Tumgik
naveenrajaram · 3 years
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An unwanted reunion.
Naveen
Uma última olhada no retrovisor garantiu a Naveen que sua aparência estava adequada, mas isso não o impediu de passar a mão no cabelo para um último ajuste antes de descer do carro com sua bolsa nas mãos e o jaleco sobre o antebraço, meticulosamente dobrado. Naveen Rajaram era um homem bonito – muito bonito –, mas naquele dia em específico ele precisava estar impecável para garantir uma boa impressão com todos os seus novos colegas de trabalho. Era de extrema importância que esse novo emprego desse certo, Naveen não conseguiria suportar um terceiro fracasso em 3 anos, àquela seria sua última chance e ele sabia disso sem que ninguém precisasse lhe dizer. Tinha que dar certo, de outra forma ele seria um perdedor infeliz e não haveria nada mais para impulsoná-lo para frente, apenas para trás e para baixo. As portas automáticas abriram quando ele se aproximou e Naveen caminhou até a recepção do hospital particular, onde uma moça alguns anos mais nova que ele e sorridente lhe indicou o caminho até à sala do chefe do hospital, o homem responsável pela sua contratação. Ao chegar à porta, Naveen respirou fundo duas vezes antes de bater o punho fechado contra a madeira. – Dr. Bernhard? – O chamou, para que o homem pudesse reconhecê-lo pela voz.
Elinor
Elinor conferia a lista de exames agendados para aquele dia no setor de neurologia do Hospital St. Louis, do qual era coordenadora, quando seu celular apitou com o aviso de que ela tinha uma reunião marcada para dali a 10 minutos, com o chefe do hospital, que a ajudaria a receber o novo neurologista de seu setor. Deixando um post-it sobre a papelada para se lembrar de onde havia parado quando pudesse retornar para aquela tarefa, ela se levantou, ajeitou o jaleco e guardou o celular no bolso, pegando a caixinha com alguns chocolates que eles sempre entregavam aos novos colaboradores para dar-lhes as boas-vindas. Cumprimentou algumas pessoas, tanto profissionais do hospital quanto pacientes, em seu caminho até o elevador, sorrindo com o bum humor de uma manhã de trabalho que, até então, fora pacífica, e chegou à sala de seu chefe com antecedência, como sempre. - Ah, Elinor, bom dia. Sente-se. O novo neurologista deve chegar a qualquer instante. - O Dr. Bernhard gesticulou para uma das duas cadeiras à sua frente. - Bom dia. - Elinor respondeu com simpatia antes de ocupá-la. - O que devo esperar dessa nova adição ao time? - Perguntou, já que não havia participado do processo de contratação dessa vez. Sua função seria apenas receber o novo neurologista, fazer um pequeno tour com ele pelo hospital e apresentá-lo aos demais integrantes de sua equipe. - O currículo é promissor, mas não tem ficado em nenhum hospital por muito tempo... De toda forma, resolvemos dar a ele uma chance. Ele é formado em Harvard, assim como você, e tem o perfil que estávamos procurando para ocupar essa vaga. - Elinor assentiu, cruzando as pernas e conferindo discretamente a hora em seu relógio de pulso. Se ele chegasse atrasado, já perderia alguns ponto com ela. Felizmente, não demorou muito para que batessem na porta. Infelizmente, a voz que acompanhou as batidas fez seu coração dar um pulo no peito e seu corpo petrificar na cadeira. Não, não, não, era tudo o que conseguia pensar enquanto o Dr. Bernhard se levantava e convidava o novo neurologista a entrar na sala. Sua mão fechou-se em um punho sobre a caixa de chocolates, amassando o conteúdo, e bastou ela virar o rosto para ter certeza de que estava ferrada. Atrás dela estava ninguém menos do que Naveen Rajaram, seu ex-marido. - You gotta be fucking kidding me. - Disse em voz alta, sem nem ao menos perceber, e recebeu um olhar assustado de seu chefe em troca. - Vocês já se conhecem? - Ele perguntou, e Elinor trincou os dentes, o corpo mais enrijecido do que o de um robô ao se levantar e ficar de frente para Naveen, que estava ainda mais lindo do que ela se lembrava - o que só a fez amassar a caixa ainda mais. - Harvard. - Respondeu apenas, como se isso fosse o suficiente para explicar sua reação; como se pudesse sequer chegar perto de resumir toda a história dos dois. Mas era o máximo que ela conseguia dizer no momento, enquanto seu cérebro tentava processar o fato de que estava prestes a se tornar colega de trabalho de seu ex-marido.
