mistagun
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son gunhee
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the opposite of love is not hate, it's indifference. the opposite of art is not ugliness, it's indifference. the opposite of faith is not heresy, it's indifference. and the opposite of life is not death, it's indifference.
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mistagun · 7 years ago
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stonehxxrt:
Não conseguiu evitar uma gargalhada envergonhada após o abraço desajeitado trocado entre os dois, mas isso pareceu um tanto quanto inapropriado após o clima continuar tenso, portanto ela parou. Ele estava certo sobre sua altura, já que ela não havia crescido tanto de um ano pro outro, mas ainda assim ela deu uma leve cutucada nele, como quem reclama de alguma coisa.
Ver o amigo gaguejar não era algo comum, já que quando moravam perto um do outro, ela brincava que um dia iria precisar até mesmo lembrá-lo de respirar durante as conversas, de tanto tagarelar. Algo começou a crescer dentro de si de forma rápida e, antes de perceber, já estava com medo de algo que não sabia explicar. Era possível sentir a quentura de seu corpo subir inteira para as bochechas após receber o elogio e, sem pensar, levou as duas mãos até o rosto, escondendo a provável vermelhidão que se formara ali. Sorriu com nervosismo e sussurrou um “obrigada” quase inaudível, que foi seguido de um silêncio um tanto quanto constrangedor. Nada parecia vir à sua cabeça para mudar a situação e Seokja não conseguia olhar dentro dos olhos de Gunhee como fazia antes com tanta facilidade.
Foi então que decifrou o significado do pavor que crescia dentro de si: estava com medo de ter perdido o melhor amigo. As coisas pareciam diferentes de antes e por alguns segundos ela se perguntou se aconteceria de os dois não conseguirem mais ser tão próximos quanto antes. Um ronco originado de sua barriga cortou toda e qualquer linha de pensamento possível e só então ela percebeu que estava morta de fome. Seus pés se contorciam no chão, como os de uma criança envergonhada, mas quando olhou para frente, com o objetivo de observar a reação de Gunhee após o barulho, seu estômago soltou mais um ruído, dessa vez ainda mais alto, e Seokja começou a rir sem parar, praticamente tendo uma crise de riso.
Segurou em um dos braços alheios enquanto se abaixava um pouco para esconder o rosto e tentar parar de rir, mas não conseguia. Levantou abanando o rosto, que ainda estava vermelho, como quem tenta afastar o constrangimento. A risada só cessou um minuto inteiro depois, quando ela resolveu finalmente abrir a boca. “Eu até esqueci que não como desde ontem”, informou, se sentindo um pouco mais confortável agora, mas deixando algumas palavras escaparem de seus lábios sem sua intenção. “A saudade me deixou desnorteada, eu acho”, soltou, de uma vez, sentindo-se envergonhada por admitir que sentia a falta dele. Suas bochechas queimaram mais uma vez, mas antes que ela pudesse se complicar ainda mais, apontou para a mesa de salgados, indicando que pegaria alguns e perguntando silenciosamente se ele a acompanharia.
Gunhee continuava completamente perdido em seus pensamentos sem saber como agir ou o que dizer para Seokja. Era estranho como tanta coisa havia mudado em apenas um ano, sequer tinha certeza de que possuía a mesma intimidade de antes com a garota à sua frente. Odiava o fato de ter se mudado. Seul era legal, as pessoas eram legais e as garotas em sua nova escola eram lindas, mas preferia continuar morando ali, como sempre. 
E se dissesse algo que a deixaria Seokja magoada ou incomodada? E se o abraço tivesse sido demais? Muitas perguntas sem respostas continuavam a lhe importunar e nenhuma ação ousava ser tomada por ele.
Os roncos na barriga da amiga foram quase um grupo de salva vidas mandados por deus. Aquilo foi o suficiente para fazê-lo rir junto da coreana, tornando o clima confortável finalmente. A menção da palavra saudade no meio da explicação alheia fez o garoto corar, ou pelo menos ele achava que estava corando. Mas confortava seu coração adolescente saber que Seokja havia sentido sua falta, isso o fazia crer que apesar das mudanças, ainda eram amigos de verdade. Mas se iria conseguir conter tanta felicidade dentro daquele corpo era um grande mistério.
“Como alguém esquece de comer? Principalmente alguém na sua situação...”, disse, a olhando de forma suspeita. “Você precisa crescer mais, então é bom não esquecer da alimentação. Não quero ser amigo de uma anãzinha de jardim”. Como era de costume antes, apertou a ponta do nariz da amiga, e logo passou a atacar a bandeja de salgados mais uma vez, agora não mais sozinho.
