Tumgik
ohmy-marina · 2 years
Photo
Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media
The Life & Times Of Frida Kahlo (2005) dir. by Amy Stechler // Frida Kahlo from an unsent letter to Diego Rivera
262K notes · View notes
ohmy-marina · 2 years
Text
desabafo de uma sexta-feira 13
Hoje o dia começou difícil. Saí de um sono pesado, com um sonho cheio de coisas boas apesar de complexas, e de uma companhia gostosa que tenho curtido há um tempo, pra cair no mundo real onde temos que trabalhar e pagar pra simplesmente viver. Ainda tive que enfrentar mais uma vez a realidade de pessoas de caráter duvidoso, pra quem ganhar dinheiro é uma questão de "mindset".
Acho até coerente fazer um desabafo mais completo. O gatilho da vez foi uma postagem de uma pessoa que se diz produtora de conteúdos educacionais sobre questões financeiras e de direito, mas que teve a infelicidade de usar um exemplo esdrúxulo pra ilustrar o que estava tentando passar. Eis o cenário apresentado por ela:
Uma pessoa está em dúvida entre comprar um apartamento e alugar. O imóvel em questão custa 700 mil reais em caso de compra, e 3500 reais mensais em caso de aluguel. A pessoa então, após procurar saber sobre fundos de investimentos, decide pegar os 700 mil reais que usaria para comprar este imóvel e investir esse dinheiro em um algum desses fundos, onde terá um rendimento mensal de 5 mil reais. Interessante. Pra quem tem os 700 mil reais iniciais.
Comentei na postagem a mesma coisa que várias outras pessoas, dizendo que se eu tivesse esse dinheiro inicial eu sequer estaria preocupada com minha vida financeira. Resultado: pequena enxurrada de pessoas insinuando que é por pensar assim que eu não tenho esse dinheiro, ou que eu sou preguiçosa/burra por não ter interpretado corretamente o que a pessoa quis passar no vídeo.
Esse tipo de situação me deixa muito triste, mais do que eu consigo explicar. É o tipo de coisa que me faz entrar no vórtice de pensamentos sobre como a vida que vivemos é pura e simplesmente cruel demais nas suas banalidades diárias. Quantas pessoas podem dizer que tem dinheiro guardado hoje? Que conseguem investir uma quantia razoável? Quantos são aqueles que podem dizer que sua única preocupação financeira é fazer o próprio dinheiro render no meio da loucura da inflação brasileira e da situação econômica mundial? De onde eu estou, a maioria está preocupada com o dia a dia, em como pagar o próximo mês de aluguel, ou no máximo em como vai fazer pra se aposentar com o mínimo de dignidade e sem precisar passar necessidade ou contar com a empatia e a solidariedade alheias - que convenhamos são extremamente escassas, principalmente dentre aqueles que de fato tem dinheiro para ajudar.
Como se não bastasse eu ter entrado nesse fluxo de pensamentos anticapitalistas que invariavelmente me trazem de volta a vontade de tirar minha própria vida pela minha total falta de esperança, penso em conhecidos - pessoas que eu até costumo chamar de amigas (hoje sabe deus porquê) - que tem a benção e a felicidade de terem uma boa grana investida. São pessoas que, por melhores que sejam enquanto seres humanos, fazem eu me sentir um grande cocô pelo que representam dentro do meu mundo.
Eu permaneço aqui, triste, pedindo a deus que esse sentimento ruim passe logo pra que eu possa voltar a ser produtiva nesse trabalho que paga minhas contas - pelo qual sou extremamente grata, mesmo tendo plena consciência de que não é algo que me deixa feliz. Fico na torcida pra que daqui a algumas horas eu pare novamente de pensar na mágoa que ficou dentro de mim e que é voltada pro mundo como ele é e pras pessoas com quem me relacionei até aqui.
Sei muito bem que essa mágoa é algo extremamente pessoal, de responsabilidade minha e de mais ninguém. Quem sabe um dia eu consiga ficar em paz com ela, internalizando de uma vez por todas que não é culpa de ninguém o que eu sinto, nem minha, nem dos meus "amigos". Quem sabe com o tempo eu consiga deixar cada vez mais recorrente o sentimento de que minha vida é minha e tem que ser vivida por mim e tendo eu mesma como foco, ao invés de ficar me preocupando demais com outras pessoas e o que elas fazem ou deixam de fazer. Quem sabe um dia eu consiga me perdoar por ter perdido tanto tempo em ambientes que me faziam sentir mal comigo mesma, por não conseguir dar um basta a discursos que me faziam mal por medo de ficar sozinha.
