Tumgik
pocrix · 5 months
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Cartão aberta para Maurício
Tem tanta coisa que eu queria te dizer e que queria que você soubesse, mas é uma situação onde eu não posso fazer nada. Não tem nada no meu controle e no final, a decisão foi tomada. Claramente não a minha, mas foi.
Fico me perguntando se em algum momento o que a gente teve foi algum tipo de surto. Onde eu fui mais um afago pro seu momento frágil e carente.
Faz uma semana que sonho com você todas as noites e isso tem sido tão cansativo. Ver você durante algumas horas por semana tem sido meu alívio nesse caos que tem sido até agora esse ano.
Hoje você me perguntou o que era o "tudo que deu errado" e minha vontade era de falar "a gente, a gente deu errado". Mas só falei coisas aleatórias que também deram errado.
Eu queria muito que existisse uma máquina de apagar memórias que nem em brilho eterno de uma mente sem lembrança, porque quem sabe assim, eu conseguisse sair disso.
Tenho total consciência de que te ver só me faz mal, de que ver o jeitinho que cê me olha só me prende num lugar onde eu não pertenço. Não tem espaço pra mim.
Você até pode gostar de mim, mas isso não muda nada. Sua vida não é aqui, e nem nunca vai ser. E isso me deixa extremamente triste. Não era pra eu ter me apaixonado dessa forma, não era pra eu ficar imaginando tudo o que poderia ser e simplesmente não vai.
Fico pensando que se você realmente sair da laços, vai ser o fim de toda e qualquer esperança que eu ainda possa ter. Por mais ridícula que eu soe. Mas fico pensando que talvez, num universo paralelo, as coisas sejam diferentes.
Quando falo que quero que você seja feliz, eu realmente quero dizer isso. Mas não posso ser hipócrita de dizer que parte disso me deixa triste. Porque no final das contas, não é comigo. Nunca vai ser.
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pocrix · 6 months
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Sábado, 30 de março de 2024
Ontem foi um dia bem comum e ao mesmo tempo atípico, se é que isso é possível.
Acordei relativamente cedo pra um dia de folga e decidi ir pra academia, coisa que hoje já não fiz e provavelmente não vou fazer amanhã também.
Passei o dia conversando com o Maurício e ele me taxando o tempo todo, querendo que eu explicasse uma coisa completamente aleatória que eu tinha falado. Fui no cinema com o Guilherme assistir instinto materno, que inclusive é muito bom, e nesse meio tempo, ainda sendo taxada pelo Maurício.
Ele mandou duas coisas bem... sugestivas, eu diria. Uma que era um reels que falava "quando estou fazendo elevação pélvica e imaginando metendo nela" e ele mandou um "sim", e eu só pensei em responder "ainda bem que tem com quem fazer isso", mas não foi o que eu fiz. Passado mais um tempo ele mandou uma postagem que dizia "mente vazia, oficina de memórias sexuais". E eu só ??. Mas beleza.
Quando chegou a minha vez de taxar ele pedindo uma explicação do que essas coisas significavam, como sempre, ele fugiu da resposta e eu fiquei puta da minha cara porque é sempre assim. Sempre que eu pergunto algo, ele simplesmente foge e eu que lute. E foi o que ele fez.
Passado um tempo, ficamos conversando enquanto ele tava na academia de madrugada (coisa que faz tempo que eu não vejo acontecer) e ele comentou algo de eu ser esmagada por ele quando a gente transava, o que não faz e nunca fez o menor sentido, mas ok. Dito isso, teve o seguinte diálogo:
Mau: dito isso
(foto do painel da esteira)
Cardio pra não esmagar minha bff caso aconteça um tbt algum dia
Cris: Acho que ela conseguiria aguentar
Mau: ela aguenta (carinhas sacanas que não tem aqui)
Cris: saudades rs
Mau: Sim rs
Logo em seguida ele foi pra casa e dormiu. Passei boa parte da noite pensando sobre a frase "caso aconteça um tbt algum dia". Queria muito um, como todo mundo já sabe, até ele mesmo, mas também pensando o quanto é cruel ele falar esse tipo de coisa.
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pocrix · 6 months
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Quinta, 28 de março de 2024
Ontem foi predominantemente um dia triste. Toda vez que vejo o Maurício 2x na semana, o segundo dia me deixa pior porque lembro que é algo que não posso ter. Era o que eu tava comentando ontem de achar que ia parar de ir pra academia com ele.
