Tumgik
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Era uma vez o eu
Que nem existe mais.
Eu era aquilo
Anos atrás.
Hoje já não sou.
Me fui.
Tento ficar em paz
Com o luto do que eu poderia ter sido
Se não fosse tudo isso.
Suspiro
(Mas não como antes).
Nada será como já foi uma vez.
Minhas mãos trêmulas já não são precisas.
O ar que eu respiro já não me vem com a facilidade de outrora.
O dia recomeça com uma nova aurora.
Como eu queria que essa dor fosse embora.
Que meus ossos não esfarelassem
Com o mais gentil toque.
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Envolta no meu próprio silencio,
Eu relembro aquele dia
Que quase não se prolongou para virar noite.
Aquela noite que quase não se tornou madrugada.
As unhas da minha quase morte marcadas no meu braço,
O toque gélido da minha própria pele
E as memórias mais terríveis
Ainda fincadas
No meu peito.
Como aquela sensação mórbida que parecia ter me perfurado
Inteira
Naquele outro dia.
As cicatrizes que nunca saram
Me lembrando que não faz tanto tempo assim,
Que esse mundo quase se perdeu para mim.
E naquele redemoinho
E nessa imensidão
Fiquei tão ciente da minha própria pequenez
Que quase aceitei que era minha hora
Ou minha vez
De não estar mais aqui.
Nessa vida,
Nessa terra.
Acho que isso é algo que não se supera.
Naquele dia que quase não foi noite
Parte de mim morreu naquele leito.
E ficou por lá.
E eu não quero me enganar
Dizendo que tudo bem,
Que vai passar.
Não consigo mais juntar a parte de mim que se foi,
Que ficou.
Será que é só isso que sobrou?
Uma mulher quebrada,
Desmedida,
Podre
E estragada…
Presa naquela noite
Que quase não virou madrugada.
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Nas estrelas do teu olhar
Ou nas entrelinhas do seu sorriso,
Para o bom observador
Meia palavra tua já basta.
Basta para enfeitiçar
Como o canto das sereias
Até o marujo mais relutante desse mar.
Você é prosa,
É poesia.
Tua presença anestesia
Toda e qualquer dor dessa vida,
Que ao seu lado é tão bem vivida.
Teu riso
Se espalhando pela Atlântica
Como aquela maresia
De final de tarde em Copacabana.
Ah, se Vinicius tivesse te visto andando por Ipanema,
Tenho certeza que teria escrito mais mil canções.
Assim como eu te escrevo esses poemas.
A beleza que te veste
Não permeia só teu lindo rosto.
E eu
Que sinto o teu sangue
Bombear meu corpo,
Que sei que teu coração anda lado a lado com as batidas do meu,
Que sei que se estou aqui
É graças a ti.
Oh, mãezinha.
Queria eu que tu fosses eterna,
Aqui em carne osso.
Mas sei que a eternidade não se mede
Pela idade dos nossos corpos.
Ou pela ruga dos nossos rostos.
Tu serás eterna para todos nós,
Cujo coração foi tocado pela sua bondade,
Pelo seu carinho
E pelo seu zelo.
Eu não acredito em muitas divindades,
Mas rezo para que você perceba
Que tu serás eterna porque se propaga em mim,
Em nós.
E eu contarei todos os pontos de luz
No céu estrelado do teu olhar,
Só para te lembrar
O quanto tu és linda,
Forte,
Destemida e corajosa.
Agradeço pela sua bravura em sempre levantar a âncora,
Içar as velas
E zarpar o nosso barco.
Oh, captain, my captain.
Que orgulho de ser parte da sua tripulação.
E é assim que eu embarco
Em mais uma aventura.
Sempre ao seu lado,
Nada nos segura!
E lembre-se:
Eu te amarei de janeiro a janeiro,
De mar a mar,
De veleiro a veleiro.
Até que se acabe o mundo
Até que tenhamos percorrido todos os estaleiros.
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Meu coração descompassado
Enquanto eu morria naquele quarto
Definhando
Até quase perecer.