Uma vez minha irmã me disse, muito tempo atrás, que às vezes é melhor estar sozinha do que mal acompanhada. Até hoje o ato de colocar esse pensamento em prática me parece um mistério, mas sigo tentando encontrar equilíbrio nesse mar de overthinking que é a minha existêencia nessa vida.
Eu preciso me lembrar: minha responsabilidade é a minha vida e o que eu faço com ela, e eu não tenho necessidade de permanecer quando eu não pertencer e nem de me justificar por isso.
Aos poucos vou aprendendo a viver.
4 notes · View notes
ohmy-marina · 2 years
Text
03/02/2022: tik tik boom e conversas paralelas
Novo documento sem título pra dizer coisas que passam na minha cabeça zumbindo e dançando, sem querer que vá pro papel virtual todas as metáforas altamente imbecis que crio sem dificuldade nenhuma na minha cabeça meio cansada e perdida. Documento novo pra contar pra minha tela que eu acabo de sofrer uma epifania medíocre, daquelas que todo mundo tem depois de ver um filme que se julga genial por qualquer motivo que seja. 
Eu amo musicais. De tempos em tempos esqueço disso, do mesmo jeito que esqueço de comer ou esqueço que em algum momento preciso trocar a areia dos gatos - cena essa que aparece, inclusive, nesse filme que acabei de ver. No meio de um rompante de lucidez, um artista que sofre de bloqueio criativo e vem vivendo na beira da depressão percebe que precisa limpar sua casa, lavar suas vasilhas, performar o mínimo de funcionalidade que a vida adulta cobra para que a saúde mental esteja cercada de pelo menos um pouco de ordem pra tentar se estruturar no meio da lama de pensamentos. De vez em quando isso acontece aqui em casa: vou assistindo, fingindo surpresa, à pilha de pratos e colheres e panelas e restos de vida diária crescendo, se espalhando, tirando a paz da minha consciência enquanto eu tento prestar atenção em reuniões, processos criativos de trabalho e lidar com a antipatia que é viver enquanto ser pensante. 
Ser adulto é uma experiência pra qual ninguém te prepara direito. Pra escrever essa constatação e ainda mais nessa construção frasal não é preciso muito malabarismo intelectual. O filme que acabo de assistir se chama Tik, Tik… BOOM! não estou gritando, é só o nome do filme que apresenta essa exclamação que PORÉM (essa caixa alta já foi escolha minha) acaba sendo uma anedota pitoresca para o que o filme significou pra mim enquanto experiência. Pensei comigo: fim do dia, nenhuma responsabilidade muito grande, uma noite vazia pela frente, vou tentar fazer o impensável e infazível pra uma mente ansiosa e assistir o primeiro filme que aparentar ser minimamente leve pra que o tempo passe e meu espírito se alegre um pouco. Exclamação, era um musical. Começou com sorrisos, amizade, arte e o medo do protagonista frente ao fato de que em breve ele faria 30 anos de idade, na iminência de não ter nada grandioso para deixar marcado no mundo enquanto seus contemporâneos aos 27 já eram aclamados pelo público. O jovem em questão, interpretado por Andrew Garfield que até então era pra mim só o melhor Homem- Aranha que passou pelos cinemas, é Jonathan Larson - escritor e compositor responsável por alguns dos mais aclamados musicais dos Estados Unidos e que obviamente eu jamais tinha ouvido falar e só consigo falar aqui quem é porque eu pesquisei. 
Uma bala sabor abacaxi pro leitor que adivinhar a idade dessa que vos fala e que conseguiu ver nesse musical várias relações com sua própria vida. Fazer 30 anos é um marco de uma forma ou de outra, e também de uma forma ou de outra acaba representando a terrível verdade do universo: envelhecemos. Meu envelhecer é daqui a aproximadamente um mês e meio, e venho aguardando o momento em que eu finalmente vou poder falar que sou uma adulta de verdade, mesmo olhando em volta e vendo que cada canto do meu apartamento aponta seus dedos empoeirados na minha cara pra me dizer e mostrar que já vivo uma vida de adulta faz tempo. As contas que chegam no meu email, nos meus aplicativos, no meu subconsciente de quem sabe que vai faltar alguma coisa no fim do mês… esses estão vivendo meus 30 anos já faz um tempo.
