tem como ignorar.
O rolê da mulher sapatã. Indica pra gente duas manas bafas que anda pirado a cabeça de badsista.
BBWJU e/ou Julliana Araújo, da Taquara, Rio de Janeiro. A conheci oferecendo uma carona no uber saindo da Taquara pro centro, já tarde da noite e o ônibus não chegava nunca. Descobri que ela fazia a Batekoo RJ e desde então a via sempre tocando funk e afins. Então, ela me surpreendeu nos últimos meses com sets maravilhosos de House Music, com uma sensibilidade incrível e cavando várias músicas que você sofre pra encontrar na internet.
Outra gata é uma amiga de Aracaju chamada Disfalq que sempre me deixou muito impressionada pela braveza e elegância at the same time. Típico de quem faz look todo preto cheio de corrente de ouro e joias douradas. Não esperava menos. O som é mais pesado, mas é bem hipnotizante, e se você tá shiny, ele te leva longe, more.
Hoje você acordou mais Rafaela ou mais badsista axe blond?
Hoje estou mais Rafaela, cabelinho escuro crescendo e os cachos se abrindo, vou no aniversário de umas amigas ser eu mesma. Às vezes me cansa ser Badsista o tempo todo, gosto de escapar desse monster que eu criei. E, a version Badsista axé blond é muito enjoada, ela requer muito esforço e nojo pra colocar em prática. E, claro, uma lace loira.
**Se tivesse que escolher uma track de brega e outra de funk pra fechar uma pista. Quais seriam? **
A de brega que acho perfeita pra fechar a pista é "Por que Me Enganastes?", da Banda Lapada. O clipe também é belíssimo, vale muito a pena ver.
E a de funk pra terminar mandando o papo é a "Você Me Comeu de Jeito", com produção da DJ Thayná e vocais da MC Mayarah. (a dj thayná deletou do youtube, ja cacei horrores e não tá mais online. ainda bem que ainda tinha num hd externo antigo e upei aqui pra vocês ouvirem)
**Agora sobre teknovelas. Música de elevador serve pra alguma coisa? além de elevador. **
Pode valer também para lavar a louça, mas você pode se injuriar e acabar quebrando um copo. Você nunca fica muito tempo em elevador então acho que é o lugar perfeito pra ouvir esse tipo de música.
Tem mil anos que estamos querendo o match BadSista e masterplano. O que o povo da rua pode esperar pra esse date inédito?
Faz muito tempo que to esperando esse encontro também. Já havia dito pra Romana há um tempão, mas minha agenda começou a ficar muito loucona e quando vi já não estava mais nem ficando em casa direito. Porém, finalmente esse sexo gostoso vai acontecer, e você sabe que quando a gente espera e fica molhada só de pensar, é porque vai valer a pena. Vamos amanhecer bem gostosinhas nessa Virada Cultural em BH, dando beijinho no cangote e se despedindo com vontade de ficar.
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Foto: Hick Duarte Rico Jorge é um produtor que a gente admira muito. É miga da master e já tivemos dates com ele no carnaval de bh desse ano, flertes com a rádio veneno e agora vem se apresentar numa Masterplano perto de você, com seu live novo, na Virada Cultural de BH. A gente fez uma make, ligamos a cam e abrimos um chatline com ele. E sábado (20/7), Rico Jorge se apresenta pela primeira vez na Masterplano. Vem com a gente!
Ei, Rico. Chegamos no date. A gente pede uma bebida ou pede pra fechar a conta?
Uma bebidinha, né? Campari dose dupla.
Conta pra gente um pouco dos seus projetos - o selo ser e ver e a Rádio Veneno. Quando começou cada um? Qual a ideia de cada um?
A Ser e Ver vem de poucos anos, precisava de uma casa estruturada além de mim pra coligar e desenvolver ideias sem medo, assegurada da desvinculação do ego e que construísse em grupo. Daí começaram os lançamentos e a aproximação natural de quem se ligava fora estética. A Veneno surgiu do Rafa Toledo e logo de início comecei a colaborar com programas e ideias, daí formamos a base do que é a rádio, a junção das diversas cenas e formatos com intuito de produzir material relevante e presente no país agora, sem carão, com união e fomento desse novo período de excessos e o papel da rádio online nisso.
Uberlândia e São Paulo. O que você mais ama e odeia em cada uma dessas cidades?
