Tumgik
packyourc · 4 years
Text
Com atraso
Esse é um texto com atraso. E com tanto atraso que eu nem sei como começar. Mas foi o meu avô que esses dias me mandou uma mensagem dizendo que gosta tanto de ler o que eu escrevo que cá estou. É sempre assim que eu volto mesmo, com algum lembrete, ou notificação de que faz tempo que eu ando sumida...
Então, entre uma planilha e um e-mail do trabalho, eu abro uma pasta de fotos antigas e penso no tanto que passou nesse último ano de 2020 (sem contar a parte chata, arrastada) e acho os meus motivos para escrever.
Era fevereiro de 2020 e eu tinha acabado de me mudar para meu novo apartamento em Lisboa. A vida ia perfeitamente bem, meu quarto era uma graça, o aluguel era baixo, eu morava em um bairro super tranquilo e a poucos metros do metrô, além disso dividia apartamento com algumas amigas. Era o último semestre da faculdade e só sobraram as matérias fáceis, eu achei um curso de yoga para o qual eu ia à pé e já quase primavera na ensolarada Lisboa... A vida ia perfeitamente bem.
No fim de semana do dia 25 de março eu arrumo a minha mochila e parto rumo à Chamonix, comemorar meu aniversário de namoro com o Matthieu skiando... Tudo estava normal, até que não estava mais. Foi determinado que as estações de ski fechassem sábado à noite e já segunda começava o confinamento.
Perdidos, resolvemos voltar para Lyon no domingo, e nesse meio tempo o meu voo de volta para a calorosa Lisboa tinha sido cancelado, a faculdade cortava as aulas e já não havia mais papel higiênico para comprar nos supermercados...
Foram meses assim, depois de duas semanas resolvemos ir para a casa da minha sogra em Dijon, por que simplesmente não aguentávamos mais os 70m2 com janelas baixas e um sofá quebrado no meio de uma cidade que antes era grande, e agora era apenas algumas pessoas assustadas indo no mercado...
Durante esses meses eu sobrevivi com duas calcinhas e uma absoluta necessidade de aprender - na marra - o francês e me formar na faculdade. Me formei por Skype, eventualmente consegui ir para Lisboa por 3 dias para colocar minha vida de 3 anos em duas malas e voltar, para onde tinha virado - na marra também - a minha casa...
Formada, era hora de arrumar um emprego, mas nada na minha área, visto que meu francês era bem meia tigela e eu ainda não estava entendendo muito o que estava acontecendo. Depois de quase um mês de linkedin todos os dias, muita prece e lágrimas no sofá, imprimi uns cvs e fui à procura de qualquer coisa que pagasse minhas contas. No mesmo dia arrumei um part-time numa loja de chocolate num centro comercial com um contrato de três meses. O job não era tão ruim, o ruim foi sair antes do tempo, fui xingada de alguns termos pela minha gerente maluca que não quis me dar meus tickets refeição... Ruim desempregada, ruim também empregada...
Mas piadas à parte, acabei saindo de lá por que fui chamada para trabalhar em uma boulangerie num bairro fofo, num full-time, com um CDI (contrato por duração indeterminada) p-e-r-f-e-i-t-o... E é exatamente isso o ponto principal desse texto.
Fazem apenas 5 meses que eu comecei nessa loja (que agora é a 150 metros de chez moi), e um dia, arrumando a patissêrie, me lembrei quando tinha uns 10-11 anos e ia às vezes para a casa dos avós da minha melhor amiga em Teresópolis. Eu lembro que íamos em um shopping e lá tinha essa padaria enooorme onde comprávamos um “mil folhas” daqueles enormes, de padoca mesmo, e dividimos em partes iguais e nos deliciávamos naquela cidade “friazinha”...
Hoje, responsável de loja e responsável do marketing do grupo das boulangeries, penso o quanto o mundo rodou para que eu estivesse aqui. Acabou que mesmo quando absolutamente tudo deu errado (sem querer me vitimizar, mas mesmo para quem não foi tão duro, foi muito duro), as coisas deram certo. E se ano passado as coisas deram uma cambalhota carpal invetido, hoje, com um pouco de atraso, elas foram se ajeitando...
E estão relativamente ajeitadas, como os “verdadeiros” millefeuilles que eu vendo todos os dias, e que talvez também sejam divididos entre crianças de sonhos enormes.
Obrigada pela lembrança, vô.
Por aqui tudo vai bem.
Beijinhos viajantes 
Tumblr media
última foto tirada como moradora de Lisboa 
1 note · View note
packyourc · 5 years
Text
Amigos reais e medos nem tanto
Quando a gente abraça a vida nômade, começamos quase de imediato a criar laços nômades também. Não existe muita rotina pra quem muda de cep (e cada cep em um país diferente), e assim o rodízio de amigos é intenso.
Em 2016 eu (re)fiz uma amizade com uma paulista que morou no RJ quando tínhamos uns 10 anos. Não eramos amigas no Brasil, mas nos tornamos quando nossos roteiros de mochilão se esbarraram na Inglaterra e mais tarde, na Itália. Hoje, 2019, essa minha amiga se muda pra Suíça, o que nos permitiu um novo encontro no meu novo cep francês.
Durante mais de uma semana conversamos muito e desvendamos pouco a pouco os grandes e inúmeros problemas que jovens mulheres nômades enfrentam nesse mundo atual tão louco e pouco acolhedor.
Falamos sobre nossas últimas conquistas, viagens, amores e histórias, mas também dividimos nossas inseguranças, medos e anseios. 
E foi bem ai que me lembrei de um vídeo ótimo da Jout-Jout (deusa maravilhosa) que fala exatamente sobre os medos reais e irreais. E, meu deus, é exatamente isso!
Nós gastamos tanto tempo fantasiando medos de um dia -que talvez chegue, ou não-, viajamos ao criar cenários de uma realidade que quiçá nunca ao menos se realizará. Sem contar o tanto de dinheiro que gastamos com remédios oleosos e com gosto de sabão para aquela gastrite nervosa, fruto de uma ansiedade que possivelmente será em vão.
É verdade também que ser livre, sozinha, mulher, sonhadora, imigrante, DURA com 22 anos na Europa assusta. E muito!
Mas eu lembro muito bem quando tinha doze anos e morria de medo da prova de matemática e de acordar atrasada pro ônibus do condomínio e ter que fazer a minha mãe perder a aula na academia para me levar ao colégio.
Mas acabou que entre algumas notas baixas e alguns exporros às 6.15 da manhã eu passei de ano.
Lembro também, como se fosse ontem, as intermináveis horas que passei em frente ao computador esperando pelo resultado do SISU, e o sentimento horrível que foi ter que ver a nota de corte subindo e me largando pra segunda chamada. Passei notas em claro com uma ex-sogra que me fazia chá enquanto a fome era zero.
Entrei pra UFRJ, mas não me formei, na verdade o que foi meu sonho por anos, deixou de ser, e se tornou Portugal, pra vir a ser a França. E durante todas essas etapas eu vivi medos e terrores que hoje em dia nem me lembro mais...
E hoje, com 22 anos meu medo irreal é não ter um nível exemplar de francês para arrumar meu tão sonhado Mestrado em alguma faculdade bem renomada que me garanta um trabalho, que eu nem sei se vou gostar.
Isso tudo por que eu ainda nem me formei na Licenciatura...
Há um ano atrás eu caminhava na que então se tornou, maior aventura e aprendizado da minha vida. O Camino de Santiago. E ele, que já ficou batido de tanto que comento, me ensinou sobre medos reais x irreais de forma bem didática. 
Por 30 dias você experimenta uma rotina em que o seu temor é a falta de água, ou fazer uma bolha no dedão, ou ralar o joelho. Você experimenta ser um ser humano no mais simples e profundo âmbito existencial. Você experimenta ter medos reais.
E mesmo com todas as questões em que a nossa - nesse caso, minha e da Giovanna - atualidade nos faz sentir. Ainda sobra uns trocados pra comprar um vinho barato e falar da vida, ou rir dela...
Mas a verdade é que estou cansada de ter tantos medos irreais...
