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ottomarinho · 4 months
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"your dreams and inner visions / all your mystical ambitions, they won't let you down / do your best to trust all the rays of light" - 15. 05. 2024
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hoje, dia 14/05, foi mais um dia ordinário: acordei, abri o notebook, olhei as notificações do celular, me atualizei com as últimas notícias - sim, sou jornalista de formação - e trabalhei. encontrei um tempinho no fim de tarde pra correr e escutar uma playlist chamada "fuzzy dream" que fiz com o objetivo de suar ouvindo música, curtindo a dopamina. ao voltar pra casa, lembrei que hoje é o último dia de uma idade, daqui a pouco é dia 15 e logo logo estarei em um novo ciclo solar. legal pensar a contagem do tempo e as milhares de formas com as quais podemos fazer isso. pensar nessa grandeza física e nas suas implicações e mudanças pode ser assustador, porém, é sobre pensar também numa dimensão contínua e sua reverberação. tudo é uma constante. existir ainda é um mistério pra mim e nas buscas mais incessantes nas dobras do tempo, encontro o meu eu de agora. um eu que tem uma força intransponível, despreconceituosamente vivendo a vida, sem medo, atento e forte, ainda cultivando sensibilidade e fazendo movimentos rumo ao espiritual ou do que se acredita transcender o universo material. só o essencial me interessa, a substância, o real, a vida e o amor. nada mais importa. o espiral da vida e suas pulsões valem a pena.
eu sou constituído de milhares de outras coisas e não seria absolutamente nada sem elas: o carinho da minha mãe, o abraço da minha irmã, o sorriso da aurora, a voz que guardo da minha avó, o beijo e o toque de quem amo. sou a escrita etérea da clarice, o fogo poético da hild hist, a lucidez de herman hesse, as cores vibrantes de frida kahlo, a densidade de saturação do gus van sant, o enquadro do olhar da agnès varda, os dias chuvosos desta terra quente e úmida; sou o chão que piso. sou os acordes leves do joão gilberto; se eu fosse um gênero musical certamente seria bossa nova. sou a hermenêutica de "seven swans", o sussurrar do sufjan stevens, a leveza mântrica de dorival caymmi, o canto do menestrel mateus aleluia, o "balancê" com fitas coloridas da gal, a verdade tropical do caetano, flores horizontais da elza soares, as composições que flertam com a alma do bob dylan, o "horses" da patti smith", a resiliência solipsista do "solar power", os tons suaves de monet, a escuta do "bedtime stories" num domingo, acabou chorare, "seaside" do the kooks na beira do mar, "as intermitências da morte" de josé saramago, "cem anos de solidão" do gabriel garcía márquez, o teatro essencial da denise stoklos, a alteridade da comunicação, a cadência de um samba canção. "eu sonho, sou verso, sou terra, sou sol, sentimento aberto".
são tantas coisas que fizeram e ainda fazem eu me sentir vivo e pelas quais sou quem sou. é incrível pensar nisso e em tudo que me forma. somos fragmentos de tantas coisas e tantos em um. agradeço por estar vivo e abastecer minha existência de muita inspiração. estou enviando meu amor de onde você estiver.
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ottomarinho · 6 months
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é um emaranhado de coisas rolando pra nos manter vivos, e um outro pandemônio de coisas que conspiram pra nos "matar". tudo isso coabitando debaixo do sol enquanto nos esquivamos desse estranho, divertido e sinuoso playground. pular uma fogueira, desviar de uma bala, se defender no soco, a hora e o lugar errado. quem estabeleceu os critérios? quem quebrou as regras? parece que tudo anda fora do eixo e nada foi antecipado ou sequer pode ser adiado. as cartas estão marcadas e os dardos disparando rumo ao caos do acaso. me espanto diante da natureza e suas movimentações aleatórias.
pura adrenalina, medo constante, dopamina injetada, espanto cínico diante do que é inominável para quem está em estado de proeminência. viver pede constante urgência e isso é cansativo. lento por natureza, minha cabeça tem um tempo distinto, tudo em ângulo roubado, em slow motion, sabendo que há vida tanto num milésimo de segundo quanto num alvorecer inteiro. nenhuma pressa me adianta nada do que eu não saiba. melhor ser homem a ser apenas um menino tomado pelo medo e pela ingenuidade anônima; inocência esmagada. prefiro ser este guiando minha criança interior na beira do abismo da existência. o sistema me enoja com todas suas engrenagens de poder, violência e dominação.
