Contos autorais criados por Kailane SouzaSejam bem vind@s ao meu mundo africano 🇿🇦
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A justiça de Xangô no reino de Enugu
No reino de Enugu tinham as melhores comidas, tecidos e joias. Era um reino bem rico e tinha como rei Yooku e seu orixá de ori era Xangô, o orixá da justiça.
Mas nesse reino o que menos existia era justiça. O rei era muito ganancioso e se achava superior a tudo e todos. Acreditava que humilhando as pessos mais carentes só seu reino teria glória.
Mas Yooku esqueceu que ele era filho de Xangô, o dono da justiça. As fianças do reino estavam caindo, faltava comida e bebida e toda a plantação de quiabo foram queimadas.
Yooku preocupado com o que poderia acontecer com seu reino foi para ifá ver o que poderia fazer para ter as finanças de volta.
No jogo ele viu Xangô de costas para ele e seu reino indo a falência. Yooku pedia resposta a Xangô e Xangô não lhe falava nada.
Yooku com medo que isso acontecesse começou a assentar comida para Xangô e não resolvia nada. Xangô não aceitava as oferendas de Yooku.
Yooku então rogou pela misericórdia de Xangô e pediu que Xangô dissesse-lhe o que estava acontecendo e o por que do seu reino está assim e logo então se deitou para dormir.
Sonhou com Xangô dizendo que ele perderia todo o seu império e lhe dizia o motivo:
- Você usou as pessoas, humilhou as que não tinham nada para te dar. Eu, Xangô, dono da justiça vou tirar tudo seu mas não se preocupe com o povo. Eu não vou deixar o povo com fome.
Yooku acordou assustado e foi direto falar com o responsável pelas finanças e o seu súdito então falou:
- As finanças cresceram inexplicavelmente e agora dá para comprar comida, bebida e recuperar a plantação de quiabo.
Enquanto Yooku conversava com seu súdito um dos seus guardas o chamou e disse:
- O conselho do reino está reunido a sua espera.
Yooku com medo entrou na sala e se sentou. Começou a ouvir tudo o que o conselho tinha para te dizer e por último o veredito foi:
- Após uma consulta aos Búzios, o jogo diz que não quer mais você como rei de Enugu e você deverá mora na vila do reino até aprender a ser humilde.
Yooku foi embora do reino viver no meio daqueles que ele humilhava para aprender que com ganância e superioridade não se vai a lugar nenhum.
Hoje yooku agradece a Xangô seu orixá por ter te dado essa lição e vive feliz na vila com a sua esposa e seus filhos.

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Danso e o mistério de exu
Danso é um rapaz que morava no Ibadan. Era muito pobre, de origem humilde, sobrevivia da venda de frutas mas com o dinheiro que ganhava de sua venda, só dava para pagar o aluguel, comprar um pão e um copo de chá.
Mesmo com todas adversidades, Danso se levantava todos os dias para trabalhar, ainda que com dores e até feridas por causa de dormir no chão só com um pano para se cobrir, rumava todos os dias para sua vendinha para conseguir o seu sustento.
Um belo dia, Danso encontrou um jovem pedindo comida na esquina da feira. De início Danso estranhou e o seu primeiro pensamento foi: "Como um garoto novo desse jeito está aqui pedindo comida sozinho?", Ainda com a estranheza da situação, a sua bondade falou mais alto e então ele deu ao jovem um pedaço de seu pão e um metade do seu chá.
Aguardou que ele acabasse de comer e lhe perguntou:
- Porque está aqui sozinho? Cadê seus pais?
O menino lhe devolveu um sorriso faceiro e lhe respondeu:
- Eu sou seu pai. É você que deve me dar comida!
Danso caiu na risada e incrédulo, olhou para o garoto sem entender o que ele estava lhe dizendo. Por fim, não aguentou e lhe falou:
- Olha a minha idade e olha a sua. Como você pode ser o meu pai?
Ficou ali sentado com o garoto, terminou de comer seu pão e foi-se embora despedindo-se da criança que nada mais lhe falou.
Ao dar as costas, ouviu alguém gritando seu nome e ao virar não viu mais ninguém, nem sinal do garoto.
Após uns dias, Danso resolveu visitar o babalorixá da sua família a fim de se consultar.
O baba jogou os búzios mas não conseguiu ter uma resposta concreta para dar a Danso.