... E de ter que evitar o café preto e o glúten 
Que eu, você, a Jout Jout e todos os nômades e não nômades por ai, tenhamos mais medo de cair de moto do que de não alcançar os objetivos profissionais e pessoais quando alcançarmos os 50 e poucos anos...
Um brinde à saúde mental dos millenials!
Beijinhos viajantes :)
Tumblr media
2 notes · View notes
packyourc · 5 years
Text
Caixa de Indesejadas
Fui checar minha caixa de Indesejadas. Sabe, estou esperando um daqueles e-mails importantes já tem alguns dias e por enquanto só recebo promoção de Churrascaria em SP do Peixe Urbano.
 Então fui checar minha Caixa de Indesejadas, vai-que-né, mas só tinha propaganda, e, e-mail dessa rede social que eu costumava escrever tanto sobre minha vida. Admito que hesitei um pouco na hora de colocar a senha, mas depois de gastar uns 20 minutos lendo minhas próprias aventuras percebi que a última vez que escrevi foi em 10 de maio... de 2018!
Naquele tempo, segundo meus próprios relatos, eu estava me mudando de casa pela sei la qual vez, em Lisboa, trabalhando em um açougue e sinceramente, não sei se tava me sobrando muito tempo para ser feliz.
Mas o tempo passou, e muita água passou por debaixo dessa ponte que vos escreve.
Eu sai do açougue e arrumei mais alguns empregos diferentes em Portugal, fui até professora em um curso particular.
Viajei também, claro. Fiz um delicioso mochilão entre os Balcans por 10 países diferentes, acampando e passando perrengue, como sempre.
Depois me aventurei em uma peregrinação religiosa no famoso Camino de Santiago e andei por mais de 800 km em 32 dias, desde a França até Santiago de Compostela na Espanha. Talvez eu escreva mais sobre isso depois, ou vocês esperam para ler meu livro?!
Voltei à capital portuguesa, trabalhei mais um pouco e fui ao Brasil, ver a minha família e curtir uma praia depois de mais de 1 ano e meio longe da minha casa carioca. 
Depois do Brasil fui viver mais uma incrível aventura, da onde eu escrevo agora. Me mudei para Lyon, na França, vim estudar por meio de uma bolsa de estudos, aprender a língua e viver um grande sonho.
A vida vai boa, mas ainda tenho aquela sensação de “fio-dental” de vez em quando.
Sabe, aquela sensação quando parece que tem um fio dental amarrando seu coração, às vezes ele puxa forte fazendo com que quase estoure, ai você respira 1, 2, 3 igual a mãe ensinou e ai vai voltando ao normal...
A língua é mais difícil do que pensei. Paris é mais linda do que eu lembrava.
É complicado arrumar emprego. O que é um bom croissant de manhã? Não tem preço.
Nessa terra do vin rouge e dos 2.146 tipos de fromage (é sério!) também encontrei um grande amor com o qual agora eu juntei as escovas de dentes (que por acaso são em formato de torre eiffel).
Mas a sensação de “fio-dental” de vez em quando da o ar da graça...
Me mudei para a Europa em 2017, mas considero que moro aqui desde 2016 enquanto viajava por aqui, eu tinha 19 anos, agora já vou fazer 23. A vida não vai ficando fácil, ela vai complicando. A saudade não melhora, ela aperta mais. Ela faz a gente repensar, faz a gente calcular se o peso de ser imigrante paga a conta de ter saúde-educação-segurança.
É verdade também, que aos poucos os quadros vão se pendurando na parede, mas e quando a gente tem que mudar os móveis de lugar? O sofá ainda é pesado, as luzes do abajour queimam, a gente tira nota baixa no exame de francês básico iniciante, o fio dental aperta e a caixa de entrada continua vazia...
Mas o verão tá chegando, é não tem praia, mas tem parque, e vocês já comeram uma boa baguette com jambom fresco?!
Tudo bem, daqui a pouco eu vou ler esse texto e sorrir enquanto relembro o que já fez meu coração palpitar, e talvez esses quadros em que eu pinto agora, estejam devidamente arrumados em algum canto da casa em que eu estarei morando em algum lugar desse mundo.
O segredo é não ter medo. Ou ir com medo mesmo.
Agora eu tenho que ir, apertar o “enter” na janela do Outlook por mais uns trinta minutos..
Boa sorte para nós.
Beijinhos viajantes :)
2 notes · View notes
packyourc · 6 years
Text
A tal história do copo
 A primeira semana de maio de 2018 veio cheia de ensinamentos para mim. Finalmente entendi a tal história do copo. Vamos lá, vou explicar.
Nesse mês realizei a minha quarta mudança em oito meses vividos aqui na capital portuguesa. Morei em lugares bem diversos, desde o bairro mais pobre até o mais rico, literalmente. Mas a última casa foi incrível, era grande e aconchegante, meu quarto tinha uma cama de casal tão grande, daquelas que você nem precisa tirar as roupas de cima pra dormir. Uma janela enorme, armários espaçosos; o resto do apartamento também era ótimo, sala grande com televisão, cozinha espaçosa e elevador no prédio. Muito bom. Naquele lugar recebi amigos e família. Fiquei muito triste quando tive que sair de lá, chorei uma tarde inteira, estava saindo do que eu chamei de casa por tantos meses e estava embarcando para mais uma incerteza.
Me mudei. E a mudança em si foi confusa. Primeiro passei uns dias na casa de uma amiga, levei todas as minhas inúmeras malas para lá apenas para dormir algum tempo. Me mudei de novo. Já o táxi foi difícil, o motorista me abandonou no meio da rua pois não achava o endereço, aqui as pessoas nem sempre são tão simpáticas... E eu estava indo para o Bairro Alto, um bairro que o encanto são as ruelas pequenas, lindas, mas que poucos carros passam. Achei o prédio enquanto administrava as coisas e subi quatro andares com todas as bolsas nas costas para chegar no meu novo lar.. e digamos que não foi nada legal. A cama estava bagunçada, a lampada queimada e a sujeira?! Até chiclete mastigado encontrei no chão. O teto era tão baixo que nem um rabo de cavalo consegui fazer. O único móvel além da cama pequena e estreita era um pequeno armário baixo de umas 5 gavetinhas. No banheiro não da para escovar os dentes e nem tomar banho totalmente ereto. Não tinha janelas, apenas claraboias. Essa era minha nova casa. Minha primeira reação foi chorar, sentei e cai no choro, acho que era a única coisa que podia fazer naquele momento. Mas enfim tinha me mudado de novo. E as coisas não estavam perfeitas, na verdade estavam bem longe disso. Além de tudo, minha rotina estava me matando aos poucos. Aula de 8 hrs as 16 hrs, academia todo dia e trabalho de 19 hrs as 23 hrs - cortando rosbife e sendo vegetariana, o que não estava sendo fácil- Complicado e cansativo.  As vezes é difícil. Ou melhor, poucas são as vezes que é fácil, o resto é sempre difícil. E foi ai que eu entendi a tal história do copo... Voltando pra minha caverna em uma noite dessas, deixei o que sobrou de comida do trabalho para um senhor na rua como faço às vezes e refleti um pouco... Eu estava chegando em casa, naquele bairro das ruazinhas de prédios antigos e coloridos, com suas mini varandas e roupas estendidas de um lado pro outro, as ladeiras e os bares, aquela confusão tão linda. Para quem não sabe sou apaixonada por isso, talvez esses lugares que me fizeram tão apaixonada pela Europa. Morando sozinha, trabalhando, estudando, enfrentando o bom e o ruim, vivendo. Naquela hora meu copo estava meio cheio. Ele começou a fazer sentido pra mim. Tava tudo errado mas poderia estar tudo certo, era realmente questão de observar bem, com outros olhos. Eu percebi que sim, estava vivendo o meu grande sonho. Estou tão realizada. E foi ai que eu finalmente entendi a tal história do copo.. E que história! Beijinhos viajantes :)
1 note · View note
packyourc · 7 years
Text
Um cappuccino com chocolate, por favor.