deixei esta anotação no bloco de notas durante meses, o sentimento de coisas aparecendo e desaparecendo me fez concatenar essas ideias e colocá-las em palavras; me pergunto: "em que momento não farei mais parte disso?"... um réquiem guardado, um terno escondido e palavras que não ganharam vida. tudo é grito. tudo é silêncio. tudo coexiste. tudo é nada. eu vivo tudo em sobriedade, não me entorpeço pra fugir da angústia. vivo cada degrau dessa escadaria sinuosa e íngreme. sou sonho, sou verso, sou terra, sou sol, sentimento aberto. tudo é divino, tudo é maravilhoso.
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ottomarinho · 1 year
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a sensação de se sentir mais leve é tão gostosa: respeitar seu itinerário, não correr contra o tempo, se odiar menos e abraçar a criança interior. sinto que já não me cobro tanto assim e simplesmente sou e deixo ser, como deve suceder. muito adaptável ao que gosto de verdade, procuro cultivar essa leveza nas relações e isso é muito precioso pra mim. só me interessa o que for leve. é bom se culpar menos, não ser cruel consigo mesmo e sua condição humana, por vezes e, inexoravelmente, equívoca e árdua. evite comparações também. a vida não é uma corrida ou algo do tipo, embora a lógica do sistema seja o individualismo desenfreado e a competitividade em ultrapassar um ao outro. ninguém é igual a ninguém por inúmeros marcadores; entender sua singularidade ajuda nesse processo de emancipação, te deixa mais interessante como ser.
já não sou tão rigoso nas respostas e, certamente, opto pelo silêncio como forma de expressão. é só observar e ouvir atentamente os mais sábios, eles têm uma certa obliquidade não maliciosa. é melhor ser sinuosamente respeitoso a ser terrivelmente honesto; há uma linha perpendicular nas obviedades, sendo assim, é melhor ser transversalmente radical nas ideias. sem rupturas bruscas, apenas rachaduras sutis. essa sutil leveza do ser não é fraqueza, é potência. que no seu mundo ainda tenha o silêncio e a escuta. que haja canto, poesia, tesão, acordes, toque, calor, aconchego, cifras, desejo, melancolia, resiliência e força. concentre-se em ver as ondas no banco de areia; aterrorize-se pelos sentimentos; veja a beleza onde de fato ela se esconde. essa alquimia é poderosa quando levada a sério.
"Ó, a iluminação foi encontrada? Não, mas estou tentando, vivendo um ano de cada vez. Ó, consegue ouvir o som? Está cintilando mais alto."
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ottomarinho · 1 year
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já parou pra pensar que no fundo as coisas não são o que de fato parecem ser mas sim uma ideia? a forma como vc enxerga/trata/se relaciona com outro é de dentro pra fora. o outro não é nada além do que uma extensão de seus devaneios intrínsecos na forma de enxergar as coisas. não é a toa que podemos ser vistos de diversas formas dependendo da lente que nos observa. a coisa só existe verdadeira e inteiramente dentro de si, o resto é projeção e tentativa de quantificar estrelas. na constelação individual nós organizamos quais estrelas têm o brilho maior e quais ficam mais distante à vista do espaço particular.
hilda hilst disse que "as coisas não existem. a ideia, sim. a ideia é infinita igual ao sonho das crianças". a ideia que fazemos das coisas é o sentido que criamos para significá-las. memórias são um compilado - ediçãozinha - dessas ideias que pertencem a um momento ou estado de espírito que transmuta-se no tempo. você amou alguém ou amava a ideia do tempo em que pôde amar? se apegou ao lugar ou a atmosfera dele ambientada numa determinada época que não se repete mais? a forma como a gente se percebe, percebe o outro e as coisas ao nosso redor é permeada de delírios, abstrações, projeções e devaneios.
eu concordo com a clarice quando ela brinca com a metalinguagem das nossas percepções e sentidos ao dizer que "o espelho é o único material inventado que é natural". nós inventamos pessoas reais, seja por encanto precedido pelo desencanto ou pela perca de sentido do significante datado numa certa inscrição no tempo. inventamos por potencializar fraquezas, amar defeitos e odiar o fim. é tudo uma invenção. ideias são inventivas e, a partir dos inventos, concebemos o concreto e o abstrato; ideias são criações imaginativas que criam novas formas de perceber o que já existe, o que já existe não pode significar sem a ideia. apesar do termo "idealizar" ser tratado como algo delusional ou imaturo, somos idealizadores por natureza e, consequentemente, por costume.
