moonieclouds
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moon w. nct
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haechan's girl
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moonieclouds · 1 year ago
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⠀⠀ ⠀⠀𔘓 𝓛 ִִֶָ THE AMAZING SPIDER(MARK) ✿
𓂃 ഒ ָ࣪ 𝐀𝐕𝐈𝐒𝐎𝐒: mark!homem-aranha, mark!namorado, uni!au, marvel!au, eu construi uma spider persona pro mark fodase, muuuuuuitas referências à cultura sul-coreana e a memes e ao nct e ao spiderverse (quem pontuar todas ganha um presente misterioso), meu humor cânone, menção mais que especial porém breve de outros neos (haechan, jaehyun, johnny e chenle), e uma participação espcial bemmm especial que só entender quem acessar todos os meus posts, childhood friends to lovers, acho que tem um angst hein, smut (todas as personagens envolvidas são maiores de idade, dirty talk, masturbação fem, power play, overstimulation, ¡sexo com uso de preservativo!)
Evento canônico na vida de qualquer escritora do nct, eu também tenho que seguir esse fluxo temporal, senão o miguel o'hara vem me pegar de noite. Tava reassistindo ATSV (esse e o primeiro viraram meus confort movie slk) e não resisti. Boa leitura!
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⠀⠀ ...............[🕷] NEO YORK, TERRA-127.
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Okay, vamo’ fazer isso só dessa vez...
O nome dele é 𝐌𝐀𝐑𝐊 𝐋𝐄𝐄, e foi mordido por um espírito de uma aranha ancestral numa visita ao, naquele tempo recém-inaugurado, Museu da Imigração Coreo-americana, quando tinha quinze anos. Pelos últimos quatro anos e meio, ele tem sido o primeiro e único Homem-Aranha de K-Town, na 32nd Street. E as coisas tem ido muito bem, obrigada.
Pegando todo tipo de caras malvados cotidianos e vilões caricatos, por exemplo.
— ...e eu sou o Horang-i, seu arqui-inimigo!
— Uhum, tá, só um instantinho... — Mark nem ao menos tira os olhos do celular para dialogar com o malvado poderoso trajando um macacão preto e laranja desbotado.
— ‘Cê tá...
— Calma aí, cara, é a minha mãe! Eomma, alô? Oi!
Desenhando um uniforme novo, com uns detalhes estilosos, pra halmeoni costurar e ele dizer que é pro Halloween.
— Verde neon? — ela entorta os lábios quando vê o sketch colorido no tablet.
— Quê? Vai combinar com o as amarras da máscara e a parte do hanbok — se defende. — Tô tentando manter as raízes, vó...
— Não sabia que tinha verde neon na bandeira coreana.
(E, ah, a tia Mae vai mudar pra Flórida no final do mês, parece que o sobrinho, Peter Park, vai começar a trabalhar numa startup nova por lá, ou algo assim.)
Descobrindo que seu tio Aerum era, na verdade, o vilão que perseguiu por, pelo menos, umas duas semanas. E assisti-lo morrer...
Apresentando programas de TV.
— Boa noite — sorri por debaixo da máscara, olhando pra câmera, embora saiba que os telespectadores não vão notar —, hoje o jornal nacional vai começar de uma forma diferente...
Fazendo publicidade para jogos de aposta online.
E pedindo desculpas por fazer publicidade para jogos de apostas online.
— Gente, errei, fui moleque...
Desenvolvendo uns bagulhos sinistros pra juntar com as teias artificiais (a chave pro multiverso!)
— Ah! — grita, desesperado, ao notar a presença mais do que estranha brotando de um campo magnético colorido às onze da noite de uma sexta-feira.
— Você é o Mark Lee? Da Terra-127?
— Ahm... sou?
— Meu nome é Mingyu, da Terra-17. Você tem que vir comigo.
— Isso! — comemora, repentino. — Eu sabia que tinha mais de uma realidade! Mas, calma... Você também é um Homem-Aranha? Existem mais Homem-Aranha?! Por que você parece um cartoon? Todo mundo se parece com um cartoon na sua realidade também? — arfa. — Eu vou virar um cartoon?!
E, claro, mantendo muito bem sua dupla identidade altamente secreta.
Atenção, o corpo eriça, os pelos se arrepiando por baixo do uniforme, enquanto uma onda percorre pelo corpo dos pés à cabeça. O sentido-aranha o avisa que alguém vai girar a maçaneta da porta do quarto, e o permite colocar uma calça de moletom cinza e uma jaqueta qualquer por cima do peito só pra tapar o emblema.
— Hyuck! — o nome do colega de quarto escapa da boca assim que reconhece a cabeleira caramelo adentrando o cômodo com as mãos cheias de porcarias industriais. — Que susto!
— Ih, eu sei que a minha beleza assusta... — vai se aproximando da escrivaninha bagunçada, com caixas de comida e livros de física — ...mas você achou que seria quem? O Tio Sam?
Donghyuck senta-se na cadeira gamer caríssima que comprou com sua mesada suada. Estica os dedos, estalando, e reativa a tela do PC profissa adquirido a partir do momento em que começou a levar a sério a posição de “nerd na cadeira” do melhor amigo da vizinhança.
Mark revira os olhos, mas não dá muita atenção à piadinha do outro. Teve que se acostumar com o humor duvidoso de Donghyuck, porque a amizade foi instantânea como ramen e vem durando pelo semestre universitário inteiro.
Sim, eles se conhecem tem, tipo, uns cinco meses e alguns dias, desde o encontro de calouros, porém, olha, Hyuck é diferente, tá? Ele não é a vó ou a mãe de Mark, ou mesmo a namorada. É diferente, eu juro. Hyuck é mais de boa, não o julgou nem nada. Ele é seu nerd na cadeira, poxa... Mark precisa de um nerd na cadeira, não tem como tomar conta de uma cidade inteira sozinho!
Quer dizer, se ele contasse agora, será que os outros iam aceitar da mesma forma...?
Mark não sabe dizer, muito menos sabe se quer mesmo descobrir uma resposta. É muito arriscado. Por mais que falar a verdade fosse tirar um peso enorme de seus ombros, tem... medo. É, medo. Tem bastante medo, feito não tem quando enfrenta caras fortões e que dizem na cara dele que vão matá-lo. Medo de ser rejeitado. Medo de ficar sozinho.
Puxa a jaqueta, jogando sobre a cama inferior da beliche. Senta-se no colchão pra puxar os tênis, porém nem com a metade das meias à vista, a atenção recai toda para o balãozinho vermelho que surge na tela do computador.
O programa clandestino que vincularam ao radar do Departamento de Polícia local alerta um assalto à mão armada sendo realizado a dois quarteirões de distância. Chamam uma unidade apenas, só que o melhor amigo da vizinhança chega mais rápido, evita qualquer disparo de arma de fogo e manchetes taciturnas. Não há motivo para outros policiais morrerem na mão de bandidos... como aconteceu com o Capitão Lee no ano passado.
Tira a calça de moletom, mas pega a máscara caída no chão. “Fica na escuta, pra qualquer coisa”, é o que murmura sobre os ombros para Hyuck. As amarras neon de fundo preto se juntam na parte traseira da cabeça, deixando apenas alguns fiozinhos da nuca aparentes. Ajeita o nó que amarra a parte superior do uniforme, semelhante ao traje tradicional masculino coreano.
— Ué, mas você não tem o aniversário da sua namoradinha hoje?
Mark para, já posicionado no descanso da janela para sair. Os olhos focam no dia marcado com um coraçãozinho no calendário pendurado na parede entre os pôsteres do Tupac e outros artistas que curte. Merda...
“Atenção, unidades, temos uma situação de cárcere privado. Duas vítimas presas no banco”, a voz feminina informa pelas caixas acústicas. “Pedindo reforço.”
Mark suspira. Calma, vai só ali resolver isso rapidinho e logo logo estará se divertindo com sua garota. Está tudo sobre controle, calma... Estica o braço pela janela, mirando a teia no prédio mais próximo.
— Ei, isso são horas de fazer um assalto? — é o que chega dizendo, ao adentrar a agência bancária.
Os bandidos escondem os rostos por baixo de máscaras baratas que referenciam os Vingadores. “‘Peraí, Capitão América”, o Lee desvia de um golpe, segurando o punho alheio e sacando a arma do coldre com a teia.
— Da última vez que a gente se viu, eu te dei uma coça, Senhor Jung Jaehyun — relembra, com bom humor, como se estivesse mesmo falando com o herói nacional mais venerado de todos os tempos.
Ali, tem mais trabalho do que imaginava. As duas senhorinhas que estavam sendo mantidas no recinto não paravam de se mover, por mais que o Homem-Aranha pedisse que permanecessem no canto. Além disso, o celular toca no meio dos socos que troca com o Hulk, e não pode deixar de atender, mesmo quando leva uma mãozada na cara.
Tosse, seco.
— Mô, oi!
— Mark Lee, onde você tá?!
— Hm, meio ocupado agora, mas já chego aí. — Tem que pular pra cima do caixa eletrônico mais próximo, fugindo de impacto que uma arma muito suspeita e, ao que tudo indica ilegal e alienígena, causaria em seu corpinho.
— Ocupado com o quê? Mark, ‘cê prometeu...
— Eu sei, linda, e eu vou. Só me dá uns minutinhos.
— Quantos?
— Ah, não sei... É... Ah! Calma, porra, eu tô no telefone!
— Que barulho foi esse?
— Nada! Tá tudo bem, eu já chego aí, juro.
— Quantos minutos?
— Ahm, eu... Daqui a pouco.
— Quantos minutos? — repete, seca.
— Daqui a pouquinho.
— Da última vez, você não veio.
— Mas dessa vez eu vou.
— Então, quantos minutos?
— Eu não sei!
A ligação é encerrada de repente, e Mark grunhe, guardando o aparelho no bolso do traje. O olhar aracnídeo marcado pela máscara preta se afia. Com fúria. “Já chega por hoje”, sussurra para si mesmo, antes de sacar os fones on-ear neon feitos da mais alta tecnologia nanorrobótica das Indústrias Suh.
Isola a mente, concentra-se. Se apropria das primeiras ondas sonoras da clássica “California Love”, sentindo a pele vibrar, latejando, assim como deixa os cérebros dos bandidos que golpeia. Os caixas eletrônicos são acionados automaticamente, os dólares saltam pela repartição, chovendo na cena heroica, daquelas que são filmadas em câmera lenta tipo um filme do Snyder.
O alarme dispara novamente, estrondoso. As senhoras gritam, se encolhendo no canto da agência. Do lado de fora, as luzes vermelhas e azuis do carro da polícia.
Polícias se alinham numa distância segura, na calçada, esperando o sinal para fazerem seu trabalho de coadjuvantes, porque o amigo da vizinhança sempre deixa tudo no esquema. As teias pegajosas e resistentes prendendo as costas de um no outro, e no outro, feito uma aranha segura a mosca em seu controle. É só recolher e levar pra cela.
Dessa vez, porém, o Homem-Aranha é barrado quando tenta dar seu “até mais, camaradas” e sair de fininho. As armas apreendidas têm procedência duvidosa, o que acaba sendo um caso mais complicado do que previsto. Como armas daquele porte chegaram na mão de pessoas que roubam uma simples agência bancária em K-town? De alguma forma, os tiras acreditam que o mascarado mais amado da cidade pode ajudar a responder.
E assim que, finalmente, é liberado do interrogatório, já é madrugada. Merda, merda, merda, amaldiçoa mentalmente enquanto salta de prédio em prédio, rezando pra festa ainda estar rolando.
Troca de roupa no telhado mesmo, enfiando o uniforme de qualquer maneira numa das mochilas que deixa escondida de maneira estratégica por toda cidade. Tropeça, grunhe, bate a cabeça no letreiro do barzinho geek que abriu recentemente no Brooklyn. Se agacha próximo à beirada, te olha na movimentação da rua. Dali de cima, vê você na calçada, encostada no poste de luz pública.
Se apressa, então, saltando discretamente do telhado até pousar no chão. Corre as mãos na jaqueta, pelos cabelos pretinhos, se aproximando.
— Ei, linda.
A voz masculina soa doce, porém te arranca um suspiro.
— A festa já acabou, Mark — nem se dá ao trabalho de se virar para olhá-lo nos olhos. Aperta a corrente da bolsa transversal contra o peito —, pode ir.
— O quê? Já? — Ele surge na sua frente. — E, mas... Mas tão cedo.
— Não tá cedo, é você que chegou tarde.
— Mas eu não...
— Ah, Mark, chega! — Não deixa que o garoto complete mais uma desculpa esfarrapada, gira sobre o calcanhares e começa a caminhar na direção oposta.
— Calma, onde você vai? — o Lee acompanha suas passadas apressadas, esforçando-se ao máximo para estar uns passos à frente.
— Pra casa!
— Sozinha? Andando?
— O que você acha?!
— Não, vamo’ dividir um uber — propõe, porém a expressão fechada na sua cara o faz gaguejar antes de se corrigir. — Ou eu pago! Eu pago! Meu presente de aniversário.
Você para na hora. Presente de quê?!
Sem pensar duas vezes, você pega a bolsa pela corrente e acerta no peitoral do rapaz à sua frente. O corpo estremece, a respiração fatigada.
— Por que não pode simplesmente me pedir desculpas e me deixar em paz?! — berra, frustrada. — Ou me dizer onde você ‘tava, porra?
“Você não veio no meu aniversário, poxa...”, lamenta, abaixando o tom de voz conforme o olhar cai. “Ficamo’ planejando mó tempão, ‘cê parecia mais animado que eu.” É, mas ele estava lutando contra o crime, pra cultivar uma cidade melhor para você... só que não pode te dizer isso.
“Você não foi no meu stand da Semana de Física”, relembra. Nesse dia, ele estava fazendo horas extra com o Homem de Ferro na torre dos Vingadores, era um caso importante, que envolvia a CIA e tudo. Mas não pode te dizer isso.
“Não foi na formatura do seu irmão...”, tá, mas é que ele meio que ‘tava, tipo, numa sociedade secreta de Kung Fu escondida numa floresta de bambu na China, de reforço pra um parceiro dos Vingadores, um tal de Zhong Chenle, então... E isso ele, também, não pode te contar. “Nem me faz mencionar as outras vezes que ‘cê chegou atrasado, machucado ou nem mesmo chegou.”
— Você tá me traindo?
— O quê?! Não! — a resposta dele vem no mesmo segundo.
— Então, o que você anda fazendo da sua vida, Mark?
Você espera uma resposta, com esperança de que algo justificável possa ecoar dos lábios finos. Algo que faça sentido. Que não te deixe com a sensação de que o garotinho nerd com quem lia HQs no recreio não é o mesmo cara que você gosta de chamar de “namorado” há tanto tempo.
No entanto, essa resposta não vem.
Mark abaixa o olhar, silencioso. E diante do silêncio dele, você respira fundo antes de continuar caminhando em direção à avenida principal.
Não olha pra trás, embora tenha vontade de gritar o nome dele, bater com a bolsa de novo só pra gerar alguma reação. Qualquer uma. Queria que ele brigasse. Que gritasse. Que admitisse algo. Mas Mark nunca faz nada, sempre retrai, não explica. Pô, se não gostasse tanto dele...
Caminha pelas ruas noturnas. Alguns bares ainda abertos, táxis nas paradas e risos em becos escuros. Nem pensa no perigo, o coração em pedacinhos dói tanto que qualquer outra importunação agora não teria efeito. Os olhos ardem, se enchem, e as lagrimas não demoram a molhar o rostinho tão bem maquiado.
Já pertinho de casa, afunda a mão dentro da bolsa pra pegar as chaves. Sua mãe está dormindo, não quer incomodá-la quando pode abrir a porta sozinha. Planeja subir as escadas na ponta dos pés e, provavelmente, chorar debaixo do cobertor.
Na canto, porém, entre a sua residência e a do vizinho, um som te chama a atenção, como se algo tivesse se colado ao muro. Pende a cabeça, só por curiosidade — ou por receio, tanto faz. A silhueta que se forma à sua frente é masculina, esguia. Músculos contornados pelo traje justo ao corpo. De cabeça pra baixo, pernas dobradas e pés juntos ao fio esbranquiçado. Deslizando lentamente, feito uma aranha descendo de sua teia.
Sabe quem ele é, todos nessa cidade sabem. É o melhor amigo da vizinhança, que combate o crime pelo bem de todos. Face mascarada estampada em tudo quanto é jornal, camisetas e comidas processadas. Há documentários sobre ele, páginas de fãs alucinados, e um feriado regional para comemorar suas conquistas.
Sabe quem ele é.
Porém, ali te olhando dessa forma, tão quietinho, duvida um pouco dessa certeza.
Pelas entrevistas em talk shows, ele parecia ter uma personalidade mais elétrica. Falante, inquieto, brincalhão. Conseguia se conectar com o público jovem facilmente e ainda arrancar boas risadas dos mais velhos. Você mesma já se pegou rindo de algum trocadilho, quando o viu na TV uma vez. Por que aqui, então, está tão silencioso?
Você não é próxima dele, nunca interagiu além de curtir um post sobre o herói numa rede social qualquer. A presença masculina nesse local, nesse instante, não faz sentido.
Quer dizer...
Você guarda a chave dentro da bolsa, desce os degraus da escadinha que leva à porta de casa só para dar a volta e fazer o caminho em direção ao beco. À medida que chega mais perto, a má iluminação não te impede de visualizar o emblema aracnídeo formado no peito do herói, brincando com os traços da bandeira sul-coreana para formar as patas.