Estava em um cafe conversando com a Ana Na verdade estávamos estudando enquanto apreciávamos as luzes de natal, uma sopa de legumes e um cappuccino que para minha infelicidade era daqueles com canela no lugar do chocolate. Estávamos lendo um romance para Semiótica, uma das matérias que não estamos entendendo muito sobre o que se trata apesar de já estarmos na época de provas finais. Na verdade, por mais que o ambiente seja super sugestivo para que apontem o dedo e digam que somos super nerds, estamos indo de mal a pior nesse primeiro semestre da faculdade de Comunicação da Universidade de Lisboa. Entre um capítulo e outro, olhei pela janela e crio aquele momento melancólico como se uma musica profunda tocasse ao fundo Estava genuinamente feliz. Pesar os pesares, que entre parenteses, não são poucos, mesmo. Dou aquele sorriso com os olhos que surge lá do fundinho do peito. Não tem muitos meses que tinha voltado da minha pequena aventura de meses descobrindo o mundo e estava indo para a Urca, estudar um curso de Administração, que sinceramente eu não sei onde estava com a cabeça quando escolhi. Na época era aquilo ou medicina, ou direito, ou engenharia. Mentira, sou libriana mas não louca, engenharia estou certa que nunca cogitei. Foram tempos difíceis para mim. Logo eu, tão feliz, estava realmente triste, perdida, desmotivada. Não sabia qual era o meu lugar, mas tinha certeza que não era aquele. E agora estou aqui, escrevendo esse texto da minha cama no meu novo endereço, um endereço que não tem papel higiênico, que tem algumas lampadas queimadas e que ficarão assim por algum tempo. Que tem umas louças para lavar, uma sujeirinha que foi delicadamente colocada embaixo do tapete e uma roupa que esta fazendo aniversario no varal -a Ana inclusive já acha que aquele virou continuação da minha mala- por que também não tenho armário, ainda. Se você pensa em sair de casa para longe, por qualquer motivo que seja, pessoas vão te dizer um milhão de coisas sobre seus novos sentimentos. Mas cada um sente de uma forma. Alguns gostam, muitos amam, uns voltam, outros acham bonito apenas nas costas alheias. Ir morar longe e sozinha sempre foi um grande sonho para mim. Sonhava com isso desde os tempos da escola, mas por diversos motivos não ia, dinheiro, insegurança, ou algum relacionamento.  Um dia, de alguma forma, eu vim parar aqui. Nesse exato momento, nessa janela, com esse """cappuccino"" e esse curso, que mesmo cheio de notas vermelhas, me completa. E não é fácil, para falar a verdade, de fácil não tem nada, só tem dificuldade. Mas como disse Humberto no último parágrafo desse livro "Quanto mais uma pessoa sabe, menos coisas deram certo para ela" E de tanto ralar eu aprendi que a felicidade não é um sentimento intocável e constante. Muito pelo contrário. A felicidade não está a um avião de distancia. A felicidade está na maneira como você enxerga o mundo, no outro lado da moeda, naquele que oposto ao que fala que outono é frio e úmido diz que ele também pode ser recheado de folhas vermelho-paixão e cafés cheios de opção com abóbora. E os felizes também têm insônia, ansiedade e dias que a cama cria mais forças que as próprias pernas. Os felizes também são tristes, e por saberem disso que são felizes. Os felizes não tem medo da felicidade. Eles a constroem se for o caso. Acho que a felicidade genuína está em enxergar até no feio, o belo. Depois desse debate, voltei a Semiotica... Podia congelar esse momento para sempre, Mas prefiro continuar, E achar outras felicidades genuínas por ai..
Beijinhos viajantes :)
2 notes · View notes
packyourc · 7 years
Text
Tumblr media
Bom, o texto de hoje, infelizmente, não é mais sobre mochilão…
Ele chegou ao fim, e para quem duvidou, sim, eu sobrevivi.. Ou quase.. Mas passo bem.. ou quase.. hahah
Durante minha viagem, escutei inúmeras vezes como seria difícil voltar pra casa e para a minha realidade depois da jornada.
Se eu achei que fosse ser complicado, foi um milhão de vezes pior.
Valeu a pena, e isso é incontestável. Mas eu sofri, ó se sofri…
Mas não estou aqui para falar disso, voltei, sofri, sofri mais um pouco, desisti do resto de certezas que ainda tinha no Brasil, arrumei novas certezas, e desisti delas também, abri mão das mesmas coisas, de outras coisas, de possíveis coisas, entrei num avião de novo, só que dessa vez eu só segurava a passagem de ida..
É Julia de 16 anos, eu realizei nosso sonho, eu consegui, eu me mudei, tô morando na EUROPA agora….
É Julia de 17 anos, eu realizei nosso sonho, eu consegui, eu achei uma faculdade que me encaixo, e não era que seria Comunicação, o que a gente sempre quis mas tinha medo de não ganhar suficiente?…. 
É Julia do futuro, você se fud**, vai ser pobre mesmo…
É Julia de 18 anos, eu realizei nosso sonho, eu consegui, eu sai de casa, eu sai de casa com 20 anos!!! Eu falei que iria conseguir né?!…
Mas eu ainda não tô aqui para falar de nada disso…
Tô aqui para contar o meu maior problema do momento, por que claro que, eu não iria chegar na Europa, em Lisboa, morando no Bairro Alto, num apê branquinho com uma sacada fofa, flores na mesa e vinho do porto sempre fresco na geladeira, dinheiro para comprar o Bacalhau com Natas mais saboroso da cidade e dar voltas por ai com minha Vespa verde-musgo e meu capacete off white né… Claro que não Julia de 21 anos!!!!! Acorda!!!
Você vai arrumar um quarto, no bairro mais longe do centro possível, um bairro assim meio imundo, que não tem sacada, mas tem uma janela ótima, janela essa que mais parece uma continuação do armário de tanta roupa pendurada que tem lá…
O trem de acesso vai ser ótimo também, é tão lotado que não vai te deixar ter saudades dos BRTs em horário de rush.. Europa e o metrozinho chique que você fica mexendo no celular?? Não querida, pra você é Trenzao da Massa mesmo.
Ah e é apenas um quarto também, nada de um loft só seu não, vai dividir apê. E Não, nada de galera da faculdade, amigas ou garotos gatos de cueca. Você vai dar a sorte grande de dividir apartamento com um casal de idosos. Tão idosos mais tão idosos que a soma da idade das pessoas da casa ultrapassa os 200 anos.. Bem vinda a Europa Julia, você vai morar num Asilo na Favela!
De todas as coisas estranhas que eu pudesse esperar da minha vida a um novo país, essa com certeza, não passou pela minha cabeça..
Eu moro com dois senhores, super mega religiosos, a casa é toda com temática de Jesus Cristo. O senhor, que é muito surdo, escuta a televisão no máximo até 1 hora da manhã… Já a senhora, liga a missa as 6 horas da manhã todos os dias, faça sol ou chuva, quer eu tenha prova, quer eu esteja de ressaca..
Mas o que me incomoda mais naquela casa, é que não importa o que eu faça fora do meu quarto, que é meu refúgio de tanta maluquice, é que o Seraphin, sempre vem atrás de mim, seja para analisar quantos pregadores eu estou colocando nas minhas roupas, ou se o fogo está mesmo ligado enquanto eu já estou no meio da receita, ou para gritar algo no meu ouvido, por que o surdo é ele, mas daqui a pouco também estou ficando… 
Outro dia a minha cama simplesmente desmontou, igual um quebra cabeças, ela se desfez inteira, aquela madeira pesada caindo no chão, e todo barulho que eu fiz para montar, era uma barulheira sem fim. A casa tava cheia, mas pergunta se alguém escutou algo?… Pelo o menos o meu proibidão eu escuto a lá vonte
No dia seguinte, quem desmontou foi minha mesinha, mas não vou nem começar a dizer que além de tudo, meu quarto também está desmoronando..
Eles são muito legais comigo, não quero falar mal, ou torto, são uns fofos mesmo, outro dia fizeram um almoço e até me chamaram para comer também.. O menu estava ótimo, tinha um puree de -algo que ainda não decifrei- mas vamos chamar de nada por que era o gosto que tinha. Tudo era bem sem textura mesmo, sabe como é, eu era a unica com dentes na mesa… Por cima do creme de nada botava-se um molho de camarão, que até estaria gostoso se não estivesse completamente congelado. Estava toda linda achando que tinha pescado o maior camarãozão mas não, era uma parte congelada do molho.. O pior é que ninguém deu um ai para esse detalhe.