acreditamos no que idealizamos e agimos impulsionados pela paixão convicta do que criamos. como eu disse - e nem preciso reiterar - as coisas existem porque nascem dentro de nós e reverberam no contato com os outros. quando alguém me acha "legal" ou "chato", sempre tenho uma reposta pronta do tipo: "eu sou porque você é". somos a ideia que fazemos do outro também. mas é bom lembrar que o outro não é só a ideia que fazemos dele, o indivíduo é uma reunião de subjetividades, cognição e modo de ser no mundo. essa é a parte posterior à ideia que se faz de algo ou alguém até encontrar o que não é mais idealização. porém, não há pessimismo possível que faça ignorar o poder do real em colisão com os caprichos imaginativos; o real sobrepõe. "nada é errado quando nada é verdade". o real pede que sejamos responsáveis pelo o que idealizamos e o que puramente existe e é.
suspeito que minha indagação final sobre o que penso sobre as coisas ou pelo que lembro das experiências que vivi seja a mesma do Conor Oberst, da Bright Eyes, na canção "Ladder Song": "veja agora, as estrelas explodem/ se parecem com laranjas de sangue/ isso não te faz querer chorar, precioso amigo meu?/ eu saberei quando finalmente tiver acabado?/ essa vida toda é uma alucinação/ você não está sozinho em nada/ e não está sozinho em tentar ser".
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ottomarinho · 2 years
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no dia 7 de fevereiro, pela tardezinha, fui à padaria...fiz o nosso café e botei uns audiobooks pra você escutar. às 20h me despedi após conversarmos sobre assuntos do nosso cotidiano. ao fechar o portão, beijei sua mão e disse: "fique bem, até mais!". às 16h30, do dia 8, ao voltar a essa recente estranha rotina de conexão e despedida - é algo que permeia na intuição, etéreo - não estavas na cadeira de balanço me esperando, não brinquei gritando "carteiro!". já estavas no hospital enquanto uma leve chuva caia no meu rosto se misturando às lágrimas. hoje, 12 de fevereiro, às 13h30 fizestes um mergulho profundo na corrente invisível. explodindo como uma supernova no espaço sideral. 
minha querida avó, 𝙀𝙨𝙩𝙧𝙚𝙡𝙖 𝘿𝙖𝙡𝙫𝙖, não queria escrever sobre este sentimento de perda. só ganhei em tê-la como avó nesta dimensão. pela sua existência entendi mais sobre a complexidade das relações humanas, que são árduas mas que revelam o mistério do amor nos gestos que cobrem imperfeições. uma era nonagésima da qual compartilho quase um terço. és minha primeira grande perda, essa hora súbita quando chega o momento de encarar o vazio fatal. me sinto tomado pelo sentimento αγάπη que une a ideia do divino (onisciência/onipresença) frente às nossas limitações humanas de tempo-espaço. o amor é hermético. quase sempre falávamos sobre o seu desejo de eternidade. essa conversa contrariava meu pseudo-ceticismo mas alimentava minha alma. meu imaginário a tinha como perene, constante e inabalável - coisa de neto. dividir o segredo de uma vida, a sua VIDA, é como uma oração de agradecimento. agradeço por ter compartilhado sua fé de um mundo melhor, sem miséria ou sofrimento. 
escrevo-te em lágrimas, mesmo sabendo que tudo se esvai e que o nossos momentos se compilam em memórias de dias que não voltam. certamente, fostes uma grande 𝙀𝙨𝙩𝙧𝙚𝙡𝙖 que iluminou grande parte dos meus dias. me alfabetizou, conversava com as flores, elogiava minha letra, me perguntava sobre as fases lunar e sobre o significado de algumas palavras - me espetava também. conversas e conversas. não consigo imaginar uma figura feminina tão forte na minha formação quanto a dela. ela me ensinou sobre o seu desejo pela eternidade, a resiliência e a fé. deu o meu primeiro paletó, minha primeira gravata e tantas outras coisas. sua voz soava como algodão. amava música assim como eu. sempre fazia eu tocar uma canção que só funcionava quando ouvíamos juntos. "volta ao começo", que fala de um coração fragilizado na tentativa de recomeçar e sobre a "força pra lutar, quando já cansou". muita emoção!
em um tempo, espero encontrá-la em algum jardim, em uma dimensão possível. num labirinto dentro de um sonho ou numa bifurcação temporal. te contemplar ornada com uma coroa de flores trajada de vestido branco reluzindo em sua pele cor de aveia e cabelos dourados. onde todas a suas sementes de esperança finalmente germinaram. 