Durante o dia tivemos o seguinte diálogo:
[27/3 15:49] crix: pra variar me confundindo né
[27/3 16:00] Mau: que mané confundir cristina
[27/3 16:00] Mau: sinceramente
[27/3 16:04] crix: maurício já não me suporta mais
[27/3 16:19] Mau: quem disse?
[27/3 16:19] Mau: quem não te suporta mais fica te dando cheiro no meio do treino? u.u
[27/3 16:19] Mau: reflita
[27/3 16:19] Mau: apenas
Dessa vez eu simplesmente não soube o que responder e não consegui pensar em nada pra falar também. A Dani falou que era pra eu perguntar por que ele ficava fazendo isso, mas acho que a resposta é óbvia e a gente ia voltar pra mesma conversa que já tivemos 100 vezes e que não ia mudar nada.
Comprei um doce que tinha falado que ia levar pra ele e fui pra academia. Chegando lá vi o Marcos e pensei "é isso, mais um dia que se algo pudesse acontecer, já não vai", - de novo eu falando sobre isso ontem, sobre a expectativa de que algo rolê mesmo que eu não deva esperar isso.
Subi, fui no banheiro me trocar e esperar ele chegar, torcendo pra que ele não estivesse lá embaixo com o Marcos. Não estava.
Ele chegou, veio e me abraçou por um tempo, perguntou se tava tudo bem e cara como eu sinto falta disso. Não especificamente dele perguntando se eu tô bem mas de abraçar ele mesmo. Fiquei suspensa naquilo alguns segundos antes de descermos pra começar o treino.
Fizemos um revezamento com o Marcos e logo em seguida ele foi embora.
O Mau tava bem borococho. Acho que essa não é a palavra para o que ele tava, mas parecíamos estar em sincronia em questão de sensação e pensamento. Ele parecia bem pensativo em alguns momentos, em outros até meio triste. Meio carente talvez. Ficamos brincando que estávamos sensíveis e nesse meio tempo toques rolando, sejam toques pra me fazer cócegas, ou espécies aleatórias de carinho.
Quando subimos para o primeiro andar pra terminar os exercícios que faltavam eu já tava bem triste, já previa uma crise de choro indevida a qualquer momento, mas graças a deus não aconteceu isso.
Em um determinado momento ele foi me mostrar a hora e o plano de fundo era uma foto da Naiana com as meninas. Não preciso nem falar que isso acabou comigo né? Fiquei pensando o tempo todo em como eu achava que algo poderia rolar sabe. O quão idiota eu estava sendo durante todo esse percurso. Nesse momento eu entendi o que era treinar na base do ódio. Acabei com a minha própria raça porque parecia melhor do que experienciar aquilo.
Quando fomos fazer o último exercício, entre as séries ele me puxava pra me abraçar e rolava aquele quase beijo e eu atrapalhei isso umas 2x, não de propósito, obviamente, mas porque eu não sabia o que fazer. Era algo que eu queria, óbvio, mas que sabia que não poderia ter, e a expectativa é a pior coisa que existe.
Terminamos, fomos tomar banho e aproveitei pra dar uma chorada durante rs. Quando sai, ele tava do outro lado do andar e fui até lá em cima de uma plataforma que tem que nos permite ficar na mesma altura. Ele veio me abraçar e não sei quem foi que fez o movimento inicial mas nos beijamos. Coisa rápida, acho que até pra não dar margem pra que desse mais vontade de outras coisas. Mas achei engraçado porque não foi um beijo de tesão sabe? Foi mais um do tipo, estava com saudade. Pelo menos da minha parte.
Fomos embora e na hora de nos despedir, pra variar não sabíamos como, então ficou aquela coisa estranha, onde ele acabou dando um beijo na minha testa e fomos embora, cada um pro seu lado.
Tentei dormir mas rolei boa parte do tempo, e o tempo que não rolei sonhei com ele, coisa que não acontecia a bastante tempo por sinal. Nada específico até onde eu lembro, mas isso só fez eu me sentir pior.
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pocrix · 6 months
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Quarta, 27 de março de 2024
Vira e mexe eu esqueço que não é mais 2023 e coloco as datas erradas.
Ontem fui treinar com o Maurício e pouco antes de chegar lá ele me falou que o Marquinhos ia treinar com a gente então qualquer chance que tinha de algum movimento deixou de existir. Mas fico com muita raiva de mim mesma por ainda esperar alguma coisa.
