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Celebridades
As participações de celebridades em todo o álbum visual foi mais uma maneira que Beyoncé encontrou de exaltar as mulheres negras. Temos desde Serena Williams, até Leah Chase, conhecida como a rainha da cozinha creole. Seu restaurante foi ponto de encontro para ativistas do movimento pelos direitos civis na década de 1960.
Da esquerda para a direita: Chloe Bailey, cantora que faz parte da Parkwood Entertainment, marca de Beyoncé, junto com sua irmã Halle Bailey, que aparece do lado direito, na parte superior das escadas. Também temos as gêmeas Lisa-Kaindé Diaz e Naomi Diaz, que compõem o duo Ibeyi. Logo depois, Amandla Stenberg, atriz e ativista, e Zendaya, cantora, atriz e ativista.
Outra que participa do álbum visual é a atriz Quvenzhané Wallis, de 12 anos. Ela foi indicada ao Oscar de melhor atriz por sua atuação em Indomável Sonhadora e aparece segurando a mão da filha de Beyoncé, Blue Ivy com 4 anos de idade na época.
Winnie Harlow também participa de Lemonade. A modelo e ativista ficou conhecida por sua participação em America’s Next Top Model e por ter vitiligo, doença que causa a despigmentação da pele.
Por fim, temos Michaela DePrince, bailarina de 21 anos nascida em Serra Leoa. Ela se tornou mais conhecida após participar do documentário First Position, de 2011, que acompanhou ela e outras bailarinas enquanto se preparavam para competir no Youth American Gran Prix.
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Nova Orleans
A cidade de Nova Orleans depois do furacão Katrina é o cenário de abertura para Formation. O carro da polícia local está submerso, as casas destruídas pela água.
Ao fundo, ouvimos a voz de Messy Mya, uma celebridade do Youtube — talvez uma das primeiras, que morava em Nova Orleans e foi assassinado na rua, aos 22 anos, depois de sair do chá de bebê de seu filho. Conhecido pelos cabelos roxos, a fala de Mya que faz parte da canção pode ser vista no vídeo original:
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Messy Mya pergunta o que aconteceu depois de Nova Orleans. A população de baixa renda sofreu com o descaso do governo e milhares de pessoas ficaram desabrigadas. Oitenta por cento da cidade submergiu e 200 mil casas ficaram debaixo d’água.
Para dar suporte aos desabrigados do Katrina, Beyoncé e Kelly Rowland, membro do Destiny’s Child, criaram a Survivor Foundation, que desde 2005 oferece ajuda e abrigos de transição aos afetados pelo desastre.
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Black Lives Matter
Em Forward, Beyoncé nos traz as mães no movimento Black Lives Matter, todas vestidas quase como rainhas, segurando fotos de seus filhos mortos. Temos Sybrina Fulton, mãe de Trayvon Martin; Gwen Carr, mãe de Eric Garner; Leslie McSpadden, mãe de Michael Brown.
Trayvor foi morto pelo segurança do prédio onde estava hospedado. Eric foi morto por um policial que o abordou diante da suspeita de que ele estava vendendo cigarros ilegalmente e acabaram o enforcando até a morte. Michael foi alvejado por um policial na periferia de St. Louis. O jovem tinha 18 anos, não carregava nenhuma arma e não possuía antecedentes criminais.
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Influências Yorubá
Em Lemonade, Beyoncé não se limita a celebrar a cultura negra, mas reconhece suas origens e se posiciona como alguém que conhece a própria ancestralidade, rica de simbolismos e de importância social e cultural. Em Sorry, por exemplo, vemos a pintura Ori, tradicional da tribo Yorubá e utilizada em rituais sagrados. O artista que pintou a cantora e suas dançarinas é Lalou Senbanjo.
Outra referência Yorubá é à deusa Oxum, que reina sobre os mares e rios e se veste de amarelo. A artista personifica Oxum em Hold Up, quando destrói um hidrante e molha a cidade, usando um vestido amarelo esvoaçante.
Mais um momento de simbologia Yorubá é a viagem de ônibus que Beyoncé e as dançarinas fazem de uma área urbana para o campo, todas pintadas conforme a tradição Ori, rumo à transição entre vida e morte, em busca de harmonia, alegria e esperança.
Talvez o ônibus não tenha sido escolhido em vão. O detalhe aqui é a confluência de dois elementos: mulheres negras e ônibus, o que facilmente remete a Rosa Parks, símbolo do movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos. Em dezembro de 1955, Parks se recusou a ceder seu assento no ônibus para que um homem branco se sentasse. Na época da segregação racial regimentada por lei, alguns lugares restringiam o acesso dos negros a determinados espaços e ao transporte público.
