moonchildjet - Tumblr blog

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     jet deveria ter desconfiado que algo estava errado quando tirou a carta da torre em sua leitura pouco depois de acordar. claro, ele estava esperando por uma reviravolta, mas pro lado emocional e definitivamente não tão rápido assim. 

saiu correndo de seu chalé, com os cabelos desgrenhados de quem tinha acabado de acordar, desnorteado não pelo sono e sim pela trombeta. o que assistiu a seguir não ajudou em nada na sua confusão e por um tempo jet ficou parado, de queixo caído, tentando descobrir se aquilo era ou não um sonho. de vez em quando, tinha alguns tão realistas que era difícil de saber. mas não, jet já tinha se beliscado e tinha procurado algo pra ler (tática que aprendeu para conseguir diferenciar a fantasia da realidade), e aquilo estava mesmo acontecendo. 

empunhava sua athame com tanta força que os nós dos dedos estavam brancos. os próximos passos do tailandês foram no automático, seguindo o fluxo: correu para vestir uma armadura e um escudo. odiava aquelas coisas, eram desajeitadas e pesadas, e ele não era lá o às da luta, então sentia que a armadura só atrapalhava. por outro lado, esse era o exato mesmo motivo do porque não podia se meter numa briga sem o equipamento, não ia durar um minuto. 

quando os olhos focaram em @reegcns, foi para ele que jet correu sem pensar duas vezes. nem de longe queria ser um peso para alguém, mas confiava no amigo com quem estivera treinando e certamente se sentiria mais seguro com ele ao lado. não foi muito depois que draco apareceu, aparentando estar tão desnorteado quanto o filho de nyx. 

negou com a cabeça para a pergunta, com um pesar de quem gostaria de afirmar que aquilo era realmente só o subconsciente deles. — não, eu já tirei a prova. — completou, os olhos não conseguindo se fixar em nenhum ponto exatamente, mas jet estava quase travado.  — o que a gente faz? eles... são um dos nossos, não são?  

evento: choque de realidade.

participantes: draco, @moonchildjet, @reegcns

draco estava roubando alguns petiscos do refeitório, tentando encontrar os melhores morangos e alguns salgadinhos para manter o ganho calórico em dia após um dia sem almoço, quando ouviu o anúncio de fiona clay quanto à nova ordem que se voltara contra o acampamento. num primeiro momento, o pensamento que lhe veio à mente era que tinha que ser uma brincadeira de mau gosto ou um novo drill de treinamento, mas assim que viu os campistas atacando uns aos outros, tudo se tornou extremamente real.

a todo fôlego, do-hyun correu até o arsenal, vestindo a armadura e puxando o escudo de bronze celestial, preparando-se para o combate que, até agora, parecia fruto de um de seus piores pesadelos. foco. inspirou fundo e expirou, olhando ao redor em busca de quem pudesse ajudar. logo avistou os outros dois semideuses que reconhecia: reegan e jet.

de seu anel, o martelo de ouro imperial se formou ao que chegou até os dois.  ─ pelo amor dos deuses, alguém me diz que eu to sonhando…?! ─  seus olhos imploravam por uma resposta positiva. o mesmo olhar logo se desfez assim que uma flecha perdida quase atravessou seu nariz, fazendo com que elevasse seu escudo.

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ROOM INSPECTION - Missão 002

— inspeção surpresa em quinze minutos! 

bom, não era mais surpresa a partir do momento que jet tinha anunciado, mas ele achava divertido ver seus irmãos correndo para arrumar algumas coisas bagunçadas aqui e ali. 

com um risinho nasal, o líder do chalé se apoiou contra o batente da porta e continuou parado por uns minutinhos, só olhando e sorrindo quase bobo. sentia-se um pai orgulhoso, de certa forma. não eram seus filhos, claro, mas jet sempre tentava cuidar de seus irmãos dessa forma e os amava incondicionalmente.  

descobrir que tinha vários meio irmãos foi algo que impactou positivamente kritsanapong a partir do momento em que ele pisou no acampamento meio sangue. foi, certamente, o amor fraternal que o ajudou a se abrir e conseguir se comunicar melhor com as pessoas - não só com os relacionados a nyx -, e deixar seu lado amável e carinhoso transparecer. e foi com todo esse cuidado, amor e dedicação que ele se tornou líder do chalé, mesmo chegando relativamente tarde ao acampamento meio-sangue. no fim das contas, ele era um bom líder e estava sempre disposto a ajudar e segurar umas broncas quando necessário. 