Antes de sair do trabalho ele tava falando que eu mandei uma música que nunca nem tinha ouvido e se deu o seguinte diálogo:
[26/3 16:42] Mau: mandou po.
não ta lembrada?
[26/3 16:47] crix: acho que voce tá me confundindo de novo
[26/3 16:47] Mau: ihhhhhhhhhh
[26/3 16:47] Mau: nunca confundi
[26/3 16:53] crix: tem a primeira vez pra tudo né ahhaha
[26/3 16:53] crix: já entendi
[26/3 16:55] Mau: ahh tem é? hahaha então tá
[26/3 16:55] Mau: sinto decepcionar, mas não foi hj essa primeira vez.
[26/3 16:56] Mau: e nem será, por um longo tempo
Não sei porque me deu um quentinho no coração, como se eu significasse alguma coisa. O que mesmo que seja verdade, não faz a menor diferença.
Todo treino tem um determinado momento em que ele faz um movimento como se fosse me beijar e acaba sendo algo diferente como um abraço, ou um beijo na testa.
Tem sido extremamente frustrante e triste ver ele toda semana nessa nova configuração, tanto que tô pensando em não ir mais, mas não consegui concluir isso. A ideia de não ver ele me deixa mais triste do que de fato ver as vezes.
Mas para finalizar, vou por um poema que vi ontem e resume tudo.
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pocrix · 6 months
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Terça, 26 de março de 2024
Ontem foi um dia normal na sua grande maioria, nada de diferente acontecendo.
Hoje vou encontrar o Maurício e aquela sensação de introspecção de quinta passada voltou. Como se ver ele fosse tão frustrante que me deixasse num estado de tentar não estar. Como isso aconteceu semana passada pela primeira vez, topei ir essa semana pra ver se isso se mantém.
Sei que grande parte disso é o processo de aceitação de que nada vai mudar, mas ainda é muito complicado ver ele e saber que nada vai voltar ao ser o que era e eu sinto muita falta. Muita falta de me sentir minimamente querida.
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pocrix · 6 months
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Segunda, 25 de março de 2024
Ontem foi um dia bom, na medida do possível.
No sábado a noite fiquei em ligação com o Guilherme para assistir o the eras tour que tá disponível na Disney mas acabamos conversando também sobre outras coisas, como meu novo estado de espírito morto e os problemas em casa. Tava bastante sensível e teve várias vezes em que tive a sensação de que se começasse a chorar eu não pararia.
Conversamos sobre como eu tô cansada da falta de proatividade da minha mãe em relação a tudo e a minha vontade de sair de casa. Ele falou que uma opção que parece muito boa, porém eu não conseguiria levar a luna comigo e isso acabou com a minha raça. Devolver ela não é uma opção de jeito nenhum, então ela teria que ficar com a minha mãe e eu continuaria arcando com os gastos dela. Mas mesmo sendo uma parte horrível, me deu a sensação de luz no fim do túnel. Pelo menos seria uma opção viável. Pelo menos na teoria.
Acordei no domingo mais cedo do que eu esperava porque chegaram os livros que comprei na Amazon e isso me deixou muito feliz. Ou o mais próximo disso.
Fiz o almoço, fiz a unha e passei o resto do dia lendo e vendo série e filmes.
Porém tive sonhos muito estranhos. Sonhei que o Natan via, finalmente, as mensagens que mandei pra ele aqui ao longo dos anos e começamos uma conversa sobre isso.
Depois sonhei que estava na laços trabalhando 2x por semana lá, e via o Maurício e a Ialin. Conversava um pouco com o Maurício, coisa que não aconteceu ontem. E infelizmente é algo que vou ter que aceitar e tentar me acostumar, mesmo depois de meses. Ainda não me adaptei a ideia de simplesmente não conversar sobre as coisas da vida e do dia a dia com ele. Trocamos alguns memes, e nem sempre tenho uma resposta mais em retorno. Literalmente voltamos a antes quando nada tinha acontecido e isso me deixa bem triste. Porém, não tem absolutamente nada que eu possa fazer.
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pocrix · 6 months
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Sábado, 23 de março de 2024
Faz alguns dias que estou ensaiando de voltar a escrever mais frequentemente para conseguir ter uma linha de continuidade que um diário pede, mas eu sempre falo isso né? Eu sempre falo que vou escrever mais vezes, e depois eu sumo por semanas e volto só quando estou descaralhada da cabeça.