Fica frente a frente. O nariz dele na altura do seu.
Estica a mão, alcançando a ponta da amarra da máscara.
Puxa.
Os fios escorridos dos cabelos pretos recaem, conforme a gravidade os leva a apontar em direção ao chão. Os olhos castanho-escuros focam em ti, brilhando com o reflexo da luz que vem do poste público. O nariz e os lábios finos. As maçãs do rosto salientes.
Porra, Mark Lee.
— Eu queria ter te contado antes — ele alega, ao te ver dando as costas para poder esfregar os olhos e assimilar o que vê. — Mas não tinha como...
Você se torna para ele de novo, suspirando.
— Mas podia ter tentado.
— Eu sei — te diz —, e peço desculpas... Eu devia ter me esforçado mais, eu podia ter me esforçado mais. Eu podia ter tentado.
“Mas eu pensei que o melhor era não te contar, e nem pra minha família, todo mundo, pra evitar que algum bandido machucasse vocês... Só que eu acabei machucando.”
“Esses últimos anos têm sido muito complicados. Às vezes eu acho que tenho tudo sobre controle, e às vezes eu me dou conta se que não tenho nada”, admite. “Vou reprovar em algumas disciplinas, a minha mãe não tá falando comigo direito, acho que vou ser demitido. Meu tio, meu pai...”, suspira. “Eu já perdi tantas coisas... Tenho que perder você também?”
Você crispa os lábios, unindo o sobrolho nessa expressão melancólica, e só os solta quando dá mais um passo à frente para colá-los nos do garoto.
Encaixa-se, de leve. As palmas das mãos seguram nas laterais da face alheia, a ponta do nariz dele resvala quase no seu queixo.
Poderia ter respondido à altura, algumas palavras bonitas para fazer as pazes e encerrar o assunto. Mas sente tanta falta dele... Pela primeira vez em meses, uma faísca do garoto doce por quem se apaixonou ainda na escola brilha diante de si, genuína. Não poderia deixar de estar perto, de tocar, de sentir o gosto.
O Lee se entrega ao sentimento. O coração pesado dentro do peito respira aliviado, a mente antes nublado agora se tranquiliza como um céu límpido de verão. Joga as pernas para o chão, apoiando-se com uma das mãos na teia para com a outra rodear a sua cintura e te manter juntinho.
Quer te envolver, sentir o calor do seu corpo de novo. Também sente sua falta. Muito.
Tanto que o beijo se torna mais denso, aprofundado. O molhado da língua cálida se mistura à sua, alternando selinhos ao redor da sua boca porque precisa se separar para recuperar o fôlego. Ambas as mãos no seu quadril, bem firmes, como se pudesse te perder caso afrouxasse um pouquinho que seja.
Mark, você murmura o nome dele num arfar. Tão doce, tão baixo, que o ar quente que emana das suas palavras faz os pelos da nuca masculina se arrepiarem. Não contém, não pensa muito. Estica o punho pra atirar a teia no batente da janela do seu quarto e salta contigo lá pra cima.
Te resguarda nos braços, cambaleando no escuro do cômodo até encontrar a beirada da cama e te deitar sobre o colchão. Vem por cima, os lábios alucinadamente na procura dos teus a todo momento, respirando descompensado como se tivesse corrido uma maratona.
Mark, o nome dele ecoa outra vez, é automático. Mais docinho, a primeira sílaba soando mais alta, arrastando a língua no seu da sua boca. E ele morde seu lábio inferior, subindo a mão da sua cintura ao seio coberto.
As suas pernas o abraçam, diminui mais a distância entre um corpo e outro. O Lee não pode evitar jogar o quadril em ti, esfregando a ereção que começa a apontar por baixo do traje.
— Me fode — você pede, num fio de voz.
Mark ri, soprado.
— É assim que você quer fazer as pazes? Transando?
— Aham — murmura de volta. As mãos vão parar nos ombros dele, agarrando o tecido, puxando. No desespero do desejo, acha que pode retirar o traje dessa forma. Mas ele ergue o tronco, se ajoelha sobre o colchão, levando as próprias mãos ao fecho do uniforme.
Quer assisti-lo. Por mais que conheça cada partezinha do corpo masculino, quer assisti-lo. Os olhos, então, não desgrudam por um instante sequer da figura esguia, ainda que comece a despir a si mesma. Retira a calça jeans, observando os ombros largos ganhando seus olhos. Puxa a barra da blusa, vendo-o coberto, agora, somente pela peça íntima.
O polegar de Mark encontra a região mais sensível no meio das suas pernas. Esfrega por cima, correndo o dedo em círculos, sem tirar a calcinha mesmo, pra sentir o tecido se umedecendo, enquanto abre a gaveta da cômoda pequena para pegar o preservativo. Já transaram tanto nessa cama que sabe exatamente onde encontrá-lo.
O vê com a ereção nas mãos, babadinha pra caralho de tesão. Cobrindo-se, todo atencioso e calmo feito fosse um garoto bonzinho que só fode em papai e mamãe. Você revira os olhos, agarrada ao lençol da cama. Acha sexy, não pode negar. O que te enlouquece em Mark é como ele tem uma carinha de moleque e sabe ser bem mais sujo que um deveria.
Ele está sorrindo quando tira a sua calcinha, ou se encaixa em ti. E quando vai cada mais fundo, ah, ecoa aquela risadinha sacana que te faz espalmar a mão na cara dele para evitar encarar o rosto malandro. É como se pudesse ler seus pensamentos, cada palavrinha obscena. E, agora que sabe da dupla identidade, não duvida muito que realmente possa.
— Me fode forte — você pede, envolvendo a nuca dele entre seus braços.
— Forte? — ele repete, um leve teor de zombaria. — Você quer forte, é? O quão forte?
— Muito forte.
— Muito forte?
— Argh, Mark! — Morde o ombro dele, de tanta frustração. Gosta quando ele brinca com a voz assim, um tonzinho de escárnio pra te relembrar de quem tem o controle, porém não pode controlar as reações ao estímulo, arisca sem querer.
— Ah, ‘cê é tão bonitinha assim mandona — sussurra contra os seus lábios, com a voz rouquinha.
Cada vez que se afoga dentro de ti te puxa para mais perto. E mais, e mais. As suas pernas também não o abandonam, mesmo quando é levada ao colo alheio, praticamente sentada sobre as coxas dele.
O ritmo se torna maior, mais audível. Quer muito não acordar ninguém nesse momento, mas o tesão momentâneo te faz esquecer que pode pedi-lo mais calma. Afinal, foi você que desejo isso mesmo. Muito forte.
E quando você não suporta mais, com os músculos doloridos de tensão, melando a virilha masculina, é surpreendida com mais intensidade ainda. Mark fode por toda a sua onda eletrizante de prazer. Segura a própria vontade pra permanecer metendo no seu sexo tão delicadinho depois do orgasmo.
Só para assim que se desfaz também, desmontando o peso do corpo em cima do seu. Deitando sobre o colchão. O tremelique das suas pernas ao redor da cintura dele por tamanha sensibilidade.
No entanto, é só recuperar o fôlego que logo se ergue mais uma vez, e corre os dedos pelos fios úmidos de suor. Beija seus lábios brevemente e se afasta para ir até o banheiro. Ao voltar, está deitado com o rosto na curva do seu pescoço, os dedinhos indo direto ao fecho do sutiã para desabotoá-lo e envolver com a mão um dos seios.
— Sabia que eu me apaixono por você em todo universo? — ele murmura, abafando a voz na sua pele.
Você ri.
— Já foi pra outro universo?
— Alguns.
Os seus dedos encontram os fios pretinhos do cabelo dele. Torce uma mexa, e outra. Brincando, a afagando. De tão pacífico, Mark fecha os olhos, respira fundo.
Acha que fez o certo, no fim das contas. Está contigo novamente, é isso que importa, não é? Pelo menos agora, com as coisas transparentes entre vocês, consiga aceitar com mais facilidade quando te perder daqui duas semanas durante um evento canônico na linha do tempo.
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moonieclouds · 1 year ago
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eis que o plot é bom: mas tem mais de 10k:
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moonieclouds · 2 years ago
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𝗗𝗥𝗘𝗔𝗠 𝗗𝗥𝗨𝗡𝗞 𝗧𝗘𝗫𝗧𝗜𝗡𝗚 𝗬𝗢𝗨
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635 notes · View notes
moonieclouds · 2 years ago
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hello 😊
i'd like to request 127 reactions to meeting your friends please?
can be text or non-texts
thank youuu <33
𝗜𝗡𝗧𝗥𝗢𝗗𝗨𝗖𝗜𝗡𝗚 𝟭𝟮𝟳 𝗧𝗢 𝗬𝗢𝗨𝗥 𝗙𝗥𝗜𝗘𝗡𝗗𝗦
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moonieclouds · 2 years ago
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I'm loving the nct dream reactions with y/n's gg idol or fave texts !!! if you made it into a series, i will love it too alsksksksm but whoever is suggesting it ily anon ! i want to add one too!!! nct dream's reactions to y/n having their ult gg idol's pc in their phone case (clear phone case so ppl/7dream can see which pc)
when you have another idol’s pc in your phone case texts
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720 notes · View notes
moonieclouds · 2 years ago
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can i req idol!reader x idol!dreamies texts but the fandoms know they’re dating and reader has an interview w their group and they ask “fav group n ult bias⁉️” but then reader says a different group and different ult bias just 2 tease the dreamejs (im yappinf hekp)
- 💌
when you bias someone else (idol reader)
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713 notes · View notes
moonieclouds · 2 years ago
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dreamies quando...
você pede ajuda com teu encontro
7dream x leitora
gênero: socmed!au; bff to lovers; fluff
n/a.: toma @renjunplanet essa é pra vc 🫶 dessa vez fiquei com preguiça de editar as imagens desculpaaaa
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138 notes · View notes
moonieclouds · 2 years ago
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dreamies quando...
eles pedem desculpa primeiro
7dream x leitora
gênero: socmed!au; fluff; angst?; stablished relationship?
n/a.: e se eu nunca mais escrever fics?
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117 notes · View notes
moonieclouds · 2 years ago
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dreamies quando...
você está com baby fever
7dream x leitora
gênero: fluff; stablished relationship
n/a.: n quero ter filhos mas eu teria uma filha com o haechan. boa noite.
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146 notes · View notes
moonieclouds · 2 years ago
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dreamies quando...
eles compram presente surpresa
7dream x leitora
gênero: fluff; friends to lovers
n/a.: feliz natal 🎄❤️
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104 notes · View notes
moonieclouds · 2 years ago
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untitled
jaehyun x leitora gênero: angst avisos: pode ser gatilho para algumas pessoas. n/a.: era pra ser um angst bem pesado mas eu to cansada entao saiu bem mais ou menos mas é isso aí. o intermitente sentimento de inadequação e a falta de amor próprio. essa vai pro anon que pediu coisa com o jaehyun. boa leitura ❤
Namorar Jaehyun foi sorte. Ele, em toda sua glória, misericordioso e gentil, aceitou quando você, uma pessoa simples, básica, normal, confessou os sentimentos que nutria por ele. 
Era esse o pensamento que rondava tua cabeça desde o primeiro dia que começou a namorar Jeong Jaehyun. 
Não sentia que tinha o direito de ter ciúmes, não poderia sufocá-lo com esses sentimentos, ou ele iria te largar. 
Não acreditava que poderia continuar vestindo as mesmas roupas de sempre, eram básicas demais para serem usadas ao lado dele.
Não poderia manter os hábitos que sempre teve porque precisava emagrecer, definir os músculos do corpo, precisava ficar à altura do que se esperaria da namorada de Jeong Jaehyun.
Se tuas inseguranças já falavam suficientemente alto antes de conhecer Jaehyun, o namoro as amplificaram em níveis astronômicos. Se apaixonar foi fácil, confessar os sentimentos, difícil, mas não imaginava a tarefa hercúlea que seria manter um relacionamento com, possivelmente, um dos caras mais populares de todo teu círculo social. 
Você amava tanto Jaehyun. 
Amava o sorriso travesso que dava toda vez que aparecia de surpresa na porta do teu apartamento. 
Amava as tardes que passavam juntos apenas descobrindo músicas novas. 
Amava escutá-lo tocar piano e amava mais ainda quando ele te puxava para perto para ensinar alguns acordes. 
Amava rir das piadas sem graça e das bobeiras que ele falava nos momentos mais aleatórios.
Mas amor, nem sempre, é suficiente. 
Nem sempre o amor é suficiente para calar as vozes que gritam em tua mente te chamando de insuficiente.
Nem sempre o amor é suficiente para te fazer ignorar todas as vezes que duvidam do teu relacionamento.
Nem sempre o amor é suficiente para te despir do medo que sente em se mostrar vulnerável.
Nem sempre. 
“Você tá estranha, vamos conversar direito…” Jaehyun pedia do outro lado da linha enquanto você se olhava no espelho do quarto.
“Eu não vou mais na viagem, Jae, só isso. Surgiu um imprevisto.” Tentava engolir o nó que se formava em sua garganta, mas estava mais e mais difícil.
“E qual o imprevisto? Me fala que eu te ajudo, amor.” Ele disse calmamente. “Você tava tão animada pra conhecer a casa de praia dos pais do Haechan-”
“Não dá pra me ajudar, só eu que posso resolver.”
“Então, eu fico com você no seu apartamento enquanto sua colega de quarto tá fora-”
“Jaehyun.” Teu tom de voz era sério e o namorado pareceu percebê-lo. “Você vai e eu fico. é o aniversário do teu amigo e vocês já tavam planejando-”
“E daí? Ele vai comemorar antes.” Jaehyun respondeu rápido, sem querer te dar muito tempo para discutir. “Tô querendo te dar um voto de confiança, mas eu sei-  O Haechan falou alguma coisa com você? Alguém te-”
“Não tem nada errado, Jaehyun. Só vai na viagem e me deixa aqui, por favor.”
Irritado com a tua postura, ele desligou e essa foi a última ligação que tiveram antes do teu namorado viajar para a casa de praia de um dos melhores amigos. Sem sinal no local, Jaehyun passou um final de semana inteiro sem notícias suas e, quando voltou, recebeu a mensagem que temia, mas já esperava.
[você - 21:36 PM]: acho melhor a gente terminar
[jaehyun - 22:10 PM]: abre a porta.
Jaehyun esperava muitas coisas quando enviou a mensagem, mas a última delas era te ver segurando uma caixa com todos os seus pertences dentro. Você tinha sua cabeça baixa e nem falou nada, apenas abriu a porta e pôs a caixa no chão, entre vocês dois.
“O que é isso?”
“Suas coisas.” 
Duas palavras eram suficientes para Jaehyun saber que você tinha chorado. A rouquidão, o nariz entupido… Só fez empurrar a caixa para dentro do teu apartamento e te guiar pelo pulso até teu quarto. Em silêncio, trancou a porta e sentou-se na cama. Não sairia dali até entender o que estava acontecendo. 
“Jaehyun-”
“Eu não tô entendendo.” Ele balançava a cabeça, te olhando nos olhos, e só sentia o coração despedaçado.  
“A gente terminou-”
“Não, você terminou comigo. Essa parte eu entendi.” Ele apontou em tua direção antes de continuar. “Agora eu quero entender o porquê.” 
“Eu não quero mais.” Você respondeu virando de costas para ele, olhando para a porta, e escuta Jaehyun levantar da cama.
“Você acordou um dia e resolveu que não quer mais, é isso?” Ele manteve certa distância, mas lutava contra a vontade de te puxar para si.
“É, eu não quero mais.”
“Não quer mais o que, exatamente?”
“Eu só não quero mais, Jaehyun. Namorar. O nosso relacionamento. Sei lá.” Você levou os dedos à boca e começou a roer as unhas.
“Dá pra você, pelo menos, olhar pra mim?” Quando Jaehyun te puxou pelo ombro, viu teus olhos marejados e, por um momento, não soube o que fazer. 
“Eu tô cansada de me sentir insuficiente, Jaehyun. Eu olho pra você e tudo que eu vejo é a melhor pessoa do mundo. Como que eu alcanço você? Como que eu faço para merecer estar com você?” As lágrimas que você tanto tentou segurar já escorriam pelo teu rosto e, inutilmente, Jaehyun tentava secá-las.
“Eu tô cansada dos olhares, tô cansada de duvidar do nosso relacionamento. Será que eu estou indo bem o suficiente? Será que estou bonita o suficiente pra ficar com ele? Será que-”
“Meu amor, de onde você tirou essas coisas?” Jaehyun tinha o cenho franzido. “Claro que você é mais do que suficiente! Alguma vez eu te fiz duvidar do que eu sentia?”
“Esse não é o ponto, Jaehyun!”
“Então qual é o ponto?” Já irritado, ele largou teu rosto e levantou as mãos, frustrado.
“O ponto é que eu sou um lixo perto de você.” Finalmente, falou em voz alta o que sempre pensou, desde o primeiro dia de namoro. “Eu não sou nada disso que eu tive que ser nesses últimos meses. Eu detesto me vestir daquele jeito, mas se eu sair com você de calça jeans e moletom, o que todo mundo vai pensar? E, meu deus, a viagem na praia. Você já me imaginou usando um biquíni do teu lado? Eu… Eu não consigo nem pensar na possibilidade de me verem do teu lado. Você é perfeito, Jaehyun. Você é um príncipe encantado que todo mundo inveja, mas eu não consigo corresponder às expectativas do que seria a tua namorada perfeita.”