Ah, as dores do quase
Ou do ser.
Eu sinto muito por ter que ser forte o tempo todo.
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Não consigo falar.
Ou escrever.
Não consigo chorar
Ou sentir.
Está tudo vazio por aqui.
Desde aquela noite que não me reanimaram por pouco.
O que me assombra é aquele barulho do meu peito oco,
Rouco,
Sem respiração.
Meus órgãos definhando por dentro.
Queimando.
Se liquefazendo.
Não muito atrás, o meu cérebro parecia que ia implodir.
Esticava
E voltava,
Só para se embolar mais uma vez.
E eu a um passo de ir.
Ir pra onde? Eu não sei.
Céu ou inferno.
Ou apenas finalmente descansar no limbo eterno.
Minha alma se desprendendo de mim.
Uma dor lancinante
Por todo meu ser.
Os sentidos que eu comecei a perder.
Tudo como um borrão
E eu só lembro da sensação
Da morte iminente.
Rastejando os seus dedos frios pela minha pele pálida,
Gélida
E mofada.
Os meus lábios sem cor
E as batidas do meu coração
Em desacordo com o meu corpo.
E eu só conseguia pedir por socorro
E balbuciar “é hoje que eu morro?”.
Talvez um pouco de mim tenha morrido bem ali mesmo, naquela maca.
Um pedacinho que eu não consigo mais conectar.
Não posso pensar muito.
Não quero falar.
Não sou mais a mesma depois de ter sentido o grotesco toque da minha quase morte.
E eu só escapei por sorte.
A visão do desfibrilador do meu lado me aterroriza
E me derrota.
Só 27 anos
E eu não aguento mais viver momentos drásticos na minha história.
Então não me diga
O que eu devo sentir,
Falar,
Fazer,
Ou quanto vale a minha vida.
Não me dite suas regras quando você não estava lá.
Quando não tiraram minha mão gélida da sua, porque meu coração ia parar.
Apenas me deixe em paz,
Uma vez na sua vida medíocre.
Só isso.
Não peço mais nada,
Além do mínimo.
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E naqueles últimos momentos
Que eu achei que eram meus
Não me veio nenhum esclarecimento
Ou a presença de Deus.
Na verdade
Só me passava na cabeça
Como poderia meu coração deixar de bater
Se eu tenho tanto a viver contigo?
Como poderia eu deixar de existir nesse plano
Se somos um só há tanto tempo?
Eu não acredito em milagres.
Você bem sabe.
Mas é inexplicável meu corpo ter voltado a funcionar
Assim
Do nada.
E só posso pensar
Que se não foi o acaso
Ou um anjo protetor,
Foi apenas e tão somente a força de vontade dentro de mim
De estar ao seu lado.
De voltar para você.
De saber que atrás daquela porta
Você estava me esperando.
A apenas um passo de distância.
Eu nunca fiz tanta força na vida
Como eu fiz naquele dia para voltar.
Eu nunca desejei tanto estar e permanecer viva
Como naquele dia.
Então só posso acreditar que nosso amor me cura.
Você me faz viva,
Forte
E me faz ter toda essa bravura.
Para enfrentar os nossos percalços,
Que têm sido muitos.
Mas não serão eternos.
Eterno mesmo é meu amor por ti.
Já te disse
E repito:
Te amo,
Te vivo
E te respiro.
Se for preciso
Voltarei do inferno mil vezes,
Se isso significar que poderei te admirar de novo.
Te amar de perto
E estar contigo.
Isso é certo.
Não há discussão.
Me espere, amor.
Pois sempre encontrarei meu caminho de volta para o seu coração.
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O ar
Que já não encontra o seu caminho pelos meus pulmões…
Que nessa vida antes respiraram e suspiraram tantas vezes.
De amor,
De cansaço,
De felicidade,
De decepção
E de experimentar os meus viveres.
E era tão fácil.
Simples.
Mas de repente
E tão depressa
Me tornei tão frágil.