falando do chalé em si, jet encontrou uma casa bastante confortável ali. todas as referências e decorações inspiradas na deusa da noite faziam seu coração de bruxinho devoto à deusa muito feliz. o teto do chalé parecia um céu noturno estrelado e ali dentro parece ser de noite a qualquer hora do dia, o que deixava o coração de jet quentinho. um tecido com o símbolo das três luas decorava uma das paredes e a atmosfera fazia o semideus sentir como se não houvesse melhor lugar para ele. até mesmo seu quarto, lá em pattaya, ainda que todo decorado com seu estilo, cristais e etc, não se comparava àquele chalé. 

após dar risada de um de seus irmãos reclamando que ele estava só parado olhando, jet tomou uma vassoura e começou a ajudar. já não era sua intenção só ficar olhando o caos, afinal, ser o líder do chalé não o isentava de suas obrigações como campista também, mas ele pegou a deixa e começou a varrer. 

por ser um lugar que se tornou tão importante para si quanto as pessoas que habitam nele, jet fazia questão de manter tudo arrumadinho sempre, por isso quando os diretores ordenavam que a inspeção fosse feita, não havia tanto assim para apontar defeitos, ainda mais que jet sempre dava essa colher de chá ao avisar que logo, logo passaria verificando tudo.

— espero que ninguém tenha outros tipos de ervas mágicas por aqui, e se estiverem me encontrem lá fora. — jet começou, olhando para cada um dos irmãos, sério. — com um isqueiro de preferência.  — riu sozinho, relaxando os ombros e bagunçando os próprios cabelos. 

o resto da inspeção foi tranquila. jet ia anotando tudo, puxando um pouco de sardinha e dizendo que estava tudo dentro dos conformes e tudo bem limpinho, e finalizou o documento com doodles de estrelinhas e luas. antes de sair para entregar para os diretores, jet colocou um saquinho de feitiço de bons sonhos debaixo do travesseiro de cada um de seus irmãos, do mesmo jeito que beijou a testa deles. 

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reegcns​:

                        “Ha!”, comemorou animado. Bem, mais do que isso. Reegan não era de todo cego e sabia que a luta era uma das inseguranças do filho de Nyx e, bem, era altruísta até demais para deixar este fato passar. Fora que, ao pensar no total das coisas, Jet era mais do que importante para o Acampamento Meio-Sangue caso viessem a enfrentar ameaças reais como aquele minotauro famoso do qual alguns semideuses estavam comentando. Não queria que ninguém ali estivesse despreparado frente a uma dessas criaturas e, se dependesse de si, usaria cada célula de seu corpo para ajudar aos outros nesse sentido. “Viu, há muito mais em você do que você imagina”, provocou-o com um breve empurrar em seu corpo, sorrindo antes de aceitar a cortesia, braço se entrelaçando ao alheio e puxando-o em direção ao campo de batalha. “Com certeza, vou adorar ver o seu gingado”, brincou de volta, de repente, ainda mais animado pela animação alheia.

     sorriu com o elogio, sem jeito do que dizer, apesar de reegan parecer estar brincando. — vamos logo com isso!  — revirou os olhos, o empurrando de leve de volta. jet não sabia lidar muito bem com essas coisas, piada ou não. — pois saiba que meu gingado é muito bom! você ficaria doido pelos movimentos desse quadril. — apontou para o próprio corpo, só então se dando conta do que tinha acabado de falar. — não assim. — fechou os olhos ao se explicar, sentindo as bochechas queimando. com uma risada nasala pela própria desgraça, jet foi os guiando até a área de combate, onde soltou os braços.  — estamos aqui. faça sua mágica agora.

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thcblvcksmith​:

─ eis o problema dessa geração sua… muito amor à vida. ─  suspirou levemente. no momento seguinte, um sorriso orgulhoso veio ao seu rosto ao que o outro elogiou seu trabalho, mas logo o disfarçou.  ─ perfeito! o que importa é a diversão, eu também não sou lá essas coisas com a mira… mas não diga isso pros próximos da lista de “pedir para virar cobaia”, por favor. ─  piscou. em seguida, fez um gesto com a cabeça para que começassem a andar até o local.  ─ então… por que está acordado esse horário? ─  perguntou para puxar algum outro assunto, senão acabaria falando demais sobre suas ideias e o outro podia não gostar.

