mayraczinski

[mayraczinski]

Têm pessoas que são como droga pra gente. Funcionam exatamente como a melhor droga que você já usou. E a falta dessa pessoa, te traz a abstinência, igual como a droga.

Eu uso drogas desde cedo, sempre bebi em casa mesmo, me rendi aos cigarros ao 16, e daí tratei de experimentar o máximo de coisas, sem que isso me causasse grandes problemas. Muitas só experimentei poucas vezes, algumas mais vezes, mas tudo perdeu a graça. Hoje, um trago ou dois resolvem meus problemas.

Mas nunca me senti viciada em uma pessoa. Nunca receber uma mensagem, tinha agido na minha mente dessa forma. Como se cheirasse uma carreira, um “olá” me faz levantar da cama e querer fazer a vida “correr” comigo. Não é nada romântico. Não leia esse texto com um tom de melancolia, leia com a agonia que eu escrevo.

Como a maioria das drogas, usadas sem controle, sem dosagem certa, faz mal. Já cansei de tentar me enganar, e já cansei de dizer para mim mesma que já cansei.

Você percebe que é um problema, quando você já não se sente à vontade de falar sobre, com seus amigos, quando aquilo tem que virar um segredo só seu, por que você já falou tudo que podia, já te falaram tudo o que podiam e nada mudou. Pessoalmente, pra mim, a parte mais complicada é não ter controle, não poder tomar uma dose no momento que eu quiser, não querer parar de viver nesse eterno “pega-pega”, não imaginar um fim pacífico e sereno.

Todas outras drogas, tiveram seus momentos de ápcie e depois perderam a graça. Mas essa eu não consigo usar até que a graça se perda. Essa me limita, ela me usa, ela quem decide quando que iremos satisfazer nossas vontades e ter uma dose. Talvez por isso ainda não perdi a atração.

Me sinto ridícula, me sinto idiota, me sinto presa nessa história sem final. Esse final eu não consigo criar e não me parece que a droga algum dia pare de querer te dominar.

[mayraczinski]

Desastre - Victor Xamã

[mayraczinski]

São 7 dias

Mas confesso que não havia pensado sobre, essa manhã. Uma semana. Fico me perguntando se isso é premeditado.

Eu já havia me dado algumas “data limites”; 1 Dia. “ Se ele não falar comigo em 24 hrs, vou ter que dar meu jeito”, dei. Puxei assunto e fluiu, relativamente, ok. E daí o silêncio. Mais uma data, “ Se ele entra de férias e não falar comigo, eu vou entender que acabou realmente. Mas para garantir, deixei mais uma data aberta, “ se no Ano Novo, ele não me mandar mensagem como de costume, realmente acabou.”.

E ele se deu uma semana. Homens, tão mais simples. Quero essa simplicidade pra mim. E todas as incertezas, amarguras, somem...como efeito de um baseado ignorante na mente. Talvez ele funcione como uma droga, isso eu já imaginava, mas eu ainda preciso disso?

Me sinto tão bem, me sinto livre, por que essa carência de atenção ainda?

[mayraczinski]

¨6º dia

Quanto tempo demora até amargura sair do peito? Amargura, será? Culpa? Uma culpa amarga. Vergonha, com culpa, que deixa um sabor amargo na boca e uma marca na cara.

Faz 6 dias que tento não me lembrar da decepção vergonhosa culposa com sabor amargo, mas ela sempre vem à mente, mas sai com um leve chacoalhar de cabeça e deixa um sorriso amarelo no canto dos lábios.

Em momentos, penso, “Não foi nada! Não foi tão bom quanto imaginamos, mas foi, existiu de novo, após tanto tempo. Mas então, me lembro que uma última memória ruim, pode ser pior do que uma primeira impressão. Ainda mais, depois de tanto tempo. Tanto tempo...como eu agora que escrevo no escuro, pois o Sol já se pôs, e eu aqui.

Ainda pensando. E nada muda, em nenhuma das vezes que relembro, chego à alguma conclusão diferente, ou me lembro de algo novo. Só minha tolice mesmo, qualquer coisa que tenha acontecido, foi guiado pela minha burrice e é disso que me lembro.

[mayraczinski]

Se eu abdicar de tudo pra te ver feliz Isso comigo é desamor e não alivia a culpa em nada Se eu me desdobrar chega bem perto do limite Isso comigo é desamor e não alivia o gosto amargo

Victor Xamã

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