Quebrando ante o mais gentil toque.
Agora todos os meus afazeres
Exigem extrema precisão.
Que eu já não tenho mais.
Não importa o quanto eu me esforce.
Minhas mãos trêmulas
Do oxigênio que não chega mais como deveria
Ou do medo que me habita.
(Não sei)
Essas mãos que não sabem mais fazer arte.
Ou cozinhar.
Que se entrelaçam sem força,
Quase em um pedido de socorro.
Ou uma outra oração.
Rezando para que eu não siga sendo só mais um estorvo.
E eu já não sei se eu sou parte disso
Ou isso é parte de mim.
E eu me vejo definhando
Aos poucos.
Nessa cama,
Naquele leito
Ou no meu sofá.
E ao meu olhar de cima
Percebo que me encontro presa nessa sina.
Nessa vida.
Perdida em cada esquina,
Assim como escapa o ar entre os meus pulmões.
Nesses dias.
Semanas
E meses.
E meu pulsante coração,
Que agora bate forte e rápido demais,
Me leva à beira de outro precipício.
E eu já não aguento mais
A solidão de ser forte.
Mais uma vez.
Será que eu preciso?
Não posso apenas esquecer tudo isso
E fingir que está tudo bem?
Será que essa falta de ar afeta meu juízo?
E eu sigo aqui me esforçando tanto
(Tanto!)
Para realizar
As mais simples tarefas.
Mas já não sinto mais o ar
Que me fazia tão completa.
E de repente e depressa
Já não estou repleta
Da vida que antes existia aqui.
Em colapso,
Me vejo a ruir.
E nem todo otimismo do mundo
Ou toda a força que eu possa ter,
Parece capaz de me consertar dessa vez.
Mais uma lição dessa vida
Que urge me ensinar sobre a minha própria pequenez.
Já entendi.
Suspiro.
(Mas não como antes).
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Nunca estive tão viva
Como quando senti o primeiro toque dos seus lábios no meus.
E em uma terra tão vasta,
Com 7 bilhões de pessoas ou mais,
Minha alma reencontrou a tua.
Você me basta.
E assim eu soube que estava viva,
Mas realmente viva,
Pela primeira vez.
Quando teus olhos castanhos se fincaram nos meus.
Quando teu riso ecoou nos meus ouvidos.
E quando tua mão se entrelaçou na minha.
Não me soltes mais, amor.
Se vivo porque tenho a ti,
Entranhado na minha alma, no meu coração, nos meus ossos e em tudo que me faz ser eu…
Viverei eternamente.
O que restar de mim nesse mundo,
Será suficiente para que saibam que vivi cada segundo
Do mais belo amor que se pode sentir.
Te dedicaria mil odes e rimas,
Apenas para que restasse marcado
O rosto do meu amado,
Minha obra-prima,
A parte mais bela de mim…
Estampada em todas as minhas criações.
Sendo essa só mais uma vã tentativa
De desvendar o segredo dos teus olhos castanhos.
Enquanto ainda te vivo, te respiro e me inspiro.
Teus olhos tão profundos,
E que, ainda assim,
Não são capazes de dimensionar o tamanho
Da conexão entre as nossas almas.
Você é a minha calma.
Meu bem querer.
E no segredo dos teus olhos castanhos,
Eu quero me perder
Até perecer
Vivendo a vida ao seu lado.
O medo da morte já não me afeta.
Pois encontrei em apenas uma vida
O amor que muitos não encontram em cem reencarnações.
Ou mais.
Amor fati.
Nós nos veremos de novo, no nosso eterno encontro.
Minha alma descansa segura agora.
E quando eu der meu último suspiro
E abrir meus olhos em outra vida,
Procurarei o segredo dos teus olhos castanhos,
Em 1, 2 ou 500 estranhos…
Até reencontrar você.
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Teus olhos castanhos
Nunca me pareceram estranhos,
Nem da primeira vez que te reencontrei.
Nem quando eu não sabia,
O que eu hoje sei.
Minha alma reconheceu a tua
No nosso primeiro olhar.
