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PRIDE & PREJUDICE (2005) dir. Joe Wright
#eberhardt: musings#faltou umas respostas que eu não postei porque não consegui revisar e to podre de sono
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Um riso baixo escapou de seus lábios ao vê-lo revirar os olhos, não por deboche, mas ver pessoas reclamarem de coisas que ela facilmente reclamaria era, de certa forma, engraçado. "Eu sei bem como é, muitas pessoas aqui fazem isso com filhos de deuses do submundo, especialmente os primordias, e mais ainda se esse semideus fizer parte dos aprendizes de magia." Tornou a rir. "Uma coisa que eu aprendi que é bem eficaz pra gente assim é mandar ir para lugares bem específicos, sabe?" Ela arqueou levemente as sombrancelhas. "Ou pedir para que elas repitam na sua cara, se repetirem, você ganha um motivo pra socar a pessoa, caso contrário, pelo menos ela vai tentar disfarçar melhor." Ela ergueu os ombros. Assim que ele aceitou a ajuda, deixou as sementes sobre a bancada e se aproximou, ouvindo com atenção enquanto mantinha os olhos no que ele havia feito até então. "Me fala um pouco sobre a poção! Talvez eu consiga te dar algumas idéias!" Olhou na direção dele, sorrindo de forma simpática. "Eu também estou meio empenhada em algo que fiz na ilha, mas no caso é pra melhorar uma contra-poção."
⭒ ๋࣭ 𖹭 ๋࣭ ⭑ ㅤㅤㅤㅤㅤas palavras diretas de alina era o que maxime precisava. sem espaços para especular se a semideusa estava sendo educada apenas por educação, as pessoas tendiam a fazerem muito isso e o filho de afrodite ficava perdido quando as intenções verdadeiras por trás das ações . uma resposta direta lhe fazia relaxar. “ ━━━ bom. isso é bom, ainda bem, prefiro assim." assentiu positivamente pois sem arrodeios era o melhor, ainda mais que não tinha tempo para isso ali na estufa. a poção ainda não estava perto de acabar, mais quanto mais rápido conseguisse sua substituta, melhor seria. “ ━━━ está certa, não muda, nem me interessa o que pensam. só é uma merda quando continuam a me evitar ou falar pelas minhas costas." revirou os olhos, concentrando-se de novo na sua tarefa principal e bem mais importante do que se lamentar pela falta de inteligência das pessoas. “ ━━━ uma ajuda seria muito bem-vinda, se quiser. eu fiz uma poção no laboratório de circe mas não é algo que eu vou ter pra sempre, então precisa de uma equivalente pra substituir." começou a contar, como poções era um assunto que adorava, geralmente tagarelava e não parava. “ ━━━ aí estou procurando ingredientes que dê pra mudar, mas até agora não encontrei nada igual."
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Os braços do irmão ao seu redor traziam de volta a calma que ela havia perdido no dia em que o mesmo havia partido na missão para o submundo. Ela se permitiu relaxar em seu abraço antes de direcionar um olhar fulminante na direção dele - que muito provavelmente não saiu tão assustador quanto o pretendido visto que os lábios estavam curvados em um sorriso que evidenciava sua felicidade em tê-lo de volta - quando ele disse para ela se acalmar. "Você quase me faz ter um treco e ainda tem a cara de pau de me pedir para ficar calma? Salak."
Precisou segurar o riso ao vê-lo jogar a cabeça para trás, sabia que preocupação demais o deixava sem saber muito bem como reagir, só que para o azar dele, incomoda-lo era algo que nunca perdia a graça para ela. "Que bom que você teve senso de não se machucar, eu não tava brincando quando disse que ia esconder a sua perna pra te forçar a ficar parado se voltasse machucado." Resmungou enquanto se libertava do agarre nos pulsos e cutucava levemente suas costelas. Do seu próprio modo, aquela era a forma que ela havia encontrado para dizer que estava feliz por ele ter voltado.
A fala seguinte, no entanto, a fez cruzar os braços em frente ao corpo e direcionar ao mais velho um olhar um tanto desafiador. "É óbvio!" Disse com convicção. "Eu já te vi sendo teimoso por muito menos, é o mínimo que eu merecia." Revirou os olhos de modo teatral e logo o puxou para um abraço lateral, se aconchegando a ele antes de inciar uma caminhada. "Vem, eu separei algumas coisas básicas pra caso você precisasse e uma poções de cura pra você poder fugir da enfermaria." Após a cirurgia da perna e também pelo laço familiar que compartilhavam, imaginava que ele iria preferir pular a parte da enfermaria, até porque os caídos pareciam precisar bem mais. "E relaxa que as poções de cura não foram feitas por mim, então você tem o dobro de chances de sobreviver. Fora que você tem que me contar como foi lá. Quero detalhes." O tom empregado deixava bastante óbvio que ele não teria escolha alguma em relação ao último tópico.
Não havia se dado conta do quão sufocante poderiam ser os domínios de Hades até que estivesse ao ar livre novamente. Pode ser, também, que ele não estivesse respirando até sair de lá. Ainda assim, os Caídos estavam em pior estado e precisavam de cuidados dos curandeiros de imediato, enquanto ele e Maya havia permanecido por muito menos tempo lá embaixo – não deviam ser motivo de preocupação. O Bakirci gostaria de ter escapado ileso - física e mentalmente – daquela missão. No entanto, sabia que não havia simplicidade no papel que desempenhara. Ainda havia raiva, temor, desconfiança e incômodo presentes nele quando pisou para fora da Porta de Hades; toda aquela alegria externa em descompasso com os sentimentos que experimentava. Havia assumido uma postura diante do deus dos mortos e talvez levasse um tempo para sair dela, mesmo que obviamente já estivesse em segurança.
Foi só quando sentiu Alina em seus braços – depois de ser praticamente atropelado pela irmã – que o filho de Nyx relaxou um pouco, cerrando as pálpebras pela primeira vez naquele dia. Remzi a segurou firme, sem se dar conta que tinha aceitado seu destino antes de partir, mesmo que ele envolvesse nunca mais ver Alina e os demais – ela seria uma das poucas a sentir sua falta e chorar em cima de sua mortalha. Riso baixo e cansado escapou dos lábios de Rem após o breve relaxamento e o falatório que se seguiu. Aquele devia ser o verdadeiro significado de estar em casa. ‘ Canim, biraz sakin olmanı isteyecegim ’ disse, baixo, com um revirar de olhos, já que ela estava o tratando como uma criança que voltava do seu primeiro dia de aula. ‘ Yok, yok, não estou ferido. Pare com isso, lutfen ’ falou, segurando seus pulsos para que não o inspecionasse mais, jogando a cabeça para trás. ‘ Já falamos sobre isso... Você esperava que eu desafiasse o Oráculo e recusasse a missão por que você estava me mandando ficar em casa? ��� perguntou com indignação, embora sua boca se torcesse num sorriso.