Danso então foi andando para sua casa cheio de dúvidas e questionamentos. Quando ele estava quase perto de casa, avistou ao longe o menino novamente, só que dessa vez não mais tão novo como no outro dia. Ele estava como um homem, encarando Danso, que assustado com aquela aparição perguntou:
- Quem é você? O que realmente quer de mim?
E o homem então respondeu:
- Eu sou seu pai. Guardião da comunicação, Exu.
Danso surpreso e maravilhado demais para falar alguma coisa, se curvou ao seu orixá e quando levantou exu já não estava mais lá.
No dia seguinte Danso acordou e foi direto na casa do seu babalorixá e chegando lá contou tudo o que tinha acontecido.
E o babalorixá lhe disse:
- Danso, quando eu joguei para você Exu disse "silêncio". Eu não podia lhe dizer nada se não eu seria desobediente mas vamos ver agora o que exu diz.
O babá então jogou para Danso e Exu disse "faça uma oferenda para mim e coloque na colina ao cair da noite"
Danso voltou para sua casa preocupado por que ele só tinha o dinheiro do pão e do chá não dava para comprar os ingredientes da comida de exu e no caminho de casa Danso encontrou búzios no chão e com esses búzios ele comprou os ingredientes da comida.
Danso começou a fazer a oferenda de Exu, que cheirava tanto a comida que exalou a cidade inteira. E assim ele foi ao cair da noite colocar a oferenda de Exu e ao chegar em casa recebeu uma carta de emprego para ser cozinheiro da rainha. Danso feliz e agradecido a Exu, ajoelhou e rogou ao vento seu agradecimento.
Hoje vive no castelo de Ibadan, feliz e no conforto do seu trabalho.
Mojuba Exu 🔱

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Gimbya e sua história de amor
Na cidade de Adamaw nasceu um lindo amor entre Gimbya e Akin. Eles tinha uma ligação perfeita, se sentiam completos e conectados mas tinha um porém eles não podiam se casar por que pertenciam a aldeias diferentes e este era considerado um tabu pois era terminantemente proibido se casar com pessoas de outras aldeias e se essa regra fosse quebrada, o castigo era pena de morte.
Mas eles não se importaram com essa regra e viveram felizes um com o outro, mesmo com o medo de tudo, eles sentiam que o amor entre eles era mais forte do que o tabu. Mas Gimbya ficava triste por que ela queria viver esse amor livremente e não podia.
Akin, como um bom filho de Oxossi, fazia com que sua amada esquecesse um pouco os problemas com muito carinho, cuidado e amor.
Quando a noite chegou eles foram se encontrar e Gimbya, triste e aflita disse a Akin:
- Akin, eu não aquento mais viver assim. Quero lhe ter por perto o tempo todo, poder gritar a todos o nosso amor e não poder, dói demais.
Akin não teve resposta para dar a sua amada, somente a abraçou e assim eles curtiram a noite e foram embora no raiar do sol. Quando Gimbya chegou na aldeia feliz e contente, não sabia o que lhe aguardava. A sua mãe te esperava sentada de cara fechada e disse-lhe:
- Gimbya, eu já sei de tudo. E antes que a matem, você está proibida de sair da nossa aldeia. Seu primo irá lhe vigiar.
Gimbya ficou triste mas rapidamente pensou numa forma de contar a Akin o que tinha acontecido, pediu que sua amiga contasse para ele e assim sua amiga o fez.
Aos passar dos dias Gimbya começou a sentir um mal estar. Enjôo, dor de cabeça, tontura, a mãe de Gimbya desconfiou que sua filha poderia estar grávida então ela decidiu ir até a yalorixá da aldeia.
Ao chegar na tenda da Ya, a mãe de Gimbya contou tudo o que tava acontecendo para ela e pediu que ela consultasse lá Búzios para saber o que estava acontecendo. A Yá então começou a jogar os búzios, olhando nos olhos da mãe de Gimbya, falou-lhe:
- Fia minha, o Ifá tá dizendo que Gimbya é de Oxum e Oxum diz que Gimbya foi a escolhida para trazer uma criança com o ori de Logun Edé e representar a família dela aqui na terra.
A mãe de Gimbya ao ouvir todas as palavras proferidas pela Yá, decidiu levar Gimbya para longe por que sabia que se ela ficasse e descobrissem a verdade, poderia morrer por ter quebrado a regra.
Ao chegar em casa contou tudo para Gimbya e entre choros e acalentos, falou a sua filha:
- Filha, você partirá hoje a noite da aldeia junto com Akin e não voltará mais.