“Eu nunca pedi uma namorada perfeita. Eu não sei nem que expectativas são essas que você tá falando-”
Ele sabia. Todo mundo sabia. 
O que se esperava da namorada de Jeong Jaehyun era a definição de perfeição: o corpo perfeito, a pele perfeita, o cabelo perfeito, os bons modos, as vestimentas elegantes. Tudo para se adequar à imagem que ele sempre teve. Tudo que você nunca foi.
“Eu não nasci pra ser sua namorada, Jaehyun. Eu tentei, eu juro que tentei por todos esses meses, mas isso não sou eu. Não tenho o cabelo bonito, nem as unhas sempre bem feitas, não consigo usar roupas sofisticadas-”
“Você já viu meu armário? Eu tenho umas dez camisas pretas iguais.” Jaehyun perguntou, te arrancando uma risada. “Se tem alguém sofisticado aqui, não sou eu.”
“Mas você não precisa de muito pra ficar lindo.”
“E você precisa?” Ele arqueou a sobrancelha, te desafiando, e se surpreendeu quando você imediatamente assentiu com a cabeça.
“Jae, eu sou completamente fei-”
Você foi interrompida por um beijo que ele roubou. Te puxou pela cintura com uma mão, enquanto a outra acariciava tua bochecha manchada de lágrimas. 
“Nem termina. Por favor, nem termina.” Ele suspirou pesadamente e deixou um beijo demorado em tua têmpora enquanto te mantinha em um abraço. “Eu não quero terminar, eu realmente não quero, mas eu não sei o que fazer pra você se sentir melhor.”
“Jae, eu-”
“Eu não sou perfeito e detesto quando me tratam como se eu fosse, mas, pior do que isso, é ver você se destruindo por achar que não alcança um nível de perfeição que simplesmente nem existe.” Sentiu Jaehyun apertar o abraço e segurou as lágrimas. “Odeio ter que admitir isso, mas você precisa de espaço pra melhorar eu- merda, eu não quero, mas-”
Tentou discutir, tentou te convencer. Por horas, falou inúmeras declarações de amor, percorreu todas as memórias que tinham juntos, listando uma a uma suas favoritas. Tentou te fazer enxergar que estava criando problemas por medo do compromisso do relacionamento. Tentou te fazer confiar nele. Tentou, tentou, tentou…
Naquela noite, Jaehyun saiu do teu apartamento com suas coisas e seu coração partido, mas deixou com você a promessa de que, um dia, ele voltaria.
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moonieclouds · 2 years ago
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𔘓 𝓛 ִִֶָ MALDIÇÃO: capítulo III ✿
Ꮺ! 𝐀𝐕𝐈𝐒𝐎𝐒: capítulo II, pseudo femcel/incel (jeno e leitora), sexo sem proteção (não façam isso!), mommy issues, spanking e choking leves, sextape(?), rough sex, rivalidade masculina, spit kink, dirty talk (degradação), overstimulation, possessividade, masturbação masc.
Mais uma continuação não planejada. Novamente, não é uma leitura para todos, se atentem aos avisos. Isso não é um exemplo de relacionamento saudável, não procure por isso!
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𝐉𝐄𝐍𝐎 não mora aqui, e chegou a pensar nas últimas vinte quatro horas em não colocar mais os pés nesse apartamento. Isto é, até receber aquela foto através de um número desconhecido.
Aquela maldita foto.
Naquela sexta-feira, após se entregar totalmente dentro do seu corpo, já não tinha um vestígio do sentimento. Não deveria estar desfrutando da melhor sensação no mundo? É como se depois de fazer o que tanto queria, nada mais fizesse sentido.
Tudo que sempre quis foi te fazer sofrer. Você não deveria amar, se divertir. Não deveria haver espaço para ninguém na sua vida. A presença do Lee foi programada para ser um estorvo, algo que pudesse te fazer se arrepender de ter nascido onde nasceu, no ano e dia em que nasceu e ter se tornado amiga da irmã dele para início de conversa. Te bloquear de sentir felicidade era o que, em teoria, traria o mesmo sentimento para o rapaz. Mas por que não está sentindo isso?
Jeno já tem um histórico de fugir das coisas que o assustam, ou exigem o mínimo de dedicação. Fez isso no começo da graduação, correndo da responsabilidade exorbitante que a atlética representava. Na época do vestibular. Com o trabalho de meio período no shopping. Com a mãe. E o mais engraçado é que ele sempre volta a todas as coisas que foge. Como agora, sentado no sofá do seu apartamento, às três da manhã, à meia luz do poste que ilumina a rua e penetra pela janela do segundo andar.
O coração se apertou de tal maneira que nunca sentiu antes, as pontas dos dedos formigando. Precisava de algo mais que não sabia nomear. Volta para perto de ti, dorme na mesma cama, os dedinhos se acalmando ao tomarem os seus seios nas palmas das mãos. Não sabe nomear, e honestamente, talvez nem queira aprender o possível nome. Chegou a conclusão de que a única saída era se afastar.
Tudo por causa daquela foto.
Estava em paz, jogado na cama beliche que divide com um calouro da engenharia. Um sábado tranquilo. Sem bagunça no dormitório, os outros dois rapazes viajaram para passar o final de semana nas suas respectivas cidades natal. Nada deveria ter tirado sua calma. Mas tirou. Muito.
Aquela maldita foto.
Não sabe quem o enviou. O número desconhecido, porém, sabe quem o Lee é. Sabe bem. Senão, como poderia ter o timing certo de enviar uma imagem que significaria tanto? É como se soubesse que o Lee queria ver aquela foto.
Quando você abre a porta do apartamento, o sorriso que estava na sua face se esvai, ao notar a presença indesejada na sua sala de estar. Jeno altera o olhar afiado da tela do celular para ti.
Aos poucos, desce a atenção para as suas pernas desnudas, feito julgasse a escolha da roupa tão curta. E sobe novamente, até o seu rosto. Não gosta da maquiagem, dos acessórios. Nada. Embora te ache extremamente atraente do jeito que está vestida, condena internamente.
— Ele costumava me dar carona — é o que o rapaz começa a dizer. — Chegar no campus num importado igual aquele era uma sensação muito boa... mas, no fundo, eu sempre me senti menor. Ele me fazia sentir menor.
“Ficou claro pra mim que eu sempre estaria no banco do carona. Que não importasse o quanto me dedicasse na vida, eu jamais estaria no volante, igual ele”. Se levanta, os olhos fixos em ti. “Mas dessa vez é pior, sabe?”, vem chegando mais perto, “Dessa vez ele resolveu pegar pesado demais, sem pensar nas consequências. Porque não é o meu ego que ele tá afetando...”, as suas costas se encontram com a porta, significando que não pode se afastar mais. Recebe, então, a face masculina bem pertinho de si. A respiração quente soprando na sua pele. Como se pudesse sentir o ódio exalando.
Jeno apoia a mão no batente. “Dessa vez ele resolveu foder algo que é meu.”
— Ele não me fodeu — você afirma.
O Lee pende a cabeça pro lado, a sobrancelha arqueando.
— Não? — ecoa. — Então, ‘tava sentada no colo dele por quê? Aulinhas de direção gratuitas?
— Ele não me fodeu.
Jeno capta a ênfase no verbo. Ajeita a postura, as mãos afundam pra dentro dos bolsos frontais do jeans, levando junto o celular.
— O que ele fez?
Você comprime os lábios. Poderia ser assertiva, já tem as palavras na ponta da língua, mas prefere fazer um suspense antes. Gosta desse personagem da boa menininha que não quer magoar e sente medo. É engraçado o quanto isso é exatamente o oposto de tudo que você é.
— Eu só sentei no colo dele — se defende. — Mais nada.
— Não mente pra mim.
— Não tô mentindo. Juro.
Jeno pega no seu maxilar, bruto.
Você arfa, desprevenida. Até se coloca na ponta dos saltos, os olhinhos parecendo maiores e lingando falsa inocência. A proximidade permite que ele possa aspirar o perfume de marca do outro. Até sente enjoo, amaldiçoa mentalmente. Não confio em você, é o que sussurra antes de te guiar até o sofá.
Sim, Jeno não confia em uma palavra sua. Não por você, inteiramente. Quer dizer, é complicado. Ele tem plena consciência do fato de que da mesma forma que ele o odeia, você o odeia também. O mutualismo dos sentimentos faz com que tenha um pé atrás. Além de que não se pode depositar todas as cartas em Na Jaemin, da mesma forma.
Não vai cair nessa de que só estava sentada no colo do playboyzinho. Jaemin é sujo — tem a mente suja. É um puto canalha que na melhor oportunidade iria te comer sem o mínimo respeito. Por isso, tem que inspecionar com as próprias mãos a situação.
Te deita de bruços no estofado. Um dos joelhos sustenta parte do peso do corpo ao se sobrepor sobre ti, ajoelhando entre as suas pernas. Puxa a barra do seu vestidinho curto, não demorando para espear a carne fresca à vista.
Você resmunga, abraça duas almofadas para que possa erguer nem que seja um pouquinho o tronco, e espiar por cima dos ombros o que o Lee faz com o seu corpo.
Ele espreme as bandas entre as palmas das mãos, separando para analisar o tecido da sua peça íntima. Adivinha, não tem a melhor das reações ao notar a rodela molhadinha se destacando.
— Sua puta! — degrada, sem pensar duas vezes. Estapeia novamente, pesando mais a mão porém. Jeno, manha, sentindo a bundinha arder. — Quer mesmo que eu acredite... — pega nos seus cabelos, rígido — ...quando tá com essa buceta molhada desse jeito?
“Eu juro, se for a porra dele...”, você não deixa que ele finaliza a alternativa catastrófica, interrompe, alegando seu “não” e “eu juro”, com a voz mais doce que consegue. Explica, olhando pra ele, que não fodeu com o Na. Apenas ficou sentadinha no colo dele, não é? Se esfregando, conforme te foi pedido, até molhar a calcinha toda de excitação.
— Ele disse que não me foderia no carro — completa. — Que eu merecia um lugar mais confortável.
Merecer, Jeno repete a palavra na mente. Não consegue evitar o risinho soprado, debochado. Desde quando você merece algo? Jaemin é tão vadio que mente sem remorsos.
— Mas você não vai foder ele, cadela — Jeno delimita, firme. Pega na sua garganta com a outra mão. — Entendeu?
Você só pode murmurar algo, o ângulo atrapalha. Faz a boca secar, a saliva se acumular porque dói engolir. Quando é solta, deita a lateral do rosto na almofada.
Não o olha, mas pode ouvir o som metálico reverberando pelo cômodo. Imagina que é o cinto sendo desafivelado, ainda mais ao notar o som dos jeans deixando as pernas do Lee.
A partir do momento em que o viu na sua sala de estar, imaginou que algo estivesse muito errado. Não sabe como ele descobriu, de onde tirou tantos detalhes do que estava fazendo e onde estava, porém não é como se quisesse que o que aconteceu há minutinhos atrás permanecesse em segredo. Alguém te dedurou, é fato. Precisa saber quem.
Agora, com o corpo do Lee se aproximando, a consequência de ser fodida como “punição” não te surpreende. O jeito com que ele te pega no quadril, levantando para que possa roçar a virilha enquanto diz essas porcarias possessivas só pra se excitar. Nesse roteiro, Jeno é um ator que segue à risca cada linha imaginável no papel merda que atua. No entanto, por essa movimentação no set você não esperava.
— Olha aqui. — Ele traz a câmera do celular para frente do seu rosto. — Dá tchauzinho pro Jaemin, dá. Ele não quer tanto te foder? Deve bater uma toda noite desde que eu proibi ele de te olhar. — Sorri, mirando a câmera tb. — Vou te mostrar como é foder ela, cara. Essa vai ser a sua única forma de chegar perto dela mesmo.
É um ato de caridade, entenda. Rebolar no colo do Na é o máximo que Jaemin poderá alcançar daqui pra frente. Você não é mais uma putinha que pode buscar na porta de casa com o carro importado e esperar que ela abra as pernas. E mesmo que você seja desobediente, que de alguma forma tente burlar as regras do Lee, Jeno está mais do que dispostos a cuidar disso com as próprias mãos. Literalmente.
Sorri, o ar soprando de leve contra a sua pele.
Então, é bondoso o suficiente para mostrar seu corpinho pro amigo. Começando pelo rosto bonito, tão bem maquiado nesta noite. Aperta o seu maxilar, cospe bem dentro da sua boca, como se fosse uma bonequinha sem valor. Sorri, perverso. Leva os dentes para arranhar pelo seu pescoço. Chupa. Depois, tem a coragem de usar a mão pesada para rodear o local.
A ideia de ser exibida dessa forma para Jaemin não é algo que te incomoda. É como se o universo estivesse jogando mais e mais oportunidades no seu colo de trazer mais caos. E você ama o caos, não ama? Principalmente, causá-lo. Não precisou fazer nada, Jeno chegou com a resposta perfeita, a qual vai gerar outra reação, que por si só vai gerar outra, e assim por diante. Uma imensa bola de neve rolando montanha abaixo até destruir-se sozinha quando atingir seu limite. Você não sabe quando esse limite vai chegar, se já estão na metade ou no fim do caminho. Tudo que sabe é que enquanto estiver pegando fogo, vai alimentar a brasa.
O olhar frio de Jeno sobe até o seu.
— Queria poder usar essa boquinha, não é, playboy? — As íris escuras focam nos seus lábios entreabertos. — Sabia que ela aprendeu a fazer um boquete antes mesmo de aprender a beijar? Uma putinha completa... Minha putinha completa. — Porque te segura pelos cabelos, inclinando sua cabeça pra trás, tem acesso exclusivo para arrastar a ponta do nariz pelo seu queixo. — E eu acho melhor você não tentar tocar algo que é meu de novo, Na Jaemin.
O telefone vai parar sobre o estofado, escorado no encosto, de maneira que o ângulo consiga enquadrar-te em setenta por cento da câmera e que Jeno permaneça visível, dos ombros pra cima, atrás de ti.
Você vê pela gravação o olhar do Lee se abaixando, fixado no seu sexo. O sente entrando, rasgando pra dentro. As mãos pesadas maltratam o seu quadril entre as palmas para que possa se ajustar no buraquinho e se colocar todo. E normalmente você nem daria o gostinho a esse puto de ouvir seus gemidos, porém essa não é uma situação que exige um normalmente. Aí, morde o lábio, deixando a garganta coçar num sonido manhoso e quebradiço a cada centímetro que é tomado no seu interior.
Jeno é bruto como sempre, não é daqueles que possa esperar uns segundinhos para que se “acustumem” com o tamanho dele, ou algo parecido. Ganha ritmo assim que completa, que afoga a ereção no molhadinho quente em que quis se enfiar. Logo, os sons de corpos se chocando forma a trilha sonora do vídeo sendo gravado. Seu rosto indo e vindo de bem pertinho do celular a cada impacto que a virilha do Lee tem na sua bunda.
De extra, porque está se sentindo misericordioso demais, Jeno, alcança o aparelho para gravar o ângulo de seu próprio ponto de vista. Se não fosse explicitamente direcionado para Na Jaemin, esse videozinho se tornaria popular em qualquer site pornô sob a categoria de “amadores”.
“Ah, cê ia amar meter aqui”, Jeno fala, com a voz embriagada de tesão. A mão livre agarra uma banda da sua bunda e faz questão de separar ainda mais. Quer mostrar a velocidade com que te fode, a carne do seu bumbum sendo espremida. A grossura se empurrando pra dentro, o creminho que se forma por todo comprimento quanto mais vocês são estimulados juntos. “Apertada pra caralho essa cachorra que até ainda parece virgem.”
Você mal respira, ofega. Os lábios entreabertos liberam espaço para os gemidinhos doces escaparem, ah, ah, seguindo o compasso apressado do homem que te come.
Mas já é o suficiente, não? Toda bondade tem limite, e o Lee já estourou a sua. Na Jaemin não precisa de mais que isso. Ele não merece. Não tem que assistir seu corpinho em transe, as perninhas tremendo ao não resistir quando sente o dedo de Jeno circulando no seu pontinho sensível. Não tem que ouvir, também, seu gritinho de prazer, como empapa ainda mais a ereção dura que te fode durante e depois do seu orgasmo. Fazer o quê? Você fica bem mais apertadinha depois que goza, contraindo internamente, piscando, e isso Jaemin jamais deve experimentar, ou pelo menos saber que acontece.
E quando ele próprio chega ao êxtase, opta por mandar uma foto do seu decote completamente encharcado pela porra espessa. Escorrendo por entre os seus seios, por cima do tecido. Pra completar, claro, não poderia faltar a mão dele segurando com força o seu peito, como se quisesse frisar mais uma vez o pronome possessivo que já utilizou na própria voz. Junta o material pornográfico e manda pro melhor amigo.
Quando o celular de Na Jaemin apita, tinha acabado de estacionar na garagem de casa.
Depois que te deixou em frente ao prédio, não conseguiu evitar se estimular de novo. Olhar as suas perninhas desnudas, a barra do vestido curto mal cobrindo a sua bunda após tanto ser enroscada na sua cintura... Pô, tudo isso foi pedir demais de seu autocontrole. Internamente, se xingou por não ter te comido dentro do carro mesmo. Que mal teria em te fazer quicar no colo dele, ou se espremer no banco de trás enquanto te ajeitava de pernas abertinhas para recebê-lo fundo e gostoso? Mas não, o Na não é qualquer filho da puta. Foi criado bem, pra ser um cavaleiro, então pra uma garota que já sofre com a presença de Lee Jeno, você valeria mais se desfrutada no conforto de um colchão.