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FLASHBACK
Como o cérebro ainda estava um pouco devagar com tudo o que havia acontecido, acabou demorando alguns instantes para associar as trocas feitas. "Olha, eu até sei, mas não sei bem se charme é uma palavra que eu usaria para me referir a Dionísio..." Ao falar sobre o deus, só conseguia pensar no quão mau humorado e ranzinza o mesmo era, não que ela fosse tão diferente, mas ele conseguia chegar a um nível completamente novo. O vinho definitivamente era o diferencial no caso dele. "Olha, eu não tenho muito como contra argumentar com esse raciocínio, MAS..." pensou por alguns instantes "Imagina se algum deus resolve, sei lá, transformar essa britadeira em um novo monstro? Você ia gostar de ter ajudado a criar um novo monstro?" Sabia que a linha de raciocínio que havia seguido não era das melhores, ainda que, se tratando dos deuses, não fosse algo assim tão impossível. As sobrancelhas se ergueram levemente ao vê-lo voltar ao normal. "Como é quando o seu corpo tá inteiro coberto por metal? É tipo usar uma roupa mais pesada?" Questionou, genuinamente curiosa. Os apelidos listados fizeram com que ela soltasse uma gargalhada alta, especialmente o Tia Turbina. "Acho que te falta um pouco de barriga pro Baymax e a, hm, turbina pra Tia Turbina." Franziu os lábios, evitando que mais uma gargalhada escapasse enquanto a mente instantâneamente criava a imagem da personagem com o rosto de Kit. "Você é simpático, podia ser o Wall-E também." Ergueu os ombros ao falar.
FLASHBACK
⸤ 🔥 ⸣ ⸻ Amsterdã... , Kit parou e respirou fundo. ⸤ 🔥 ⸣ ⸻ Infeliz mente, sabe quando os filhos de irmãos se parecem? Porque está no gene da família, sabe, então rola umas coisinhas assim. Eu acabei herdando o charminho de Dionísio. , Trocar os nomes, só que por objetos e tudo que não era exatamente um nome. Aquilo parecia ofensivo demais para si e, bem, era mais engraçado chamar um Lucas de Lamborghini. ⸤ 🔥 ⸣ ⸻ Olha, depois da fenda, fica meio complicado não acreditar em coisas estranhas. Vai que alguém enfeitiça essa britadeira e ela abre um rasgo no tempo e espaço? Ou se um deus só 'tá esperando essa oportunidade de deixar sua marca nessa confusão? Repito, não duvido de nada. , Um suspiro foi gatilho para a pele voltar ao normal, revelando o bronze de fogo de Kit das forjas. Quando voltou ao normal, pousou a maquinaria no chão. Olha só, não era tão fracote assim. E o filho de Hefesto se deteve na amostra dos músculos, bem nível Apolo. ⸤ 🔥 ⸣ ⸻ Didi me chama de Colossus quando eu viro metal orgânico. Mas eu sou, também, Exterminador do Futuro, Bumblebee, Baymax, C-3PO e Ultron. Eu deliberadamente ignoro o Tia Turbina porque meu derriere não é assim tão grande. ,
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Os olhos se reviraram perante o cinismo do outro. "Dá próxima vez que eu escorregar em coisas suas espalhadas em um chalé do qual você nem faz parte, eu juro que ao invés de te devolver, eu vou é atear fogo." Falou séria, o ódio que havia sentido quando a caixa de itens que segurava simplesmente caiu das suas mãos quando ela escorregou na blusa vindo completamente a tona. Assim como ele, Alina cruzou os braços em frente ao corpo e o observava com uma das sobrancelhas arqueadas até que a fala seguinte a fez gargalhar, seu riso repleto de sarcasmo. "Oh, meu querido, vamos estar abaixando um pouco esse ego, porque eu claramente preferiria dar banho e arrancar pulgas do Cérbero antes de pensar nisso.
Ainda que ela tivesse uma convivência um tanto conturbada com o irmão, era inegável que ela ficava feliz de ver que Alec tinha ao menos uma pessoa em que parecia confiar por completo e que confiava nele da mesma forma, ainda que ambos parecessem revezar para ver qual a tirava mais do sério. "Ou você podia ser o último romântico e pular com ele. Pensa que bonito, vocês seriam uma versão grega de Romeu e Julieta." Sugeriu como quem não quer nada, erguendo os ombros ao final.
Ainda mantendo os braços cruzados, ela sustentou o olhar dele, a expressão beirando a arrogância. Entretanto, a fala seguinte a fez piscar duas vezes, incrédula com o que havia acabado de ouvir. Cada nova interação com o sexo oposto fazia com que tivesse mais certeza de que o dia em que conseguisse replicar a autoestima masculina em uma poção, ela ficaria milionária. "Ódio? Aonde você enxergou ódio na nossa conversa? Só te fiz algumas sugestões amigáveis." Disse calmamente, como se houvesse acabado de ouvir o maior dos absurdos. "E a sua mãe é uma mulher muito sábia, mas me diz, ela chegou a mencionar pra você a parte que diz que as vezes ódio é só ódio e que o ego pode levar a ilusão de que o ódio seja na verdade outra coisa?"
"Se reclamar ou pechinchar, vai ter que pagar dez. Juros, sabe como é, né?" Achlys disse, cinicamente, enquanto sentia a camisa ser jogada contra seu rosto. Ele tirou o tecido e riu, sua atenção agora totalmente focada em Alina. "Eu já ia te perguntar de onde você tirou essa camisa. Tava procurando por ela." Claro, fazia sentido. Ele era um visitante frequente no chalé de Nyx.
Achlys a observou de cima a baixo antes de cruzar os braços, inclinando a cabeça de lado com um sorriso provocador. "E não fale sobre meu namorado, a não ser que queira tomar o lugar dele. É isso que quer, Alina?" Algo lhe dizia que Alina preferiria beber o oceano com um canudo a ter qualquer coisa a ver com ele, e isso, de certa forma, a tornava ainda mais interessante. Ele apreciava a sagacidade dela em silêncio.
"Eu espero que você não esteja falando em jogar meu namorado de um penhasco, porque, se for, vou ter que fazer uma oferenda pro Hades," zombou, mas, no fundo, todos sabiam o quanto Achlys protegia Aleksei. O filho de Nyx era uma das poucas pessoas que ele realmente estimava. Ele então inclinou-se um pouco para frente, com um brilho malicioso nos olhos. "Sabe, Alina, eu tava aqui me perguntando… De onde vem esse ódio todo? Minha mãe sempre me disse que ódio é sinal de amor reprimido."