                Tenho me sentindo num estado constante de torpor onde pouca coisa me tira disso, pra não dizer que quase nada me tira disso. Até levei pra terapia porque quando isso acontecia quando eu era mais nova me deixava preocupada por precisar de um estímulo muito forte pra me tirar do transe e normalmente esse estímulo eram coisas ruins, e quem quer sair de um estado desse por algo ainda pior? Pois é, ninguém, eu acho. Mas a diferença é que dessa vez eu tô completamente neutra com o que pode acontecer. Estou tentando “aproveitar”, se é que essa é a palavra que posso usar pra isso, o momento de respiro mental, de estar sem emoção nenhuma, sem ansiedade nenhuma. Parece algo muito bom, mas na prática é como se eu estivesse dopada demais pra conseguir viver as coisas. É o meu antigo piloto automático, tão amado e temido.
                Ele trás sensações muito estranhas porque literalmente nada me empolga, não existe aquela sensação de empolgação com nada, mas isso não se aplica a coisas que possam me deixar triste ou chateada. Elas não mudam. É como se eu começasse a ver as coisas perdendo o brilho, ficando opacas. Elas não voltam a ter o brilho de antes, mas elas vão, cada vez mais, ficando mais borradas, até chegar num tom sépia. E não tem nada que eu possa fazer pra alterar isso, ou para o processo. Esse é literalmente o meu processo, sempre foi. A diferença é que não estou desesperada, preocupada com alguma recaída depressiva por isso estar durando mais do que alguns dias.
                Tenho visto muitas semelhanças desse movimento de agora com o que acontecia na minha adolescência e vou tentar lembrar pra falar com a Giovana na semana que vem. E um deles é que quanto mais o tempo passa, mais eu tenho a sensação de que vai ser muito difícil eu voltar ao “normal”.
                Tenho estado ridiculamente quieta, muito mais do que eu já era. Não tenho falado com ninguém sobre as coisas, não tenho comentado com ninguém sobre o meu dia ou das pequenezas. E quanto mais eu penso sobre isso, mais triste eu fico. Olha aqui o que eu falei sobre coisas boas não me deixarem feliz, mas coisas tristes conseguirem.
                Não falo porque não tenho com quem, ou até tenho, mas não quero. É como se eu estivesse muito cansada pra falar com qualquer pessoa sobre qualquer coisa. Eu basicamente falo no trabalho e depois não falo mais nada, sobre nada, com ninguém.
                Tenho ido na academia quase todo dia e saindo dela é o mais próximo que chego de me sentir feliz. Mas não é felicidade, é só o efeito da endorfina que me deixa um pouco mais disposta por um tempo.
                Na quarta fui treinar com o Maurício e é extremamente engatilhador na maior parte do tempo. Ele fica o tempo todo me tocando, e me olhando com o mesmo olhar do dia do motel onde eu estava me trocando e ele me olhando de um jeito muito específico, e que depois disse que tava só me admirando. Não sei explicar direito, e fico com medo de ser coisa da minha cabeça, mas é um olhar muito específico. Não consigo entender se é de admiração ou qualquer outra coisa, mas é diferente de quando você só olha pra pessoa sabe? Sei por que sinto que faço o mesmo.
                Sempre tem uma antecipação antes de cada toque ou depois de cada olhar mais demorado desse tipo, mas não acontece nada. Não deixo de ter a sensação de que ele se controla bastante pra não fazer nada e isso começou depois que eu tive aquela conversa com ele. Desde então nossas conversas estão cada vez mais rasas. Pra não dizer que não existem num geral.
                Isso tem me deixado muito deprimida porque somos dois estranhos. Não lembro quando foi a última vez que realmente conversamos sobre algo, ou quando ele me contou sobre absolutamente qualquer coisa.
                Na quinta encontrei ele de novo, mas acordei já me sentindo deprimida por simplesmente não entender onde foi que tudo mudou. Me perguntando se eu alucinei com tudo, em que momento foi que as coisas mudaram ao ponto de parecer que tudo o que foi falado foi um surto. Me peguei lembrando de que ele falou que tava tranquilo em relação a ela, que mesmo que existissem momentos onde o sexo rolava pra ele não tinha um sentimento envolvido e pensando no que caralhos aconteceu pra que isso mudasse da noite pro dia, literalmente, e eles voltassem e agora o noivado estivesse de pé e com data marcada. O não entender é a pior parte.