      — ah, sim! o problema é da nossa geração. — concordou cheio de irônia em sua voz, mas sorria de forma a mostrar que não estava bravo de verdade de forma alguma e só estava entrando na brincadeira dele. — pelo jeito eu estava muito certo em recusar ser sua isca viva!  — cruzou os braços. — não sei se eu vou conseguir ficar quieto. mas vamos logo treinar essa mira. quem sabe um dia eu não confio em você o suficiente pra te deixar atirar em cima da minha cabeça. — piscou de volta, o seguindo sem muita pressa até o refeitório. — ah, eu acabei de acordar. — apontou para trás, indicando a área dos chalés, de onde acabou de vir. — não gosto de ficar acordado durante o dia. parece que drena minha energia inteira. — contou. — filho da noite, você sabe. e você? estava até agora trabalhando ou tem outro motivo?

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thcblvcksmith​:

─ não diria cara de doido… proativo? prestativo? colaborativo? ─  estreitou o olhar, procurando por alguma palavra que o convencesse a virar sua cobaia. no momento seguinte, desistiu com um suspiro; era claro que alguém em sã consciência evitaria tais situações.  ─ hmm… nada de mais… estava voltando ao meu chalé, na verdade. mas, se quiser, podemos ir testar a aerodinâmica dessas belezuras ali no refeitório com latinhas de refrigerante… ─  talvez fossem seus genes de ferreiro, mas sempre se animava demais com as próprias criações.  ─ ou… se tiver outra ideia melhor? ─

     as mãos foram ambas para sua cintura, ainda se fingindo de ofendidíssimo. — pois você não está errado, mas!  — deu enfase na última palavra, erguendo as sobrancelhas para parecer ainda mais sério sobre o que ia dizer. — eu tenho um pouco de amor pela minha vida. não muito, mas o suficiente. — sorriu para ele, estendendo uma mão para poder ver uma das armas que ele tinha criado. jet era um amante de arte e aquela shuriken poderia ser considerada uma aos seus olhos. não que fosse o maior fã de armas, mas aquela estava tão bem feita e tão afiadinha que jet ficou impressionado. — isso é incrível. você é muito bom no que faz, p’draco! — devolveu a peça ao dono e seu sorriso cresceu de lado com a proposta.  — sim! sim, eu to dentro. minha mira é terrível, mas parece divertido, então vamos!

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reegcns​:

                        Reegan sorriu e tocou brevemente o chapéu alheio. Era, por incrível que pareça, alguém que gostava de toques e, bem, Jet que lidasse com isso. “Aproveita os músculos da dança para meter agilidade nessa sua luta”, dito isso, o filho de Atena tocou na cintura alheia, forçando um rebolado antes de dar risada. Certamente, parecia mais uma criança agora do que, de fato, um semideus, filho de Atena, líder de chalé, ex-exímio guerreiro. Ele assentiu, sorrindo em retorno ao bico sem vergonha feito pelo filho de Nyx. Sabia que era apenas mais uma tentativa de fugir de seu treinamento, mas aquele não era o dia. Reegan havia acordado animado e, bem, tinha sol, o dia estava tão feliz, tão alegre (com exceção dos últimos acontecimentos, claro). “Vamos, um treininho básico e eu te libero, pode ser? Vamos usar seu lado dançarino para fazer florescer um combatente. Acho que podemos fazer bom uso dessa sua agilidade”, propôs sincero, mas claro, apenas se o outro topasse.

     comparar a luta com um aspecto da dança foi praticamente o que faltava para convencer kritsanapong. ele ainda tentou fazer-se de durão, levantar uma sobrancelha, fingir que estava considerando a hipótese, mas a verdade é que já estava lá. — ok, você tem... um bom ponto aí. — concordou com um risinho após se juntar a ele no rebolado improvisado. era divertido ver esse lado de reegan e fazia jet pensar que ele era realmente bom com estratégias, porque não precisou de muito para convencer o filho de nyx.  — certo, certo. mas só porque eu talvez seja um pouco ágil. nunca parei pra pensar desse jeito. — e dava para vez só pela postura de jet que ele parecia, de fato, mais animado para os treinos que normalmente achava um saco. sendo assim, o rapaz se curvou dramaticamente, como se estivesse convidando o filho de athena para uma dança, depois estendeu o braço para ele. — me daria a honra de ser meu acompanhante no campo de batalha, senhor?