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"Claro, eu sonho todas as noites com isso. Como você descobriu?" Respondeu no tom sarcástico de sempre, revirando os olhos ao final. Ainda que quisesse, não conseguiu conter a risada ao ouvi-lo imitar sua voz com tamanha exatidão. "Isso só serviu pra que eu percebesse que a minha voz é bonita, obrigada, menino camarão." Optou por aquele apelido uma vez que barata do mar pareceu mais grosseiro do que o necessário. Por incrível que parecesse, ela não reclamou do apelido dado por ele, mesmo que ele parecesse tê-lo dito com certo sarcasmo, entretanto, não foi capaz de esconder o deboche que acompanhou a gargalhada seguinte. "Ah, fala sério, autoestima de homem é um negócio que devia ser engarrafado e distribuído por aí." Tornou a rir, balançando levemente a cabeça. "Minha meta de vida é conseguir reproduzir essa autoestima em uma poção, certeza que ia acumular mais ouro do que o desagradável do seu tio dos raios quando começasse a vender." Mesmo com o deboche, não havia negado. "Um comentário aleatório, mas hoje me deu saudade de sair em missão, sabia? Claro que era a trabalho, mas ao menos a gente conseguia sair um pouco daqui." Sabia ser uma mudança drástica de assunto, mas havia escolhido comentar pois sabia que o filho de Poseidon, mesmo sendo irritante, era capaz de compreendê-la nesse aspecto.
conteve a risada baixinha que sentiu vontade de soltar. tudo ao redor contribuía para um seth mais descontraído, menos tenso, que se permitiu aproveitar o luau mesmo com tudo que corria por sua cabeça nos dias que se passaram. era difícil equilibrar a preocupação que sentia cada vez que via um dos caídos, mas também um alívio — estavam de volta, e de todos os males que haviam enfrentado, aquilo não era nem de perto de todo ruim. ⠀⠀"⠀⠀bem que você queria que fosse verdade, lina. mas precisa mais que isso, se quer saber.⠀⠀"⠀⠀ele parecia um pouco decepcionado que não era como havia pensando, mas tudo não passando de uma encenação barata, que era o máximo que podia oferecer. com a aproximação dela, ele afastou o copo que segurava em frente ao corpo e baixou o braço, deixando que um sorriso no canto dos lábios surgisse.⠀⠀"⠀⠀isso é facilmente debatido, para o seu azar. e para a minha sorte, meu cérebro é bem funcional, já que eu posso fazer isso.⠀⠀"⠀⠀as duas últimas palavras saíram com a voz dela, uma cópia idêntica, como se fosse a própria que tivesse dito. quando ela empurrou sua cabeça para trás, permitiu-se sentir o impacto e a jogou um pouco na direção, mas recobrou a postura logo em seguida. deu de ombros, não como estivesse mostrando indiferença, mas sim como se tivesse aceitado seu destino.⠀⠀"⠀⠀até me sinto um pouco lisonjeado com isso. afinal, glofishes são bonitos. você me acha bonito, é isso?⠀⠀"⠀⠀em um gesto beirando o sarcasmo, pendeu a cabeça para o lado e piscou diversas vezes, imitando uma feição fofa.
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Ela não precisava olhar para ele para saber que ele a observava, já estava mais do que familiarizada com o peso daquele olhar. Lentamente ela desviou o olhar na direção alheia, vendo por fim o olhar vazio que ele direcionava a si, fazendo que o peso que ela carregava se tornasse ainda mais difícil de sustentar. Das poucas vezes que havia presenciado um olhar como aquele em Santiago, ela havia feito tudo ao seu alcansse para devolver toda sua energia e vitalidade, mas agora, sabendo que muito provavelmente ela era uma das causas, sentia como se um abismo se abrisse aos seus pés. Talvez ele soubesse o que seus poderes ainda não dominados haviam feito e a culpasse da mesma forma que ela culpava a si mesma, talvez aquele seria o tipo de olhar que passaria a receber dele, já que muito provavelmente a confiança que ele outrora depositara nela, havia se esvaído após tamanha violação.
Novamente o silêncio havia tomado conta enquanto os dois se encaravam. Por um momento breve, ao ver o olhar que ele direcionou aos seus lábios, ela se esqueceu de todo remorso que carregava e deixou que a mente vagasse novamente para o dia em que haviam se beijado. No calor do corpo dele contra o dela e na sensação de formigamente que seu toque lhe causava, ainda que fosse por cima das roupas, entretanto, rapidamente foi arrancada de seus devaneios pelo sopro gélido da indiferença na voz dele. Os lábios se abriram devagar, como se ela estivesse em busca de palavras. "Mensagem? Que mensagem?" Questionou em completa confusão. "Ele te disse alguma coisa...?" Rapidamente o rosto do campista cujo ela havia influenciado a quase decepar a própria língua veio a mente. Os deuses eram testemunhas de que se ele houvesse dito algo para Santiago, ela faria algo bem pior do que manda-lo cortar a própria língua da próxima vez que o visse.
Aos poucos a raiva pelo desconhecido crescia dentro dela, tão abrasiva quanto a última vez, até que uma idéia lhe ocorreu: como ele teria dito algo para Santiago sendo que os dois sequer se conheciam? Ao menos Alina nunca tinha visto os dois juntos. Ela piscou algumas vezes, bloqueando ao máximo aquele sentimento e quaisquer outros que parecessem tão fortes quanto e, em um movimento que só poderia ser descrito como ousado para aquela ocasião, ela agarrou o pulso de Santiago e o forçou a olhar para ela novamente. "Escuta." Ela engoliu seco e respirou fundo, como se tomasse coragem para prosseguir. "Eu não sei o que diabos de mensagem você recebeu pra te deixar dessa forma comigo, mas não foi como você deve estar pensando." Ela parecia ficar cada vez mais inquieta conforme as palavras saíam de sua boca e percebia o quão sem sentido soavam. "Eu não sabia que as minhas vontades ou seja lá o que for podiam influenciar as pessoas dessa forma, eu queria que acontecesse, e quando aconteceu eu só... Aproveitei. Mas eu não sabia e depois que eu descobri eu só... surtei." Não por arrependimento, mas por pura culpa moral, pensou, mas optou por guardar o pensamento para si.
Alina percebeu que o segurava com uma força além do necessário e logo tratou de soltar o braço alheio. "Eu sei que não devia ter sumido da forma que eu sumi, mas eu não sabia o que dizer. Eu não podia mentir pra você que não tinha nada porquê simplesmente é impossível mentir pra você, e então veio a notícia de que o Remzi perdeu a perna, depois ele simplesmente desceu pro submundo e então aconteceu o acidente na floresta com aquele imbecil que até agora eu não sei porquê ele estava com uma faca na mão..." Soltou a respiração de forma pesada ao perceber que o nervosismo estava fazendo com que ela tagarelasse descontroladamente. Como ela detestava ser tão facilmente dominada por suas emoções. "O que eu quero dizer é que eu fui uma covarde, medrosa e você tem todo direito de me odiar, só que ao menos me deixa te mostrar os motivos certos."