Ah, Uberlândia é cerrado, calmaria, casinha e chamego. O que não se tem, se encontra em SP, centro mais possível e menos injusto dentro das artes gerais, em Minas. Vivia numa deriva constante, aqui é pé no chão e palavra pra se ver!
Quando começou a produzir seus beats, sons e composições? Como foi?
Produzir foi por volta dos 16 anos. Antes já compunha, tocava com outras pessoas, mas não rolava um encontro, inclusive foram anos até que eu me encontrasse dentro do que observo e crio, um processo intenso, doloroso e no meu caso, solitário.
Se pudesse levar uma música pra tumba e dormir eternamente ao som dela. Que som seria?
Faraó?
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Seu EP mitos poréns é uma delícia. Você sente falta da língua portuguesa na música eletrônica brasileira?
Parece que as décadas passam e ce acha que tá tudo certo, mil movimentos de volta a nós e as pessoas vão naturalmente cantar na língua que se expressam dia a dia e comunicar com o povo, mas não. E depende, né? Com quem cê quer falar.
Como funciona seu processo de criação? Precisa de uma rotina de horários ou espera uma luz de criatividade vir do nada?
Existem esses dois pontos, a rotina de criar cedo, cabeça vazia e corpo cheio e as luzes que surgem, na rua ou em casa, corre pro gravador, pro instrumento e vai. É num lapso bem pequeno que vêm as paradas mais reais.
Se você estiver em Uberlândia e for pegar um bus pra BH. São quase 8 horas de viagem pela longa estrada da vida. Quais sets vão tocar nos seus fones?
Eita, to sem spotify haha. Vou escutando o que me traz os lugares que to indo, mas como to em SP e vai ser uma viagem curtinha, escutaria Serra do Jequitibá, do Marcelo Ganem. Me lembra o carnaval aí de BH!
Enquete de instagram. Som no quartinho ou pistona?
Pistona, emociona mais.
O que a pista de BH pode esperar desse live na rua?
Live novo, voz do peito, beats quebrados, melodia que te traz e jinga constante. To ansioso!!
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Chatline com Andrew Thomson
Antes da chegada do Andrew Thomson aqui em BH, fizemos um chatline com o boy no qual trocamos ideias, nudes e goles em uma cerveja escocêsa imaginária. A conversa foi delis. E nós ficamos chokitas com algumas infos novas do boy — ele lançou um dos primeiros discos da SOPHIE.
Conheça um pouco mais da trajetória e das referências do Andrew Thomson aqui abaixo e venha ouvir ele tocar na MASTERp la n o no dia 9 de fevereiro. ☺

Oi Andrew. Bem vindo ao sul da Terra. Conta pra gente o que você tá achando do tour na Latinoamerik?
Sim! Na verdade eu saí do Reino Unido no início de dezembro e passei por Istambul, Tbilisi, Nova York, Cidade do México, Guatemala, Bogotá, Lima, Santiago, Buenos Aires e agora estou escrevendo de Montevidéu.
A viagem está ótima. Eu venho lançando músicas de alguns artistas latinos nos últimos anos e todos eles foram me visitar no Reino Unido enquanto estavam fazendo turnê, e eles sempre me convidavam para vir visitá-los por aqui e eu estou muito feliz de finalmente conseguir conhecer mais esse canto do planeta :)
O que conheceu de mais maluco por aqui?
Haha. Na verdade nada muito maluco aconteceu até agora. Como turista europeu, as pessoas estão sempre falando o quão “perigosa” a América Latina pode ser, e isso naturalmente coloca as pessoas em um senso de alerta. Quando eu cheguei em Bogotá, eu estava com medo de entrar no Uber saindo do aeroporto, pensando que alguma coisa ruim poderia acontecer. E, no final das contas, quem ficou com medo foi o motorista, pois ele achou que eu pudesse ser um policial disfarçado, porque o Uber é ilegal por lá.
Mas enfim, existem muitas vezes uma percepção preconceituosa na Europa de que a América do Sul é como um filme gangster e, na verdade, quando cheguei aqui eu fiquei muito feliz de ver o lado verdadeiro desses países. Tive a oportunidade de conhecer pessoas incríveis, comer comidas maravilhosas e, de uma forma geral, me informar para ajudar a quebrar esses preconceitos.
O que esperar de Belo Horizonte e seu reino de princesas?