E nas minhas fragilidades,
Você me fez forte.
Não há nada que eu não suporte
Se no final do dia, puder te abraçar.
Meu coração antes tão vazio,
Nem sabia que precisava de ti para se emendar.
Em casa suspiro apaixonado que dou ao te ver,
Deixo um pouco de mim em ti.
E trago um pouco de ti para dentro do meu ser.
Me faço completa pela primeira vez em mais de uma década.
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O fim do que não foi e poderia ter sido
O luto enrustido
Dentro de mim.
O assassino confesso
Que matou mais do que eu expresso
Livre enfim.
E nesse meu insucesso
Em fingir que eu não me afeto
Vou capengando
Vida a fora.
E se o luto já está aqui
A morte não se demora.
Minha lápide já pronta,
O epitáfio escrito.
Ouça bem o que eu digo:
Não há mais perigo.
Não há mais nada aqui.
Ah… o fim do que eu fui e não queria,
Enquanto eu crescia
Como crescem as ervas daninhas
No jardim abandonado.
Sem eira
Nem beira.
Sem prumo
Nem rumo.
Como um carro desgovernado.
O fim
De mim.
Simples,
Rápido,
Fácil
E insignificante assim.
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Um contato visceral.
O silêncio sepulcral
Que enfrentei ao me encontrar
Em mim mesma.
O medo abismal
De olhar para dentro de mim
E de forma casual
Descobrir que eu não sou tão eu assim.
É quase transcendental
Pensar em enfrentar o que mora aqui.
Sou apenas eu?
Sim.
Eu mesma.
O meu reflexo foi tudo que eu vi.
E mais ninguém.
A realidade
Tão aquém
Da expectativa que eu criei.
Eu me refiz
Com muito esmero
Querendo ser o que eu tanto espero
Que juntei
Todas as minhas vivências
E histórias.
Até virar uma coisa só.
Eu não dou ponto sem nó.
Tornei minha existência
Compulsória.
Minha essência
Uma memória.
De tudo aquilo que eu já fui.
O futuro
A Deus pertence
E de repente
A qualquer momento
Daqui uns meses
Ou no próprio presente
Eu posso me reinventar.
E sedimentar tudo aquilo que me faz tão eu
Nos meus dias
Na minha fala
Nos meus sentimentos
E no meu caminhar.
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Meus olhos marejadas
Daquela última conversa
Que eu tive com o espelho.
Me moldei com tanto esmero
Para tentar ser o que eu mesma espero
Que esqueci de me compreender.
Me abraçar.
Me deixar viver.
O suspiro profundo
Que reflete o mundo
De coisas que eu não consegui dizer.
Entaladas na garganta.
Presas nos lábios.
Todas as palavras encarceradas
No meu próprio eu.
Parece exagerado
Rimar assim.
Deixando transparecer tanto de mim.
O copo das minhas emoções
Transbordado
Deixado na mesa.
Não é nenhuma surpresa
Eu ter chegado até aqui.
Agora me vejo com clareza.
Eu sou passarinho.
Um sabiá
Ou um bem-te-vi.
Não há nada que me prenda aqui
Além dos meus próprios medos.
Dos meus acertos
Ou dos meus erros.
Já é hora de partir
Para uma nova vida.
Onde eu possa também ser flor,
Girassol ou margarida.
Quero sempre enxergar como a vida é bela.
E se eu sou toda amor,
Também sou toda primavera.
(Publicado)
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Só.
Tão só
Que só me restou
A mim mesma.
Sigo perdida na incerteza
Se serei o que eu preciso ser pela manhã.
Enxáguo minha boca de hortelã
E no reflexo do espelho
Me miram de volta os meus olhos cansados.
Que nem parecem mais meus.
Como foi que isso aconteceu?
O naufrágio desse nosso barco
No mar esverdeado
Das dúvidas sem solução.
A dor que ardia me queimava por inteiro.
