Tumgik
nosfetaru · 4 years
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BESTIA TRIO
Esse capítulo se passa no futuro, ou seja, no presente, Evan e Emily ainda são crianças. Link da música do capítulo, clique AQUI.
Os olhos e os sentidos de Emily estavam atentos, enquanto ela permanecia parada no meio das ruínas parcialmente escuras. Tudo estava um caos com destroços espalhados pelo chão, janelas quebradas que deixavam finas linhas de luzes entrarem, camadas de poeira dançando no ar e ratos e baratas se esgueirando por todos os lados de forma silenciosa.
Esse era o local que deveria ser inspecionado e, como a Condessa Drácula, Emily poderia ter pedido que os seus vampiros fizessem o trabalho, mas, ela mesma, em pessoa, queria vasculhar as ruínas em busca dos lobos que tentavam se abrigar no que pertencia a ela. Isso era dos vampiros, essas ruínas ficavam no seu território e Emily não permitiria que nenhum lobo se escondesse ali.
Há muitos séculos atrás, quando seus pais, Elena e Taehyung Dracul, expurgaram os lobos, desde então eles têm se mantidos escondidos, mas a pouco mais de cinco meses, começaram a surgir boatos de que algumas matilhas estavam invadindo os territórios vampíricos atrás de residência e nova habitação. E essas ruínas, aparentemente, seriam um dos lugares ocupados.
Sua cabeça virou para a esquerda quando ela escutou um barulho baixo. Seu semblante ficou ainda mais sério e seus olhos se apertaram, olhando em direção a uma pilastra quebrada que deixava a amostra as vigas de ferro.
— Saia agora! Eu sei que você está aí! — Ela diz alto e em bom som, com seu tom de voz imponente que mostrava superioridade e fazia com que todos os vampiros a temessem.
Uma risada baixa ecoa pelas ruínas, antes que passos ressoem sobre as pequenas pedrinhas e pedaços de destroços no chão.
— Você precisa ver essa cara que faz quando está séria desse jeito. — Entre risos provocativos, Evan sai de trás da viga, com as mãos atrás da cabeça de um jeito descontraído.
— Eu sabia que era você, idiota. — Emily quase revira os olhos para o irmão, que não parece afetado com suas palavras.
Evan se aproxima calmamente dela, fazendo sua irmã o observar com atenção: ele estava sem camisa, deixando todos os músculos do seu tronco visíveis, assim como, as manchas de sangue espalhadas por sua pele pálida e a enorme tatuagem de caçador que cobria suas costas largas.
— Por que está sem camisa? — Emily pergunta.
— Encontrei nossos inquilinos pelo caminho e eles arruinaram minha roupa. — Evan dá de ombros, enquanto aponta para as calças pretas manchadas de sangue também.
E apesar de todo o líquido em vermelho vibrante que sujava sua pele e calças, Evan não parecia machucado, na verdade, ele estava perfeitamente bem.
— E você, encontrou alguma coisa aqui? — ele pergunta.
Emily suspira.
— Se ratos e baratas contarem, então eu encontrei. — Ela reponde, fazendo Evan rir.
No segundo seguinte, eles ficam em silêncio por algum tempo, antes de captarem um som ao longe que vai ficando cada vez mais alto, até que um borrão rápido atravesse uma das janelas no alto das ruínas, fazendo os poucos resquícios de vidro que ainda haviam ali, voarem junto com o corpo que cai no chão.
O garoto de cabelos escuros, que tinha as mangas da blusa branca rasgadas em algumas partes, resmunga de dor, antes de se levantar do meio dos cacos de vidro, segurando algo que pingava sangue.
— LOBO A CAMINHO! — Em um gesto exagerado demais, Ian se vira para Emily e Evan, mostrando a cabeça decepada que ele carregava nos braços, soltando-a logo depois.
Os dois irmãos não têm tempo de, sequer, dizerem algo, pois, em seguida, um grupo de cinco lobos invade as ruínas.
— Aí estão os nossos inquilinos. — Evan sorri e aponta para os lobos, enquanto encara Emily.
Ela olha de Evan para Ian, querendo simplesmente xingá-los por serem tão despreocupados e atraírem os lobos desse jeito.
— Você realmente se parece com a sua mãe. — Um dos cinco homens-lobos dá um passo para frente, se mostrando o líder daquela pequena matilha. — Eu não a conheci, mas pude vê-la lutar em Upiór. — Os olhos dele percorriam cada centímetro do rosto da jovem Drácula.
— Então você a viu matando os lobos? Aposto que foi glorioso, já que a minha mãe era a melhor. — Emily sorri de lado, exatamente como o seu pai fazia.
O homem-lobo fica com a mandíbula tensa.
— E a minha mãe, você também a viu? — Ian pergunta com certa expectativa e nem parecia que ele estava em meio a um confronto.
O homem encara Ian por alguns segundos, estreitando os olhos até reconhecer as semelhanças.
— Sua mãe era louca. — O líder responde.
Evan ri alto como se tivesse acabado de escutar a melhor piada do mundo.
— Você está certo. — Ian fala de um jeito exagerado que lembrava Hoseok. Mas, no segundo seguinte, tudo isso some e um olhar sombrio paira sobre os seus olhos escuros, antes que o vampiro suma e apareça, em um piscar de olhos, atrás do homem-lobo, atravessando a mão que entra nas costas e sai no peito dele, segurando o coração pulsante e molhado. — Acho que sou um pouco como ela. — Ele diz para o corpo morto, antes de puxar seu braço para fora.
Os quatro lobos que restaram, se agitam, recuando espantados, antes que um deles chacoalhe a cabeça e tente atacar Ian, saltando em sua direção. Mas Ian grita como se estivesse com medo e se abaixa, fazendo assim, o lobo ir em direção a Evan que, com facilidade, o chuta para longe.
Emily é a próxima que se movimenta, correndo na direção dos três que permaneceram parados, conseguindo, sem esforço, arrancar dois corações de uma vez só. E quando o único que restou, tenta atacá-la, Emily o segura pelo pescoço, apertando o local até os seus ossos estalarem. Depois ela joga o lobo no chão e pisa em seu peito com o salto de uma das botas até que ele perfure seu coração que pula para fora quando ela puxa o pé com o órgão fincado no salto.
— Ela não é sombria como um Drácula, Evan?! — Ian se vira, usando seu tom de voz zombeteiro.
Evan, que segurava o corpo morto com um buraco maior do que convencional no peito, ri baixo.
— Ela é como o nosso pai. Às vezes, até eu fico com um pouco de medo dela. — Ela finge falto assombro na voz.
Ignorando os risos e provocações, Emily usa a mão limpa para pegar o celular guardado no bolso detrás das calças, vendo algumas mensagens.
— Precisamos ir agora e nos aprontar. — ela avisa.
— Vamos mesmo para Upiór ainda hoje? — Ian pergunta de forma desanimada, com os ombros caídos.
Nos últimos meses, os lobos não foram o único problema. Aparentemente, depois de fracassarem em todas as suas tentativas, o Vaticano passou a querer invadir Upiór por algum motivo desconhecido, mas, considerando que o vilarejo abandonado se tornou um catalizador de mágica, os vampiros sabiam que nada de bom surgiria dessa invasão.
Os lobos eram apenas uma pequena pedra no caminho comparados ao Vaticano agora, e depois de algumas semanas de planejamento, Emily, Evan e Ian iriam até o vilarejo resolver isso de uma vez por todas, mas, antes, tiveram que tirar um tempinho para encontrar alguns lobos teimosos.
— Alguém deveria destruir aquele lugar. — Evan resmunga, indo para perto de Emily e Ian.
— Aquele lugar foi onde os nossos pais se conheceram. — Não que Emily gostasse do vilarejo, longe disso, mas ela respeitava as memórias.
Evan cruza os braços e se inclina em direção a irmã, deixando sua respiração quente acertar o rosto dela de propósito.
— E foi lá que eles quase morreram também. — ele desdenha, sério.
— Ei! Ei! Crianças, sem brigas. — Ian passa os braços pelos ombros dos dois, os puxando para perto. Embora fossem seus primos, Ian cresceu com Emily e Evan e sabia exatamente reconhecer quando uma briga estava prestes a se iniciar entre os irmãos.
Emily suspira pela segunda vez.
— Vamos logo antes que eu mate vocês dois como fiz com os lobos.
***
Talvez, meia hora depois, os três já estavam atravessando a porta de entrada do enorme castelo em Hide.
— Condessa. — Educadamente, Skull a recebe.
— Skull! Eu estava com saudades! — Ian abraça o mordomo que não se importa em estar tendo suas roupas sujas pelo sangue em Ian.
— Nos vimos hoje de manhã, senhor. — Skull responde.
Evan ri e empurra Ian para longe
— Você pode me arrumar alguns daqueles biscoitos de chocolate? — Evan pergunta. Ele realmente amava esses biscoitos, pois, eram os mesmo que sua mãe costumava fazer para ele e sua irmã quando eram mais novos.
— Claro, farei isso. — Skull responde, enquanto fecha a porta.
— Não, Evan. Não vamos ter tempo para comer, vamos apenas nos trocar e depois iremos. — Emily fala sem olhá-lo, seguindo seu caminho pelo hall.
Evan faz uma careta imitando a irmã falar e Ian ri escandalosamente.
— Para viagem. — Evan pisca para Skull, que assente.
Assim que Evan e Ian alcançam Emily, Joshe, um dos vampiros de confiança, surge.
— E então? — Emily pergunta, enquanto todos sobem a grande escada em forma de caracol.
— Muitos Filhos da Sombra estão tentando invadir o vilarejo, de uma vez. — Joshe reponde, enquanto Evan e Ian vinham despreocupadamente atrás.
— Todos os vampiros e caçadores das nossas igrejas já estão prontos? — Eles chegam no andar de cima e Emily entra no corredor de seu quarto.
— Sim, senhora.
— Ótimo. Pode pedir que eles comessem a ir já, nós só iremos nos ajeitar e partiremos também. — Ela abre a porta escura.
— Certo. — Joshe assente, se afastando e voltando pelo corredor.
Evan e Ian entram juntos no quarto de Emily e, enquanto Evan se joga deitado na cama da irmã, Ian se sentada na ponta com as mãos apoiadas para trás do corpo.
— Saiam da minha cama. Vocês estão sujos. — Emily resmunga, indo até seu enorme guarda-roupas a procura de algumas peças limpas.
— Qual o problema? Você está mais chata que o normal hoje. Tudo isso é por que o Casper não te ligou depois da última noite? Vocês brigaram de novo? Será que talvez ele não seja aquele príncipe que todos achavam? — O rosto de Evan se contrai em uma expressão provocativa, enquanto ele cruza as pernas esticadas e apoia as mãos atrás dos cabelos brancos que iam até o pescoço.
— Casper? — Ian olha Evan, que assente. — Eu não gosto muito dele. Você deveria sair com a Zafrina. Acho que ela gosta de você, não gosta? — Ele parece pensar por alguns segundos. — Tanto faz, só sei que ela é mais bonita e mais interessante que o Casper.
— Como você sabe que ela é interessante? — Evan arqueia as sobrancelhas e Ian dá de ombros de forma despreocupada.
— Eu sinto que enquanto eu viver, vocês não pararão de me chatear. — Após escolher algumas roupas e um novo par de botas, Emily fecha as portas de vidro do guarda-roupas.
— É para isso que serve a família. — Ian fala. — Vamos lá, não fique chateada por conta de um idiota, Lily.
Ela gira em direção a eles, fazendo os longos cabelos brancos balançarem.
— Eu fico chateada sim, mas não quero que vocês tomem conta da minha vida, porque, pelo menos, eu tenho um relacionamento e não vou passar o resto da vida sozinha. — Ela diz, frustrada, antes de suspirar e pensar que estava sendo uma boba em se preocupar tanto com um vampiro atoa.
— Ai!… Essa machucou. — Evan leva a mão até o peito desnudo. — Bem, eu não tenho um relacionamento porquê não quero. Estou bem apenas saindo com algumas pessoas interessantes. — Ele sorri de forma cínica, se lembrando de todos aqueles que já caíram em seu charme de vampiro herdado de Taehyung.
— Você é um sem-vergonha. — Emily levanta as sobrancelhas, rindo baixo sem humor e pegando com a cabeça.
— Eu acho que prefiro “idiota”. — Evan rebate, se referindo a maneira como a irmã o chamou nas ruínas.
— Não sei se quero um relacionamento. — Ian se joga para trás, deitando na cama.
Emily revira os olhos, antes de dar as costas para eles e ir até o banheiro a fim de se trocar.
Em seguida, em um salto bem elaborado, Evan se levanta e segura a mão de Ian, o puxando para fora da cama.
— Vamos nos aprontar também. Não quero ser jogado na fogueira pela Senhora Drácula mal-humorada. — Evan caçoa.
Os dois deixam o quarto de Emily e descem a escada de caracol, em seguida, indo atrás da masmorra escondida no enorme castelo. E depois de atravessarem uma passagem de pedra e uma porta de madeira reforçada, eles entraram em uma sala fortemente iluminada e repleta das mais variadas armas brancas e de fogo.
— Sem sombra de dúvidas, esse é o meu lugar favorito no castelo. — Os olhos de Ian quase brilhavam quando ele fitava os revólveres, facas, rifles, estacas e outras armas que, apesar de antiquadas para sua época, carregavam um grande valor simbólico.
Ian se aproxima de um grande painel cinza, onde, vários tipos de armas, estavam acopladas. Então, ele puxa dois revólveres e os gira habilidosamente nas mãos, antes de enfiá-los dentro do cós das calças escuras.
— Eram os favoritos da minha mãe. Ela fazia um baita estrago com apenas dois desses. — Ele diz, escondendo as armas com a barra da blusa manchada de sangue.
— Você se lembra da vez em que o Vaticano tentou nos sequestrar, mas sua mãe deu um jeito de se infiltrar e matou, pelo menos, uns oito só com tiros nas testas? — Evan pergunta e os dois riem como se essa fosse uma memória feliz.
— Com certeza eu lembro, nunca vi sua mãe tão nervosa antes. Foi a primeira vez que eu vi como um Van Helsing ficava quando estava daquele jeito. Ela teria matado o restante se seu pai não tivesse chegado daquele jeito assustador. — Ian finge tremer os ombros e Evan ri.
— Ele gostava dessas coisas, igual a Lily. — Evan sorri, antes de suspirar.
Os dois ficam em silêncio por alguns segundos.
— Eles fazem falta, não é? — A expressão animada de Ian se transforma em um pesar tristonho.
— Todos os dias. — Evan responde, sabendo que não importa quantos séculos passassem, a vida nunca seria a mesma sem os seus pais ao seu lado.
Pouco tempo antes de Emily se tornar o novo Drácula, Taehyung morreu, levando Elena junto, onde, após o nascimento dos filhos, ela passou a encarar as coisas de uma forma completamente diferente. Elena tinha os seus princípios Van Helsing, mas ela não podia escolher eles ao invés dos filhos e foi justamente por isso que alguns anos mais tarde, ela se entregou por completo a Taehyung, pedindo que ele a transformasse em vampira para que eles pudessem viver mais longos anos com os filhos. De longe, essa foi a decisão mais difícil que Elena tomou, mas valeu a pena, pois, todos os séculos seguintes ao lado do seu marido e dos seus filhos, os vendo crescerem e se tornarem o que são hoje, nunca a fizerem se arrepender. Mas, quando a nova lua de sangue chegou e Taehyung começou a enfraquecer para que Emily tomasse o seu lugar, foi o indicador de que a bela história estava acabando. E, no final, Elena foi aquela que acabou cumprindo as palavras de Taehyung: “No dia em que você se for, eu vou junto”. E assim, ambos partiram ao mesmo tempo, sabendo que ainda se encontrariam em muitas outras vidas.
Não havia arrependimento para aquela família, pois, eles ficaram juntos por mais de cinco séculos. Mas, quando você vive por tanto tempo, a vida se torna menos interessante e as cores ficam mais apagadas. Tudo precisa ter um começo, meio e fim, caso contrário, você apenas passa por seus dias de forma entediante. E antes que isso pudesse acontecer, Taehyung partiu com Elena, deixando para trás apenas os mementos bons, antes que tudo se perdesse. Evan e Emily não tinham mágoas, eles foram felizes com os pais, mas, também, sabiam que a saudade seria eterna e que um dia todos eles se encontrariam de novo e de novo, para sempre.
Com Lilu e Hoseok foi do mesmo jeito, por isso, Ian compartilhava dos mesmos sentimentos que seus primos.
Depois de guardarem todas as suas memórias e melancolia, Evan e Ian pegaram tudo que iriam levar e foram atrás de Emily.
— Vocês vão assim? — Emily perguntou quando eles entraram em seu quarto, percebendo que não se trocaram.
— Estamos indo para um confronto e eu não quero estragar mais roupas. — Evan responde de forma desinteressada.
— E por que estão levando tudo isso?
— Eu sou um caçador. — Evan se vira para a irmã e aponta paras as próprias costas em direção a grande tatuagem coberta pelas espingardas presas nas tiras de couro que transpassavam por seu tronco despido. — E eu também acho que será divertido testar tudo isso. — Ele balança a balestra com uma das mãos.
— Eu me dou bem com as armas. — Ian completa.
Embora esses dois estivessem carregados até dos dentes, todos sabiam que eles não precisavam de tanto, pois, já tinham seus poderes vampíricos. Mas, não havia ninguém que gostasse tanto de armas como esses dois, provavelmente, por influência de suas mães que os ensinaram tudo eles sabem sobre armamento.
Emily tenta conter um riso, mas ele acaba escapando pelo nariz.
Ela realmente estava aborrecida hoje, mas, mesmo que esses dois sempre a chateassem com suas provocações, ela apreciava muito a campainha de ambos, pois, se havia alguém que pudesse melhorar seu humor, com certeza, era Evan e Ian. E embora Ian fosse seu primo, tanto Emily como Evan, o consideravam como um irmão, já que os três foram criados juntos.
— Certo, então vamos indo porque à viagem será longa. — Com essas palavras, tanto Evan quanto Ian fazem caretas em desaprovação e Emily logo soube que talvez levar tantas armas não fosse de todo mal, já que assim que eles começassem a incomodar, ela facilmente poderia atirar em algum deles.
Os três saem do quarto e vão até à escada, e antes mesmo de chegar na metade dela, encontram Joshe, que avisa que eles tinham visitas. Eles ficam um pouco confusos, mas terminam de descer a escada e vão em direção ao hall. Skull surge com um saco marrom de biscoitos, mas antes seu irmão tenha a chance de o pegar, Emily o puxa para longe, pois, algo dentro dela dizia que eles deveriam checar logo quem eram essas tais visitas.
Ao caminharem pelo hall, dessa vez, eles observam por breves momentos, os quadros pendurados nas paredes, onde, todos os membros da família Dracul estavam emoldurados. E ao passarem diante do quadro que julgavam como o mais especial, aquele com a foto de seus pais os segurando quando eles ainda eram pequenos, Evan e Emily dizem juntos:
— Anima eius et animae omnium fidelium defunctorum per Dei misericordiam requiescant in pace.
No mesmo instante, um frio estranho arrepia a espinha de Evan e logo ele sabe o que estava os esperando do lado de fora.
Ian toma a frente e abre a porta, fazendo uma expressão de surpresa.
— Nós temos muitas visitas. — Ele empurra a porta, revelando um grande grupo de lobos do lado de fora, todos com olhares amarelados, garras envenenadas e caninos longos.
— Vocês não cansam nunca? — Emily arqueia as sobrancelhas e se coloca entre Ian e Evan, saindo do castelo.
Ela recebe apenas rosnados em resposta.
— Aquela ali é bonitinha. — Evan fala baixo e aponta para uma mulher-lobo de cabelos enrolados.
— Aquele também. — Ian aponta para um lobo perto dela.
— Vai ser uma pena matá-los. — Evan suspira falsamente.
E, com isso, os três ficam mais próximos, segurando suas armas e deixando seus olhos vermelhos, prontos para terminarem com essa briga mais rápido do que os lobos perceberiam, mostrando para cada um deles o porquê de terem sido nomeados, por outras criaturas místicas, de bestia trio.
Um sorrio perigoso surge nos lábios bem delineados de Emily, como uma versão sombria de sua mãe.
— Até a última gota de sangue. — Suas palavras soam como um comando que faz todos se agitarem, antes que os três, juntos, revelem o verdadeiro poder da família Dracul e Van Helsing.
A nova geração, aquela que sucedeu grandes vampiros e caçadoras, levando adiante um legado impiedosamente poderoso e banhado a sangue.
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nosfetaru · 4 years
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NATAL/BAILE DE MÁSCARAS
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Link da música durante o baile de máscaras, clique AQUI.
Taehyung não se mexeu na cama, mas, acordou assim que escutou o som desafinado das teclas do piano. E ele sabia muito bem o que isso significava.
Lentamente e de forma preguiçosa, ele abriu os olhos, se vendo sozinho na enorme cama de lençóis de seda. Com um suspiro, ele se levantou e foi até o banheiro, demorando alguns minutos lá.
Em seguida, após arrumar sua cama - sabendo que se não fizesse isso, iria escutar os resmungos de sua mulher - ele deixou o quarto e caminhou pelo corredor de carpete vinho até que estivesse de frente para a sala de música, onde, duas pequenas figuras usando pijamas de ursinhos, riam enquanto apertavam as teclas pretas e brancas de forma descoordenadas.
Evan parecia o mais animado e seus pequenos dedos pressionavam as teclas como se ele soubesse perfeitamente o que estava fazendo, enquanto Emily o encarava, tentando imitar as ações do irmão mais velho.
— O que é que vocês dois estão fazendo? — Taehyung pergunta de forma calma e não muito alta para não os assustar.
— Bom dia, papai. — Evan sorri para Taehyung assim que o vê.
— Bom dia. — Taehyung se aproxima, pegando as duas crianças antes de se sentar e os colocar um em cada uma das suas pernas.
— Presente, papai. — Emily diz, virando sua cabeça para encarar Taehyung.
Ah! Hoje era manhã de natal.
Após Elena contar aos filhos, na noite passada, que no dia seguinte o Papai Noel deixaria muitos presentes para eles, os dois não foram capazes de conter suas animações.
— A mamãe disse que a gente só ia abrir os presentes depois que você acordasse, papai. — Evan explica.
— E onde ela está agora? — Taehyung pergunta, enquanto suas mãos grandes seguravam os filhos com cuidado.
— Lá embaixo. — Emily responde, balançando as perninhas no ar.
Taehyung já podia imaginar como a sua mulher estava empolgada. Ela adorava comemorações, especialmente, as que envolviam os filhos.
Há algumas semanas atrás, os dois saíram para comprar os presentes de natal e foram tantos que precisaram de um porta-malas inteiro. Apesar de Elena ainda ficar surpresa com a vida extravagante do marido, ela não poupava esforços quando o assunto era os filhos.
***
No andar debaixo, como Taehyung já sabia, Elena estava mais que animada. Ela acordou antes de todos e foi para a cozinha preparar o seu famoso café da manhã de natal, uma tradição que surgiu entre sua família nos últimos anos. E embora nem Taehyung ou os filhos precisassem de comida para sobreviverem, eles adoravam tudo que Elena fazia, principalmente, os filhos.
Tudo parecia delicioso e tinha um cheiro ótimo, a deixando mais que satisfeita com todo o seu esforço. Assim que se casaram, Taehyung sugeriu trazer Skull com eles ou alguma empregada, mas Elena acabou recusando, dizendo que eles mesmos poderiam cuidar de tudo. Com a casa que compraram, não foi diferente. De mansão a castelo, Elena gostaria de alguma coisa mais simples e aconchegante para criar os filhos, e embora essa casa ainda fosse exageradamente grande, com fontes no imenso jardim, ela já havia se acostumado.
Com um enorme sorriso no rosto, Elena tirou o avental em torno do seu pijama branco e o colocou sobre o balcão, antes de sair da cozinha e correr animada pelas escadas. Ela iria passar primeiro no quarto de brinquedos dos filhos, onde, havia os deixado para fazer o café após impedi-los de descerem para atacarem seus presentes. Mas, ao parar em frente a porta aberta, ela percebeu que os filhos tinham um convidado mais que especial.
Taehyung estava sentado em uma cadeira cinco vezes menor que seu corpo alto, com as pernas longas encolhidas entre a mesinha colorida. Muitos ursos e bonecas o rodeavam, sendo os demais convidados. No topo da sua cabeça, entre os fios brancos e longos, havia uma coroa rosa e prata com algumas plumas, combinando perfeitamente com a pequena xícara que ele segurava, enquanto tinha que fingir beber seu chá invisível que foi servido por Emily.
— Segura, papai. — Emily empurra um ursinho marrom em direção a Taehyung, que tem que sentar a pelúcia sobre suas pernas espremidas.