Fica a questão do sofrido personagem principal, o que tenho pra mostrar no alto desses 29 anos? O que eu fiz, o que eu criei, o que eu compartilhei e mostrei e estudei e vou conseguir deixar de importante nesse mundo que me leva da mania à disforia, pra que ele saiba que não apenas eu sobrevivi e vivi e venci e vidi vene vici ou qualquer coisa que esteja nessas tatuagens genéricas que andam pelas ruas da cidade. Não há certezas. Não há permanências. Não há nem a esperança de que eu ainda tenha fôlego pra mirar no absurdo da criação imortal. O absurdo sou eu, e a forma como corri pra escrever isso aqui depois de chorar igual um bezerro na toalha branca que eu deixo na gaveta justamente pra enxugar lágrimas vindas do capitalismo. Metáforas, metáforas.
Me emociona muito a vida das pessoas, principalmente quando a história de alguém é contada com amor por quem conhecia o indivíduo. Cada ser, cada rosto, cada agrupamento de ossos e músculos e emoções é inacreditavelmente mais bonito que o outro pelo simples fato de existir em sua complexidade. Larson partiu deixando, pelo visto, mais perguntas do que respostas embaralhadas em formato de musicais. Meu primo, que foi embora mais cedo do que de costume, dizia quando pequeno que sua cabeça estava cheia de palavras. Com 29 anos, todas as palavras que eu li e ouvi até hoje me embananam tanto a cabeça que só posso imaginar que de mim também só vão restar perguntas. 
Hoje mais cedo, como faço todos os dias há alguns anos, fui emular a vida da minha vó de ouvir rádio enquanto prepara o café com as mão trêmulas de frio, só que ouvindo podcast e com o peito trêmulo da tosse que não passa. Tenho um novo programa nos ouvidos, Conversas Paralelas com Ivan Mizanzuk, que não precisa de apresentações pra quem é fã desse tipo de mídia. Ouvi um, dois, três, quatro episódios aleatoriamente desde ontem quando descobri que eles existiam e hoje foi o dia de ouvir o primeiro deles, com Marcelo Adnet. Ouvir não, tentar. A tentativa foi falha não por não ser um bom episódio, mas pela perturbação no fundo do meu cérebro ao ouvir dois homens brancos privilegiados falando sobre seus interesses peculiares em estudos sobre religião, línguas, história, cultura. A militância não pode ser tirada de mim, mas eu posso sim mudar um pouco o tom do que quero falar aqui pro seguinte: quantas criações e estudos grandiosos estamos perdendo pelo simples fato de não termos todos a tranquilidade - seja ela financeira ou social - de ir atrás daquilo que nos deixa em êxtase profundo? Larson vivia de sua paixão mas paixão nunca pagou suas contas, não até que sua insistência e auto-destruição emocional o levassem ao ponto de criar uma obra prima que de fato chamasse a atenção de quem importa ($$).
Quantos de nós viramos as costas pra interesses genuínos porque precisamos escolher entre ser um adulto funcional ou um apaixonado arruinado? Em algum momento eu tive que parar de me enganar que poderia experimentar várias coisas e enfim pisar no freio em uma estrada só. Os frutos estão sendo colhidos, mas a safadeza do ser humano não consegue se isentar completamente, e uma única estrada acaba tendo tantas ramificações que só quebrando a quarta parede em agonia e indignação pra conseguir aguentar dar o próximo passo pra frente. Alguns conseguem fazer da jornada de ser adulto um ambiente esburacado onde dá pra encaixar alguns momentos e experiências relacionados àquilo que de fato nos interessa. Outros caem na rotina, se banhando totalmente na segurança justa e incriticável da comida na mesa e boleto pago.
Nos finalmentes da vida, estamos todos perdidos depois de tanto sonhar. Uma última adição que posso fazer é que em momentos assim, de catarse e despreocupação com técnicas de escrita ou comparações absurdas que só existem na minha cabeça, eu consigo entender um pouco mais sobre a profundidade que é existir com quase 30 anos. Como no tom final desse filme que me fez chorar e pensar quando eu queria rir e esquecer do mundo real: feliz aniversário, em breve, pra mim.
