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eu quero viver rápido
não é que eu queira morrer cedo
mas viver sem fazer nada
marinando meus lamentos
amargurado entre as paredes da minha casa
é um preço que eu não pago
pra ganhar mais uns aninhos
quem sabe ver mais coisas
ter mais tempo aqui sozinho
ah, que graça tem
ter que pedir licença
viver devagarinho
eu quero correr, passar de 100 por hora
bom...
quem sabe eu nunca chegue nos meus 100
mas é melhor que viver sem
ter vivido de verdade
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só pt. 2
ouvir a voz da juventude pra cantar como anda a vida acelero minha corrida mês a mês eu aproveito a dor e luz dessa tal larga solitude até porque sair, cantar a sós que mal tem, cá entre nós meu isqueiro sabe de todos segredos deus me livre desse medo agora que eu já me joguei pelas ruas do mundo, na vida, na esquina, no samba eu só faço aquilo que eu quero e não que façam por mim e aí... se quiser vir, também te quero eu quero um tenis dos mais zika um rango pra minha larica viver a vida sem querer saber do fim enquanto eu tiver voz e juventude eu hei de cantar sozin...
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Invisível pt. 3
perguntaram por mim na terça, quarta
hoje,
mais umas outras tantas vezes
e eu, sem querer,
persigo minha ausência
logo eu, que nunca tive vícios
faço da vida uma pura abstinência
nunca retornaram minhas cartas
pra ser sincero
eu me sinto invisível
não via razão pra nada
ainda assim eu me sentia incrível
eu vim sozinho e consegui
por isso sempre me senti incrível
mas sentem minha falta
e sem mim é difícil
outras tantas dores travestidas de saudade
que me cobram por querer ser
e tudo dói quando não é como um outro alguém quer
a culpa sempre é minha quando arde
e quando não podem me culpar pela presença
me cobram pela ausência
se eu não gostasse tanto
de contrariar o que me imploram só de birra
eu não seria tanta farra
e nem saberia o gosto desse meu sorrir
sinceramente
eu ainda sinto saudade
mas acho que eu só queria sumir
queria ser invisível
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o quase e o devir
há tanto que poderíamos ter feito
e no entanto
não há mais nada a fazer
é doido pensar assim
no que deixou de ser
foi por um tiquim
de sorte, coragem
ou sei lá o quê
daqui é tão fácil ver o mar
e sorrir não dói como era antes
mas me dá tanta vontade de voltar
e, no final
é tudo sempre desse jeito
o ir e vir da maré, que quer voltar
mas que não deixa de partir
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só
cantei pra ver se o vento vinha
soprando boas notícias
é que no pico da montanha
sinto o ar mais rarefeito
ser sozinho faz cada vez mais efeito
e meus remédios e meus vícios
se misturam na beira do precipício
hoje eu
me embriago sozinho
sem maldade ou precisão
me falaram que é assim
que se resolve os problemas
de um homem são
que zica
acreditei ser como eles
mas no fundo não tem mais ninguém aqui
além de mim
e não me resta outra opção
senão aprender a ser assim
só
eu sei que o mundo pede isso
uma procura assim tão grande
pelo que, no fundo, é egoísmo
e seu cinismo é a chave pra
querer ser como eles
mas fugir da nossa pele
só resgata nossa sede
pra beber água que arde
e fumaça toda tarde
acho mesmo que isso é tudo um ciclo
que não sei como quebrar
ou talvez seja um circo
e eu não nasci pra performar
aqui de longe
toda dor é irrisória
e as coisas que mais amo nesse mundo
fogem fácil da memória
ainda encontro outra visão
outro jeito de contar a minha história
mas agora tudo que eu preciso mesmo
é aprender a ser
só
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