— Mais! Mais! — Evan balança os pézinhos que não tocavam o chão, estendendo sua xícara para Emily, que com um sorriso animado, serve o irmão com mais chá invisível.
No segundo seguinte, Evan estava dividindo seu chá invisível com a boneca de cachinhos que ocupava uma das outras cadeiras.
— Eu, particularmente, acho que essa coroa combinou muito com você. — Elena revela sua presença, atraindo a atenção dos filhos.
Taehyung a encara com os olhos estreitos como se dissesse “eu sei que você quer apenas me provocar”, essa era sua forma de intimidá-la. Mas Elena apenas ri dele, fazendo os filhos rirem também.
Emily dá a volta na mesa colorida e se aproxima da mãe, a segurando pela mão.
— Vem, mamãe. — Ela leva Elena até uma das cadeiras, jogando no chão a boneca que ocupava o lugar, para que sua mãe sentasse. — Você também quer chá?
— Eu adoraria. — Elena pega uma das xícaras espalhadas pela mesinha e estende em direção a filha.
Em um gesto nada discreto, Taehyung retira a coroa de sua cabeça e coloca na de Elena, fazendo Evan rir.
— Como estou? — Antes de tomar seu chá invisível, Elena se vira para o filho.
— Linda! — Evan responde animado, fazendo Elena largar a xícara na mesa para puxá-lo em um abraço apertado e com direito a cosquinhas.
— Obrigada, meu amor. — Ela dá vários beijinhos em Evan, que ri de cada um.
— Tava bom, mamãe? — Emily pergunta.
— Estava uma delícia, meu amor. E sabe o que eu acho que combinaria com esse chá maravilhoso? Panquecas! — Elena se levanta com Evan nos braços, fazendo ele ficar animado.
Taehyung também se levanta e Emily estende seus bracinhos para ele, que a pega sem pestanejar.
Os quatro descem para o primeiro andar, e quando entram na cozinha, Evan e Emily arregalam os olhos e soltam uma exclamação de surpresa ao verem tudo que estava sobre a mesa.
O café da manhã foi barulhento e regado a muitas conversas sobre desenhos, brinquedos e tudo que os filhos achavam interessante. Foi uma tremenda bagunça, onde, no final, Evan e Emily estavam cobertos de geleia, mel e muito açúcar. Mas, juntos, Elena e Taehyung limparam os filhos antes de os levassem até à sala, lugar qual, uma enorme árvore enfeitava o lado esquerdo da lareira acesa.
Emily arregala os olhos e encara o pai, completamente surpresa com a quantidade de presentes debaixo da árvore que quase tocava o teto.
Quando Elena e Taehyung colocam os filhos no chão, ambos correm animados em direção aos embrulhos coloridos, rasgando tudo com empolgação para descobrir o que estava do lado de dentro.
Rindo as expressões surpresas e admiradas dos filhos ao descobrirem cada um dos brinquedos, Elena se sentou de frente para a lareira sobre o tapete felpudo e branco como a neve, enquanto sentia o ar quente das labaredas atrás das grades pretas, a aquecerem de forma agradável.
Taehyung caminhou calmamente até a bagunça dos filhos, puxando entre os pacotes que ainda estavam intactos, uma grande caixa retangular.
— Feliz natal. — Ele se sentou na frente de sua mulher e a entregou a caixa.
Apesar de Elena já esperar por isso, ela ainda se sentiu um pouco surpresa, sorrindo em agradecimento.
Ela começou a abrir o embrulho, enquanto Taehyung observava com atenção cada uma das suas reações, e a que veio a seguir, quando a caixa foi aberta, de fato, foi a sua preferida. Os olhos de Elena se arregalaram sutilmente, ao mesmo tempo que, ela encarava de forma completamente maravilhada, o lindo vestido escondido.
Ela começou a puxar para fora da caixa o tecido vermelho-escuro com detalhes em dourado que pareciam ouro, fitando todas as partes do vestido que ela tanto queria. Já havia um tempo que Elena viu esse vestido em uma das lojas do centro, mas, na ocasião, não acabou comprando, pois, precisava trazer os filhos para casa e com o tempo ela acabou se esquecendo do vestido, mas parece que Taehyung não.
— Não acredito que você ainda se lembra disso. — Segurando o vestido com toda sua delicadeza, ela sorri para o marido, exatamente daquela maneira que ele tanto amava. — Obrigada. Eu amei. Vou usá-lo hoje no baile. — Animada, ela dobra o vestido e o guarda na caixa outra vez.
Taehyung poderia comprar qualquer coisa que ela quisesse, contanto que ele pudesse continuar vendo esse lindo sorriso.
— Minha vez! — Elena se levanta animada, indo até o amontoado de embrulhos rasgados, pegando o seu pacote antes que os filhos o atacassem.
Sua caixa era menor, na verdade, cabia em uma mão, mas ela estava confiante em relação ao seu presente.
Quando ela entrega a pequena caixa para Taehyung, ela estava ainda mais animada que antes.
Ele não teve muito trabalho para abri-la, revelando o belo e elegante parte de brincos longos feitos por cristais e algumas pequenas joias vermelhas. Elena sabia o quanto seu marido gostava de usar brincos, e quando viu esses na joalheria, ela logo imaginou como ficariam perfeitos em Taehyung.
— Feliz natal. — Ela diz, se sentindo satisfeita quando Taehyung sorri para o presente. E, por isso, ela não consegue se aguentar e acaba por se jogar nos braços do marido, o dando um longo selar.
Bastam segundos para que os filhos se juntem a eles. Evan passa os bracinhos pelo pescoço do pai, o abraçando por trás, e Emily se senta no colo da mãe, que estava sobre as pernas de Taehyung.
Aquele seria mais um magnífico natal apenas por esses quatro estarem juntos.
***
Quando Evan e Emily se cansaram de brincar com os novos brinquedos e após uma sessão de desenhos natalinos, Elena agasalhou bem seus gêmeos antes que todos fossem dar uma volta no bosque perto de casa.
Evan estava no colo do pai e apontava para todos os lados quando via algo que o deixava curioso, perguntando para Taehyung o que era. E Emily estava de mãos dadas com a mãe, observando atenta todas as pegadas que suas botinhas amarelas deixavam para trás.
O bosque estava inteiramente coberto pela neve branca e macia, mas isso não o tornava menos bonito, na realidade, apenas criava um novo aspecto como se fosse um grande reino de gelo.
Eram poucos os pássaros que apareciam, assim como, os pequenos animaizinhos, mas quando isso acontecia, Evan e Emily ficavam completamente impressionados como se essa fosse a primeira vez que viam algo do tipo.
Os quatro pararam perto do grande lago congelado do bosque, quando Emily perguntou para a mãe se elas poderiam fazer um boneco de neve.
Depois de alguns minutos, Taehyung contorceu sua feição quando Emily espetou duas pedras abaixo da boca do boneco, de forma torta.
— Igual você, papai. — Ela encolhe os ombros, encarando o pai com expectativa.
Elena se aproxima e ri, se agachando do lado da filha escondida dentro de um grande agasalho e touca peluda.
— Ele se parece mesmo comigo? Eu acho que sou mais bonito. — Taehyung pergunta para filha, fazendo falsa careta ultrajada, enquanto se coloca ao lado do boneco.
Emily olha do pai para o boneco antes de rir e abraçar a mãe pelo pescoço como se ela fosse cúmplice da sua tentativa de criar presas com pedras para o boneco de neve.
Os três escutam um pequeno resmungo e quando espiando sobre seus ombros, veem Evan pisando sobre o lago congelado e, posteriormente, escorregando e caindo, fazendo Elena se levantar com rapidez enquanto segura Emily, e Taehyung correr com sua velocidade de vampiro para alcançar o filho.
— Você está bem? Se machucou, Evan? — Taehyung pega o filho, checando com um olhar preocupado demais, cada parte do seu pequeno corpo.
Elena corre para perto deles.
— Evan, você está bem? — Ela repete a pergunta de Taehyung, fazendo o garotinho assentir.
Ele realmente não parecia machucado, mas os seus grandes olhos estavam um pouco marejados, acompanhando o pequeno bico nos lábios. Evan estava apenas assustado com a queda.
— Está doendo em algum lugar? — Taehyung o encara sério e Evan nega antes de abraçar o pescoço do pai, escondendo a cabeça no ombro dele.
— Dodói, mamãe? — Com os olhos tristonhos pelo irmão, Emily encara Elena.
— O seu irmão está bem, me amor. — Elena passa a mão pelas costas da filha, tentando confortá-la.
— É melhor voltarmos. — Taehyung sugere e Elena assente.
Assim, os quatro voltam para casa e passam o restante da tarde de uma maneira mais tranquila e segura até que a hora do baile chegasse.
***
— Esse. — Emily aponta para um dos laços nas mãos de Elena.
— Certo, esse então. — Ela coloca o rosa e o azul sobre a penteadeira branca, antes de prender o laço vermelho nos cabelos claros da filha.
Emily definitivamente adorava essa cor.
— Pronto, terminamos. — Elena sorri e se afasta da filha para poder vê-la por inteira, e ela estava a coisa mais adorável do mundo naquele vestido por baixo do casaco elegante que a protegeria do frio.
— Posso ver o irmão agora, mamãe? — Emily pergunta, inclinando sua cabeça um pouco para o lado, fazendo os cabelos escorregarem um pouco.
— Pode. Mas não se desarrume e fale para o seu irmão fazer o mesmo, certo?!
Emily assente antes de sair correndo para fora do quarto de Elena, ao mesmo tempo que, Taehyung entrava e pedia para ela ter cuidado para não se machucar.
O olhar de Taehyung só abandona a filha quando ele acha que ela já está segura, assim, em seguida, indo até sua mulher que também já estava arrumada.
Elena estava simplesmente linda naquele vestido vermelho que ele comprou para ela. Mas, quando Elena vestiu o longo casaco por cima do vestido, Taehyung quis arrancá-lo fora apenas para poder apreciar a mulher naquele tecido escuro que deixa seu corpo deslumbrante.
— Acho que estamos atrasados. — Elena comenta, indo atrás de sua bolsa que guardava todas as máscaras que eles usariam no baile.
— E quando é que nós não estamos? — Taehyung caçoa.
— Vai dizer que a culpa é minha?
— E, não é? — Mesmo que ela não estivesse olhando para ele agora, Taehyung arqueia uma das sobrancelhas.
— Eu estava arrumando os nossos filhos.
Taehyung riu baixo.
Antes, Elena justificava os seus atrasos por conta da gravidez e agora usava os filhos como nova justificativa. Taehyung se perguntava qual seria sua desculpa quando os filhos não precisassem mais dela para se arrumarem.
Ele se aproximou dela em silêncio e quando Elena encontra sua bolsa e se vira para avisá-lo que eles já poderiam ir, Taehyung a segurou em um ato que a pegou desprevenida.
— Você está linda. — Ele sorri provocador e ela ri passando os braços ao redor do pescoço dele, enquanto segura a pequena bolsa preta de mão.
— Você também está lindo, como sempre. — Ela retribui o sorriso.
O terno escuro e os cabelos bonitos e longos, eram tudo que Taehyung precisava para ficar perfeito, mas, o par de brincos que cintilavam em sua orelha, o tornou especialmente mais bonito hoje.
— Depois de te ver nesse vestido, não sei se quero sair. Você não prefere aproveitar o natal de outra forma? — Ele pergunta com o tom de voz baixo e arrastado.
Elena levanta as sobrancelhas, já acostumada com o descaramento do marido.
— Eu não me arrumei atoa, Taehyung. Além do mais, seus irmãos virão e já faz tempo que não os vemos. — Elena diz, o fazendo estreitar os olhos em um olhar sem emoção de quem não se importava muito.
Ela ri de novo.
— Me faça essa mesma pergunta depois que eu tomar algumas taças de vinho e eu direi “sim” para tudo que você me pedir. — Ela entra em suas provocações e o olhar de Taehyung muda no mesmo instante.
— Tudo? — Ele se inclina para frente até que os seus lábios rocem nos dela.
— Tudo. — Elena responde convicta, antes de beijar o marido. O que não dura muito, pois, o barulho de algo quebrando no andar debaixo, capta a atenção dos dois que se separam para checar o que aconteceu, assim, encontrando Evan e Emily em seu quarto, ambos com as mãos para trás dos corpos e sorrisos largos demais, tentando parecerem mais fofos do que eram, exatamente como faziam quando aprontavam.
Não precisou de muito até que Elena e Taehyung vissem algo no canto do quarto, coberto por um lençol azul que foi retirado da cama de Evan, tentando esconder alguma coisa. E, ao levantar o lençol, eles encontram um dos abajures completamente espatifado no chão.
Pelas carinhas travessas, eles sabiam que os filhos não haviam se machucado.
— Já é o terceiro, não? — Taehyung pergunta, enquanto recolhe os cacos de porcelana do chão. Ele não estava bravo, mas, sim, surpreso com a capacidade dos filhos de quebrarem abajures.
— Desculpa, papai. — Evan o encara de forma culpada.
— Tudo bem. — Taehyung ri baixo, sabendo que raramente conseguia se zangar com os filhos.
— Como isso aconteceu? — Elena coloca as mãos na cintura, enquanto aperta os olhos para encarar os gêmeos.
— Eu queria pegar ele, mamãe. — Emily confessa.
— Aí eu tentei pegar pra Lily, mamãe. — Evan completa a fala da irmã.
Elena tenta ficar séria, mas era quase impossível ao escutar a forma estupefata que eles falavam, como se realmente precisassem fazer aquilo.
— Mas o que é que vocês queriam fazer com um abajur? — Ela pergunta e os dois encolhem os ombros, não sabendo o que responder.
***
Depois de ajeitarem a bagunça no quarto e de finalmente irem para o carro que já os esperavam do lado de fora de casa. Todos seguiram para o local onde aconteceria o baile.
Elena sai do carro primeiro, e Taehyung vem em seguida, carregando os dois filhos no colo.
A entrada do lugar estava parcialmente iluminada para que ficasse discreta, mas, ao entrarem no hall, tudo estava muito bem iluminado com lustres brilhantes.
O som dos instrumentos clássicos, entoava por todo lado em uma música suave a agradável, e ao saírem do hall e entrarem no grande salão onde os convidados mascarados já esperavam: dançando, conversando e bebendo em meio aos garçons que transitavam ali.
— Aqueles que organizam não devem ser os primeiros a chegarem? — Uma voz familiar pergunta, e ela vinha de Blarie, que estava junto de um pequeno grupo composto por seu marido Yoongi, Jungkook, Jimin, Wendy e Sally.
— Diga isso para ela. — Enquanto se aproximam, Taehyung aponta com a cabeça para Elena, que apenas o ignora, indo abraçar cada um dos amigos.
— Olha só como vocês estão lindos. — Jimin sorri para Evan e Emily.
— Eles são os meus sobrinhos, me deixe pegar primeiro. — Wendy puxa Emily dos braços de Taehyung.
— Eles também são meus sobrinhos. — Jimin encara Wendy como se estivessem a ponto de iniciarem uma competição, antes de pegar Evan no colo também.
— O que é isso no seu dedo? — Elena pergunta para Wendy assim que ela passa seu braço ao redor de Emily, deixando a pedra transparente a amostra.
— Acho que é um anel de noivado. — Blarie sorri, segurando o braço de Yoongi.
Os olhos de Elena se arregalam e ela olha para Wendy.
— Ela me deu de presente de natal. — Wendy sorri e aponta para Sally, que usava um anel igual.
— Eu não acredito! — Elena fala animada, antes de abraçar Sally. — Meu Deus! Parabéns!
Sally ri e retribui o abraça animado da amiga, antes de entrelaçar sua mão com a mão livre de Wendy.
— Agora só faltam vocês dois. — Elena se junta ao marido, enquanto fita Jimin e Jungkook.
— Hoseok e Lilu também não são casados. — Jungkook responde, enfiando as mãos nos bolsos das calças do terno.
— Mas eles vão ter um filho e já moram juntos. — Blarie rebate e Jungkook revira os olhos.
— Eu não preciso de filhos, já tenho essas gracinhas de sobrinhos. — Jimin responde, encarando o garotinho em seus braços. — Ei, Evan, diz para o titio, quem é seu tio favorito?
Todos encaram Evan, que pensa por alguns segundos, antes de abraçar o pescoço de Jungkook que estava do lado.
— Tio Koo. — Ele responde animado, fazendo Jungkook rir debochado para Jimin, antes de pegar Evan.
— Ele é inteligente, você não pode enganá-lo. — Jungkook continua provocando e Jimin o encara descrente, enquanto todos riem.
— Tenho certeza que isso vai mudar assim que eu mostrar o presente de natal que comprei para ele. — Jimin sorri diabolicamente, captando a atenção de Evan com a palavra “presente”. E, desta forma, os três saem para o lugar onde Jimin guardou tudo que comprou para todos.
Após passar pelos braços de Wendy e Sally, Emily acabou com Yoongi após encará-lo por longos segundos. Wendy e Sally acabaram indo beber alguma coisa entre os muitos vampiros e amigos convidados, deixando Yoongi e Blarie completamente envolvidos com a garotinha de cabelos claros e olhos grandes.
— Oiii! — Alguém grita alto demais, fazendo grande parte dos convidados procurarem pela dona da voz, que vinha quase correndo com seu enorme barrigão de grávida.
— Feliz natal! — Lilu abraça Elena assim que se aproxima, e um Hoseok risonho faz o mesmo com Taehyung.
— Você está maravilhosa. — Elena diz, enquanto segura as mãos de Lilu.
— Sua barriga está enorme, tem certeza que não são gêmeos também? — Blarie se aproxima das amigas.
Lilu faz uma careta.
— É só um, fiz o ultrassom mês passado. — Ela fala de forma exageradamente exagerada, fazendo Hoseok rir. Ele parecia genuinamente feliz.
Lilu se aproxima do namorado, agarrando seu braço.
— Onde está o outro pirralhinho? — Ela pergunta depois de dar um beijo rápido em Emily, que sorri.
— Com Jungkook e Jimin abrindo os presentes. — Blarie responde.
E como se fosse uma criança, Lilu se anima e diz que também trouxe presentes. Em seguida, ela e Blarie se afastam juntas, indo até Wendy e Sally, enquanto Yoongi e Hoseok seguem atrás, conversando entre eles.
— Será que a minha mulher gostaria de dançar comigo agora, antes que eu a fizesse beber uma garrafa inteira de vinho? — Quando todos se afastam, Taehyung pergunta perto da orelha de Elena, a deixando arrepiada.
Ela ri baixo e se vira de frente para ele.
— Seria um prazer dançar com o meu marido. Vamos aproveitar enquanto ainda estou sóbria e decente, porque não sei do que serei capaz após essa garrafa de vinho. — Ela responde no mesmo tom.
Taehyung sorri de forma imoral, compartilhando tudo aquilo que eles fariam mais tarde, antes de levar Elena para o centro do salão para que eles dançassem como se fossem os únicos ali.
Desta maneira, a noite se estendeu até que, surpreendentemente, Namjoon surgisse e se juntasse a todos em uma em momento feliz que marcava um novo começo. Com o passar das horas, os convidados foram indo embora, Evan e Emily dormiram nos braços dos tios, mas todos aqueles da família Dracul, permaneceram no salão apenas bebendo e rindo, enquanto Elena e Taehyung cumpriam sua pequena promessa de natal em um dos banheiros do baile de máscaras.
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nosfetaru · 4 years
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LILU E HOSEOK
Link da música do capítulo, clique AQUI.
Muitas horas se passaram desde que Lilu se sentou no batente da janela, apenas encarando o céu estrelado da noite, enquanto apertava com força o celular em sua mão. Na verdade, ela se sentou ali assim que o final da tarde se despediu e permaneceu desse jeito até que as amigas - com quem ela dividia a casa - dormissem. Vez ou outra, ela encarava o visor do celular, esperando pela resposta da mensagem que enviou no final da tarde, embora Lilu evitasse fazer isso por se sentir ainda mais nervosa.
No começo da tarde, ela se reuniu com Sally, Wendy e Elena, e foi após um mal-estar depois de comer alguns bolinhos de morango em uma loja simples no centro, que Elena a questionou sobre estar grávida, pois, de acordo com a amiga, ela conhecia muito bem aqueles sintomas. Nos últimos dias, Lilu tem estado de péssimo humor, sua pele andava pálida e ela não comia direito, além de que, os seus seios também pareciam maiores.
Lilu saltou da sua cadeira, derrubando seu próprio copo de suco como consequências da pergunta de Elena. Mas isso não impediu sua amiga de arrastá-la até à primeira farmácia que encontrou, enfiando todas dentro de um banheiro apertado, enquanto Lilu fazia um teste de gravidez.
O teste deu positivo. Lilu estava mesmo grávida e não podia acreditar nisso.
Nesse último ano, Hoseok veio para Hide com o intuito de ajudar seu irmão, Taehyung, e foi em sua breve estadia que ele se encontrou algumas vezes com Lilu, e ela sabia muito bem que eles fizeram mais do que apenas brigar.
Hoseok ainda ficaria por mais dois meses em Hide, mas Lilu gostaria que ele tivesse ido embora, pois, assim ela não teria que se sentir ansiosa pensando que ele poderia ir ao seu encontro a qualquer minuto após ela enviar uma mensagem dizendo que estava grávida. Ela pensava que se ele estivesse longe agora, isso daria mais tempo para que ela pudesse se preparar para encará-lo. Na realidade, ela não queria contar sobre a gravidez, mas assim que voltou para casa com Sally e Wendy, as duas não saíram do seu lado até que ela enviasse a mensagem, alegando que isso era uma coisa muito séria e que Hoseok deveria saber, pois, ambas conheciam Lilu o suficiente para saber que ela poderia simplesmente se esconder de Hoseok pelo resto da vida apenas para não dizer que estava esperando um filho seu.
Em geral, Lilu era vista como a mais imatura das amigas, talvez, por sua idade, mas, com certeza, pelas atitudes. De qualquer forma, ela nunca se importou com isso, pelo menos, não até aquele momento, visto que, ali, sentada no batente da janela, encarando o céu estrelado dos fundos da sua casa, ela se sentia a pessoa mais imatura do mundo, enquanto perguntava para si mesma como poderia ser a mãe de alguém. Ela não era como a Elena que, apesar de passar por uma gravidez inesperada e complicada, soubesse colocar tudo no lugar e se tornar uma mãe maravilhosa como se já tivesse nascido para isso. Lilu não sabia se poderia ser como sua amiga.
Ela e Hoseok nem sequer têm um relacionamento decente, tudo eles fazem é brigar e às vezes essas brigas levam a outra coisa, apesar de Lilu pensar que eles não têm um relacionamento verdadeiro apenas porque ela sempre tenta afastar Hoseok.
Desde o dia em que brigou com ele pela primeira vez, em Upiór, na lua de sangue, o vampiro de cabelos escuros e sorriso largo, passou a incomodá-la de um jeito que ela não sabia explicar. No começo, tudo era uma grande provocação, mas, com o tempo e as investidas de Hoseok, isso pareceu se tornar algo diferente.
Seu olhar cansado foi até o anel em sua mão direita e então ela se perguntou se estaria na mesma situação se Jin ainda estivesse vivo. Não era uma certeza que ele ficaria com ela, caso estivesse aqui, mas ela sabia que iria tentar, pois, foi como se apaixonar à primeira vista quando o vislumbrou pela primeira vez. Algo sobre Jin ter uma personalidade completamente aposta da de Lilu, com certeza, foi o que fez aquele pequeno desejo dentro dela despertar para tentar tentá-lo até que ele cedesse a ela. Lilu também poderia ter considerado um relacionamento a três, caso Jin sobrevivesse, mesmo que ela só não soubesse como iria lidar com isso.
No enterro de Jin, há quase quatro anos atrás, ela se lembra de Hoseok ir ao eu encontro, entregando para ela o anel do sol de Jin, dizendo que ela era a única que deveria ficar com ele. E, desde então, ela não o tira para nada, sempre está com o anel para lá e para cá, o levando como uma preciosa joia e símbolo do que um dia sentiu por Jin. Isso, de fato, era algo que Lilu admirava em Hoseok, apesar de não dizer. Ele poderia ter se aproveitado a situação, uma vez que, sabia dos sentimentos de Lilu por Jin, mas ele foi completamente sincero e apenas ofereceu apoio a ela, deixando que ela sempre levasse uma parte de Jin.
O seu coração salto quando ela escuta o barulho baixo seguido pelo visor do celular se acendendo. Lilu contou mentalmente até dez antes de tomar coragem e clicar no ícone de mensagem que piscava. Era Hoseok, e ele pedia que ela fosse até à entrada da casa, pois, ele estava a esperando lá embaixo nesse momento.