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Por muito que detestasse admitir, o alívio que o havia permeado ao ter Katrina e Melis em seu abraço havia evaporado com a mesma rapidez que surgira. A euforia de as ter consigo e em segurança foi uma descarga de hormônios que o acalentou momentaneamente, e que prontamente foi substituída pelo abismo de sentimentos negativos que carregava consigo tão logo estava a sós novamente. Se fosse honesto consigo mesmo, muito do que vinha sentindo tinha a ver com a solidão, e a cruel realidade de sua situação o havia atingido como um raio: por muito que cada uma de suas ações fossem calculadas para cuidar a quem queria bem, acabaria sozinho um dia, sem companhia que não o vazio familiar em seu peito. Tentar enganar a si mesmo a respeito de um final feliz no horizonte nada faria além de prolongar seu sofrimento, e Santiago estava exausto de o tentar. O otimismo lhe custava em vitalidade, e sentia ter gastado cada gota da sua, nada lhe restando para transacionar além de moedas falsas: sorrisos e piadas disfarçavam o vazio que o devorava por dentro como uma doença, e assim protegia quem o cercava de se contagiar.
Era injusto, bem sabia, mas parte de si culpava a quem o havia escolhido deixar em seu momento de maior vulnerabilidade, como se esperasse que fossem capaz de adivinhar como se sentia sob a máscara. Culpava Alina por o ter abandonado a ver navios por causa da merda de um beijo quando tudo o que queria era alguém com quem conversar. Para toda a preocupação que demonstrava com quem amava, que demonstrava com ela, o seu desejo mais íntimo era que fosse recíproco para variar.
O luau improvisado não lhe dava escolha que não atuar. Precisava estar presente pois sua ausência seria questionada, e precisava oferecer uma performance digna de Oscar para não estragar a celebração. Havia rido em cada uma das deixas, trocado conversas vazias com quem quer que se aproximasse, e foi junto à fogueira que procurou por um refúgio para poder respirar. Sua presença foi suficiente para erguer uma coluna de chamas, o vento que trazia consigo quando as emoções lhe escapavam só servindo para as alimentar. A notou com o canto dos olhos a alguns passos de distância, e por um segundo a faísca da esperança o aqueceu, antes de a decidir abafar. Quando ela se aproximou o suficiente para quebrar o silêncio que havia erguido como muralha, as palavras ofertadas pouco fizeram para apaziguar os seus ânimos. Depois de tanto fingir ao longo da noite, escolheu decidir que ela o visse por quem era naquele momento, e o olhar que encontrou o dela foi vazio, esvaído da pulsão de vida da qual tanto costumava se orgulhar.
Odiava admiti-lo mas, conforme a encarava, a ver foi suficiente para o fazer despertar do estupor que o vinha anestesiando, e sentiu sua resolução derreter ao se flagrar encarando os lábios que havia provado, como se seu corpo respondesse à sua presença de uma maneira que não era capaz de explicar. Depois da reação recebida ao se mostrar vulnerável da última vez, estava determinado a não lhe dar a satisfação de perceber o efeito que tinha sobre si. Mesmo diante da fonte de calor, só o que se permitiu canalizar foi o frio, e transformou o gelo de sua indiferença em escudo para se preservar. ʿ It doesn't matter. I got the message loud and clear. ʾ Foi só o que disse em resposta, a voz quase robótica, antes de voltar a atenção ao fogo. Não precisava de todo o discurso sobre como era melhor que continuassem apenas amigos, sobre como ela o admirava ou qualquer outro sentimento igualmente platônico, sobre como ela só não o via daquela maneira. Na lateral de seu corpo, ambas as mãos tremiam no esforço de conter tudo o que sentia, como se as emoções estivessem prestes a transbordar.
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"Por qual motivo? Ah, vamos começar a lista." Lançou um de seus olhares fulminantes na direção do mais velho antes de começar a falar. "Eu fiquei internada naquela droga de enfermaria e você nem cogitou usar essa sua cara de pau pra me ajudar a fugir de lá." Ela ergueu um dedo. "Nem passou pra ver se eu estava viva." Ergueu o segundo dedo. "Você deixou aquela catinga de cigarro dentro do chalé de novo." O terceiro dedo foi erguido e logo em seguida ela baixou a mão. "E eu ainda estou brava por você não ter ido me resgatar da enfermaria mesmo sabendo o tanto que eu odeio ficar presa em um lugar." A última frase havia saído com bem menos intensidade do que as anteriores. A relação com o irmão ainda era delicada, dado o volume de discussões que costumavam ter, claro que quase sempre por motivos idiotas, mas ela havia sentido falta da presença dele durante aqueles dias, ainda que não fosse admitir em voz alta naquele momento.
‘ it seems you respond best to displays of violence. ’
claro que o russo ainda tinha uma careta em seu rosto. ligeiramente irritado, mas sem querer deixar transparecer que a agressão doera mais do que pensava. quando @nyctophiliesblog tinha aprendido a golpear daquele jeito? o russo engatou em uma risada, parte do disfarce, agora genuinamente curioso. "posso saber de onde isso veio? eu andei fazendo por merecer por qual motivo, exatamente?"
"veja, já estou me arrependendo de ter vindo com você para cá. que impressão eu deixo se estou apanhando de minha... hm, irmãzinha?"
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Starter fechado com @aguillar, no luau.
Os caídos haviam conseguido retornar, assim como aqueles que haviam sido enviados para buscá-los e pareciam relativamente bem, apesar da morte de Brooke. Era um bom sinal, talvez as coisas fossem menos caóticas por um tempo e poderiam relaxar, afinal, eles mereciam ao menos um período de ócio. Ao menos era isso que ela dizia para si mesma enquanto lutava para que a ansiedade não a tomasse novamente quando lembrava do campista que quase havia cortado fora a língua devido a algo que ela ainda nem entendia direito e ao fato que até aquele momento não havia falado novamente com Santiago. Os olhos percorreram todo o espaço até pararem sobre ele do outro lado, sentiu um nó trancar sua garganta quando percebeceu que pela primeira vez desde quando se conheceram, Alina não conseguia compreender os sentimentos que sua expressão trazia.
A ausência dele durante aqueles dias havia sido terrível. Não era apenas o vazio deixado pelas piadas de gosto duvidoso que trocavam sem pensar entre si, mas também a maneira como seu riso fluía sem esforço quando ele estava por perto. Ele tinha o dom de transformar o peso constante da sua vida em algo suportável, quase leve. Sentia falta do jeito despreocupado com que ele navegava pelas suas preocupações, da sensação de segurança e alívio que sua presença trazia. Sentia falta dele.
