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O Muro
O muro é um lugar Que te obriga a pensar, A retirar da preguiça A tua cabeça. Contra a dor que avança O Muro é uma barreira, Preserva a tua mente sã. Senta na beira dO Muro.
Lá no alto é mais seguro, É mais puro O ar que respiro. Refiro
Me à paz De espírito Que nos traz O Muro.
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Constato hoje que faz um tempo, Desde que dei tempo a um amigo. Que sempre esqueço, que sempre tenho E nunca tempo consigo.
Com tanta devoção, Procuro amizades E essa do coração, Só porque não faz questão,
Não atendo, não escuto A ela não dou meu contributo. Não confio nem cuido Desse meu amigo querido.
Então decidi sim, dar um tempo E atender necessidades. Pôr a conversa em dia E fazer atividades
Tratar desse amigo, Que conheço de verdade, Pois a mais importante amizade É a que tenho comigo.
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O Novo Colosso
Não como o gigante bronzeado de grega fama, Com pernas abertas e conquistadoras a abarcar a terra Aqui nos nossos portões banhados pelo mar e dourados pelo sol, se erguerá Uma mulher poderosa, com uma tocha cuja chama É o relâmpago aprisionado e seu nome Mãe dos Exílios. Do farol de sua mão Brilha um acolhedor abraço universal; Os seus suaves olhos Comandam o porto unido por pontes que enquadram cidades gêmeas. “Mantenham antigas terras sua pompa histórica!” grita ela Com lábios silenciosos “Dai-me os seus fatigados, os seus pobres, As suas massas encurraladas ansiosas por respirar liberdade O miserável refugo das suas costas apinhadas. Mandai-me os sem abrigo, os arremessados pelas tempestades, Pois eu ergo o meu farol junto ao portal dourado.
Emma Lazarus, 1883
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Nós, povo
Porque fazem isto e nos exploram Ao povo que matam ainda cobram O enterro. Oh povo casmurro, Teu corpo é duro Mas mais duro é o teu juízo
O que te falta no siso Te sobeja no couro rijo Obstinado, marcado Meu povo, gado De alguém.
O alcance da foice e do cajado Enxergas tão bem, Porque não tentas enxergar além? Quem é responsável por essa miopia?
Terás nascido com ela um dia? Quem te ludibria E te faz crer. Quem pintou teus quadros de prazer? Quem te ensinou a viver? Quem te fez acreditar que tuas questões Não são dignas de responder?
Mas tu aceitas, Nas camas que te desfazem, te deitas.
E é assim que são desfeitas nossas histórias. Com medalhas de latão, Lápides de mármore e dedicatórias. Oferecemos nossas vidas transitórias A quem mesmo desconhecemos.
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Amor Fati - The loving of one's life
It suggests more than stoic acceptance. A real enthusiasm and total adoration for life. It's a declaration against the tendency to regret.
To assume one could have retained more control over the outcomes and conditions of one's reality, or could have done differently, or could have known any better, or could have found an existence void of particular negatives, and that it would have ultimately netted a more positive life.
Instead, to love and embrace all of life exactly how it is. With all the good and the bad. The success and the failure. The satisfaction and the pain. We regret and yearn for otherness. In this reality, the one we must live, there was no option to have done differently and there was no other way for things to go.
More can be read in the works of Friedrich Nietzsche.
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Faltavam poemas
Faltavam poemas, Palavras com rima, Mesmo palavras apenas, De três sílabas, de duas ou de uma.
No Muro, nenhuma.
Coberto de preto, De um sujo abstrato Em cima dormia um gato Na base crescia mato.
No Muro de concreto.
São muitas as memórias Que nele perduram Vivem nas histórias Dos que nele escreveram. O Muro foi companhia, Tertúlia de filosofia, Palco da arte e caderno da poesia. Mas ao passar por ele neste dia,
O Muro foi apenas nostalgia.
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Permites-me que te chame de amor?
Permites-me que te chame de amor, amor? Bem sei que amor não é apelido... Sei mesmo todo o teu nome de cor, Mas só amor faz sentido.
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Confessionário
Dava tudo para saber, O que veio a acontecer, O que fez com que acabasse, Tudo. E este anoitecer Voltasse. Mudo, apaga-se O nosso alvorecer.
Sobretudo, oxalá eu Dominasse o Mundo De sensações perpendiculares, Dúvidas e certezas Não colineares. Memórias de olhares De formas de me agarrares E arranhares, Sem delicadezas.