“Quer saber? Eu já comi um monte disso aqui e não consigo parar”. O coreano mordeu com vontade um pedaço do salgado que sequer sabia do que era feito. Se estivesse envenenado ou se fosse feito de algo estranho, sequer notaria. Alguns suspiros e murmúrios eram liberados por ele, como nos programas de culinária enquanto alguém prova o prato feito. “A sua mãe é a melhor cozinheira desse mundo, diferente da minha. Você já aprendeu a cozinhar bem assim?”.
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mistagun · 7 years ago
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stonehxxrt:
A sensação fria nos dedos do pé fez com que Seokja acordasse completamente contorcida. Todo o corpo estava coberto, mas seu pé esquerdo para fora era suficiente para que ela sentisse um calafrio percorrer a espinha. Mexeu a perna procurando suas meias e não conseguiu encontrá-las, percebendo que provavelmente estavam perdidas no meio de tanto tecido. Enrolou-se por completo no pano, desnorteada, procurando coragem para se levantar dali e ir até o banheiro. Apesar do frio, podia sentir alguns raios de sol penetrarem sua janela, algo que normalmente colocaria um enorme sorriso em seu rosto mas que, no momento, era irritante.
Impulsionada pela forte vontade de urinar, a coreana se sentou, ainda enrolada no cobertor como se vestisse um véu e colocou as pernas para fora da cama, calçando suas pantufas ainda de olhos fechados. Assim que tentou se levantar, foi impedida pelo próprio peso de seu pé, que segurou a manta e levou Seokja ao chão. A garota então soltou uma gargalhada que não foi nem mesmo finalizada, pois antes que percebesse, já havia voltado a dormir, ali mesmo.
O cheiro de carne frita chegou ao seu olfato antes que a consciência lhe chegasse ao cérebro e só então a morena percebeu a situação em que se encontrava. Levantou em um só pulo procurando o relógio, que já marcava 5:28 da tarde. Por mais que gostasse de dormir, isso já era um exagero, e a irritação tomou conta de si. Em alguns minutos as visitas chegariam em casa para o jantar e a dorminhoca não podia se dar ao luxo de sentar na mesa completamente desarrumada. O que iriam pensar? O que sua mãe diria?
Sua mãe.
Seokja estreitou os olhos, inchados de sono quando pensou em sua família. Especialmente uma certa Gyo Seohyun, que, de acordo com os raciocínos da garota, não merecia ser chamada de mãe em um momento como este. Nem seu pai e muito menos sua pequena irmã. Que tipo de criança não invade o quarto dos outros pulando em cima da cama até que a pessoa grite socorro? Soobin só podia estar quebrada, isso só podia ser defeito de fábrica.
“Omma!”, saiu do quarto gritando, como se o mundo fosse acabar. “Que tipo de mãe é você?”, resmungou para si mesma enquanto se enrolava ainda mais em sua manta e procurava a mulher criminosa. “Eu dormi no chão! Por sete horas! E você nem notou!”, gritava enquanto descia a escada e segurava para que não tropeçasse mais uma vez na ponta do cobertor que a envolvia. “O inverno tá forte, você sabia? E se eu pegasse uma pneumonia? E se eu morresse? Você não iria saber!”, dizia, cada vez resmungando mais enquanto se dirigia à sala de estar, esperando encontrar pelo menos o pai na sala. Ele entenderia seu sofrimento. Ouviu a barriga roncar e resmungou, batendo os pés no chão. “Eu vou morrer de fome tam–”
Assim que chegou na sala, percebeu que sua família realmente estava ali, mas acompanhada das visitas. Aquelas que só deveriam chegar seis horas da tarde. Ali, no sofá. O olhar de Seokja pousou imediatamente em Gunhee e a garota sentiu suas bochechas pegarem fogo. Passou a mão no rosto tentando afastar dali os cabelos rebeldes e se curvou para cada um dos convidados mais do que seu corpo permitiria em um dia normal. “Annyeonghaseyo!”, declarou, sem saber o que falar depois. “É… Vou tomar banho. Desculpem. Feliz Natal”, abriu um sorrido envergonhado e correu para longe da visão de todos, não demorando para ouvir uma gargalhada coletiva. Largou o cobertor embaixo da escada e subiu correndo para o banheiro, trancando a porta antes de se encostar na mesma e se arrepender de todos os segundos em que já viveu nesse mundo cruel.
Tomou um banho um tanto quanto demorado. Não porque precisava, mas porque temia o momento em que precisaria descer e encarar todos eles novamente, principalmente Gunhee. Depois que o garoto foi embora, ela teve dificuldade em encontrar novos amigos, já que considerava todos naquela cidade chatos demais. Ninguém tinha as ideias que os dois tinham juntos, ninguém a entendia como ele. Depois de tanto tempo, ela já havia se acostumado com a nova realidade, o que não significa que ela não estava completamente animada para revê-lo. Queria saber o que ele tinha feito na cidade grande, acima de tudo sobre as pessoas que tinha conhecido. Uma vez ouviu que todos eram bonitos e bem-vestidos em Seul, e sempre quis tirar a prova disso.