E os meus olhos vermelhos
Do choro engolido,
Cuspido
E escarrado
Sequer pareciam capazes de focar em qualquer outra coisa
Além do meu último suspiro desesperado
Antes de ser abatida pelo tiro certeiro que atingiu meu peito.
Que não me fez morrer,
Mas poderia.
E fez parecer que ali naquele momento
O que me fazia ser eu
Se fez ausente.
Se por um tempo ou para sempre,
Eu já não sei dizer.
E se soubesse, não diria.
Na minha carne viva
Pulsante e descoberta,
Estão feridas abertas
Que eu ainda não consegui fechar.
Os meus erros me consomem de dentro para fora.
Quando será que essa culpa vai embora?
Continuo carregando o peso do mundo nos meus ombros.
Juntando os escombros
Dos mil pedaços de mim
Que quebraram com cada baque.
Ah, se não fosse tão tarde…
Para costurar as feridas
E desembrulhar meu corpo da mortalha que me cobre.
Respiro fundo.
E cauterizo minhas feridas.
Pela primeira vez desde que me lembro,
Sinto o vento quente do verão nos meus cabelos.
E sei que encontrarei guarida no seu zelo.
Não há tempo para ser tacanha.
Nessa curta longa vida,
Que ainda me é estranha,
Quero ser passarinho.
Fazer do meu peito um ninho
Para onde eu possa retornar.
Lá fora canta o sabiá.
Na igreja bate o sino,
E eu sei que chegou a hora
De me libertar.
Minha carne curtida em sal grosso
Levanta todo dia.
Agora sem esforço.
Mais forte que ontem
E pronta para o amanhã.
Saí vitoriosa
De todas as provações.
Que não foram poucas,
Mas não são eternas.
Nenhuma dor é.
Levanto voo e sigo em frente.
O vento perpassando minhas asas.
Me lembrando que sou livre.
Livre de tudo aquilo que um dia me aprisionou.
Respiro fundo.
Todas as dores passarão.
E eu...
Passarinho.
Fazendo do meu próprio corpo
O meu ninho.
Minha fortaleza.
Meu acalento.
Esse é só mais um dos meus talentos.
Livre,
Leve
E solta.
Tão só
E tão cheia de mim
Que sou só minha agora.
E não tem nada lá fora
Que eu não possa conquistar.
(Publicado)
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Verdes são teus olhos.
Em um tom muito mais escuro
Do que os meus.
Mas eu me sinto tão teu reflexo
Como se você tivesse me planejado com esmero
A ponto de sermos (quase) dois iguais.
Assim como você,
Eu não me enxergo tão bem.
E assim como você,
Eu me sinto incapaz de ver
Até as minhas maiores qualidades.
Mas nossa relação
É pura reciprocidade.
Pois tu me enxergas como eu realmente sou.
E eu te vejo como tu és.
Sempre vi.
Saiba que eu percebo
Todas as minúcias
Do seu eu
Que te fazem tão você.
E que privilégio
É saber
Que tu és tão parte de mim.
E que justamente por isso estaremos sempre unidos.
Sangue do meu sangue,
Aqui somos desprovidos
De todo e qualquer julgamento.
Nossos passos
Estão sempre lado a lado.
Seja para viver a felicidade
Ou superar algum tormento.
Seguimos juntos,
Mesmo quando estamos distantes.
E nesse compilado
Das palavras que não sei como te dizer,
Ainda que me sobrem várias,
(Já que a pessoa de poucas palavras é você)
Vou fazendo dessa vida
O que eu acho que poderia te orgulhar.
Sigo vivendo
E me inspirando
Nessa tua resistência
Em ser o melhor que você pode ser.
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Você é arte
E é tão bom saber que fiz parte
De toda a sua vida.
É gratificante te ver crescer,
E se tornar tão você.
Tão única e tão dona de si.
E eu tenho tanto orgulho de ti
Que nem cabe em mim.
Te ver tão grande,
Crescida
E independente assim,
Me traz uma sensação de dever cumprido
Por ter podido
Te ver desabrochar.
