Orogênese do grego 'oros', montanha, e 'genus', geração. Conjunto de processos que resultam na formação de montanhas, relacionados à movimentos compressionais.
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sol em touro - firme na terra. grão rolado pelo vento, moldado no atrito, polido pelo caminho. me acumulo em mim, a medida que a energia cai, sem culpa. ascendente em aquário - levado pelo ar. brisa que arrepia, mormaço que disfarça e ventania que sacode. me refresco em mim, a medida que as circunstancias mudam, sem duvida lua em leão - forjado no fogo. na lenha do forno, no calor do abraço, na combustão da paixão. me incendeio em mim, a medida que o sentimento expande, sem medo.
- Tami
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Caminhada
Murro no estômago. Falta de ar. Olhos marejados. Surpresa. Tento falar, mas só ouço um grunhido. Olho pro lado e vejo suas costas se afastando um pouco mais a cada segundo. O que acabou de acontecer? Enquanto caminhávamos juntos, sentia sua mão entrelaçada na minha. Vezes mais frouxa, vezes mais fria. Eu pedia, diminuíamos a velocidade enquanto tentávamos entender as diferenças. Voltávamos a andar e seguíamos de mão dadas. Sua mão grande cobrindo a minha e eu quase confiando que não ia cair. A minha, quase sempre gelada, a sua, sempre quente. Me fazendo esquentar. Entre subidas, descidas e alguns tropeços, eu me acostumei a sua presença, a confiar na firmeza da sua postura. Como eu não pude sentir seus dedos afrouxando? Eu percebi? Nas oscilações de ritmo da caminhada, variava minha ansiedade em relação ao caminho que estávamos percorrendo. Como chegamos aqui? Você me mostrou o mapa? Você sabia pra onde estava me levando? Eu sabia onde queria chegar? Eu queria mesmo ir? Me sinto perdida. O tempo escurece, não consigo enxergar com clareza o caminho a frente e te sinto distanciar. Te sinto na ponta dos dedos, a passos lentos. Até que eles param. Silêncio. Absoluto. Assustada, tento entender o que aconteceu. Procuro seus dedos pra apertar mais forte, procurando por segurança, mas não te sinto mais. Vejo sua sombra. Sem expressão. Sem calor. E percebo que você não está me enxergando ou que se lembra que cheguei aqui, com você. Do caminho que percorremos juntos, das pontes que criamos. Dos rios que ajudamos a fluir, das cachoeiras que alimentamos. Respiro fundo. Mantenho a calma. Você vira de costas, eu olho pro lado pra acompanhar enquanto você se afasta um pouco mais a cada segundo. A verdade me acerta como um murro no estômago. De forma egoísta, irresponsável e fria. Decepcionante. Se eu te chamar, será que você consegue ouvir? Puxo uma lufada de ar, os pulmões ardem mas aceitam. Eu consigo te chamar? Mais uma e sinto minha coluna endireitar. Eu quero que você volte? Não me atrevo a olhar pro lado uma segunda vez. A verdade me acerta como o conselho que eu deveria ter ouvido no começo de tudo. De forma mais empática, responsável e gentil. Relembro com resiliciência do trajeto antes de encontrar no caminho. A forma como escolhia meu percurso baseada nas minhas interpretações do ambiente. Reajusto minha bússola. Assim como meus pés. Volto a caminhar sozinha. E ainda bem, que eu tenho a mim.
- Tami
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Mais
Eu quero mais de você. Mais de nós. Lembra? Mais companhia, mais presença, mais atenção. Mesmo a distância. Mais questão, mais interesse, mais curiosidade. Mesmo na rotina. Mais paixão, mais brilho nos olhos, mais xodó. Mesmo pela tela. Mais brincadeiras, mais gargalhadas, mais diversão. Mesmo por recado. Mais intimidade, mais parceria, mais acolhimento. Principalmente, de longe.
Eu quero mais de você. Mais de nós. Lembra? Por aí, meu espaço continua o mesmo? Tenho me sentido apertada, meio sem jeito nessa dança. O ritmo mudou? Ou foi a música? Ainda estamos no mesmo compasso? Quero sentir sua mão na minha cintura enquanto a outra segura firme minha mão e nós dançamos de olhos fechados. Lembra? Você ainda consegue ouvir? O volume tá diminuindo numa velocidade tão alta. Tô me sentindo tropeçando nos meus pés, tentando acompanhar seu movimento, mas o tempo está passando rápido.