Seraphin não tinha cozinhado, mas fez um suco para acompanhar. O que eu soube quando passei pela sala, por que as gotas avermelhadas da beterraba estavam espalhadas pelo teto de toda casa. Seraphin não deixou um canto sem o suco dele… Que por acaso também não tinha gosto mas eu sabia que as frutas estavam bem velhas por que ficou aquela gaseificação na bebida.. Foi um almoço interessante..
Mas a casa é bem limpinha até, arrumadinha. Claro, é bem enfeitada com tema religioso mas é cheirosa, pelo o menos se você ignorar o cheiro horrível de xixi que o Seraphin têm, esquecer de toda a roupa suja que ele esquece pelos cantos, e nao reparar quando ele usa o banheiro de porta aberta e sai ainda com a roupa arriada.. É cheirosa sim..… Ah tem umas dentaduras espalhadas pela casa, entre uma bíblia e um terço, mas pelo o menos elas são etiquetadas e colocadas em potes de cores diferentes, por que olhar pra elas enquanto toma banho, bebe agua, cozinha… tudo bem, mas confundir já é demais né?..
Gente, é um sonho mesmo morar na Europa! Tô realizada!!!! Valeu Julias do passado pela brilhante ideia! Tô amando!
Beijinhos viajantes :)
Beijinhos com dentes ok ;)
0 notes
packyourc · 8 years
Text
Buda & Peste (Parte 1)
Estava mais ansiosa do que nunca para conhecer a Hungria, acho que por que todo mundo dizia que Budapeste seria a minha cara e, realmente, eh uma cidade incrivel, apesar de que eu, infelizmente, tive uma das piores experiencias com lugares ate agora.
Para comecar a viagem ja comecou dando errado. Minha amiga Giovanna, com a qual estavamos fazendo uma pequena viagem juntas por uma semana, pegou uma super infeccao em Viena e teve que abordar missao e voltar para sua casa em Amsterdam e eu embarquei para a Hungria sozinha.
Chegando na Rodoviaria tudo certo, apesar de quando voce sai de um lugar tao rico como a Austria e percebe a diferenca para um pais mais pobre, onde a lingua eh impossivel e qualquer acao fica um tanto quanto mais complicada. Achar o caminho para sair da estacao foi um terror, placas e placas que nao te levavam a lugar nenhum e funcionarios que sabiam menos que voce. Mas ok, normal, coisas que minha terra me ensinou, nao importa o quanto voce nao saiba algo de um lugar, a maioria das pessoas que trabalha la sabem menos que voce, ou so nao querem te ajudar. Mas ok, cheguei no Hostel.
O Hostel ficava localizado em um predio bem antigo. As esacadarias longas e largas eram visiveis gracas ao fato da construcao ser vazada no meio. Roupas penduradas em varais esticados de um lado a outro daquele largo e sujo predio. Um elevador, tao novo que nao combinava com a arquitetura estilo Leste Europeu, te levava a cobertura, onde o Hostel mais baguncado se encontrava. A vibe era unica, as pessoas estavam em festa naquele lugar que mais parecia - casa de praia so com os amigos em feriadao - ou, o que pensei, era que estava numa verdadeira Republica de Universidade Americana. Pessoas descalcas e fantasiadas, roupas e malas espalhadas, os quartos estavam abertos e ninguem se importava, a recepcao? Onde fosse mais agradavel de trocar informacoes e assinaturas. Era sexta feira as 7pm, todo mundo ja estava bebendo e se preparando. Encostei minhas coisas em uma cama pequena num quarto misto com mais 9 pessoas. Fui para a sala, em 10 minutos fui convencida a ir no Pub Crawl (Para quem nao sabe “pub crawl” eh uma especie de rodizio de bares onde voce vai de bar em bar com um grupo e normalmente ganha descontos ou bebidas de graca e aproveita para conhecer todos os bares mais legais da cidade na mesma noite) Como eu so tinha um final de semana, resolvi me aventurar. Experimentei uns drinks locais e pronto as 8.30pm eu ja estava mais pra la do que pra ca.
Admito que dos 8 bares que fomos eu so lembro mesmo de 4. 
No segundo algo bem diferente aconteceu. Reencontrei uma menina que eu conheci enquanto estava na Grecia, 2 meses antes disso e juntas encontramos um outro garoto, o qual eu conhecia de um hostel da Suica, e ela, o conhecia de um lugar no meio da Eslovaquia. Coincidencia nao?
Passei por diferentes lugares naquela noite. Festa punk, indie, pop, rock e eletronica, bares cult e alternativos e alguns basicos com musica ao vivo. O ultimo foi o mais marcante, parecia um daqueles pesadelos onde nada faz sentido, cabecas de porcos gigantes e coelhos pendurados por todo lado, estava em um dos famosos bares ocupados em um predio abandonado, bem famoso em Budapeste e bem tenebroso pra mim... Cada sala tocava um tipo diferente de musica com pessoas completamente diferentes. Comecei a retomar a sobriedade quando um de nossos amigos se meteu em uma confusao com os segurancas e eu e mais outro fomos ajudar. Acabou que nao ajudamos em nada e nos perdemos do bando. Resolvemos voltar pro hostel, eu, um australiano e um dinamarques muito bebado que pediu ajuda no caminho. Eu nao fazia ideia da onde estava e ja eram 6am. A cidade para mim ficou marcada pelo que eu me lembro daquela noite, pessoas loucas e felizes andando por ruas antigas e mal cuidadas porem com um brilho unico.
A noite foi conturbada. Uma menina em nosso quarto estava muito doente e tossia sangue a noite toda. Um bebado tambem resolveu vomitar da cama de cima diretamente nas malas da menina da cama de baixo. O cheiro e o odio alheio contaminaram o local em razao de minutos. Impossivel de dormir.
No dia seguinte acordei, claro, pessima. Resolvi, mesmo assim, fazer um Free Walking Tour com umas meninas do hostel. O passeio durou cerca de 3 horas e foi bem produtivo, conseguimos ver boa parte de Buda e de Peste (para quem, como eu nao sabia, sao lugares distintos) No final, a moca responsavel pelo tour nos indicou umas comidas tipicas da regiao e nos fomos ate um Christmas Market de rua experimentar.
Tudo naquela cidade era muito barato e com pouco mais de 3 euros comprei uma especie de pizza feita de batata e frita na gordura animal, com um molho de alho e bastante queijo, Eu juro por Deus que eu nao sei por que eu comi aquilo. Nao tem como nao ser uma delicia e nao tem como nao ser uma bomba pro estomago de alguem que nem fritura direito come. Dito e feito. Ja voltei pra casa me sentindo torta, naquele estilo “pisa e arrota”. Desculpem a quantidade de detalhes.
Era sabado a noite, todo mundo pronto pra ir pra festa nas piscinas Turcas, muito famosas em Budapeste. Eu decidi ficar em casa, nao estava bem. Demorou pouco para meu organismo virar uma bomba atomica contra mim. Nunca senti uma dor de estomago tao forte na minha vida. Por volta de meia noite comecava a febre, de 3 em 3 minutos eu tinha contracoes tao fortes que achei que estivesse parindo. Nao que eu ja tenha passado por essa situacao. Foram horas e horas de tortura. Nao consigo esquecer dos momentos em que um grupo de espanhois bebados chegaram da festa e resolveram cuidar de mim. Eu ja estava semi nua, suando frio e vomitando sem parar e minha unica salvacao eram alguns loucos sujos que mal conseguiam andar me ajudando como podiam. Socorro!
Dormi da maneira que pudi depois de tomar uns remedios que eles me deram. Lembrando que eu tenho alergia a diferentes componentes quimicos, fui na cara e na coragem por que naquele momento nada mais poderia me destruir. Deu ate que certo e eu descansei por algumas horas.