0 notes
ohmy-marina · 2 years
Text
Faz tempo que não venho escrever alguma coisa por aqui. Eu nunca sei como começar um texto em prosa, porque sempre parece muito bobo e infantil demais, como se eu estivesse ainda tentando falar pra um diário como eu fazia anos atrás. A diferença é que naquela época funcionava só dar uma saudação qualquer, como se as páginas tivessem ouvidos e pudessem entender minha tentativa de ser gentil. Pode ser por causa dessa falta de jeito e receio de parecer boba que eu parei de escrever o que vinha na minha mente... pra te falar a verdade eu nem lembro quando ou porquê eu parei de fazer diários. Era uma boa estratégia, pra alguém que não se via pra fora da própria mente, nem mesmo de frente pro espelho. De toda forma, eu deveria ter continuado, mesmo que fosse pra escrever poucas palavras além da saudação. Talvez se eu tivesse continuado a escrever, não teria chegado aos 30 anos de idade já transbordando nas minhas próprias mãos, sem conseguir mais disfarçar pros outros o que está acontecendo.
A pergunta que não quer calar é: como eu me sinto? Nada de coxinhas recheadas de esgoto dessa vez; não tenho nenhuma metáfora física. Me sinto como uma perda de tempo.
O curioso é que não acho que eu seja uma perda de tempo pra mim mesma, pelo contrário - se eu tivesse passado mais tempo pensando apenas em mim mesma, nos meus próprios progresso e prosperidade, eu teria feito um uso bem melhor do meu tempo até hoje. Não. Eu me sinto uma falta de tempo pras outras pessoas. Os outros, essa amálgama de pessoas que não ocupam meu corpo e que estão distribuídas entre as categorias de família, amigos, conhecidos e desconhecidos. Eles, que sempre tiveram medalha de ouro, que sempre foram alvo das minhas preocupações mais íntimas.
Os últimos 20 anos tem sido uma corrida em busca da libertação. O que eu mais queria era ser livre, conseguir finalmente fazer certas coisas do meu jeito (descobrir, afinal, qual era o meu jeito de fazer as coisas). Minha rebelião interna começou a passos pequenos, desafiando autoridades mais explícitas, entendendo qual era o meu conceito de justiça no mundo, me afastando aos poucos de realidades e cotidianos comuns que não preenchiam meu imaginário - espantando a engenharia em prol de algo mais criativo, a escada do sucesso normativo em favor do caos orgânico do experimentar. Deu certo. Não posso nunca não agradecer ao universo por ter chegado aonde cheguei, da forma como cheguei. Sou grata por ter conseguido popular os sonhos que pareciam inalcançáveis do meu criança, tanto pareciam absurdos pra mim que eu nunca tive muita coragem de nomear essas vontades de "sonhos". Mas cá estou, que bom.
Eu achei que a sobreposição de poderes tinham acabado, pelo menos internamente. Sabe, tirar a autoridade emocional de uns (no caso, os outros) e passar pra quem tem o direito primordial sobre ela (no caso, eu mesma). Achei que isso tivesse acabado quando resolvi dar um basta nas insanidades dos meus pais e no incômodo que vinha do convívio com a minha família. Ou quando resolvi encarar meus interesses românticos da mesma forma que sempre encarei meus amigos mais próximos, pensando que daí eu conseguiria finalmente - como disseram os búzios - amar de forma diferente, sem preconceitos. Boba, eu.
Ainda me parece inacreditável, mas descobri que o lugar que eu dava aos meus amigos mais próximos, dentro do meu "território relacional", era completamente desproporcional. Eles estavam instalados bem no meio, com acesso a tudo, vista privilegiada e todo tipo de prioridade emocional que você pode pensar. Sendo bem honesta, eu não posso dizer que percebi isso só agora. Não é de hoje que venho tentando me afastar um pouco, experimentar novas amizades, criando novos círculos aqui e ali na busca por me sentir um pouco mais...em casa? Atualmente, porém, não é mais uma questão de experimentar. O que me deixa triste de verdade é saber que não existe uma única verdade aqui - se eu paro pra pensar bem sobre o assunto, consigo chegar a várias conclusões factuais que vão desde eu estar completamente certa até eu estar completamente errada - por que a existência é uma bagunça de fluxos intermitentes sem começo nem fim. Dentro desses extremos, uma variável fixa sou eu me sentindo como a cauda de um vestido muito longo ou uma capa de super-herói: pode ser interessante e até muito legal, desde que esteja sempre atrás da pessoa que usa a peça, acompanhando seus movimentos. Percebi tarde demais que em algum momento o vestido que usavam passou a não precisar mais de cauda e que os super-heróis na verdade já não usavam capa por qualquer motivo que fosse. Eu fiquei, então, voando por aí, um pedaço de tecido bonito que ninguém nunca vai conseguir explicar o porquê de já ter sido útil.