Apesar de estar tão nervosa como nunca se sentiu antes, ela saltou do batente da janela, e descalça, saiu em silêncio do seu quarto e caminhou na ponta dos pés em meio ao escuro da casa, descendo para o primeiro andar e indo em direção a porta da frente. Ela segurou a maçaneta por longos segundos e respirou fundo algumas vezes, antes de abrir a porta e encontrar Hoseok parado do lado de fora.
Ele não estava sorrindo como de costumo, mas também não parecia nervoso. Seus olhos estavam a encarando com cuidado, enquanto sua boca estava em uma linha fina e reta.
— É verdade? Você realmente está grávida? — Ele perguntou após agoniantes segundos apenas a encarando.
Lilu assente.
— Sim. Eu estou grávida. Fiz o teste hoje.
As sobrancelhas de Hoseok se movimentam, se erguendo lentamente em uma expressão surpresa.
Ele dá um passo grande em direção a ela e Lilu recua como se ele fosse atacá-la. E, em um gesto rápido, Hoseok segura uma das mãos da Lilu.
— Venha para a Transilvânia comigo. — As palavras fluem da sua boca, mas Lilu não consegue as captar, pois, se sente atordoada demais.
— O quê? — Suas sobrancelhas se franzem, enquanto ela não conseguia acreditar no que estava escutando agora.
— Você sabe que daqui dois meses eu vou embora. Venha comigo. Nós podemos nos mudar para o castelo. — Sua voz era completamente sincera, assim como, o seu olhar.
O coração de Lilu salta de novo, ela estava se sentindo nervosa, o que a fez afastar sua mão da dele.
— Ficou louco, foi? Eu não posso simplesmente fugir com você assim do nada.
— E por que não? — ele arqueia as sobrancelhas. — Você já está grávida mesmo, acho que fugir é o de menos agora.
Lilu não costumava ficar envergonhada, mas, nesse momento, ela podia sentir suas bochechas esquentando.
— Vá embora, não quero mais te ver, seu idiota. — Lilu entra na casa e tenta fechar a porta. Seu jeito de tentar mascarar sua vergonha.
Hoseok a impede de fechar a porta e logo está dentro da casa também.
— Não posso ir embora sem você, bonitinha. — Ele finalmente sorri, assumindo seu tom provocativo.
— Você está começando a me irritar. — Lilu bufa, antes de Hoseok a puxar pela cintura.
— Mas você gosta disso. — Ele passa os dois braços ao redor dela, mantendo-a perto.
— Não gosto não. — Ela comprime os lábios, enquanto espalma suas mãos no tronco dele, tentando empurrá-lo para trás, embora ela não estivesse colocando força para fazer isso, como se quisesse estar ali nos braços dele.
— Eu adoro quando você fica irritada desse jeito, porque isso sempre nos leva a resolver as nossas diferenças de um jeito que eu gosto muito. — Ela sorri lascivo, fazendo Lilu arregalar os olhos minimamente antes de se sentir envergonhada pela segunda vez nessa noite.
Mas, dessa vez, Hoseok não dá oportunidade para que Lilu solte mais insultos e o afaste, já que ele logo trata de beijá-la, fazendo qualquer atitude arrisca da garota de cabelos alaranjados, sumir com o simples toque dos lábios do vampiro. E logo seus braços logo estão ao redor do pescoço de Hoseok, enterrando seus dedos pelos cabelos lisos e macios.
Sem separar o beijo, Hoseok fecha a porta atrás de si, antes de começar a andar as cegas com Lilu, os fazendo bater em alguns cantos antes de encontrarem a sala de estar.
Em instantes, usando sua habilidade de vampiro, Hoseok deita Lilu no sofá maior, ficando sobre o corpo dela. Em seguida, as mãos pequenas de Lilu estão sobre o feixe das calças de Hoseok, desabotoando-a, e isso o faz sorri em meio ao beijo deles, porque apesar dela sempre se fazer de desinteressada, ela era a pessoa mais interessada nele.
As mãos dele se apertam fortemente nas laterais da cintura dela, antes que Lilu gire seus corpos sobre o sofá, ficando sentada por cima dele. E, em um gesto rápido, ela logo estava tirando sua própria camisa e a jogando em um canto qualquer da sala.
Os olhos de Hoseok varrem cada parte descoberta do tronco dela, adornado por apenas um sutiã de ursinhos, e ele pensava que nunca se cansaria de vê-la assim.
As mãos de Hoseok escorregam da cintura fina até a parte detrás das costas, mas o cenho dele se franze quando ele sente algo gelado e estranho.
— Uma arma? — Ele puxa o objeto reluzente, olhando dele para Lilu.
— Você sabe que eu sempre estou prevenida. — Ela puxa o revólver da mão dele, antes de o jogar no chão, ao lado do sofá.
Hoseok ri baixo e Lilu se curva para frente para poder beijá-lo mais uma vez, mas, assim que seus lábios se roçam, ambos escutam um barulho alto vindo do segundo andar, seguido por passos que pareciam se aproximar da escada.
Lilu arregala os olhos e agarra Hoseok pelos ombros, os girando para fora do sofá, de modo que, eles caíssem no chão, se escondendo atrás das almofadas e do encosto do sofá.
A imagem sonolenta de Wendy surge no topo da escada, enquanto ela descia os degraus quase cambaleando.
— Qual o problema? — Hoseok sussurra para Lilu.
— Não quero que ela nos veja.
Hoseok arqueia as sobrancelhas.
— Por quê? — Ele sussurra a pergunta quando Wendy termina de descer a escada e passa perto, indo para à cozinha.
Lilu tateia o chão até encontrar a sua arma.
— Porquê eu vou te dar um tiro se você não calar a boca. — Ela aponta a arma para ele, o fitando de forma séria.
Ele levanta as mãos em sinal de rendimento, ficando quieto.
Como ratos silenciosos, os dois continuaram agachados atrás do sofá até que Wendy passasse de novo por eles e subisse as escadas. E só quando escutaram o barulho da porta se fechando no andar de cima é que eles se levantaram.
— Foi por pouco. — Lilu diz, pegando sua camisa do chão e a vestindo de novo.
— Não sei para que o desespero. Ela já nos viu juntos antes. — Hoseok dá de ombros, enquanto abotoa as calças.
Lilu lembrava bem da vez em que Wendy os encontrou na sala em circunstâncias nada agradáveis, e era por isso que ela se escondeu dessa vez, não precisava que a amiga a visse coberta de suor, enquanto se desmanchava em cima de Hoseok outra vez, aquela já foi vergonhosa o bastante.
— E sobre a minha proposta? — Hoseok fala assim que está arrumando.
Lilu o espia sobre os ombros, ajeitando as almofadas do sofá que foram esmagadas pelo peso dos seus corpos.
— Eu já disse que não vou com você.
— Sabe o que eu acho? Que você está com medo, por isso, diz que não quer vir comigo.
Lilu para de ajeitar as almofadas e se vira para ele com uma expressão séria.
— Você está duvidando de mim? — Ela cruza os braços, o encarando bem.
Ele sorri provocativo e assente.
— Na verdade, estou desafiando você a vir comigo. Mas se você for medrosa o suficiente para recusar, então você pode…
Lilu não deixa Hoseok terminar de falar. Ela lhe dá as costas e vai em direção a escada, subindo com passos pesados.
No andar de cima, ela volta para o seu quarto e começa a pegar algumas mudas de roupas, enfiando tudo em uma mochila. Depois ela troca de roupas, calça um par de sapatos e volta para o andar de baixo com a mochila nos ombros e o celular na mão.
— Vamos ver quem é a medrosa agora. — Lilu pega o revólver que deixou na sala e guarda na bolsa também. — Você não queria ir? — Ela apoia as mãos na cintura e encara Hoseok com uma sobrancelha arqueada.
Hoseok sabia que ela queria ir com ele, só lhe faltava o incentivo certo.
Ambos saem da sala e caminham até à porta da frente, e assim que Lilu tranca a casa que estava prestes a deixar para trás, Hoseok pega em sua mão, a puxando para correr para longe com ele. Lilu o xinga algumas vezes, por pegá-la desprevenida, mas, ocasionalmente, ela começa a rir com ele, sabendo que mesmo que fosse loucura fugir sem mais nem menos com Hoseok para outro país, ela nunca se arrependeria disso, não agora que eles tinham um futuro juntos e um filho a caminho.
De uma das janelas da casa silenciosa e escura, Wendy sorria enquanto via os dois correndo. Ela sabia que Hoseok estava aqui e desceu de propósito para atrapalhá-los, apenas porque gostava de provocar os dois. Mas, mesmo que ela estivesse feliz por Lilu finalmente ter ficado com Hoseok, ela sabia que Sally surtaria quando descobrisse que a amiga fugiu dessa maneira, deixando tudo para trás apenas para viver uma nova vida com quem ela amava.
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nosfetaru · 4 years
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EVAN E EMILY
Link da música do capítulo, clique AQUI.
QUARTO MÊS
— Você sempre teve tudo isso? — Wendy pergunta assim que me sento na cadeira, relaxando meu corpo sobre o assento. Ela cutuca um dos meus seios, por cima da blusa fina com decote em formato de coração.
— Ela está grávida, não está? — Sally ergue as sobrancelhas e encara Wendy como se ela tivesse perguntando a coisa mais boba do mundo.
— Mas eu pensei que demoraria mais tempo. — Wendy responde em um tom de voz indignado, me fazendo rir.
Enquanto isso, atrás de mim, Lilu ia de um lado para o outro na grande cozinha. Ela disse que prepararia chocolate quente para nós, mas tudo que eu escutava e via era uma grande bagunça.
— Conversei com a mãe e ela disse que os seios geralmente começam a crescer nas primeiras semanas. — Embora eu não tenha notado isso por entrar envolvida em uma guerra contra os lobos. Acho que naquela época, eu tinha coisas mais preocupantes para lidar.
Wendy me olha surpresa.
— Eu ainda posso usar as minhas roupas, mas elas esticam um pouco agora. — Levo a mão até à barriga em relevo. Não era tão grande, mas eu já podia ser reconhecida como uma grávida.
— Pronto. — Lilu bate duas canecas de porcelana na mesa, fazendo o líquido marrom de dentro, balançar. Depois, ela se vira, volta para perto da pia e pegando mais duas.
A fumaça saia das canecas, flutuando no ar e espalhando um leve aroma doce que não me agrada muito.
Arrasto a caneca para perto pela alça branca e a aproximo do rosto, sentindo bem o cheiro que faz meu estômago ficar um pouco incômodo.
— O que foi? Por que está fazendo essa cara? — Sally pergunta depois de tomar um gole.
— Você não gostou, Eleninha? — Lilu se senta do meu lado e me olha um pouco chateada.
— Desculpa, Lilu, mas sinto que se beber isso, vou colocar tudo para fora. — Suspiro. — Eu amo chocolate quente. — Faço uma careta triste.
Wendy ri.
— Faz tempo que os enjoos começaram? — ela pergunta.
— Não. Eles vieram junto com essa barriga de quatro meses.
— E o que mais você não consegue comer ou beber? — ela continua.
Penso por alguns segundos antes de responder:
— Não sei, na verdade. Às vezes o cheiro me enjoa e às vezes não, é bem estranho. A única coisa que realmente não causa mal-estar, é o sangue.
As três fazem feições de desgosto.
— Que horas são? Acho que já está tarde. — Sally olha ao redor, tentando procurar por um relógio.
— E qual o problema? Essa é a casa da Eleninha. — Wendy abraça Sally pelos ombros, do lado da sua cadeira.
— Sim, não se preocupe com isso. — assinto. — Por que não passam a noite aqui? Taehyung não está em casa mesmo e eu não gostaria de ficar sozinha.
— Que belo marido você arranjou em. Deixa a mulher grávida sozinha em casa. — Sally provoca, fazendo Wendy rir.
Taehyung é o Conde Drácula, e embora estejamos seguros em Hide, longe do Vaticano ou dos lobos sobreviventes, ele ainda precisa cuidar de tudo. E está nos fazendo um grande favor supervisionando o andamento da construção da igreja Sanguis que pretendemos abrir para ajudar não só a ele, como os outros vampiros também. Além de que, Taehyung e seus irmãos estão financiando todos os custos.
— Então só nos resta uma opção — Lilu diz, colocando sua caneca na mesa após terminar de beber. Ela suspira de um jeito exagerado, antes de se levantar e nos encarar seriamente. — FESTA DO PIJAMA! — Ela grita empolgadamente, me fazendo rir.
***
Eram três horas da madrugada quando atravessei os corpos desacordados e espalhados de qualquer jeito, que dormiam na sala. Isso se tornou uma bagunça completa, havia um amontoado de colchões, cobertas, travesseiros, tigelas de doces e garrafas de refrigerantes e vinho por toda parte.
O rosto de Lilu estava completamente riscado de batom. Sombra colorida para olhos, sujava parte das bochechas da Wendy. E Sally estava usando, ao menos, três das minhas saias sobre o seu pijama.
Um completo caos após tomarmos uma garrafa de vinho.
Nós dançamos, nos entupimos de doces - embora eu tenha vomitado grande parte deles, assistimos filmes, contamos histórias de terror, tiramos várias fotos e ainda brincamos de esconde-esconde, o que acabou ocasionando na quebra de um dos violinos da sala de música, que se partiu após Lilu pular em Wendy para pegá-la, enquanto ela tentava fugir.
Era como nos velhos tempos em que morávamos juntas.
E agora, todas estavam desmaiadas na sala, juntas e aglomeradas em um sono pesado e cansado, mas eu fui a única que não conseguiu se juntar a elas por ainda me sentir extremamente enjoada por conta da quantidade excessiva de doces que comi mais cedo.
Entro na cozinha sem acender a luz, me aproximo do grande armário de vidro e pego um copo, indo até à pia e o enchendo de água. Bebo tudo de uma vez com a esperança de que a água amenize a sensação turbulenta no meu estômago.
— Eu não tenho responsabilidade alguma, não é, bebê?! — Desdenho da minha própria miséria, antes de colocar o copo dentro da pia, após escutar um barulho vindo da sala.
Se alguma daquelas bêbadas acordou, preciso contê-las antes que elas destruam mais a minha casa.
Rio baixo e atravesso a cozinha com os pés cobertos por meias sujas de maquiagem.
Meu corpo sobressalta quase me fazendo escorregar nas meias, quando vejo uma grande sombra parada na entrada da sala, encarando as garotas e a bagunça por todos os cantos.
A cabeça de Taehyung se vira em minha direção e ele arqueia as sobrancelhas.
— Festa do pijama. — Sorrio, encolhendo os ombros, enquanto falo baixo. — Você me deixou sozinha aqui nessa casa enorme, então elas vieram me fazer companhia.
Taehyung suspira e encara a bagunça da sala mais uma vez, antes de se aproximar, me deixando ver o lindo buquê de flores que ele segurava.
— Me desculpe por não estar aqui. — Sua mão toca o meu rosto, deslizando os dedos pela lateral dele. — Eu trouxe para você. — Ele me estende o lindo buquê de rosas-vermelhas iguais às que usei no nosso casamento.
Sorrio instantaneamente.
— Obrigada. Elas são lindas. — Agradeço, aproximando o rosto das flores para inspirar o cheiro suave e adocicado das rosas, mas, no mesmo segundo, tudo dentro de mim gira e uma ardência amarga ameaça subir por minha garganta, o que me faz arregalar minimamente os olhos e correr para longe de Taehyung, enquanto tapo a boca.
Passo correndo por entre as garotas e vou até o banheiro do primeiro andar, felizmente, chegando a tempo de conseguir vomitar mais doces na privada.
Sentada no chão, fecho os olhos e respiro fundo, me sentindo mais aliviada com isso agora, embora o gosto amargo inunde a minha boca.
— Fico completamente emocionado ao ver a sua reação com o presente que eu trouxe. — Taehyung diz, sarcasticamente, do outro lado da porta do banheiro, me fazendo encolher o corpo no chão, enquanto sinto as bochechas esquentarem.
— Se isso aconteceu, a culpa é sua. — rebato.
Ele fica em silêncio por alguns segundos.
— Não me arrependo de ter feito isso com você. — Sua voz fica um pouco mais baixa e lenta, e eu sabia exatamente o que ele estava tentando fazer.
Minhas bochechas esquentam ainda mais, enquanto rio baixo dentro do banheiro.
— VOCÊS PODEM, POR FAVOR, CALAR A BOCA! ESTAMOS TENTANDO DORMIR AQUI E NINGUÉM QUER SABER SOBRE A VEZ EM QUE VOCÊ ENGRAVIDOU A ELENA, TAEHYUNG! — Escuto a voz enrolada da Wendy, gritar.
— VOCÊ SABIA QUE ESTÁ NA MINHA CASA?! — Taehyung grita de volta para ela.
— ESTOU NA CASA DA MINHA IRMÃ QUE, POR SINAL, ESTÁ GRÁVIDA POR SUA CULPA! ENTÃO EU ACHO QUE TENHO ESSE DIREITO!
— NÃO ACHO QUE ELA TENHA RECLAMADO QUANDO NÓS…
— CHEGA, VOCÊS DOIS! NEM MAIS UM PIO OU EU QUEBRO OUTRO VIOLINO, SÓ QUE AGORA, EM VOCÊS! — Grito, enquanto penso que posso morrer de vergonha, antes de me levantar e sair para impedir que eles falem mais alguma besteira.
Taehyung me encara com os olhos estreitos, perguntando logo em seguida “Como assim quebrar outro violino?”.
QUINTO MÊS
Eu estava nervosa agora, muito nervosa, na verdade.
Com quase dois meses de gravidez, eu estava participando de uma guerra mística. Com três meses de gravidez, eu não tinha nenhum vestígio de barriga e foi quando eu me casei. Com quatro meses de gravidez, minha barriga finalmente começou a aparecer junto dos enjoos. E, agora, com cinco meses de gravidez, eu estava indo fazer a minha primeira consulta. Sei que isso não é o certo ou o mais responsável, mas durante esses meses que se passaram, as coisas foram tão complicadas, corridas e cheias de surpresas que não pude iniciar um pré-natal decente. E por ter me casado com Taehyung e estar grávida dele, sendo uma Van Helsing procurada, eu deveria passar com um tipo de médico diferente, alguém que estivesse do nosso lado, sem correr riscos. E até que Taehyung encontrasse alguém de confiança, tudo que eu pude fazer foi me manter escondida e segura, mas, a partir desse mês, tudo entrará nos eixos.
Eu estava parada de frente para a pequena janela de cortinas claras, dentro do quarto em andamento que seria do nosso bebê. O dia estava lindo do lado de fora, com um sol bem quente e nuvens que eram pequenos algodões brancos no céu, enquanto os passarinhos voavam e piavam por todos os lados.
— ELENA, SE APRESSE OU VAMOS NOS ATRASAR MAIS! — Escuto a voz alta de Taehyung gritar do andar debaixo, me fazer acordar do confortável momento rodeado de brisa suave que eu estava imersa.
Me afasto da janela e procuro por minha bolsa sobre uma poltrona de veludo branco. Em seguida, saio do quarto e vou em direção as escadas.
— Será que um dia você vai parar de se atrasar? — Taehyung, de pé no final da escada, me encara com as sobrancelhas levantadas.
Ele estava simplesmente lindo e elegante, como sempre.
— Eu estou grávida. — Respondo, enquanto seguro no corrimão e termino de descer.
— Nas últimas semanas você usa isso como desculpa para tudo. — Ele estreita os olhos para mim.
O encaro como se estivesse séria, embora esteja apenas fingindo. Apoio as mãos nas costas, fazendo minha barriga ficar em maior evidência.
— Isso porque eu realmente estou grávida, Taehyung. — Olho para ele e depois para minha barriga que havia crescido excessivamente do quarto mês para cá. Foi realmente um choque como ela se tornou tão grande.
Ele ri nasalado do jeito que fazia quando queria me irritar a paciência.
O ignoro e seguro na sua mão, antes de sairmos de casa, onde, já havia um carro nos esperando do lado de fora do portão.
***
Taehyung aperta levemente minha mão quando percebe que estou ficando nervosa de novo.
Nós estávamos caminhando por um corredor de estacionamento e os barulhos dos nossos passos escoavam por todos os lados.
Pouco mais a frente, do lado de uma porta de ferro, um homem uniformizado já nos esperava, e quando nos aproximamos, ele abre a porta para nós. E, ao passarmos por mais um pequeno corredor e dobrarmos uma esquerda, entramos em uma sala de espera com poltronas, uma mesinha de centro com revistas, flores, vasos de cristais e um pequeno lustre delicado.
— Bem-vindos! É uma enorme honra poder cuidar da esposa do nosso Conde Drácula. — O médico que já nos esperava em frente a porta do consultório, sorri abertamente.
Fico feliz por ver que já seremos atendidos, pois, acho que se ficasse nessa sala, por mais aconchegante que pareça, eu me desmancharia em ansiedade.
— Temos uma bela barriga aqui. — Ele me encara assim que paramos na sua frente. — Cinco meses, não é? — assinto. — Ela parece um pouco grande para cinco meses, mas, às vezes, algumas mulheres tendem a terem barrigas maiores. Por favor, entrem.
Ele nos dá espaço para passar, ficando de lado, e quando entramos, o médico mostra um enorme respeito por Taehyung. De qualquer forma, não seria diferente, afinal, esse médico é um vampiro.
— Você pode se deitar, por favor. — O homem de cabelos brancos e que usava óculos, indica a grande maca acolchoada. Em seguida, ele se afasta e começa a andar pela sala clara e muito bem limpa.
Entrego minha bolsa para Taehyung, que a põe sobre a poltrona ao lado da maca. Ele também me ajuda a deitar na maca e depois se senta do meu lado, na poltrona.
— Levante sua blusa, por favor. — O médico para do outro lado da maca, segurando alguns utensílios médicos debaixo das suas luvas de borracha.
Levanto minha blusa até que toda minha barriga esteja exposta, e assim, o médico começa a espalhar um gel bem gelado por minha pele.
— Tem sentido alguma coisa incomum nos últimos meses? O seu bebê se mexe muito? — Ele pergunta, limpando os vestígios do gel nas luvas com alguns pedaços de papel.
— Acho que está tudo bem, só tenho enjoos e às vezes fico bastante cansada. Tem dias que eu durmo a tarde toda. — respondo.
— Isso é normal. — Ele sorri amigável para mim.
— Nesse último mês, ele tem se mexido muito. Me acorda várias vezes durante a noite. — Continuo, me lembrando da primeira vez que acordei assustada ao sentir o bebê fazendo uma grande festa dentro de mim.
O médico ri e pega um aparelho que parecia um gancho de telefone. Cuidadosamente, ele encosta na minha barriga, começando a deslizar a base por algumas partes, enquanto encara o monitor do ultrassom ao lado da maca.
Respiro fundo e baixo, me sentindo mais nervosa que antes.
Taehyung segura minha mão, tentando me passar confiança.
O médico fica em silêncio por longos minutos, apenas encarando o monitor, e isso criava um terrível suspense, pois, sua expressão era bem séria.
— Está tudo bem, Doutor? — Pergunto receosa e o meu coração acelera.
O médico se vira para me encarar.
— Sim, está tudo bem, mas acho que descobri o motivo da sua barriga estar tão grande. — Ele sorri, me deixando tensa. — São gêmeos.
O meu coração que antes era agitado, agora parece incrivelmente lento, como tudo ao meu redor. Os meus olhos vão para o pequeno monitor e ele parecia o único que eu enxergava nesse momento. Sem perceber, acabo soltando a mão do Taehyung, enquanto tento assimilar o que acabei de escutar.
O médico volta a encarar o monitor, passando o objeto do ultrassom na minha barriga novamente.
— Aqui, veja. — ele aponta para a tela. — São dois, estão vendo? — Ele aproxima bem seu rosto da tela retangular, ajeitando os óculos. — Um menino… — Seus olhos se estreitam. — e uma menina.
O meu coração volta a se agitar em uma batida que parecia que rasgaria o meu peito, fazendo meu corpo se arrepiar e o sentimento de nervosismo quase me engolir completamente.
O médico afasta o objeto da minha barriga e se levanta, ele pega algumas folhas de papel e me entrega para que eu limpe a barriga.
— Os seus bebês estão em perfeitas condições, mas você precisa vir aqui todos os meses restantes a partir de agora. Também marque uma consulta com um ginecologista. — Por cima dos óculos, o médico me olha, e eu assinto fracamente, ainda inebriada com a notícia.
Bebês… Dois… Gêmeos…
Enquanto limpo a minha barriga, engulo em seco e tomo coragem para olhar Taehyung pela primeira vez, encontrando os seus olhos levemente arregalados e as sobrancelhas franzidas. Ele parecia tão surpreso quanto eu.
— Vou dar alguns minutos a sós para vocês. — O médico avisa após nos observar. E assim, deixa a sala.
Me sento na maca e abaixo minha blusa, colocando as pernas para fora.