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     sentia muita falta de casa, tinha que ser sincero, mas uma coisa que o acampamento meio sangue lhe proporcionou da qual jet era extremamente grato eram seus irmãos. sendo filho único de um pai que trabalhava bastante para conseguir sustentar a casa e não deixar faltar nada pro pequeno, e não tendo muitos amigos na escola, kritsanapong sempre quis ter irmãos; descobrir que tinha alguns espalhados por aí certamente deixou seu coração quentinho de tudo. jet adorava seus meio-irmãos.

então o sorriso que colocou no rosto foi cem por cento genuíno quando viu zoya do outro lado da porta, e não se segurou na vontade de abraçá-la. — p’zoya! quanto tempo! — apertou um pouquinho a garota entre os braços antes de soltá-la, rindo de leve com a história que escutava. — o que importa é que veio me ver, estava com saudades.

entrelaçou os braços sem resistência e se deixou ser guiado até os campos de morango - sem nem reclamar do tempo! - e deixou o cheiro dos morangos invadirem a sua narina, o fazendo sorrir ainda mais largo. gostava muito daquele lugar.  — ei! — soltou-se de zoya, cruzando os próprios braços e fazendo bico. — para de me zoar. — estava fazendo drama, é claro. jet sabia que não era alto, ainda mais considerando a média de altura das pessoas de seu país. de homens de 1,83m, ele tinha 1,70m e apesar de não ligar muito pra isso, não podia perder a oportunidade de brincar.  — pelos deus, p’zoya, você é minha irmã ou minha tia? — arqueou uma sobrancelha, rindo ao final e negando com a cabeça para a pergunta. esperava que ninguém notasse as bochechas adquirindo uma coloração rosada.  — não tenho tempo para essas coisas. sou líder do chalé e preciso treinar. humpft, namoradinhos. — revirou os olhos dramaticamente.  — e você? me conta as novidades. como foi a viagem?

where. acampamento meio-sangue.

when. 14.11.2022, às 13h.

with. @moonchildjet

Trust I seek and I find in you Every day for us something new Open mind for a different view And nothing else matters, 

      song n° 68 

acordar no século vinte e um não foi fácil, eram muitas mudanças acontecendo e zoya teve uma enxaqueca terrível durante meses tentando entender tudo ao seu redor. mas uma coisa boa veio disso tudo, um irmão. dmitri, seu pai, nunca se importou tanto com filhos, por isso zoya era filha única. porém jet compensava, parecia que se fosse em seu tempo, ela não teria tanta diversão com um irmão, as coisas eram muito diferentes há duzentos anos.

as visitas para o acampamento meio-sangue eram bem espaçadas, por conta do risco de monstros e zoya sempre evitava fazer com outros semideuses para o odor não ficar ainda mais atrativo para os monstros. ao chegar no local, foi direto para o chalé que seu irmão vivia, batendo levemente três vezes e lhe oferecendo um sorriso assim que ele apareceu.   ❛         jet! ❜ falou aliviada.   ❛         por um momento achei que iria ter perdido a viagem hoje, precisei ajudar um cara lá na casa grande e, bem… não importa. ❜  

sem pestanejar, a semideusa passou o braço pelo do rapaz e começou a puxá-lo para os campos de morango, um de seus lugares favoritos no acampamento.   ❛         enfim, faz tanto tempo que não te vejo! olha o quanto cresceu. ❜   brincou, havia ouvido de um dos residentes do acampamento júpiter que os mais velhos costumavam a fazer esse tipo de comentário com os mais novos.   ❛         e os namoradinhos? ❜  

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HERB HUNT - Missão 001

     Em alguns anos de treino, Jet conseguia controlar muito bem os seus poderes. Talvez por já ter contato com seu lado mágico desde pequeno, ou talvez por ter uma intimidade com Nyx há muito, o bruxo teve muita facilidade de entender e controlar os poderes que vieram do seu lado divino da família, e achava que isso compensava pela baixa habilidade durante batalhas físicas. Mas agora que tinha aquele buraco dentro de si, que puxou todas as suas memórias de combate, Jet se sentia... Inútil. 

