Tumgik
ovelhodisse · 4 months
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Ela foi embora deixou o gostinho de quero mais... No começo foi meio no se joga, depois vemos como faz Um lance desses improvisado, escondido, atrás do carro Amassos apertados, shiiii, silenciados Faz bem baixinho para ninguem desconfiar
Segundo ato, ele retorna ainda quente, erupciçado, e com uma vontade pra matar Sorrizinho de lado, carinha de safado, todo malandreado, e a maldade no olhar Ela sabe que não tem jeito, ela quer esse sujeito, e não se esforça pra escapar Agora confortável, cervejinha gelada, abraçados no sofá Troca de carinhos, sem lero-lero, aqui é papo reto, vem por cima, no estilo eu te quero até o sol raiar E no raiar desse dia, dois corpos emoldurados, agarrados, cor do pecado, talhados na marquinha, esses dois tem o swing que não se pode controlar Ele disse que ela é uma escultura, "me sinto como Da Vinci, com você quero dar vinte, sem ter horar de parar Pele dourada, cor da luz amarelada, Ilumina minha vida, faz de mim tua enseada, e venha se banhar" Ela falou "e eu vou mesmo, afogar os meus desejos, vem ser meu, mas vem sem medo, que hoje eu quero me lambuzar Não te prometo um amor ardente, a gente quer e a gente entende, esse perigo é tão gostoso de tentar" Ela pede só mais um pouquinho, vai chegando de devagarzinho, um arrepio, de ladinho é um suspiro, sussurrando "como pode ser tão gostoso, esse corpo é de matar" É beijo em cima, é beijo embaixo, altas volúpias pelo quarto, um prato farto, festa de baco, puro prazer a desfrutar
Terceiro ato, com corpos em resguardo, é a hora que o espetáculo precisa se encerrar Ela disse você sabe, to indo embora, já é tarde, coração vai apertar, mas te guardo na saudade que isso nunca vai acabar Ele disse não se esquente, que daqui eu sinto o mesmo, mas tudo aquilo que é de verdade, fica vivo na memória, um dia a gente volta, e continua esse pegapacapá.
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ovelhodisse · 10 months
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Viver é isso né
É sempre estar entre
Nunca aqui, e nem lá
Um constante vai e vem
Um mareio petulante
É ser aquela gota salgada, que se desprende da ondulação, no alto da crista mais linda, feliz e saltitante, girante, batendo e compartilhando do feliz momento com outras lindas gotículas salgadíssimas, voando aos céus, na umidade dos ares, num belo dia ensolarado.
Mas que em um segundo momento, vai caindo, descendo vagarosamente, a escorregar no flutuar, e se chocar ao chão esplêndido de areia, fruto de mazelas de outras rochas, que nos faz estilhaçar, fragmentar, partir-se por cacos de toda a nossa existência, o meio de nos provar da nossa força, que pelos poros areais, recomponhe, aglutinar-se em desalinhado para a nossa essência esbelta de oceano: forte, vibrante.
É um retornar para nos lançar de volta a crista, e em queda, novamente, encontrar as mazelentas areias, ciclos, até que não sejamos capazes mais de recompor-se a essência, e agora, passaremos a repousar sobre o todo, sem apego, nem cobrança, deixando sol fazer o seu papel de secar cada goticulazinha espalhada ao chão.
Estaremos em paz, sereno, sublime e absoluto a tudo, perene ao tempo, longe de tudo aquilo que é ser: caótico, conturbado, incerto e enérgico, que faz tudo girar OnDuLaToRiAmEnTe.
Viver requer a paciência dos barcos no balancear, a resiliência dos cascos no navegar, a calmaria dos pássaros no planar, e a sabedoria dos capitães no naufragar.
Onde toda maré pode virar, quando todo mar está calmo, se não estivermos atentos.
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ovelhodisse · 1 year
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Apegado ao desapego
Um rio que desce,
Não volta
Leva consigo o que te pertence
Se é que pertence
Arrasta, provoca
E se tiver que ir, bora
Mas se tiver que ficar, bora também
O tempo é aurora
Onde cada volta importa
Se não é hora,
Não agora
É rocha
Faço mais questão do fluxo
Do que a rota
Nada é meu
Nada é seu
Somente um unico ponto fica,
A troca
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ovelhodisse · 1 year
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Há cores em seu tênis
Coloridas a dedo
Formam letras de nenhum alfabeto
Marcas e fatos de uns dias
Pés descalços, não usam sapatos
Para além disso
Chão é nuvem
E voam
Liberdade, entendo
É demais o bem que faz
É demais o mau que faz
Sentir só
E só sentir
Falta, tato cego
De olhos fechado, enxerga-se tudo
Abraçando o vento
Quem nunca?