— Taehyung… — Chamo seu nome de forma baixa e insegura, sentada de frente para ele.
Como resposta, Taehyung se inclina para frente e segura o meu rosto, antes de me beijar em um ato que me pega de surpresa.
— Obrigado. — Ele encosta sua testa na minha, ainda segurando meu rosto.
A simples palavra faz com que os meus olhos marejem.
— Como está se sentindo? — Pergunto, piscando os olhos várias vezes para tentar não chorar.
Ele sorri.
— Estou completamente apavorado, Elena. — Apesar das palavras, sua voz era suave, assim como, sua feição e olhar atencioso.
— Eu também. — Confesso, rindo baixo dele, enquanto me sinto emocional, mas, ao mesmo tempo, feliz por ser Taehyung a passar por isso comigo.
SEXTO MÊS
Taehyung, eu e as garotas, entramos juntos na enorme fábrica abandonada, o lugar escolhido para a reunião dessa noite. O primeiro andar estava repleto de vampiros, todos espalhados pelos cantos.
— Eu estou um pouco nervosa. — Wendy confessa, apertando meu braço, qual, ela enganchou o seu.
Lilu segurava minha outra mão, e Sally andava do lado da Wendy, enquanto Taehyung estava bem atrás de nós.
Quando os vampiros veem Taehyung, ficam todos em silêncio, demostrando respeito. Mesmo que soubesse que os seus irmãos não estavam aqui, involuntariamente, procuro por eles por entre os Drácus.
Nessa tarde de céu cinza, fizemos uma longa reunião para discutir sobre as filiais da igreja Sanguis, que espalharíamos por todos os lugares. Ela surgiu de uma ideia que veio de uma conversa minha com as garotas e, após comentar com Taehyung, isso passou de uma ideia de apenas reunir alguns caçadores que desejarem seguir as leias de Deus e não do Vaticano, para uma união entre nós e os vampiros.
A sede da igreja seria aqui em Hide, e ela seria administrada por mim e pelas garotas. Mas, as filiais seriam coordenadas pelos vampiros. De fato, não é algo que possamos chamar de igreja, afinal, não tornaríamos isso um lugar sagrado, assim, os vampiros poderiam entrar nessas “igrejas”, apesar de as chamarmos assim como um meio para ocultar suas reais funções.
Além de reunirmos aqueles humanos que não queriam se juntar ao Vaticano, mas, ainda sim, desejavam lutar por seu direito de proteger os mais fracos, as nossas igrejas também serviriam como bodes expiatórios para observarmos e acompanharmos de perto todas as ações da igreja e dos lobos, assim, não deixando que outra guerra entre nós e eles, aconteça.
Com o Vaticano nos caçando como louco, precisávamos estar atentos e preparados para contê-los caso fosse necessário. E, mais que ninguém, Taehyung queria, de fato, impor ordem e decoro em tudo isso. Ele foi alguém que amadureceu em sua própria dor quando perdeu seus irmãos, e o sofrimento o impulsionou a ser um Drácula impiedoso, mas justo. Nos últimos meses, sua postura diante os vampiros, mudou drasticamente e ele passou a comandar tudo com mais fervor e rigidez, e acho que era justamente isso que os Drácus esperaram esse tempo todo dele.
Apesar de ser um Van Helsing e de ter um longo caminho a cumprir com os vampiros, sinto que, aos poucos, eles estão passando a confiar mais em mim, pois, estão me vendo tão envolvida nisso quanto Taehyung. E eis que a nossa nova era estava começando e, juntos, nos tornaríamos tão poderosos quanto o Vaticano.
SÉTIMO MÊS
Mesmo antes de sair do carro, sorrio ao ver Jimin, Blarie e Hoseok nos esperando de frente para os degraus de pedra da enorme mansão.
Quando o carro estacionou em frente a fonte redonda, Jimin se apressou e logo estava abrindo a porta para mim. Tento sair o mais rápido que minha barriga de grávida permite, e quando fico de frente para ele, Jimin sorri, enquanto seus olhos surpresos encaram minha barriga.
— Olha só para você, parece que eu não te vejo tem anos. — Jimin segura as minhas mãos, antes de me abraçar.
— Eu estava com saudades. — Fecho os olhos, enquanto aperto os meus braços ao seu redor.
— Eu também estava. — ele diz.
— Minha vez. — Blarie diz alto quando eu me separo de Jimin.
Rio e abraço ela, e depois Hoseok.
Taehyung passa por nós, carregando algumas coisas minhas, e Jimin resmunga com o irmão por ele não o abraçar, portanto, vai atrás do Taehyung, provavelmente, indo o obrigar a fazer isso.
Blarie e Hoseok ajudam o motorista a recolher todas as malas no carro.
Igual todo o processo de gravidez até agora, o nascimento dos bebês não seria convencional. Como falta pouco para que o momento chegue, Taehyung e eu estamos nos mudando provisoriamente para uma mansão escondida em Hide. Aqui aconteceria o meu parto, evitando exposições ou perigos, e já sei que uma equipe de vampiros estará a postos para me ajudarem, do mesmo jeito que foi com o Doutor Hugo.
Ficaríamos aqui durante o primeiro mês de Evan e Emily, para que eu aprendesse a cuidar de bebês vampiros. E, para a minha felicidade, alguns dos irmãos de Taehyung, a Blarie e a minha equipe se juntariam a nós por esse tempo também.
— Onde está a bonitinha? — Hoseok pergunta, do meu lado, carregando quatro malas.
Rio baixo.
— Vai vir mais tarde. Ela está revolvendo algumas coisas sobre a igreja com as garotas. — Minha resposta faz os olhos de Hoseok se encherem de esperança e um sorriso surgir em seu rosto animado. — E os outros?
— Yoongi e Jungkook ainda não chegaram, devem estar fazendo alguma coisa idiota em algum canto. E Namjoon não respondeu se viria. — Blarie sorri com um pouco de pesar.
— Espero que ele esteja bem. —  Suspiro, enquanto atravessamos a porta e passamos pelo hall da mansão.
— Não se preocupem. Namjoon está bem. Todas essas viagens que ele anda fazendo, acreditem em mim, faz bem para ele. É sua maneira de ficar bem depois de tudo que aconteceu. — A animação no rosto de Hoseok se suaviza, mas ele ainda sorri.
— Senhora Dracul. — Olho para frente quando reconheço a voz, e sorrio ao ver Skull nos esperando no final do hall.
— Skull! É bom te ver. Por favor, me chama de Elena como sempre foi. — Rio para sua formalidade, mas ele continua em sua expressão impecável.
— Como quiser, senhorita Elena. Também me agrada muito revê-la. Deixe-me ajudar. — Ele pega as malas que Blarie carregava.
Após conhecer um pouco mais da mansão em que passaria os próximos meses, me juntei a Jimin, Blarie e Hoseok, e foi como antigamente. Ficamos à tarde toda conversando e rindo, e eu pude me lembrar dos motivos que tornaram tão fácil que eu fizesse amizade com esses três vampiros logo de cara. Eles estavam tão curiosos a respeito da minha gravidez e queriam saber tudo, apesar de Blarie parecer um pouco chocada quando descrevi a sensação de ter dois bebês dentro de mim.
Assim que Wendy, Sally e Wendy chegaram, a mansão se tornou muito barulhenta, e Taehyung apareceu para reclamar, como esperado. Wendy o provocou costumeiramente e Jimin o forçou a se juntar a nós em um momento de muitas vozes altas, ameaças de Lilu para Hoseok e momentos agradáveis.
FINAL DO OITAVO MÊS
O meu coração estava acelerado, enquanto eu tentava andar rápido à procura de alguém na mansão. O interior do meu vestido estava molhado e pesava, mas eu não me importava, pois, ainda estava assustada demais com a sensação de sentir a minha bolsa estourando quando me preparava para tomar um banho.
— TAEHYUNG! — Grito exasperada, indo para fora do quarto.
Não consigo correr, com medo de mais alguma coisa sair de dentro de mim, mas forço minhas pernas a se moverem com maior velocidade até à escada, onde dou de cara com Yoongi prestes a subir.
Seu olhar vai do meu rosto até o meio das minhas pernas, e quando ele percebe o molhado no vestido e a expressão aflita no meu rosto, seus olhos se arregalam.
— Merda! Por que logo eu que tinha que te encontrar? — Ele sobe os degraus em um pulo, antes de me pegar no colo, ao mesmo tempo que, sinto a primeira contração.
Aperto minhas mãos em seu ombro antes que ele começa a descer comigo.
— Calma! Calma! Nada de ter esses bebês agora, porque eu não tenho a menor ideia de como é fazer um parto! — Ele vira à esquerda quando terminar de descer a escada. — CADÊ TODO MUNDO DESSE LUGAR?! TAEHYUNG, NÃO ME DEIXE SOZINHO COM ELA AGORA! — Yoongi parecia mais nervoso que eu.
— Que gritaria é essa, Yoongi? — Blarie surge com Jungkook no andar de baixo.
— É agora! — Yoongi responde, e eu acabo soltando um gemido de dor quando sinto mais uma contração.
— Por Vlad III! É agora! — Com os olhos arregalados, Blarie me olha.
— Toma, pega ela! Eu vou atrás do Taehyung! — Yoongi se aproxima do Jungkook e me coloca nos braços dele, antes de sair correndo.
— YOONGI, EU SEI O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO! — Blarie grita e, logo em seguida, Lilu e Wendy surgem nas escadas.
— Elena, o que foi? — Wendy corre para cima e Lilu a segue.
— É agora! — Blarie diz, enquanto Jungkook me encara parecendo assombrado.
Wendy para de andar, me olhando surpresa.
Mais uma contração e mais um gemido de dor.
— É agora! Meu Deus, é agora, Eleninha! — Lilu se aproxima exasperada e tenta me tocar, mas para assim que mais um gemido de dor me escapa, fazendo ela e Wendy me imitarem, com expressões apavoradas.
— Eu não vou aguentar. — Aviso, entre os dedos, apertando um dos braços do Jungkook.
— Espera, calma! — Blarie levanta as mãos para mim, em um sinal atrapalhado e exagerado. — Vamos levar ela para a sala que prepararam! — Ela diz, mas ninguém se mexe. — VAI, JUNGKOOK! — A vampira grita, fazendo ele se mexer.
Enquanto Jungkook corria comigo nos braços, as garotas gritavam por toda a mansão, esmurrando cada porta que encontrassem pelo caminho.
Após os minutos mais longos da minha vida, Jungkook chegou no enorme quarto escondido nos fundos da mansão, que havia sido preparado para esse momento.
Logo as vampiras parideiras encarregadas do meu parto, surgem, correndo para e para cá, ajeitando tudo.
Eu estava deitava na enorme cama, agarrada no lençol, sentindo cada uma das contrações que pareciam queimar o meu corpo inteiro por dentro. E a cada gemido de dor que eu soltava, Wendy, Blarie e Lilu me encaravam com desespero. Jimin, Hoseok e Sally são os próximos a chegarem, e esse quarto estava se tornando cada vez mais lotado, e o desespero de todos eles que gritavam só por eu respirar mais pesado, apenas me deixava mais nervosa. Era quase como se fossem eles no meu lugar.
Quando Jungkook finalmente encontrou Taehyung, as vampiras parideiras expulsaram todos do quarto com exceção dele.
Taehyung se sentou do meu lado na cama e segurou minha mão, e apesar de tentar parecer sério para não me afligir mais, eu conseguia notar o apavoro em seus olhos. Ele estava assustado e eu sabia, porque cada vez que eu apertava sua mão por conta de uma contração, ele respirava pesado.
As parideiras logo se espelharam ao nosso redor, depois de terem me trocado, me fazendo vestir uma longa e larga camisola branca. Elas passaram todas as instruções e tentavam me encorajar quando o momento chegou.
Eu fiz força uma, duas, três, várias vezes, mas tudo que eu sentia era dor, e quase pensei em desistir. Mas Taehyung me deu um beijo tenso na testa e disse que eu era a mulher mais forte que ele já havia conhecido em toda sua vida, e o seu incentivo serviu para me recarregar de novo. E, com isso, em meio a alguns grunhidos de dor, senti o primeiro bebê saindo e entoando seu choro pelo quarto, mas eu não podia parar agora, por isso, continuei até que o segundo bebê saísse também, fazendo meu corpo sentir uma descarga de alívio que me correu da cabeça aos pés.
Os choros finos e agudos faziam meu coração se agitar cada vez mais, e quando eu vi as parideiras se aproximando com dois pacotinhos enrolados em panos brancos, as lágrimas que derrubei ao sentir tanta dor, se transformaram em lágrimas de alegria e estupefação.
— A mãe deve ser a primeira a segurar. — A parideira avisa Taehyung, antes de me entregar o pequeno pacotinho enrolado. Quando uma segunda parideira me entrega o outro bebê, tento controlar a emoção de segurá-los pela primeira vez.
Eu nem conseguia descrever como me sentia nesse momento, apenas sentia os meus braços tremerem, enquanto eu encarava os dois pequenos rostinhos. Eu não podia parar de chorar e também não podia controlar o meu amor, porque eu já os amava mais que tudo.
Os olhinhos fechados, o choro que deu lugar aos sons manhosos quando eu os peguei, os fios de cabelos e das sobrancelhas que eram claros como os de Taehyung… Eles eram perfeitos.
Em uma fungada, tento espantar meu choro, mas quando olho para Taehyung e percebo seus olhos brilharem, me sinto emocionada novamente. Os olhos dele nem piscavam enquanto encaravam os bebês, era como se ele não acreditasse no que via.
— Os nossos filhos. — Encolho os ombros e sorrio, com a voz embargada pelo choro.
Taehyung me encara e pisca os olhos algumas vezes, antes de me abraçar, envolvendo nós três em seus braços quentes.
— Não tenho dúvidas de que vocês são as melhores coisas que já me aconteceram em trezentos anos. — Ele sussurra emocionado da forma mais linda do mundo.
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nosfetaru · 4 years
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O CASAMENTO
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— Você está linda, Eleninha. Parece uma princesa, só que mais bonita. — Lilu aperta os meus ombros e posso ver a pedra vermelha do anel que era do Jin, brilhar em um dos seus dedos.
— Eu acho que vou vomitar. — Digo, extremamente nervosa.
— Acho que é normal, você está grávida. — Sally responde e Wendy ri, antes de se aproximar do espelho em que eu estava parada na frente.
— Wendy, eu não sei se posso fazer isso. — Me viro, encarando minha irmã sobre os ombros.
Wendy ri ainda mais.
— Se você está tão nervosa e incerta, nós podemos fugir. — Lilu sugere, me fazendo olhá-la com espanto. — O que foi? — ela arqueia as sobrancelhas. — Você disse que não sabe se pode fazer isso.
Sinto o desespero tomar conta de mim, me fazendo apertar mais o buquê de rosas-vermelhas que eu segurava.
— Não! Eu quero me casar com ele, Lilu! — Respondo de forma exasperada, fazendo as três caírem na risada.
— Nós sabemos, Eleninha. Então deixe disso. Vai dar tudo certo. — Wendy ajeita o meu véu, o colocando sobre os meus ombros, enquanto as três me olham.
Elas estavam tão deslumbrantes que eu até me sentia insegura sobre a minha aparência agora.
— Você está perfeita. — Como se pudesse ler os meus pensamentos, Wendy diz, sorrindo largamente. — Taehyung vai se sentir o vampiro mais sortudo do mundo quando te ver nesse vestido.
A simples menção do nome do meu noivo, faz meu coração saltar agitado. Eu já podia sentir as minhas mãos suarem em volta do arranjo do buquê.
— Acho que devemos deixar ela sozinha por um tempo. É bom para se acalmar. E, de qualquer forma, nós precisamos ir. — Sally avisa, me deixando mais nervosa do que eu já estava, se é que isso era possível.
— Já sabe, Eleninha, vou estar te esperando lá perto do altar. Qualquer coisa, você pisca pra mim e eu te tiro daqui rapidinho. O carro vai estar ligado. — Lilu reforça sua proposta de fugir, fazendo uma falsa expressão séria, antes de rir e caminhar até à porta com as garotas.
— Você tem visita. — Wendy cantarola assim que abre a porta.
Ela sai com as garotas e Jimin entra, tão elegante quanto um príncipe.
— Você está tão linda. — Ele sorri, enquanto se aproxima me encarando de forma deslumbrada. — Por Vlad III! Está linda demais!
— Obrigada. — agradeço tímida.
Jimin inclina sutilmente a cabeça para o lado.
— O que foi? Não perece tão animada quanto eu achei que estaria. — Ele fica me encarando.
Suspiro pesadamente, deixando meus ombros caírem.
— Eu estou muito nervosa, Jimin. Acho que posso até desmaiar. — confesso.
Jimin ri, deixando seus olhos bem pequenininhos em uma linha fina.
— Mas isso não é normal? Você está prestes a se casar, estranho seria se você estivesse calma, Elena. — Entre um riso, ele pega uma das minhas mãos, a apertando com ternura.
— Aposto que o Taehyung está calmo. — Digo, desviando o olhar.
— Taehyung está quase matando os convidados lá fora. Você está atrasada umas duas horas e ele deve estar pensando que desistiu. Tivemos que contê-lo, ao menos, umas cinco vezes para que ele não viesse atrás de você. Já até mesmo mandou o padre calar a boca quando pediu ele que o Taehyung se acalmasse um pouco. — Jimin começa a rir novamente.
— Então, ele também está nervoso? — pergunto, surpresa.
— É claro que ele está, Elena. Ele vai se casar, e se você não quiser que o seu futuro marido mate os seus convidados, sugiro irmos de uma vez. — Jimin me oferece um dos braços, enquanto ainda ri.
— Espere um minuto. — Peço e me viro para o espelho, me olhando uma última vez.
O vestido que Madame Dorothea fez para mim, era lindo, e se moldava a cada pedaço do meu corpo, se encaixo como se fosse a minha própria pele. Acho que talvez essa seja a minha roupa favorita, porque eu definitivamente amava esse vestido cheio de detalhes delicados.
Eu não pretendia me casar tão rápido depois de tudo que aconteceu, mas Madame Dorothea insistiu para que fizéssemos isso rápido, ou o vestido não serviria mais por conta da gravidez. E após vê-lo finalizado, penso que não conseguiria esperar nove meses para usá-lo.
Respiro fundo e me viro para Jimin, enlaçando o meu braço ao seu. Ele sorri gentil, antes de começar a andar comigo até à porta. Ele a abre e, assim, saímos do pequeno ateliê. Um longo caminho de pedra polida, debaixo do lindo céu estrelado, nos recebe. Os meus saltos faziam barulho todas às vezes que andávamos, anunciando a minha chegada.
Eu já conseguia avistar o grande salão dourado por onde entraria, e os dois homens vestidos de preto que estavam do lado de fora, logo se movimentam e avisam, através de um microfone articulado de orelha, que havíamos chegado.
O meu coração acelera ainda mais, e paro de andar, obrigando Jimin a fazer o mesmo.
— Falta pouco agora, apenas relaxe. Você precisa ver como as coisas estão bonitas do outro lado. — Jimin aponta com a cabeça para a grande construção dourada de portas altas e escuras.
Respiro fundo outra vez e tento ficar um pouco menos ansiosa, mesmo que tudo dentre mim gire em um bolo nervoso.
Aceno fracamente para Jimin e, com isso, voltamos a andar. Os dois homens do lado de fora, seguram cada um em um lado das maçanetas reluzentes da porta, prontos para abri-la.
Jimin e eu paramos em frente a porta e os dois homens me encaram, apenas esperando o meu sinal. Jimin segura minha mão que estava em volta do seu braço, tentando me passar confiança.
Esse era o momento, bebê, nós vamos fazer isso.
Com o coração incontrolável, aceno para os dois homens e um deles avisa no microfone “ela vai entrar”. Assim, logo em seguida, consigo escutar o som da marcha nupcial começar a ser tocada.
Aperto fortemente o buquê e o braço de Jimin quando as altas portas escuras começam a ser abertas, relevando tudo que estava guardado do outro lado.
Quando nos veem, todos os convidados se levantam, antes que Jimin me conduza para dentro do gigantesco salão completamente iluminado e enfeitado.
Eu gostaria de poder me conter, mas eu estava completamente impressionada com a decoração elegante e luxuosa. Por não poder entrar em uma igreja e por saber das minhas crenças, Taehyung encontrou um lugar grande o bastante para ser transformado em uma réplica de uma igreja, com vitrais, lustres de cristais, velas em candelabros, tapete vermelho, bancos de madeira como os das igrejas e tudo que era tão extravagante ao ponto de me deixar completamente deslumbrada nos detalhes.
Todos os olhares estavam voltados para mim, enquanto eu caminhava pelo tapete vermelho repleto de pétalas de flores. Mas, nesse momento, apenas um olhar me importava, e ele vinha do incrivelmente lindo vampiro que, segundos antes, estava com uma feição tão séria que era capaz de assustar, mas que agora estava completamente perdido, enquanto me fitava da cabeça aos pés até os seus olhos encontrarem os meus.
Por Deus! Ele estava simplesmente perfeito para um inferno e isso me deixava ainda mais nervosa.
Taehyung trajava um fraque, uma gravata e um colete todos em preto, igualmente como suas calças e sapatos sociais. As únicas coisas de cores diferentes, era a camisa branca debaixo do colete e a gravata, e o delicado lenço de seda da cor vermelho sangue no bolso do fraque. As pontas das mangas de renda da sua camisa branca, saiam para fora das mangas do fraque em um aspecto elegante e delicado, combinando com as unhas pintas de preto. Os costumeiros brincos longos em suas orelhas, se moldavam aos fios branco-acinzentados dos seus cabelos, que estavam espalhados por sua testa, pairando na frente dos olhos marcados por um olhar intenso.
Completamente presa no poder dos seus olhos, quase não percebo quando finalmente chegamos à frente do altar, fazendo a marcha nupcial cessar para que o som suave dos violinos tomasse lugar.
Jimin afasta seu braço e segura minha mão, subindo o degrau único do altar, antes de me conduzir para cima também. Ele sorri largamente para mim, antes de me deixar de frente para Taehyung.
Por um segundo, meu olhar desvia do seu e me sinto ainda mais nervosa. Olho para o lado esquerdo, onde eu via minha mãe, Blarie e as garotas paradas logo atrás de mim. E sendo a Elizabeth de sempre, minha mãe tentava segurar as lágrimas, mas os seus olhos vermelhos a entregavam. Blarie e Sally sorriam, enquanto Wendy faz um sinal de positivo como se dissesse “vai dar tudo certo”. E, por fim, Lilu pisca discretamente para mim, sorrindo, logo me fazendo lembrar da sua proposta, e sou obrigada a desviar o olhar antes que ela ache que eu pisquei de volta e arrume uma confusão aqui dentro.
Atrás de Taehyung, estavam todos os seus irmãos impecavelmente elegantes, até mesmo Namjoon, que eu não sabia se viria para o casamento, pois, após o enterro de Hyun e Jin, ele simplesmente havia sumido.
O padre que faria a cerimônia e que eu sabia que com certeza estava hipnotizado, pigarreia, atraindo minha atenção.
Encolho os ombros no lugar, um pouco envergonhada, mas ele sorri minimamente para mim, o que me faz lembrar do padre Albert e de como eu gostaria que fosse ele ali, mas eu sabia que isso não podia acontecer mais.
— Pelo sinal da santa Cruz, livrai-nos, Deus nosso Senhor, dos nossos inimigos, abençoando-nos nessa noite. Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. — O padre diz em alto e bom som para que todos escutem. — Podem se sentar agora. — Ele faz um gesto para os convidados, que se sentam rápidos e silenciosos.
Atrás de um pequeno palanque, o homem quase sem cabelos, usando uma batida branca e enfeitada, começa a folear a bíblia apoiada ali.
— Nesta noite, estamos aqui para reunir esse homem e essa mulher em sagrado matrimônio. — O padre nos encara, me fazendo espiar aquele que estava na minha frente.
Em nenhum momento, o olhar de Taehyung desvio de mim, mas eu me sentia muito ansiosa para retribuir e, talvez, um pouco envergonhada também.
— A palavra do Senhor diz que não há nada mais poderoso do que a união de um matrimônio. — Ele apoia suas mãos uma em cada lado do palanque. — As alianças, por favor.
Em meio ao som suave e calmo dos violinos, Wendy se agita ao puxar do suporte do buquê que segurava, duas alianças reluzentes.
— Senhor padre. — Ela curva a cabeça e estende as alianças para ele como se entregasse um tesouro a um rei, fazendo alguns convidados rirem baixo, enquanto minha mãe a puxa para longe do padre, que nega com a cabeça e ri fraco.