“o jardim de veredas que se bifurcam é uma enorme charada, ou parábola, cujo tema é o tempo […] é uma imagem incompleta, mas não falsa […] seu antepassado não acreditava num tempo uniforme, absoluto. acreditava em infinitas séries de tempos, numa rede crescente e vertiginosa de tempos divergentes, convergentes e paralelos. essa trama de tempos que se aproximam, se bifurcam, se cortam ou que secularmente se ignoram, abrange todas as possibilidades. não existimos na maioria desses tempos; em alguns existe o senhor e não eu; em outros, eu, não o senhor; em outros, os dois". ("o jardim de caminhos que se bifurcam” -The Garden of Forking Paths, em inglês) 
te amo pra sempre, minha querida avó 𝙀𝙨𝙩𝙧𝙚𝙡𝙖. 
meu quartzo verde, seu poder resiliente me ensinou sobre ser forte e humilde. queria tomar o último café pra beijá-la na testa e passar o resto da tarde acariciando seus cabelos grisalhos, ouvindo suas conversas lúcidas, como no dia 7. "vamos em frente!", essas foram suas palavras de despedida na nossa última tarde-noite juntos.
"eles disseram que seria...invisível. como pular em uma corrente invisível que apenas leva você embora".
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ottomarinho · 2 years
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𝘼𝙣 𝙀𝙡𝙚𝙥𝙝𝙖𝙣𝙩 𝙎𝙞𝙩𝙩𝙞𝙣𝙜 𝙎𝙩𝙞𝙡𝙡 / 大象席地而坐 (Hu Bo, 2018)  
"there is an elephant in manzhouli. it sits there all day long. perhaps some people keep stabbing it with forks. or maybe it just enjoys sitting there. i don't know."
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onde há desolação e falta de perspectiva no egoísmo vigente, é possível uma autoafirmação que não seja via agressividade? somos passíveis aos violentos modos de condução cotidiana do sistema, como fugir das amarras? suicídio? hu bo faz um manifesto contra a falta de sensibilidade geral num percurso cinza, fechado (no primeiro plano) e desfocado (no segundo plano).
ao concluir o processo de pós-produção do filme, o mesmo cometeu suicídio deixando uma obra póstuma aos 29 anos. são 3h57 de uma jornada claustrofóbica e que nos faz repensar comportamentos da vida dita "pós-moderna". num desfecho que abandona a estética naturalista - como o restante do filme - temos o fantástico e o tocante. "o mundo é um terreno baldio". será que somos nós o "terreno baldio" e esvaziado?
(𝒕𝒙𝒕: otto marinho)
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ottomarinho · 2 years
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se expanda cada vez mais, sem receio ou medo do que o outro pensa ou acha. nunca foi sobre o outro. continue crescendo e ofereça sempre que puder amor, inspiração, saberes e momentos prazerosos. saiba reconhecer um gesto grandioso, seja grato por algo que foi dito na hora certa; diga a alguém que ela foi importante naquele momento. cultive memória e saiba enxergar onde estão as partes que deixaram com você - as que te fizeram moldar algo maior.
mostre seu poder nos detalhes.
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ottomarinho · 2 years
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visitei o oráculo astral e dentre as respostas e iluminação uma palavra-chave: poder - do latim "potere". remete-nos à posse de capacidade ou faculdade de fazer algo, bem como à posse do mando e da imposição da vontade. a construção dessa ideia implica em revestir-se de comando e decidir o curso. isso é importante porque percebi que durante muitos anos enfraqueci meu poder em vários aspectos, seja pelo caráter maleável ou por ser alguém que cedia fácil.
meu poder é ser consciente das minhas particularidades e do que pode ser ou não acessível para o outro. meu poder é a autonomia pela liberdade do pensar e como demarco uma posição diante do mundo. o sistema opera constantemente pelo esvaziamento do poder interno. sendo assim, meu poder habita no "não".