Feito cinema
Apagam-se as luzes
Rola o rolo
E as imagens brilham, mas acabam
"Antes fosse sonho"
Dizem as cores desse quarto
Junto, os sapatos, no canto ao lado
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ovelhodisse · 1 year
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Dizem que gato tem sete vidas
E que ainda lhe sobrem seis vezes
Para errar
Ai de mim
Que passo essa vida
Abaixo da linha do sete vezes amar
Amar o que
Amar o quanto
Amar por quanto
Amar a quem
Amar aquém?
Como é difícil o tal gostar
Querer ou deixar
Passar ou levar
Contrariando a física, a minha vontade
Sorte tem o destino que de tudo sabe
A nós, o revés
Quanto cabe em uma escolha
Pra cada ponto, uma vírgula
Onde que esse texto acaba?
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ovelhodisse · 1 year
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Onde mora o sol?
Refleti nisso enquanto refletia sua luz pela janela
Enquanto sua sombra andava imóvel
Enquanto iluminava o móvel
E de fundo se ouvia a voz dela
Era domingo
Sinto que esse é sempre um dia de pensar
De sentar e agraciar
De servir e estar
E que quase sempre chego a algum lugar
Andando sem caminhar 
Pensei, palavras são complicadas
Da primeira, um desejo
Um desabroche
Do fim, relego
É que na hora do calor,
a gente sempre tira a camisa em local inadequado
Quando devia ater ao peito
Agora amuado, sem fome e magro
De um bocejo amargo
O vazio deitado no estrabo
Reflexo e refletir de mãos dadas em prece
Mazela e uma canção que tece
Grito surdo, um som que emudece
E à janela, já não mais ela...
E eu só queria saber onde o meu sol mora agora.
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ovelhodisse · 2 years
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Meu anjo
O que dizer
Quando dizer
Não quer dizer nada
Quando não há
Vogais em consoante
Que ventaneie tal anunciação
Palavras marcam um tempo
Mas se apagam no espaço
Ao passo que olhares sinceros
Escrevem e perpetuam laços
Dizer seria apenas crivo
Do que seu sorriso
Do que seu piscar
Dos desvios do olhar
e as maçãs avermelhadas
Já pronunciaram no silenciar
Ah e como é bom estar nesse silêncio
Manifestar o sentimento
No arder desse incêndio
Que é querer o presenciar
A distância é sofrimento
Não nego
Réu confesso desse crime particular
Pois prefiro apegar-me como dito
De que nada é pra já
Ao que o tempo dá
As mãos voltam ao tocar
Fazer flutuar
Uma noite em par
Para um despir desapressado
Continuar o ato
De um final inacabado
Se amar.
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ovelhodisse · 2 years
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Ribeirinho
Rio Ah se rio Como rio Rolo a rir Corro
Como o rio Corre largo Corre solto Córrego que carrega
E leva Lava tudo Me tira o peso Me faz sorriso
Fica a lama Lava alma Contagia Alegria do mergulho
De cabeça afundo E nessa cabeceira Sou-Ri-beirinho Má Êta sorriso lindo
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ovelhodisse · 4 years
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É que no contexto
A realidade se perde
Como pode alguém amar
Alguma coisa
Sem nunca tê-la tocada
Arrepiar-se pelo que jamais sentiu
Relembrar por onde nunca se andou
Visualizar o que nunca viu
Viver o que nunca viveu!
Ah sonho meu
O que és tu senão
A minha maior potência.
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ovelhodisse · 4 years
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Tudo na vida
Vibra
Bate
Assim como meu tambor
Vibra
Quando bate
O seu coração pulsa
Vibra
Porque bate
E é assim que eu me sinto
Aqui de cima
Da laje
Quando nossos olhos
Se encontram
Batem
O meu corpo todo treme
Vibra
Que saudade
Quando você vem
E grita
Joga a chave!
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ovelhodisse · 4 years
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À francesa
Guardo na lembrança
Aquilo que o tempo não apaga
Aliás
Lembrança, memória
É onde te visito 
em cada parte dessa história
Do riso a raiva
Da angústia ao amor
Tudo no seu tempo
como tinha que ser 
Ah esse tempo...
Foram tantos
Passar cada segundo do seu lado
me deu tanto também
Só agradeço
Que a saudade seja apenas
uma forma de manter esse 
meu coração aquecido
E que a cada olhar na retrato 
Encha minha cabeça de ideias
Feito as nossas conversas
De domingo à domingo
Que a perda na verdade
Nos revela mais sobre nós
Do que quem passou
Ao espelho vejo quem me tornei
por aquilo que você me tornou
Forte, vibrante, sagaz
do jeitinho que a gente era
Agora em paz você descansa
como uma folha carreada pelo rio
e que lentamente se deposita ao fundo
até o dia de encontrar o mar
E vai... e foi...
Estar presente não é uma questão
de se estar vivo
Mas um ato de quem nunca esteve ausente.
Obrigado.
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ovelhodisse · 5 years
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90% cacau
O amargor é só uma forma de esconder a doçura no fundo do pote.