— Aliança significa aliar-se a algo ou a alguém, intenções de acordo, pacto entre partes, convênios entre pessoas ou nações que buscam objetivos comuns. A bíblia fala de muitas alianças, especialmente, das alianças que Deus fez com a humanidade. Aqui, nesta cerimônia de casamento, estas alianças significam um compromisso voluntário, consciente e responsável estabelecido entre duas pessoas que se amam. — Em seguida, o padre nos entrega as alianças, e o simples toque dos meus dedos no objeto circular e dourado, me faz ficar enjoada de nervosismo. — Sendo assim, vamos a troca de alianças agora. Rapaz… — O padre gesticula de Taehyung para mim. — pode começar.
Taehyung segura minha mão livre e eu tenho certeza que ele a sentiu gelada por conta do nervosismo. Eu tentava não tremer, mas estava quase impossível. Ele aperta levemente seus dedos nos meus, me fazendo encará-lo, enquanto me prende em seu olhar, tentando me fazer esquecer tudo que acontecia ao nosso redor.
— Eu te dou esta aliança como símbolo verdadeiro do meu amor. Escolho você para ser minha mulher e companheira por toda eternidade. Receba-a e saiba que eu te amo. Pois, com este anel, peço a você, que seja minha. — Minhas pernas tremem debaixo do vestido branco quando escuto sua voz grave e rouca pronunciar as palavras que enchiam meu coração até transbordar.
Taehyung desliza lentamente a aliança por meu dedo até que ela esteja perto do anel de noivado.
— Jovenzinha, sua vez. — Encaro o padre, nervosa, e ele acena com a cabeça para que eu continue.
Tento engolir o meu nervosismo depois de abrir um pouquinho a boca e respirar fundo.
Seguro a mão do Taehyung.
— Eu te dou esta aliança como símbolo verdadeiro do meu amor. Escolho você para ser meu marido e companheiro por toda eternidade. Receba-a e saiba que eu te amo. Pois, com este anel, peço a você, que seja meu. — Recito os meus votos, enquanto deslizo a aliança por seu dedo.
— Taehyung Dracul, estás disposto a prometer diante de Deus e de todos aqui presentes, a tomar esta jovem como sua legítima mulher, prometendo amá-la, honrá-la, consolá-la e conservá-la, tanto na saúde como na enfermidade, na prosperidade como em seus sofrimentos, e te conservares exclusivamente para ela enquanto ambos viverem? — O padre pergunta.
Taehyung fica alguns segundos em silêncio, apenas me encarando, antes de responder:
— Sim.
— Elena Alissa Van Helsin, estás disposta a prometer diante de Deus e de todos aqui presentes, a tomar este homem como seu legítimo marido, prometendo amá-lo, honrá-lo, consolá-lo e conservá-lo, tanto na saúde como na enfermidade, na prosperidade como em seus sofrimentos, e te conservares exclusivamente para ele enquanto ambos viverem?
— Sim. — Respondo rápido demais e isso faz Taehyung sorrir sutilmente para mim.
— Alguém aqui presente é contra essa união? Se for, fale agora ou cala-se para sempre. — Por um momento, fico tensa, esperado que algum dos vampiros convidados, se levante e arruíne tudo, mas quando os espio, para minha surpresa, vejo mais sorrisos do que imaginei.
— Sendo assim, pelos poderes investidos a mim, eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva, rapaz.
Segurando minha mão, Taehyung me puxa para perto do seu corpo, antes de me envolver em seus braços e tomar os meus lábios pintados pelo batom vermelho-escuro, fazendo todos aplaudirem, enquanto escuto Lilu, Wendy, Blarie, Jimin e Hoseok gritarem como se estivessem em uma feira.
Taehyung e eu nos afastamos e, então, sorrio genuinamente, recebendo um sorriso extremamente lindo em resposta. E, nesse momento, sei que todo o meu nervosismo valeu a pena, porque eu sabia que nunca me arrependeria de ter dito “sim”.
***
Muitas horas já haviam se passado desde que todos viemos para o próximo salão, esse, maior do que aquele que ocorreu a cerimônia. Eu ainda não conseguia me acostumar com tamanho poder que Taehyung tinha para conseguir coisas tão luxuosas como essa. Nem mesmo os casamentos de princesas encantadas chegavam aos pés do que estava sendo esse.
Tirando a minha mãe e a minha equipe, os demais convidados eram todos vampiros, já que ainda estávamos foragidas do Vaticano e não poderíamos correr riscos. Mas, mesmo assim, todos pareciam estar se divertindo, bebendo, dançando e comendo. Até mesmo Skull se entreteve, depois que eu insisti muito para que ele viesse ao casamento como um convidado e não um mordomo.
Nesse momento, Wendy, Sally e Jimin riam de alguma coisa que minha mãe falava para um Taehyung totalmente sério. Todos estavam sentados em uma mesa muito bem decorada.
Lilu e Hoseok haviam sumido, mas eu realmente não queria saber para onde eles foram ou o que estavam fazendo, não depois de a Lilu ter ficado bêbada e brigado com Hoseok, do mesmo jeito que o beijou algumas vezes pela festa.
Yoongi e Blarie - que havia pegado o meu buquê, estavam juntos em um canto do salão, perto dos músicos. Ela com os braços ao redor do pescoço dele e ele com os braços ao redor da cintura dela, e ambos conversando com Namjoon. Penso que isso será bom para ele se distrair um pouco.
Apesar de tudo que passamos, eu realmente me sentia feliz agora, esse momento, tudo que estávamos compartilhando. Sei que ainda tenho um longo caminho a percorrer relacionado a conquistar a confiança de todos os vampiros, mas o primeiro passo já foi dado, e sei disso apenas pelo sorriso que recebo de Abel, que estava do outro lado do salão, junto de outros vampiros.
Suspiro como se estivesse em um sonho, e levo a esguia taça de cristal em direção a boca, bebericando a champanhe de saber doce e suave.
— Eu deveria te felicitar pelo casamento? — Levemente surpresa, olho para o outro lado, encontrando Jungkook parado próximo de mim, com as mãos para dentro dos bolsos do seu smoking preto. — Parabéns, Elena. — Ele sorri de lado, enquanto me encara de corpo todo.
— Obrigada. — Sorrio para ele, antes de entrarmos em um momento de silêncio. — Acho que agora você não vai mais poder me provocar como fazia antes, já que estou casada. — Rio, em tom de brincadeira.
Jungkook se aproxima em um passo, antes de sorrir de forma lasciva.
— Vejo que você está enganada, porque é agora que as coisas se tornam interessantes. — Jungkook rouba a taça da minha mão, antes de se afastar e abraçar uma das vampiras que passava por perto, a levando em direção a pista de dança.
Rio nasalada, sabendo que suas provocações já se tornaram parte da nossa rotina, apesar de eu saber que ele não gostava de mim, e sim, gostava do que não podia ter. Penso que se eu tivesse ficado com ele naquela noite no castelo, levado tudo mais intensamente, ele já teria desistido de mim e partido para sua próxima vítima.
De toda forma, acabo me virando na direção contrária com o intuito de me juntar ao meu marido e descobrir o que a minha mãe estava falando para ele. Mas acho que ele me entrou antes disso, pois, assim que giro os meus saltos, o vejo parado atrás de mim.
— Estava prestes a ir atrás de você. — sorrio.
Taehyung arqueia as sobrancelhas.
— O que acha de irmos? — Ele pergunta, com uma expressão um pouco séria.
— Você já quer ir? — Franzo o cenho, confusa.
Ele me puxa pela mão, aproximando nossos corpos, antes de levar sua boca para perto da minha orelha.
— Eu pretendo continuar isso em outro lugar. — Ele quase sussurra, fazendo meu corpo inteiro se arrepiar. E, quando volta a me encarar, consigo enxergar sutilmente suas pupilas se dilatando.
— Preciso me despedir da minha mãe e das garotas antes. — Aviso, pronta para me afastar, mas ele me puxa de volta para perto.
— Elas já sabem que estamos indo.
Tento espiar sobre os seus ombros largos, vendo, ao longe, todos na mesa nos encarando com sorrisos largos demais. Wendy leva as mãos até à boca e sibila um "não esqueça do que compramos antes”, fazendo o meu rosto esquentar completamente.
Antes que eu diga mais alguma coisa, Taehyung começa a me conduzir por entre os inúmeros convidados, até que estivéssemos fora do salão a procura do carro que nos levaria para onde passaríamos a nossa primeira noite de casados.
***
Demorou algum tempo até que o carro estacionasse em frente a bela casa, onde, eu, minha mãe e as garotas, passamos a última semana, nos preparando para o casamento. Aparentemente, era uma das propriedades dos irmãos em Hide, um lugarzinho bem afastado e fora dos mapas, mas, muito bonito também. Era perfeito para o nosso casamento, não correndo o risco de sermos encontramos pela igreja ou por algum lobo sobrevivente.
O motorista sai do carro e abre a porta para mim, segurando minha mão e me ajudando a sair. Taehyung sai logo em seguida, dando a ordem para que o motorista fosse embora.
Assim, caminhamos em direção à casa com paredes de pedras escuras. Taehyung busca pela chave em um dos delicados vasos de flores que enfeitavam a entrada. E, no segundo seguinte após abrir a porta, ele me pega no colo, me fazendo soltar um pequeno grito de surpresa.
— Não é assim que se deve fazer? — Ele pergunta em meio a um sorriso esperto e provocativo.
Depois de entrarmos e dele trancar a porta, Taehyung me carrega para o segundo andar até que estivéssemos no quarto que permaneceu trancado durante a semana em que fiquei nessa casa.
O quarto era lindo e grande, não tanto quanto costumavam ser os quartos do castelo, mas esse também era perfeito. Tudo estava decorado por lençóis, cortinas e um dossel vinho-escuro. Um bonito lustre pendia no teto, com algumas velas penduradas nele, assim como, em outras partes do quarto, iluminando tudo com perfeição, em um sombreado muito atraente. Me pergunto se ele havia pedido a alguém encarregado para acender todas essas velas antes de chegarmos, já que vi Taehyung conversar com o motorista que, logo depois, fez uma pequena ligação antes de sairmos do local do casamento.
O cheiro no quarto era de flores, doce e forte, de uma maneira muito agradável.
Após observar tudo, os meus olhos vão até à bolsa em cima da cama, e logo meu rosto esquenta de novo. Aquela bolsa era minha e eu sabia muito bem o que estava ali dentro.
Taehyung me coloca no chão, e vejo por canto de olho quando ele apoia as mãos no batente da porta, aproximando seu corpo do meu. E quando seu tronco toca as minhas costas, me arrepio e entro totalmente no quarto.
— Você… Você… — Desvio o olhar, cada vez mais envergonhada. — Me espera aqui, eu já volto. — Sem encará-lo, corro até à bolsa e depois corro com ela para o banheiro, me trancando ali dentro.
Encosto as costas na porta trancada, enquanto me sinto nervosa, encarando a bolsa em minhas mãos. Quando tomo coragem, vou até o espelho da pia e encaro o meu reflexo, começando a desprender o véu na minha cabeça, e desmanchar o penteado que deixou os meus cabelos levemente ondulados. Em seguida, com cuidado para não estragar nenhum detalhe do meu vestido de noiva, o tiro. Abro minha bolsa, puxando para fora as delicadas peças da cor branca. Minhas bochechas pegam fogo, e se eu estava nervosa por me casar, agora eu estou nervosa ao pensar em usar essa lingerie que Wendy insistiu para que eu comprasse para minha primeira noite de casada.
A peça era linda e delicada, mas eu me sinto um pouco insegura de usá-la e depois mostrá-la para o Taehyung.
Após respirar fundo mais vezes do que eu pude contar, acabo vestido o sutiã de renda e sem bojo, era apenas como um pano fino e retangular que cobriam os meus seios, apesar de eu ter certeza que dava para vê-los através da renda clara. Depois, visto a, parcialmente, pequena calcinha seguida pelas meias quase transparentes que iam até o começo das minhas coxas. Calço os meus saltos mais uma vez e cubro o meu corpo com o longo robe de seda branca.
Me olho no espelho de novo, e me pergunto se todo esse branco me fazer parecer alguém pura demais para uma grávida.
Suspiro e vou até à porta e, nervosa, destranco-a, saindo timidamente do banheiro.
Taehyung me encara. Ele estava sentado sobre o pequeno banco estofado preso no final da cama. O seu fraque, colete e gravata haviam sumidos, e sua camisa branca estava com os quatro primeiros botões abertos, revelando uma pequena parte do seu tronco pálido. Seus cabelos pareciam mais bagunçados que antes, mas os seus olhos continuavam tão intensos.
Aperto bem o robe ao redor do meu corpo, o deixando fechado, enquanto me aproximo lentamente do Taehyung, só parando quando avisto seus sapatos através do meu olhar baixo e envergonhado.
Ainda sentado, ele estende suas mãos, tocando as minhas para afastá-las do robe, antes que o abra lentamente até que a peça deslizasse pelos meus ombros e caísse no chão.
Engulo toda a saliva de uma vez, e tomo um pingo de coragem para erguer o olhar e espiar sua feição, que era completamente vidrada, passeando por cada parte do meu corpo, o deixando quente pela vergonha.
Quando o seu olhar vai até o meu, Taehyung segura minha mão e me puxa para baixo, de modo que, eu apoiei um dos meus joelhos entre as suas pernas abertas.
Quando nossas testas se encostam, ele segura o meu pulso e ri nasalado de um jeito completamente ordinário.
— Você está fantástica. — Sua voz era baixa e lenta, fazendo o meu coração acelerar.
Toda e qualquer insegurança e timidez, somem assim que ele me beija, fazendo o gosto do champanhe em sua língua quente, se misturar ao aroma doce de flores no quarto.
Suas mãos vão até à minha cintura, enquanto ele tenta me puxar para mais perto. E, por um segundo, afasto minha boca da sua e ele aproveita do momento para beijar o meu queixo de forma molhada.
— Nós podemos fazer isso antes? — Pergunto em meio a um suspiro, antes de afastar os cabelos para o lado, deixando o meu pescoço, do lado da marca, a amostra.
Taehyung maneia levemente a cabeça, antes de me encarar profundamente.
— Eu acho que quero fazer isso. — Digo para ele, que encara a pele exposta do meu pescoço por alguns segundos, antes de me sentar em uma das suas pernas, de modo que, meu pescoço ficasse totalmente livre para ele.
Em questão de segundos, sinto sua respiração quente bater na pele do meu pescoço, o deixando arrepiado. Em seguida, seus lábios molhados depositam um beijo terno sobre a marca, antes que Taehyung afunde suas presas para dentro, em uma fisgada aguda e dolorosa. Logo o sinto sugando o meu sangue, enquanto se deleitava. O meu corpo inteiro começa a formigar com a sensação, ao mesmo tempo que, encaro o meio das suas calças, vendo um certo volume crescer ali, como eu queria.
Taehyung fica mais alguns segundos aproveitando o meu sangue, antes de limpar o sangue que escorria, como se estivesse me beijando. E isso faz com que eu contorça os dedos dos pés.
Com os olhos vermelhos de vampiro, ele começa a arrastar seus lábios por minha pele até encontrar a minha boca em um beijo com gosto de sangue, do qual, deixo que dure apenas alguns instantes, antes que eu me afastasse e começasse a me abaixar em sua frente, até estar de joelhos.
Taehyung estreita os olhos, me encarando curioso sobre o que eu faria. E mesmo que eu estivesse nervosa por essa ser a minha primeira vez, começo a desabotoar suas calças pretas, deixando em maior evidência o volume coberto pela cueca, também, preta.
Ele continua me encarando em silêncio, atento a todos os meus movimentos. E então, misturando a coragem ao meu desejo, abaixo a frente da sua cueca até que seu membro esteja completamente exposto para fora.
Os meus olhos se tornam grandes, e minhas mãos o tocam de forma automática, me fazendo ver as pernas de Taehyung ficarem tensas sobre o banquinho acolchoado.
Não sabendo muito bem por onde começar, deixo que uma das minhas mãos comece a subir e a descer por seu membro que ficava cada vez mais rígido ao meu toque. Me lembrando da maneira como ele me instruiu da primeira vez que fiz isso, tento seguir cada movimento até que eu escutasse um suspiro baixo. E isso era o sinal que eu estava procurando para, um pouco tímida, aproximar minha boca de seu membro.
Taehyung se mexe sobre o banco, um pouco inquieto, e eu posso ver quando suas mãos apertam o estofado vinho de camurça.
Rapidamente o espio, olhando para cima, e a visão de Taehyung com os olhos fechados e cabeça levemente inclinada para trás, me incentiva a começar alguns movimentos lentos que faziam barulho conforme minha boca subia e descia por ele.
Coloquei em minha boca o quanto pude, e o restante estimulei com a minha mão, tentando sempre não o atingir com os meus dentes, apesar de isso acontecer às vezes. Alguns gemidos começam a escapar de sua boca, enquanto Taehyung me instruía, visto que era a minha primeira vez.
Não acho que sou a melhor, e Taehyung já deve ter tido experiências muito melhores, mas, ao menos, o consegui dar alguns minutos de prazer, que me deixavam cada vez mais quente toda vez que ele pulsava na minha boca, tornando o interior das minhas pernas, molhado.
Seu quadril se move sutilmente para frente, empurrando mais seu membro contra minha boca. Eu já sentia a ponta do seu membro molhada, misturando o seu prazer a uma pequena quantidade de saliva que escorria para fora da minha boca, causando cada vez mais barulhos. Por isso, não demora muito para que o corpo de Taehyung volte a ficar tenso, enquanto sinto todo o líquido quente ser expelido para fora do seu membro, sujando minha boca, queixo e parte das suas calças.
Quando afasto minha boca, um longo fio de sua excitação surge dos meus lábios até o seu membro, antes de se partir, deixando Taehyung com a respiração ainda mais forte devido à visão. E sei disso, pois, bastam segundos para que ele me puxe para cima, jogando meu corpo na cama com certa brutalidade, entre o dossel. E tudo que tenho tempo de fazer, é limpar a minha boca e queixo, antes que ele me beije fervorosamente.
Suas mãos correm rapidamente pelo meu corpo, subindo pela barriga e entrando no meu sutiã de renda. Suas mãos geladas começam a apalpar os meus seios até que eles fiquem rígidos e, assim, suas mãos seguem o caminho, subindo mais enquanto levam o sutiã junto, o tirando do meu corpo.
Ao contrário de suas mãos, seus beijos começam a descer, se afastando da minha boca, passando pelo meu pescoço e alcançando um dos meus seios, que logo é envolto por sua língua quente e molhada, me fazendo suspirar.
Minha barriga se contrai assim que seus dedos deslizam por ela, antes de escorregarem para dentro da minha calcinha, tocando a minha pela molhada. Seguro com força nos lençóis quando seus dedos se movem circularmente em mim, acompanhando o ritmo da sua língua em meio seio úmido por sua saliva. Eu estava tão inebriada nesse sentimento que não conseguia pensar com clareza, e isso apenas se intensificou quando, sem um aviso prévio, Taehyung empurrou dois dedos para dentro de mim, me fazendo soltar o primeiro gemido.
Lentamente, os seus dedos se moviam para dentro e para fora de mim, me fazendo arrastar os pés pelo lençol de seda até as minhas pernas estarem dobradas.
O meu peito começava a subir e descer com um pouco mais de intensidade, mas isso não o fez parar de me provocar com sua língua. E eu sentia que poderia explodir desse jeito, por isso, comecei a chamá-lo, mas seu nome saia mais como gemidos que apenas o incentivavam a intensificar os movimentos de seus dedos. Então, entre alguns movimentos inquietos, seguro nos seus cabelos, tentando puxá-lo para cima, e quando seu olhar encontra o meu, ele logo entende o meu desespero.
Em um movimento exasperado, abro sua camisa, fazendo os botões se desprenderem, enquanto tento, ao mesmo tempo, empurrar suas calças para baixo.
Taehyung ri de forma cínica, adorando presenciar o meu desespero para tê-lo. Mas ele não torna isso ainda mais torturante e logo se livra dos restantes das suas roupas, enquanto faço o mesmo com a minha calcinha, ficando apenas de meias sete oitavos.
E, com beijos ardentes em meu pescoço, ele leve seu membro até à minha entrada molhada e se empurra de vez só para dentro, impulsionando nossos corpos para cima, sobre a cama. Minha boca se abre, enquanto enlaço minhas pernas ao redor da sua cintura quando ele se movimenta sem delicadeza.
Eu estava tão excitada que chegava a doer, mas Taehyung parecia querer levar isso ao limite, mexendo seu quadril de um jeito que me causava arrepios e ardência.
Aperto seus ombros com força, escutando ele conter alguns gemidos enquanto voltava a aproximar sua boca da minha. Ele me beija mais uma vez, e agora nossas bocas pareciam mais molhadas do que antes, não conseguindo manter o ritmo do beijo por conta dos gemidos e dos nossos movimentos que balançavam a cama que rangia.
Uma das suas mãos segura na cabeceira, enquanto a outra vai em direção ao um seio, o apertando sem delicadeza. Então, cubro a sua mão com a minha, o fazendo apertar ainda mais fortemente.
O quarto, antes silencioso, foi preenchido pelo barulho das nossas intimidades se chocando, enquanto o cheiro de flores foi substituído pelo cheiro do sexo e desejo.
Fecho os olhos com força, enquanto praticamente grito o seu nome, sentindo o meu corpo pegar fogo cada vez que ele se impulsionava para dentro de mim. Eu me sentia descontrolada e queria rasgar cada um dos travesseiros debaixo das minhas costas para ver se amenizava essa explosão que surgia dentro de mim.
Taehyung ergue o seu tronco e seguras as minhas coxas, de modo que, comece a sair por completo de dentro de mim para entrar com toda força, me empurrando para uma sequência de gemidos seguido por um arrepio de prazer quando minha visão se escurece um pouco. Meu corpo todo treme, e com mais algumas investidas, Taehyung também alcança o seu limite, escorrendo quente para dentro de mim, enquanto tinha os olhos fechados e a boca entreaberta, gemendo de forma baixa e excitante.
Seus cabelos estavam grudados na testa, e seu peito subia e descia com rapidez, fazendo a luz das velas resplandecerem em sua pele suada. Agora que me sinto um pouco mais calma, posso ver com perfeição a sua boca levemente inchada, manchada com alguns resquícios de sangue e do meu batom.
Ele escorrega para fora de mim e depois deita seu corpo sobre o meu, antes de entrelaçar as nossas mãos com alianças, fazendo as joias douradas se tocarem, brilhando dentro do quarto quente, como símbolo do nosso amor e de uma nova era entre uma Van Helsing e um Drácula.
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nosfetaru · 4 years
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DIAS SOMBRIOS
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Dois dias haviam se passado desde que Elena chegou na pequena casinha de tijolos gastos, escondida dentro de uma floresta largada ao relento. Às vezes, Elena se sentia como um animal selvagem, pois, de uma forma ou de outra, ela sempre acaba escondida entre árvores e matos.
O seu coração se apertava de uma maneira ruim que a deixava cada vez mais amargurada e afundada em um sentimento escuro que crescia de dentro para fora. Nem um telefonema, nenhuma carta, nenhum recado e nenhum sinal, já haviam se passado quatro dias desde que Elena havia se despedido do Taehyung, e a cada tilintar dos ponteiros do relógio, aos poucos, mesmo que não quisesse, ela ia perdendo suas esperanças.
Elena pensava que seu maior erro foi não ter ido com Taehyung, mas agora ela não poderia ser egoísta, pois, havia algo dentro dela que necessitava de todo o cuidado do mundo, e ela não podia contar com a mesma sorte que teve em Upiór. Ela sabe que viveu um inferno naquele vilarejo e, por um segundo, realmente pensou que havia perdido o seu bebê, mas o relicário da Amélia a salvou. E foi naquele momento doloroso e agoniante quando Kihyun a atravessou com uma lasca de madeira, que Elena percebeu o quanto queria ter esse bebê, porque se ele não voltasse para ela, então a criança que carregava o lanço de sangue entre eles, seria eternamente a lembrança de um amor conflituoso e imortal.
Os seus olhos ardiam e estavam secos demais, vestígios das noites mal dormidas e de passar grande parte dos dias chorando. Nem mesmo quando teve metade da sua alma roubada por Henry, ela se sentiu tão miserável. Os seus sentimentos a corroíam por dentro e ela sentia que estava arruinada, e por mais que Elena tentasse ser forte, ao menos, pela criança que crescia dentro dela, ela sentia que apenas falhava nisso.
Nunca foi parte dos seus planos ser uma caçadora ou se envolver com um vampiro, muito menos, se apaixonar por um. Mas a vida não é um roteiro bem elaborado, as coisas acontecem quando devem acontecer e, geralmente, não são nada do jeito que imaginamos. Elena não sabia dizer em qual momento, verdadeiramente, passou a gostar do Taehyung, mas reconhecia que a beleza daquele vampiro, por mais sombria que tenha sido em seu primeiro encontro, chamou a sua atenção. E de uma atração física, isso se tornou algo muito maior, tão grande que nem cabia em seu coração sofrido.