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ottomarinho · 2 years
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ser um reator excessivo diante das experiências nos torna realmente vivos. nada passa despercebido, tudo importa. pra quem escreve e captura em palavras como a fotografia faz com a imagem sabe a importância dos sentidos aguçados, a pura sinestesia em ação. é o olhar para o espelho e autoafirmar sua condição intransponível de ser quem você é. tentei não ser eu algumas vezes e fracassei violentamente. pensar demais, silenciar dores e vomitar em sonhos anotações do intra-corpo. uma conversa, um momento ou alguém dormindo do meu lado.
lembrei do conselho da ella sobre "deixar as coisas te tocarem". sobre permitir que as coisas te façam sentir profundamente grandes sentimentos. não importa se é um sentimento ruim ou divertido. "permita-se ser arrastado por grandes emoções", reiterou. esse é o segredo da inspiração: se sentir inteiramente atravessado pelas experiências, oscilando de natureza. certamente, entre o arrependimento e a devoção o que a gente nunca perde é a experiência.
esses dias tava lendo um recente artigo da harper's bazaar intitulado "The Radical Hope of Patti Smith". essa publicação me atingiu como um raio - inclusive deixo aqui a sugestão de leitura. pra além dos 50 anos de carreira musical e literária da artista, o texto sutilmente inspirado pela obra dela fala sobre as inquietações que habitam no vazio. como isso é fértil e aguça o instinto de sobrevivência em um mundo conturbado. patti exalta a sensibilidade.
"aprender a animar o vazio preenchendo-o com perguntas, energia, desejo e uma linguagem de entusiasmo que é importante. não um entusiasmo ingênuo ou um otimismo deliberadamente ignorante; não é dar as costas ou evitar a dor e as dificuldades que enfrentamos ou vemos os outros enfrentarem. é, em vez disso, o ato de saudar a vida - com toda a sua dor, dificuldade e momentos enganosamente estagnados - com uma confiança inabalável em nossa capacidade de montá-la, mudar, evoluir".
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ottomarinho · 2 years
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pensando aqui que a despedida é tão desconfortável quanto necessária às vezes. despedir-se do agora e do que já foi não é revogar a coragem: trata-se de um ato com efeito promissor. certas coisas não se reciclam apesar das tentativas incessantes. nossa visão dimensional com perspectiva falha pode mudar radicalmente. um sopro no castelo de areia e "crash", tudo desmorona. essa volatilidade das coisas permeada pela aleatoriedade dos eventos marca a necessária transição de um estado para o outro - estado de disposição emocional.
se você ainda não entendeu que todo dia é um epílogo, tampouco saberá sobre o ato supremo que talvez resuma a vida: o da despedida. é difícil. diário. eterno.
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ottomarinho · 2 years
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completamente viciado em paz de espírito e em cultivar tranquilidade. adicto da fuga de um mundo colapsado e cheio de barulho. busco a paz que só pode ser encontrada em mergulhos profundos no subconsciente trazendo a superfície iluminação sobre o todo. cada folha, cada inspiração, aperto de mão, abraço e lágrima, tudo o que há agora deixará de ser em algum momento, o desvanecer de partículas está a ocorrer diante de nós embora recusemos a perceber.
esfacelamentos diários, ando pensando sobre como tudo se dissipa por aí. penso no instante e o instante já passou, tenho minha paz mental como candelabro diante das intempestivas memórias eclipsadas. assim, atravesso o tempo em tranquilo suspiro no vazio primordial de caráter informe, ilimitado e indefinido. dando o meu melhor dicotomicamente entre o eterno e o efêmero.
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"além do espectro metafísico havia luz perfeita. somente luz, não havia nenhuma sugestão de escuridão. nem foi este momento no passado nem poderia ser nunca: tempo exterior. simplesmente era. perfeito. eterno. puro. o universo girou, e também nós; não como seres, mas como mônadas em um devaneio. no aperto da gravidade, nenhum círculo era puro e nenhum ser estava sendo, ainda assim, éramos estrelas, semente do mar, galáxias, quarks, nano coisas brilhando em algum starlit.
a essência da existência não pode ser nada menos do que menos".