1 note · View note
packyourc · 8 years
Photo
Tumblr media
Eu queria fazer uma tatuagem da viagem. Queria por que queria botar na pele qualquer coisa que me lembrasse esses meus últimos passos e sentimentos. A vontade já tava ha algumas semanas mas eu -como boa librina- estava cheia de dúvidas e incertezas. Ontem eu recebo a mensagem, vou realizar meu sonho e ir pro país que eu mais quero conhecer, a Italia. Tive que comemorar, sai com uma amiga argentina pra fazer apenas uma tatuagem. Entramos na primeira lojinha que vimos, ela tava se preparando pra fazer um piercing e eu falei "quer saber quero fazer uma tatuagem agora". Subi até o andar da tattoo e me deparo com a única pessoa disponível, uma italiana. Disse que queria uma palavra e juntas mais ou menos bolamos algo e eu sentei pra fazer. Durante todo o processo eu contei das tatuagens que queria fazer, principalmente essa como um símbolo da mulher forte e empoderada. Ela começou a falar sobre sua mãe e eu claro, comecei a falar da minha. Pra quem não sabe a minha mãe é daquelas melhores amigas sabe?! Entre nós duas não tem nenhum segredo ou vergonha. Ela conta comigo da mesma forma que eu conto com ela, até por que eu cresci tendo basicamente ela como base pra qualquer coisa, sempre foi assim, eu e ela contra o mundo. Nos brincamos e brigamos o tempo todo, nosso maior problema é sermos completamente iguais, e não tem ninguém que negue - sei que ela vai ver isso, droga- mas ainda bem que eu sai assim. Ainda bem que eu sou assim, fruto da minha maior musa. Voltando pra tatuadora eu contei que minha mãe também viaja muito, ela trabalha no exterior e vai pra fora o tempo todo, quando eu era criança eu sentia muita falta, mas sempre entendia e prezava pelos presentes, mas que hoje eu sempre a acompanho como ajudante e companheira e que nós fazemos tudo juntas. O papo foi fluindo, disse que tínhamos muitas ambições juntas, que queríamos viajar por muitos lugares ainda, e que por mais que a vida tenha nos presenteado com dois garotinhos e um pai, eu sinto que o nosso laço nos permite termos essa vida assim eueela elaeeu. Contei do trabalho que ela faz e como eu a acho incrível, como ela carrega peso, mexe com iluminação, com imagem, fala inglês, fica sem comer pra trabalhar, anda com malas e malas na neve e faz tudo isso de salto alto, por que uma das coisas que a gente tem de diferente é a altura. Passei a tatuagem inteira falando dela, sem nem perceber. Quando a italiana já tava nos últimos procedimentos, limpando e botando o curativo ela termina com um "Realmente a sua mãe é sua ídola né?!" acho que nem precisei falar nada, o sorriso que nasceu dizia tudo. Puxa, minha mãe é o máximo!!! Falei dela com tanto amor que a tatuadora não aguentou e disse que tatuaria esse símbolo sem cobrar nada. Tai, minha tatuagem pra minha mãe e pra todas as mulheres que são além de tudo, mulheres! Te amo, mãe Beijinhos viajantes :)
2 notes · View notes
packyourc · 8 years
Text
O Aeroporto
Da série experiências únicas vem ai: O Interminável Aeroporto de Londres. Não sei se eu desejo nunca mais passar por ele mas é Londres né.. Coração desse país tão foda chamado Inglaterra. Mas vamos a parte que realmente interessa: Como eu fiquei presa por 8 horas em Heathrow
Era pra ser só mais uma viagem normal, estava chegando da Croácia aonde trabalhei por algumas semanas e iria passar duas noites com uma amiga em Londres e depois seguiria pra Manchester, onde iria passar o natal com um amigo e a família. Pra falar a verdade eu já nem estava tão preocupada com a imigração, já é algo tão frequente agora que eu nem dei tanta bola, por mais que fosse a Inglaterra eu não estava preocupada mas mesmo assim pedi o endereço certinho e todos os dados do meu amigo pra botar no formulário de entrada. Chegando na minha vez, me deparo com uma policial mulher de 20 e poucos anos, relaxei, achei que por ser mulher e nova não iria encrencar tanto comigo, que erro. Ela seria então o the monio das próximas horas na minha vida. A conversa começou mais ou menos assim: - Então Julia, o que você veio fazer aqui no UK? - Bom eu vim passar o natal com um amigo e depois pretendo viajar um pouco. - Entendi, e esse seu amigo é seu namorado? - Não, ele é só meu amigo. - E onde o seu amigo tá agora? - Ele ta na suíça mas chega amanhã em Manchester e eu vou pra lá encontrar com ele. - E você vai passar o natal com a família dele e os pais dele deixaram uma NAO-namorada passar o natal junto? - É, sim, deixaram - E o que o seu amigo faz aqui? - Bom, ele é inglês - SEU NAMORADO É INGLÊS???? Pronto, depois dessa mágica informação o mundo deu uma pirueta e pareceu que o maior problema do mundo era uma brasileira se relacionando com um inglês e cada pergunta depois disso vinha com um ar sarcástico e raivoso ao mesmo tempo - E você por acaso vai dividir o quarto com seu amigo? - Bom, acho que sim. - E vcs vão dividir a mesma cama???? Depois dessa eu não me contive e dei uma risadinha. Acho que por estar nervosa demais ou por achar muito ridículo o que estava acontecendo. - É, talvez, não sei. Acho que sim, seila - Julia, acho melhor você não rir e falar a verdade. Esse garoto é seu namorado. E você está convidada a fazer uma entrevista pra entrar no país. QUE????? Como é que é????? Eu gelei né. Não tava entendendo mais nada e não sabia o que eu tinha falado de tão errado pra ela. Mas ai que tudo começou. De imediato eu sentei em um conjunto de cadeiras perto da Imigração, podia ver todos e estava perto dos policias. Naquele lugar eu fiquei por uns 40 minutos. Do meu lado uma mãe e filha da Arabia Saudita e uns jovens Japoneses, ninguém falava inglês, o que deu total liberdade para os policias comentarem da vida alheia como se ninguém os entendesse. Mas eu entendia. Infelizmente. Era claro o preconceito que rolava por ali, o assunto era sobre uma garota que tinha “cara de que não foi pra viajar” era “jovem e viajante” tava na cara “de que queria algo a mais”. Prostituta eles deduziram. Fudeu eu pensei. Não era sobre mim, mas tinha tudo a ver. Depois de 30 minutos a fofa que me barrou passou por trás de mim, deu um tapinha no meu ombro e disse com um sorrisinho sarcástico no rosto: - Você sabe o que está acontecendo aqui? Hoje você não vai entrar no UK, estamos verificando se te mandamos de volta pra Croácia ou pra sua casa. Onde é a sua casa? Me tremendo inteira: - Minha casa é no Rio. -É, bem capaz de você voltar pro Rio hoje. Filha da P**a!!!! A mulher encrencou comigo como se o garoto fosse namorado dela, foi raiva de inimiga. O pior sentimento do mundo nasceu em mim, estava completamente perdida, achei que fosse perder metade da minha viagem e só conseguia pensar em chegando no Rio 3 meses antes. Depois dali fui pra Delegacia. Lá eles me revistaram inteira e pegaram todos os meus pertences. Trancaram meu telefone e até meus casacos. Durante todo o processo eu tive que assinar milhões de formulários e a cada assinatura eu tinha certeza que tava assinando minha volta pra casa. Pensei em chorar milhões de vezes, mas não chorei nenhuma. Entrei numa espécie de cela com outras pessoas. Exatamente como em filme, tinham dois colchonetes no chão, um banheiro de metal uma mesa pra refeições e cadeiras. O clima era o pior possível. A sala era revolta por vidros onde policias ficavam te observando. Medo. Me ofereceram água e um telefonema. Pra quem eu iria ligar né. - Posso ligar pro Brasil? - Não, só pro UK Ah ta, ótimo, então se eu tivesse voltando pra casa eu não poderia nem avisar a minha mãe pra me buscar no aeroporto, não, não poderia. Não liguei pra ninguém e guardei minha ligação. Depois de uma hora ali dois policias me chamam. Hora do book. Fui pra uma salinha onde tiraram milhões de fotos minhas, todas as minhas digitais e o mais bizarro, pediram pra que eu olhasse pra uma câmera por uns 5 minutos pra que eles pudessem verificar se eu fiz algo de errado na Europa nos últimos meses. É um Big Brother da vida