Sabia que não era o único, que o sentimento deveria estar sendo comum entre todos os semideuses, mas isso não tirava o peso de suas costas. Ele sentia a urgência de ajudar, de ser um bom exemplo e um bom líder para seus meio-irmãos, precisava contribuir para alguma coisa.

Por isso que não pensou duas vezes antes de aceitar a missão para buscar ervas ao redor do acampamento. Quer dizer, era juntar o útil ao agradável! Jet precisava provar para si mesmo que conseguia fazer alguma coisa, e colher ervas era algo que ele já fazia até antes de chegar ao Acampamento. Quer dizer, as ervas antes não eram mágicas, serviam só pra fazer chás e feitiços, e muitas delas já eram plantadas exatamente com a finalidade de serem usadas em seus rituais, mas ainda assim......... colher ervas! 

Dispensando qualquer ajuda por puro orgulho, Jet descansou durante o dia e esperou o cair da noite para começar a sua missão. E não poderia deixar o Acampamento Meio-Sangue sem um feitiço de proteção, então essa foi a primeira coisa que fez assim que a lua se mostrou no céu escuro: Sentou-se do lado de fora de seu chalé, de pernas cruzadas por cima de uma canga, e posicionou o altar portátil a sua frente - que nada mais era do que uma caixa de madeira onde guardava seu deck de tarot, ervas, cristais e incensos, e com gravuras das fases da lua do lado de dentro. 

O feitiço começou com a limpeza do potinho de vidro e do ambiente com um incenso, e seguiu com a adição de sal preto, alecrim, lavanda, ametista e turmalina com ajuda de um pequeno funil de papel. 

— Nesta noite, eu invoco os poderes do fogo para me proteger de tudo que possa me fazer mal, seja fisicamente, mentalmente ou espiritualmente. — Começou uma oração, assim que acendeu uma vela branca, deixando que a cera selasse o potinho de vidro.  — Todo mal ficará longe de mim. Eu ganharei proteção e defesa. 

Depois de respirar fundo e limpar sua mente de energias e pensamentos negativos, Jet finalmente se sentia pronto. Guardou o potinho com o feitiço dentro de um bolso e levou todas as suas coisas para dentro do chalé, saindo dele dessa vez com sua athame em mãos e uma pochete amarrada na cintura para guardar as ervas. 

Os passos eram lentos e hesitantes enquanto caminhava para fora do Acampamento. Jet se sentia como da primeira vez que foi atacado: assustado, indefeso e enjoado. Por mais que ficasse se auto incentivando a ter pensamentos positivos, e lembrando-se de que foi ele que aceitou a missão e recusou companhia, era impossível que a mente focasse só nisso, não quando a noticia de que haviam mais monstros soltos por aí do que antes.

Mas ele foi. Quase voltou umas três vezes, mas foi. Os ouvidos estavam bem atentos a qualquer barulho e os olhos escuros corriam daqui pra lá, atentos a movimentações esquisitas e, claro, a ervas mágicas que procurava. 

Aos poucos Jet ia relaxando os ombros e conseguindo respirar mais tranquilo; Já estava do lado de fora há pelo menos meia hora, desbravando matos, cavando um pouco de terra e vasculhando debaixo de algumas pedras. Mais trina minutos e o bom humor estava indo embora, dando lugar a um bico petulante e irritado por não encontrar nada. Mais um pouquinho e ele estava jurando que ia embora. 

Só que se fosse, ia ter que lidar com a própria mente o lembrando de sua tamanha inutilidade, que nem sequer uma erva para fazer poções ele conseguia trazer. Pelo menos uma, Jet. Pelo menos uma, repetia para si mesmo até enfim encontrar a primeira Mikrótero Vótano. Não só um suspiro aliviado lhe escapou dos lábios, como também Jet se ajoelhou para agradecer a qualquer divindade que colocou a planta em seu caminho. 

Com todo o cuidado do mundo, Kritsanapong colheu a erva e a guardou dentro de sua pochete. Não era muito, mas pelo menos não voltaria de mãos completamente vazias, ao menos um pouco de conforto iria ter. De novo, um conforto egoísta e sem muito fundamento, porém conseguiria dizer a si mesmo que servia, pelo menos, para colher flores. Quem sabe não se tornaria o caçador de ervas mágicas oficial do Acampamento?

E foi com uma risada nasal dos próprios pensamentos que Jet girou os tornozelos e começou a refazer o caminho por onde veio.