De qualquer forma, não poderia se vestir como uma garota caipira na frente de uma família que agora não pertencia mais ao interior. Procurou um vestido em especial, um de seus favoritos, mas que só usava em ocasiões especiais, mas teve dificuldades para fechar seu zíper. Olhou no espelho, se perguntando o que pensariam dela. Nesse ano longe, ela havia engordado alguns quilos e a imagem era bem diferente da imagem das garotas de Seul, magras e perfeitas, mas ela deixou isso para lá e calçou o sapato, ouvindo sua barriga roncar pela terceira vez. Pensou que se passar fome era o requisito necessário para ser magra, ela queria ser redondinha para sempre, e riu do próprio pensamento. A porta do seu quarto abriu, e sua mãe entrou, rindo um pouco, mas pronta para ajudá-la a se arrumar, tirando um pequeno batom cor-de-rosa no bolso e passando nos lábios de Seokja.
“Agora você está mais do que linda, minha porquinha”, brincou, enquanto a filha fazia bico, ainda sendo dramática. “Eu te deixei dormir, sabia? Não achou estranho ter acordado com mais dois cobertores por cima de você?”
Só então ela percebeu que realmente havia sido muito mais difícil levantar do chão, mas ela achou que era o cansaço. Sorriu e olhou para a mãe. “Eles me acharam uma boba, né?”, perguntou, enquanto a mãe acariciava sua cabeça e lhe tranquilizava.
As duas desceram a escada e a garota deu oi para os convidados, pedindo desculpas por não ter feito isso do jeito certo alguns minutos atrás, mas eles somente riram e disseram não ter se importado. Enquanto os adultos voltavam a conversar, ela se dirigiu até Gunhee, tentando esconder a vergonha estranha que sentia.
“Hee oppa! Você cresceu”, comentou, enquanto se aproximava o suficiente para demonstrar que ele ainda era importante para ela, mas com a distância necessária para que suas bochechas não explodissem de tão quentes.
Enquanto saboreava cada um dos salgados em que batia os olhos, Gunhee se lamentava por ter passado mais de ano sem a comida da senhora Gyo. Como havia sobrevivido? Sua mãe nunca havia sido a melhor cozinheira do mundo e ele sempre foi alimentado pelo que era feito por empregados da casa, mas se lembrava muito bem do quanto comia na casa de Seokja quando passavam a maior parte de seus dias juntos. Mal podia esperar pela ceia, com certeza iria ao céu quando tocasse na comida.
Seus pais estavam tão extasiados por encontrarem os velhos amigos que mal puderem alertar o filho pela falta de educação, nem mesmo Juhee que não largava de seu pé o estava interrompendo, afinal, a maior preocupação dela naquele momento era brincar com a irmã mais nova de Seokja. O coreano estava prestes a começar a tour pela bandeja dos docinhos quando ouviu uma voz familiar ecoar no andar de cima e não demorou muito para que seus olhos encontrassem a dona daquele timbre. 
Gunhee sequer conseguiu se mexer. Ouviu a garota reclamar, a ouviu se desculpar, e nada fez. Não sabia que podia ficar estático por tanto tempo até que a viu sumir. Quanto tempo havia durado sua paralisia? Estava tão ansioso para vê-la e quando consegue simplesmente congela no assento do sofá? Algo estava errado. Nem mesmo gargalhou com os demais quando a menina deixou a sala. Somente minutos depois foi que se deu conta de que havia paralisado por um motivo idiota demais até para ele: Seokja estava bonita demais.
As únicas garotas a quem já havia visto pela manhã eram sua mãe e irmã, e nenhuma delas jamais poderia chamar a atenção dele, não daquela forma. Quando poderia ver sua melhor amiga de novo daquele jeito? Talvez nunca mais, por isso precisava manter aquela imagem em sua cabeça pela maior quantidade de tempo possível. Havia lido em alguma revista de sua prima Gaeun que as meninas tendem a ficar diferentes no período da puberdade, mas nunca imaginou que isto significava que elas poderiam ficar mais bonitas, afinal, a puberdade não estava sendo muito generosa com a tal prima. Uma expressão de nojo tomou conta de seu rosto ao pensar no aparelho que esta usava.
Seus pensamentos ainda vagavam pela imagem de Seokja e o artigo sobre garotas quando esta apareceu novamente, agora mais apresentável do que minutos atrás. Diferente do que havia feito da primeira vez, Gunhee se levantou, os olhos grudados na coreana. Sua cabeça que tanto divagava agora parecia estar em branco, até mesmo os elogios que poderia fazer haviam sumido. Estaria ficando vermelho ou ainda não era visível que seu rosto estava esquentando demais?