Conforme andava em sua direção, os passos um tanto quanto vacilantes, a lembrança da última noite em que haviam se visto a atingiu em cheio. As respirações pesadas, os flertes escancarados, a urgência que os lábios buscavam um ao outro e até mesmo a pressão que o corpo dele exercia sobre o seu normalmente seriam lembranças boas, que facilmente a teriam feito procura-lo no dia seguinte para que pudessem terminar suas pendência. No entanto, suas memórias não estavam atreladas apenas a vontade que tinha de dar continuidade de onde pararam aquele dia, elas traziam consigo uma culpa gigantesca que havia impedido até mesmo que ela lhe dirigisse as palavras nos dias seguintes, uma vez que Alina não conseguia afastar a idéia de que assim como o campista que ela havia feito quase cortar a língua, ele podia ter sido influenciado apenas pelas vontades dela naquela noite.
"É a primeira vez em anos que eu não sei o que falar pra inciar uma conversa com você." Falou devagar, quebrando por fim o silêncio em que estavam desde quando ela havia chegado ao lado dele. Ela soltou o ar devagar, tentando acalmar o nervosismo crescente. "Eu... Acho que eu te devo algumas desculpas." Assim que a frase foi dita, Alina se sentiu completamente patética. Ela sabia perfeitamente o que devia falar, mas estava tão nervosa que sequer conseguia olha-lo nos olhos, quem dirá ir direto ao ponto.
#eberhardt: threads#w/aguillar#coloquei a mão na consiência umas 3 vezes pra isso não ficar ainda maior#você que lute
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(Aviso de conteúdo adulto)
Os corpos se encaixavam perfeitamente, como se já se conhecessem mesmo nunca tendo se tocado antes, da mesma forma que as respostas aos toques agora despudorados perpetuavam praticamente em uníssono. A cada segundo que passava, as camadas de roupas que os separavam se tornavam mais incômodas o que se tornou bastante visível quando Santiago a tocou sobre a blusa e a semideusa soltou um suspiro baixo, que fora abafado pelos lábios alheios colados aos seus. O aperto das coxas ao redor da cintura alheia crescia conforme a vontade que tinha de vê-lo sem todas aquelas roupas, não se importando se fosse por cima ou por baixo dela e ela movia o quadril o suficiente para que ele percebesse que não era o único afetado entre eles.
O céu era a maior testemunha do quão difícil havia sido pedir para que ele parasse.
" A prude?" Um riso fraco escapou por seus lábios. "Oh, my dear, you would never think that if you knew half the things I want to do with you right now." O sorriso malicioso ainda emoldurava seus lábios enquanto ela respondia com um sussurro, os lábios ainda suficientemente próximos para se roçarem aos dele. A fala seguinte a fez erguer os olhos que até então ainda permaneciam sem seus lábios em direção aos olhos dele novamente. "First let's see if you're good enough to get me there." Respondeu com a voz provocativa, piscando logo após.
Antes de se levantar, ficou sentada por mais alguns instantes, garantindo que teria força o suficiente para sair e traçar o caminho até o próprio chalé. Ela o observava, ainda mantendo a expressão divertida no rosto agora que tinha uma visão melhor sobre a situação alheia; não que ela devesse estar em estado muito melhor que o dele. Em momento algum discordou do que ele dizia, e, ao ter os lábios dele sobre os dela novamente, fez o que podia para prolongar o selar. "You will be the death of me, Santiago." Murmurou antes de se levantar e sair, afinal, seu autocontrole não era assim tão bom para continuar por mais tempo na presença do outro.
ENCERRADO.
Nunca o diria em voz alta por medo do deboche que receberia em resposta mas, se fosse sincero, usar mágica como um adjetivo para a descrever não estava muito longe do vocabulário que seu monólogo interno costumava empregar. Estava no lado mais ingênuo do espectro, é claro, e ao deixarem a música e os apelidos de lado, a situação em que estavam passou a lhe trazer pensamentos que eram tudo menos inocentes.
( AVISO DE CONTEÚDO ADULTO. )
A realidade o atingiu como um murro ao perceber que, levado pelo impulso, havia cruzado a linha que até então sempre os havia feito titubear. Expressivo como era, nunca havia mantido o fato de que a desejava em segredo, mas até então nunca havia tido certeza se a recíproca no flerte era sincera ou uma tentativa de humor. A julgar pela reação ao seu toque, a conclusão era uma só, e agora podia atestar por experiência que o pecado tinha gosto de quero mais. Os dedos entrelaçados em seu cabelo demonstravam a mesma urgência que a sua e, ao receber a ordem de calar a boca, só foi capaz de pensar na maneira como a gostaria de ocupar. Sequer teve a chance de a responder antes de seus corpos colidirem novamente, e o enlaçar de pernas ao seu redor o fez ajustar o quadril de maneira a se pressionar contra ela, a permitindo sentir cada centímetro do efeito que tinha sobre si. Uma de suas mãos se insinuou sob a blusa de Alina, os dígitos traçando uma trilha sinuosa por sua pele até alcançar o tecido de seu sutiã. A apalpou sobre a peça, odiando cada uma das camadas que ainda os separavam. Estavam sob o céu noturno, sem outra companhia que não a das estrelas, e ali mesmo a teria despido e tomado para si não fosse a interrupção feita pela filha de Nyx, que parecia se agarrar à última migalha de pudor que lhe restava como se sua vida dependesse disso.
A maneira com que ela disse seu nome foi suficiente para o fazer latejar, e Santiago deixou escapar o som de sua própria exasperação ao ouvir o tom final do que lhe foi dito a seguir. A respiração entrecortada foi substituída pela necessidade de encher seus pulmões de ar, tanto para recobrar o fôlego quanto para se acalmar. ʿ I didn't take you for a prude. ʾ A implicância falou mais alto, o sorriso brincalhão que acompanhou a alfinetada deixando claro que não falava sério por um segundo sequer. Acatou a vontade de Alina com todo o autocontrole que foi capaz de conjurar, guardando suas mãos só para si e procurando o olhar dela com o seu. Ao senti-la esfregar o polegar em seu rosto e então exibir o brilho de sua poeira de estrelas, deixou uma risada escapar. ʿ If you make this much of a mess when I kiss you, I want to see what it'll be like when I make you cum. ʾ Expressou o pensamento sórdido sem vergonha alguma, escolhendo usar quando e não se de maneira calculada. Estava prestes a sugerir que procurassem privacidade no Chalé 36 para terminar o que haviam começado quando ela voltou a falar, pisoteando seus sonhos e esmagando quaisquer esperanças.