Por mais que eu comece um texto sem intenção de usar metáforas, eu acabo me perdendo nelas e fazendo um milhão de voltas pra evitar dizer o que está na minha cabeça.
Eu perdi meus amigos.
Todo mundo tem uma receita pra superar um relacionamento que acabou. Quando algo romântico chega ao fim, é normal e esperado que se passe por um luto que pode até quase te enlouquecer em alguns casos muito extremos. Uns podem achar que é besteira, outros podem entender completamente, mas nunca é algo que se diga não existir. O luto do término de um relacionamento existe, esta pessoa não está mais comigo, este indivíduo é meu ex.
Como eu devo lidar com o luto do término das minhas amizades?
Uma hora ou outra eu vou precisar desconsiderar ou pelo menos parar de pensar em como machucou perceber que eu coloquei essas pessoas no centro da minha vida e elas sequer perceberam, ou não se interessaram muito em perceber. Essa é uma ferida que eu acho que vai demorar mais do que todas as outras pra fechar, dado que agora aquele terreno centralizado e muito bem localizado está mais vazio e mais assombrado que um parque de diversões abandonado. De alguma forma, enquanto essa ferida vai fechando, milímetro por milímetro, eu vou precisar encontrar uma forma de seguir em frente e deixar o que passou, pra trás.
O mundo à minha volta está obliterado. Não importa muito a religião que eu tenha escolhido seguir, ou os preceitos de vida que eu tenho ou deixo de ter - o mundo que temos hoje é um lugar terrível e quem quer que seja o responsável por ele, nunca vai me fazer entender como existem pessoas sem ter o básico para viver bem.
Sendo assim, estando cercada por uma realidade que não deveria ser real, eu preciso desesperadamente voltar meus olhos pra esse meu território, que é o que na teoria eu consigo controlar (a teoria é sempre muito bonita). Os ecos do lado de fora continuam entrando nos meus ouvidos e sambando na minha mente; os outros, essas pessoas que nos últimos 20 anos eu venho tentando expurgar do meu espaço, continuam esbravejando suas maneiras e métodos mesmo depois de eu desistir de lhes mostrar a minha versão do mapa da vida. Eu preciso parar de me sentir sozinha num lugar onde eu nunca deveria ter me sentindo de outra forma. Eu preciso me acostumar com o silêncio da minha própria voz pra que eu não seja afetada pela falsa companhia desses gritos ensurdecedores de fora, que podem vir também como um gesto, um olhar ou até mesmo em forma de silêncio - e o silêncio dos outros realmente machuca demais.
Pra lidar com essa terra arrasada, me movimentar pra colocar na mesa da sala o básico que todos deveriam ter e continuar construindo o meu projeto inacabado de vida até que ela finalmente acabe, eu vou precisar de remédios. Quem sabe em breve eu consiga tirar essas muletas e me firmar nos meus próprios pés, com a certeza de que o eco da agonia nunca mais vai entrar pra perturbar a prosperidade dos meus sonhos de criança boba.
0 notes
ohmy-marina · 3 years
Text
Arranque sua alma externa
Deixe nu seu corpo uniformizado de personalidade auto definida
Exija normalidade, sufoque a originalidade ultrapassada
Camufle seus gritos estéticos, tente paralisar seu ego
Construa meu anjo de vozes negras
E acelere meu pulso com o êxtase do metal retorcido
1 note · View note
ohmy-marina · 3 years
Text
Eu sinto falta de escrever, de desenhar, de jogar, de ver filme, de ler
Mais de 2 anos vivendo no limiar da sobrevivência
Meu emocional não existe mais
0 notes
ohmy-marina · 3 years
Text
Eu não quero fazer isso de novo
Queria não ter bem vontade de me machucar
Mas por enquanto me contento em não querer fazer de fato, pq a vontade tá aqui
Nessas horas eu sinto muita falta de me sentir feliz
0 notes
ohmy-marina · 3 years
Text
“Be brave enough to be bad at something new.”
— Unknown
611 notes · View notes
ohmy-marina · 3 years
Text
Tumblr media Tumblr media
por @breezespacegirl
instagram.com/breezespacegirl
135 notes · View notes
ohmy-marina · 3 years
Text
“If you don’t get out of the box you’ve been raised in, you won’t understand how much bigger the world is.”