Bateu uma ali mesmo, parado na porta do prédio. Memória vívida do seu corpo quente, do perfume doce. A ressaca de ainda sentir o peso de cada esfregada que deu nas coxas masculinas foi suficiente para fazê-lo gozar rapidinho dentro do copo de plástico.
Respira fundo, deixando a onda de adrenalina passar. Daí, dá partida com o carro para o caminho do condomínio fechado onde mora.
Durante o percurso, tudo parecia bem. Um pequeno sorriso surgia na face toda vez que se lembrava do que viveu há pouco. Orgulho, satisfação. Até estacionar ao lado da Ferrari vermelha na simplória mansãozinha da família.
Primeiro, o sangue ferve.
Os lábios comprimem, a face transmitindo automaticamente todo ódio que se internaliza. Não gosta do tom que o Lee usa, como quer parecer superior. Como aperta o seu maxilar, te manuseia feito fosse uma bonequinha de foda descartável. Vou te mostrar como é foder ela, cara...
Mas, depois, o corpo relaxa.
O sorriso retorna pra boca. Dessa vez, porém, com um certo quê de maldade sobressaindo. Quando escuta que não deveria tocar algo que é do amigo de novo, Jaemin não sente medo. Algo de Jeno? Que perdoem o escárnio, mas o que é isso que o Lee tanto chama de seu se há poucos minutos estava perfeitamente na mão de outra pessoa?
Agora, se torna mais pessoal. Não é só o fato de Jeno impedir Jaemin de ser feliz, tem mais ira aqui. E enquanto afunda a mão pra dentro da calça mais uma vez, o Na matuta uma resposta a altura do ego do melhor amigo. Como destruir Lee Jeno de uma forma suficiente para quebrar a sanidade que lhe resta?
Ah, cê ia amar meter aqui... Jaemin repuxa um sorrisinho, ladino, circulando a cabecinha do pau duro com a mão já melada de porra. É, vai amar socar cada centímetro dentro de você, de fato. Mas não vai ser o único.
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moonieclouds · 2 years ago
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(a + b = 3)
lê-se: a mais b é igual a 3
haechan x leitora gênero: fluff; childhood friends to lovers; br!au n/a.: parte final de 1+1 veio aí.
« Querida, eu te amarei até os nossos 70 anos »
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"Tá sabendo que o Pedro vai casar?" 
Você estava sentada no chão, com as costas apoiadas no pé da cama de Donghyuck. O quarto estava uma bagunça de caixas de papelão, ferramentas e pedaços de madeira.
"Que Pedro?" Ele respondeu lendo o manual de montagem da escrivaninha que tinha comprado.
"Meu primo Pedro." Você disse brincando com o saco de parafusos. "O que não gosta de mim."
"Ah, sei quem é não." 
"Claro que sabe, conheceu tem mó tempão. Era aquele alto que tava de camisa xadrez no aniversário da minha avó." Donghyuck se esticou para pegar uma peça que estava do teu lado e você o ajudou. "Ele vai casar, já."
"De verdade, eu não lembro." Donghyuck interrompeu a montagem da escrivaninha só para olhar você. "Não faço questão de andar com quem te trata mal."
"Se fosse assim, você não vivia grudado com meus primos."
Apesar de envergonhada, tentou disfarçar com uma risada forçada e desviou o olhar. Nas últimas semanas tem sido ainda mais difícil manter contato visual com Donghyuck sem sentir as bochechas arderem e o coração acelerar. Maldito dia que-
"Ah, para de graça. Já perdi as contas de quantas vezes o Johnny já ameaçou me deitar na porrada por tua causa." Ele riu fraco, voltando à escrivaninha. "E o Jaehyun que se deixar, só falta lamber o chão que tu pisa."
"Que mentirada é essa, pelo amor de Deus." Você balançou a cabeça incrédula e Donghyuck revirou os olhos. 
"Você é mimada assim por culpa deles." Ele bufou alto e termina, murmurando, e minha também.
"Eu não sou mimada! E eles só tornam minha vida mais difícil."
"Que mais difícil o que. Quando minha mãe levava a gente lá no parque, tá lembrada do que você fazia, não?" Donghyuck te desafiou e você revirou os olhos. "Não lembra? Que na hora de voltar você ficava fazendo charme dizendo que tava cansada, que tinha machucado o pé, que tava fraca, perturbava teu primo até ele te carregar nas costas."
"Para que eu não fazia tudo-"
"Ai, como eu queria ser do tamanho do meu primo! Minhas perninhas pequenas já tão cansadas." Donghyuck fez uma voz fina, enjoada, e forçou uma feição triste para te imitar quando criança. "Jae, você segura a minha mão? Por favorzinho, eu tô tão fraquinha."
"Nossa, como você é dissimulado, fica botando palavras na boca de uma CRIANÇA!" Você se levantou para começar a organizar o lixo e Donghyuck apenas sorriu.
"Dissimulada era você. O que você tinha de bonitinha, tinha de sonsa. Deus me livre ter uma filha igual você." 
"Só ta falando isso porque você sabe que não ia saber dizer não pra filha e ia culpar a menina." Você desdenhou dele, mas se surpreendeu quando, ao invés de reclamar, ele concordou.
"É verdade, acho que não sei dizer não pra charme de mulher bonita." Ele mordeu os lábios, segurando uma gargalhada ao te ver arregalar os olhos. “É por isso que eu faço tudo que você quer.”
Você engasga na própria saliva e Donghyuck larga a chave de fenda no chão para se levantar e ir até você. Ele adorava te deixar sem jeito.
“Até parece, você vive me dizendo não." Brincou, mas ele levou a sério. "Sou feia, então?"
"Eu sempre fiz tudo que você pediu, deixa de história." Puxou o saco plástico que estava na tua mão e jogou para o lado. "E se eu bem te conheço, tu tá é preparando o terreno pra pedir alguma coisa."
"Hm?" Você se fingiu de desentendida, mas Donghyuck chegou mais perto e te prendeu entre seu corpo e a porta do quarto. "Tá maluco?"
"Fala o que tu quer logo." Ele revirou os olhos e apoiou um dos braços na porta atrás de você. 
"Pra quem mais que você faz as coisas?" Você perguntou, tentando mudar de assunto, e Donghyuck franziu o cenho. "Você faz as vontades de qualquer uma que fizer charme pra você?"
Você engoliu seco quando Donghyuck riu e aproximou seus rostos. Ele não te abraçou, deixou o braço esquerdo apoiado na porta, ao lado de seu corpo, mas ainda assim aninha a cabeça no teu pescoço. 
"A mulher bonita é você, gatinha." 
Sentiu teus batimentos cardíacos acelerarem quando os lábios de Donghyuck roçaram em teu pescoço ao proferir a frase. A respiração dele contra teu pescoço, o tom de voz suave, seu perfume eram demais para você. Automaticamente, levou uma de tuas mãos livres à nuca do rapaz e acariciou seu cabelo. Arranhou levemente seu couro cabeludo com as unhas e Donghyuck não resistiu, te puxou para perto pela cintura e deixou beijinhos molhados pelo teu pescoço.
A situação é, no mínimo, complicada.
Desde a fatídica noite em que você cedeu e beijou Donghyuck, nunca mais tocaram no assunto. Ele, porque era um covarde e dizia esperar o momento certo para conversar sobre a situação. Você, pelo mesmo motivo.
Viveram, então, essas semanas, com uma tensão palpável entre os dois, mas que insistiam fervorosamente em ignorar. Vez ou outra, um de vocês arriscava fazer comentários sugestivos, mas sempre seguidos de uma risada e desviavam os olhares. Até teus primos perceberam que alguma coisa tinha acontecido.
"Você-" Arfou, sem conseguir formular bem uma frase no momento em que Donghyuck tinha os lábios em teu pescoço.. "O seu cabelo- Tá grande-"
"Deixei crescer." Ele sussurrou contra tua bochecha, de olhos fechados, e você se derreteu em seus braços. “Você disse que ficava bonito.”
Donghyuck podia estar rendido, podia não conseguir resistir a nada que você pedisse, mas também sabia jogar com as cartas que tinha. Quando tirou o braço da porta e seus dedos passaram a dançar pela extensão das tuas costas, por baixo da camisa, e sentiu tua pele arrepiar, já era. Donghyuck sabia que você já estava entregue. Ele sentiu o peso do teu corpo sobre si quando você passa teu outro braço por seu pescoço, passando a se apoiar completamente nele.
"Já tá toda mole assim e eu nem fiz nada." Donghyuck beijava tua mandíbula, teu pescoço, teus ombros... Você tentou, muito, sentir raiva, mas não conseguiu. "Se eu te pedisse uma coisa agora, você faria?"
"Depende." Você sorriu, puxando-o mais para perto, quase escutando o que ele pediria a seguir.
Donghyuck só separou seus corpos o suficiente para conseguir ficar de frente para você. Ele sentia que merecia um prêmio pelo autocontrole que estava tendo, proibindo a si mesmo de jogar tudo para o alto e te beijar até amanhã. Teus olhos ébrios, a boca semiaberta, a respiração descompassada... Donghyuck iria enlouquecer.
"Me ajuda a terminar de montar a escrivaninha?" Ele sussurrou muito, muito perto da tua boca e teve que segurar a vontade de rir quando viu a decepção em teus olhos. Ele havia jogado um balde de água fria em você, quase como uma vingança por todas as vezes que você tinha feito o mesmo com ele.
Aos poucos, tentando não demonstrar muita frustração, quebrou o abraço e se soltou de Donghyuck. Ele ainda te olhava, travesso, esperando uma resposta. 
"Ajudo. Só vou beber água." Você disse arrumando o cabelo com as mãos e se virando para abrir a porta. "Pior que voc�� tava certo, eu ia mesmo te pedir uma coisa."
"O que?"
"Deixa pra lá." Você deu de ombros e tentou sair pela porta, mas Donghyuck segurou teu pulso.
"Fala logo."
"Ah, nada." Você fez uma falsa feição de desinteresse e usou um tom debochado. Lá vinha coisa. "Não precisa mais."
"Você sabe que eu não vou parar-"
"Tenho um convite extra pro casamento do meu primo. Eu ia te chamar, já que não tinha mais ninguém pra ir comigo, mas acabei de lembrar do Jeno."
"Como assim o Jeno? Nada disso." Você soltou teu braço, mas Donghyuck foi atrás. “Eu vou com você, não tenho nada pra fazer mesmo."
"Você nem sabe a data, Hyuck." Você respondeu, travessa, segurando uma risada, e foi aí que Donghyuck percebeu que tinha caído direitinho na tua pilha. "E você tá ocupado com o trabalho, o Jeno já-"
"Você não vai ficar brincando assim comigo, vai?" Ele te puxou para perto de novo, apertando tua cintura. Covarde como era, sabia que só te ganharia assim jogando sujo. "Hein?"
“Não é isso que a gente tá fazendo há semanas? Brincando com o sentimento do outro?” Você riu de escárnio, e se arrependeu logo depois do que disse.
“Eu não tô brincando com ninguém, já te falei várias vezes o que eu quero.”
“É, mas não parece que quer de verdade. Me beija num dia e no dia seguinte não fala mais nada.” 
“Só eu que tenho que falar agora? Você também não tem boca, não? Toda vez que eu tento começar a conversar sobre isso você fica estranha.” Ele te olhava incrédulo, revoltado até com o teu tom de voz sentido. “Escuta, Lilica-”
"Tudo bem, Hyuck, você pode ir comigo no casamento." Você segurou seu rosto nas tuas mãos e sorriu fraco antes de deixar um beijo demorado na bochecha do amigo e sair correndo para a cozinha.
Donghyuck não via a hora de acabar com essa palhaçada.
Estava farto, exausto, desse vai-não-vai. Sim, vocês eram amigos desde sempre. Sim, gostava de você desde a adolescência. Sim, seria muito complicado tentar um relacionamento porque poderia estragar muita coisa. Mas, ao mesmo tempo, parecia tão simples. Donghyuck não sabia quem complicava mais a situação, ele ou você (era você. Ele sabia que era você).
Depois da pequena discussão na casa dele, Donghyuck tentou puxar o assunto várias e várias vezes por mensagem, mas você ignorava. Quando se viram pessoalmente uns dias depois, foi num churrasco na casa de Jeno e por mais que Donghyuck tentasse te puxar para um canto e conversar, você desconversa. Por que estava agindo desse jeito?
Johnny havia comprado uma garrafa de whisky e Jaehyun, o energético. Você não quis sair dessa vez porque disse que estava tentando parar de beber, mas Donghyuck viu o stories da tua amiga de faculdade: uma garrafa de tequila, cumbucas de petiscos numa mesa de bar e o teu user na legenda, no meio de outros três. Tudo mentira.
Naquela noite, não conseguiu segurar, contou tudo para os amigos de infância que, por educação, fingiram estar chocados com as revelações. Johnny ainda tentava mascarar com perguntas que já sabia a resposta como “então você tinha ciúmes do Mark?”, mas Jaehyun não fez questão nenhuma de esconder a cara de tédio quando Donghyuck passou da fase de confissão e passou para a fase declaração.
“Eu não aguento mais, a gente dormiu junto e ela faz isso comigo.” Donghyuck murmurou baixo, já sem conseguir falar muito bem por causa do álcool no organismo, mas os amigos escutaram. 
Jaehyun, que estava sentado na mesa do bar, arrastou a cadeira no chão ao se levantar abruptamente e, cambaleando, se escorou na mesa ao lado de Donghyuck. Johnny olhava para a cena de olhos arregalados, ainda processando o que o amigo tinha falado.
“Vocês o que?”
“A gente dormiu junto lá em casa.”
“Eu não tô acreditando.” Johnny balançava a cabeça desacreditado.
“Foi tão bom, hyung, e a boca dela é tão macia eu-”
“Johnny, eu vou vomitar.” Jaehyun colocou a palma da mão contra a própria boca enquanto segurava a ânsia de vômito. 
“E ela tava tão cheirosa. E a mão dela no meu-”
“Donghyuck-”
“Eu juro, ela tava tão quentinha-”
A última coisa que eles escutaram foi Jaehyun vomitando nos pés de Donghyuck antes de serem convidados a pagar a conta e se retirarem do estabelecimento. Em completo silêncio e ainda muito bêbados, os três sentaram num banco da praça que tinha ali perto e esperavam algum uber aceitar a corrida de volta para a casa. Jaehyun, ainda enjoado, reclamava de dores no estômago e Johnny empurrava a cabeça de Donghyuck que insistia em descansar em seu ombro.
“Isso é culpa do Donghyuck. Eu não queria saber detalhes de quando você transou com a minha prima!” Jaehyun gritou e deu um tapa na coxa do amigo, que tinha os olhos arregalados.
“Eu?” Ele pôs a mão sobre o peito, inconformado. “Eu transei com a Lilica? Quando?”
“Eu tô sóbrio demais pra isso.” Johnny resmungou.
“Você tá bêbado, John.” Jaehyun arrotou e fez uma careta.
“Quando foi que eu transei com a-”
“Pra aguentar vocês dois só em coma alcoólico.” Johnny revirou os olhos e tampa a boca de Donghyuck. “Você acabou de contar pra gente que dormiu com ela.”
“Dormi, sim, verdade.” Ele afirmava veementemente com a cabeça.
“Não acredito que eu vou perguntar isso.” Jaehyun finge uma ânsia de vômito, antes de continuar, bem baixo. “Vocês usaram camisinha pelo menos? Tem que usar camisinha, Donghyuck.”
“Eu juro por Deus que se ela aparecer grávida-”
“Hã? Vocês usam camisinha pra dormir?” O mais novo do trio franziu o cenho, quase fechando os olhos. “A gente usou pijama mesmo.” 
“Calma ai, vocês dormiram-” Jaehyun tentou falar, mas foi cortado por uma gargalhada de Johnny. “Ele tá assim porque eles só dormiram juntos? Tá de sacanagem.”
“A gente ficou de conchinha até de manhã, hyung.” Donghyuck abraçava a garrafa vazia de whisky se balançando de um lado para o outro.
“Esse chororô todo e não rolou nem uma mamadinha?” 
“Porra, Jaehyun, vai se foder.” Johnny disse dando um soco no braço do irmão, que apenas riu do estado do amigo.
“Não, mas ela sentou no meu colo e-”
“ÊÊÊÊÊÊ, vamo parando por aqui pra não acabar a amizade, Hyuck.” Johnny deu mais uma olhada na tela do telefone e viu que o motorista do Uber estava perto. “Bora, vou te deixar em casa.”
No dia seguinte, Donghyuck não lembrava de muita coisa do que disse, mas lembrava de ter ficado bem bêbado depois de ver os stories da tua amiga. Não que você devesse sempre sair com ele, mas sua desculpa era de que não queria beber, porque estava num bar com as amigas, então? A dor de cabeça era fraca, então não se preocupou em levantar da cama e buscar um remédio, apenas ficou deitado na cama, com as cortinas fechadas, ligou a televisão e decidiu assistir um jogo de futebol americano no teu perfil da Star+ só porque sabia que você detestava. Hoje, Donghyuck tinha acordado amargo.
Mal sabia ele que você estava sentada no sofá da sala no andar de baixo há pelo menos duas horas, esperando-o acordar. A mãe de Donghyuck tentou te convencer a subir e acordar o filho, mas você insistiu que não iria incomodar. Depois de três horas e meia e muitos copos d’água, precisou ir ao banheiro.