— Espera, isso estava aqui o tempo todo?  — Soou indignado, sem saber se com ele mesmo ou com qualquer coisa que tenha o feito passar reto. Era uma Astrafteró Zizánio, bem ali, onde ele tinha certeza que procurou milhares de vezes por ser o ponto mais perto do Acampamento e onde ele podia correr com mais facilidade caso se deparasse com um monstro. — Eu juro pelos deuses...  — Respirou fundo, sem finalizar sua frase, e se ajoelhou para colher aquela também. 

Só para garantir, deu uma segunda e uma terceira checada para ter certeza que não estava deixando outra planta para trás e passou de volta os portões do Acampamento Meio Sangue. 

— É. Você sobreviveu a sua primeira missão desde que esse caos todo começou. —  Falou para si mesmo, deixando as plantas coletadas no laboratório de alquimia. Sua voz carregava bastante ironia porque Jet sabia que não era grande feito. Riu nasal mais uma vez, deixando um sorriso de lado meio triste estampar seu rosto.  — Vamos lá, Jet. Temos um longo caminha pra re-percorrer, né?

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     não fazia muito tempo que jet tinha acordado. não sabia muito bem como ser um humano funcional à luz do dia, então agora estava elétrico como uma criança que comeu muito doce, por isso andava meio sem rumo pelo acampamento. tinha que admitir, trocar o dia pela noite tinha suas desvantagens e uma delas é não ter quase ninguém para lhe fazer companhia, treinar ou pra ficar sabendo de alguma fofoca. o que lhe restava era, então: 1- treinar dança sem um espelho (o que ele considerava um castigo divino, mas não tinha outra opção) ou 2- torcer para encontrar mais algum morceguinho para lhe tirar um pouco do tédio. 

só não esperava a ameaça de morte quando finalmente encontrou alguém 

os olhos se arregalaram e ele deu um passo para trás. — eu tenho cara de doido, p’draco?  — sorriu de lado para ele, finalmente se aproximando.  — o que você estava aprontando? eu acabei de acordar e queria arrumar alguma coisa pra fazer. alguma coisa que eu não corra o risco de ficar com uma estrela no meio da testa, de preferência. 

local: acampamento meio-sangue.

já era noite e apenas agora o filho de hefesto saía de sua toca nas forjas, o desanimo em seu olhar assim como a dor e o sofrimento por ter tido que tocar numa bigorna outra vez aquele dia. não podia se dar ao luxo de se devotar às promessas que havia feito a si mesmo quando o acampamento estava numa posição tão deplorável. a chegada do semideus ferido havia apenas provado aquilo.

em suas mãos, tinha as shurikens que havia custado a criar. cinco peças de bronze celestial moldadas nos mínimos detalhes com um corte absurdamente afiado.  ─ quer me fazer um favor? ─  perguntou a alguém que passava por ali.  ─ fica parado com essa maçã aqui na cabeça pra eu testar minha mira? ─  sorriu de canto, inocentemente.

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     jet ficava pra morrer toda vez que tinha que treinar. ele entendia a necessidade, afinal, precisava literalmente sobreviver, e se um dia quisesse voltar para a tailândia, tinha que saber no mínimo como usar sua athame para matar uns monstros ao invés de só fazer rituais, mas... bom, o filho de nyx não era nada bom com isso. podia tentar fingir e culpar mnemosine, mas não tinha como, ele nunca teve boas habilidades no campo de batalha. — invisto nesses músculos só pra dançar, p’reggie. — sorriu para ele, aproximando-se com seu chapéu preto, típico de quando tinha que sair no sol. para alguém que cresceu num país tropical, jet se esquecia frequentemente que era um semideus e não um vampiro. — tem certeza que hoje é um bom dia pra isso? tá sol. — fez bico, como se a tentativa de parecer fofo junto de seu argumento fosse convencer o mais velho. suspirou, chutando uma pedrinha ali por perto. ficava até envergonhado da sua falta de habilidade em combate. — e não sei nem onde começar... mas, ah... é...

local , próximo a arena .

com , @moonchildjet​ .