Banho gelado. Ele certamente iria precisar. Fingiu vaiar a decisão da semideusa antes de oferecer-lhe um sorriso de compreensão, sabendo mesmo que à contragosto que aquela era a melhor das decisões. Pousando um beijo na ponta de seu nariz, por fim concedeu derrota e rolou de volta para a grama, encarando o céu noturno e a encontrando também no cintilar das estrelas. ʿ You go first, I need to wait for my boner to go down. ʾ Sugeriu com ares de diversão, sacudindo a cabeça ao pensar no quão ridículo devia parecer naquele exato momento, com a evidência de seu crime estampada em sua pele e sob seus jeans. Ali permaneceria até que pudesse ser visto em público novamente, e então passaria na cabine que tinha como residência para tomar um banho antes de voltar ao leito da enfermaria que chamava de seu. Quando seus olhos encontraram os dela, traziam consigo uma promessa. ʿ Let me be crystal clear: this is only a raincheck. ʾ A informou sem abertura para contestações, deixando claro que não sossegaria até provar mais que sua boca. Antes que ela pudesse lhe negar, escolheu se despedir com um beijo roubado–curto e rápido, um lembrete do assunto que ainda tinham por encerrar. ʿ We're finishing this. And you're finishing. Several times. ʾ A garantiu com a mesma arrogância de sempre, os olhos vagando até os lábios convidativos antes de retornar aos dela. A permitiria escapar por ora mas, em um futuro não muito distante, deixaria o orgulho de lado e prontamente imploraria de joelhos se fosse necessário.
Mesmo que o mundo continuasse desabando ao seu redor, naquela noite teria pelo menos um pensamento bom ao qual se agarrar ao descansar a cabeça em seu travesseiro.
ENCERRADO.
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PODERES DESPERTOS: FIRST ACT.

Mental Manipulation: confere à semideusa a capacidade de estar no controle de pensamentos e ações de seu alvo sem ser necessário toques, basta que ela mentalize o rosto da pessoa. @silencehq, @hefestotv
TW: o texto a seguir contém uma descrição explícita de uma crise de ansiedade que beira o pânico, caso o tópico cause desconfortos, a leitura é desencorajada pela autora.
Com os dedos trêmulos, ela enfiou as mãos nos bolsos do casaco fino que mal aquecia seus ombros, tentando disfarçar os espasmos que já começavam a percorrer suas mãos. Não podia permitir que a ansiedade tomasse conta mais uma vez. Precisava desviar os pensamentos para longe, antes que perdesse o controle. Fechou os olhos devagar, inspirando profundamente, buscando imagens familiares que pudessem acalmar sua mente. Tentou se concentrar nos objetos cotidianos que a cercavam: o arco com o qual treinava, os anéis que colecionava, flores, estrelas, constelações. Por alguns instantes, a sensação de alívio chegou, como se o caos estivesse distante. Mas não demorou para as memórias recentes voltarem à tona, trazendo de volta a inquietação. Os irmãos feridos pelos monstros na fenda, a última vez que viu Santiago, Rachel no jantar apontando sem hesitar para Remzi…
O peito dela subia e descia de forma descompassada, como se o ar ao redor houvesse se tornado rarefeito. Os sons à sua volta pareciam distantes, abafados pelos sons feitos pelo coração que martelava descontroladamente contra as costelas. As mãos tremiam, a umidade se acumulava nas palmas, e um calor súbito tomava conta de seu corpo, fazendo o suor brotar em sua testa. Tudo parecia apertado — o espaço, a roupa, até mesmo sua própria pele. As paredes da sala, que antes pareciam tão distantes, agora se aproximavam lenta e cruelmente. Ela tentou puxar o ar, mas parecia impossível. O peito se recusava a expandir, como se seus pulmões tivessem sido selados. Tentou segurar a borda da mesa ao seu lado, mas seus dedos escorregaram, fracos. Os pensamentos vinham em uma enxurrada caótica, cada um mais desesperado que o outro.
Os olhos se abriram de forma abrupta, e ela percebeu que um par de olhos desconhecidos a encaravam.
— Esta tudo bem? — O estranho perguntou, o tom preocupado deixando claro para ela que não estava sendo tão discreta quanto havia imaginado.
— Hm, sim, eu… Só preciso ir. Obrigada. — Antes que mais perguntas pudessem ser feitas, ela se levantou e deixou a sala.
A cada novo passo podia sentir os batimentos acelerarem e a respiração pesar, como se uma rocha gigantesca fosse posta exatamente sobre seu peito. Cada ruído ao redor — uma conversa distante, risadas altas, os sons produzidos pelos choques de espadas nas salas de treino, até mesmo o som da própria respiração entrecortada e os passos apressados — parecia amplificado, quase insuportável. Nesse ponto, ela praticamente corria pelos corredores, diminuindo seu ritmo apenas quando chegou na floresta e encontrou uma árvore de tronco largo para se esconder.
Encostou as costas no tronco e deslizou devagar até o chão sem nem se dar conta que a blusa havia se erguido levemente e a pele era arranhada pela madeira. Seus dedos começaram a formigar. "Concentre-se. Respire", ela tentou lembrar a si mesma, mas era como tentar acalmar uma tempestade com um sussurro. O chão parecia sumir sob seus pés, e o mundo ao seu redor se tornava uma mancha conforme tudo parecia começar a girar ao seu redor.
Deitou a cabeça para trás e ergueu os olhos na direção das nuvens, focando toda sua atenção em seus formatos enquanto aos poucos seguia com as técnicas de respiração. Demorou um pouco até que sentisse a pressão em seu peito começar a diminuir, porém acabou sendo interrompida por sons bastente audíveis de passos se aproximando de onde estava.
— Mas que porra é essa? — Virou-se na direção dos sons a tempo de ver o rosto preocupado do campista com quem havia falado antes de correr até ali.
— Você saiu meio apressada da sala, fiquei pensando se não precisava de ajud…
— Se eu quisesse ajuda, eu teria pedido, você não acha?
Questionou enquanto se levantava, o corpo completamente direcionado para o recém chegado. Pouco a pouco a raiva dava espaço a uma raiva completamente irracional, que Alina claramente não estava conseguindo disfarçar, dada a expressão assustada no rosto do outro.
— Eu vou chamar outra pessoa…
— CALA A BOCA! — Ela explodiu, sua voz afiada como uma lâmina. — Você não vai chamar ninguém, e vai calar a.maldita.boca. Agora! — A raiva borbulhava dentro dela, crescendo como uma doença insidiosa que lentamente devora a vitalidade de seu hospedeiro. Sem que percebesse, seus olhos, antes esverdeados, tornavam-se negros, e finos capilares escurecidos se espalhavam por sua esclera, como rachaduras em porcelana. Tudo o que via era o rosto do campista à sua frente, cujo nome ela sequer conseguia lembrar. — Nunca te ensinaram a não se meter onde não é chamado? Eu devia fazer você cortar fora essa língua. Talvez assim você aprendesse a não se intrometer na vida dos outros.
O medo no rosto dele se esvaiu, substituído por um olhar vazio, distante, como se estivesse enfeitiçado. Quase mecanicamente, ele puxou uma adaga da bainha e a ergueu, levando-a em direção à própria boca, que agora se abria, expondo a língua para o corte. Por um momento, Alina ficou paralisada. Ele só podia estar brincando, certo? Quando finalmente percebeu o que estava prestes a acontecer, já era quase tarde demais. Com um movimento brusco, ela arrancou a adaga da mão dele, seu coração acelerando. Mais um segundo, e ele teria conseguido executar exatamente o que ela havia acabado de ordenar.