real. Eles sabem tudo sobre você, tudo. Assinei mais documentos e voltei pra cela. Mais uma hora e outros policias me chamam, dessa vez inspeção de bagagem. Sem sacanagem, até as minhas calcinhas os caras revistaram. O pior, numa mesa por onde todas as pessoas passavam. Minha vida tava ali toda jogada pra quem quisesse ver. Horrível. Abriram meus cadernos e anotações e tiraram cópia de tudo, Inglês, Português, qualquer coisa os caras tem com eles agora. E claro, fazendo perguntas de todas as minhas coisas. “o que é isso?” - Um batom, um sutiã, um iphone, uma calça jeans, uma go pro… Voltei pra cela. Mais uma hora. Os mesmos policias me chamam. Hora da entrevista. Pega uma água por que vai demorar. Ta com fome? Melhor comer por que vai demorar. “Não, to bem”. Bom, eles avisaram que iria demorar. e demorou. O mais incrível é que todas as salas e lugares que eu ia eu passava pelas pessoas e me sentia a completa terrorista. Todo mundo me olhava como se eu tivesse com uma bomba no pescoço. Entrei naquelas salas de filme de ação. Uma mesa pequena, duas cadeiras, uma de frente pra outra, um policial e sua xícara. A única diferença era que na xícara tinha Tea e não café americano. Que comece o interrogatório!!!! Por três horas o cara secou a minha vida inteira, escrevendo detalhe do detalhe do que eu falava, depois da 4 página eu não sabia se tava falando inglês, português ou alemão. Eu não menti em nada, mas no final falaria o que quisesse pra ir embora dali. Foi a situação mais estressante que eu já passei na minha vida. O inglês britânico do cara, combinado com as perguntas invasivas e o pensamento de que eu iria embora pra casa, o mix de sentimentos, eu não sei como aguentei, mas aguentei. Voltei pra cela mas calma. Ou exausta demais. Esperei enquanto me deram um frango de microondas com arroz e pimenta e uma colher de plástico. Tava com tanta fome que nem senti o gosto, ou nem tinha gosto mesmo, seila. Me chama de novo. Entregam meu passaporte. Estou LIBERADA! Que? Meu filho, como assim eu posso entrar? Isso tudo pra que??? “Bom Julia, vimos que você é apenas uma viajante e tem dinheiro suficiente pra se manter e tem apenas um amigo aqui então decidimos liberar você pra entrar no país mas saiba que você esta em nosso sistema e toda vez que tentar entrar novamente terá que explicar sua situação” Meu filho que porra de situação é essa? Vcs são tudo louco? Mas enfim, peguei minhas coisas e sai correndo o mais rápido que pude. Eu tinha entrado no UK!!!!!!!! E daqui eu não saio mais por que foi difícil demais de entrar hahaha Um beijo especial a mulher da imigração. Beijo querida.
Vai que eles ainda estão me observando né seila. De qualquer maneira, eu vou sair sim!!!! É brincadeirinha!!!
😉
Obs: a dica de hoje é: SEMPRE fale a verdade, por que eles sempre dão um jeito de descobrir!!!
Beijinhos viajantes :)
3 notes · View notes
packyourc · 8 years
Text
O que eu fiz pra ficar 7 meses na Europa?
Esse foi um dos principais obstaculos da minha viagem. Acredito que muita gente tem duvidas sobre isso tambem, afinal, como fazer para ficar 7 meses na Europa sem ter nenhum tipo de visto, passaporte ou afins?
Acontece que existe um acordo chamado: Acordo de Shengen que nos possibilita fazer umas malandragens e extender a estada por mais de 3 meses dentro do antigo continente.
Funciona basicamente assim:
Existem paises dentro do Acordo de Shengen e existem paises fora dele. Dentro do acordo um turista pode permancer um total de 90 dias entre 180 dias, da maneira como quiser, ou seja, dentro de 6 meses voce tem a liberdade de ficar 3 meses nesses paises, da maneira que achar melhor, 3 meses corridos, 2 meses e depois 1 mes com intervalo, 5 dias e depois 85.. it’s up to you! Depois dos 6 meses, tudo recomeca.
Nos paises fora do acordo funciona do mesmo jeito, 3 meses dentro de um intervalo de 6.
Atualmente, são 25 países participantes: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Islândia, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Noruega, Polônia, Portugal, República Tcheca, Suécia e Suíça. Quatro novos integrantes permanecem em fase de implementação: Liechtenstein, Bulgária, Romênia e Chipre
Tumblr media
Poise, sao muitos paises que fazem parte do acordo, mas tambem existem varios paises fora desse acordo onde voce pode passar o tempo restante 
Tumblr media
OBS: Para a Inglaterra que deixa voce ficar 6 meses dentro dela sendo muito feliz tomando cha e apreciando os inglese... Big Ben ops ;)
E voce Julia, o que voce fez da vida?
Como uma boa humana normal com apenas um simples passaporte brasileiro na mao eu tive que obdecer direitinho esse acordo... E a minha dica e: Obdeca tambem porque eles cobram sim! Ate nos paises que voce acha que ninguem vai reparar... O problema maior nao e nem ser deportado (se for apenas pouco tempo) mas voce pode levar uma multa e nao eh legal ne?!
Eu curti bastante meus tres meses dentro do acordo e depois de tres meses fugi pra linda e maravilhosa Croacia, depois devo passar dois meses pelos paises do UK ate poder entrar de novo na Europa em si...
Ahh mais uma observacao importante: Para entrar dentro dos paises do Acordo de Shengen voce deve ter um seguro saude que cubra, no minimo, 30 mil euros. Que na minha opniao eh o minimo que se deve ter para viajar, principalmente sozinho, pela europa. O meu seguro cobre 100 mil euros. Mas nao se assuste, isso nao significa que eu paguei tudo isso pelo seguro ok?! :S
“ Umas das principais determinações do acordo é a obrigatoriedade da contratação de uma Assistência Seguro Viagem que contenha cobertura mínima de € 30.000 para garantir a execução do auxílio médico em caso de doença ou acidente, valor estipulado por atender todos os países pertencentes ao tratado. “
Beijinhos viajantes :)
2 notes · View notes
packyourc · 8 years
Text
Uno Risoto pra five, s'il vous plaît
Outro dia eu mandei uma foto pra minha mãe enquanto jantava. Eu, um croata, um coreano, um irlandês e um americano, dividindo um risoto que todos nós teríamos feitos, juntos. Eu sei que é clichê falar o quão maneiro é conhecer pessoas novas ou, quantas pessoas novas você vai conhecer pelo caminho. Vai por mim, triplica o número que você pensou. São muitas, e todas, com uma carga enorme de histórias, pensamentos e lições pra te passar. Acho que já dividi refeições com o mundo inteiro. Dividi passeios, selfies, free walking tours, baladas, bebedeiras e estradas com mais países do que eu imaginava. Conheci um pouco de muitas culturas. Gostei e rejeitei lugares, que ainda não visitei, só pelas pessoas que conheci. Eu achei que fosse me formar alguém melhor, ou diferente. Acho que não é isso que acontece. No final, não somos nós quem construimos nossas características ou moldamos nossa personalidade. Somos o fruto de pedaços pequenos de cada um que já cruzou nosso caminho. Esses, herdeiros de carácteres de terceiros e por aí vai. As pessoas são como quebra-cabeças, as peças se misturam e se encaixam com mais de um tipo, ou não se encaixam com nenhuma, ou "tentam" se encaixar até percebemos que outra cabe melhor naquele espaço. E essa é a melhor parte. Sabe quando você tenta forçar uma pecinha dentro de outra, porque, pra você, naquele momento é tão óbvio que tá certo ali. Mas ai passa o tempo, você encaixa outras peças no lugar, amadure o quebra cabeça e percebe, que na verdade, aquela peça não fazia o menor sentido ali. Era uma peça perdida de um outro jogo, que nem era seu. E outra encaixa melhor. Assim somos nós, em eterna metamorfose, em eterno crescimento, buscando em nós uma solução que talvez só encontremos em outros. Não da pra se conhecer perfeitamente sem conhecer mais do que o mundo te mostra na sua rotina. Aquela frase "é preciso se perder pra se achar" nunca fez tanto sentido. Quem nunca, por vez ou outra, misturou todas as peças, pra achar outro jeito de completar seu próprio, quebra cabeça? Talvez a graça de dividir o mundo com o desconhecido é que nem somos tão diferentes entre si, afinal, como é possível ficar amigo de alguém que você, tem a certeza, que só vai conhecer por 15 horas. Ou 2 horas. Ou 3 dias por que coincidiram os dias no Hostel. Nossas peças se encaixam. Seila, ainda acho o máximo me juntar a um grupo de pessoas que não tem, absolutamente, nada em comum, começando pelo país de origem, e mesmo assim, podem se completar tanto. Ou não. Ou pelo menos até encontrarem alguém que as complete mais. Beijinhos Viajantes :)