                       seus olhos se iluminaram com um brilho infantil. sabia que o acampamento meio-sangue tinha muitas falhas, entre elas, a insistência individualista nos treinamentos, mas isso não o impedia de tentar dar o seu melhor em toda a situação vivenciada. e também não o impedia de criar planos de treinamento mais eficientes em seu tablet. havia uma pasta cheia de anotações que incluíam desenhos mais detalhados, além de um color code impecável. era nisso que focava quando brevemente ergueu o olhar e encarou-o longe. instintivamente bloqueou o tablet, guardou-o em sua bolsa lateral e guardou a caneta do tablet acima de sua orelha, enquanto erguia-se e se dirigia ao tal jet. “ei!”, chamou-o animado, passando o braço por seus ombros logo que o alcançou. “não vá achando que vai fugir de mim só porque conseguiu escapar dos últimos treinos”, brincou, a piadinha exposta em seu sorriso sem vergonha e o cabelo loiro caindo em sua testa. “além do mais, agora com essa palhaçada de super minotauros e graças ao plano maravilhoso de ó deusa poderosa mnemosine, mais do que nunca, precisamos investir nesses músculos”, dizia isso com familiaridade ensaiada e coragem evidente. não era filho de atena à toa.

[moonchildjet]

Pelos portões do Acampamento Meio-Sangue podemos ver entrar uma nova esperança. Jet Kritsanapong Namwirot, filho de Nyx, com seus vinte e três anos, será a nova luz ao nosso lado. Jet é Líder do Chalé 2Γ.

INFORMAÇ��ES BÁSICAS:

Nome: Jet Kritsanapong Namwirot

Idade: 23 anos

Parente divino: Nyx

Arma: Selínis, a athame que ganhou de sua mãe

RESUMÃO EM TÓPICOS:

 praticamente morava numa loja de artigos esotéricos e aprendeu witchcraft com a dona da loja 

 durante toda a vida dele ele achou que as pessoas ficavam longe dele porque ele era bruxo, mas, apesar do preconceito existir sim, a verdade é que ele tem um poder que desperta medo nas pessoas com quando as olha nos olhos e ele não sabia disso . antes de entrar no acampamento ele não tinha ideia de como controlar esse poder e agora que tiveram a memória apagada voltou pra estaca zero então assim: não recomendo olhar os olhos do jet 

ENTRETANTO ele é um bolinho de amor (apesar da pose de emo) e  distribui potinho de energia positiva pras pessoas do acampamento, feitiço para evitar pesado e todas essas coisas 

é uma pessoa EXTREMAMENTE noturna, você praticamente não vai vê-lo na luz do sol e ele fica com muito mais energia de noite. A lua também afeta diretamente o humor de Jet. 

 demorou um bocado pra ir pro acampamento meio sangue (tipo com seus quase 20 anos mesmo) porque tava sempre cheirando a incenso e vela aromatizada que os monstros não achavam ele 

 faz leitura de tarot e de pêndulo

0 habilidades de luta até antes de perder a memória então jokes on mnemosine que não afetou ele porque ele já era terrível antes

BIO:

Kritsanapong foi deixado na porta da casa de seu pai logo que nasceu, e a surpresa foi extremamente bem vinda. O homem que antes era bastante solitário e triste agora tinha o pequeno para alegrar seus dias, mesmo com toda a dificuldade e as adaptações que foram necessárias para o novo bebê. O homem tinha uma ideia de quem poderia ser a mãe de Kritsanapong, apesar de não fazer ideia de que ela era uma deusa. O apelido Jet veio depois, quando seu pai notou que os olhos da criança eram negros como a pedra preciosa de tal nome. Jet cresceu bem apegado ao pai (que infelizmente tinha que trabalhar bastante para sustentar a ambos, e isso fazia com que o homem não tivesse mais tanto tempo para o filho conforme ele ia crescendo) e por algum motivo, muito apegado a lua, de tal forma que as fases desta iriam interferir em seu humor, ele iria gostar de olhar e conversar com a lua, precisar vê-la e ser iluminado por ela para dormir - isso quando conseguia dormir de noite, uma vez que se sentia mais energizado e mais produtivo durante esse período.