— Some daqui, agora. — A voz era baixa, porém firme. — E não se atreva a contar pra ninguém sobre o que acabou de acontecer.
Ela assistiu o campista sair correndo, tropeçando em seus próprios pés, até desaparecer. Somente quando ele sumiu de vista, Alina se permitiu desabar no chão, o corpo tremendo. Inspirou profundamente, tentando recuperar o controle, mas o peso da culpa já se instalava. Mais uma cicatriz para sua mente inquieta, mais uma noite sem sono garantida.
[…]
No dia seguinte, ao ver Quiron e o campista andando pelo pavilhão, já começou a se preparar para qualquer castigo que o centauro fosse impôr a ela, uma vez que ela havia cometido uma transgressão ao fazer o rapaz quase cortar a língua fora. Entretanto, quando Quiron passou por ela, a única coisa que fez foi cumprimenta-la, enquanto o rapaz a olhava de longe, seu rosto um misto de ódio e medo. E foi então que ela entendeu que o que havia acontecido no dia anterior era algo bem mais complexo do que ela havia pensado até então.
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FLASHBACK
O que antes era motivo de riso acabou se tornando compreensão. Pessoas respondem de maneira diferentes em momentos de tensão, especialmente quando tais momentos remetem a traumas experenciados. Olhando o filhode Hefesto carregar aquela britadeira, Alina se lembrou das vezes que o havia visto com Flynn pelo acampamento, entendendo por fim de onde a idéia poderia ter saído. "Aluada?" Repetiu o apelido com o cenho franzido, rindo logo após. "Olha, Robocop, acho difícil alguém conseguir abrir um portal daqui ainda mais com ligação direta com o Submundo... Hades deve ter criado muitas barreiras pra evitar isso, mesmo a prole dele..." Enquanto falava, os olhos vagaram novamente para a britadeira que ainda estava acima do chão e ela começou a rir. "Por favor, se vamos conversar será que você pode soltar essa coisa e apagar a metade dessa... Armadura? Você tá me lembrando algum personagem daquele jogo jogo de robôs e eu não consigo não dar risada."
Okay, falando assim parecia mais ridículo do que tinha pensado. Ainda mais quando metade do corpo estava brilhando na forma metálica, para ser capaz de carregar a ferramenta acima do solo. ⸤ 🔥 ⸣ ⸻ Não sei, Aluada! Não sei. Vai que eles abrindo um buraco e vendo que não vai dar em lugar nenhum, acalma? Sabe, esgotar as alternativas e aceitar o inevitável: não podemos fazer nada. Eu não tive isso, mas eles podem ter. , Porque a morte foi derradeira em sua escolha e não existia solução para trazer de volta aquele que tinha puxado para os braços. Kit não teve como lutar contra a morte de Flynn e o que restou... Ele precisava facilitar a vida de todos, em respeito pelo o que fizeram consigo em seu luto. ⸤ 🔥 ⸣ ⸻ Um portal para fora está fora de cogitação. Só deuses para isso e Dionísio não quer nada ainda. Talvez... Será que as meninas de Hécate conseguem usar a magia nova para uma coisa dessas? Abrir um buraquinho para alguém ir buscá-los? Será que Kitty, ou um dos irmãos, toparia? ,
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Frequentemente Alina ia ao chalé de Thanatos para encontrar Josh antes das caminhadas noturnas, mas naquela noite em questão, buscava por outro filho do deus da morte que parecia estar esperando por ela no momento em que ela colocou os pés dentro do chalé. "Cinco dracmas, é?" Lançou um olhar fulminatne a Achlys e logo enfiou a mão dentro da bolsa, retirando dali uma camisa que ela sabia pertencer a ele e a atirou diretamente em seu rosto. "Meu pagamento vai ser jogar essas coisas que você anda deixando espalhadas pelo chalé de Nyx depois de visitar seu namorado bem no meio dessa sua cara de pau." Devido a amizade que ele nutria com o irmão, Achlys era uma presença constante no chalé, e assim como os irmãos, não era um alguém lá muito organizado. "Juro que se colocar você e o Maria Fumaça não tem como decidir quem dá mais vontade de empurrar da colina."
@nyctophiliesblog
Quando não tinha nada para fazer e o tédio tomava conta de sua mente, Achlys sempre recorria ao mesmo remédio: atazanar a paciência de alguém. Naquela noite, sentia como se o universo estivesse lhe dando um sinal assim que viu a filha de Nyx adentrar o chalé de Thanatos. Levantou-se de sua poltrona e caminhou até ficar mais próximo de Alina, mas mantendo uma distância segura. Como quem não quer nada, recostou-se na parede e cruzou os braços.
"Essas são horas?" perguntou com um tom provocador, uma pitada de humor na voz. "Este chalé não é a casa da mãe Joana, não." Era no mínimo cômico ouvir isso vindo dele, que frequentava o chalé de Nyx tanto ou mais que a outra, sempre atrás de Aleksei, seu melhor amigo. Ele ergueu uma sobrancelha, e estendeu a mão. "Cinco dracmas, pode passar. Isso aqui não é albergue, não."
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F.R.I.E.N.D.S (1994-2004) ☕ The One with the Girl from Poughkeepsie
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Os dias seguintes a saída da enfermaria pareciam ainda mais caóticos do que os anteriores, se é que isso era possível. Dividida entre as próprias dúvidas e problemas pessoais, a filha de Nyx se viu em um período bastante introspectivo, onde passava a maior parte do tempo mergulhada em pilhas de livros ou levando o corpo até próximo da exaustão durante os treinos. Não fazer nada era o equivalente a ter tempo para pensar, e se conhecendo bem como ela se conhecia, sabia perfeitamente que pensar era algo que ela não devia fazer, ao menos não quando andava em uma linha tão tênue entre a sanidade e a completa loucura. Uma voz inesperada, no entanto, chamou sua atenção. Elevou os olhos, fechando o livro no mesmo instante que um sorriso gigantesco se formava em seus lábio. "Olha só quem resolveu lembrar da existência dos tios." Brincou ela enquanto se sentava no colchão. "Se considerarmos a situação atual, armas parecem uma escolha mais segura." Ergueu os ombros, ainda com o sorriso nos lábios. "Me sinto adorável por simplesmente poder dormir na minha cama, mas confesso que as poções para dormir as vezes fazem um pouco de falta." Ela deu risada. "Mas e você? O que tem feito além de comprar armas?"