2 notes · View notes
packyourc · 8 years
Photo
Tumblr media
Vamos falar sobre amor? Sim, eu sei que esse é um blog sobre dicas de viagem. E talvez eu nem seja a melhor pessoa pra falar do assunto, afinal, pelo que eu me lembre só passei 3 vezes pelo sentimento de "acho que o mundo vai acabar" por causa do amor. A primeira vez, foi com certeza, com os meus 11 anos, quando minha mãe não deixou eu ir no show dos Jonas Brothers no HSBC Arena sozinha com umas amigas. Eu chorei no quarto por 2 dias inteiros sobre o pôster do Joe Jonas, em uma foto do filme Camp Rock. Incrível como eu era louca por aquele cabelo de chapinha, hor ri vel! Mas enfim.. A segunda vez, se eu me lembro bem, foi no meu primeiro "namoro". Eu tinha 13 anos, uma retardada. E briguei sério com a minha mãe (vem sempre aqui, senhora?) por que ela achava que eu não amava meu namorado de verdade (e nem amava mesmo.. 😂) Eu gritava pela casa que iria fugir e me mudar com meu namorado... O namoro durou, no máximo, uns quatro meses. E a única coisa que restou foi um boletim bem lixo dessa época em que eu estava muito "rebelde". Pré-adolescência é um inferno na terra! A terceira vez, nem tem tanto tempo assim, e foi fruto de uma pessoa que eu realmente gostei. Talvez a mais séria e com certeza, a que mais me trouxe lições. Tava falando com uma amiga pelas redes sociais e ela me contou da sua primeira e grande paixão. Enquanto ela me contava o quanto foi doloroso e talvez, triste, eu achava aquilo lindo. O quanto é adorável se apaixonar? Não quero cair no mérito de falar que somos a geração perdida, que não sabemos mais amar e demonstrar sentimentos. Acho que, de certa forma, isso pode até ser verdade. Mas, também da pra amar pelo whatsapp. O amor, aquele que arde dentro da gente, que nos faz vivos e humanos, é muito mais forte do que uma geração "desapegada" e ainda mostra o ar da graça por ai... Na minha viagem, eu já escutei tudo que é possível sobre o amor. Gente que viajou por que se machucou por amar demais, gente que viajou pra tentar amar alguém, gente que viajou com o seu amor. Pra mim, o amor move tudo, nós vivemos, crescemos, procuramos emprego e até escolhemos nossas roupas por causa do amor. Seja a causa que for! Das lições que eu já tomei nota nessas minhas duas e bem vividas, décadas é que, primeiro, o amor só vem pros distraídos, pros que já se perderam no amor próprio e podem regar outra pessoa com a sobra do seu próprio sentimento. Outra, e muito importante, é que não importa a história, o tempo, ou qualquer detalhe que seja, ninguém é obrigado a amar outra pessoa, e talvez com toda uma história o amor acabe, ou, com quase nenhuma, ou tempo "suficiente" o amor surge, forte e poderoso. De histórias de amor, sempre sobra algo bom. Se não for sentimento, é lição pra alma. É crescimento, experiência. Cada um passa por você deixando um pouco dele e levando um pouco de ti. Então, tente sempre dar o seu melhor e colher o melhor que puder do que melhor que tiver. E nunca, nunca canse de se apaixonar, nunca ache que o amor é "suficiente". Ame muito e se apaixone mil vezes mais! Sufocante, triste ou lindo. O amor sempre vale a pena... Tô achando que tô apaixonada, não é possível.. Hahaha Beijinhos apaixonados e viajantes :)
6 notes · View notes
packyourc · 8 years
Photo
Tumblr media
Munique. Alemanha. 28.10.16
1 note · View note
packyourc · 8 years
Quote
Mas vai bater a saudade, a solidão, a tristeza... Ah menina, você é tão livre! Livre, livre, livre! Seja feliz pra você, seja forte, menina você é tão livre! Seja livre!
4 notes · View notes
packyourc · 8 years
Text
Passaporte
É sério, qualquer deslize numa viagem pode ser um GRANDE obstáculo. Ontem eu passei pelo maior susto e desespero da minha viagem, e também, da minha vida: perdi meu PASSAPORTE. Sim, eu sou daquelas que "só não perde a cabeça por que ta grudada" mas o meu problema não é perder, e sim, esquecer, eu esqueço TUDO!! Bom, era uma tarde e eu sai pra dar uma volta com o meu amigo (onde estou passando uns dias em Erlangen na casa dele) e botei meu passaporte NO BOLSO. ---> Eu comprei 57 modelos diferentes de doleiras e pochetes mas nesse dia eu resolvi que seria tudo bem botar no bolso. Erro GIGANTE. Chegando no local, passei a mão no bolso e pensei "nossa esqueci meu passaporte em casa". Retardada. Quando voltamos pra casa fui separar as coisas para sair e dei falta dele, aí já era tarde demais. Depois se revirar a casa toda percebi, tinha perdido o passaporte. Nessa hora eu já tava pirando completamente, era tarde e as ruas já estavam escuras e vazias e FRIAS. Voltamos por todo o caminho que fizemos com a lanterninha do celular atrás do passaporte. Nada adiantou. Enfim, era hora de pensar já em tirar outro, visto que, segunda eu já estaria indo embora de Erlangen e em 10 dias eu saio do país, precisava de um passaporte pra sair e entrar da Alemanha. No Google a gente acha de tudo, gente falando que tem que voltar casa (tive um leve infarto), gente que fez em 10 dias úteis, gente que tirou na hora. De qualquer forma teríamos que ir no Consulado Brasileiro ver qual vai. O mais perto daqui fica em Munique, cerca de 3 horas de trem. Tranquilo. Sobre o que eu aprendi dessa lição é que: 🖌O PRIMEIRO passo é ir na delegacia mais próxima fazer um B.O. O consulado só aceita um pedido de outro, com o B.O. em mãos, e alem disso é muito importante ir lá e dar seu número e endereço caso algum anjo ache pra você e devolva em algum posto ou na polícia mesmo. 🖌O consulado brasileiro pede algumas coisas: 🍌Você tem que entrar no site e fazer um "cadastro" com seus dados pedindo um outro passaporte. 🍌Cada consulado pede um formulário próprio, mas acredito que em todos, assim como o de Munique, você pode preencher lá na hora mesmo. 🍌 Prepare-se para desembolsar pelo o menos €120 euros mas todos os gastos como foto, etc.. (ou $120 dólares) 🍌Documentos aleatórios que você nunca vai levar para uma viagem também são necessários, E TEM QUE SER OS ORIGINAIS: Carteira de identidade, (e motorista se tiver), Certidão de Nascimento, e TÍTULO DE ELEITOR (porque eu acredito que TODO mundo viaje com o título em mãos né?! 😒). Caso você não tenha eles vão pedir que mande entregar pelos Correios Eu não tinha nada disso em mãos 🙃 mas a minha mãe viria me encontrar e já estava pronta pra trazer pra mim. 🖌Ah, segundo o pessoal do consulado da Alemanha, varia muito o tempo de espera para ficar pronto, então pode ser que mude os planos da sua viagem. Se você precisar de um visto para estar no país, aí é pior ainda... Mais burocracia e mais tempo. Mas acredito que em dias que o sistema está funcionando o passaporte pode ficar pronto até no mesmo dia.Lembrando que é o sistema Brasileiro e não Alemão (vulgo, é uma merda) as coisas variam muito. Depois de um dia inteiro de muito estresse e descabelamento e muita cerveja alemã. A polícia me liga dizendo que acharam meu passaporte. Em outra cidade. Mas acharam!!! Vocês não imaginam a minha felicidade né. Tive que comemorar muuuuito ontem 😂👌🏼 Beijinhos viajantes :)
2 notes · View notes
packyourc · 8 years
Text
Sobre mochilão: a Mochila
Muitos amigos tem me perguntado sobre qual mochila eu uso ou sobre como escolher uma mochila. Bom, a minha mochila é fruto do primeiro mochilão do meu pai, então nenhum dos dois sabe mais a precedencia dela, a unica informação que eu sei é que trata-se de uma mochila de 80L
Tumblr media
Mas vamos por partes…
Primeiro. Por que uma mochila?