Para ser bem honesto, eu conhecia mais sobre o Rio e São Paulo. Mas só agora que estou viajando pela América do Sul que comecei a ouvir falar sobre Belo Horizonte e, logo que eu menciono a cidade pra alguém que já esteve em BH, a pessoa logo fica muito empolgada sobre a cidade e me diz para me preparar pra me divertir muito. Então, para resumir, não espero nada muito específico, mas eu sei que estou muito empolgado para chegar. Faltam só duas noites de sono até lá :-)

Vamos falar um pouco sobre sua carreira como DJ. Como você começou a tocar e quais são suas maiores influências?
Eu comecei a promover minhas próprias festas na minha cidade natal (Glasgow) em 2008 quando eu comecei a bookar alguns dos meus heróis e heroínas. Aqui você consegue ver quem são essas pessoas. Eu não tinha intenções reais de ser eu mesmo um DJ e preferia me manter à sombra e dar espaço para outras pessoas, mas acabou que uma coisa levou a outra… Uma vez que eu comecei o meu selo (Huntleys + Palmers) eu percebi que o resultado musical do selo era muito variado e que talvez fosse necessário que as pessoas tivessem acesso a algo consistente para relacionarem ao selo e o fio que costurou tudo isso junto acabou sendo… eu! Então, assim que eu comecei a perceber isso, eu comecei a me esforçar mais para tocar melhor e a criar uma plataforma que eu pudesse compartilhar com novos artistas e etc.
Minhas maiores influências eram — e continuam sendo — James Holden, Optimo, Ivan Smagghe & Andrew Weatherall. O James Holden é provavelmente o maior deles, mas o que eu amo mais sobre os sets mais antigos dele e que ele costumava tocar uma variedade imensa de estilos de música, como new beat, trance, disco, techno, pop e ainda fazer tudo isso junto soar como seu gênero próprio.
O que costuma passar por sua cabeça enquanto você está tocando?
Acho que isso depende da gig, mas em um cenário ideal — um som bom, um bom público e um bom set up — eu tendo a aproveitar o momento o máximo que eu puder e eu começo a sorrir ou rir para mim mesmo quando eu descubro qual será a próxima faixa e antecipar na minha cabeça a reação do público a essa música. Eu no momento não tenho um set up em casa e eu não escuto muita música de festa enquanto estou em aeroportos, então eu sempre estou compartilhando a experiência da música com o público e fico tão animado quanto eles quando uma boa música toca.
Vocês planeja muito o seu set? Ou vai no escuro? Como é seu processo?
Mais uma vez, eu acho que depende da gig. Eu me preparo muito antes de algumas gigs específicas — inclusive, já estou separando músicas especiais para o meu set em Belo Horizonte. Mas a maioria das coisas só vem à cabeça assim que chego à festa. A pista pode ser maior, menor, não tão cheia, muito cheia e o DJ anterior a mim pode estar indo para direções que eu não esperava.
Então eu acho que eu me preparo para ser o mais espontâneo e adaptável possível em cada situação. Eu toco uma variedade grande de tipos de música, então eu nunca me decepciono quando as coisas acabam indo para um lado que eu não esperava. Eu admiro alguns DJs que tem um som muito específico ou um estilo no qual eles se posicionam independente da festa e do público, Mas para mim, isso não é natural. Eu gosto que as pessoas se divirtam independente de onde elas estejam e quem elas sejam.
Qual a diferença entre tocar quando é dia e tocar quando é noite.
Haha! Essa me parece uma pergunta muito típica da América Latina. De onde eu venho, chove absolutamente O TEMPO TODO — ok, talvez 70% do tempo. Então tocar durante o dia não é algo que eu costumo experimentar muito.
O que me deixa mais confortável é tocar a noite inteira — do começo ao fim da festa. Somente alguns clubes no mundo me deram essa oportunidade, como o Salon des Amateurs em Dusseldorf, o Laut em Barcelona e alguns em Glasgow e Londres — e eu particularmente gosto da experiência de ir construindo algo aos poucos em uma pista que ainda está vazia. Mais tarde na noite, eu me sinto muito mais confortável para experimentar novas músicas que eu talvez não tocaria se só tivesse 90 minutos.

Escolha uma palavra para definir o seu selo/coletivo Huntleys + Palmers.
Iminência.
Eu gosto de pensar que as músicas que eu lanço despertam um sentimento de “QUE PORRA É ESSA??” quando as pessoas as escutam e, quando as pessoas pedem pela track id, eu sinto que cumpri esse papel. Eu também amo tocar faixas de artistas grandes que às vezes caíram no esquecimento ou que as pessoas estão escutando pela primeira vez.