— Angelina Jolie
578 notes · View notes
ohmy-marina · 3 years
Text
“Feelings are just visitors, let them come and go.”
— Mooji
1K notes · View notes
ohmy-marina · 3 years
Text
Eu sou muito fofa.
Seria esse um novo jeito de dizer que aprendi que o jeito mais fácil de socializar é sendo infantil?
Ou melhor: que, com o tempo, eu fiquei traumatizada de ser eu mesma [verdadeiramente] na frente de quem eu tenho interesse porque essas pessoas sempre se afastaram rapidamente de mim e eu me convenci de que era esse o motivo por falta de outro mais convincente e bem argumentado, uma vez que nunca tive a oportunidade de estar numa relação onde houvesse uma comunicação efetiva e, portanto, encontrei na infantilidade do humor e da inocência uma forma mais fácil de encantar certas pessoas mesmo que por um breve momento que com certeza não vai nem chegar perto de suprir minha carência emocional?
0 notes
ohmy-marina · 3 years
Text
Pra todos que se dizem cansados, carentes e excitados
Pra todos que se dizem praticantes de formas éticas de afeto
Pra todos que se dizem diferentes, oprimidos, preteridos
Obrigada por continuarem, mesmo que em menor escala, fazendo comigo o que a norma sempre fez
E honestamente
Vão todos para o mais profundo abismo da puta que pariu
(de hipocrisia já bastam as minhas)
0 notes
ohmy-marina · 3 years
Text
Carta de uma profecia insistente
Tive uma conversa muito interessante com uma nova amiga e também nova terapeuta sobre formas de amar. Ela me trouxe de volta um pensamento que acabei esquecendo, que é mais uma pergunta do que qualquer outra coisa. Como eu posso querer romper com uma coisa que eu nunca cheguei a ter acesso realmente?
Monogamia pra mim é isso. Algo ao qual eu nunca tive acesso. Algo que nunca realmente me aceitou, e mal mal tolerava minhas tentativas patéticas de ter algum tipo de status no mercado dos relacionamentos. Eu falhei em absolutamente todos os relacionamentos que tentei ter até hoje. Ainda tenho um sentimento insistente de que a culpa é minha, por não ser boa o suficiente (seja lá o que isso signifique). Racionalmente, sei que isso é um pensamento obsessivo e mentiroso. Racionalmente, procuro ignorar os mil gatilhos que aparecem sempre que me interesso por alguém, porque sei que o samba não pode parar.
Trauma é uma coisa complicada. É uma erva daninha que se instala e vai crescendo, tomando os espaços e deformando o que um dia a gente tinha por dentro. Mesmo quando saímos de uma situação traumática, as dores continuam doendo e o medo daquilo se repetir é grande demais e pesado demais. Por causa dos meus traumas eu nunca mais tinha me apaixonado, por exemplo. Gostei de várias pessoas, tive admiração, tesão, vontade de estar perto, mas nada muito significativo. Era só ego, inflado ou machucado, e fui colecionando relacionamentos unilaterais que eu insistia que seriam bons pra mim, mesmo sem ter a famigerada paixão, mesmo tendo só migalhas dos desejos superficiais dos outros pra projetar minha própria carência de afeto.
Achei realmente que fosse impossível me sentir apaixonada de novo, tanto que parei até de escrever ou ler ou dançar. Parei de fazer coisas que me faziam sentir viva, e fui me forçando sem querer a esquecer ou esconder minhas vulnerabilidades pra não pagar de novo o preço que eu paguei uma vez por me permitir gostar com tanta intensidade. Eu continuo não podendo pagar esse preço, mas hoje consigo ver muitas coisas que não via antes. Eu continuo tendo muito medo, mas venho passando por um processo de mudança tão absurdo internamente, que esqueci de manter cada canto das minhas barreiras emocionais sob controle e comecei a sentir de novo um formigamento familiar...
Eu me apaixonei de novo. Lembro que fui respirar fundo pra avaliar se tinha sido isso mesmo e o ar escapou, levando com ele toda e qualquer tentativa minha de deixar pra lá umas coisas que eu achei que não eram mais minhas. Eu fiquei à vontade pra ser eu mesma, me senti desejada e, inacreditavelmente, forte o suficiente pra dizer pra profecia que mora no pé do meu ouvido que dessa vez ia ser diferente. Porque eu sabia que não tinha que ser perfeita, sabia que não era responsável pela felicidade dessa outra pessoa, que ela não era minha e eu não era dela. Eu estava livre pra experimentar um relacionamento legal pra variar, ou pelo menos tentar construir um relacionamento desse. E olha só, foi o caminho da não-monogamia política que me trouxe até aqui!