Já dizia Salvador Dalí
“Um verdadeiro artista não é aquele que é inspirado, mas aquele que inspira os outros”
E você, minha pequena grande pessoa
(Que cresceu tão rápido)
Me inspira.
Seja quando te vejo perseguir seus sonhos
Ou quando seu riso ecoa
Pela sala ou pelo quarto.
Quero que saibas que sempre estarei aqui.
Não vou a lugar algum.
E não há nada
Que me faça não ter orgulho de ti.
Parabéns por ter chegado tão longe.
Esse mérito é todo teu.
Passou tão rápido,
Eu pisquei e você cresceu.
E já me faltam as palavras
Para descrever o privilégio
De acompanhar
Como você floresceu.
Seja feliz, minha arte em forma de gente.
E se lembre
Que estou a apenas um passo
De distância.
E estarei contigo sempre.
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Das coisas que eu prometi…
Entre elas que eu não ia ruir
Pouco a pouco
Depois das dores latentes dessa vida.
Algumas eu descumpri.
É verdade.
Em alguns momentos eu esqueci
Das minhas vontades.
Eu vivi não por mim
Mas por todos os outros.
Me tornei marionete
De outros gostos.
Outros desejos.
Outros rostos.
Das coisas que eu vivi…
Têm algumas que me atormentam
No tardar da noite
Quando eu descanso meus ossos cansados
Deitada no escuro do quarto.
Engasgada com o choro copioso
Do que não pôde ser evitado.
Das coisas que eu me culpo…
Dessas eu não quero nem lembrar,
Remexer
Ou falar.
Deixa.
Deixa elas ficarem guardadas no fundo do armário.
Quando eu chegar no fim da estrada
E estiver só,
Mas tão só,
Que só me reste eu mesma,
Eu faço um sumário
E lido com elas novamente.
Das coisas que eu fiz…
Se errei foi querendo acertar.
E se piorei foi tentando melhorar.
E definitivamente
O que eu passei,
Só eu sei.
Só eu hei de saber.
Não tenho desculpas,
Rimas
Ou rezas.
Minha história é essa.
É parte de mim,
Assim como eu sou parte dela.
De todas as coisas dessa curta longa vida…
Não poderíamos sentir apenas as coisas boas.
Ou passar o nosso tempo como bon-vivant.
Eu só sei que eu sou pequena
Perto da imensidão do universo.
E queria,
Por meio de um poema ou um verso,
Atrair o reverso do mal que me aconteceu.
Estou tão cansada
De apanhar e cair de pé.
Como se não fosse nada.
Mas eu tenho fé.
Se não em Deus ou no destino,
Em mim.
E eu apostaria todas as minhas fichas
Na minha própria capacidade.
De me recriar.
De reviver.
De me reinventar.
Não sou gata,
Mas das minhas 7 vidas
Parece que eu já vivi mais de 100.
E eu sempre quero ir mais além.
E todas as coisas
(Todas elas)
Me trouxeram para onde eu deveria estar.
Me empurraram até eu conseguir caminhar.
Me ensinaram,
Ainda que de forma dolorosa,
Que eu aguento mais.
Eu posso mais.
Eu sou tão mais.
Me olhe e me veja.
Pela primeira ou milésima vez.
Me ouça e me conheça.
Minha alma em plena exposição.
Minha mente em plena lucidez.
Para os olhos sagazes
(Que realmente querem saber)
Basta uma batida do meu coração
Para entender
O que eu penso,
O que eu gosto,
Como eu me sinto
E porque vivo.
Ah, mas todas as coisas…
São coisas da vida.
Espero que a minha seja bem vivida.
E que ao olhar para trás,
Nos meus 93 anos ou mais,
Eu finalmente me quede satisfeita.
Por quem eu fui.
Porque de todas as coisas
Eu sei que sou.
E ponto.
Sem mais delongas.
Apenas fui, sou e serei.
Isso me basta.
Me basta saber que ainda vou desabrochar
E florescer.
Eu espero
Que de todas as coisas
Eu possa ser uma pessoa amada,
Lembrada.