Nos apresente um artista que você acham mega interessante e que deveríamos conhecer agora em 2019.
Claro! Como muitos devem saber, eu lancei o primeiro álbum da SOPHIE e agora ela é uma artista indicada ao Grammy (!), então eu gosto de pensar que eu tenho um bom ouvido para novos e interessantes artistas :-) Aqui vai uma lista de artistas que talvez muitos ainda não conheçam: Cucina Povera, Free Love, LAPS, Lipelis, Mamacita, Object Blue, Wilted Woman.
Sabemos que você vive viajando, mas como é a cena eletrônica de Londres hoje. O que mais gosta? O que mais sente falta em relação a outros lugares?
Antes de vir para a América Latina, na verdade eu tinha acabado de voltar para Glasgow. Talvez a maior diferença entre Londres e Glasgow seja que Londres tenha uma indústria musical mais consolidada. As pessoas saem para fazer networking e ficarem bonitas na foto, enquanto em Glasgow tem um senso maior de comunidade e os clubes e festas são importantes lugares de encontro. Nossa cidade só tem 500.000 habitantes, mas temos pelo menos cinco bons clubes com ótima programação todos os finais de semana. Então, em muitos aspectos, Glasgow tem muita coisa acontecendo para o seu tamanho e eu estou começando a aprender a valorizar isso. Quando eu voltar dessa viagem, eu vou montar uma estação de rádio na cidade para mostrar mais dos empolgantes artistas que moram em Glasgow e, no momento, você já consegue acessar algumas compilações gratuitas de artistas de lá que eu lancei nesse bandcamp

Qual a festa/lugar/clube que você tem muita vontade de discotecar, mas ainda não teve a oportunidade?
Acho que naturalmente a pista do Panorama Bar, na Berghain. Aos poucos estou tendo a chance de tocar em vários dos lugares com os quais já sonhei. De todo modo, eu preciso dizer que algumas das melhores gigs que já toquei foram em cidades ou lugares sobre os quais as pessoas não estão falando muito, onde a cena não é muito conhecida e os produtores têm que fazer um grande esforço para fazer tudo acontecer. E eu tenho a impressão de que Belo Horizonte vai ser o meu próximo lugar favorito onde tocar :-) Mas é sério: eu sei que tem algumas coisas horríveis acontecendo no âmbito político no Brasil agora e eu quero mandar para vocês todo o meu apoio.
Se você fosse um DJ no apocalipse do ataque zumbi, qual a track você abriria o set?
Talvez um pouco óbvio, mas isso me veio à mente -
Você foi contratado para fazer a programação musical do casamento da M.I.A. Você pode escolher 3 DJ’s. Quem seriam? (pode escolher você mesmo, se quiser)
Olha só que engraçado: eu conheço o DJ que faz as turnês da M.I.A.! Mas eu acho que a SOPHIE cairia bem, assim como Nabihah Iqbal e LAPS, que eu já mencionei antes...
Se a gente estivesse te visitando na Escócia, onde você levaria a gente para dar o primeiro rolê?
Primeiro, coloquem seus capuzes! E depois, vamos talvez ir para os lagos e as montanhas para ver a paisagem durante o dia e depois voltar para Glasgow à noite para comer em algum lugar, pode ser o Stravaigin, e depois sair para dançar em algum lugar como o Art School ou o Sub CLub e depois descobrir quem está fazendo um after pra gente terminar o passeio ;-)
15 Mara. Acho que tá bom, né? Nos vemos no sábado <3
:*
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Entrevista com Djs Pareja
Mais que DJs, casadas.

Diego e Mariano sentaram esses dias no chat-line com a Masterplana pra contar um pouco sobre como esse romance de buaty se transformou no duo DJ's Pareja. Plano esse tão bem sucedido que levou os guapos pra várias partes do mundo, inclusive Beloris, na MASTERp la n o, onde vão apresentar parte do seu energético repertório que mescla, com toda a potência do techno da Sudamerika, ritmos contundentes, linhas de sintetizadores loopeados e vocais brutos.
Oie. Como vocês se conheceram? A gente se conheceu numa famosa boate underground de Buenos Aires chamada The Age of Communication. A gente amava ir lá. Era uma boate onde tocava puro house não comercial, e dava uma mistura de gente muito interessante.
Como era a cena de festas de música eletrônica de Buenos Aires nessa época?