Naveen
Em poucos segundos, seu novo chefe estava abrindo a porta e estendendo a mão para ele. Naveen o cumprimentou com o maior sorriso, desejando um bom dia e pedindo licença para entrar na sala. Mas mal deu um passo para dentro e foi obrigado a parar, assustado tanto com o xingamento inesperado da mulher que também estava ali quanto com a voz dela. Naveen poderia estar no meio de um milhão de pessoas gritando enlouquecidamente, mas se ouvisse aquela voz, saberia a quem pertencia. E exatamente por isso seu corpo parou onde estava, congelado. O nervosismo que sentia virou medo e seu coração acelerou como há muito não acelerava. Era Elinor bem ali, à sua frente. Se pudesse, se conseguisse, esticar o braço poderia tocá-la. Suas palmas suaram como se ele estivesse jogando basquete ou vôlei há horas e ele agarrou-se à sua pasta para não deixá-la deslizar, encolhendo-se minimamente. Dr. Bernhard, assustado com a reação dela, perguntou se os dois se conheciam e Naveen abriu a boca para responder, mas as palavras não saíram. Como explicar que eram divorciados sem deixar aquela "reunião" mais esquisita e seu novo emprego em risco? Como explicar que a mulher provavelmente preferiria vê-lo deitado numa da maca no setor de necropsia do que trabalhar ao lado dele, como provavelmente faria dali por diante? Elinor respondeu por eles, falando que se conheciam da faculdade, sem dar detalhes nem explicar sua reação, então restou a ele apenas assentir quando o homem o olhou. – Bem, não precisam de apresentações então. Só peço que, seja lá qual for o motivo dessa reação, vocês consigam trabalhar bem em equipe aqui. Elinor é a responsável pelo nosso setor de neurologia, Dr. Rajaram, portanto sua nova chefe. Queria apresentá-los antes de iniciarmos o dia. – O homem voltou para a sua cadeira e sentou-se, sem saber como seguir com aquela conversa, uma vez que fugira totalmente do que ele havia imaginado. Naveen ainda estava parado, temendo o que ela poderia fazer com ele caso falasse qualquer coisa. Mas ele não poderia continuar calado, não quando seu coração batia acelerado com a visão de sua ex-esposa, mais linda e perfeita do que nunca, à sua frente sem que fosse apenas mais um grande sonho apaixonado seu. – Oi, Nelly.
Elinor
O Dr. Bernhard não insistiu em maiores detalhes, ao que Elinor foi grata, mas pediu para que, fosse qual fosse o motivo que a levara a reagir daquela forma, eles pudessem deixar de lado para trabalharem juntos. Ela fechou os olhos por um instante, xingando mentalmente a si mesma dessa vez. Ainda não estava acreditando que teria que aturar conviver com Naveen, mas independentemente de qualquer coisa, não podia deixar sua posição no hospital ser comprometida tendo aquele tipo de reação na frente de seu chefe. - Mas é claro, Dr. Bernhard. Peço desculpas pela minha, ahn... animosidade. Eu só não esperava que ele fosse ser o nosso novo neurologista. - Disse, voltando a encarar o ex marido com as narinas dilatadas de raiva agora que seu chefe se sentara atrás dela. Naveen, que até então tivera a decência de permanecer calado, finalmente resolveu falar, e ouvi-lo chamá-la de Nelly foi como levar um soco no estômago. Elinor ficou sem ar, sem saber se se sentia nostálgica ou ainda mais enraivecida ao ouvir o apelido carinhoso novamente depois de tanto tempo. - Rajaram. - Respondeu apenas, quando conseguiu se recuperar, e estendeu a caixa de chocolates amassada para ele. - Seja bem-vindo. - Não havia como soar sincera, por mais que tentasse, para ao menos não manchar tanto sua reputação com seu chefe. Felizmente, porém, o Dr. Bernhard não os manteve ali por muito mais tempo, tendo que atender a outros compromissos. Apenas fez algumas apresentações gerais a Naveen e disse que o restante ficaria por conta de Elinor, responsável por levá-lo em um tour pelo hospital e explicar como tudo ali funcionava. Ela teve que lutar para não afundar o rosto nas mãos ao pensar em como seriam as próximas horas, dias, meses... Quem saberia dizer quanto tempo. Mas manteve a compostura até os dois serem dispensados. Encostando a porta da sala do chefe com cuidado, Elinor deu alguns passos em direção ao corredor, com Naveen a seguindo, e então parou quando achou que já não seriam mais ouvidos, virando-se de súbito para ele. - O que é que você pensa que está fazendo aqui? - Questionou-o.