Eu quero mais de você. Mais de nós. Lembra? Mais companhia, mais interesse, mais xodó. Mesmo a distância. Mais diversão, mais acolhimento, mais dança. Mesmo no frio. Mais tempo, mais pulsação, mais toque. Principalmente, no frio.
- Tami
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Dedos e línguas
Saudade da gente se beijando com os olhos, antes dos lábios se tocarem, acompanhando o vaper saindo da sua boca, e do prazer que senti quando a minha língua encontrou a sua. Saudade da sua mordida na ponta da minha orelha enquanto sua mão grande aperta minha cintura, e de te sentir sorrindo com a minha reação. Saudade das intenções e promessas feitas por olhares provocadores se encontrando no meio da sala, cheia de gente, e da mordida no lábio em seguida.
Ah, que saudade de beijar você!
Saudade da sua mão por dentro do meu cabelo, me abraçando por trás, enquanto explora a base do meu pescoço com a língua, e do arrepio que vem junto. Saudade de te ver brincando com meu piercing no mamilo, mordiscando, enquanto me olhava como se eu fosse a mulher mais linda do mundo, e de como eu tinha certeza que, naquele momento, eu era. Saudade da gente emaranhados, se esfregando ao som do jazz com a luz da lua entrando na janela, e de como eu queria ter uma foto do seu rosto nesse momento. Saudade da sua expressão enquanto você descia pela minha barriga com beijos e lambidas exploratórios, e de como eu abria as pernas em ansiedade. Saudade de te sentir duro, roçando em mim, na janela do meu quarto, enquanto o bico do meu peito enrijecia do frio da avenida, e de como os vizinhos deviam amar nossa exposição.
Ah, que saudade de dançar em você!
Saudade da contração de antecipação pra te sentir dentro de mim, enxarcada, e de como você gostava de brincar comigo, me excitando. Saudade de sentar em você, devagar, e rebolar, devagar, ao ritmo da música até te fazer revirar os olhos, e de como você balbuciava coisas sem sentido. Saudade de entrelaçar as mãos, de te olhar fundo nos olhos enquanto você se perdia dentro de mim, e de como a sensação era de termos nos achado, de novo. Saudade de te ouvir chamar meu nome no meu cabelo, dizendo que ama e o quanto o nosso amor é gostoso, a cada estocada, e de como essa combinação me fez gozar inúmeras vezes. Saudade de te ver se contorcendo, gemendo, completamente entregue ao prazer que a gente se proporciona, e de como eu sempre digo que sou apaixonada por te ver gozar. Saudade de cair na cama, suada e extasiada, sem conseguir mexer as pernas, e de como a gente brincava sobre sempre passarmos de fase, mas que nunca queriamos encontrar o chefão.
Ah, que saudade de gozar com você!
Saudade de fazer amor contigo! Assim, construído desde o olhar, do cheiro, a passada de mão pesada pra você não sentir cócegas e ter uma crise de riso! Amor assim, feito pelo nosso carinho e suor, entrega e desejo, intimidade e prazer. Amor esse que me atravessa corpo e alma, me tocando em lugares que ainda não conhecia. Que na ponta dos dedos e da língua, me envolve e me leva.
“Sou toda gota, que escorre livre pelo rosto, e só sossega quando encontra a sua boca!”
“Fecha o olho e me leia em braille. Deixa um pouquinho pra ler amanhã e diga o que entendeu de mim Deixa um pouquinho pra ler amanhã se o tempo amanhecer ruim Deixa um pouquinho pra ler amanhã e leia!”
- Tami
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minha saudade tem quase 1.90 de altura, um sorriso delicioso e, como nossa lua em leão nunca decepciona, chama atenção onde passa! adora unhas pintadas, anda rápido e sempre me apresenta músicas novas. minha saudade tem um abraço de urso, daqueles que faz suspirar(!), com cheiro de casa. dança forró comigo, mete o louco comigo, inimigo do fim comigo. minha saudade tem nome composto, fala alto e ama um bigode! signo de terra, minha saudade tem o pé no chão - mesmo que a cabeça vá na lua, as vezes. a minha saudade é sortuda por descrever duas pessoas com o mesmo texto, por seguir nessa vida compartilhando dois amores que me complementam de formas tão diferentes e tão intensas! obrigada por seguirem comigo 'o caminho exato da delicadeza, com a certeza de viver no afeto, só viver no afeto'! com amor, T.