Claro que nessa época a cena era muito pequena, não havia tanta informação, então nem todo mundo sabia o que estava acontecendo no mundo. Não havia tantas opções, então os públicos se misturavam muito mais do que agora. Em um só clube ou festa, você podia encontrar tanto clubbers, como também drag queens, indies, góticos ou simplesmente gente curiosa que se aproximava para saber o que estava acontecendo. Isso é algo que não acontece mais, já que todos sabem muito bem aonde ir e do que gostam. Hoje todos têm sua própria caixinha.
Como a cena eletrônica mudou a atmosfera da cidade de vocês ao longo dos anos?
Não acreditamos que a cena eletrônica mudou tanto assim a atmosfera da cidade. Ao contrário, a situação política e econômica do país é que mudou a forma como as pessoas se divertem. Inclusive durante as grandes crises que passamos, aumentou mais o desejo de sair para dançar e esquecer os problemas.
Sabemos que em 2016 houve uma guerra do poder público de Buenos Aires contra a música eletrônica, depois das mortes no festival Time Warp. Como a história se desenrolou e como os produtores e o público resistiram a essas mudanças?
Agora está tudo um pouco mais tranquilo, apesar de que hoje há um controle maior e isso incomoda um pouco as pessoas. Por sorte, há muita gente fazendo coisas, inclusive em lugares não convencionais, como festas underground em casas. Nós seguimos com nossa festa Fun Fun que completa agora oito anos, e no ano passado começamos uma nova proposta de ciclo/festa chamada Leftclub.
O que vocês acham de Buenos Aires hoje?
Está incrível! Há muita diversidade de propostas para todos os gostos, desde grandes clubes até festas em lugares secretos, em que o endereço é divulgado por inbox, e isso é incrível.
Acreditam que a música eletrônica da América do Sul é diferente em relação a Europa e América do Norte? De que maneira?
Sim, é diferente. Com exceção do que é copiado da Europa ou da América do Norte, o idioma e os ritmos já fazem uma diferença, e por isso o que é feito aqui é especial. Acreditamos que só o fato de vivermos aqui, longe do primeiro mundo, onde tudo é mais difícil, faz com que nossa música, de alguma maneira, seja influenciada por esse espírito latinoamericano e por sua forma de ver e fazer música.
Techno gay. Como a cena eletrônica de Buenos Aires colabora para a manutenção de espaços LGBTQ’s?
Sempre existiram espaços LGBTQ’s com uma proposta de música eletrônica, desde as clássicas festas Brandon Gay Gay até algumas novas que surgiram nos últimos anos. Apesar de já termos tocado em algumas destas festas, sempre preferimos a diversidade. A gente não gosta muito da ideia de gueto.
Se pudesse escolher uma track para escutar durante um longo beijo de língua. Qual seria?
Seria Careless Whisper Saxophone Loop 10 Hour Challenge. Procurem no youtube!
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E para um sexo selvagem?
Preferimos fazer sexo sem música.
Já tocaram em uma sauna?
Ainda não.
Fernet cola ou vinho? Vinho, mas só acompanhando uma comida deliciosa, sabendo que depois do jantar você não vai sair, ao contrário, vai dormir. Pelo menos a gente dorme na hora. haha. A gente não gosta de fernet, preferimos whisky.
Como vocês preparam as apresentações em duo? Planejam algo em conjunto ou decidem na hora? Durante a semana buscamos tracks que a gente gosta ou que produtores nos enviam. Nunca planejamos nada de antemão. Com esse material que a gente reúne, a gente deixa fluir essa energia na cabine de dj. E claro, a gente lê muito a resposta da pista, como as pessoas dançam, o que vai nos indicando de alguma maneira para qual caminho ir. É uma questão de conexão.
Já ouviram falar de Belo Horizonte? O que você esperam da cidade? Sinceramente não sabemos muito da cidade e nunca pensamos que fôssemos aparecer por aí. De todo modo, temos muita vontade de nos divertir e esperamos o melhor daí.

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Entrevista com Honey Dijon

Ninguém vivencia a house music e suas contradições como Honey Dijon. Da criação de trilhas para as passarelas da Louis Vitton às suas apresentações no Panorama Bar, ela circula por diferentes mundos com notável desenvoltura. Mas na trajetória de uma artista trans negra não existem caminhos fáceis.
Honey Dijon se apresentará no dia 04.03 na MasterODD c/ Honey Dijon.
Leia a entrevista
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Dica
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MIKATRETA 2017
Fotos: Francisco Pereira
http://franciscopereira.net/
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