                Fui encontrar ele na quinta mas estava muito pra baixo pra conseguir disfarçar e obviamente ele percebeu. Estávamos fazendo um exercício de costas e ele me puxou mais pra perto meio que pra me abraçar e perguntar o que tinha acontecido e falei que só tava cansada, o que vamos combinar, não é totalmente mentira. E o treino seguiu dessa forma, com ele me tocando, massageando minha nuca, beijando meu pescoço e com a eterna sensação de que talvez um beijo efetivo rolasse, mas não rolou. E pior que pra quem tá de fora, parece outra coisa. É engraçado porque deve parecer algo que é completamente diferente do que realmente é.
                Ouvi um podcast da Bom dia, Obvious que chama como superar um quase algo, e já assisti umas 2x porque é um constante tapa na minha cara, onde elas falam exatamente dessa situação que eu tô passando. Mas no momento, já estou cansada demais pra falar sobre. Quem sabe amanhã.
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pocrix · 7 months
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Continuação - Devaneios da hora do almoço
Estava lendo de novo uma vida pequena e é bizarro o quanto eu consigo me identificar com várias coisas desse livro e como ele conversa comigo de formas que nunca aconteceram na minha vida literária antes.
Talvez todas essas crises dos últimos dias sejam porque eu estou menstruada então os hormônios estão um caos, BUT independente, o surto ainda existe.
Tô numa parte do livro onde o Jude reflete muito sobre se sentir sozinho e o quão difícil é lidar com essa sensação e também com o querer um relacionamento porém saber as dificuldades que ele trás.
Trecho 1 - " Às vezes ele se pergunta se aquela ideia de solidão seria algo que ele viria a sentir caso não tivesse sido alertado quanto ao fato de que DEVERIA estar se sentindo sozinho. [...] Sempre há alguém perguntando se não sentia falta de algo que nunca lhe passou pela cabeça desejar"
Trecho 2 - "Mas o que está disposto a fazer para se sentir menos só? Seria capaz de destruir tudo o que construíra e protegera com tanta diligencia para ter um pouco de intimidade? Quanta humilhação estaria disposto a suportar? Não sabe dizer; e tem medo de descobrir a resposta"
Trecho 3 - "Desejar uma companhia, além de tudo o que já tem, parece uma forma de ganância, de querer tudo sem que lhe tirem nada."
E para variar não consegui não fazer um paralelo com a minha vida e as minhas expectativas, até cheguei a anotar sobre isso no próprio livro.
A gente cresce com esse conceito de que para uma vida feliz você precisa ter alguém, precisa ter uma companhia, mas não é qualquer companhia, é uma companhia romântica. Precisa de uma relação estável, com filhos, 2 papagaios e um cachorro. E o que ele fala de não saber se sentiria esse tipo de solidão caso ninguém falasse, é muito real. Não consigo imaginar uma realidade, por mais utópica que seja, onde eventualmente a gente não esbarrasse com esse questionamento. E o problema não é o conceito em si, mas o quanto isso me deixa mal.
No livro eles estavam falando de como existem um grupo de pessoas solteiras que parecem ter todas as opções do mundo e um outro com conjugues e filhos onde dá um outro sentido para a vida. E o quão surpresa eu não fiquei ao me perceber completamente devastada e triste por descobrir que era isso que eu queria pra mim? E pior, além de devastada eu me peguei com muita inveja. E isso reflete na briga que eu tive com o divino porque só serve de propulsor.
No final das contas, quem saiu perdendo, literalmente fui eu. E sigo perdendo todos os dias.
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pocrix · 7 months
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Quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024
Terça a noite e quarta durante o dia foram extremamente complicados, emocionalmente falando.
Na terça a noite tive uma crise de choro, obviamente relacionado ao Maurício e durante ela tive minha primeira briga real com o Divino. Falei tudo que tava entalado, questionei tudo o que podia, fui o mais cru e sem amarras possível. Obviamente isso não resultou em absolutamente nada, mas eu tava tão cansada e tão puta que parecia ser a única forma de colocar pra fora toda a minha descrença com tudo o que aconteceu.
Sempre acreditei que tudo na vida acontece por um motivo, que existe um aprendizado por trás mas assim, vai se foder sabe. Qual é o aprendizado que eu tenho que ter dessa situação de merda? Se é que teria um. Se não tiver, acho que é até pior.
