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Quando era criança caí em um poço...

Não era tão assustador no início, então só esperei até que meus pais me resgatasse, afinal, eles eram meu farol, meu motivo de existir... Após um tempo notei que não havia aparecido ninguém. A sensação de insignificancia e invisibilidade me tomou. Após lidar com a dor, fiz daquele buraco a minha casa.

Até que atingi certa idade e altura, e me ajoelhei. Ao me ajoelhar vi que o buraco não era grande coisa. Conseguia enxergar fora dele... Talvez conseguiria até sair daquele lugar!

Finalmente tive forças para ficar em pé sozinha. Aquela situação, a vida fora do buraco era fácil, tinha opções, formas de me manter de pé, me apoiar nos obstáculos. Ainda assim a falta do afeto e auxilio familiar era gritante.

Minha visão sempre foi as costas deles. Então aprendi a virar as costas para todos que conheci no caminho e que se importaram comigo. Reproduzi o que recebi. Era a única coisa que eu conhecia.

Do caminho percorrido, até agora, vejo que não andei uma longa distância, sinto que ainda estou próxima do poço. E com frequência ele me chama para dentro, como se eu pertencesse a ele, e ele a mim. A minha conexão com ele se tornou mais forte do que com as pessoas que me fizeram existir.

Eu não sei que rumo seguir, se sedo e volto para ele, ou se continuo com essa busca incessante por um lugar onde eu me sinta bem ou próximo disso, pois já não lembro como é essa sensação. Eu só quero respirar aliviada, sem esse peso no peito e esse tremor notório. Uma parte de mim ainda tem esperanças. É por isso que estou aqui lutando!

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Vontade incessante de trocar as pessoas da minha vida como se fossem peças que precisam me satisfazer. Nunca me sinto satisfeita com meu momento presente.

Nada é bom o suficiente, e tudo me faz questionar minha existência. Simulações de morte se tornaram rotineiras em momentos que minha cabeça se encontra desocupada.

Meus tremores se intensificaram a ponto de ser notado ao segurar algo em minhas mãos. Mãos de um corpo completamente inseguro e instável.

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Escuridão dentro e fora!

Caos, dor, irritação, tristeza, vontade de desaparecer, autoinsuficiencia, despreso pelo presente, vontade de libertar minha pior versão... Todas essas sensações me inundam. Mas de alguma forma não transbordo.

Para onde vai tudo? É o que minha mente tenta descobrir a todo instante, isso me deixa exausta. Me sinto um buraco negro, que suga tudo e coloca cada sentimento em um lugar distante. Ao menos até a próxima crise...

Nesses momentos parece que meu mundo é escuro como uma noite nublada. E o frio... Ele me machuca e me satisfaz.

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Recentemente algo que me assustou bastante foi a capacidade que a minha mente tem de adoecer meu corpo e o quão sem controle eu estou sobre isso…

Os enjoos, gastrites, vômitos, tonturas, sensações hiper sensoriais, apatia, olhos vermelhos e inchados mesmo sem choro, hematomas, tremores. Esses são alguns dos sintomas que o corpo emite dizendo que não está suportando a mente.

E as vezes minha mente cede o controle para que eu possa tentar limpar um pouco da bagunça e vir aqui descrever as sensações em busca de uma ajuda no futuro, onde eu possa ler e lembrar que já passei por isso e ainda estou aqui.

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O que fazer quando ninguém enxerga?

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Abriu minha ferida...

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Antraz

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é só um dia ruim.

de novo

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Dias -> Meses -> Anos -> Inconstantes.

E repentinamente o lugar dos meus sonhos tornou-se um de meus pesadelos. Do que adiantou um lugar tão belo, com paisagens surreais, oxigênio limpo, verde e azul em todos os lados, vir acompanhado de pessoas tão cruéis e ignorantes?

Um lugar onde quando olhamos para o céu e ao redor, imaginamos Deus, pois um lugar tão belo só pode ter sido uma das criações específicas Dele. E ao mesmo tempo quando olhamos a nossa frente enxergamos pessoas demonstrando os sentimentos mais impuros da alma, e sentindo prazer nisso. Após presenciar certas coisas, conseguimos concluir que o ser humano polui, e somos uma doença para o nosso tão belo mundo.

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Sensação de irritação e ressentimento por ter sido questionada sobre a veracidade do fato ocorrido. Colocando em pauta que pode não ter sido para mim a música cantada (sexualizando o corpo de uma mulher). Sendo que o primeiro fato a ser apurado é que o homem estava no quintal da casa onde eu moro e deveria redobrar o cuidado com as palavras usadas e as interpretações que elas podem causar. Mas ao invés do homem tentar se policiar e não dizer certas coisas que causam desconforto em quem está perto, é a mulher que tem que entender que possivelmente ela não foi assediada e ela que o interpretou mal.

Com o tanto de assédio que acontece todos os dias, e o tanto de questionamento que as mulheres recebem, isso fica doloroso. Dói ser questionada pela veracidade de algo que nem saiu da sua boca, foi outra pessoa que falou e você foi obrigada a ouvir e entender (ou não), e apontam você como doida.

Dói também quando minimizam o fato, e acham que isso é bobeira. Não é bobeira você não se sentir livre pra andar na rua ou no seu próprio quintal, com o sentimento enraizado de que você não está segura, não é respeitada, e ter que ouvir coisas sobre seu corpo de pessoas que você não tem intimidade alguma ou nunca viu na vida.

Não compartilhamos esse momento traumático com as pessoas esperando que elas batam, matem ou prendam o assediador. Compartilhamos buscando apoio e queremos que o máximo de pessoas possíveis tentem entender que a mente fica revivendo a cena várias vezes, a insegurança aumenta, e a sensação de impotência se torna imensa. Sendo assim o relato é para que entendam e se solidarizem com a dor de quem sofreu assédio.

- Texto de uma mulher que já sofreu inúmeros assédios em lugares públicos e privados.

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A ansiedade e depressão causam tantas sensações inexplicáveis…

Você consegue sentir tudo ao seu redor, fazendo parecer que suas emoções estão presentes fisicamente no ambiente, e ao mesmo tempo o seu corpo não consegue reagir, e sua mente te faz questionar o passado, presente e um possível futuro.

Já tiveram momentos em que senti que eu não era real. As crises nos fazem questionar nossa existência. E o complicado é que nesse nó gigantesco que a mente se torna, as obrigações e necessidades não deixam de existir e se faz necessário ignorarmos os distúrbios para cumprir os padrões de vida impostos.

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Ultimamente qualquer coisa está sendo gatilho para a minha ansiedade. Mesmo medicada minha mente ainda continua um turbilhão…

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Os pais podem ferir o psicológico dos filhos e gerar traumas para toda a vida. Não necessariamente palavras dirigidas aos filhos geram consequências, as palavras e ações dos pais entre si, e para outros, também. Uma criança é forçada a crescer precocemente para compreender que sua família não é feliz e que há algo de errado, e tirar suas próprias conclusões sobre a vida.

- Um texto que escrevi há 7 meses atrás em forma de desabafo.

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A verdade é que nunca quis partir

Mas voltar para onde sai parece errado

Era para ser uma decisão fácil

Entretanto, aqui estou…

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Para cada submersão, tem uma volta a superfície com mais resiliência e aprendizado...

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Me julgando e bloqueando minha criatividade para escrita, devido a não me achar digna o suficiente de qualquer frase.

- Busque se curar, garota!