Eu joguei essa profecia maldita fora. Ela e os pensamentos obsessivos de solidão, rejeição e tudo que há de ruim. E assim que eu joguei ela fora, fui atacada por outra.
"Eu sou um Midas ao contrário, tudo que eu toco vira merda"
Curioso como pessoas capazes de acender sentimentos tão bons nos outros podem se sentir tão mal com elas mesmas. Falo por mim, inclusive.
Uma vez essa mesma pessoa que disse essa frase anterior comentou que teria que se ter muita coragem pra querer a companhia dela. A essa altura do campeonato, eu não sei o que é coragem mais. Na verdade, eu só sei que não faço ideia do que está acontecendo. No meio de uma revolução interna, me vejo mais uma vez envolvida emocionalmente com alguém que não se dá muito crédito (ou se dá muito crédito negativo) e que, por isso, acha que uma solução interessante é se afastar daqueles que ele jura machucar, pra evitar que isso aconteça.
Consigo entender o raciocínio, entendo mesmo. Entendo tanto que minha primeira reação é querer ouvir, continuar lá como amiga e só, ajudar a lidar com as coisas que levaram até esse pensamento. Mas não posso. Não quando pela milésima vez fui parar no lugar de "você é uma pessoa ótima, não é sobre você". Porque é difícil acreditar que não é. Porque eu queria no fundo que fosse, que você me deixasse existir junto com o trauma, não só enquanto amiga, mas enquanto afeto que estaria disposta a entender junto que os traumas são mentiras que alimentam o medo de ser feliz.
E porra, eu quero ser feliz. Com pessoas que eu amo do meu lado, sem perder o tempo que eu nem sei se a gente tem, no meio da pandemia, no meio do caos político-social, no meio de tudo que há de errado no mundo. Eu quero te beijar, da mesma forma que quero beijar outros. Eu quero ser desejada e receber carinho e sentir que sou importante pra quem é importante pra mim. Quero dormir de conchinha, falar merda, julgar as pessoas no tinder, transar o dia todo com ou sem amarrações, mas sempre sorrindo porque amo estar com aquela pessoa pelo simples fato de ela ser do jeito que é.
Estou exausta de terminar relacionamentos que nunca aconteceram. E é por isso que espero que você perceba que esse texto não é uma cobrança, mas um desabafo bem sincero. Eu precisava falar essas coisas, explicar de algum jeito que sua resposta pro seu trauma desencadeou em mim lembranças e tristezas que eu carrego há bastante tempo. Explicar que é por esse motivo que tem sido difícil me afastar ou deixar pra lá, e peço desculpas por isso. O que eu sinto é responsabilidade minha, não sua. Espero que você entenda que também tenho meus traumas, mas que mesmo assim me apaixonei por você. Espero também que com o tempo vá se esvaindo aos poucos essa minha urgência romântica que a pandemia aflorou em mim. Quem sabe um dia.
Obrigada por tudo de bom que você me trouxe, mesmo que você ache que não tenha feito nada. Desculpa pelo texto piegas, mas é assim que consigo mostrar quem eu realmente sou: um mar de sentimentos preso num mundo doido.
0 notes
ohmy-marina · 4 years
Text
Não é tacar o fodas, mas também não é dar murro em ponta de faca.
0 notes
ohmy-marina · 4 years
Text
Volta e meia eu instalo o Tinder ou outros aplicativos desse tipo e fico ali tentando encontrar alguém que seja interessante pra conversar, tentar criar algum vínculo ou algo assim. Acho que no fim das contas eu faço isso pq não quero mais estar sozinha o tempo todo e - principalmente - pq quero me sentir desejada e (quem sabe um dia) amada.
Mas no fim das contas, uma ferramenta que foi feita pra supostamente facilitar encontros e conversas acaba sendo tão complicada ou até mais que a vida real.
Não dá pra ganhar. É simplesmente impossível, pelo menos no meu ponto de vista. pra exemplificar, vou pontuar alguns perfis que já encontrei nos últimos anos:
Homens que não querem "small talk" ou "burocracia demais", que a meu ver deveriam sair desses apps e contratar uma trabalhadora sexual.