Mais cedo, ela ligou para sua mãe dando notícias de como estava. Wendy avisou Elizabeth assim que chegaram na casa de tijolos, mas Liz precisava escutar a voz das duas filhas, então, quando Elena finalmente a ligou, ela sentia que um peso enorme foi tirado do seu coração, enquanto agradecia a todos os santos por terem protegidos suas meninas, embora Liz quisesse estar ali do lado da Elena para abraçá-la tão forte que faria toda a tristeza em sua voz, ir embora.
Ela suspirou de maneira longa, mas baixa para não acordar as três garotas que dividiam uma cama de casal simples. Esses eram os momentos “preferidos” de Elena, quando as garotas dormiam, pois, assim, ela não precisava lidar com o sofrimento delas e nem as preocupar com o seu próprio sofrimento, tendo espaço para sofrer sozinha o quanto aguentasse.
Suas mãos se arrastaram até à barriga lisa, enquanto, no andar de baixo, a porta de entrada se arrastava para dentro quando alguém entrou. Elena não escutou o baixo ranger da porta depois que ela foi destrancada por uma chave solitária e cinza, mas ela sentiu seu corpo inteiro se arrepiar em uma onda de calor que a abraçou. Seu coração saltou, ao mesmo tempo que, passos silenciosos iam em direção à pequena cozinha da casa.
A sensação era agoniante e ela não sabia porquê havia ficado assim de repente, mas algo dentro dela a fez levantar da velha cadeira acolchoada em um tom de verde gasto. Os pés descalços tocaram o chão gelado, e seu corpo se arrepiou mais uma vez, a fazendo abraçar o próprio tronco coberto por uma longa blusa azul-escura de frio que quase cobria os shorts rosa-claro de dormir. Involuntariamente, seus olhos foram até o topo da cadeira acolchoada, onde, o casaco vinho-escuro estava pendurado, a fazendo sentir o cheiro dele. Seu coração acelerou de um jeito incomodo, enquanto seus passos se apressaram para fora do quarto escuro.
Elena não entendia o motivo do seu corpo estar tão desesperado para chegar até o andar de baixo, mas tudo que ela podia fazer, era seguir esse instinto forte e carregado como se fosse magneticamente puxado para algo. Então, debaixo do ranger dos degraus, quando seus pés tocaram o chão do primeiro andar, ela escutou um som baixo vindo do lado direito, era uma respiração que parecia levemente descompassada.
Todos os pelos do seu corpo se eriçaram e uma das mãos apertou com firmeza o corrimão, antes que ela corresse exasperadamente até à cozinha, sentindo suas pernas completamente fracas, ao ver quem estava escorado contra a pequena mesa de madeira.
Por um momento, ela pensou que estava sonhando já que ele invadiu todos os seus sonhos desde que ela chegou nesse lugar, como se fosse uma lembrança amarga sobre nunca mais o ver. Mas ela estava engana, porque Taehyung estava bem na sua frente agora, com a cabeça abaixada e os cabelos cobrindo os olhos, respirando pesadamente em suas roupas manchadas de sangue e rasgadas em algumas partes.
As lágrimas surgiram, e quando ele inclinou sutilmente a cabeça para o lado e a encarou após todos esses dias dolorosos, ela não pode mais se conter e correu tão desesperadamente em sua direção, que ele só teve tempo de se afastar da mesa para segurar Elena em seus braços, enquanto fechava os olhos, se sentindo vivo apenas por estar com ela.
— Isso não é um sonho. — Elena sussurrava incansavelmente, entre a curva do pescoço dele, enquanto chorava como uma criança.
Os braços dele se apertaram ao redor da sua cintura, enquanto sentia o corpo dela tremer.
Taehyung se afasta do abraço apenas para segurar no delicado rosto de Elena, e ela agarrava as bordas da sua blusa preta como se não quisesse soltá-lo nunca mais.
— Eu estou aqui agora. — Ele sussurrou de volta para ela, antes de beijá-la por um segundo, enquanto sentia o gosto salgado das lágrimas que escorriam pelo rosto dela.
— Por favor, não faça isso de novo. Por favor. — Ela suplicava entre alguns soluços de choro que fizeram o coração dele doer mais que todos os golpes de estacas de prata. Taehyung nunca havia visto Elena daquele jeito antes, mas ele prometeu internamente que essa seria a última vez que ela ficaria assim.
— Nunca mais vou deixar você. — Delicadamente, ele limpa todas as lágrimas do rosto dela, que assente de forma fraca, quase que imperceptivelmente.
— Onde estão os seus irmãos? — Ela pergunta quando consegue parar de chorar um pouco.
Taehyung fica em silêncio, e seu olhar desvia do dela, se tornando pesado e um pouco triste.
— Estão voltando para a Transilvânia. — Ela conseguiu perceber o pesar em sua voz, por mais que ele tentasse esconder isso.
Elena sabia que alguma coisa havia acontecido. Taehyung poderia estar bem agora, mas ela não tinha certeza em relação aos irmãos dele. Então, a luz da cozinha se acendeu e uma figura baixa e de cabelos alaranjados, estava parada na entrada da cozinha, com os olhos que foram de sonolentos a surpresos quando viram Taehyung.
Lilu correu em direção ao casal, e tão rápida quanto Elena foi, ela agarrou na blusa de Taehyung, o encarando com avidez.
— Onde ele está?! — Sua voz saiu um pouco mais alta do que deveria, e os seus olhos estavam cheios de esperança e ansiedade.
Taehyung a encarou em silêncio, enquanto sentia todas as emoções de antes voltarem. Naquele momento, nem Lilu e nem Elena precisaram de uma resposta para entenderem o que havia acontecido.
Os dedos de Lilu saltam a gola da blusa de Taehyung, caindo em baque ao lado do próprio corpo. Seu olhar foi até o chão, de forma perdida, enquanto as lágrimas começavam a encher seus olhos. E Elena não pensou duas vezes antes de abraçar a amiga, que chorou e chorou por longos minutos em seus braços, sentindo cada pedaço daquela perda.
***
O dia estava nublado na Transilvânia, assim como, a expressão de cada um daqueles no enorme cemitério nos fundos do castelo do Drácula.
Era perigoso retornar ao castelo tão cedo, mas os vampiros já haviam expulsado a igreja da Transilvânia. E, de qualquer forma, aquela pequena equipe de quatro garotas precisava estar presente nesse momento tão difícil e doloroso.
Lilu estava perto do grande buraco no chão, qual, o caixão de Jin era enterrado. Ela chorava tanto que podia fazer os outros sentirem sua tristeza como se fosse palpável. Era mesmo lamentável.
Em passos lentos e arrastados, Hoseok se aproximou da garota, a envolvendo em um abraço de lado. E, em seu momento de fragilidade, Lilu escondeu seu rosto entre o tronco dele, molhando sua roupa com lágrimas, mas ele não se importava. Hoseok segurou uma das mãos da Lilu, em especial, aquela que ela carregava o anel do sol de Jin, que havia sido entregue a ela pelo próprio Hoseok.
Todos os vampiros estavam em silêncio, em respeito a dor dos irmãos Dracul, que se despediam não só de Jin, mas de Hyun também. Jin foi morto durante a briga com o pai, enquanto tentava proteger todos os seus irmãos mais novos. E Hyun acabou não resistindo ao fatal golpe de Henry, por isso, a família principal, a mais forte entre os vampiros, nesse momento, parecia a mais frágil.
Skull estava próximo de Lilu e Hoseok. E embora o fiel mordomo aparentasse apatia quase que o tempo todo, hoje era diferente, porque seus olhos estavam perdidos, descrentes, ele não podia acreditar em tudo isso. Skull criou esses garotos como se fossem seus filhos, esteve por séculos tomando conta dos Dracul, por isso, apesar de silencioso, ele verdadeiramente sofria como um familiar. O sentimento de impotência e falha eram fortemente presentes dentro do mordomo, mas ele havia decidido guardar tudo e dar o seu melhor com o restante dos irmãos, na esperança de confortá-los e cuidá-los como fez quando Henry os abandonou.
Após o corpo de Hyun ser enterrado, Namjoon foi embora, porque talvez não aguentasse ver tudo se repetindo com Jin também.
Jimin e Hoseok eram os únicos que ainda choravam, como, Blarie, que estava ao lado do Yoongi. Ele tinha uma expressão extremamente séria, como a de Jungkook e Taehyung, mas ainda era possível vislumbrar a dor da perda estampada nos olhos de cada um deles.
Elena estava abraçada a Taehyung, tentando fazê-lo sentir todo o seu afeto, torcendo para que isso consolasse, ao menos, um pouco. Ela sabia que ele estava tentando ser forte, mesmo que estivesse destruído por dentro.
Sally e Wendy estavam um pouco mais ao lado, dando espaço e respeito para aquela família de vampiros. Mas elas também compartilhavam o clima tenebroso do primeiro entre os seguintes dias sombrios que viriam até que todas as cicatrizes se curassem.
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nosfetaru · 4 years
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O CONDE DRÁCULA
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Ela ainda não havia percebido, mas enquanto terminava de passar o seu batom escuro, com o rosto bem próximo do espelho, completamente concentrada, Taehyung estava escorado contra o batente da porta do quarto, a observando de forma silenciosa. Ele nunca falou nada sobre as roupas que sua mulher usava, afinal, isso era algo que cabia apenas a ela, mas vê-la nesse vestido curto e justo, o fazia imaginar os tipos de olhares que ela receberia de todos, não somente de homens, porque ele estava vendo ali na sua frente como ela ficou completamente deslumbrante no tecido preto. Porém, no final das contas, isso não passou de um rápido pensamento, já que Taehyung tinha plena confiança em si mesmo e na sua esposa.
Quando termina, Elena se afasta do espelho e sorri satisfeita, contente com seu próprio reflexo. Ela fechou o pequeno batom e se virou, pronta para guardá-lo em suas coisas, mas acabou se assustando um pouco quando viu o vampiro alto a observando. Ela sobressaltou no lugar e suspirou, sabendo que não adiantava reclamar para o marido não chegar sorrateiramente, pois, ele continuava fazendo isso.
— Como estou? — Decidindo ignorar o susto, Elena pergunta, abrindo os braços e dando um rápido giro para que ele visse cada detalhe da sua aparência.
— Você quer a verdade? — Ele pergunta, de braços cruzados e sem mudar sua feição anterior.
Elena levanta as sobrancelhas e coloca as mãos na cintura.
— Oras, foi por isso que eu perguntei. — Ela ri baixo e inclina a cabeça para o lado, fazendo os cabelos propositalmente ondulado nas pontas, balançarem.
— Incrivelmente gostosa. — Taehyung responde sem rodeios, mantendo o olhar baixo e expressão quase inexistente.
Mesmo que fossem casados e tivessem dois filhos, Elena sentiu as bochechas esquentarem um pouco, por isso, se virou e foi guardar o batom, claramente, tentando esconder sua vergonha. O que não passou despercebido por Taehyung.
Embora mais madura e mudada, Elena ainda tinha um pouco daquela garota jovem de Upiór, a que era bastante tímida, a mesma que conheceu Taehyung. E ele lembrava como costumava provocá-la até que seu rosto todo ficasse vermelho, por isso, mesmo que estivessem casados e ela já não fosse tão tímida, ele não perdia uma oportunidade de a provocar, apenas para não sumir com os velhos hábitos.
Quando uma alta buzina soou do lado de fora de casa, seguida por alguns gritos, Elena se apressou ao sair do banheiro e procurar por sua bolsa, correndo em cima dos saltos finos, enquanto ria baixo.
— Preciso ir agora. — Por um momento, ela para na frente do marido que, em silêncio, assente e dá espaço para que ela saia do quarto.
Ela se apressa pelo corredor do terceiro andar, indo em direção a uma das portas ali, enquanto seu marido a segue calmamente, com as mãos dentro dos bolsos das calças de moletom. Ambos entram em um quarto de porta entreaberta, onde, haviam dois berços e muitos enfeites delicados em cores claras. Elena entra na frente e logo vai espiar através dos mosquiteiros brancos, um em cada berço postos lado a lado. Ela sorri ao ver seus gêmeos dormindo como anjinhos, usando pijamas tão fofos quantos eles. E Elena poderia ter perdido muito mais tempo observando seus bebês, se não fosse por mais buzinadas e gritos que fazem os gêmeos se remexerem no colchão de ursinhos.
Elena bufa, e dá-lhes rápidos beijos de despedida.
— Ela vai acordá-los desse jeito. — Ela ajeita os mosquiteiros e se afasta do berço. — É melhor eu descer, porque essa barulheira já está incomodando. — Ela diz para o marido e aponta para os berços.
Mais uma vez, ainda apressada, Elena sai do quarto dos filhos e vai em direção ao segundo andar, com Taehyung a seguindo. Passando apressada pelo segundo andar, ela escuta mais buzinas e quando chega no primeiro andar, tem vontade de gritar para que Lilu cale a boca. Os dois caminham até à porta e antes de abri-la, Elena se vira e fica na ponta dos pés, dando um rápido beijo no marido, antes de sair animada, atravessando todo o jardim, enquanto as três dentro do carro, gritam alguma coisa como “lá vem a mamãe sexy”. Elena ri e passa pelo portão, logo tratando de ir para a porta do carona, se juntando a Lilu no banco detrás, ficando atrás de Sally.
E observando tudo da porta aberta, Taehyung vê o carro dar partida - por Wendy, enquanto Elena acenava para ele, se despedindo. Hoje era a noite das garotas, então Elena sairia com as amigas e Taehyung ficaria em casa cuidando dos gêmeos, que, por sinal, não estavam muito satisfeitos com a noite de folga da mãe, já que assim que o vampiro fechou a porta, escutou um fino choro vindo do andar de cima.
Agora sozinho, Taehyung refez todo o caminho até o terceiro andar, voltando para o quarto dos gêmeos. Ele acendeu a luz e foi em direção ao berço de Evan, o vendo chorar, com as mãozinhas e olhos fechados, quase acordando sua irmã no berço ao lado. Taehyung o pega no colo, apoiando a cabeça de Evan em seu ombro, e apenas por sentir o cheiro do pai, ele para de chorar, segurando fortemente na camisa branca do vampiro.
Taehyung não teve trabalho algum para acalmar o filho, mas logo percebeu que Emily também havia acordado - quietinha. Sendo assim, nesta ocasião, ele teria duas companhias. O vampiro afastou o mosquiteiro e pegou Emily, e agora, com os dois nos braços, ele desligou a luz do quarto e saiu, indo para o primeiro andar. Taehyung ajeitou os filhos no chão da sala, sobre o tapete felpudo e branco, espalhando alguns brinquedos que estavam em um pequeno cestinho no canto, em seguida, indo para o sofá, optando por ligar a televisão em um canal qualquer.
Seus olhos escuros encaravam o grande monitor que mostrava um documentário qualquer sobre vampiros, era repetido, mas Taehyung nunca havia visto, já que não tinha muito costume de assistir televisão. Pessoas sentadas em frente a fundos pretos, diziam coisas genéricas sobre as criaturas sugadoras de sangue, enquanto outros contavam sobre seus supostos encontros com vampiros, e tudo que Taehyung pensava era “uma grande pilha de merda”. Nada do que eles diziam era real, mas, assim sim, era quase cômico saber sobre a visão que os humanos tinham dos vampiros
Enquanto julgava silenciosamente o documentário mentiroso, Taehyung sentiu um pequeno par de mãos agarrarem sua perna, então ele desviou seu olha da televisão e viu Evan tentando se levantar, enquanto usava sua perna como apoio. Taehyung não interferiu, deixou que o filho tentasse, pois, ele e Emily estavam naquela fase de engatinharem e tentarem se equilibrar em tudo.
Com as perninhas gordinhas tremendo um pouco, Evan conseguiu ficar de pé, se abraçando fortemente a perna do pai, que sorri ao ver que o filho havia conseguido. Taehyung o pega e o coloca sentado em seu colo, e isso parece deixar Evan contente antes que tenteasse escalar o próprio pai, incapaz de ficar quieto.
Taehyung observa Emily, que engatinhava por entre seus brinquedos, vez ou outra, colocando alguns na boca, mas todos grandes demais para que ela não se engasgasse.
Com Evan babando em sua camisa e Emily mordendo seus brinquedos, Taehyung se perguntou se os filhos estavam com fome, e sabendo que não obteria uma resposta, ele simplesmente se levantou, pegou Emily e colocou os gêmeos em um carinho duplo que também estava na sala. E empurrando-o, Taehyung levou os filhos para à cozinha, antes de ir atrás das mamadeiras separadas por Elena, já cheias de leite, pois, sua esposa havia preparo tudo antes de sair. O vampiro encarou o líquido branco e depois foi pegar os pequenos frascos de sangue. Taehyung despejou algumas gotas vermelhas no leite e chacoalhou tudo, misturando bem.
Por ainda serem bebês, o melhor a se fazer era introduzir em pequenas doses o sangue para eles, até que tivessem idade o suficiente para entrarem na “dieta” de um Drácus, se alimentando mais do que com simplesmente sangue.
Taehyung empurrou o carrinho duplo de volta para sala e o posicionou de frente para o sofá, onde, voltou a se sentar. Os filhos se mexiam dentro do carinho, enquanto faziam barulhos, quase como se conversassem entre si. Taehyung os ajeitou da maneira correta e segurou as mamadeiras, de modo que, os gêmeos se alimentassem ao mesmo tempo.
Os bebezinhos foram ficando mais calmos e as vezes até tentavam segurar as mamadeiras, que Taehyung não largou até que eles terminassem tudo. E quando acabaram, os olhinhos escuros deles estavam um pouco avermelhados, aquela familiar cor.
Taehyung deixou as mamadeiras de lado e pegou os gêmeos de uma vez, para fazê-los arrotar. Com as cabecinhas apoiadas uma em cada um dos seus ombros, ele esperou pacientemente, enquanto assistia o documentário bem na hora em que um senhor careca dizia que as pessoas deveriam pendurar cordões de alho na entrada de suas casas para evitar a invasão de vampiros. Taehyung fez um barulho de desdém com a boca e quase rio sem humor, mas foi interrompido quando sentiu algo molhado em suas costas, do lado de Emily. Ele suspirou e fechou os olhos, já que sabia muito bem o que aquilo significava.
O vampiro se levantou do sofá e foi para o terceiro andar. Chegando lá, ajeitou os filhos na pequena cama que havia ali no quarto deles, enquanto tirava a camisa suja. Ele a jogou no chão, sabendo que precisaria se limpar, porque o cheiro estava impregnado em sua pele pálida, embora esse cheiro estava forte demais para ser apenas leite misturado com sangue. Taehyung encarou os filhos, que mexiam pernas e braços, então seus olhos foram até Evan, que segurava os próprios pezinhos. Quando o ergueu e o aproximou do rosto, seu nariz de enrugou, mas Evan sorria para o pai.
Taehyung colou Evan de volta na cama e foi atrás de lenços, talco e frauda. E quando começou a tirar o pijama do filho, percebeu que também teria que tirar o de Emily, pois, estava sujo com leite também. Evan não parava quieto um segundo, portanto, Taehyung precisou ser paciente para tirar seu macacão, mas quando abriu a frauda, encarou seriamente o filho, quase o julgando pelo que ele fez.
Isso cheirava muito mal, mas Evan não parecia se importar, então, Taehyung precisou fechar rapidamente a frauda suja para que o cheiro sumisse. Ele respirou aliviado depois que limpou o filho, mas quando começou a despejar um pouco de talco, Emily se virou e começou a engatinhar pela cama, fazendo o pai ser rápido ao pegá-la, mas bastou que ele fizesse isso, para Evan também se virasse. Ele deitou Emily na cama novamente e tentou colocar uma nova frauda em Evan, mas logo a bebezinha já estava engatinhando para longe mais uma vez, e o mesmo vale para Evan quando o pai se afasta por um momento.
Segurando Emily suja de leite e Evan seu frauda, Taehyung pensava em como era muito mais fácil quando a Elena estava por perto. Eles tinham gêmeos e estavam em dois, cada um poderia cuidar de um, mas fazer isso sozinho, sinceramente, parecia impossível.
Quando pegou os filhos no colo para impedi-los de escapulir, Evan segurou o talco, o balançando de um lado para o outro, fazendo o pó branco voar para todos os lados, causando alguns espirros em sua irmã, que riu logo em seguida.
Cheirando a leite e sujo de talco, Taehyung decidiu dar um banho nos filhos, mas ele se arrependeu assim que colocou os gêmeos dentro da banheira de água morna e ambos o molharam completamente, espirrando água sem parar. Quase aceitando sua derrota, Taehyung se sentou ao lado da banheira de mármore branco, encostando as costas desnuadas na parede e apoiando os braços nos joelhos dobrados, enquanto os filhos gritavam animados dentro da água raça do banho.
Ele suspira alto e volta para sua missão que, entre muitas gargalhas e espirros de água, conseguiu concluir com sucesso. Os gêmeos estavam limpos e cheirosos, e devido ao bocejo que deram, nitidamente cansados da bagunça, Taehyung conseguiu trocá-los.
Os olhinhos estavam pesados e a animação ia sumindo, por isso, Taehyung os pegou no colo e ficou andando pelo quarto até que os gêmeos dormissem.
Cautelosamente, ele os colocou no berço e saiu silenciosamente, deixando a porta entreaberta, antes de ir para o seu próprio quarto tomar um banho que foi um dos mais relaxantes de toda sua longa vida.
Quando também já estava limpo e não cheirando mais a leite azedo, Taehyung se jogou em uma das cadeiras acachoadas do quarto. Ele encara o visor do celular vendo que marcava quase dez horas da noite. O vampiro suspira e apoia os braços nos braços da cadeira, fechando os olhos e inclinando a cabeça para trás.
Taehyung se perguntava como sua mãe dava conta de sete filhos vampiros, sozinha? Ele mal conseguiu se virar com dois.
Ele fica assim por longos minutos até escutar o celular vibrar em sua mão, e quando olha, o visor estava aceso. Suas sobrancelhas enrugam quando ele lê o nome, mas atende sem sair da posição que estava. Era Abel, ele parecia um pouco nervoso, disse que uma das igrejas Sanguis foi invadida. Taehyung pensou em dizer que resolveria isso amanhã, mas ao pensar na possibilidade dessa invasão significar o retorno dos lobos, ele disse que logo encontraria Abel, afinal, Taehyung ainda era o Conde Drácula, o responsável por evitar esse tipo de coisa, embora, nesse momento, parecesse mais com uma babá maluca e arrasada.
Após finalizar a ligação, Taehyung se levanto e trocou de roupas, e estaria inteiramente vestido de preto se não fosse pelos dois pacotinhos adormecidos e pendurados em seu tronco. Esse era o famoso Conde Drácula, o vampiro mais perigoso e temidos dentre todos, usando um canguru duplo para bebês.
Evan e Emily dormiam tranquilamente, com suas cabecinhas encostadas no peito do pai, alheios ao que aconteceria quando Taehyung saiu pela porta de entrada da casa, indo em direção ao carro que ele não demorou ao dar partida. O vampiro poderia ter colocado os filhos nas cadeirinhas ou chamado um motorista, mas estava com presa, portanto, decidiu dirigir por conta própria mesmo.
***
Após algum tempo, Taehyung estacionava em frente a uma pequena capela, uma das filiais da igreja principal. Abel já o esperava na entrada do lado de fora e debaixo do céu escuro.
Taehyung saiu do carro e Abel precisou conter a surpresa ao ver seu líder usando um canguru que carregava Evan e Emily.
— Senhor, por que trouxe os seus filhos? — Abel pergunta, confuso, mas tentando ser cauteloso para não o irritar.
— Elena não está em casa. — Taehyung responde, com o olhar sério para dentro da igreja. — Me mostre o que aconteceu.
Abel assente, ainda atordoado, mas logo se recompôs e pediu que Taehyung entrasse.
O lado de dentro estava completamente destruído, os bancos revirados, vitrais quebrados, paredes arranhadas e imagens de santos quebradas.
— Eu estava fazendo a checagem noturna da minha região, vendo se todas as capelas por aqui estavam em ordem, e acabei encontrando isso. — Abel explica quando eles chegam perto do altar.
— Tem alguém lá embaixo? — Taehyung pergunta, se referindo a passagem secreta que havia em todas as capelas.
— Não, senhor. Ninguém por aqui hoje. — Abel responde, o olhando, enquanto Taehyung encarava toda a bagunça ao redor.
Ao menos, não teriam vítimas já que a capela estava vazia.
— Acha que pode ser coisa dos lobos? — Abel pergunta, um pouco apreensivo.
Taehyung bufa.
— Talvez. Eu matei Henry e Kihyun, então eles teriam motivos para uma vingança. — Taehyung reponde, enquanto, espreitando na escuridão, em um dos cantos do teto, um par de olhos vermelhos brilha.