Subiu as escadas da casa fazendo o mínimo de barulho possível e entrou no cômodo que ficava ao lado do quarto de Donghyuck. Sorriu ao perceber a escova de dentes fora do lugar, o perfume sem tampa, os anéis espalhados pela bancada e as roupas sujas jogadas no chão, ao invés de estarem dentro do cesto de roupa. Quando estava prestes a sair, escutou a maçaneta girar, tentando abrir a porta sem sucesso.
“Porra, tá de sacangem.” Você escutou Donghyuck praguejar e sorriu ainda mais.
Destrancou a porta e encontrou-o com os cabelos desgrenhados, sem camisa e usando uma calça de moletom tão baixa, que quase subiu o cós por conta própria. Engoliu seco quando percebeu que o que deveria ser o cós da cueca era apenas pele e se forçou a olhar para seu rosto de novo.
Lee Donghyuck não tinha direito nenhum de ser tão gostoso desse jeito quando mal tinha acordado.
“Lilica?”
“Bom dia, Hyuck. Eu queria conver-” 
Você mal conseguiu terminar a frase, ele te segurou pela nuca, roubou um beijo na tua bochecha e te puxou para fora do banheiro ao mesmo tempo que falava:
“A gente vai conversar, só me deixa mijar primeiro.”
Você riu, incrédula com a situação, e decidiu ir a seu quarto para esperá-lo. Encontrou a cama do jeito que esperava: alguns travesseiros no chão, a colcha enrolada no pé da cama, a camisa velha que ele usava de pijama embolada no meio dos lençóis e o ar condicionado ligado na temperatura mais baixa possível.
Johnny tinha te mandado mensagem de manhã cedo, nem esperava que você tivesse acordada. Te ligou para contar todas as pitangas que Donghyuck chorou na noite anterior, convenientemente deixando de lado a confusão sobre o significado de vocês dormirem juntos, e pediu para que você caísse na real. Ele não queria se meter, de verdade, mas sabia que uma palavra amiga de alguém de fora ajudava às vezes. 
Foi assim que você decidiu levantar e ir até a casa dele. Chega de enrolação, precisavam sair do lugar.
Donghyuck vestiu a primeira camisa que viu e desligou o ar condicionado assim que abriu a porta do quarto porque sabia o quanto você iria reclamar do frio, sempre fazia isso.
“Pode deixar ligado.” Você falou baixinho, puxando um dos lençóis da cama e sentando em sua cadeira.
“Pra você perturbar que tá muito frio?” Ele arqueou a sobrancelha, brincando, mas se surpreendeu quando te viu abaixar a cabeça e murmurar envergonhada. “O que você disse?”
“Eu disse que eu só reclamo pra você me..” Falou o resto da frase ainda mais baixo, e Donghyuck chega perto de você, quase impaciente.
“O que?”
“Pra você me abraçar, Hyuck!” Você falou exasperada, de olhos arregalados, e levantou da cadeira nervosa. “Ou me emprestar seu casaco. Ou fazer qualquer coisa. Eu só faço isso pra chamar sua atenção, você nunca percebeu? Nunca notou que eu fico nervosa perto de você?”
Você fechou os olhos e respirou fundo. É agora ou nunca.
“Eu não sei desde quando, mas eu gosto de você. Muito. Só que você é meu amigo de infância, entende? Isso é tão confuso. E se for só amizade mesmo e eu tô confundindo as coisas? Ou, pior, se… se a gente parar de se falar?” 
O olhar de Donghyuck era indecifrável. Ele sentou na cama, de frente para você, e ficaram em silêncio por alguns segundos, até você quebrar. O choro veio de uma forma tão avassaladora que você soluçava ao mesmo tempo que balbuciava palavras incompreensíveis e assim Donghyuck, com um aperto no coração, deixou que você ficasse por longos minutos. Não te abraçou, não te tocou, apenas ficou sentado e te deixou externalizar tudo que precisava.
“O Johnny me disse que- Ai que merda!” Você enxugava as lágrimas com a palma da tua mão e fungava o nariz incessantemente. “Que você ficou tão triste ontem, mas eu não queria te magoar.” 
As últimas sílabas, faladas com a voz embargada e quase interrompidas por outro acesso de choro, fizeram Donghyuck te puxar pelo braço e te sentar no colo dele. A posição era estranha e meio desconfortável: você estava de loado, sentada nas coxas de Donghyuck, enquanto ele te segurava pela cintura e tentava te equilibrar em seu colo. Ainda assim, a proximidade física te fazia sentir melhor. Ele suspirou e beijou tua têmpora, te abraçando forte, o que te fez chorar mais ainda. 
“Por que você tá chorando tanto?” Ele sussurrou no teu ouvido e deixou um beijo na tua bochecha. 
“Eu não sei.” Você lamentou e ele apenas riu.
Os olhos vermelhos, o rosto inchado, até o catarro que escorria do teu nariz… Nada disso fez com que o coração dele batesse mais devagar. Na verdade, se Donghyuck fosse ser sincero, te ver nesse estado só fazia crescer a vontade de te beijar, te abraçar, cuidar de você e te manter perto dele a todo momento.
“Deixa de ser boba.” Ele afagou teus cabelos e usou a manga da própria camisa para limpar a coriza que escorria pelo teu rosto. 
“Hyuck, que nojo! Não suja tua camisa de meleca.” Você disse, tentando se desvencilhar de seus braços, mas Donghyuck te apertou mais contra si.
“Eu já ia botar pra lavar, maluca.” Ele sorriu e te roubou um beijo na bochecha. “Você não me magoou. Só fiquei chateado que você mentiu pra me evitar. Eu vi o story da tua amiga no bar.”
“Mas eu não menti, Hyuck, eu realmente não bebi ontem, só fiquei no bar fazendo companhia pra elas.” 
“E por que então você não ficou sem beber e fazendo companhia pra mim e pros teus primos?” Ele arqueou as sobrancelhas, te deixando sem graça. “Eu não menti em nenhuma das vezes que disse que gostava de você, mas não era pra te pressionar. Se você não quiser nada comigo, se você não gostar de mim-”
Você o interrompeu com um abraço apertado. Passou os braços pelo pescoço do teu amigo e aninhou teu rosto na curva entre seu pescoço e ombro, sentindo-se em casa. Como poderia dizer que não gostava dele? Era impossível.
“Hyuck?”
“Hm?”
“Se a gente começar devagarinho…” Você tomou coragem para olhar em seus olhos e sorriu. “Eu acho que seria legal. Você topa?”
Não era preciso ser um gênio para saber a resposta de Donghyuck. No início, não mudou muita coisa no relacionamento de vocês, as mensagens espontâneas eram iguais, Donghyuck ainda te trocava para jogar videogames com os amigos, vocês ainda saíam com teus primos para festas aleatórias. A diferença era que, de vez em quando, durante a semana, chegavam bombons de surpresa na tua casa. Às vezes, quando você precisava ficar até mais tarde no trabalho, ganhava uma carona de volta para casa, mesmo trabalhando do outro lado da cidade. Quase sempre, quando estavam juntos, só vocês dois, andavam de mãos dadas e, quando se sentia confiante demais, roubava um selinho de Donghyuck e saía correndo de vergonha, como uma adolescente boba. 
Assim, aos poucos, devagarinho, você foi deixando Donghyuck se aproximar mais e mais, até que se tornou comum para ele passar os fins de semanas na tua casa, chamar teus pais de sogros e você, de namorada.
No dia do casamento do teu primo Pedro, vocês já estavam oficialmente juntos havia pouco mais de dois meses e muitas pessoas da tua família ainda não conheciam Donghyuck, muito menos sabiam que ele era, finalmente, teu namorado.
“Fica longe daquela de vestido rosa choque.” Você sussurrou no ouvido dele enquanto andavam para a mesa que foi designada para a família. “É uma tia muito, muito inconveniente.”
“Mas eu adoro senhorinhas inconvenientes.” Ele te deu um sorriso de lado e te puxou pela cintura. “Será que a gente consegue roubar uns docinhos da mesa do bolo?”
Você parou no meio do caminho e olhou para o namorado com um sorriso travesso.
“Eu acho que não, você tá bonito demais nessa roupa.” Você falou arqueando a sobrancelha enquanto fingia ajeitar a gravata dele. “Tá chamando muita atenção, todo mundo só olha pra você!"
Donghyuck gargalhou e te beijou sem se preocupar com quem passasse. Ele se sentia nas nuvens toda vez que te puxava para perto e sentia tuas mãos automaticamente irem até a sua nuca. Quando oa sorrisos que você deixava escapar em meio ao beijo se tornavam gargalhadas, Donghyuck sentia-se flutuando. Todas as vezes em que deitava na cama e estava com você a seu lado, custava a acreditar que não era um sonho.
“Dorme lá em casa hoje.” Ele sussurrou contra teus lábios. “Meus pais não tão em casa.”
“Se você conseguir roubar docinho de uva pra mim, eu penso no teu caso.”
Cinco minutos depois, Donghyuck apareceu na mesa de vocês com três docinhos de uva e um sorriso vitorioso no rosto.
Depois da cerimônia, comeram até não poder mais, dançaram e se divertiram com teus primos. Jaehyun ainda tentou fingir que não queria causar uma cena, mas assim que viu Johnny, já bêbado, tomando a garrafa de espumante da mão de um garçom e servindo na boca dos convidados que estavam na pista de dança, acabou se juntando à bagunça. Antes do fim da festa, às uma da manhã, você e Donghyuck se despediram de todos em meio aos gritos dos teus primos, que faziam piadas sugestivas para constranger vocês dois.
Sem que você dissesse uma palavra, foi direto ao banheiro começar tua rotina noturna e logo assim que saiu do banho, viu uma toalha e algumas roupas do namorado te esperando na bancada do banheiro. Você sorriu com a ação e, quando chegou no quarto, ele já estava deitado, de banho tomado, quase dormindo.
Se aninhou ao lado dele, que sorriu e, com dificuldade, abriu os olhos.
"Já tomou banho?"
"Tomei, no banheiro da minha mãe. Tô cansadão." Ele suspirou e você sorriu, esperando a reclamação de sempre. "Já que tu não me deixa tomar banho com você..."
"Ai, Hyuck, já falei que não gosto." Você riu baixo, passando a mão pelos fios úmidos, e ele apenas revirou os olhos, já sabendo o que viria a seguir. "Amor, não é legal dormir de cabelo molhado.”
“Só tá úmido, usei o secador da minha mãe.” Ele bocejou e te deu um beijo estalado na bochecha. “Quem te viu quem te vê, Lilica. Preocupada comigo, me chamando de amor, me fazendo carinho… Assim fica parecendo que você tá caidinha por mim, hein?”
“Deixa de bobeira, garoto, a gente já tá junto faz é tempo.” Você riu fraco e seu namorado roubou mais um beijo teu, contente por te ter ao seu lado.
“Quem diria que eu iria terminar conquistando a Liliquinha.”  
“É, quem diria mesmo que eu ia cair no papinho do menino mais namoradeiro que eu conheço.” Você falou em tom monótono, arrancando uma gargalhada do garoto.
“Eu só tive três namoradas e duas delas foram da escola.” Ele disse contando nos dedos. “A única namorada séria que eu tive foi a Juliana na faculdade, deixa de-”
“E EU!” Você falou alto, repreendendo-o, e arrancando um sorriso largo do rosto dele. “Eu sou namorada séria também.”
“E você.” Ele repetiu roubando um beijo.
"Você sabia que eu morria de ciúmes dessa sua última namorada?" Você, envergonhada, confessou. "Eu detestava aquela garota, me subia até um negócio ruim quando eu via a cara dela."
Donghyuck nunca se sentiu tão acordado como agora. Ele arregalou os olhos, foi pego totalmente desprevenido com essa informação. Você sempre foi simpática com todas as ex dele, mas com a Juliana você tinha sido especialmente educada. 
"Impossível." Donghyuck riu, confuso com tua confissão. "A Ju? Você era hiper educada com ela."
"A Ju?” Você o imitou fazendo uma voz fina, enojada, e revirou os olhos. “Eu não era educada, Hyuck, eu me sentia desconfortável perto dela e tentava disfarçar. Ela era uma falsa você sabia?” Ele riu e você franziu o cenho. "Nunca pedi tanto pra Deus pesar a mão num relacionamento quanto no de vocês, foi mal."
Donghyuck gargalhou, não esperava nem nos seus sonhos mais loucos arrancar uma confissão dessas de você. Para ser sincero, ele nunca nem esperava que você já tinha sentido ciúmes dele a esse ponto.
"Que isso, cara. Eu nem sabia que tu era ciumenta assim!"
"Ela me olhava feio e só falava comigo pra perguntar de você ou dos meus primos." Você fez um bico, irritada só de lembrar, e Donghyuck aproveitou a oportunidade para deixar vários beijos pelo teu rosto. “E ainda por cima roubava tua atenção todinha.”
"Ela era minha namorada, né, é normal eu ter que dar atenção!"
"Então, agora que eu sou sua namorada, não precisa prestar atenção em mais ninguém, só em mim!" 
Ele riu da resposta e apenas te puxou mais para perto. “Você me chama de namoradeiro, mas fez pior, só pegou amigo meu.”
“A culpa não é minha se você conhece Deus e o mundo. Todo mundo é teu amigo.” Você deu de ombros e Donghyuck apenas revirou os olhos.
“Até parece. Você ficou com Jeno no meu aniversário, depois NAMOROU o Mark sabendo que ele era meu amigo… Vou te contar, viu?”
“Você não vai esquecer disso, né?” Você riu baixo. “O casamento foi legal, não foi?”
“Foi.” Ele sussurrou e sorriu. “Você era a mais linda da festa, sabia?”
“Ah, Hyuck, para com isso.” Você deu uma risada sem graça. Não importava quanto tempo passasse, os flertes do teu namorado sempre te pegavam desprevenida. “Deixa de mentira, eu vi umas mulheres tão elegantes…”
“Eu não vi nada. Você tava tão linda que só eu conseguia ver você.” Ele balançou a cabeça e começou a fazer carinho nas tuas costas, do jeito que você tanto gostava. “Imagina você vestida branco? Eu até desmaio-”
“Para de graça, Hyuck!” Você riu, escondendo o rosto em seu pescoço, absolutamente envergonhada. Sentiu as mãos dele percorrerem teu corpo nu por baixo da blusa e já sabia onde aquela conversa iria parar no final das contas. “Por que você me deu roupa sua pra vestir? Tem uma gaveta só minha aqui na tua casa.”
“É que minha blusa é mais rápida de tirar.” Ele respondeu segurando o riso enquanto sentia os tapas que você dava em seu braço.
“Bem, já que você falou de vestido branco… eu acho que a gente podia chamar o Jeno pra ser padrinho quando a gente casar. Ou o Mark.”
“Você tá MALUCA de falar uma merda dessas pra mim, só pode.” Teu namorado bufou do teu lado, irritado com a sugestão.
“Ué, por quê?” Você sorriu, travessa. Ele sabia que você tinha dito de propósito, para provocá-lo, e reagiu da forma que você queria do mesmo jeito.
“Eu vejo filme de romance, minha querida. Não vou chamar o maluco que quer comer minha mulher pra ser padrinho do casamento.”
“GAROTO!” Você bateu em seu peito, rindo incrédula. “O Mark já tá até noivo, não lembra?"
“É, vai achando. Quando eu for ver você já me deixou sozinho no altar pra fugir com o Mark.”
“Meu Deus, quanto drama!” Você acariciou seu rosto e deixou um beijo doce em seus lábios. “Só pra te lembrar, quem terminou comigo foi ele. Inclusive porque se apaixonou pela atual noiva.”
“Pois é, dá pra acreditar que ele não se apaixonou por você? Que otário.” Donghyuck sorriu e te puxou para mais perto de si. “Ainda bem que eu sempre fui doido por você.”
A matemática é uma ciência exata, utilizada, entre outras coisas, para mensurar, analisar, descrever. Os resultados das operações matemáticas são um e acabou. 1+1 = 2 e essa é uma verdade universal, mas você e Donghyuck provaram que nem toda verdade é tão universal assim. Ao passar dos anos, descobriram que com o passar do tempo, 1+1 pode se tornar 3, 4 ou 5. Descobriram que poderiam se estender ao infinito porque, juntos, formavam um universo particular com suas próprias leis e regras onde eram, inevitavelmente, felizes. 
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moonieclouds · 2 years ago
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(a ≅ b)
lê-se: a é equivalente a b
haechan x leitora gênero: fluff; childhood friends to lovers; br!au n/a.: parte 6 de 1 + 1. perdi um pouquinho a mão, ficou bem grande 😬i have a thing for aniversário do hyuck
« Queria tanto que você fizesse parte da minha loucura »
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Vocês estavam deitados lado a lado na rede da casa de Donghyuck. Era desconfortável porque você estava com os braços dobrados, mexendo no telefone, e Donghyuck não tinha coragem de te puxar para um abraço para ficarem mais juntinhos e numa posição mais agradável. Preferia ter teu cotovelo perfurando sua costela a arriscar ficar de conchinha com você.
Não o leve a mal, a relação de vocês estava boa, ótima, Donghyuck ousava pensar, mas há certas coisas que com o passar do tempo ele parou de fazer para o próprio bem. A primeira delas foi o carinho nas costas. Te sentir relaxada contra ele mexia na cabeça de Donghyuck de uma forma que ele não gostava muito, porque lhe dava esperança de você perceber. A segunda foram os abraços longos e muito apertados, que você tanto fingia que te machucavam. O abraço sem si não era o problema, o pior era sentir teu cheiro impregnado em suas roupas e resistir à vontade de te puxar de novo para um abraço. Ficar de conchinha na rede de sua casa? Donghyuck enlouqueceria.