Impurezas, na nossa relaçao, Agudezas do ciúme ou Qualquer discussão Serviam só de carvão Para alimentar a combustão Da chama.
Ainda me lembro de ver-te, Deitada na cama O desejo derreter-te As riscas do pijama...
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Em todo o tempo
Quando for tempo, planta-me. Durante um tempo, mima-me. Enquanto for tempo, protege-me. Passado um tempo, agarra-me. De tempo a tempo, rega-me.
Quando for tempo, colhe-me. Durante um tempo, observa-me. Enquanto for tempo, respira-me. Passado um tempo, abriga-me. De tempo a tempo, liberta-me.
Quando for tempo, envolve-me. Durante um tempo, beija-me. Enquanto for tempo, aquece-me. Passado um tempo, mata-me. De tempo a tempo, recorda-me.
Para todo o tempo, ama-me.
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Há um coração
Há um coração que palpita, Crepita, saltita. Expansão, contração, Exaltação, depressão.
Voa pequenita, Partícula de ilusão, Em direção ao pulmão, Essa fornalha maldita.
Serás sangue arterial Do vivo, do essencial. Mas não serás consolação Naqueles dias da vida Em que somos apenas e só O palpitar magoado, Triste e indesejado, De um coração.
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All the time in the world
You can come anytime Here I will be to listen What I have to do I can do later instead
You can come whenever you want I’ve been where I had to go I have solved all the issues All I want is to listen to you
You can interrupt And tell your story Of the day it happened Your little glory The little trophy you earned
For you, I have all the time in world.
There was a time in which I thought That the worth of what I did Was such that if I stopped The world around collapsed indeed.
And you came and you talked You talked and I didn’t listen And then you no longer talked And I barely knew you anymore.
Now in everything I do Time is so relative You can come for a hug You can come without a motive You’ll find your place in me.
For you, I have all the time in world.
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Chove e de que maneira
As borboletas dançam, se esquivam Das gotas, da chuva Um milhão de silhuetas Rasga o céu de lua nova.
Juntam-se esquilos à brincadeira, Com chapéus de bolotas. Chove e de que maneira Gotas frias e grossas.
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Uma tag no Muro 20/11/2018
“Sempre chegamos ao sítio onde nos esperam”
José Saramago, em “A Viagem do Elefante”
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Uma Tag No Muro - 09/11/2018
Urgentemente
...
É urgente aprender a escutar. É urgente aprender a perdoar. Cuidar da Natureza é urgente. O mundo precisa de nós Urgentemente.
Cristiana Maria - 6.º F
Escola C+S Júlio Saúl Dias Vila do Conde
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Infeliz cidade
O desalinho cresce E a flor branca amarelece. No ar poluído a chama perde-se.
Há sapatos espalhados pelo chão. E o colchão, não tem lençol. Vê-se um aranhiço que se estabelece.
A queda é lenta como um caracol Porque a esperança amortece. Toda a noite começa sem pôr-do-sol.
Esta vida cansa. E todos os fantasmas se atiram a ele.
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Contido contigo
Pensei hoje vezes várias em ti. Mas queria dar-te o espaço que me pediste. Só por isso me contive. Mas contido eu fico triste.
É que aperta um bocadinho, A vontade de estar contigo. De voar pelo caminho, E voltar ao nosso abrigo.
Dividir-me entre aqui e ali Como noutros Verões. Colher dias de sol e Semear sonhos em núvens.
Ao longo de caminhadas Conversas acabaram Entre folhas amassadas Por corpos que se amavam.
Pensei em mandar-te esta mensagem, Mas talvez nem pensaste em mim. Ventos que venham, me soprem A brisa fresca de um sim.
Foi assim, a pensar em ti, Que fiz o que me pediste. Só por isso me contive. Mas contido eu fico triste.
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A vaga do coração de areia
Chego a casa já pronto Para a vaza que chega E que arrasa E me arrasta.
Para uma solidão gasta. O canhão da desilusão Sem a ilusão que ampára.
Levo com a onda na cara Que encara este acervo de miséria A minha colecção, A minha história, Estoica, sem condecoração Nem aprendizagem.
Cada paixão É mais uma extensão Da miragem. É mais uma viagem Que só tem aterragem.
Que só tem desvantagem, Só que tem que ser triste. E parvo. Se não quem é que existe? Neste corpo flácido e neste pensar turvo. E de engano em engano, Estorvo-me a mim, E estorvo no mundo.
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