Naveen
Obrigado. – Ele sabia que ela não queria dizer aquilo, mas ainda assim agradeceu com sinceridade. Estava lutando para ter algo significante em sua vida depois de tanto tempo, aquele emprego era sua última oportunidade, a última chance que daria a si mesmo. O chefe geral lhe fez algumas apresentações básicas e então os dispensou, deixando a cargo de Elinor lhe apresentar o resto do hospital e o que houvesse mais, desde o funcionamento às pessoas que trabalhavam ali. Naveen não achou que aquela fosse a decisão mais esperta do homem diante da reação da mulher, mas assentiu e a seguiu para fora da sala. Ele achou que o tour começaria naquele mesmo minuto, mas Elinor parou abruptamente, fazendo-o quase esbarrar nela. Deu um passo para trás, para manter uma distância segura dela e fez uma careta para a pergunta dela. – Bem, eu vim trabalhar. A vaga estava aberta e o Dr. Bernhard gostou do meu currículo quando o enviei. Eu não sabia... Eu não sabia que você estava aqui, muito menos que seria minha chefe. Mas isso é ótimo, fico muito feliz em te ver novamente e saber que está bem. Eu senti saudades de você. – Falava com sinceridade, mas se preparou para uma reação ruim dela quanto aquilo
Elinor
Elinor semicerrou os olhos, desconfiando de cada uma de suas palavras. Ela e Naveen tinham de fato se conhecido em Harvard, quando eram ainda dois calouros de medicina, e já competiam um com outro o tempo todo antes mesmo de começarem a namorar. Com o término, então, Elinor só conseguia associar cada ação do homem com o intuito de querer prejudicá-la de alguma forma, o que tornava ainda pior o fato de ele estar ali. Quando ele disse que ficava muito feliz em vê-la e saber que estava bem, e mais, que sentira saudades dela, a desconfiança voltou a ser substituída pela raiva, e foi bom que a caixa de chocolate já não estivesse em suas mãos ou ela teria destruído o que restava de conteúdo preservado lá dentro. - Você é muito cara de pau, Rajaram. Mas eu é que sou tola de ainda me surpreender com isso. - Revirou os olhos. - Depois de tudo o que aconteceu, você ainda me vem com essa. Pois saiba que eu não tinha a mínima intenção de te reencontrar nunca mais na minha vida, e se você tivesse o mínimo de decência recusaria essa oferta de emprego agora mesmo. Esse é o meu local de trabalho, ok? Tem sido há anos e eu dei duro para chegar onde estou agora. Não preciso de você aqui me atrapalhando.
Naveen
Foi bom ter se preparado, pois seja lá o que Naveen torcia para escutar em resposta ao que tinha dito, ele recebeu o completo oposto. Elinor não mediu palavras sobre seu descontentamento em vê-lo novamente, ainda mais em seu local de trabalho – local de trabalho de ambos agora. Ele, no entanto, não achou que ela fosse pedir para que se demitisse. Qualquer outro pedido – desde “me deixe em paz” a “nunca mais fale comigo” – ele seria capaz de realizar. Merda, ele faria qualquer coisa para realizar o que quer que fosse, mesmo que fosse a coisa mais dolorosa do mundo para ele. Tudo, menos aquilo. Sem aquele emprego, Naveen estaria completamente perdido. – Eu não vou te atrapalhar, Nelly. Estou aqui para trabalhar, apenas isso. Eu preciso desse emprego e não farei nada que possa custar ele. Realmente não sabia que você estava aqui, mas deveria ter imaginado, fazia parte dos nossos planos trabalhar aqui. Parece que conseguimos no fim, de um jeito bem diferente do imaginado, mas ainda conseguimos. Então você pode duvidar do que eu digo o quanto quiser, mas é com muita sinceridade que digo que estou feliz por você. – Repetiu. – Não vou entrar no seu caminho nem te dirigir a palavra se for o que você quer de verdade, mas não me peça para desistir desse emprego. É tudo que eu tenho agora.