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ottomarinho · 2 years
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uma parte de mim já não é tão parte de mim assim: ficando cada vez mais viciado em deixar coisas pra trás e em seguir adiante. às vezes é necessário lembrar aos outros quem você é, mas faça em silêncio. algo está mudando e ainda não sei fazer juízo de valor sobre, talvez nem exista tal juízo. muita dificuldade em pedir ajuda ainda persiste um pouco, mania de resolver tudo sozinho. é bom assimilar aos poucos a importância de compartilhar um processo. velhos sentimentos podem voltar em algum momento. apesar disso, descobri que não há como retornar pra onde começamos e nem parar onde gostaríamos de regressar, tudo empurra pra frente e a ordem aleatória das coisas muda alterando o sentido delas - essa pode ser a graça em estar vivo, ou não.
sei também que são pouquíssimas as que se inalteram ou permanecem em estado de pureza. que mantém a beleza da essência protegida; são raras como a sorte. vou aceitar tal mudança intransponível, sabendo que ainda posso ser o mesmo em outra roupa. o eu que já não é tão eu ainda sou eu lá no fundo. talvez ainda possa restar algum eu em parte. "algumas coisas apenas não são tão simples/ você me ligou perguntando por que eu mudei ou porque eu não pareço o mesmo/ por que as coisas são tão diferentes agora?"
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ottomarinho · 2 years
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sensação de desencaixe no tempo-espaço, ouço só os ruídos advindos das ruas inóspitas. me sinto como uma esfera transitando no espaço etéreo que não pertence a lugar algum, em iminente colisão. distanciamento circunstancial do que já foi intrínseco, os dias andam estranhos e com um certo cinismo não proposital.
é bom se sentir numa redoma afastado do caos, porém, é muito pior viver sem mergulhar no caótico. linhas tortas, rostos desencontrados e nomes borrados, tudo parece desordem na medida em que o tempo redefine a ordem.
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ottomarinho · 2 years
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eu certamente amo a retórica inflamada do campo político e sua prerrogativa de guerra simbólica. afinal, entende-se que a política é um substitutivo da violência primitiva ou a sublimação da própria guerra - na perspectiva do conflito bélico. a própria palavra campanha tem esse ar de batalha em campo minado, uma jornada sinuosa com hipérboles apontadas para a cabeça. apesar do interdiscurso embutido na estética das peças de propaganda política, os compreendo, coisa e tal, mas não consigo digerir ou processar seus meandros e efeitos de sentido na psicologia de massa - me sinto mal até.
talvez tenhamos que produzir algo que nos aproxime ao sentimento genuíno de sujeito com potencial cognitivo a não ser descartado pela presunção do marketing em manipular afetos ou conduzir emoções, como a falsa noção de patriotismo e o anti-determinismo. política se faz com alta performance e, como animais que somos, os instintos se aguçam no octógono imaginário. o debate - outro termo conflituoso - é elementar na contenda de ideias. sem o verniz e a lustração das peças de propaganda, o confronto é direto e opera no ao vivo, mesmo ainda sendo uma tecno-montagem. atentar aos signos e seus significantes é desmitificar armações e teflonagens, embora saibamos que ninguém vota racionalmente e que as paixões revelam o estado psíquico das coisas.
o lulismo, por exemplo é o signo de um significante chamado Lula, que tornou-se um símbolo que transcende o ideológico. do ponto de vista de revolução pelo símbolo, Lula é maior que tudo o que o cerca. na contramão, temos o bolsonarismo como mera expressão do discurso vazio - referente ao esvaziamento moral. uma nota importante: o discurso é uma prática. ele, o discurso, estrutura ações e retroalimenta atitudes do cotidiano. ex: "passar a boiada". há quem acredite que agronegócio e meio ambiente andam juntos no Brasil. enfim, no meio dessa "guerra" que mais parece uma luta por uma causa digna diante de tantas atrocidades, é fato que teremos que sair dos escombros e juntar os cacos pra construir algo.