— Não pensei que eles fossem encontrar esse lugar tão rapidamente. — Abel suspira, apoiando as mãos na cintura. — Pelo menos, não sabem onde o senhor está morando.
Taehyung assente e franze o cenho, quando, finalmente, sente uma presença a mais na capela. Ele se vira rapidamente e consegue jogar para longe, o vampiro que voou em sua direção.
Em primeiro momento, Taehyung olha para os filhos, que permanecem dormindo.
— O que é isso? Um vampiro? — Abel se coloca ao lado de Taehyung, observando a criatura chiar e enrugar as presas, caída entre os bancos.
Taehyung estreita os olhos.
— Um vampiro comum. — Ele responde seriamente.
— Um vampiro comum? — Abel olha espantado para Taehyung.
Ou seja, um humano transformado em vampiro, mas eles existem em quantidades tão pequenas que quase chega a ser raro encontrá-los, já que os Drácus conseguem se reproduzir.
Abel pensa em dizer mais alguma coisa, mas um segundo vampiro sai da escuridão do teto e salta em suas costas, o levando para o chão. E assim que o primeiro vampiro tenta atacar Taehyung novamente, um terceiro também surge da escuridão, indo em direção ao Drácula.
Pensando nos filhos, asas negras surgem nas costas de Taehyung e ele consegue voar para longe dos dois vampiros, que acabam se chocando. Ele volta para o chão e se aproxima de um dos bancos caídos, conseguindo quebrá-lo com facilidade, improvisando uma estaca que usa para atravessa o peito do primeiro vampiro que voa descontroladamente em sua direção. E, enquanto Abel dava jeito naquele que o atacou, Taehyung vai em direção ao que sobrou, que encolhe os ombros em espanto, mas não deixa de tentar intimidá-lo, mostrando suas presas.
Taehyung ri nasalado, sem humor, e parte para cima da criatura, que não tem outra escolha a não ser fazer o mesmo. O vampiro é pego pela garganta, que é apertada até que estalos possam ser escutados, e como forma de se defender, ele tenta esticar a mão com unhas grandes e pegar o canguru ao redor de Taehyung, tentando acertar os gêmeos adormecidos. Instantaneamente, isso irrita Taehyung mais que qualquer coisa, por isso, ele solta a garganta do vampiro e o segura pela cabeça, torcendo tão fortemente que consegue arrancar a cabeça do resto do quarto que ele atravessa com a estaca de madeira no peito e parte do chão da capela.
Com as mãos pingando sangue, Taehyung traz suas asas de volta e voa para os cantos da capela, checando se haviam mais intrusos, mas parece que eram apenas os três.
— Eu não tinha visto nada quando cheguei. — Abel admite, assim que Taehyung pousa em seu lado, perto corpo morto do terceiro vampiro. — Como não sentimos o cheiro? — Ele era um misto de indignação e confusão.
Taehyung observa apaticamente os corpos.
— Porque seus cheiros estavam camuflados, do mesmo jeito que os lobos fizeram na Transilvânia. — Taehyung responde e Abel franze o cenho.
— Mas, nesse caso, não existe uma erva que mascare o cheiro dos vampiros, então, como isso é possível? — Abel passa a mãos pelos cabelos e encara descrente o vampiro que acabou de matar.
— Uma bruxa facilmente conseguiria fazer isso.
A resposta de Taehyung faz Abel arregalar os olhos.
— Bruxa? O senhor não acha quê...?
Taehyung o interrompe com um olhar sério.
— Mas por que elas nos atacariam? — Abel estava a ponto de fritar os miolos.
— Talvez, estejam ajudando o Vaticano. — Taehyung responde com uma calma que quase faz Abel enlouquecer. — Eles viram que os lobos não foram capazes de nos matar, e mesmo que tenham alguns Van Helsing, eles ainda são uma parcela muito pequena.
— Então usar humanos transformados em vampiros poderia ser uma nova estratégia? — Abel completa e Taehyung apenas o encara, sem responder. — Senhor, mas o que as bruxas ganhariam ajudando o Vaticano?
— Isso é o que vamos descobrir. — Taehyung se vira e começa a caminhar para à saída da capela. — Mande que todos os representantes chequem cada uma das igrejas Sanguis.
— ESPERA! — Abrl grita de dentro da capela, correndo atrás de Taehyung. — Onde o senhor vai?
— Embora. — Taehyung responde sem olhá-lo, enquanto se aproxima do seu carro.
Quando entra no veículo, ele espia os filhos, que pareciam anjinhos adormecidos.
Sinceramente, eles acordam com os gritos de Lilu, mas não acordam quando estavam, literalmente, em um confronto. Taehyung não entendia isso, mas estava aliviado pelos gêmeos estarem bem, mas, de qualquer forma, eles estariam mesmo, já que o pai deles era, nada mais nada menos, que o grandíssimo Conde Drácula.
Sujando o volante de sangue e agradecendo a Vlad III por Elena não saber o que ele fez, Taehyung manobra o carro e dá partida.
***
De volta a sua casa e novamente sentado na cadeira acolchoada, Taehyung foi incapaz de dormir, apenas colocou seus filhos no berço e ficou no seu quarto, atento caso tivesse sido seguido, enquanto fazia algumas ligações para seus irmãos para alertar sobre o ataque.
Após finalizar uma troca de mensagens com Yoongi, ele pôde escutar quando o carro de Wendy estacionou em frente à sua casa, já que as quatro mulheres dentro dele, não conseguiam falar baixo.
Depois de deixar o celular no chão, Taehyung permaneceu sentado, em silêncio, somente esperando sua esposa.
Elena tirou os saltos e os deixou ao lado da porta, do lado de dentro, junto da bolsa, quando entrou. E, na ponta dos pés, ela subiu as escadas e parou brevemente no quarto dos filhos para checar como eles estavam. Seguindo, ela fechou cuidadosamente a porta e foi para o seu quarto, encontrado o marido sentado na cadeira de frente e longe da cama.
O vampiro a observou e ela sorriu, antes de fechar a porta e caminhar até ele, se sentando em seu colo sem pedir permissão, passando uma perna em cada lado da sua cintura, fazendo a frente do seu vestido subir um pouco.
— Estou de volta. — Sorridente, Elena diz depois de passar os braços ao redor do pescoço de Taehyung, que a encarava em silêncio.
Ele a segura pelos quadris, enquanto sente o cheiro do álcool emanando da esposa. Ela, definitivamente, estava alta.
— Ainda não estou com sono. — Elena avisa e ele levanta as sobrancelhas. — Você vai me fazer companhia, não vai? — Ela sorri animada para Taehyung, antes de se mexer sobre ele, que a segura mais firmemente pelos quadris, para que ela fique quieta.
— Acho que você está bêbada. — Ele diz e ela para de sorrir, arqueando as sobrancelhas.
— Só porquê eu bebi um pouco, não quer dizer que eu estou bêbada. — Elena responde confiante. — Eu até pensei em perguntar como foram as coisas por aqui, mas eu realmente não quero saber sobre isso agora, porque eu não consigo parar de pensar em uma coisa.
Taehyung abre um pouco mais os olhos, a encarando com atenção.
— Pensar no quê? — Ele pergunta, antes dela rir baixo.
Elena coloca suas mãos sobre as de Taehyung e as levas até à barra do seu vestido, o subindo até o começo da cintura, deixando sua calcinha completamente a amostra.
Taehyung observa seus movimentos e depois olha para o rosto alegre da esposa.
— No que você me disse antes que eu saísse. — Ela responde baixo e volta a rodear o pescoço dele com os braços.
Taehyung estreita os olhos e Elena apenas o beija sem esperar por uma resposta. E quando suas mãos não se controlam e escorregam para a bunda despida dela, ele decida que pode deixar a conversa sobre as bruxas para a manhã seguinte.
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nosfetaru · 4 years
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O PRIMEIRO DIA DE AULA
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Elena estava incrivelmente animada e emotiva dentro do carro, enquanto encarava as duas crianças sentadas nas cadeirinhas do banco detrás, através do retrovisor. Hoje seria o primeiro dia de aula dos seus gêmeos e ela mal pôde dormir noite passada, apenas pensando em como seria.
Com quase cinco anos, seus bebezinhos iniciariam a pré-escola, mas, obviamente, uma escola especial para criaturas místicas. Para Elena, era tão surpreendente como os vampiros pareciam ter uma sociedade secreta apenas deles. De fato, haviam os Drácus que se misturavam com humanos, mas, em grande parte do tempo, eles preferiam levar suas parceiras humanas em médicos vampiros, ou seus filhos em escolas especiais, pois, assim, seria muito mais fácil e eles não precisariam lidar com os humanos desconfiando.
Sinceramente, o mais surpreendente de tudo isso, é saber que eles escondem todas essas coisas tão bem, ao ponto de ninguém imaginar que existem essas comunidades vampíricas mescladas as humanas.
Discretamente, enquanto dirigia, Taehyung espia de canto de olho, a esposa. Ele quase tem vontade de rir pela ansiedade que ela emanava ao ver as mochilas coloridas que também estavam no banco detrás.
Devido a vida que levou e as escolhas torpes de seu pai, Taehyung e seus irmãos foram ensinados em casa, a princípio, pela mãe e depois por professores particulares na mansão em Upiór. Por isso, ele não conseguia entender essa animação toda que Elena sentia agora.
Depois de um tempo, quando estaciona na frente da enorme e elegante escola, Elena é a primeira a sair do carro, logo indo abrir a porta do carona para retirar seus gêmeos das cadeirinhas.
Enquanto colocava os filhos no chão, fora do carro, todos que transitavam pelo lugar ficam um pouco tensos e com suas atenções completamente atraídas por Taehyung, quando ele sai do carro. Todos os vampiros ali sabiam, aquele era o Conde Drácula, portanto, saber que seus filhos estudariam com os filhos do vampiro mais importante, que, por sinal, era casado com uma Van Helsing, os deixava complemente intimidados e receosos. Quando souberam das notícias, logos os vampiros trataram de conversar com seus filhos “não arrume confusão com os filhos do Drácula", “faça amizade com eles”, essa eram as instruções para os pequeninhos que mal tinham noção do que estavam fazendo naquele lugar.
Não se sabia o que era mais chamativo, o belo Drácula de cabelos longos e sua esposa Van Helsing, ou os mestiços, a junção de uma rara espécie, os Dracul-Helsing.
— Parece que vocês estão prontos. — Agachada na frente dos filhos, Elena sorri para eles.
Com alguns dedinhos dentro da boca, Evan observava aquele tanto de pessoas espalhadas em frente à entrada da escola. Já Emily, segurava um pequeno coelho de pelúcia pela orelha, enquanto olhava para a mãe, sem entender.
Uma mulher vestindo um avental colorido, surge na entrada, chamando todas as crianças para entrarem. Ela sorria largamente.
— Vocês precisam ir agora, tudo bem? Não se esqueçam do que a mamãe disse mais cedo. — Elena faz um leve afago nos filhos e dá-lhes beijos de despedida. — Sejam bonzinhos.
Eles assentem.
Elena funga e se levanta.
— Você pode levar eles? — Ela pergunta para Taehyung, que observava tudo.
Ela funga novamente e Taehyung quase ri dessa vez, mas se contenta em assentir também. E assim, ele pega os filhos no colo e os leva até a professora, enquanto todos abrem caminho para que ele passe. Quando coloca os filhos no chão, Evan segura a mão de Emily, antes que eles comecem a entrar com a professora, enquanto acenam sem parar para o pai, que fica para trás.
Quando volta para perto da esposa, Taehyung nota os olhos dela brilhando.
— Você vai chorar? Você sabe que é só o primeiro dia de aula deles, Elena. — Ele caçoa e ela o ignora, antes de voltarem para o carro. E caminho todo de volta, foi sobre Elena mandando mensagens e fotos dos gêmeos para os seus amigos, contando como foi difícil deixá-los na escola.
Quando voltaram para casa, Elena parecia mais agitada que antes, olhando o relógio a cada hora, resmungando em como o tempo nunca passava. Ela não via a hora de buscar os filhos.
Taehyung já estava começando a ficar irritado, porque a esposa parecia um furacão de um lado para o outro, barulhenta demais. Ele já havia pedido que ela se acalmasse um pouco, e quase cogitou trancá-la no quarto até que desse o horário, mas sabendo que isso só a deixaria mais nervosa, Taehyung resolveu levá-la para um passeio no bosque perto de casa, com o intuito de distrai-la um pouco. O que, aparentemente, deu certo. As flores, os pássaros, o lago, tudo foi capaz de trazer um pouco de calma para Elena, sendo assim, como um casal apaixonado, eles aproveitaram um tempo ao ar livre, antes de voltarem e passarem o restante da tarde na sala de música, tocando juntos no piano.
Mesmo que fosse um vampiro com longos anos de vida, Taehyung tinha uma aparência extremamente jovial e sabia muito bem que havia se casado com uma humana igualmente jovem, Elena estava apenas com vinte e oito anos, portanto, ele sabia que ambos deveriam fazer coisas que agradassem a idade da esposa, mesmo que já tivessem uma vida de casados e de pais. Então, foi em meio à tarde calma, que Taehyung disse que se Elena parasse de ficar tão nervosa quando os filhos fossem para a escola, eles poderiam aproveitar muito bem suas tardes, sem se importar em fazer barulho, já que estariam sozinhos. E apesar de envergonhada, Elena riu da solução indecente do marido, ficando cada vez mais distraída.
Desse jeito, para sua felicidade, com a ajuda do maravilhoso marido que arranjou, o tempo passou mais rápido e eles já estavam indo buscar os filhos na escola. E após pegá-los, Elena tentou se conter o caminho todo, deixando para conversar com os filhos em casa, que voltaram cheios de desenhos e doces.
— Parece que vocês se divertiram muito. — Com os olhos brilhando, Elena encarava os filhos sentados no tapete da sala, em volta de desenhos e contando tudo que fizeram.
— Sim, mamãe. — Evan acena com a cabeça e ela sorri. Ele estava com as perninhas esticadas e abertas, olhando para Elena.
Ela quase suspira de amores, antes de olhar para sua filha, ao lado de Evan. Emily estava sentada sobre as pernas e segurava seu coelhinho e uma cartinha.
— E esse desenho, meu amor, vai deixar a mamãe ver? — Ela pergunta para Emily, que assente e entrega a cartinha com um adesivo de coração, para a mãe.
— Não é desenho, mamãe. — Evan se apressa, arregalando os olhos. — Foi o namorado da Lily que deu pra ela hoje. — Ele explica e Elena levanta as sobrancelhas.
Taehyung, que estava na entrada da sala, instantaneamente, se atenta a conversa.
Elena abre o desenho e enxergar um grande coração desenhado de forma tremida e vários rabiscos em volta. Ela ri, achando uma graça.
— O que é isso? — Sem percebê-lo se aproximar, Taehyung pega o papel das mãos de Elena. Ele observa o desenho por alguns segundos e seu semblante fica sério. — Quem te deu isso? — Ele encara Emily, que balança os pezinhos, despreocupada.
— Papai, foi o Capes. — Evan respondi pela irmã, que continua em silêncio, apenas segurando seu coelho de pelúcia.
— Capes? — Elena franze o cenho e pensa por alguns segundos. — Você quis dizer, Casper, meu amor? — Ela pergunta e Evan assente. Não importa o quão enrolado fosse a fala dos filhos, ela sempre tinha o dom de adivinhar.
— É o filho do Nancy. — Taehyung diz baixo, com um olhar longe.
Elena o encara.
Nancy era um dos vampiros que seguiam Taehyung. Nesses anos casada com o Drácula, ela conheceu muitos.
— Vou ligar para ele. — Taehyung avisa e se vira.
Elena olha os filhos, que estavam ocupados mexendo em tudo que trouxeram da escola. Então, ela se levanta e vai atrás do marido, que foi até à cozinha pegar o celular que estava no balcão.
— Por que você vai ligar para o Nancy? — Elena se aproxima e ele a encara sério, quase a fazendo revirar os olhos. — Eles são crianças, Taehyung, nem sabem o que significa “namorado”. Com certeza, o Evan escutou isso das baboseiras que a Wendy e a Lilu falam.
Enquanto procurava pelo contato em sua agente, Taehyung responde:
— Ele deu isso para ela, Elena. — O vampiro ergue o papel em sua mão, que Elena pega e dobra com cuidado.
— Pelos céus! Isso é um desenho e eles só têm quatro anos. Além do mais, — Ela pega o celular do marido quando ele o leva até à orelha. Já estava chamando, mas Elena encerra a chamada. — ela vai crescer um dia e encontrará alguém e você não vai poder fazer nada, Taehyung.
Se Elena estava tentando convencê-lo de que isso era bobeira, apenas conseguiu deixá-lo mais irritado somente por imaginar Emily com alguém.
Percebendo a expressão do marido, Elena suspira sem paciência e cruza os braços.
— Você sabe bem quantos anos tem. — Ela começa a falar novamente e ele a olho. — Mas se lembra quantos anos eu tinha quando ficamos pela primeira vez? — Elena arqueia uma sobrancelha e o marido estreita os olhos. — Dezoito, Taehyung. Eu mal havia entrado na vida adulta, e você, um vampiro de trezentos anos, me arrastou para o seu quarto. — Elena ri sem humor.
Taehyung precisa se conter, porque sente vontade de sorrir apenas por lembrar da primeira vez que teve Elena em sua cama.
— Portanto, você não está em posição alguma de reclamar, ainda mais de um desenho. Um desenho, Taehyung. — Elena dá ênfase e nega com a cabeça, antes de se virar e sair da cozinha, mas tudo que Taehyung conseguir fazer, é encarar sua bunda se afastando, enquanto lembra daquela noite em Upiór.
Quando o corpo de Elena some do seu campo de visão, Taehyung faz um som de desdém com a boca e encara o celular, vendo algumas ligações perdidas de Nancy, já que, quando o Drácula te liga, você não o deixa esperando. Desistindo da chamada, Taehyung apenas envia uma mensagem, dizendo que falaria com ele amanhã.
***
Noite passada, após arrastar sua mulher para o quarto a fim de reviver as memórias de Upiór - depois que os filhos dormiram, Taehyung estava tenso atrás do volante do carro, enquanto dirigia para a escola. Facilmente, ele poderia pedir que um motorista levasse e buscasse seus filhos, mas por serem os primeiros dias e depois do que aconteceu, ele fazia questão de acompanhar os gêmeos.
Quando estacionou na entrada do lugar e Elena retirou os filhos da cadeirinha, Taehyung se abaixou na frente de Evan.
— Se mais alguém tentar entregar alguma coisa para sua irmã, não se esqueça do que eu disse. — Seriamente, como se passasse uma missão, ele diz para o filho, que assente.
— Tá bom, papai. — Evan sorri e abraça o pai, que é incapaz de não sorrir de volta, enquanto retribuiu o gesto.
— Não escute o seu pai, ele é um bobão. — Elena fala para Evan, que também assente.
— Vamos, mamãe. Presentinho. — Segurando a mão de Elena, Emily a encara, enquanto mostrava para a mãe a cartinha que segurava. Sem que Taehyung interferisse, no dia anterior, Elena ajudou Emily a fazer um desenho para que ela entregasse para Casper. Foi ideia da garotinha.
Taehyung encara a carta e depois a esposa, logo entendendo do que se tratava. Elena o encara de volta, de forma desafiadora como se dissesse “vai fazer alguma coisa?”, mas Taehyung apenas bufa, enquanto os dois caminham com os filhos até a professora.
Enquanto os gêmeos entravam, Taehyung olhou atentamente ao redor, mas não encontrou Nancy, por isso, ficou bastante irritado quando voltou para o carro e fechou a porta com força. Elena o olhava com descrença, o achando um tremendo idiota por estar enciumado desse jeito
Como foi com Elena, Taehyung foi quem ficou inquieto durante tarde, extremamente ansioso para ir buscar a filha, e Elena precisou lidar muito bem com isso, o acalmando antes que perdesse a paciência.
Eles se distraíram pelo resto da tarde, mas no momento em que entraram no carro, foi como se o nervosismo de Taehyung nunca tivesse desaparecido.
O vampiro estava com os longos fios de cabelos, presos, de forma desajeitada e muito atrativa, então, Elena conseguia ver com perfeição sua mandíbula tensa e os olhos centrados. Taehyung estava incrivelmente sexy desse jeito, um pai ciumentamente idiota e incrivelmente bonito.
Dessa vez, quem saiu primeiro do carro foi Taehyung, que ficou encostado no veículo, apenas observando com atenção as crianças irem de encontro aos seus pais. E não demora até que as duas criaturinhas pequenas e de mãos dadas, saiam da escola, indo adoravelmente para perto dele.
Elena sorri para os filhos e estava pronta para recebê-los, quando um casal e seu pequeno filho, se aproximaram ao mesmo tempo. Era Nancy, sua esposa e Casper.
— Boa tarde. — Nancy cumprimenta, sorrindo educadamente.
— Boa tarde. — Elena sorri de volta, quando Emily se coloca entre suas pernas, abraçando uma, enquanto encara Casper, que estava de mãos dadas com sua mãe.
Nancy espera uma responde de Taehyung, que não diz nada e apenas pega Evan no colo.
— Hm, bem, o senhor disse que gostaria de conversar comigo hoje. — Nancy revela, e Elena encara Taehyung, desacreditada. Ele não olha a esposa de volta, porque sabia muito bem o que iria encontrar.
Na realidade, seus olhos estavam ocupados demais encarando o pequeno garotinho de cabelos quase cobrindo os olhos, que sorria para Emily. Taehyung o olhava quase como se estivesse vendo um lobo.
Nancy percebe e sorri sem graça.
— Soube que o Casper entregou um desenho para sua filha. Espero que isso não seja um problema. — Ele diz, entre um riso nervoso.
— Não é. — Elena diz antes que Taehyung abra a boca. — Na verdade, o que queríamos, era agradecer. Casper é o primeiro amiguinho da nossa filha, e ela ficou tão feliz que fez uma cartinha para ele também, não é, meu amor? — Elena passa as mãos pelos cabelos da filha, que assente timidamente.
— Sério? E onde está? — A mãe de Casper sorri e olha para o filho.
— Na minha mochila. — Ele responde e a mãe sorri novamente.
Mesmo com as palavras de Elena, Nancy não conseguia parar de olhar para Taehyung, percebendo que, nitidamente, ele não concordava com a esposa.
Evan no colo do pai, parecia alheio a tudo, acenando para algumas crianças que passavam.
— Venham jantar na nossa casa qualquer dia desses. Poderíamos deixar as crianças brincando, enquanto tomamos um vinho. — Elena sugere e a mãe de Casper sorri animada com a ideia, enquanto Taehyung encara seriamente a esposa e Nancy falta desmaiar de nervosismo.
— Claro. Nós vamos adorar. — A mulher responde, antes que Nancy pudesse recusar educadamente.
— Ah, que ótimo! Então te ligarei para combinarmos um dia. — Elena sorri e a mulher também, antes que todos se despeçam.
— Tchau, Lily. — Casper acena para Emily, enquanto Nancy se vira e se afasta sem olhar para trás, receoso demais.
— Tchau. — Emily sorri e acena de volta para o garotinho, que vai embora.
Achando uma graça a cena, Elena só para de sorrir quando sente que um par olhos a encarava fervorosamente.
— Vamos conversar quando chegarmos em casa. — Taehyung avisa ela, seriamente.
— Claro que vemos, precisamos escolher um dia para o jantar. Que tal uma torta de maçã para a sobremesa? — Elena volta a sorrir e Taehyung estreita o olhar, sabendo que ela estava fazendo de propósito.
Elena ri do marido, antes que Emily aponte para Evan, no colo de Taehyung. O garotinho segurava duas cartinhas.
— O que é isso? Mais desenhos? — Elena pergunta e Evan entrega as cartinhas para ela.
“Marco” e “Hani” estavam escritos nos papéis. Esses pareciam os nomes das crianças que fizeram os desenhos.
— Os seus amiguinhos fizeram isso para você? — Elena pergunta, enquanto observa os rabiscos.
Evan assente.
Elena desvia seu olhar dos desenhos e espia Taehyung, que estava com uma feição quase assombrada. Ele encara Evan, que encara o pai de volta. E sem entender, o garotinho apenas dá um beijo no pai, que permanece estático.
Elena suspira e dá as coisas, caminhando tranquilamente até o carro, sabendo que Taehyung teria mais um ataque quando chegasse em casa. Ele podia ser o Drácula, mas não conseguia lidar com o simples fato de “perder” os filhos para outros, mesmo que fossem crianças. Definitivamente, Elena teria muito o que fazer para acalmar esse vampiro.