Bom, acho que com certeza é a forma mais facil e pratica de se viajar. Imagina andar por ruas esburacadas ou entrar em trens lotados como uma mala 29, bem dificil.. Por mais que as rodinhas tirem o peso das costas, não vale a pena, até por que, principalmente na europa, muitas empresas aéreas cobram pela mala a parte e uma mochila leve e pequena diminui seus gastos…
Ta, e o tamanho da mochila? O que que são esses “L”?
O L significa litros e mede o quanto uma mochila pode carregar. As mochilas de dia-a-dia vão até 35L. As mochilas de viajem vão de 45L até mais de 80L e o ideal é medir o tamanho da sua pelo seu peso, altura e pelo tempo que você vai viajar. De nada adianta uma mochila enorme, para botar varias coisas se é impossivel de carregar.
A melhor coisa é sempre optar pelo menor tamanho possivel, para evitar pesadelos na hora de arrumar e desarrumar. Lembrando que faz parte da experiencia repetir a roupa 50 mil vezes até rasgar, nada de luxo e muuita aventura.
Os acessorios das mochilas…
Bom, na minha humilde experiencia mochilas com um numero grande de compartimentos é a melhor opção ja que facilita muito na hora de organizar e guardar diferentes tipos de roupa para diferentes estações.
Mochilas menores que são acoplavéis também são uma boa ideia, ja que elas te facilitam no dia a dia e no dia da viajem também. Eu uso uma outra mochila e a carrego no peito, muitos mochileiros fazem isso, mas sinceramente é muuito peso e eu me enrolo muuuito com isso.
Tumblr media
Capa de chuva, sim, perrengues são parte crucial do processo e eles acontecem com mais frequência do que você pode imaginar, e não é tão legal ter todas as suas roupas molhadas, a boa é adquirir uma… Se a sua mochila não tem, lojas como a Decatlhon vendem para qualquer modelo.
Para mim, mochilas que abrem ao meio são especiais. Uma amiga que eu conheci viajando tinha uma e sério para mim é perfeita, muito mais facil de lidar, evita tirar tudo da mala o tempo todo e é muuuito mais facil de arrumar…
Tumblr media
Bom..
 Com certeza não sou uma expert em mochilas e na verdade entendo muito pouco das tantas coisas que uma mochila tem, sou bem perdida. Mas acho que para viajar essas informações são suficientes para não passar tanto sufoco. Vale lembrar que quanto menos coisa você levar maior sera seu prazer e menor sera sua dor nas costas e seu mau humor durante os trajetos…
Beijinhos viajantes :)
4 notes · View notes
packyourc · 8 years
Text
Dia dos refugiados
A historia com os refugiados esta cada vez se tornando maior, principalmente aqui na Suiça onde eles não podem “mandar os refugiados embora do pais” por causa dos Direitos Humanos locais.
Eu sempre me interessei por projetos sociais e trabalhos voluntarios, no Brasil eu ja ajudei em alguns locais e antes de viajar, trabalhava na pediatria do Miguel Couto divertindo e brincando com as crianças. Alguns dias atras descobri pelas redes sociais que a cidade onde eu moro abriga algumas casas para refugiados, hoje eu tirei o dia para ir visitar uma delas.
Foi super dificil encontrar a casa, as pessoas locais não sabiam onde ficava e pela primeira vez foi dificil me comunicar apenas com ingles. Cheguei no local e piorou, os refugiados quase não falam inglês ou espanhol, apenas linguas locais para eles. A sorte foi que um dos voluntarios falava inglês e me ajudou, me contou como funcionava aquele tipo de casa e me contou algumas curiosidades que eu vou compartilhar aqui:
A maioria dos refugiados daquela casa vieram de um pequeno pais da Africa e claro, Siria. Mas, o interessante é que refugiados de cada pais vão para um mesmo pais, a principio. Então, por exemplo, a Alemanha abriga a maioria dos sirios, enquanto a Suiça é a principal rota de fuga dos africados da Eritréia.
Dentro da casa, eles tem 10 aulas semanais de alemão na qual os proprios voluntarios lecionam, muitos também tentam estudar e ir para escolas de refugiados
Na Suiça muitos deles tiram o Visto “B” - um visto para Refugiados aceitos e que podem morar no pais, também os da o direito de trabalhar por algumas horas diarias.
Dentro da casa, eles são responsaveis por cuidar de tudo, a limpeza de todos os comodos, o preparo das refeicoes, e todos seguem uma escala com horarios a serem cumpridos. Muitos também fazem pequenos trabalhos na vila ao redor e assim acrescetam a renda.
O governo oferece 1.500 francos mensais para a sobrevivencia de cada um e os custos da casa são também por conta do governo. Além disso, eles tem o direito de morar em apartamentos oferecidos também pelo governo, mas existe uma lista de espera e todo um processo burocratico. Quem esta na casa automaticamente ja esta esperando pelo seu proprio apartamento
Um dos maiores problemas enfrentados pelos refugiados é o fato de que aqui eles perdem todas as conquistas que eles alcançaram em suas terras natais. Um pai de familia da casa costumava ser um importante advogado no Afeganistão e a familia tinha um bom estilo de vida, mas aqui sua experiencia e diplomas não são similares então ele não pode mais exercer e nem trabalhar com nada que se especializou e a familia agora, vai enfrentar grandes problemas. Um dos problemas de não conseguirem emprego aqui, é a falta de conhecimento da lingua, por isso o governo ajuda nesse quesito
Não é so a guerra que “expulsa” pessoas de seus paises, muitos homens africanos fogem por serem obrigados a servirem ao exercito. Os soldados tem péssimas condiçoes de vida  alem de serem obrigados a praticar torturas com seus proprios colegas. É complicado até para os paises europeus entenderem o que acontece com eles... muito sofrimento
Existem muitas complicaçoes para os paises que os recebem também, além dos altos custos, da inesperada massa de gente entrando e etc, a dificuldade de arrumar emprego torna os muito pobres, por isso também, muitos se envolvem com drogas. De uns tempos pra ca, o numero de viciados cresceu bruscamente e os paises não sabem mais como lidar com isso.
É muito dificil de explicar como eles chegam aqui, os refugiados abandonam tudo que tem e na maior parte dos casos saem de suas terras sem dinheiro nenhum. Alguns pegam onibus, barcas e trens, tudo de forma ilegal. Ninguem sabe como exatamente, até andandos por todos os paises eles vão so para fugir daquela realidade
É com certeza uma historia muito triste, eu não tive a oportunidade de conhecer muitas familias pelo respeito a privacidade deles, mas alguns rapazes estavam almoçando e acabei me juntando para pão com um molho de peixe, carne, chilli, tomate e pimentas locais, um tipico prato africano... Não posso dizer que foi a minha melhor refeição, mas valeu a experiencia...
Ahh... existem varios locais que aceitam doaçoes para quem se interessar, aqui na Suiça o principal é o www.caritas.ch
Beijinhos viajantes ;)
3 notes · View notes