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Cabelo
Cabelo, pele, nariz, unhas. Lemonade faz uma celebração ao corpo negro e os penteados de Beyoncé durante todo o álbum visual merecem atenção especial. Um dos primeiros momentos em que o cabelo chama o olhar é em Pray You Catch Me, quando o volume e a textura natural das madeixas da cantora dançam na água.
Baby hair e trança raiz (no original, cornrows) são um detalhe especial em Don’t Hurt Yourself.
Já em Formation, Beyoncé cita o baby hair e o afro, dois penteados negros tradicionais, e as narinas do Jackson 5.
I like my baby heir with baby hair and afros I like my negro nose with Jackson Five nostrils
Em Love Drought, vemos o cabelo da artista em duas tranças segmentadas com elásticos, um penteado muito comum feito em crianças negras, conforme explicou Cristin Jackson, do site Bustle.
Ainda na mesma música, se destacam os penteados das dançarinas, todas negras.
As dançarinas chamam especial atenção também em Sorry, quando estão todas sentadas na parte de trás de um ônibus, com rostos e corpos preenchidos com pinturas tribais Yorubá.
Outro penteado de grande importância em Lemonade é o que Beyoncé usa no final de Sorry, com tranças esculpidas no formato da coroa de Nefertiti, rainha do Egito Antigo.
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Raised Fist
O gesto que marca os Panteras Negras tem sido usado por Beyoncé durante as coreografias do Formation Tour. O partido, cujo nome original é Black Panther Party for Self-Defense, foi fundado em 1966 em Oakland, na Califórnia, por Huey Newton e Bobby Seale. Seu objetivo era a patrulha de guetos para proteger seus residentes da brutalidade da polícia americana contra a população negra. Dentre as ideias defendidas pelos Panteras estão o armamento de todos os negros e o pagamento de isenção pelos séculos de exploração pelo trabalho escravo.
Vale lembrar que o punho fechado envolto pelo símbolo de vênus é fortemente associado ao feminismo negro.
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Origem
Nascida e criada em Houston, no Texas, sul dos Estados Unidos, Beyoncé retoma suas origens ao longo do álbum e faz referências a si mesma — como é o caso de “hot sauce in my bag”, ou o “molho picante na minha bolsa”.
Em Formation, ela fala da origem de seus pais. Seu pai é do estado do Alabama e sua mãe é descendente de uma família que saiu do Canadá e foi viver no estado de Louisiana.
O Genious Lyrics explica um pouco sobre os termos “bama” e “creole”.
“Bama” was originally black slang for working class blacks arriving North from the South during the Great Migration. It meant someone who didn’t know how to behave “properly” and wasn’t presentable for white sensibilities (…) In Louisiana, “creole” is used to describe mixed-race descendants of Francophones. In the complex racial politics of Louisiana, Creoles are usually considered distinct from Blacks.
Então, a mistura de seus pais originou Beyoncé, uma Texas-bama:
You mix that negro with that Creole make a Texas bama
Ainda em Formation, Beyoncé reafirma que não deixa suas origens (nem seus temperos, ou hot sauces) para trás:
Earned all this money but they never take the country out me I got a hot sauce in my bag, swag.
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Malcom X
Beyoncé retoma a figura do ativista dos direitos civis nos Estados Unidos em mais de uma ocasião no disco. Em Formation, as dançarinas se organizam no formato de um “X”, com a cantora no meio. Na apresentação da música no Superbowl 50, a câmera capturou a formação vista por cima:
Outra referência ocorre na terceira música do álbum, Don’t Hurt Yourself:
Bad motherfucker God complex Motivate your ass call me Malcolm X
“Motivate your ass”, como pontuou o Genious Lyrics, pode ser uma referência à autobiografia do ativista, na qual ele fala sobre a importância da motivação na vida de alguém:
In fact, once he is motivated no one can change more completely than the man who has been at the bottom. I call myself the best example of that. - The Autobiography of Malcom X, 1965
Logo depois deste verso, entra uma fala de Malcom X, durante o discurso que fez no funeral de Ronald Strokes, ativista negro morto pela polícia de Los Angeles em maio de 1962.
The most disrespected woman in America is the black woman. The most unprotected person in America is the black woman. The most neglected person in America is the black woman.
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Lançado em fevereiro de 2016 Lemonade é o sexto album da cantora e sua temática gira em torno de infidelidade, e também vem cheio de críticas raciais. Algum este em que a cantora mostrou abertamente seu apoio ao movimento negro dos Estados Unidos.
O nome
“Lemonade” é uma referência à receita de limonada que Hattie White, a avó de Jay-Z, ensinou para sua filha, que então a ensinou para Beyoncé. A limonada remete ao que Hattie diz durante seu aniversário de 90 anos: I was served lemons, but I made lemonade (sendo possível ver ao final de Freedom).