- Tami
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Mosaico
Desmonta e remonta. Reorganiza. Olhei pra dentro e pros pedaços no chão. Irritada, chutei. Magoada, me cortei. Frustrada, juntei, só pra jogar pro alto de novo. Cansada, desisti. Sentei e cataloguei. Os fragmentos soltos. Aprendendo o que permanecia meu, de fato. No meio dessa bagunça, de todas que já fui, peças não encaixam. Esburacada. Amassada. Quebrada. Desmonta e remonta. Reorganiza. Do pó do que espatifou no chão, faço massa pra unir. Regados à trechos ditos em voz alta, em texto, em música. Versos soltos. Às vezes, desconexos. Ponho em palavras porque preciso por em algum lugar. Como ritual, como cântico, como mantra. Criando forma no colo, apoiado nas mãos enfaixadas. Quebra e encaixa. Desmonta. Lixa e adapta. Remonta. Cola. Transpassa. Atravessa. Escultura de pedaços reconectados. Mosaico de mim. Reorganiza. Levanta. - Tami
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Estações
Borbulhei por dias. Por mim. Por você. Por nós. Sentei nessa água escaldante e afundei até cobrir a cabeça. Acolhi a agonia, a ardência e a sensibilidade dolorida. A mão calejada dos anos lidando comigo de forma densa, tão intensa, tão visceral me prendeu nessa bacia de angustia. Enquanto eu me agitava e gritava, sentindo toda a extensão da carne viva. Os machucados aumentavam, as feridas abriam e as cascas, moles, saiam. As nossas escolhas nos levam pra lugares desconhecidos. Às vezes, são surpresas tão agradáveis como brisa de mar, como cheiro de mato. Às vezes, abrimos a porta do caos, a caixa de Pandora, liberando condições invernais que nem sabíamos que existiam. Precisamos aprender a escolher e a lidar com as consequências. Borbulhei por dias. Por mim. Por você. Por nós. Me afogando em águas quentes por mais tempo do que pensei ser possível. Até que parei. Parei de me agitar, de tentar colocar a cabeça pra fora. Parei de gritar, perder o fôlego e tirar as cascas, por mais moles que elas estivessem. Parei de cutucar as feridas. Agora, me concentrei em controlar a respiração, acalmar meu coração. Em sentir a extensão dessa vermelhidão sem provoca-la. Escolhi parar. Parar de pensar na brisa do mar e no cheiro de mato. De desejar o frio de forma tão voraz. Escolhi aprender e lidar com as consequências. Mas, depois. Percebi que a mão calejada elevava a temperatura da água. A necessidade de densidade é brasa. Escolhi ser rasa. Agora. À medida que o coração acalma, uma lufada de oxigênio me alcança dentro d’água, abrandando. As borbulhas param, a temperatura diminui e o ardência passa. As nossas decisões nos levam pra lugares desconhecidos. A água amorna, a mão calejada sai e eu consigo respirar fundo, de verdade. Agora. Acolho a nova temperatura com alívio, os novos cheiros com curiosidade. Escolhi a inércia. Agora. No tempo certo, eu sairei da água. Limpa, sem machucados e com as feridas curadas. Sento nessa água morna e afundo até cobri a cabeça. A mão macia da paciência massageando meus cabelos de forma cálida, tão gentil. Escolhi não decidir nada. Agora. Borbulhei por dias. Não mais. - Tami
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Pandora
Hoje, segunda-feira. Fiquei pensando sobre esses últimos dias que passamos juntos. Ultimamente, tem sido bastante, né? Dessa vez, foram 5. Não me entenda mal, eu amo estar com você! Sua presença é leve e sua companhia é generosa. Mas precisamos falar sobre o porquê nossos encontros tem sido longos, porquê estamos juntos durante 5 dias seguidos porque, amor, esse tem sido o grande problema. Estamos com tempo disponível e isso não é natural nem saudável, pra nenhum dos dois. Não são férias ou dias de folga, que escolhemos passar juntos porque a vida está corrida demais e não temos tido tempo pra gente. A vida não está corrida. Fomos obrigados a parar. O motivo dessa parada é muito maior do que eu e você, a gente sabe. Mas pesa demais nos dois e de formas diferentes. Estamos naquele limbo, fazendo o melhor que dá sem saber ao certo pra onde ir nem quando vamos chegar. Eu sinto que, quanto mais dias seguidos ficamos juntos, mais essa percepção de espera