Elinor
E lá estava novamente, o apelido que Naveen lhe dera. Por muitos anos, fora sua forma favorita de ser chamada, mas agora só a lembrava do que ela não tinha mais. Do que eles não tinham mais. Naveen não parou por aí, no entanto, dizendo que deveria ter imagino que ela estaria ali já que aquele havia sido o plano dos dois, quando ainda eram casados. "Parece que conseguimos no fim, de um jeito bem diferente do imaginado", foram suas palavras, e foi o que bastou para reabrir a ferida em seu peito que ela nunca conseguira de fato cicatrizar. 3 anos haviam se passado desde o divórcio, e ela tentara de todas as formas, com terapia e buscando se abrir para novas experiências, conhecer novas pessoas, mas até então não tivera sucesso. Não conseguira superar o que acontecera, e agora Naveen estava ali, relembrando-a de tudo, e dizendo que não poderia desistir daquele emprego, pois fosse o que fosse que tivesse acontecido em sua vida profissional, era tudo o que ele tinha agora. Elinor não sabia se gritava com ele ou se começava a chorar, mas a última coisa que queria era que ele visse o quanto ainda a afetava - para além do que ela já tinha deixado óbvio com seu ataque de raiva. Então tentou pensar de forma lógica, se organizar mentalmente para dar o próximo passo. Ele não pediria demissão; ela também não podia demiti-lo sem a aprovação de seu chefe. Ao menos, Naveen prometera não entrar em seu caminho, e ela teria que contar com isso. - Ok, me escute bem. Se você der um único passo em falso, eu não irei hesitar em reportá-lo imediatamente ao Dr. Bernhard. Não me importa os problemas em que você se meteu, se essa é a sua única oportunidade, então ande na linha. Não me atrapalhe e não me chame de Nelly. - Enfatizou a palavra o máximo que pôde, olhando bem para ele. - É Dra. MacLean para você. Agora venha, vou te mostrar o que você precisa conhecer do hospital antes de começar a trabalhar. - Virando-se novamente de costas para ele, Elinor começou a apresentá-lo, da forma mais direta possível, ao andar administrativo do hospital, onde eles estavam.
Naveen
O silêncio de Elinor foi ensurdecedor. De imediato, Naveen se arrependeu do que havia dito. O desejo de se desculpar o preencheu, deixando-o desconcertado e envergonhado, mas não teve coragem de dizer as palavras ela, teve medo de piorar sua situação com ela e por em ainda maior risco seu novo emprego. Três anos haviam passado, mas Naveen ainda não sabia como se desculpar ou fazer com que seus erros não a afetassem, como não magoá-la. Elinor era forte e sabia fingir bem quando queria, mas ele a conhecia bem, três anos separados não eram o suficiente para fazê-lo esquecer os pequenos detalhes sobre ela. Na verdade, tempo algum seria capaz disso. Apertando a caixa de chocolates, ele esperou por uma resposta e a que recebeu era mais uma ameaça do que qualquer outra coisa. Assentiu para ela, muito embora soubesse que seria doloroso para si chamá-la daquela forma. Mas tinha que concordar, era ela quem dava as cartas ali. Após este "acerto de contas", Elinor virou-se e começou o tour, o que Naveen realmente não imaginou que receberia, mas a ouviu com atenção, tentando guardar na mente cada porta e cada placa do hospital. Somente ao chegar no setor de neurologia, Naveen se permitiu falar com ela outra vez. – Terei um consultório só para mim ou são feitos rodízio de salas de acordo com o plantão, Ne... Doutora?