"Ih, olha só." Você virou o telefone para Donghyuck e bateu com o aparelho em sua testa, sem querer.
"Ai, porra."
"Desculpa, desculpa." Você disse arrependida e tentou se levantar, mas só fez a rede se mexer. "Ai, não consigo-"
"Sossega, caralho." Ele falou irritado, ainda com a mão na testa, e você ficou emburrada. 
Você, desengonçada, conseguiu colocar uma das mãos na testa de Donghyuck para deixar um carinho ali, como um pedido de desculpas que ele prontamente aceitou. Ele voltou a fechar os olhos e a cruzar os braços, tentando tirar um cochilo, quando sentiu você movimentar a rede de novo.
"Puta que pariu, tá com formiga no cu?" Ele perguntou ríspido.
"Não fala assim comigo! Tô tentando me ajeitar, caralho, tá muito desconfortável."
"Desconfortável porque você não para quieta. Fecha o olho e vai dormir."
"Eu não consigo dormir com teu cotovelo perfurando minha costela."
Donghyuck abriu os olhos e soltou uma risada incrédula. "MEU cotovelo? Eu to de braço cruzado, sua mentirosa. Você que tava me machucando."
"Tava nada, senão você já tinha reclamado." Você mostrou a língua para ele como se tivesse 8 anos de idade.
"Eu tava aqui na rede em paz. Você que veio se engraçando pra cima de mim e eu que tenho que ouvir essas merdas." Ele aproveitou que você conseguiu sentar para esticar um dos braços para o lado. "Já conseguiu sentar? Pode levantar e ir embora então."
"Mas eu quero tirar um cochilo pós-almoço." Reclamou de estar cheia do churrasco que a família de Donghyuck estava fazendo no quintal. 
Donghyuck estava irritadiço por causa da falta de descanso. Uma coisa era passar noites em claro jogando videogame quando era adolescente, ou passar a madrugada inteira bebendo e se divertindo com os amigos. Virar a noite terminando seu TCC na véspera de seu aniversário de vinte e dois anos não era outra coisa. Sua mãe havia insistido em fazer um almoço de comemoração, por isso, nem teve tempo de cochilar: saiu do quarto, acabado, tomou um banho e foi ao mercado com seu pai para comprar as coisas do churrasco. Quando chegou, escutou seu nome por todos os lados: “Donghyuck, monta as mesas dos convidados”; “Donghyuck, olha o arroz”; “Donghyuck, sua vó tá no telefone pra falar com você”; “Donghyuck, Jeno chegou”.
Às 13h ele já não era mais ninguém. Falou brevemente com os amigos que tinham chegado, engoliu um prato de comida e subiu para o terraço, escondido, a fim de tirar uma soneca. Ele só não esperava que você tivesse visto tudo e fosse subir logo depois para perturbá-lo.
"Aqui em casa tem sofá, pode ficar à vontade." Ele retrucou usando um dos pés para empurrar levemente as tuas costas. "Sai, encosto."
"Encosto é VOCÊ!" 
Você procurou o telefone que tinha perdido no meio da confusão e olhou para Donghyuck exausto na rede. 
"É... Acho que vou descer, então. Jeno tá lá embaixo, vou perguntar se ele se importa de dividir o sofá comigo…"
Chega a ser cômico o quão rendido por você Donghyuck estava. O pior de tudo é que ele tinha plena consciência disso. Ele sabia que você falou de propósito, para arrancar uma reação dele, e foi por isso mesmo que te deu exatamente o que você queria. Era sempre assim, Donghyuck sempre cedia às tuas vontades.
Usou sua mão esquerda para puxar tua blusa e te fazer deitar de volta na rede. Desta vez, o braço esticado serviu de apoio para tua cabeça e você, desajeitada, chegou mais perto para ficar colada ao lado dele. Donghyuck não disse nada, apenas ficou de olhos fechados, lutando para não sorrir quando sentiu teus braços envolverem sua cintura. 
"Vê se fica quieta. É pra dormir."
"Deixa só eu te mostrar um TikTok primeiro. É da namorada do Mark."
Donghyuck abriu os olhos num instante e franziu o cenho. Já fazia tanto tempo desde toda a história com o amigo da faculdade que às vezes até esquecia. Desde o dia em que se irritou com você no bar da esquina, você nunca mais mencionou o nome do menino e, eventualmente, Donghyuck até voltou a falar com Mark. O que ele não sabia era que, aparentemente, você se mantinha atualizada da vida da atual namorada do teu ex.
"Ela é mó famosa no TikTok, você sabia? Fiquei boba quando apareceu pra mim.” Você disse desbloqueando o telefone e mostrando-lhe o vídeo. "Olha o restaurante, que maneiro. Eu vou te mandar pra quando você tiver livre a gente ir."
"Você perguntou se eu quero ir, por acaso?" Ele implicou, tentando escutar o que a garota narrava enquanto você tecia teus comentários por cima. "Isso aí é rolê de casal, Lilica, tá querendo me dizer alguma coisa?"
Donghyuck sorriu malandramente, querendo te alfinetar mais do que jogar um verde, mas foi pego de surpresa quando você ficou envergonhada e se embaralhou com as próprias palavras.
"Claro que parece rolê de casal, Donghyuck, eles são um casal!" Você disse exasperada, tentando sair do aplicativo que já tocava outros vídeos. "Isso não quer dizer que não-casais também não possam fazer o rolê. Se você não quiser ir comigo, tá bom, eu vou sozinha. Credo."
Donghyuck achou adorável como teu rostinho emburrado continuava o mesmo de quando eram crianças. 
"Eu vou com você, Magali. A gente faz o rolê de não-casal." Ele disse te puxando para um abraço apertado surpresa e você reclamou por estar com o rosto enfiado em seu peito.
"Me solta, Diego, tá me machucando!" Você esbravejou rindo, sem fazer o mínimo esforço para quebrar o abraço.
Quando Donghyuck já estava quase dormindo, ele sentiu tuas mãos se enfiarem por baixo de sua blusa e acariciarem sua cintura nua. Se você fez achando que isso poderia ajudá-lo a dormir mais rápido, a ação acabou tendo o efeito oposto.
"Você vai comigo mesmo?" Você perguntou quietamente, estava envergonhada, e Donghyuck apenas sorriu.
"Eu já não te disse que vou?"
"Sei lá, ultimamente você anda tão disposto a sair comigo… Quando a esmola é muito o santo desconfia." A risada que escapou dos teus lábios contagiou Donghyuck, que, no fundo, já havia desistido de cochilar.
"Eu vou porque quem paga é quem convida." Os olhos pesados de sono se abriram e encontraram os teus já olhando-o. 
"Até parece, você arruma desculpa pra pagar minha parte toda vez." Você sussurrou e viu suas bochechas enrubescerem.
Donghyuck não sabia bem quando planejava contar o que sentia, apesar de sentir que não precisava. Vocês dois já estavam quase transparentes de tão óbvios. Ainda assim, evitava as investidas muito ousadas para não te assustar ou te fazer chegar em conclusões precipitadas. Detestaria que você pensasse que ele ficaria satisfeito com qualquer relação estranha e sem rótulos. Detestaria que você pensasse que ele só queria se aproveitar de você e ralar. Jamais estragaria a amizade de vocês desse jeito. Ele sabia muito bem o que queria, mesmo que não tivesse muita coragem de dizer.
Calma. Donghyuck pensou. Vai com calma. 
O problema era que momentos como esse tornavam tudo muito difícil. Você, assim, em seus braços, com o rosto tão perto, com a boca tão perto, tão fácil…
"A vontade que eu tô de te beijar é putaria." Ele soltou de uma vez, te fazendo arregalar os olhos e rir de nervoso. "Foda-se, você não vai me levar a sério mesmo."
"Claro que não, você tá bêbado de sono."
"Você já me rejeitou acordado também." Ele revira os olhos. "Ou você não lembra do Rock In Rio? Eu tava doido pra gente dar um perdido no Johnny e você ficou com aquela cara de bunda o tempo todo, não quis nem comer aquela porra daquela pizza. Minha mãe comeu meu cu quando descobriu o dinheiro que eu gastei naquela merda, você sabia?"
A menção ao Rock In Rio te deixa nervosa. As memórias daquele dia eram péssimas, a única que salvava era o show do Bon Jovi, que você surpreendentemente gostou, e a volta pra casa, quando foi deitada no banco traseiro do carro de Johnny com as pernas jogadas no colo de Donghyuck.
"Oi? Você queria o que?" 
"Queria ficar contigo, porra." Donghyuck chegou perto de você para empurrar o rosto contra a tua bochecha, segurando a vontade de te beijar. "Tu acha que eu insisti tanto pra ir no banheiro contigo por quê?”
"Eu lá ia saber que era pra isso que você tava me chamando?" Teus dedos se enroscaram no cabelo liso do rapaz, que se aconchegou mais contra você.
"Era desculpa pra gente sair dali, porra. Tu ia fazer o que comigo no banheiro? Segurar meu pinto pra eu mijar?" 
A provocação te arrancou gargalhadas e algumas reclamações sobre Donghyuck ser ridículo e você odiá-lo. Tudo mentira.
"Nossa, isso faz tanto tempo… A gente tinha dezessete anos."
"E daí?"
"Eu não era das mais lindas." Você sussurrou, envergonhada de estarem falando abertamente sobre os sentimentos.
"Era sim, sempre foi. Você que nunca acredita em mim quando eu te elogio." Ele sussurrou e você fechou os olhos. Realmente, sempre achou que era provocação. "Se eu tivesse sido mais óbvio, você teria saído comigo?"
"Pra onde?" Você se fez de sonsa, fingindo não saber aonde ele quer chegar.
"Esse teu fingimento que me pega, puta merda, ô mulher pra gostar que eu corra atrás." Ele resmungou no teu pescoço e se afastou logo depois, olhando para você. "Tô confessando que desde moleque eu queria te beijar, já falei na tua cara que eu tinha ciúme do teu ex… Mais verde do que isso, só o Palmeiras."
Você riu da comparação e da frustração de Donghyuck, mas não respondeu diretamente. Inclinou teu corpo em sua direção e deixou um selinho muito, muito rápido em sua boca. Levantou na mesma hora e Donghyuck, ainda atordoado, não teve tempo de reagir e te puxar de volta para rede. Quando se deu conta, você já estava descendo a escada do terraço, fugindo dele. 
Depois de deixar o churrasco praticamente fugida naquele dia, vocês não se encontraram por quase duas semanas. Ele ainda tentou iniciar uma conversa sobre o selinho que você roubou — no dia de seu aniversário, por sinal —, mas, esperta como só você, sempre dava um jeito de desconversar. Donghyuck ficou tão perturbado, sem saber como reagir, que quase foi pessoalmente na tua casa tirar satisfação, mas sabia que você provavelmente estava se escondendo por vergonha, do mesmo jeito que havia feito 10 anos antes quando os meninos da rua riram do teu short sujo.
A abordagem teria que ser diferente.
Donghyuck sabia que não te venceria num confronto direto, você iria se esconder, então entrou no teu jogo de fingimento. Botou a máscara da indiferença e continuava te tratando do mesmo jeito de sempre: implicância com um fundo de carinho. Quase um mês depois do selinho, você parecia já ter esquecido do fato e foi aí que Donghyuck usou a oportunidade e te chamou para sair. Fez uma reserva no tal restaurante do TikTok que você queria conhecer e disse que te buscaria no sábado às 16h.
O problema é que já eram 17h30 e nem sinal dele. 
Não sabia se ele havia se metido num acidente ou se aquela era mais uma das pegadinhas que ele amava pregar em você. Objetivamente, sabia que a pegadinha seria infinitamente melhor do que um acidente, mas era a opção que mais apertava teu coração. Tentou mandar mensagem, tentou ligar, recorreu até aos teus primos, mas eles também não sabiam do paradeiro de Donghyuck. 
Engoliu a humilhação que sentia por estar plantada na sala de casa, toda arrumada, e decidiu sair.
“Hyuck chegou, filha?”
Nem respondeu a tua mãe. Furiosa, entrou no Uber e foi em direção à casa dele. Iria saber o que aconteceu de um jeito ou de outro. No caminho, tentou ligar mais algumas vezes, mas agora a ligação caía direto na caixa postal.
Onde foi que esse canalha se meteu?
Estava tão irritada que soltaria os cachorros na primeira pessoa que visse, já listava mentalmente as ofensas que diria, mas teve que se segurar porque quem abriu o portão foi a mãe dele.
“Oi, tia, o Donghyuck tá aí?” Você forçou um sorriso e a mulher franziu o cenho. “Tô tentando falar com ele o dia todo.”
“Ah, ele tá trancado no quarto, só vi quando veio almoçar.” Ela botou a mão no queixo, pensativa. “Deve tá fazendo trabalho.”
“Eu posso entrar?”
“Claro.”
Subiu as escadas da casa e foi diretamente bater na segunda porta à direita. Impaciente, bateu duas vezes e quando não ouviu resposta, entrou sem cerimônias. Por sorte, ele não tinha trancado a porta como sempre fazia quando estava estudando. A única luz do quarto vinha da tela da televisão, que tinha a logo da Netflix com “você ainda está assistindo?” Olhou para a porta do armário aberta, as roupas caídas no chão, e a gaveta inferior, com os moletons e as roupas de frio, remexida. 
Você encontrou Donghyuck encolhido entre as cobertas da cama, quase não via seu rosto. Franziu o cenho e, irritada com o fato dele não ter aparecido, puxou o edredom que lhe cobria e foi pronta para xingá-lo. Seus planos vão por água abaixo ao vê-lo vestido com uma calça de moletom grossa, meias e um casaco de frio que nenhuma pessoa normal usaria no calor de 30°C que fazia lá fora. 
“Hyuck, acorda.” Sacudiu seu corpo lentamente e pôs a mão em sua testa. Nem era preciso termômetro. “Puta que pariu, você tá ardendo em febre.”
Ele abriu os olhos e sorriu ao te ver, mas estava lento de sono e febre. Você o ajudou a se sentar na cama e procurou entre suas coisas algum antitérmico enquanto ele tentava se esquentar do frio que sentia. Inevitavelmente, teve que chamar sua mãe no andar de baixo. Aquele foi o pior dos dois mundos para Donghyuck porque teve que escutar vinte minutos de reclamação da sua mãe e, em seguida, mais vinte minutos das tuas. Você só parou quando ele fechou os olhos e fingiu cair no sono. 
Nesse momento, você revirou os olhos e decidiu dar uma colher de chá para ele. Começou a arrumar a bagunça de seu quarto: dobrou as roupas que estavam no chão, arrumou a estante de livros, encontrou seu celular sem bateria caído no chão e colocou-o para carregar. Meia hora depois, não sabia mais o que fazer. Um pouco decepcionada, mas aliviada de saber que ele não havia te dado um bolo de propósito, deixou um beijo no topo de sua cabeça e decidiu ir embora. 
Era óbvio que Donghyuck não iria deixar.
“Desculpa.” Ele murmurou deixando um carinho leve no teu pulso. “Eu caí no sono e acordei cheio de frio.”
“Tudo bem, Hyuck. Eu só fiquei preocupada.” Você sentou na cama e fez um carinho em sua franja que começava a ficar molhada de suor. O remédio parecia estar fazendo efeito. "Por que você não chamou tua mãe?"
"Achei que fosse só cansaço, nada demais." Ele deu de ombros e você suspirou, sentindo-se derrotada.
“Tua mãe disse que ia fazer uma canja pra você. Eu já vou chamar o Uber, tá?”
“Você não pode ficar mais um pouquinho?” Ele pediu fingindo que não tinha intenção de te fazer passar a noite lá. “Só três episódios de The Office.” 
Ele tinha os dedos indicador, médio e anelar levantados e fez a melhor carinha de cachorro que caiu da mudança que conseguiu. Você riu e abaixou dois de seus dedos, arrancando uma reclamação manhosa dele.
“Um.”
“Dois e fica pra jantar.” Ele rebateu quase instantaneamente, esquecendo até de fingir uma voz mais debilitada para te convencer. “Eu tô doentinho.”
“Um episódio e o jantar. Lance final?”
“Um episódio depois do jantar e você faz cafuné em mim.” Você tapou a própria boca para evitar de soltar uma gargalhada muito escandalosa com a fala e a manha do amigo. Mal conseguia acreditar. “Por favor.”
“Tá bom, Hyuck, tá bom.” Você se dá por vencida. “Mas você tem que tomar banho antes, já tá ficando todo suado.”
Não precisou muito para ele te convencer a ficar a noite inteira. Começou no jantar, quando perguntou à mãe se ela tinha lenços umedecidos, brincando que não iria tomar banho, mas já na intenção de oferecê-los para tirar tua maquiagem. Quando terminaram, subiu para tomar banho e, propositadamente, deixou jogada em sua cama a camisa dele que você mais gostava e uma bermuda confortável.
“Nossa, mas você deixa tudo largado!” Você reclamou dobrando as roupas que estavam na cama. “Eu acabei de botar na gaveta…”
“Ah, foi mal, eu tinha separado essa roupa e acabei pegando outra.” Ele disse bagunçando o cabelo molhado. “Vem cá, você não tá desconfortável com esse jeans, não? Tem certeza que não quer tomar um banho?”
“Eu já vou pra casa, Hyuck, não precisa.”