fica clara, nublando nossas cabeças na mesma proporção. Amor, eu tenho medo das marcas que essas experiências podem trazer. Não quero que nossos encontros tragam sentimentos duvidosos, nem que as despedidas tenham sabor de alívio. Alívio porque os assuntos ficam densos demais. Alívio porque a intimidade nos permite conversar com o olhar e não tem pra onde fugir. Alívio porque nos tornamos lembrete vivo da situação escrota que a gente está. Alívio porque, por mais que a gente se mostre pro outro, tem ferida que precisamos lamber sozinhos. Eu amo estar com você e esse é o sentimento que precisa permear enquanto estivermos juntos. Sem peso. Sem angustia. Estamos sensíveis, expostos e de mãos dadas. É preciso paciência, empatia e gentileza, com nós mesmos e com o outro. Torço pra termos maturidade enquanto lidamos com esses sentimentos tão confusos. Espero que o construído na nossa relação até aqui, independente da configuração, seja coeso e se mantenha saudável enquanto a caixa de Pandora estiver aberta. Até porque, é só a primeira vez. Só quero sentir sua presença leve e sua companhia gostosa, com encontros e despedidas com sabor de vontade, como sempre foram!
- Tami.
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Varanda
Rodeada de gente. Conversas paralelas. Gargalhadas. Música alta. Com o copo de cerveja em uma mão e um cigarro de palha na outra, observo meus amigos conversando e rindo. Uma tragada no cigarro e, junto com a fumaça, solto um suspiro de satisfação pela oportunidade de viver momentos como esse. Num exercício pessoal de entender e redefinir pronomes, ‘meus’ não é justo para a configuração que se estabelece aqui. Somos nossos. Onde a confiança, o respeito e o amor, trançados, nos une natural e verdadeiramente. Ao mesmo tempo em que temos espaço para viramos do avesso e expor nossas cicatrizes, é seguro dar um passo pra trás e respirar fundo, sozinha. Mesmo rodeada de gente. E de conversas paralelas. Mais uma tragada no cigarro e um diálogo não verbal acontece quando me percebem observadora e pensativa. Estou bem, eu respondo, com sorriso leve. Tá tudo bem. Entro numa conversa tentando diminuir o drama adicionado à uma história que eu já conheço. Gargalhadas. Música alta. Suspiro de felicidade genuína por poder viver momentos como esse. Pela sorte de amar quem eles são e de ser amada por ser quem sou.
“Quem tem amigo, tem tudo!”.
- Tami
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Consideração
“Já tinham alguns meses e resolvi ir nessa festa com cara de festa que você vai. Toda pessoa de cabelo cheio que entrava eu achava que era você. Virei uma caçadora de pessoas cacheadas. Virei uma caçadora de você em todas as pessoas. Então você chegou na festa. E eu apenas sorri e sorri e sorri. Porque era isso. Eu queria te ver apenas. A dor numa caixinha embaixo dos meus pés e eu mais alta pra poder te abraçar sem dor, perto da sua nuca e por um segundo. Eu te acho bonito de formas tão variadas e profundas e insuportáveis. Eu vejo você parecendo um leãozinho no fundo da festa. Suando e analisando. Com sua eterna tristeza cheia de piadas afiadas. Suas facas afiadas de graças para defender as tristezas que nadam baixas nos seus olhos de quem não quer fazer mal. Mas faz. Seus olhos. Em volta um riozinho melancólico e no centro o sol feliz e novinho chegando. E tudo isso vem forte como um soco de buquê de flores de aço no meu estômago. E eu quero ir até você e te dizer que eu sei que você é metódico com arrumação e só dorme com blusa branca. E como eu rio e me sinto próxima de você sempre que eu lembro disso. E como eu queria que você ainda deixasse aquela blusa branca, bermuda cinza e escova de dentes guardadas pra mim. E como eu gosto de você por causa dos sustos que você me dá quando a gente atravessa a pista, apesar de sempre segurar minha mão. O box da sua cama super organizado. As plantinhas. As plantinhas distribuídas na casa me matam. Sua felicidade quando finalmente instalaram a porta do seu quarto. Essas suas delicadezas em detalhes dormem e acordam comigo. Acariciam e perfuram meu peito vinte e quatro horas por dia. Uma saudade