Uma variação do de cima, onde a pessoa não consegue formar uma frase inteira sem falar nem que seja indiretamente sobre sexo - nesse caso talvez seja até um pouco pior, pq pelo menos o anterior não te faz perder muito tempo.
O que procura amizades (sinceras ou não). Ou aquele cara que vc conhece, com quem vc conversa na vida offline e que inesperadamente dá match com vc, mas fala que entre vcs é só amizade. Preciso falar alguma coisa? Ou só eu que entendi errado e esses aplicativos não são de namoro ou encontro?
Vale uma menção rápida àqueles que são "de centro" ou que "não gostam de política". Todos sabemos o que isso significa, e não é a Beyoncé cantando "to the left to the left".
O famoso CASADO ou DISCRETO. Procura novas experiências e muitas vezes promete pagar por isso. Não tem fotos dele mesmo, e ao invés disso usa imagens em baixa resolução do filme 50 tons de cinza.
Quem usa fotos desse filme também são os BDSM, que minha intuição diz que não são realmente adeptos da prática. A maioria se diz submisso, incrivelmente.
O cara que está procurando um relacionamento sério e tem fotos horríveis. Péssima qualidade, ângulos ruins, poses péssimas, zoom absurdo no olho claro que provavelmente é uma das poucas coisas nele mesmo que ele considera bonitas. Eu poderia continuar, mas vou deixar o deboche pro próximo.
O casal. Dos perfis que mais me irritam, esse merece uma condecoração. Não é apenas uma pessoa sem saber o que quer, são duas! Dispostas a, juntas, confundirem a cabeça da terceira peça desse jogo incrível que só eles jogam e que na maior parte das vezes só existe por motivos de fetiche.
Na mesma linha de perigo emocional, tem o cara do relacionamento aberto. Estando no início de uma trajetória de não monogamia, eu me pergunto quem essa pessoa quer enganar. Talvez ninguém, pq de fato RA deve ser ótimo pra quem está dentro dele. Pra quem vem de fora, não precisa sobrar muita coisa, pq na grande maioria das vezes, quem vem de fora continua fora - fora do carinho, da atenção, do afeto, da dinâmica da relação, das prioridades da vida.
Eu já encontrei alguns outros tipos de perfil por aí, e tenho certeza que vou encontrar muito mais. Resolvi escrever esse texto bem breve pra tirar do peito uma indignação que vem me corroendo há bastante tempo.
O gatilho que me fez finalmente desabafar um pouco em palavras foi o querido rapaz que me deu um esporro no Tinder por eu estar procurando pessoas em outros países. Pra ele não faz sentido estar em um aplicativo desses se vc está a milhares de km de distância das pessoas, pq esses apps são pra "meet people". Ele tem um ponto. Mas meet significa não só encontrar, mas conhecer, e se ele tivesse sido um pouco mais flexível e até educado, ele teria a chance de me conhecer e ver se eu sou ou não uma pessoa legal e saberia que eu tenho planos de ir pro país dele nos próximos meses. So much for human interaction.
De qualquer forma, fica aqui o pensamento. Minha impressão até aqui é que a maioria esmagadora dos homens só quer transar e sequer pensam nas mulheres com quem dão match como seres humanos que podem ser de fato interessantes. Talvez eu tenha uma sorte muito ruim pra esse tipo de coisa, ou talvez meu destino seja ficar 100% solteira pra sempre mesmo. O que eu não vou fazer mais, pq já tentei e não deu nada certo, é me diminuir e me contentar com pouco (quase nada) de afeto só pra ter acesso a alguma coisa.
Um mulherão desse, poxa.
0 notes
ohmy-marina · 4 years
Text
Hoje eu vi um inseto voador furta-cor, parado na porta do prédio onde eu ia entrar. Talvez fosse um sinal indireto dos céus me dizendo que existe ainda muita cor no mundo, e grandes possibilidades de encontrar novas coisas por aí. Às vezes eu esqueço disso, e muitas vezes, mesmo lembrando, eu me recuso a acreditar. O que mais tem me deixado triste é a lembrança de ter vivido essas diferenças do mundo, mesmo que por pouco tempo, e mesmo que reclamando durante todo o processo. Fico triste porque eu não sei por onde recomeçar, apesar de saber - bem lá no fundo - que posso fazer isso. Como eu vou conseguir me permitir de novo? É uma pergunta que eu não sei responder, mas que a cada vez que o cansaço aumenta, mais perto eu fico de uma possível teoria.
0 notes