Elinor
Para que não precisasse estender seu tempo sozinha com Naveen para além do necessário, Elinor fez o que pôde para que o tour pelo hospital fosse o mais rápido possível, até que por fim chegaram ao setor de neurologia. Pela primeira vez desde que começara o tour, Naveen dirigiu a palavra a ela. Elinor notou que ele quase a chamara pelo apelido de novo, mas fingiu que não. - Você vai ter sua própria sala. - Respondeu, saindo do elevador sem olhar para ele. - Fica bem ali. - Apontou na direção da sala em questão. - Mas antes de entrar para arrumar suas coisas, você precisa conhecer o restante da equipe. - Indicou rapidamente para que serviam ou a quem pertenciam as demais salas do corredor até chegar à pequena recepção daquele andar, onde os pacientes que marcavam consultas especificamente de neurologia aguardavam. Aproveitando que, por enquanto, a recepção estava vazia, ela se aproximou do balcão e pediu que Felicity, a secretária do setor, reunisse todos os doutores que não estivessem atendendo naquele momento. Felicity foi rápida em atendê-la, mas não sem antes desviar o olhar para Naveen e sorrir um sorriso um pouco receptivo demais, na opinião de Elinor, mas ela tentou não se importar com isso. Porém, quando estava com quase toda a equipe de neurologia reunida - cerca de 10 especialistas, já que aquele era um hospital grande -, foi mais difícil tentar ignorar os olhares que praticamente todos eles lançavam a Naveen, especialmente as mulheres, mas não apenas elas. Xingando o ex-marido mentalmente por ser provavelmente o homem mais bonito que já pisara ali, ela suspirou antes de apresentá-lo a todos. - Pessoal, esse vai ser o nosso novo... Colega de equipe. Dr. Naveen Rajaram, neurologista formado em Harvard, que está começando hoje. Dr. Rajaram, essa é a sua nova equipe. - Ela odiou dizer aquelas palavras, mas as disse mesmo assim, sendo profissional ao menos em frente aos demais colegas, já que não conseguira ser em frente ao seu chefe.
Naveen
A resposta foi tão direta quanto a pergunta, com o adendo apenas de um gesto dela em direção à porta da sala que logo seria dele. Naveen assentiu. Era melhor assim, pois costumava ser meticuloso com suas coisas e dividir o consultório com outros médicos não era algo que achava agradável. Elinor, no entanto, não deixou que ele fosse de uma vez para lá, o que sinceramente o surpreendeu. Aquela era uma chance clara de se livrar de vez dele, pelo menos por aquele dia, mas Elinor estava disposta – a base de raiva – a fazer o que lhe fora mandado. Naveen acenou para a moça com a qual ela falou na recepção, que sorriu de uma maneira que não era nova para ele. Resolveu fingir que não havia notado e apenas esperou ao lado dela enquanto os neurologistas com quem iria trabalhar dali por diante foram chegando um a um para conhecê-lo. Não havia necessidade daquela pequena reunião, Naveen preferiria ter conhecido os outros aos poucos, quem sabe durante intervalos de plantão, mas ainda assim foi simpático e apertou a mão de todos. Dessa vez foi difícil ignorar os olhares e sorrisos. Sabia que era um homem bonito e se esforçava sempre para estar no seu melhor, os sorrisos e olhares eram gratificantes e faziam bem para o seu ego, mas Naveen estava longe de se importar ou levar a sério qualquer possível flerte que poderia surgir ali. – É um prazer conhecê-los e um ainda maior fazer parte desta equipe. – Falou ao voltar para o lado de Elinor. – Espero completar a equipe da melhor maneira possível, podem contar comigo para o que precisarem.
Elinor
Naveen cumprimentou a todos com simpatia e a recebeu em dobro do restante da equipe, muitos vindo apertar sua mão e conversar brevemente com ele enquanto Elinor contava até 10 mentalmente para aguentar permanecer ali. Repetiu o exercício por um minuto antes de decidir que já tinha sido tempo de interação suficiente, dispensando a todos para que voltassem para os seus trabalhos. Agora era o momento de perguntar se Naveen ficara com alguma dúvida e dizer que estaria disponível para o que ele precisasse, mas isso já seria demais para ela, então disse apenas para que ele falasse com Felicity ou algum dos outros neurologistas se precisasse de algo, dispensando-o também antes de ir para a própria sala. Elinor bateu a porta com um pouco mais de força do que o necessário, afundando em sua cadeira e massageando as têmporas com ambas as mãos. Não fazia ideia de como seria seu dia a dia dali em diante tendo que conviver com o ex-marido, mas teria que dar um jeito de se adaptar àquela situação pois, assim como Naveen, não era uma opção para ela sair dali.
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naveenrajaram · 3 years
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