Precisou lidar com muitas informações depois que a fenda foi fechada, tudo o que viu e ouviu no dia e até mesmo no jantar o deixou quieto, reservado, aparecendo poucas vezes para aqueles que realmente importavam. Sabia da situação de @sonofnyx e de @nyctophiliesblog, mas evitou visitas na enfermaria, afinal, eles deveriam estar cansados de tantas pessoas circulando por aí, fosse para vê-los ou ver os outros. Só não ficou mais preocupado sobre o estado dos dois porque Love o informou que estavam bem, longe de qualquer perigo, foi então que esperou pela alta de ambos. Sua entrada no chalé de Nyx era sempre bem vinda, era como se sentir na casa da vovó, mesmo não sabendo como era ter uma de fato, mas o ambiente era acolhedor. — Tem alguém em casa ou os dois resolveram aproveitar a alta da enfermaria para aprontarem por aí? — O tom era alto, mas brincalhão. Quando avistou os tios em suas respectivas camas, descansando como esperado, tomou a liberdade de se aproximar um pouco mais. — Se tivesse com dracmas sobrando teria encomendado um bolinho para tomarmos com café, mas gastei tudo em armas novas. — Comentou. — Como vocês estão? Digo, agora que saíram daquele inferno. — Não era fã da enfermaria, das vezes que ficou lá fugiu na primeira oportunidade.
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Era no mínimo engraçado pensar na filha de Hécate de tal forma, uma vez que aos olhos de Alina, Natália aparentava já ter nascido com o domínio de atividades como aquelas que estavam fazendo ali. "Os tempos sombrios da infância, as vezes me pergunto quantas vezes Quiron já não quis jogar a gente de um penhasco." Ela mesma tinha tais impulsos vez ou outra. Balançava a cabeca em uma concordância silenciosa conforme a ouvia falar sobre Circe. Alina nunca depositou tanta fé nos deuses, ao menos não em todo o conjunto, fora a própria mãe, nutria certo afeto por mais alguns, sendo Circe parte desse grupo. "Gosto de como ela se preocupa com as filhas. Digo filhas porque, ao meu ver, é uma atitude extremamente maternal construir todo aquele resort pra, sabe, garantir que elas vão estar bem e perto dela." Os ombros se ergueram indiferentes, mas era notório o ressentimento em seus olhos. Mommy e daddy issues definitivamente eram tópicos que renderiam horas de conversas com qualquer semideus daquele lugar. O sorriso retornava a sua face conforme a alegria de Natália parecia ressurgir em seu rosto. "Eu vou ser bem sincera com você, eu não sei nem por onde começar. Queria estudar um pouco mais afundo sobre os resultados da minha poção e entender porque a cura não funcionou cem por cento..." Conforme falava, apontava para um item diferente escrito na folha do caderno que sempre levava consigo para a estufa até que seus olhos se ergueram na direção de outra, um sorriso se formando em seus lábios. "Pois eu espero que você tenha um certo tempo." Fechou o caderno e a olhou de forma brincalhona. "Bom... O meu interesse começou quando eu percebi que ela podia ser uma planta que fazia muito mais do que ficar... bem louca, sabe?" Como de costume, as mãos gesticulavam a cada palavra. "Apesar de ser um alucinógeno fortíssimo, ela consegue... como eu posso dizer, ajudar a entender a própria mente?" Ela fez uma careta, pensando em como seguir com a explicação de um jeito que não parecesse maluquice até mesmo pra ela. "É como se ela facilitasse para nós, pessoas com ligações divinas criar uma espécie de mind palace, onde invés de guardar só memórias, você consegue acessar partes mais internas suas também." Devagar, Alina retirou um frasco pequeno da bolsa que tinha consigo onde havia uma quantidade de sementes maceradas e o colocou sobre a bancada. "E quando você associa isso a algumas técnicas de meditação, que eu sei que se você tiver um terço a minha impaciência você vai achar horrível também, mas eu juro que é bom, é possível melhorar muitas coisas. Por exemplo, graças a isso que eu consegui compreender mais do meu poder e realmente desenvolver ele, fora algumas outras questões pessoais que eu já estou tagarelando demais pra falar sobre agora." Deu risada, se calando por fim.
"Já causei muito caos por aqui. Você nem faz ideia." Nos primeiros anos como iniciante naquelas dependências, tudo era uma confusão: a paciência alheia era constantemente testada e Natalia, com seu sotaque carregado e pouca habilidade no inglês, vivia pedindo desculpas. Mesmo naquela vida agitada, aqueles foram bons tempos. Não havia tanta preocupação e, se existia, o trauma era passageiro; havia paz o suficiente para se recuperar. Ou talvez ela fosse simplista demais para perceber as coisas como realmente eram. "Ainda que Circe seja aterrorizante aos olhos de todos, ela é um amor com a gente. E quando digo 'a gente', quero dizer as mulheres. Se estivéssemos apenas nós na ilha, não duvido que ela se juntaria a nós em qualquer coisa. Ela é muito simpática. Pequena, linda, quase um amor." Certamente, sua fé nos deuses estava abalada, mas havia exceções, e a deusa da feitiçaria conseguiu escapar da irritação desmedida que Natalia sentia pelo panteão olímpico. Pelo menos até agora. "Será maravilhoso, pois sua animação está me contagiando. Agora que sou mentora, se alguma coisa explodir, ninguém vai nos olhar feio. Ter um certo cargo de liderança faz com que as pessoas pensem duas vezes antes de repreender. Pelo menos costumava ser assim..." Suspirou, sua mente voltando ao caos de tempos passados, um gatilho que ela precisava urgentemente eliminar ou controlar. Não queria voltar a ser a antiga Pavlova, especialmente se aqueles vislumbres perturbadores continuassem a assombrar sua mente. "Costumava ser assim antes." Além disso, a filha de Hécate prezava por ser uma boa companhia. Os tempos de tristeza, pessimismo e frustração haviam passado. Era hora de erguer a cabeça, lutar para manter o sorriso nos lábios e deixar o passado para trás, ainda que essa fosse uma tarefa difícil, exigindo uma energia mental que ela não tinha em abundância. "Podemos começar agora então. Evangeline está estudando alguns dos meus escritos, e o Max... bem, o Max está tirando um tempo para si. Estou livre para qualquer coisa que você quiser. Leituras, traduções de textos antigos, práticas... Você decide. Hoje, estou totalmente à sua disposição." Seu sorriso voltou, e o arco que se formava em seus lábios rosados era genuíno. Iria unir o útil ao agradável; se precisava praticar algumas das poções que havia aprendido sob a tutela de Circe, por que não fazê-lo com alguém tão estimulante ao seu lado? Aquela, com certeza, seria uma tarde proveitosa. "Vou adorar saber mais sobre a Papoula. Sou mais apegada aos meus amores," disse, estendendo o braço em direção ao pequeno armário que abrigava espécies menores de plantas e ervas, às quais ela cuidava com zelo. Se aquelas plantas morressem, Natalia perderia o ânimo completamente. "Mas estou aberta a qualquer nova-velha possibilidade. Me conte tudo, não deixe nenhum detalhe de fora."
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