Bem aventurados aqueles que se dispõem a conhecer mais além a superfície.
Que a melancolia é a maior expressão de amar
E dói
Dói dentro, por se amar demais
Dói a quem ama 
Quieto à sombra
Em amargor
Amargor
Amar vou
Amar, agora.
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ovelhodisse · 5 years
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Folhas novas
Que o cansaço não me vença 
Que as dores não me parem
Que onde eu pise floresça
Que os males se afastem
Que as lágrimas que hoje choro
Encharquem o solo de frutos
Afinal, a vida é uma tortura
Com pequenos traços de triunfo
Regozijo em penitência
Das coisas vãs pelo caminho
Que de passado não se vive as novas
E da vanguarda quero o juízo
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ovelhodisse · 5 years
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Ah então vai
Me diz que está livre 
Semana que vem
E vem fazer meu dia mais leve
Daqueles que nos levam a sorrir
Me conta daquela sua programação
Me leva ao lado do seu peito
Assim juntinhos
Ombro a ombro
Colando o rostinho
Fazendo o frio passar vergonha
E me chamando de seu coração
"Ô caraçãoo"
Vamos tirar onda
Vamos pegar onda
Deitar na areia da praia 
Com esse seu corpinho em chamas
De bronze bem marcado
Que quando nua me deixa encabulado
Já disse vem pro meu lado
Me leva a conhecer aquela coletânea
De texto 
De discos
De quadros
Me leva para o seu quarto
Me ponha num porta retrato 
Na cabeceira da sua cama
Quero ser a última imagem 
Que olhos irão ver
E a primeira ao amanhecer
Te servir o café e fazê-la sorrir 
Ao lhe chamar de minha dama
Mas calma
Esse é o desenrolar da trama
Agora diz
O que você vai fazer na próxima semana?
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ovelhodisse · 5 years
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Tás a ver
É que quando olho nos seus olhos
A glote semifecha
O ar rarefeita
Esfria a barriga  
O coração grita 
É como um tiro de flecha
Sinto uma energia que não se limita
Um sorriso de canto
Os olhos em semi-pranto
Não há como expressar maior alegria
Na boca o gosto do tom
De tão bom apesar de ter sido pouco
Pirateio teu sorriso
Meu dourado e eterno tesouro
Relembro dos pequenos instantes
Nunca achei que minutos
Poderiam ser anos
Para cada foto que revejo
Penso que caminhos nunca são os mesmos
E que sentimentos 
Quando de verdade
Aí sim sempre serão os mesmos
O teu olhar me diz tanta coisa
Onde aprendi que liberdade 
É um estado de espírito
E não deixo que me façam escolhas
Agradeço aos céus 
Por ter dado asas uma alma que voa
O mundo é gigante 
E o destino uma pergunta
Com respostas que não vem das pessoas
De nós nada se sabe
O que se conhece são presunções
Só sabe quem está ao lado 
Os outros falam mas são só suposições
Espero que a gente ainda se veja
Nessas idas e vindas
E assim sem hora marcada
De conversa fiada
Quem sabe esse reencontro não chega
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ovelhodisse · 5 years
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É aquele beijo
Que me contorce por inteiro
Feito casca de maracujá
É beijo pelo corpo inteiro
Me devora sem medo
Da pele ao recheio
Se põe a lambuzar
Todo
Do pé ao topo
Um mergulho em meu mar
Se afoga
Que em mim há fogo
Que só sua boca
É capaz de apagar.
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ovelhodisse · 5 years
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A luta
Rifles, rifles!
Marchas, marchas!
Fogo, fogo!
Almas pesadas.
Rifles, rifles!
Marchas, marchas!
Fogo, fogo!
Vidas marcadas.
Rifles, rifles!
Marchas, marchas!
O ódio silencia
Quando ao coração esbarra.
Maniqueísmo social, divisão de "bens", controle das massas. Guerra aos que tem fome, paz aos que tem luxo. A luta das sombras no vale dos perdidos, cavaleiros de mesma classe, jorrando ao chão, pelo rei, seu vinho tinto. A quem a luta basta? Por quem o sonho se esvai? É o filho matando o pai! E esse choro não lhe é conhecido? Revoltar é preciso. O lado nunca foi trocado, a ânsia que lhe fez distorcer os fatos. A pele manchada pelo passado, sentencia o condenado. Manifestos como uma forma justa de luta, até que se entenda a importância das ruas. Quem cala consente, por que sente a dor da perda de mais um ente. E até quando teremos que suportar a satisfação da realeza? Caminhemos juntos, um só, por todos e por todos seremos um, um só caminho e inverteremos o xadrez.
Guerra aos que tem paz, paz aos que tem fome
Guerra aos que tem paz, paz aos que tem fome
Guerra aos que tem paz, paz aos que tem fome
Antes que o delírio dilacere a carne e padecemos sem um nome.
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