Quando voltaram para casa, Taehyung não largou os filhos nem por um segundo, como se eles fossem sumir a qualquer momento, por isso, nesse momento, ele estava sentado no sofá, rodeados por desenhos e com os braços todos riscados de canetas coloridas. Evan e Emily estavam dormindo, cada uma com a cabeça em uma das suas pernas. Eles brincaram até dormir.
Rindo baixo, Elena entrou na sala e observou aquelas duas bolinhas encolhidas e agarradas as pernas de Taehyung. Emily ainda segurava uma das canetas.
Taehyung, que até então observava os filhos, desviou o olhar para a esposa quando ela se sentou do seu lado, tomando cuidado para não acordar Evan, que também estava desse lado.
Ela olhou ao redor e pegou um dos desenhos, entregando para Taehyung. Ele segura o papel e observa as tentativas de palitinhos que deveriam ser a família, e sempre havia um mais alto que os outros e esse era ele.
— Está vendo. Você está em todos os desenhos. — Elena diz. — Taehyung, você sempre vai ser a pessoa favorita dos seus filhos, por isso, não precisa ficar preocupado com bobeiras. — Ela sorri para o marido, que também olha ao redor, observando os desenhos nos papéis e os corações e rabiscos feitos em seus braços.
Taehyung sorri pequeno.
— Acho que posso me segurar até que eles completem os cem primeiros anos. — Ele responde e o sorriso de Elena some.
— Você está querendo me tirar a paciência? — Ela pergunta séria e ele ri baixo, antes de se inclinar cuidadosamente para roubar um beijo.
— Estou apenas brincando, Eleninha. — Ele a encara descaradamente, inclinando sutilmente os cabelos presos.
Elena aperta os olhos, tentando ficar séria, mas não consegue conter o sorriso, portanto, o beija de volta.
Um baixo resmungo os separa segunda depois. Emily havia soltado a caneta e se remexia lentamente.
— Papai... — Ela resmunga de olhos fechados.
Elena ri baixo e se levanta, pegando cuidadosamente Evan no colo.
— Vamos levá-los para cima. — Elena segura delicadamente seu garotinho, que enterra a cabeça em seu seio e segura sua blusa.
Taehyung também ajeita Emily e seus braços, e, juntos, eles levam os gêmeos para o quarto, enquanto se sentem os pais mais sortudos do mundo por cuidarem desses adoráveis vampirinhos.
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“Não julgue a minha descendência, portanto, condena-me pelo meu maior pecado. Tira-me a vida, mas não tira a desta pequena criatura em mim.”
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nosfetaru · 4 years
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Capítulo 15, continuação.
Link da música do capítulo, clique AQUI.
Um esguio filete aquece meu ombro, descendo por uma parte do meu braço esquerdo e barriga. Respiro fundo, me concentrando na sensação de calor. Mesmo que eu não usasse roupas, o sol que atingia meu corpo, não o deixava desconfortável, ao contrário da superfície dura da qual eu estava deitada. Meu braço direito, debaixo do meu corpo, já começava a doer e a ficar dormente, o que, ocasionalmente, me faz abrir os olhos, tendo minha primeira vista da manhã: um rosto de traços delicados, com alguns fios de cabelos brancos - que pareciam brilhantes sob os raios de sol - espalhados pela testa e em frente aos olhos fechados de longos cílios; o longo brinco deitado na lateral do rosto; a pele pálida que criava um grande contraste com os lábios avermelhados e bem delineados; as mãos com unhas pintadas de preto, perto do rosto, levemente sujas pelo sangue seco, assim como, algumas partes do corpo pálido e desnudo.
Inspiro profundamente, enquanto perco algum tempo apenas observando Taehyung, que parecia dormir. Me sento, espiando sobre os ombros, encarando as portas abertas da sacada por onde os agradáveis raios de sol entravam. Perco mais algum tempo observando, antes de me levantar, decidia a tomar um banho para me limpar e despertar. Caminho para perto do piano e recolho minhas roupas sujas e sapatos, mais uma vez, observando o piano, enquanto me lembro da noite anterior. E com mais uma respiração profunda, saio silenciosamente, deixando um Taehyung adormecido no chão da sala de música, para trás.
Passo rapidamente para o cômodo do lado sem que ninguém me veja sem roupas, e quando fecho a porta do meu quarto, jogo tudo que trouxe no chão, indo com pressa até o banheiro grande e claro. Em frente a grande redoma de vidro que escondia o chuveiro, estico meus braços para cima espreguiçando o meu corpo. Fecho os olhos por alguns segundos e movimento meu pescoço para os lados. Inspiro e expiro fortemente, tentando tirar toda a preguiça matinal do meu corpo e, em seguida, abro a porta da redoma de vidro. Quando toco no registro, noto uma quantidade significativa de sangue seco debaixo das minhas unhas e nas pontas dos dedos. Rio sem humor, de forma nasalada, fazendo uma pequena quantidade de ar sair do meu nariz.
Giro o registro e, em instantes, a água quente atinge meu corpo como se fosse uma relaxante massagem. Paro ao centro do chuveiro, fechos os olhos e permaneço parada, apenas deixando que a água me cubra.
Enrugo minhas sobrancelhas quando escuto um barulho suave ao fundo, indicando que alguém havia entrado no quarto. E leva segundos até que eu escute a porta do banheiro ranger quase que imperceptivelmente. Se eu estivesse com a cabeça cheia de pensamentos, talvez, eu nem teria escutado.
Abro os olhos e me viro para a direita, em direção a porta da redoma de vidro, dando de cara com um alto corpo pálido e manchado de sangue. Meus olhos se arrastam do torço até o belo rosto de Taehyung.
— Pensei que estivesse dormindo. — Algumas das gotas de água que me atingiam, respingam em seu corpo.
— Acho que você me acordou. — A voz de Taehyung era nula de qualquer emoção. Seu olhar, que encarava meu rosto, era baixo e pouco aberto, semelhante à sua voz.
— Sinto muito por isso, mas eu precisava me limpar. — confesso.
Taehyung fica em silêncio, me fitando por alguns segundos, enquanto o barulho do chuveiro ligado soava ao fundo, preenchendo esse momento entre nós. Desvio meu olhar quando meu rosto ameaça esquentar e isso era um pouco irritante.
Respiro alto e profundamente.
Sinto Taehyung tocar minha mão direita com a ponta dos dedos, de forma sutil, antes de segurá-la. Devagar, ele puxa meu braço para frente, me fazendo aproximar dele e sair debaixo do chuveiro. Taehyung solta minha mão, repousando suas mãos na minha cintura. Meu busto se junta ao seu tronco, tendo um contato direto das nossas peles e, com isso, acabo o molhando. Respiro alto de novo e passo os braços ao redor do seu pescoço.
Eu podia sentir cada parte do seu corpo. Não haviam roupas ou qualquer outra coisa que separasse esse contato. E por mais que meu rosto continue teimando em esquentar por essa situação, isso parece um pouco natural.
— Eu ainda não sei se concordo com isso, Taehyung. Há muitas coisas dentro de mim que eu preciso resolver agora. — Faço uma pequena pausa e suspiro, desviando meu olhar do seu. — Por isso, eu queria levar as coisas de um jeito diferente.
Sua mão vai até o meu rosto e ele empurra uma mecha molhada vermelha para trás da minha orelha.
— Que jeito? — As costas dos seus dedos deslizam pela lateral do meu rosto, enquanto ele me encara de um jeito atento e profundo, como se me hipnotizasse, apesar de eu saber que ele não está fazendo isso e nem pode, pois, estou usando o meu anel Van Helsing.
Anel...
O simples pensamento me faz tocar o segundo anel que passei a carregar comigo.
— Sei que para todos os outros nós estamos em um compromisso, mas eu quero, aqui e agora, que levemos tudo com calma. — revelo.
— É isso o que você quer, Elena? — Seus dedos passam, outra vez, pela lateral do meu rosto, deslizando até meu queixo, enquanto seu polegar roça suavemente no meu lábio inferior.
Assinto, em silêncio.
Taehyung curva sua cabeça para frente, selando nossos lábios por alguns segundos, sem intenção de intensificar o beijo.
Seus lábios se afastam lentamente dos meus, com seus olhos castanho-escuros tão próximo.
— Tudo bem. Vamos fazer isso. — Ele volta a sua postura anterior, afastando seu rosto.
— Obrigada. — agradeço, sincera.
Nesse momento, me encarando, não sinto que ele possa ter ficado irritado, Taehyung realmente parece sincero e, por alguma razão, isso faz meu coração ficar acelerado e ansioso. E estando com meu corpo contra o dele, torço para que ele não note.
Noite passada, eu admiti para mim mesma que não o superei e que até senti sua falta, e esses tipos de pensamentos misturados a conhecer Taehyung dessa forma tão diferente e que julgo ser sincera, realmente me faz ficar nervosa.
Seus olhos adornados pelos longos cílios, encaram meu pescoço e sei que ele está observando a marca. E me pergunto o que ele pode estar pensando agora?
Taehyung é um vampiro, um Drácula, e mesmo que sua fonte de alimento seja almas e não o sangue, como no caso de um vampiro comum, de certa forma, é admirável a forma como ele e seus irmãos se controlam mesmo debaixo do mesmo teto que humanos, ou até mesmo, se controlam diante do sangue humano. Já tive alguns machucados nesse castelo, minha irmã também e, mesmo assim, eles nunca perderam o controle. Depois de estudar os vampiros por longos anos, sei que não é tão fácil se manter indiferente a um estímulo tão grande quanto o sangue humano, mas, no caso desses irmãos, eles estão, definitivamente, além disso.
Penso que para Taehyung talvez seja algo ainda mais difícil quando ele olha para essa marca no meu pescoço. Seus instintos devem gritar para que ele repita o que fez na lua de sangue, mas ele nunca tentou nada desde que cheguei na Transilvânia. Mas, apenas pela maneira como suas pupilas se dilataram minimamente toda vez que ele encara a mordida feita por dois pequenos pontos de presas, sei que é uma grande tentação.
As batidas do meu coração ficam mais fortes quando novos pensamentos rodeiam minha mente. Estou decidida a seguir minhas próprias decisões, sem a interferência da igreja, por isso, não quero pensar no julgamento deles diante do que estou prestes a fazer agora.
Em uma pequena brecha, abro minha boca, puxando uma pequena quantidade de ar para depois a soltar tudo. Afasto minhas mãos do pescoço de Taehyung e coloco os cabelos molhados para trás, deixando a marca em meu pescoço completamente visível.
— Você quer fazer isso, não quer? — Pergunto e Taehyung me encara nos olhos. — Faça.
Ele aperta os olhos, em um olhar estreito.
— Faça, Taehyung.
Ele permanece parado. E eu engulo em seco.
Suavemente, coloco minhas mãos uma de cada lado do seu rosto e o encaro tão profundamente quanto ele costuma me encarar.
— Eu estou dizendo que você pode fazer isso. — As batidas do meu coração parecem que vão parar a qualquer momento, de tão agitadas que estão. — Apenas faça isso agora, Taehyung.
Afasto minhas mãos do seu rosto e dou um passo para trás, deixando que ele me veja bem. Suas pupilas se dilatam outra vez, agora, com muito mais intensidade. E em um literal piscar de olhos, sinto meu corpo ser prensado contra a parede fria, me causando um pequeno calafrio. O corpo alto de Taehyung estava parcialmente debaixo do chuveiro, deixando seus cabelos instantaneamente molhados, com gotas que escorriam pelo rosto que ganhou uma expressão carregada.
Suas mãos vão para os meus pulsos, os segurando contra os azulejos claros. Aos poucos, minha respiração começava a descompassar. Inclino a cabeça para o lado, dando uma bela visão do meu pescoço, que Taehyung não consegue desviar nem por um segundo. E sem qualquer tipo de aviso, ele aproxima seu rosto da curva e sinto seus lábios roçarem minha pele, me causando um pequeno arrepio. Seus lábios se afastam um do outro e sei que ele abriu a boca, pois, segundos depois, fecho os olhos quando sinto suas presas perfurarem minha pele em uma dolorosa fisgada. As presas deslizam para dentro com facilidade, como se atravessassem amontoados de algodão.
Mordo meu lábio inferior quando o sinto começar a sugar meu sangue, enquanto também sinto algumas gotas escorrerem pelo meu pescoço. Solto um baixo gemido de dor, fechando minhas mãos em punhos. Taehyung solta meus pulsos e uma das suas mãos vai para lateral do meu pescoço, como um suporte, e a outra vai para minhas costas, me segurando e me mantendo perto entre seu corpo e a parede gelada.
A água do chuveiro continua caindo em Taehyung e, consequentemente, em mim, me possibilitando ver algumas pequenas gotas vermelhas se diluírem no chão molhado do banheiro.
Assobio um curto suspiro quando a mão que estava nas minhas costas, se arrasta para minha cintura, apertando levemente o lugar, antes de subir de forma lenta que me causava arrepios, parando abaixo do meu busto prensado ao seu tronco. A mão em meu pescoço escorrega para dentro dos fios molhados, enquanto Taehyung apertava mais seu corpo despido contra o meu, me fazendo sentir uma pequena ereção surgir. Ele estava prestes a ficar excitado e sei como vampiros podem ficar assim quando bebem sangue humano, literalmente, em todos os sentidos da palavra excitação.
Apoio uma mão em seu ombro e a outra no seu braço dobrado, sentindo meu corpo se arrepiar à medida que se torna quente. Taehyung para de sugar meu sangue, retirando suas presas de dentro da minha pele, mas sem afastar a boca do lugar. Seus lábios macios se mexem suavemente sobre o meu pescoço, roçando contra minha pele de uma maneira que me causava mais arrepios. Sua mão aperta a pele abaixo do meu busto e, em seguida, sinto a ponta da sua língua encostar no meu pescoço, se arrastando por todos os lugares manchados de sangue.
Lentamente, Taehyung vai afastando seu rosto da curva até que eu possa o encarar: olhos vermelhos carregando um olhar pesado e profundo, pupilas dilatadas e a boca ainda mais avermelhada com os cantos sujos de sangue e uma pequena gota escorrendo em direção ao seu queixo.
Mais um arrepio e, dessa vez, um que carregava todos os meus sentimentos de desejo e excitação, espanto e curiosidade, irritação e confusão, medo. E Taehyung enxergava cada um deles.
Ainda consigo sentir suas presas e boca no meu pescoço, como um formigar que deixava minha pele dormente.
Abruptamente Taehyung me beija, sem qualquer tipo de delicadeza ao toque dos seus lábios contra os meus. E quando sua língua quente toca a minha, sinto o gosto do meu próprio sangue. Não posso dizer que o gosto era agradável para mim, muito pelo contrário, mas a maneira como ele me beijava compensava qualquer sentimento incômodo ou desagradável. Taehyung estava cheio, transbordando desejo por ter se deleitado com o meu sangue e, nesse momento, isso era tudo que importava para mim.
Ele empurra seu quadril para frente, me fazendo sentir sua excitação se tornando cada vez mais dura. Taehyung queria isso muito mais do que eu, de uma forma que eu não poderia compreender. E mesmo tendo estudado os efeitos do sangue humano nos vampiros, nem por um segundo, vou ser capaz de sentir o que ele está sentindo agora.
O lugar onde ele mordeu ainda pulsava um pouco, uma dor aguda, mas fraca. As batidas do meu coração ainda estavam aceleradas e a ansiedade começava a me rondar por dentro.
Suspiro entre nosso beijo, sendo corajosa o suficiente para fazer isso, libertá-lo dessa agoniante sensação de desejo. Devagar, abaixo minha mão direita, deslizando-a por entre nossos corpos, e minha barriga se contraí com meu próprio toque. Toco a barriga do Taehyung com a ponta dos dedos e continuo descendo minha mão até sentir ela encostar no topo do seu membro. Para mim, respiro fundo antes de envolver minha mão ao redor da sua excitação. E ao sentir o meu toque, ele para de me beijar, mas continua com os olhos fechados e a testa encostada na minha. Sua expressão parecia ultrapassar o prazer com a simples menção do meu toque.
Ele estava no limite.
Nunca fiz isso antes, é a minha primeira vez e ele com certeza sabe disso. Mas isso não era importante agora, porque eu iria me esforçar para ver esse vampiro se desmanchando completamente em seu próprio prazer.
De leve, aperto seu membro, que começava a pulsar em minha mão, antes de, timidamente, arrastar minha mão para cima e para baixo. Os olhos já fechados de Taehyung, se apertam com mais força. Sua boca se abre quase que minimamente, mas perecia que isso era para que ele conseguisse buscar por algum fôlego.
Taehyung coloca uma das suas mãos sobre a minha.
— Assim… faça desse jeito. — Sua mão começa a me ajudar nos movimentos, que talvez estivessem um pouco desajeitados.
Seus dedos se apertam sobre os meus e ele começa a mover nossas mãos com mais velocidade. E quando percebe que estou fazendo da maneira que o agrada, ele afasta sua mão e me deixa continuar sozinha.
O barulho do chuveiro ligado se mistura ao som da minha mão subindo e descendo com rapidez em seu membro excitantemente duro. Seu corpo parece ficar um pouco tenso. E tentada por sua expressão de prazer, passo meu dedão na ponta do seu membro, fazendo alguns movimentos circulares ali. Taehyung fecha a boca, a comprimindo para conter um gemido. Ele coloca seu rosto ao lado do meu, de modo que, eu não consiga mais enxergar sua expressão. Suas mãos vão para a parede gelada, deixando meu corpo entre elas.
Levo minha mão esquerda até suas costas, o empurrando mais em minha direção, deixando seu membro mais perto da minha mão. Outra vez, estimulo a ponta do seu membro, que já estava completamente lubrificado com sua própria excitação.
Meu corpo inteiro se arrepia e o interior das minhas pernas ficam molhadas, atingindo algumas partes das minhas coxas quando Taehyung começa a gemer, fazendo isso perto da minha orelha. A forma como ele tentava se conter, às vezes, produzia um som sôfrego mais agudo.
— Elena, é melhor… eu vou… — Sua voz sai tremida em puro prazer, me instigando ainda mais a continuar com todos os meus movimentos até que eu o escute soltar um gemido mais alto, enquanto goza na minha mão, com alguns esguichos sujando a minha barriga que se contrai ao sentir o líquido quente escorrendo por ela.
Taehyung fica do mesmo jeito por alguns segundos, parado, apreciando o seu prazer.
Ele traz seu rosto para frente, e mesmo que seus olhos não fossem mais vermelhos, eles estão tão intensos quanto antes. Taehyung se inclina para frente e me beija outra vez, movimentando sua língua com pressa junto da minha, de um jeito que fazia nossas salivas misturadas escorrerem para fora das nossas bocas.
Sem parar de me beijar, ele abaixa seu corpo um pouco, e sinto quando seu membro escorrega por entre as minhas coxas, ficando abaixo da minha intimidade molhada. Toda sua extensão me tocava, enquanto ele começava a movimentar seus quadris para frente e para trás, roçando o membro em mim, e eu podia sentir a ponta dele tocando um pedaço da minha bunda, enquanto se lubrificava com a minha excitação. Mesmo sem estar me penetrando, essa provocação já era o suficiente para me deixar com as pernas fracas.
Seguro seus braços e os aperto com força, sujando com resquícios da sua excitação que ainda estava escorrendo na minha mão.
— Taehyung, por favor, faça isso logo. — Minha voz era quase um sussurro.
Eu já podia sentir seu membro começando a se enrijecer aos poucos outra vez, enquanto ele continuava se esfregando em mim.
As gotas quentes de água deixavam meu corpo fervendo. E o pequeno sorriso que Taehyung me lança enquanto me escuta pedir por ele, faz minha intimidade pulsar em cima do seu membro.
Suas mãos encostam nas minhas coxas e estremeço com seu toque frio que era efeito dos azulejos que ele se apoiou. Suas mãos deslizam vagarosamente para cima até encontrarem as laterais da minha bunda, as escorregando para trás até espalmar suas mãos geladas no centro da minha bunda. E com fortes apertos no local, ele me impulsiona para cima, me fazendo enroscar as pernas em sua cintura para me manter presa a ele.
Me segurando com apenas uma mão, ele usa a outra para agarrar seu membro, o direcionando até à minha entrada, e quando ele estava confortavelmente encaixado em mim, me segura pelas partes debaixo das coxas. Com seus olhos encarando diretamente os meus, Taehyung, lentamente, começa a se empurrar para dentro de mim até que me preencha por completa com seu membro duro.
Involuntariamente minha boca se abre, e o ar sai pesado, enquanto me concentro nessa maravilhosa sensação de tê-lo se movendo para dentro de mim. Simplesmente era algo que eu não conseguia explicar, a sensação era tão prazerosa que o único jeito de a entender, era sentindo.
Depois de me segurar em seus ombros para ficar em uma posição que não me faria perder o equilíbrio, Taehyung sai de dentro de mim apenas para entrar mais uma vez, começando suas estocadas.
Ele encosta seus lábios avermelhados nos meus, mas apenas roçando, sem me beijar, enquanto começava a ganhar um pouco mais de velocidade em seus movimentos. Minhas costas sobem e descem pela parede gelada, e meus seios fazem o mesmo contra seu tronco, com um pouco de água escorrendo entre eles. Com a boca ainda aberta, os meus gemidos começavam a ecoar pelo banheiro, e isso incentiva Taehyung a se tornar mais forte nas penetrações.
Ele mantém sua boca encostada na minha, enquanto eu gemia e gemia de prazer como se fosse enlouquecer. O barulho do chuveiro acompanhado do barulho do seu membro entrando e saindo de dentro de mim, era algo que elevava a temperatura do meu corpo nas alturas.
Sexo com Taehyung é sentir prazer de todas as formas possíveis, seja, o sentindo intimamente, escutando seus gemidos, o escutando me penetrando, ou sendo visualmente estimulada por tudo que fazíamos. Era um conjunto capaz de fazer qualquer um encontrar o céu dentro do inferno.
Me sinto envergonhada por meus próprios pensamentos, como se Taehyung pudesse descobri-los, por isso, escondo meu rosto na curva do seu pescoço, mas talvez ele tenha entendido errado, ou queria apenas continuar me provocando como gostava. Pois, não demora mais que poucos segundos para que eu sinta sua língua se arrastando pelo meu pescoço, em pequenas linhas que julgo serem as linhas por onde meu sangue escorreu antes.
Suas mãos se arrastam por mim e voltam para minha bunda, onde ele passa a me segurar por ali, enquanto a aperta com força à medida que se torna mais ávido em seus movimentos, me fazendo subir e descer pela parede com mais rapidez. A excitação já escorria e pingava de nossas intimidades, enquanto nossos gemidos se misturavam.
Com os braços ao redor do seu pescoço, o abraço com força, mordendo o lábio inferior pata tentar me controlar, mas estava cada vez mais difícil, porque toda vez que o som molhado dele me penetrando preenchia o banheiro, eu sentia que iria alcançar o céu. Era como estar prestes a morrer de prazer, literalmente.
Taehyung coloca a mão direita na parede de azulejos para poder se impulsionar com mais força para dentro de mim, prensando mais ainda meu corpo. E com o apoio da sua mão, ele consegue entrar e sair com mais intensidade.
Nesse ponto, eu não conseguia mais controlar os meus gemidos que pareciam sair a cada respiração, sem parar, como se eu respirasse apenas isso. Os gemidos roucos de Taehyung ficam mais altos e um pouco mais finos, e isso é o que faltava para fazer meu corpo inteiro tremer e se arrepiar, enquanto eu atingia o meu limite de prazer. Ao alcançar o céu no inferno, minha intimidade se contrai algumas vezes ao redor do seu membro, o fazendo se render e encontrar seu próprio, quando me preenche com sua excitação quente
Encosto meu queixo no seu ombro e preciso de alguns minutos até que a minha respiração volte ao normal, e até que essa sensação de prazer comece a ir embora, por hoje
— Transar com um humana tem sido muito mais prazeroso do que se eu estivesse com outra criatura mística. — Taehyung confessa de forma baixa, em meio ao barulho do chuveiro ligado.
Sinto meu rosto esquentar por completo e encolho meu corpo contra o dele, encostando minha testa em seu ombro, querendo esconder o meu rosto.
— Está envergonhada, Elena? — Ele pergunta, enquanto desliza seu membro para fora de mim, me fazendo tremer por um segundo. Eu sabia que tinha sido proposital.
Não o respondo, mas movimento minha cabeça, acenando um “sim”.
Com cuidado, ele puxa meu tronco para frente, fazendo com que eu me afaste de seu ombro e o encare. Taehyung pisca lentamente os olhos e seus cílios se destacam mais por estarem molhados.
Ele sorri de lado, antes de tocar meu rosto, deslizando os dedos pela lateral dele.
— Você não precisa se sentir envergonhada. Não na minha frente. — Taehyung segura suavemente meu rosto e se inclina até tocar os meus lábios, passando os seus por cima dos meus, lentamente, antes de me beijar.
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