dos mil anos que passamos, ou das três semanas. A loucura de gostar tanto pra tão pouco ou simplesmente a loucura de tanto acabar assim. Fora tudo o que guardei de você, me restou a consideração que você guardou por mim. Sua mensagem depois, quando me encontra. Sua mão estendida. Sua aceitação pela vida como ela é. Sua gentileza disfarçada de vergonha por não gostar mais de mim. A maneira que você tem de pedir perdão por ser mais um cara que parte assim que rouba um coração. Você é o mocinho que se desculpa pelo próprio bandido. Finjo que aceito suas considerações mas é apenas pra ter novamente o segundo. Como o segundo do meu nariz na sua nuca quando consigo, por um segundo, te abraçar sem dor. O segundo do seu nome na tela do meu celular. O segundo da sua voz do outro lado como se fosse possível começar tudo de novo e eu charmosa e você me fazendo rir e tudo o que poderia ser. O segundo em que suspiro e digo alô e sinto o cheiro da sua sala. Então aceito a sua enorme consideração pequena, responsável, curta, cortante. Aceito você de longe. Aceito suas costas indo. Aceito o último cacho virando a esquina. O último fio preso no pé da minha cama. Não é que aceito. Quem gosta assim não come migalhas porque é melhor do que nada, come porque as migalhas já constituem o nó que ficou na garganta. Seus pedaços estão colados na gosma entalada de tudo o que acabou em todas as instâncias menos nos meus suspiros. Não se digere amor, não se cospe amor, amor é o engasgo que a gente disfarça sorrindo de dor. Aceito sua consideração de carinho no topo da minha cabeça, seu dedilhar de dedos nos meus ombros, seu tchauzinho do bem partindo para algo que não me leva junto e nunca mais levará, seu beijinho profundo de perdão pela falta de profundidade. Aceito apenas porque toda a lama, toda a raiva, todo o nojo e toda a indignação se calam para ver você passar.”
Tati Bernardi
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Ele é só um cara. E você já esqueceu outros caras antes.
Tati Bernardi. (via adesejar)
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Se deixa sentir. Num mundo de competição onde o vencedor é o mais frio, se deixa ferver. Arder. Queimar.
Se deixa falar. Onde a educação tem poucas palavras e voz baixa, se deixa gritar. Xingar. Grunhir.
Se deixa chamegar. Onde o carinho é colocado num pedestal inalcançável, se deixa carinhar. Cheirar. Xodozar.
Se deixar amar. Onde o amor é sufocado e suprimido, ridicularizado, se deixa apaixonar. Apegar. Cortejar.
Se deixa viver.
- Tami
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Sobre escolhas
Escolher Geologia foi decidir subir uma serra como estilo de vida. Alcancei o primeiro platô, a graduação. À vista: possibilidades. Frases como "encerramento de ciclo", trazem um sabor de vitória. Sucesso. Eventualmente, de recompensa. Finalizei sendo muito mais do que comecei. Daqui de cima, exausta, me sento. Respiro fundo e absorvo tudo o que aconteceu até aqui.
Mudei de estado, de casa e de sotaque. Terminei um noivado, algumas amizades e muitas bebidas alcoólicas. Troquei o cabelo, minha dieta e a forma de lidar comigo e com o outro. Perdi um bebê, três animais de estimação e todo meu amor próprio. Ganhei traumas, medos e crises de ansiedade. Além de camisas com proteção UV, calos nas mãos e cicatrizes de carrapato. Assumi o feminismo, a bissexualidade e o sentir. Aprendi a verbalizar, a andar no mato e a cozinhar. Reconheci a importância do protetor solar, do chapéu e do isotônico. Conquistei amigxs, liberdade e autoconhecimento. E o privilégio de duas fofuras felinas me encherem de amor e de pelos. Descobri várias formas de usar bússola, martelo e marreta. Aceitei que gargalho alto, abraço todo mundo e odeio perder tempo. Mudei a maneira que escolhi viver. Com gentileza, me olho no espelho quando acordo. Passei a me cuidar como a minha eterna companheira que aprendi a ser. Entendi o que é ser mulher na geologia e viver em um ambiente masculinizado. Nossa luta segue diária, incessante, em busca de equidade. Crescemos em força e em número, abrindo espaço e ganhando voz. E vivo ganhando, aprendendo e mudando.