Pegou o copo com refrigerante que Juhee havia deixado ali antes de dar o fora aos berros com Soobin, bebendo todo o líquido em segundos, enquanto focava seu olhar em qualquer coisa que não fosse o vestido de Seokja. Enquanto esta cumprimentava seus pais, o garoto tentava discretamente arrumar os cabelos, que agora estavam quase cacheados depois de uma tentativa - quase frustrada - de mudar de visual. Ainda lembrava do quanto seu pai tinha rido quando o viu voltando do salão. E se Seokja não gostasse e fizesse piada? Sabia o quanto ela adorava fazer piadas e esperava não ser o alvo dessas.
Percebendo que seria a próxima pessoa com quem a garota falaria, Gunhee tentou sorrir de modo que não transparecesse todo seu nervosismo. O comentário feito por Seokja sobre sua altura o fez rir já que sabia que realmente havia crescido bastante, era quase estranho. “Não posso dizer o mesmo de você, baixinha”, o garoto não sabia se deveria abraçá-la ou não, mas acabou o fazendo de forma desajeitada, ficando ainda mais envergonhado ao constatar o quanto estava cheirosa. Esperava estar com um cheiro agradável também depois de todo o desodorante e perfume que tinha passado antes de sair de casa, já que havia descoberto que adolescentes ficam com odor mais fácil do que ogros num pântano.
Mesmo após o abraço ser desfeito, Gunhee permaneceu inquieto sem saber o que fazer ou como se portar, nem mesmo conseguia formular palavras para iniciar uma conversa. Não se lembrava quando havia ficado tão nervoso na presença de uma garota antes. “Você está... É...”, o elogio parecia não querer sair, nem mesmo com o esforço feito. “Esse vestido combina com você”, disse por fim, desistindo de lutar contra as palavras.
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mistagun · 7 years ago
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all i want for christmas is you !!
flashback: 24/12/2009 
@stonehxxrt 
Depois de sua mudança para Seul, as viagens de Gunhee para sua cidade natal se tornaram raras. Os pais estavam sempre ocupados com o trabalho, sua nova escola exigia muito mais de si e ainda precisava ajudar a cuidar da sua pequena irmã. Sendo assim, estava fora de cogitação os fins de semana de descanso à beira do mar.
A única coisa que ainda unia a família Son com o local de sua antiga moradia, eram os vizinhos. Estes haviam sido melhores amigos por anos e eram praticamente familiares. Gunhee cresceu brincando com a filha deles e vice-versa, e era lei absoluta que o feriado natalino fosse comemorado com todos juntos, todo santo ano.
Após sua mudança, aquela seria a primeira vez que voltaria para para Yongnamju. Havia passado a noite anterior arrumando as malas já que ficariam na cidade até o ano novo, e antes de o sol nascer, já estavam na estrada. Gunhee e a pequena Juhee dormiram durante todo o percurso, somente abriram os olhos quando já era possível avistar o mar, mesmo que de longe. Logo ambos começaram a tagarelar e só pararam quando finalmente estavam em frente à sua antiga casa.
Os vizinhos e melhores amigos da família ficaram responsáveis por cuidar do lugar, então, era de se esperar que este continuasse impecável e exatamente do jeito que estava no dia em que partiram. O quarto de Gunhee parecia ter parado no tempo, e se não fosse por todos os objetos e decoração que havia levado consigo para Seul, poderia jurar que nunca havia se mudado. Os pais precisaram conter a euforia do adolescente para que este fosse logo se arrumar para que fossem encontrar com os Gyo antes de anoitecer.
Enquanto se dirigiam até a casa que ficava no fim da rua, Gunhee se perguntou o quanto as coisas ali poderiam ter mudado em um ano. Ainda se lembrava da filha deles, Seokja, mas não tinha certeza se ainda tinham tantas coisas em comum. Ouvira seu pai dizer diversas vezes o quanto meninas são insuportáveis na fase adolescente e que desejava para que Juhee demorasse para crescer. Talvez Seokja agora só se importasse com vestidos novos, maquiagem e garotos. Precisava estar preparado para qualquer tipo de sinal que demonstrasse desinteresse em sua amizade.
A campainha foi tocada e logo um casal sorridente abriu a porta com sorrisos que iam de orelha à orelha. Uma infinidade de abraços se seguiu até que todos estivessem dentro casa, completamente decorada para o feriado. Os olhos de Gunhee buscavam por Seokja incansavelmente antes que os Gyo o puxassem para falar de assuntos dos quais ele provavelmente não estava interessado em ouvir.
Sentou-se no sofá da sala, pegou um dos salgados que estava em uma bandeja ali no centro e passou a comê-lo, enquanto esperava a presença da garota.
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