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Ritual Noturno

Venha até mim enquanto o mundo está adormecido, Silhueta quieta entre as sombras. Toque meu corpo em febre morna, Como quem ama e devora.

Desça, sem medo, até minha alma, Onde o abismo beija a calma. Arranque meu coração em silêncio, Com a ternura de um sacrifício lento.

Apague as provas com teus lábios, Deixe que o sangue conte os segredos. Leva-me inteiro, sem vestígios, Como um crime escrito em beijos.

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Boneco de Plástico

No palco da vida, onde os olhares se cruzam, Por que insistem em ditar o que devo ser? Não sou uma peça moldável, não sou uma marionete, Não me ajusto ao molde que tentam impor. Minhas roupas são expressão, não uniformidade, Cada cor, cada corte, é o meu manifesto. Do rosa no cabelo ao brilho no olhar,   Desafio a norma, desfaço o padrão. Sou o que sou, sem concessões, Um ser único, livre, autêntico. Não me reduzam a um mero boneco, Pois em mim pulsa a vida, a emoção. Aceitem-me como sou, sem molduras, Não tentem me domar, não me limitem. Sou arte em movimento, sou liberdade, Não um objeto de plástico, mas um ser humano.

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Crianças Na Idade Adulta

Na juventude, pensamos com fervor, Que a vida adulta seria sem dor. Ansiamos crescer, sonhos a galopar, Mas a realidade nos faz despertar. Faculdade, trabalho, ansiedades a se entrelaçar, Tentamos abraçar o mundo, sem sucesso alcançar. A jornada adulta nos mostra a verdade crua, Que nem sempre controlamos o que flui. Aprendemos a soltar, a não reter tudo, Aceitar o que não podemos, seguir sem escudo. Não somos donos das emoções alheias, Cada um tem sua própria teia. Nas horas sombrias, nos momentos de aflição, Lembramos que não estamos só, há compaixão. Com amigos, em família, buscamos alívio, Num domingo ensolarado ou num café fugidio. A vida, às vezes, pesada e dura, Mas também leve, brilha na amargura. Em seu mosaico de contrastes, encontramos o que é viver, Na luta diária, aprendemos a florescer.

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Não é apenas sobre amor…

No jogo da vida, eu decidi parar, De tolerar o que não me faz brilhar. Menos palavras vazias, mais ação, Padrões falhos, joguinhos em vão. Eu me tornei seletivo, é verdade, Recusando o que não me traz felicidade. Agora sei quem merece o melhor de mim, Minha conversa, meu tempo, meu fim. Quem merece meu sorriso sincero, Meu abraço caloroso, verdadeiro. Quem merece meu beijo, meu calor, Meu corpo inteiro, meu mais profundo amor. Assim sigo eu, decidido e forte, Valorizando quem merece, sem a sorte. Em cada gesto, em cada ação, Ofereço meu todo, com dedicação.

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Um Conto Solitário

Na dança do tempo, sem refrear, Romantizei a vida, sem pestanejar. Um ano só, em solidão vivido, Em pensamentos, o coração aquecido. Da janela ampla, o mundo observei, Na noite densa, minhas asas soltei. Compromissos de manhã, ciente eu era, Mas a liberdade, na madrugada, era sincera. Carinhos e beijos, em memória tatuados, Sorrisos tolos, em instantes revelados. No canto do elevador, derretimento leve, Noites de filmes e jogos, paixão que breve. Conversas que se estendem na penumbra, Meia luz quente, como chama que deslumbra. Assim se teceu meu conto solitário, Um ano extraordinário.

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Saudade

Saudade, chegando sem aviso, Bagunça que tece o próprio feitiço. Às vezes intrusa, rápida a passar, Outras, abraço apertado a deixar. Como visita surpresa, ela vem, Remexendo tudo, como quem tem O poder de reviver momentos idos, Nostalgia que no peito é tecida. Por vezes, é como o abraço sentido, Apertado, certeiro, sem ser perdido. Palavras certas, em consolo a soar, Acalentando corações no seu dançar. Saudade, dualidade em sua dança, Entre a bagunça e a esperança. Chegando e partindo, como o vento vai, Deixa marcas que o tempo não desfaz.

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Globo de Espelhos

Jurei ser o globo de espelhos, O mais brilhante, nos desvelos. Tempo, cansado de tanto girar, Ainda buscava sua atenção para brilhar. Esforcei-me, querendo ser suficiente, Indagando, em pensamentos, paciente. Quantas coisas em ti refletidas, Enquanto pequeno brilho, nas esquinas escondidas? Canto do quarto, meu modesto lugar, Onde pensamentos flutuam, a vagar. Real ou imaginário, o dilema persiste, Na mente, o eco do que existe. Guardado, segredos em meu peito, Medo das perguntas, do próprio conceito. Respostas que dançam, esquivas, veladas, Nas sombras, a verdade, por vezes, mascaradas.