Morava perto de uma loja de artigos esotéricos e tinha que passar por ela quase toda vez que saia de casa. O local que muitos evitavam e atravessavam a rua para não passar perto chamava a atenção de Jet de uma maneira descomunal. Ele sentia uma energia boa vindo daquele lugar, uma energia que o chamava. E um dia ao voltar da escola, resolveu finalmente colocar os pés lá dentro, ficando extremamente encantado. Tinha por volta de seus onze anos quando isso aconteceu, e ele contou toda essa história para a dona da loja, sendo ela também a única que trabalhava ali. Desde então, a loja virou seu segundo lar. Jet adorava aprender sobre a história das bruxas e da bruxaria, adorava os cristais, os incensos, as velas. Passava o dia lendo livros, aprendendo com a dona da loja e até participando de rituais com ela. Aprendeu a ler tarô, aprendeu feitiços, a mexer com cristais e ervas e tudo envolvido com isso. Em casa, fez seu próprio altar e aos poucos ia colecionando os próprios itens, fazendo sua agenda e rituais de acordo com as fases da lua e dias da semana, sempre usando seu quintal para ficar diretamente ligado a lua. Não foi espanto nenhum quando ele resolveu seguir o caminho da bruxaria lunar, e apesar de optar por não seguir a religião Wicca, Jet era muito devoto e ligado a divindades que representavam a Lua, como Ártemis e Selene, sempre fazendo rituais, orações e entregando oferendas as deusas.

Outra que lhe chamava muita a atenção e que Jet sempre foi muito curioso sobre, sentindo uma intimidade e uma ligação extremamente forte com essa deusa, era Nyx. Ainda que não fosse a representação da lua como Ártemis e Selene, ela era a deusa da noite e patrona das feiticeiras e bruxas, sendo assim, Jet não conseguia a deixar de lado em suas adorações, ainda mais quando tinha plena certeza que foi essa deusa quem lhe abençoou com seu talento e facilidade com a magia, além de ter arrumado seu destino para que ele se encontrasse com a bruxaria tão cedo em sua vida. Era grato a Nyx, e tão devoto a ela quanto era a Ártemis e Selene.

Não é nem preciso mencionar os preconceitos que sofria na rua e principalmente na escola. Jet nunca escondeu que era bruxo, e talvez fosse isso que causasse medo em seus colegas de classe. Os boatos que corriam por aí sobre Jet ser sério e misterioso, envolvido com magia negra, demônios e o próprio satanás também não ajudava nem um pouco a ele se enturmar, porém, ao contrário do que todo mundo pensava, a magia que Jet praticava sempre foi voltada para o bem. Para o amor próprio, para cura, para espantar os maus espíritos e energias ruins. Para ajudar na boa sorte, dinheiro, família. E do mesmo jeito que era sua magia, era sua personalidade: Jet era um garoto doce, esforçado, bondoso e gentil com qualquer um que aparecesse e tivesse coragem de se aproximar, o que infelizmente não acontecia muito. O preconceito e o medo que as pessoas tinham dele era o suficiente para que aproximações fossem raras.

A varinha e a athame foram presentes de sua mãe, ele só não sabia disso ainda. Um dia quando ao chegar na loja de artigos esotéricos que ia desde criança após as aulas, a dona do estabelecimento o entregou os dois itens, alegando que uma mulher de cabelos negros e pele pálida deixou ali para ele. Sabia que não se devia aceitar presentes de seres não humanos, mas sentia uma ligação forte com tais objetos, assim como sentia com Nyx, então recebeu-os mesmo assim. A athame de punhal preto tinha uma pedra jet nela e gravuras da lua, o que fez Kritsanapong ter certeza que foi feita especialmente para ele, assim como a varinha. Os objetos foram muito bem vindos em seus rituais e feitiços por um bom tempo, e serviram apenas para isso por esse período, uma vez que tal espada nunca foi feita para machucar ninguém, ou pelo menos era o que Jet pensava. Até ser atacado por um monstro no meio de um ritual. Aquilo não era nada parecido com o que já tinha visto ou lido, e parecia muito disposto a matá-lo. Jet nem pensou: enfiou a athame no peito da criatura, que agonizou de dor e virou pó. Nesse dia, Jet percebeu que a espada que recebeu de presente de Nyx também o protegeria várias vezes.

Fez uma oração para a deusa, oferendas e tudo mais naquela noite, e não demorou a receber uma resposta: Um grupo de semideus apareceu para levá-lo ao Acampamento Meio-Sangue, onde diziam que seri amais seguro para alguém como ele. Jet não pensou duas vezes. Pegou seus artigos mágicos, roupas, despediu-se de seu pai e de seu melhor amigo e foi. Chegando lá, não demorou nem vinte e quatro horas para que Nyx o reclamasse como filho, e Jet agora sentia que tudo em sua vida fazia bastante sentido.