Assim que a noite caiu, Gimbya encontrou-se com Akin e eles partiram. O líder descobriu tudo através do primo de Gimbya e mandou os guerreiros irem atrás de Gimbya e Akin na floresta e ordenou que prendesse a mãe de Gimbya por traição. Os guerreiros voltaram da mata e não encontraram Gimbya e muito menos Akin e começaram a castigar a mãe de Gimbya que sofria e implorava: Me ajuda, Oxum.
Oxum ouviu o pranto daquela que por amor deixou que a filha fugisse e por fé em Oxum para que o destino fosse concretizado. Oxum castigou a aldeia com uma seca intensa. não havia água em nenhum lugar. O líder vendo o povo com sede consultou a Ifá e Ifá lhe mostrou que soltasse a mãe de Gimbya para que assim ele tivesse água novamente. E por ordem de Oxum deveria deixar Gimbya e Akin em paz. Ele obedeceu a ifá e soltou a mãe de Gimbya e dessa forma udo voltou a normal.
Gimbya, por sua vez, feliz com seu amado ao seu lado deu à luz a seu filho na mata e lhe deu o nome Amir e eles viveram felizes, com a proteção da família de Oxum.
Escritora:Kailane souza Revisora ortográfica:Aila Portugal

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As filhas de Oyá
No reino de Ijebu de Odé, que fica no estado de Ogum, são criadas várias mulheres para guerra que somente eram treinadas quando havia uma guerra se aproximando. Essas guerreiras nunca eram chamadas e isso causava muita revolta nas guerreiras.
Até um dia, uma das mulheres, chamada Abidemi foi até a rainha com as outras guerreiras para questionar o motivo de não serem chamadas. Ao chegar lá Abidemi fez o seu questionamento a rainha Aduke e a rainha, surpresa com o questionamento das guerreiras lhe disse:
- Abidemi, se sempre foi assim, por que você questiona agora? O que a faz pensar que agora vai mudar?
Abidemi então revoltada com a resposta da rainha, se retirou do castelo junto com as guerreiras e voltou para a sua tenda. Naquele dia Abidemi chorou tanto, tanto que seu choro rogou por Oyá, a grande guerreira. Oyá ouviu o choro de Abidemi e foi até a casa de Ogum, o grande guerreiro e pediu a Ogum que fosse no reino de Ijebu e conversasse com Aduke e pedisse a ela para que deixasse as suas filhas, suas guerreiras irem para a guerra.
Ogum então, a pedido de Oyá, foi ao reino de Ijebu e em suas palavras com a rainha Aduke, proferiu:
- Eu, Ogum, o grande guerreiro ordeno que você, Abuke, deixe as guerreiras de Oyá irem para a guerra.
Ainda assim, Aduke com a sua teimosia não acatou a ordem de Ogum e não deixou que as guerreiras fossem para a guerra. Ao ver isso, Oyá se revoltou e foi ela mesma de encontro a Aduke. Sua voz entoava forte e Aduke ouviu atentamente quando Oyá lhe disse:
- Eu, Oyá dona dos raios, te ordeno que deixe minhas filhas irem para a guerra se não eu vou destruir seu reino com o poder dos meus raios.
Mesmo assim, Aduke permaneceu em sua teimosia e novamente não deixou que as guerreiras fosse. Mas não se pode mexer com a ira de Oyá e ela não estava brincando quando disse que se ela não deixasse as guerreiras irem que ela iria acabar com o reino inteiro.
Uma grande tempestade se instalou no reino e estava devastando com tudo o que se punha a frente. Abidemi já sabendo o por que daquela tempestade foi até um babalorixá da cidade correndo e pediu para que ele jogasse seus búzios e lhe dissesse como ela poderia acalmar Oyá.
O babalorixá então jogou e Ifá lhe mostrou que fizesse uma grande oferenda para Oyá mas antes fosse atrás de Ogum e pedisse a ele que fechasse o caminho do castelo se não Oyá, com sua fúria, iria acabar com tudo. Então Abidemi correu e fez tudo que o ifá disse. Pediu a Ogum que fechasse o caminho e fez sua oferenda para sua mãe guerreira, Oyá para que se acalmasse. Aduke vendo a metade do seu reino destruído, finalmente deixou que as guerreiras, filhas de Oyá fossem para a guerra e desse dia em diante, Oyá sempre é agradada no reino de Ijebu de Odé.
Escritora :Kailane souza. revisora ortográfica:Aila Portugal

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