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Queria sentir tanto frio que me importasse apenas com o frio, morta.
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Lenço branco
As lágrimas pretas ele enxugava
Sujava-se de dores, angústia e lamento.
Escondia o rosto e os olhos vermelhos de quem chorava.
Aquele tecido de nada, um tanto sem graça
útil estava, posto em um ponto estratégico,
onde fosse fácil encontrar, aquele remédio...
encharcado de tristeza, ele tinha a certeza
de que de alguma maneira tinha colaborado
com a recuperação do coração
de toda aquela gente.
Obviamente que não chorou em instante algum.
Cumprimentou um por um.
E foi saindo, despedindo-se lentamente.
Apesar de ainda estar sorrindo, levou consigo tudo de ruim.
Guardou? Não, secou.
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O céu está estrelado demais pra você chorar
O fardo, eu sei, tá pesado pra carregar
Mas eu vou juntar as cores que você não viu
Chega de passar a vida por um fio.
E enquanto for, jamais eu vou evaporar
Expressa o café que a fé eu vou tomar
Eu vou juntar tuas dores e fazer um barril
De vinho doce e... Senil.
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(In)Cômodo
Os dias se arrastam. A noite é quente, os lençóis atrapalham minhas noites de sono. Eu imploro por socorro: tu. As paredes se movem, já não há poesias espalhadas, não há risadas respingadas na cama, nem música como travesseiro frio para refrescar minha cabeça. É como se eu te aguardasse: vens? É como se eu pegasse fogo sem tua pele. Tenho acendido errado. Falta tu(a). O tanto que me canso de te esperar é a tanta paciência que me invade. Talvez por, nessa vida, ter uma certeza: o que eu sinto não mudará. Sou tão eu - não só - quando me lembro de ti ou quando te - me - vejo. Eu te devo todo esse tempo de agora, e enquanto não sano as dívidas, me perco na saudade desse cômodo quando tinha tu(a paz) - perto de mim.
Helena
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Uma hora sou uma... Outra hora, duas e meia da tarde. Outra hora ainda, nenhuma. E é quando me esvazia tudo. É fundo e eco existe. Sopra o som do vento... Fico caindo várias vezes Em mim mesma. A cena se repete tanto... E volto a ser uma hora Sem tempo, sem movimento. Sussurro... Descubro o silêncio, o badalar do respirar, Eu só quero respirar... Nada mais... Nada mais longe Que ainda há muita Água para se afogar. Helena
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Não fui pouco, Tampouco, fui. Fiz esboço, Coragem e jus. Foste grosso, intacto e sem luz. Em escuro poço, Fiz hora e pra longe me pus. Helena
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Silêncio injusto
Quando abro meu verbo Eles se amonstruam Todos os combates são armados Quando fecho meus órgãos auditivos É blasfêmia, negligência Todas as minhas defesas atacadas Jogada à prisão por "desobediência", Por falta de "respeito", Passam a morar dores no meu peito. Sossego o facho Se me perder assim de novo, Nem me acho. Volto a angústia do silêncio injusto O respirar fica mais curto Só dá pra seguir se for de longe Bem distante o desejo do perto É tudo tão incerto quando atinge A solidão cria deserto.
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Certeza
Promete roer, Escafeder E sofrer quem não fede, Não aparece. Sumir vira verbo infinito Quando não soma. Em suma, são todas as ruínas De dentro... Atento! Morre o que vive desaparecendo. Sendo que o que mais inexiste É promessa.
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Das atemporalidades...
A minha saudade, nossa! Esbarra nos nossos dias conturbados Ocupados Tu tu tu… não podes dessa vez E eu uma vez só por semana. É, meu bem, talvez não há quem Compreenda que o amar Também é dessas distâncias Mais próximas para lidar. Lhe dou minha paciência Esperando os dias serem só nossos Nem que seja em umas férias curtas em outro estado. Mas esse estado sólido de amor não vira gasoso evaporante. Avante: somos nós resistentes ao tempo Deste mundo Porque nossa atemporalidade É dar beijos eternos em paradas de ônibus que paralisam os ponteiros do relógio.
Helena
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Vôo no (am)ar.
Eu tinha medo de altura Você, só ternura, Convidou a me atirar e tirar todos os medos e credos. Joguei-me na imensidão Da paisagem tua. Era no quarto, na calçada e na rua Você sendo minha E eu sendo crua Sem muito jeito pra voar Com muito peso pra ficar Larguei todas as outras aterrissagens Mal-sucedidas E me despenquei em ti E hoje viajo pelo teu (am)ar.
Helena
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Despedida
Você traficou o meu sentimento Não revelou o meu testamento Eu tive que morrer três ou quatro vezes Pra você perceber que eu já me drogava no teu jeito.
Não analisou a lógica do meu caminho Nem revogou os atentos do teu carinho Como eu não percebi a fé que eu botava? Como eu não vi o café que eu tomava?
Pra acordar de ti e dos sonhos não vividos. Ter ressaca do bem que me arrependo de ter te lido. Pra acordar de ti e ter minha realidade de volta, Quer saber…eu vou dar meia-volta.
Deixa pra amanhã o que nunca foi um ontem e esquece aquela dose de sofrimento. Deixa pra depois o que nunca existiu e bebe aquela cerveja que ficou esquentando
Pra cessar o frio que vou te deixar de presente Dorme tranquila e nem pensa na gente. Pra lembrar o rio que mostrei em algum passeio Mesmo assim espero nunca esquecer que um dia você veio.
Madu
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Morri. Houve silêncio do meu passo, mas o que gritava mesmo era o meu abraço.
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Harmônica
Tu fazes solos de guitarra no meu corpo. Eu vibro como as cordas tocadas Meu coração palpita feito o grave da caixa de som Tu vais e vens pelas minhas casas e tons E é quando tu apertas a corda subindo e descendo subitamente Fazendo nossa harmônica perfeita.
Helena
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Menina-felicidade
Te encontro e pronto: É só deixar o silêncio cantar E a respiração falar.
Te sinto e pinto Cenas coloridas nossas Arco-íris em teu sorriso esboças.
Tudo some e tu me consomes Nem mais o azulejo eu vejo Há somente nós e nossos beijos.
Quando parto, faço trato Com a saudade: Vens comigo e em breve devolva Minha menina-felicidade.
Helena
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