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Take one pint of water, add half pound of sugar, the juice of eight lemons, the zest of half lemon. Pour the water from one jug then into the other several times. Strain through a clean napkin. Grandmother, the alchemist. You spun gold out of this hard life. Conjured beauty from the things left behind. Found healing where it did not live. Discovered the antidote in your own kitchen. Broke the curse with your own two hands. You passed theses instructions down to your daughter who then passed it down to her daughter.
E Beyoncé completa, antes de começar a cantar All Night:
My grandma said nothing real can be threatened. True love brought salvation back into me. With every tear came redemption and my torturer became my remedy,
O nome também trouxe à tona uma prática dos negros escravizados nos Estados Unidos. O suco de limão era um dos produtos utilizados com o objetivo de clarear a pele. Água sanitária e urina também eram utilizados com o mesmo objetivo, assim como a ingestão de arsênico, um elemento tóxico que pode provocar a morte.
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Em 2013, quando ela lançou o quinto álbum solo chamado Beyoncé, sem nenhum aviso prévio, ela mostrou que o feminismo em sua obra finalmente tinha florescido. Além das 17 faixas e seus respectivos videoclipes, a cantora produziu uma espécie de mini documentário para explicar o conceito estético do álbum baseado em diferentes valores que ela queria transmitir para os seus fãs - honestidade, liberação como ser sexual e imperfeições. A parte visual foi uma das grandes preocupações no projeto, e por isso ela quis lançar todos os videoclipes de uma só vez. Ela tinha imagens criadas na cabeça para cada música e queria que os fãs conseguissem experienciar exatamente o que ela sentiu e o que ela viu quando pensou em cada composição. As faixas mais feministas do álbum são Flawless e Pretty Hurts.
A intenção de Beyoncé foi a de mostrar que embora todas as mulheres busquem a perfeição, em qualquer sentido de suas vidas, nem sempre isso traz a felicidade. E o grande problema é que atualmente, essas perfeições buscadas estão intrincadas com padrões criados pela sociedade e que são extremamente excludentes com a maioria das mulheres. Seja na parte física, com padrões inalcançáveis de beleza, quanto na parte emocional, com certas regras de conduta para uma mulher ser bem vista na sociedade.
Pretty Hurts fala basicamente de um padrão de beleza e do quanto uma mulher tem que se esforçar para ser considerada bonita e bem aceita, e muitas vezes, isso pode gerar depressão e problemas psicológicos. No videoclipe, Beyoncé atua como uma candidata a um concurso de beleza que aparece extremamente infeliz com todas as exigências feitas para ser aceita como uma mulher bonita. Algumas das críticas mais emblemáticas podem ser observadas em:
Mama said, you're a pretty girl/ What's in your head it doesn't matter/ Brush your hair, fix your teeth/ What you wear is all that matters/ (...)Perfection is the disease of a nation/ Pretty hurts/ We shine the light on whatever's worse/ Trying to fix something/ But you can't fix what you can't see/ It's the soul that needs the surgery.
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Já a canção Flawless ficou mundialmente conhecida por conter uma parte do discurso We Should All Be Feminists da escritora nigeriana Chimamanda Adichie no TED em 2013
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A cantora, inclusive, recebeu elogios sobre a inserção do trecho acima na canção. A filósofa e ativista estadounidense Angela Davis, famosa mundialmente por lutar contra a segregação racial e os direitos da mulher nos Estados Unidos, deu uma entrevista em 2014 para o portal de notícias britânico East London Lines e elogiou o fato de Beyoncé dar toda essa visibilidade para Adichie.
I’m certain that many young women and hopefully young men or young people who don’t necessarily identify as men or women were moved by that to at least begin to think about what feminism might mean. It means they might be headed on a journey that will allow them to embrace a more capacious notion of what feminism means, feminist methodologies, feminist approaches to activism as well as to research. Hopefully she touched some people with it.
Além disso, o próprio nome da canção, Flawless, já significa sem falhas em inglês, ou seja, uma mulher que consegue ser “perfeita” mesmo com as suas imperfeições. Em outras partes da música, Beyoncé exprime também a ideia de que ela é muito mais do que a esposa de um homem. Ela, por si só, já consegue ser independente e reconhecida pela mulher que é. Em entrevista a revista Elle, Beyoncé falou sobre a escolha de inserir apalavra o trecho de Adichie em sua música.
I put the definition of feminist in my song ["Flawless"] and on my tour, not for propaganda or to proclaim to the world that I'm a feminist, but to give clarity to the true meaning.
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