“Mas a gente ainda vai ver The Office… Você vai mesmo deitar com roupa de rua no meu lençol recém trocado?”
O terceiro e último passo foi muito fácil. Te pediu para secar seu cabelo, para não piorar a saúde dormindo de cabelo molhado, e logo em seguida colocou um episódio duplo de The Office porque sabia que você iria querer ver tudo. Depois, não precisou de muito mais para te convencer a ficar.
“Você ainda vai pra casa, Lilica? Tá tardão.” Ele perguntou baixo, com a cabeça no teu ombro.
“Já falei com a minha mãe que vou dormir aqui.” Você riu fraco, fazendo cafuné no cabelo dele.
“Quando?” Ele levantou a cabeça, de olhos arregalados.
“Quando tu me mandou tomar banho.” Revirou os olhos com um sorriso no rosto. “Eu te conheço, garoto.”
Desde o momento em que aceitou sair para jantar com Donghyuck, você sabia que alguma coisa mudaria. Não foi uma palavra, um gesto específico que te fez ter essa sensação, você apenas sentia que vocês dois estavam prestes a mudar a realidade em que viviam, só não sabia ao certo como. Desde a conversa e o selinho que tinha lhe dado em seu aniversário, você sabia que não dava para continuar ignorando os sinais que seu amigo te mandava, com a desculpa que era totalmente platônico. Provavelmente, desde os teus dezessete anos de idade, já não existia nada de platônico entre vocês dois. 
Por que, então, você insistia em fechar os olhos para a verdade que estava bem na tua frente?
Medo.
“Parou por quê?” Escutou-o reclamar com a voz grogue. “Você me prometeu cafuné.”
“Nossa, mas você é exigente, né?” Repreendeu-o deixando um tapa leve em sua testa. “Meu braço tá cansado.”
“Se treinasse, isso não acontecia.” 
“Ah, claro, falou o Leo Stronda.” Você brincou arrancando dele uma risada que logo morreu. Ele se levantou do teu ombro e sentou na cama, com as costas apoiadas na cabeceira da cama. 
“Que foi?” Você se levantou junto com ele e aproveitou para arrumar seus fios rebeldes.
“Minha cabeça tá doendo.” Ele passou os dedos pela testa, por cima das sobrancelhas, massageando o local, e você franziu o cenho, preocupada.
Não perdeu tempo, deu espaço para Donghyuck ficar entre as tuas pernas e se deitar sobre teu corpo. Desligou a televisão logo em seguida, em meio a protestos dele, e vocês ficaram no escuro mantendo conversas em voz baixa sobre nenhum assunto específico. Toda vez que Donghyuck falava, você sentia os movimentos de sua mandíbula contra a tua bochecha, e não conseguia segurar o sorriso. Há meses não se sentia tão relaxada e confortável como estava naquele momento.
“Se eu te pedir uma coisa, você faz?”
“Hm…” Você fingiu pensar, mesmo já sabendo da resposta. “Depende. Se eu tiver que ir na cozinha, não.”
“Que bom, então.”
A penumbra do quarto te permitiu ver Donghyuck ajoelhando-se na cama e, sem questionar, deixou que ele pegasse a tua mão e te guiasse para mais perto dele.
“Me dá um beijo? Só um.”
O pedido não te pegou desprevenida, você já esperava. Ainda assim, arregalou os olhos e respirou fundo antes de levar as mãos para sua mandíbula e deixar um beijo na maçã de seu rosto. Escutou Donghyuck rir fraco e sentiu sua respiração em tua bochecha. Não teve coragem de se afastar.
“Não era esse o beijo que eu queria, mas tudo bem. Já entendi o recado.”
Seu tom de voz transbordava frustração e você mordeu o lábio em arrependimento. Antes que ele pudesse se jogar de volta na cama, passou os braços por seu pescoço e, finalmente, deixou um beijo em seus lábios. Não teve tempo de fugir como da última vez, no segundo em que encostou teus lábios nos dele, Donghyuck passou o braço por tua cintura, te prendendo contra ele, e lentamente se deitou de volta na cama. Deixou que você aprofundasse o beijo por contra própria, enquanto se afogava na sensação de, finalmente, ter você em seus braços.
Donghyuck sentiu uma pontada no peito, o beijo era quase melancólico. O que o aguardava depois disso? 
Basta a cada dia o seu mal.
Não iria se preocupar com amanhã. Não iria pensar em como vocês ficariam daqui pra frente. Não iria pensar se a tua reação seria fugir ou ignorá-lo. A única coisa que importava para Donghyuck naquela noite era se despir de máscaras, de brincadeiras, de falso desprezo. A única coisa que importava era, sem se esconder como um covarde, te amar.
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jeno x leitora gênero: angst. ANGST. Amá-lo era vermelho como sangue. n/a.: dedico pra maior swiftie do mundo @moonlezn ♡ foi 100% pra vc
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A primeira vez que o viu foi na cafeteria onde trabalhava. 
Toda segunda, quarta e sexta-feira às quatro da tarde, dois jovens vestindo jerseys do time de basquete da NCIT apareciam para fazer o mesmo pedido de sempre: dez pães integrais e dez chás gelados. A essa altura, você já conhecia o time todo, que parecia revezar em quais seriam os sortudos a pagarem os pedidos. 
Naquela tarde de sexta-feira você descobriu que faltava conhecer mais um último atleta.
Assim que Yangyang passou pela porta da cafeteria, você sorriu e começou a digitar o pedido na registradora. Estranhou por ele estar sozinho, já que o time sempre vinha em dupla para carregar o pedido gigantesco, mas deixou para lá. 
“Oi, Yangyang. Dez croissants integrais e dez chás, certo?” Você perguntou sem olhar para o menino. Ele era certamente o que mais vinha ao café e o mais simpático de todos eles, tanto que vocês já tinham até uma certa amizade.
“Isso.” Ele pegava a carteira do bolso quando escutaram o sino da porta e logo você logo vê um rapaz de moletom entrar na loja. “Você sabia que a gente-”
Você não escutou uma palavra do que o menino disse. Por mais clichê que fosse, estava hipnotizada pelo rapaz de cabelos negros que parecia ter corrido até ali. Quando ele ajeitou os cabelos, pôde notar seu rosto definido, quase como se tivesse sido desenhado à mão, e ficou se perguntando como alguém podia ser tão… angelical. 
“Falei pra me esperar.” O rapaz resmungou para Yangyang que revirou os olhos e continuou: “Pode trocar um dos chás por uma água de coco, por favor?”
Não conseguiu verbalizar um “sim” quando ele te olhou ao fazer o pedido e, envergonhada, apenas acenou com a cabeça. 
“O total é-” Você foi interrompida por Yanyang, que te entregou o cartão de débito e continuou falando.
“Então, eu vou ganhar meu muffin, né?”
“Hm?” Você se esforçou para tirar o olhar do jovem moreno e voltar a prestar atenção em Yangyang. “O que você disse?”
“O muffin de graça que você me prometeu se a gente ganhasse o regional.” 
“E você ganhou?” Perguntou curiosa e Yangyang na mesma hora fechou a cara, irritado com a tua falta de atenção.
“Claro! Eu acabei de- Você não prestou-” O menino interrompeu a si mesmo quando percebeu os olhares sutis que você lançava ao rapaz que mexia no celular ao seu lado e cutucou-o com o cotovelo. “Fala pra ela, capitão, quem ganhou o campeonato regional universitário.”
Ah, capitão. Claro. 
“Hã? O que? Ah, é verdade!” Ele sorriu para você e quase tirou seu ar.  “113 a 90 pra gente.” 
“Ah, parabéns.” Você respondeu tímida e entregou a Yangyang a nota fiscal do pedido. “Assim que o pedido ficar pronto eu chamo vocês.”
“Mas e o meu muffin?”
“Yangyang, deixa ela em paz.” O rapaz disse rindo, e arrastando o amigo para uma das mesas.
Quando eles foram receber o pedido, Yangyang deixou um ingresso de festa naquela mesma sexta-feira em cima do balcão e um guardanapo escrito “ele vai :)”
Touching him was like realizing all you ever wanted was right there in front of you
A adrenalina que percorreu as tuas veias na primeira vez em que viu o capitão do time de basquete foi praticamente a mesma quando o viu na festa da fraternidade que Yangyang havia te convidado. Foi uma aposta arriscada, principalmente porque você nem estudava naquela universidade, não conhecia ninguém. Ainda assim, confiou no garoto simpático que sempre comprava no café onde você trabalhava. 
Não esperava que Yangyang te reconhecesse fora do avental cinza e do boné da cafeteria, por isso ficou tão surpresa quando foi convidada para ficar com o grupo dele naquela noite. Fingiu estar interessada num jogo de beerpong que os outros jogadores do time de basquete começaram, mas, disfarçadamente, procurava o capitão. 
Quando ele apareceu, foi descendo as escadas da fraternidade, parecia nervoso e o olhar tão doce que você conheceu na cafeteria tinha se tornado afiado, com um toque de raiva. Ainda assim, o rapaz estava estonteante. Não demorou para que chegasse à mesa de beer pong e, para a sua surpresa, ele abriu um sorriso assim que te viu.
“Ei, você não é a menina da cafeteria de mais cedo?” Ele apontou na sua direção e o sorriso que chegava aos olhos fez teu coração bater mais rápido. “O bolo tava uma delícia, valeu.”
“Bolo? Que bolo?” Um rapaz muito alto, de não menos que 1,80, perguntou antes de jogar a bolinha amarela.
“O bolo que era pra ter sido meu!” Yangyang falou de forma meio embaralhada, já bastante alterado. 
“Mas eu te dei o muffin que prometi!” Você disse rindo, e ele apenas balança a cabeça, frustrado.
“Me deu um mini muffin de mirtilo enquanto o Jeno ganhou um pedação de red velvet. Testemunhei os efeitos do pretty privilege com meus próprios olhos.” O menino bufou, te deixando envergonhada com a reação dos outros membros da equipe. “Ah, para de reclamar, Sungchan, você não gosta de ir pegar o lanche, isso que dá. Eu fiz uma amiga e ganhei muffin.”
É a mais pura verdade dizer que palavras têm poder e podem desencadear uma série de eventos que jamais esperariam. Se Yangyang soubesse dos efeitos que aquela pequena confissão despretensiosa gerou, talvez nunca tivesse dito nada. 
Pela primeira vez, você conheceu Jeno. Não demorou muito para que ele chegasse de mansinho e conquistasse teu coração com a voz grossa, o sorriso hipnotizante e o perfume viciante que usava. Naquela noite, fez coisas que jamais havia se permitido fazer antes, e quase não entendia o porquê. Quando tocava Jeno, era como se tudo que você um dia havia sonhado tivesse se materializado na tua frente e, ainda assim, não era suficiente. Ansiava por mais, então deixava-o te guiar até seu quarto, deixava-o acariciar e beijar teu corpo, entregava-se a ele como se fosse a única coisa que te importava no mundo. 
Loving him is like trying to change your mind once you're already flying through the free fall
Dizer que Jeno não gostava da atenção constante que recebia de você seria mentira. Talvez tenha sido a adoração incondicional que via em seus olhos que o fez se aproximar pela primeira vez. Como capitão do time de basquete da universidade e popular desde a mais tenra idade na escola, Jeno estava acostumado a receber atenção, era algo até mesmo tedioso ver tantas pessoas tentarem se aproximar, fingirem amizade e camaradagem pelo seu status. Você, apesar de tão sedenta pela atenção dele como qualquer outra pessoa, não tenta se aproximar de primeira. Ao contrário, parece intimidada, envergonhada somente de estar perto de Jeno. Parecia querer admirá-lo só de longe.
E foi por isso que Jeno te trouxe para perto. 
Ficou quase viciado na forma como você apenas aceitava tudo aquilo que ele lhe dava. Fosse muito, fosse pouco, você ficava contente e parecia nem perceber. 
Ficava ansiosa, olhando o telefone esperando uma mensagem, que, quando não vinha, te frustrava ao ponto de jurar que nunca mais iria respondê-lo. Isso até ele mandar um “oi” seco e você se sentir compelida a responder em segundos.
De início, realmente não se deu conta porque deixava de lado o sentimento agridoce que pulsava em teu coração desde a primeira vez em que beijou Jeno. Tua mente sabia que não era certo, como se forçasse uma peça de quebra-cabeça no lugar errado, mas teu coração, inebriado com a sensação de tê-lo tão perto, ignorava os alertas vermelhos.
Tentaram te avisar, pediram que você fosse mais cautelosa e não pulasse de um avião sem paraquedas, mas o que fazer quando você se arrepende enquanto está caindo?
Já era tarde demais quando percebeu pela primeira vez que estava servindo de tapa buraco para o coração machucado do capitão do time de basquete. 
Fighting with him was like trying to solve a crossword and realizing there's no right answer
A primeira decepção que Jeno teve com você foi, coincidentemente, no mesmo momento que você se decepcionou com ele, mas as razões eram por motivos diferentes. 
“Eu só tô pedindo que você não fique tão perto assim dela, já disse que me incomoda!” Você tentava racionalizar, mantendo a voz estável, mas Jeno estava vermelho e você não sabia se era de raiva ou do jogo que tinha acabado de ganhar.
“Foi só um abraço! Deixa de ser ciumenta assim, isso é muito tóxico.”
“Não foi só um abraço, Jeno, você ainda deixou um beijo na bochecha dela!”
“E QUAL O PROBLEMA?” Ele segurou os próprios cabelos, frustrado. “Ela é líder de torcida, o nosso time ganhou mais uma etapa da competição estadual, você tem ideia do que é isso?”
“Nono, eu entendo, mas-”
“Não, você não entende! Só porque a gente tá num relacionamento não significa que você pode escolher com quem eu vou andar ou não.” Ele chegou perto de você nervoso e, por um momento, você sentiu medo do que escutaria a seguir. “Eu não falo nada sobre os seus colegas da cafeteria, falo?”
“Não, mas eu nunca namorei-”
“Qual é o nome dele mesmo? Aquele que adora jogar piadinha? Do-”
“Não fala dele assim!” Você elevou o tom de voz pela primeira vez e apontou o dedo no rosto do namo… fican… no rosto de Jeno. “Você sabe que nós somos só amigos! Eu até ajudei ele a sair com uma amiga minha.”
“Não parece.” Jeno te olhava com desdém e você quase se sentia nauseada. “Você acha que eu gosto de escutar as piadinhas que ele faz sobre mim?”
“Ele não faz por mal, Jeno.” Você bufou, irritada, e pela primeira vez falou o que veio à mente. “Pelo menos ele não tenta flertar comigo bem na tua frente como a sua “amiga” faz.”
“Que? Você tá vendo coisa onde não tem!” Jeno arregalou os olhos e, antes que você pudesse continuar, virou as costas. “Eu vou comemorar a vitória, você já pode ir pra casa.”
“Mas a gente não ia juntos?”
“A comemoração é só pra quem é do time.” Foi a última coisa que ele disse antes de fechar a porta do vestiário e te deixar sozinha. 
Assim foram todas as brigas no período de seis meses que estavam juntos. Era como caçar as palavras certas e, ainda assim, descobrir que qualquer que fosse a ordem das palavras, a resposta correta não existia.   
Remembering him comes in flashbacks and echoes Tell myself it's time now gotta let go
Depois do término, decide dar uma chance de novo pra vida ao invés de se fechar
Foi Yangyang quem te convenceu a deixar Jeno ir.
A culpa corroía o menino por dentro, mesmo que soubesse que não devia se responsabilizar por isso. Ver uma pessoa querida tão machucada, ainda mais quando tinha sido ideia dele juntá-la com o amigo, fazia o rapaz sofrer. Foram necessárias muitas conversas e sensibilidade da parte de Yangyang para te fazer perceber que nada daquilo te fazia bem. 
As noites mal dormidas, as brigas constantes e o jeito que você se entregava enquanto Jeno te entregava migalhas de atenção… Nada disso estava certo. 
Como uma forma de preservar o que sobrou do que um dia você já tinha sido, entrou naquele quarto uma última vez e, levando seu guarda-chuva e um par de meias vermelhas que ele te deu, Jeno te deixou ir embora sem nenhuma resistência.
And that's why he's spinning 'round in my head comes back to me, burning red
Aquilo deveria ter sido um golpe de misericórdia: sem brigas, sem questionamentos, apenas compreensão e silêncio, aquele que você jurava ser o amor que você sempre sonhou ter te deixou ir embora. Por algum motivo isso doía ainda mais. 
Por meses, se apegou ao par de meias vermelhas que havia ganhado dele no dia dos namorados, até que desistiu. Queimou as meias, excluiu as fotos, decidiu seguir em frente. Mas, inevitavelmente, sentia uma vertigem quase fatal em qualquer micro ação do dia-a-dia. Passou a detestar red velvet ao ponto de ter ânsia de vômito só pelo cheiro. Quadras de basquete eram quase como lugares traumáticos. Detestava tudo que lhe dizia respeito, mas detestava mais ainda lembrar de seus mínimos detalhes, desde os cabelos pretos até a pequena marca de nascença que tinha na ponta do nariz. 
O que odiava mais era que, quanto mais tentava esquecê-lo, mais ele parecia rondar a tua cabeça, te lembrando de tudo que sentia e, tolo como só, teu coração batia sempre mais rápido ao lembrar dos bons momentos.