A frase "eu sou geóloga", traz um sabor de vitória. Sucesso. Sem dúvida, de recompensa. Agora, preciso levantar! Eu escolhi continuar subindo a serra. Tenho mais platôs pela frente. Sigo completa graças a quem não foi embora e a quem decidiu ficar. Vocês mudaram a minha vida!
Obrigada por ter me salvado, Geologia. Tu é foda pra caralho!
"São as nossas escolhas que revelam o que realmente somos, muito mais do que as nossas qualidades." Alvo Dumbledore
- Tami
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Sobre a casa das quatro mulheres
Ser caçula não é fácil! Tem a parte do mimo, da superproteção e de certos privilégios - é verdade! Mas também tem a cobrança, a comparação e a exigência. Com duas irmãs mais velhas, de idades próximas, sempre houve referência - que eu nunca seguia.
Mainha, tu me faz acreditar que todo mundo é capaz de crescer e mudar. Trocamos de papel tantas vezes e, apesar de ter sido sofrido, foi o que consolidou nossa relação. Você dedicou sua vida a mim e as minhas irmãs, aprendendo a lidar com as diferenças de cada uma. Você é meu exemplo de força e metamorfose. Ninha, com você eu aprendi a importância de olhar pro outro com cuidado. Você é meu exemplo de gentileza. Lulu, tu é minha parceira na vida, mesmo discordando de mim em quase tudo! Você é meu exemplo de confiança.
"Mas é preciso ter força, é preciso ter raça, é preciso ter gana sempre!" A ovelha negra. A rebelde. A teimosa. Sou a primeira da minha família a concluir o ensino superior. Não colo grau sozinha: levo minha mãe e minhas irmã(e)s comigo. A certeza delas me fez chegar aqui! Por causa delas, desistir nunca foi uma opção!
Obrigada ao universo pela oportunidade de viver com essas mulheres! "Eu amo vocês" nunca, nunca será suficiente!
- Tami
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Sotaque. Misturado e carregado. Cê acredita que consigo te enxergar, com sorriso de canto, sobrancelha arqueada, boca fazendo bico, pela sua voz? Eu tenho essa mania boba e dolorosa de prestar atenção aos detalhes. Me distraio com facilidade e isso já foi motivos de brincadeiras tantas, entre a gente. O que acontece é que muita coisa chama minha atenção ao mesmo tempo. Por isso me perco. Ou me acho. Prestar atenção em você tem sido uma das minhas distrações preferidas. Por isso lembro da sua sobrancelha, de como você se mexe quando tá explicando alguma coisa e que, nos seus sorrisos sinceros, um olho sempre fica mais fechadinho que o outro. Ah, seu sotaque! Que puxa em palavras específicas e que, junto com um sorriso torto, misturado, me carrega.
- Tami
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“Eu amo as pessoas que me fazem rir. Sinceramente, acho que é a coisa que eu mais gosto, rir. Cura uma infinidade de males. É provavelmente a coisa mais importante em uma pessoa.”
— Audrey Hepburn.
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Interno
É sobre cheiro e olhar e abraço. Apertado. É sobre sotaque e apelido e voz. Rouca e baixa. É sobre gostos e piadas e risos. Rir comigo e de mim. É sobre afetar e conquistar e querer. Impulso. É sobre espaço e contexto e conexão. Bolha e embrulho. É sobre aniversário e carreira e coincidência. Igual mas diferente. É sobre comunicação e bagunça e distancia. Desassossego. É sobre café, amendoim, açaí e cupuaçu. Taurinxs. É sobre pérola, incensário e meia. Presente. É sobre cerveja e cigarro e desmaio. Cuidado. É sobre disposição e vontade e aprender, sem prender. É sobre preto e trem e troço. Carinho. É sobre mim. É sobre você. É sobre a intenção de nós. Em laços.
- Tami
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