E enraizada naqueles que toquei.
Perpetuando um pouco de mim por onde passei.
Espero que me vejam como forte,
Obstinada
(Ainda que às vezes me falte sorte).
Espero que se inspirem em mim.
E vejam que a vida pode ser linda assim.
Matando um leão por dia,
Até ficar mais fácil.
Mais leve.
Ou até ficarmos mais fortes.
O que vier primeiro.
Essa vida é muito breve.
E logo logo chegaremos ao nosso fim.
Disso eu sei.
E essas são todas as coisas de que tanto falei.
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Na minha carne viva
Pulsante e descoberta,
Estão feridas abertas
Que eu ainda não consegui fechar.
Revestidas pelo manto da minha pele,
Você não seria capaz de vê-las,
Nem mesmo se procurar.
Não é com frequência que desnudo minha alma
Para um ou dois transeuntes
Que passaram na minha vida por acaso.
Ás vezes, nem mesmo para quem veio para ficar.
A minha carne viva,
A princípio despida de tudo que me faz ser eu,
Deixa transparecer minha essência,
Mesmo que sem excrescência
E sem deixar visível
O que me dói.
Ou o que me faz viver.
É risível!
Achar que eu não sou composta
Por mais de mil camadas
Alinhadas
Em perfeita sintonia.
Como os acordes que formam uma sinfonia.
De Beethoven ou Mozart
(Sei lá).
Não é factível
Ninguém perceber
Que eu sou tão mais
Do que eu deixo aparecer.
No tardar da noite,
Após escurecer,
É a hora que as coisas rastejam para fora da minha carne crua e viva.
Que coisas?
Você deve estar se perguntando.
Pois vá se preparando
A lista não para de crescer:
As coisas que eu fiz,
Que eu deixei de fazer,
Que eu senti.
Que eu não falei,
Ou que eu disse,
E tudo aquilo que eu não impedi…
Todas as coisas que me consomem de dentro para fora.
Quando será que a culpa vai embora?
Carregando o peso do mundo nos meus ombros.
(Desde sei lá quando)
Juntando os escombros.
Dos mil pedaços de mim
Que quebraram com cada baque.
Ah, se não fosse tão tarde…
Para costurar as feridas
E desembrulhar meu corpo da mortalha que me cobre.
Ás vezes sinto que estou presa
Na minha própria pele esnobe.
Minha carne crua
Te diz mais
Do que qualquer palavra que meus lábios possam proferir.
Aqui estou eu: nua.
A pele aberta
Mostrando a janela
Para a minha alma.
A narrativa se atenua
Conforme você aprende a me ler,
Me escutar
E acompanhar minha autodescoberta.
Ei, um passo de cada vez!
Não espere chegar por último na fila
E ser o primeiro freguês.
Antes de tudo eu sou só minha
E minha irei de ser.
O que eu verdadeiramente sinto, só eu hei de saber.
Mas observando
Bem de perto
A carne nua,
Crua
E pulsante
Que mora atrás da minha pele,
É possível perceber
Tão mais de mim
Do que estou disposta a dizer.
Chegou minha hora de espairecer.
Cauterizar minhas feridas,
Sentir o vento quente do verão nos meus cabelos.
Abrir minhas asas
E encontrar guarida
No seu zelo.
Alço voo
Derradeiramente.
Não há tempo para ser tacanha.
Nessa curta longa vida,
Que ainda me é estranha,
Quero ser passarinho.
Fazer da minha carne viva um ninho.
Na igreja batem os sinos!
Chegou a hora.
Vamos, sem demora.
É hora de me libertar
Da pele mesquinha
Que quis me aprisionar.
Me perdoo.
E no 1, 2, 3
Lá vamos nós outra vez.
Recomeçar mais um dia.
Vivendo essa vida
Que Deus me deu
E eu quero aproveitar.
Cubro minha carne
Com todo amor que eu tenho para dar.
É isso
(E apenas isso)
Que pode me curar.
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