His love was like driving a new Maserati down a dead end street
Foi depois de algum tempo sem notícia alguma que o viu pela última vez, também numa tarde de sexta feira. Ele estava atravessando a rua com ela em seus braços. Assim que entraram na cafeteria, Jeno segurou a porta para a líder de torcida entrar. Ela depositou um beijo em seus lábios e o sorriso dele foi o mais brilhante que você já tinha visto, mas não era para você. Um sorriso daqueles nunca foi teu. 
Jeno nunca foi teu. 
Na mesma hora, saiu da registradora e foi até a sala da gerência. Como tinha passado o final de semana sem falar com você, Yangyang estranhou quando apareceu na cafeteria com Sungchan na segunda-feira e não te viu atrás do balcão.
Você demorou a perceber que aquilo que achava ser amor estava fadado ao fim antes mesmo de ter começado.
Estar com Jeno foi como dirigir numa rua sem saída: inevitavelmente, encontrou um muro. Mas, sozinha, resolveu deixar tudo para trás, derrubar os tijolos e seguir em frente.
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moonieclouds · 2 years ago
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jeno x leitora gênero: angst. ANGST. Amá-lo era vermelho como sangue. n/a.: dedico pra maior swiftie do mundo @moonlezn ♡ foi 100% pra vc
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A primeira vez que o viu foi na cafeteria onde trabalhava. 
Toda segunda, quarta e sexta-feira às quatro da tarde, dois jovens vestindo jerseys do time de basquete da NCIT apareciam para fazer o mesmo pedido de sempre: dez pães integrais e dez chás gelados. A essa altura, você já conhecia o time todo, que parecia revezar em quais seriam os sortudos a pagarem os pedidos. 
Naquela tarde de sexta-feira você descobriu que faltava conhecer mais um último atleta.
Assim que Yangyang passou pela porta da cafeteria, você sorriu e começou a digitar o pedido na registradora. Estranhou por ele estar sozinho, já que o time sempre vinha em dupla para carregar o pedido gigantesco, mas deixou para lá. 
“Oi, Yangyang. Dez croissants integrais e dez chás, certo?” Você perguntou sem olhar para o menino. Ele era certamente o que mais vinha ao café e o mais simpático de todos eles, tanto que vocês já tinham até uma certa amizade.
“Isso.” Ele pegava a carteira do bolso quando escutaram o sino da porta e logo você logo vê um rapaz de moletom entrar na loja. “Você sabia que a gente-”
Você não escutou uma palavra do que o menino disse. Por mais clichê que fosse, estava hipnotizada pelo rapaz de cabelos negros que parecia ter corrido até ali. Quando ele ajeitou os cabelos, pôde notar seu rosto definido, quase como se tivesse sido desenhado à mão, e ficou se perguntando como alguém podia ser tão… angelical. 
“Falei pra me esperar.” O rapaz resmungou para Yangyang que revirou os olhos e continuou: “Pode trocar um dos chás por uma água de coco, por favor?”
Não conseguiu verbalizar um “sim” quando ele te olhou ao fazer o pedido e, envergonhada, apenas acenou com a cabeça. 
“O total é-” Você foi interrompida por Yanyang, que te entregou o cartão de débito e continuou falando.
“Então, eu vou ganhar meu muffin, né?”
“Hm?” Você se esforçou para tirar o olhar do jovem moreno e voltar a prestar atenção em Yangyang. “O que você disse?”
“O muffin de graça que você me prometeu se a gente ganhasse o regional.” 
“E você ganhou?” Perguntou curiosa e Yangyang na mesma hora fechou a cara, irritado com a tua falta de atenção.
“Claro! Eu acabei de- Você não prestou-” O menino interrompeu a si mesmo quando percebeu os olhares sutis que você lançava ao rapaz que mexia no celular ao seu lado e cutucou-o com o cotovelo. “Fala pra ela, capitão, quem ganhou o campeonato regional universitário.”
Ah, capitão. Claro. 
“Hã? O que? Ah, é verdade!” Ele sorriu para você e quase tirou seu ar.  “113 a 90 pra gente.” 
“Ah, parabéns.” Você respondeu tímida e entregou a Yangyang a nota fiscal do pedido. “Assim que o pedido ficar pronto eu chamo vocês.”
“Mas e o meu muffin?”
“Yangyang, deixa ela em paz.” O rapaz disse rindo, e arrastando o amigo para uma das mesas.
Quando eles foram receber o pedido, Yangyang deixou um ingresso de festa naquela mesma sexta-feira em cima do balcão e um guardanapo escrito “ele vai :)”
Touching him was like realizing all you ever wanted was right there in front of you
A adrenalina que percorreu as tuas veias na primeira vez em que viu o capitão do time de basquete foi praticamente a mesma quando o viu na festa da fraternidade que Yangyang havia te convidado. Foi uma aposta arriscada, principalmente porque você nem estudava naquela universidade, não conhecia ninguém. Ainda assim, confiou no garoto simpático que sempre comprava no café onde você trabalhava. 
Não esperava que Yangyang te reconhecesse fora do avental cinza e do boné da cafeteria, por isso ficou tão surpresa quando foi convidada para ficar com o grupo dele naquela noite. Fingiu estar interessada num jogo de beerpong que os outros jogadores do time de basquete começaram, mas, disfarçadamente, procurava o capitão. 
Quando ele apareceu, foi descendo as escadas da fraternidade, parecia nervoso e o olhar tão doce que você conheceu na cafeteria tinha se tornado afiado, com um toque de raiva. Ainda assim, o rapaz estava estonteante. Não demorou para que chegasse à mesa de beer pong e, para a sua surpresa, ele abriu um sorriso assim que te viu.
“Ei, você não é a menina da cafeteria de mais cedo?” Ele apontou na sua direção e o sorriso que chegava aos olhos fez teu coração bater mais rápido. “O bolo tava uma delícia, valeu.”
“Bolo? Que bolo?” Um rapaz muito alto, de não menos que 1,80, perguntou antes de jogar a bolinha amarela.
“O bolo que era pra ter sido meu!” Yangyang falou de forma meio embaralhada, já bastante alterado. 
“Mas eu te dei o muffin que prometi!” Você disse rindo, e ele apenas balança a cabeça, frustrado.
“Me deu um mini muffin de mirtilo enquanto o Jeno ganhou um pedação de red velvet. Testemunhei os efeitos do pretty privilege com meus próprios olhos.” O menino bufou, te deixando envergonhada com a reação dos outros membros da equipe. “Ah, para de reclamar, Sungchan, você não gosta de ir pegar o lanche, isso que dá. Eu fiz uma amiga e ganhei muffin.”
É a mais pura verdade dizer que palavras têm poder e podem desencadear uma série de eventos que jamais esperariam. Se Yangyang soubesse dos efeitos que aquela pequena confissão despretensiosa gerou, talvez nunca tivesse dito nada. 
Pela primeira vez, você conheceu Jeno. Não demorou muito para que ele chegasse de mansinho e conquistasse teu coração com a voz grossa, o sorriso hipnotizante e o perfume viciante que usava. Naquela noite, fez coisas que jamais havia se permitido fazer antes, e quase não entendia o porquê. Quando tocava Jeno, era como se tudo que você um dia havia sonhado tivesse se materializado na tua frente e, ainda assim, não era suficiente. Ansiava por mais, então deixava-o te guiar até seu quarto, deixava-o acariciar e beijar teu corpo, entregava-se a ele como se fosse a única coisa que te importava no mundo. 
Loving him is like trying to change your mind once you're already flying through the free fall
Dizer que Jeno não gostava da atenção constante que recebia de você seria mentira. Talvez tenha sido a adoração incondicional que via em seus olhos que o fez se aproximar pela primeira vez. Como capitão do time de basquete da universidade e popular desde a mais tenra idade na escola, Jeno estava acostumado a receber atenção, era algo até mesmo tedioso ver tantas pessoas tentarem se aproximar, fingirem amizade e camaradagem pelo seu status. Você, apesar de tão sedenta pela atenção dele como qualquer outra pessoa, não tenta se aproximar de primeira. Ao contrário, parece intimidada, envergonhada somente de estar perto de Jeno. Parecia querer admirá-lo só de longe.
E foi por isso que Jeno te trouxe para perto. 
Ficou quase viciado na forma como você apenas aceitava tudo aquilo que ele lhe dava. Fosse muito, fosse pouco, você ficava contente e parecia nem perceber. 
Ficava ansiosa, olhando o telefone esperando uma mensagem, que, quando não vinha, te frustrava ao ponto de jurar que nunca mais iria respondê-lo. Isso até ele mandar um “oi” seco e você se sentir compelida a responder em segundos.
De início, realmente não se deu conta porque deixava de lado o sentimento agridoce que pulsava em teu coração desde a primeira vez em que beijou Jeno. Tua mente sabia que não era certo, como se forçasse uma peça de quebra-cabeça no lugar errado, mas teu coração, inebriado com a sensação de tê-lo tão perto, ignorava os alertas vermelhos.
Tentaram te avisar, pediram que você fosse mais cautelosa e não pulasse de um avião sem paraquedas, mas o que fazer quando você se arrepende enquanto está caindo?
Já era tarde demais quando percebeu pela primeira vez que estava servindo de tapa buraco para o coração machucado do capitão do time de basquete. 
Fighting with him was like trying to solve a crossword and realizing there's no right answer
A primeira decepção que Jeno teve com você foi, coincidentemente, no mesmo momento que você se decepcionou com ele, mas as razões eram por motivos diferentes. 
“Eu só tô pedindo que você não fique tão perto assim dela, já disse que me incomoda!” Você tentava racionalizar, mantendo a voz estável, mas Jeno estava vermelho e você não sabia se era de raiva ou do jogo que tinha acabado de ganhar.
“Foi só um abraço! Deixa de ser ciumenta assim, isso é muito tóxico.”
“Não foi só um abraço, Jeno, você ainda deixou um beijo na bochecha dela!”
“E QUAL O PROBLEMA?” Ele segurou os próprios cabelos, frustrado. “Ela é líder de torcida, o nosso time ganhou mais uma etapa da competição estadual, você tem ideia do que é isso?”
“Nono, eu entendo, mas-”
“Não, você não entende! Só porque a gente tá num relacionamento não significa que você pode escolher com quem eu vou andar ou não.” Ele chegou perto de você nervoso e, por um momento, você sentiu medo do que escutaria a seguir. “Eu não falo nada sobre os seus colegas da cafeteria, falo?”
“Não, mas eu nunca namorei-”
“Qual é o nome dele mesmo? Aquele que adora jogar piadinha? Do-”
“Não fala dele assim!” Você elevou o tom de voz pela primeira vez e apontou o dedo no rosto do namo… fican… no rosto de Jeno. “Você sabe que nós somos só amigos! Eu até ajudei ele a sair com uma amiga minha.”
“Não parece.” Jeno te olhava com desdém e você quase se sentia nauseada. “Você acha que eu gosto de escutar as piadinhas que ele faz sobre mim?”
“Ele não faz por mal, Jeno.” Você bufou, irritada, e pela primeira vez falou o que veio à mente. “Pelo menos ele não tenta flertar comigo bem na tua frente como a sua “amiga” faz.”
“Que? Você tá vendo coisa onde não tem!” Jeno arregalou os olhos e, antes que você pudesse continuar, virou as costas. “Eu vou comemorar a vitória, você já pode ir pra casa.”
“Mas a gente não ia juntos?”
“A comemoração é só pra quem é do time.” Foi a última coisa que ele disse antes de fechar a porta do vestiário e te deixar sozinha. 
Assim foram todas as brigas no período de seis meses que estavam juntos. Era como caçar as palavras certas e, ainda assim, descobrir que qualquer que fosse a ordem das palavras, a resposta correta não existia.   
Remembering him comes in flashbacks and echoes Tell myself it's time now gotta let go
Depois do término, decide dar uma chance de novo pra vida ao invés de se fechar
Foi Yangyang quem te convenceu a deixar Jeno ir.
A culpa corroía o menino por dentro, mesmo que soubesse que não devia se responsabilizar por isso. Ver uma pessoa querida tão machucada, ainda mais quando tinha sido ideia dele juntá-la com o amigo, fazia o rapaz sofrer. Foram necessárias muitas conversas e sensibilidade da parte de Yangyang para te fazer perceber que nada daquilo te fazia bem. 
As noites mal dormidas, as brigas constantes e o jeito que você se entregava enquanto Jeno te entregava migalhas de atenção… Nada disso estava certo. 
Como uma forma de preservar o que sobrou do que um dia você já tinha sido, entrou naquele quarto uma última vez e, levando seu guarda-chuva e um par de meias vermelhas que ele te deu, Jeno te deixou ir embora sem nenhuma resistência.
And that's why he's spinning 'round in my head comes back to me, burning red
Aquilo deveria ter sido um golpe de misericórdia: sem brigas, sem questionamentos, apenas compreensão e silêncio, aquele que você jurava ser o amor que você sempre sonhou ter te deixou ir embora. Por algum motivo isso doía ainda mais. 
Por meses, se apegou ao par de meias vermelhas que havia ganhado dele no dia dos namorados, até que desistiu. Queimou as meias, excluiu as fotos, decidiu seguir em frente. Mas, inevitavelmente, sentia uma vertigem quase fatal em qualquer micro ação do dia-a-dia. Passou a detestar red velvet ao ponto de ter ânsia de vômito só pelo cheiro. Quadras de basquete eram quase como lugares traumáticos. Detestava tudo que lhe dizia respeito, mas detestava mais ainda lembrar de seus mínimos detalhes, desde os cabelos pretos até a pequena marca de nascença que tinha na ponta do nariz. 
O que odiava mais era que, quanto mais tentava esquecê-lo, mais ele parecia rondar a tua cabeça, te lembrando de tudo que sentia e, tolo como só, teu coração batia sempre mais rápido ao lembrar dos bons momentos.
His love was like driving a new Maserati down a dead end street
Foi depois de algum tempo sem notícia alguma que o viu pela última vez, também numa tarde de sexta feira. Ele estava atravessando a rua com ela em seus braços. Assim que entraram na cafeteria, Jeno segurou a porta para a líder de torcida entrar. Ela depositou um beijo em seus lábios e o sorriso dele foi o mais brilhante que você já tinha visto, mas não era para você. Um sorriso daqueles nunca foi teu. 
Jeno nunca foi teu. 
Na mesma hora, saiu da registradora e foi até a sala da gerência. Como tinha passado o final de semana sem falar com você, Yangyang estranhou quando apareceu na cafeteria com Sungchan na segunda-feira e não te viu atrás do balcão.
Você demorou a perceber que aquilo que achava ser amor estava fadado ao fim antes mesmo de ter começado.
Estar com Jeno foi como dirigir numa rua sem saída: inevitavelmente, encontrou um muro. Mas, sozinha, resolveu deixar tudo para trás, derrubar os tijolos e seguir em frente.
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moonieclouds · 2 years ago
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GOTHim
fem!reader, light angst, jaehyun é o batman pattinson, smut, cockwarming, curtinha. ele ficaria tão lindo de bruce wayne nunca quis tanto ver isso.
Escutem com a música, sério.
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Os dedos finos perpassam teu corpo, contornam sua silhueta e os olhos mortos te assistem pelas sombras.
A voz de Jaehyun é suave, o gosto alcoólico nos lábios te acende, ele comenta "Gotham tem um novo cheiro". Seu primeiro pensamento é constatar que definitivamente não é cheiro de amor, você não pode amar o Batman.
Ainda que, permaneça dentro de ti, de ladinho, esbanjando-lhe beijos, espalhando teu perfume no dele, você não pode retribuir, não pode.
Tem o modo que te olha, tristeza nas iris castanhas, olhos e maçãs fundas, pálido, o cabelo negro levemente bagunçado, mas os beijos sempre quentes e singelos, como se você estivesse sendo adornada por uma fogueira, um abraço.
Jaehyun não pode te tratar assim, ele não pode te tratar assim, permitir que você vá.
— Cheiro de que? — você pergunta, o aperta, reprime um gemido, um choro e ele sorri, espia teus lábios, sedutor, dominante.
— Cheiro de álcool.
Você pensa que talvez Jaehyun esteja em sua mais vívida sinestesia, a mente bêbada como o coração, fervendo como a língua, queimando dentro de ti.
Descontraída, você solta uma risada, joga pra ele "É desse jeito que você flerta, Jaehyun?" e os dedos de Jung correm para teu queixo, te conduz.
Ele aproxima-se, os lábios roçando-se nos teus, os olhos focados em ti, embriagados.
"Não vá." E você sabe exatamente o que Jaehyun quer dizer, o tom de voz carregando certa frustração e tensão te fazem perder o ar.
É o tipo de sensação que faz seu estômago revirar, os dígitos dele tão quentes que você se pergunta de onde vem tanta paixão.
Há uma certa dependência no modo que profere as palavras, como toca sua cintura, como afunda os lábios nos teus seios, como permanece imóvel dentro de ti, suas paredes aquecendo a dureza que carrega.
"Jaehyun…" você o chama, clama, sobe em cima dele, apoia as palmas no peitoral e o toca, a pele pegajosa, suor, muito suor.
Ele toma sua cintura, possesso, levanta o tronco e te beija, completamente alucinado. O salgado das tuas lágrimas cobrem a língua dele, Jaehyun te abraça, dedos enormes passeando pelas tuas costas, as unhas arranhando levemente a pele dos teus ombros.
Você deixa que Jaehyun mergulhe em ti, que explore cada canto seu, porque ele está viciado, intoxicado.
Mas quando terminam, tudo o que pode lembrar é dos lábios bêbados. Gotham ainda tem cheiro de álcool…
Ainda tem cheiro do Batman.
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