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ottomarinho · 2 years
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gosto de gente sensível, que se esforça pra compreender a dimensão das coisas pra além de si. gente que escuta o que diz, escuta o que se fala. aquele tipo de pessoa que consegue se conectar sem ficar na defensiva, que abre mão das vaidades. que é real nas suas demonstrações de alteridade. ao abrir a concha que cobre tudo isso, encontra-se a estimada pérola da simplicidade - falo desta qualidade enquanto atitude mental e comportamental. nada melhor que gente simples com trocas verdadeiras, é muito valioso mesmo. percebi outra coisa: gosto de gente que sabe verbalizar, ou que não deixa de dizer o que sente.
outro dia, eu estava na companhia de uma pessoa que verbalizou tantas coisas que me deixou preenchido de afeto, me senti inteiro naquele instante. por vezes, demonstrações guardam pretensões esquisitas; quero mais do que nunca que me digam, porque eu digo. quantas pessoas deixam de te dizer algo que deveriam dizer neste exato momento? a voz, o tom e a cadência do que é dito acompanhado de um olhar profundo é potente. já pensou nas coisas que você gostaria que fossem ditas e que jamais serão? das coisas que poderiam ser ditas por quem deveria dizê-las? daquilo que você deixou de dizer no tempo devido? podemos dizer em silêncio também, já disse incontáveis coisas sem dizer nada. mesmo assim, verbalizar é divino. o verbo se torna um deus quando dito. esse é o poder. diga sempre que puder e quando for propício.
nunca deixe essas linhas vazias ou esses espaços soltos. um erro comum: esperar que o outro diga pra poder dizer. bem, o tempo é tão incerto quanto o curso das nossas vidas. você poderá não ter tempo de dizer absolutamente nada. haverá um lugar de um imenso e silencioso nada pra onde irão as coisas não ditas. reitero, DIGA PORRA! DIGA!
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ottomarinho · 2 years
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hoje eu acordei mais cedo que o convencional, sempre preciso de uns minutos meio que de mindfulness na janela. me sinto inteiro, não identifico ressentimentos e, na verdade, noto que não espero por absolutamente nada. de repente, me veio lembranças desse alguém distante que costumava sentir um vazio dilacerante; que ingenuamente guardava mágoa por esperar o melhor das pessoas - o faltava tempo pra aprender. um gole de café e uma mordida na torrada com requeijão. me pergunto pra onde foi esse sujeito confuso, inocente e meio escuso. acho que ele ocupa algum lugar não acessível agora.
talvez eu ande menos cuidadoso com as palavras ou tão livremente despreocupado que posso parecer desconexo. outro dia, após uma transa, uma pessoa disse que eu era estranho, pedi pra pessoa repetir aquilo. "sério? é, sou estranho mesmo", reiterei. já não me importo com certas afirmações, eu até gosto dessas projeções infundadas e daquilo que o outro enxerga que nunca é o que diz ser. gosto da forma que me disponibilizo e do jeito que sutilmente me afasto. gosto mais das coisas que não digo.
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ottomarinho · 2 years
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[15/05] natalis solilóquium
meu cabelo e barba cresceram, me sinto estranhamente argucioso com esse olhar de soslaio. meus pés parecem firmes e a coluna mais ereta quando não há desatenção. talvez essa dor no peito seja crônica ou sintomática dos tempos; a sinto nos interlúdios das peças cotidianas. ainda aprecio esses olhos cor de avelã e a modulação sutil da voz que se intercala com os gestos oriundos de mãos pálidas - não me odeio por completo. já não me importo tanto assim com coisas que costumavam me arrebatar; sou tomado pela volatilidade. aprecio a poética do efêmero - daquilo que a transpõe - e me despeço dos segredos que serão esmagados. sou completamente sozinho vivendo em cenários imaginários, onde ruínas e devaneios se entrelaçam no infinito.
no mais, desejo habitar "esta breve casa de matéria", como evoca hilda hist, em profundidade. deliberar sobre a relatividade do tempo vinculando-o à velocidade, percorrer em dimensões e desenhar mandalas por grafismos de fogo, terra, ar e água, em lua crescente. quando escrevo reafirmo meu ser. o mistério que ainda pulsa em mim. assim, expurgo o solipsismo metafísico em contraposição à acentuação universal e abraço o escapismo como fuga especulativa do mundo. EU SOU assim no presente, sem projeções de futuro; sem ter passado. pressuponho que nunca tenhas me conhecido e o teu pensar acerca de mim erra em afirmações. já NÃO SOU nada do que pensastes. me recomponho em maturação. queria não perder essa voz granulada que disfarça o pensamento selvagem. todo dia 15/05 é estranho.
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