Ontem encontrei ele pra treinar e tive outra crise de choro voltando pra casa. Encontrei ele com a expectativa de que ele fosse fazer alguma coisa, algum movimento mas não foi o que aconteceu. Tive a impressão que ficamos muito perto de ficar de novo mas não rolou. Quando fomos nos despedir ele veio me dar um beijo no rosto, me abraçar, sei lá o que ele queria fazer, e foi isso. Cada um foi para um lado. Literalmente.
Agradeci pela companhia mas por algum motivo acho que ficou um clima estranho, talvez seja coisa da minha cabeça, mas é a impressão que eu tive.
Depois disso acho que não tem mais como eu ficar inventando virgula onde é um ponto sabe? Não vai rolar mais nada, independente de saudade de coisas específicas ou não. Ele vai casar em julho no final das contas não é mesmo? Não tem absolutamente mais nada que eu possa fazer, se é que algum dia ainda teve.
Fui para a academia todos esses dias, tem sido muito bom inclusive, sentir que estou fazendo algo por mim. Inclusive hoje fui de manhã porque tenho terapia a noite, acordei 4h30 pra poder dar tempo e por mais que eu só queira agora deitar e dormir, tenho um puta dia de trabalho pela frente e sinceramente? não sei se quero fazer a sessão com a Xiovana hoje.
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pocrix · 7 months
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Terça-feira, 27 de fevereiro de 2024
Uma das várias metas que tenho essa semana é escrever aqui com mais frequência porque realmente acredito que possa me ajudar a colocar a cabeça no eixo. Ou pelo menos uma parte dela.
No domingo eu decidi estabelecer algumas metas para essa semana, que são: dormir mais cedo, me alimentar melhor, escrever, meditar, tomar 2l de água e manter minhas conversas com o Divino.
E ontem, apesar de terminar o dia com uma deliciosa infecção de urina, foi um dia muito bom. O trabalho foi tranquilo, consegui pegar a ficha de treino da academia (não consegui fazer o treino em si por conta da dor, mas hoje se tudo der certo eu vou), não fumei (!!!), consegui me alimentar até que bem então só coisas positivas. E é incrível como conseguir concluir essas metas me deixou feliz e animada. Mas confesso que acho que parte dessa felicidade é parte da queda hormonal do anticoncepcional.
Hoje eu iria treinar com o Maurício mas o presencial foi suspenso então em teoria só amanhã. Mas esse é o tipo de coisa que tem me deixado intrigada e ao mesmo tempo me passa uma vibe meio que de estou aos poucos superando. Fico com medo de falar isso porque sempre que eu acho que estou melhorando acontece alguma coisa que me mostra o contrário. De qualquer forma, fico intrigada de ir treinar com ele porque na minha cabeça não faz muito sentido, mas me deixa no mínimo curiosa pra saber como pode ser dessa vez. Se ele vai tentar fazer alguma coisa ou não. Sei que se não fizer vou ficar decepcionada mas não surpresa sabe? Mas confesso que espero que algo role, mesmo sendo totalmente antiético.
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pocrix · 7 months
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Domingo, 25 de fevereiro de 2024
                Sinto que tenho escrito aqui bem menos do que eu deveria, então a meta para essa semana é tentar melhorar isso. Quem sabe isso me ajude de alguma forma.
                Ontem descobri que a Giovana vai sair do meu convênio então eu preciso começar a procurar uma outra psicóloga e isso me abalou muito. A ideia de ter que repassar todos os meus traumas de novo pra uma nova pessoa, me expor, criar confiança e liberdade me deixou muito mal. É literalmente como se fosse um término de relacionamento. Ela não acha que eu possa ficar sem terapia no momento, então vou ter que começar a procurar outras, mas com o repasse dos convênios sendo cada vez menores, a probabilidade de eu achar um bom psicólogo na própria plataforma é bem baixa e isso me deixa bem desanimada pra falar a verdade. Assim como todo o resto.
                Na segunda-feira estava sendo um dia ótimo até não ser mais. Conversando com o Maurício, ele me mandou um print da conversa com a clínica onde ele vai fazer a vasectomia, onde eles estavam pedindo algumas documentações, incluindo certidão de casamento ou equivalentes e ele respondendo que não tinha nenhum documento desse, e que teria só em julho que é quando ele casaria no civil. Só de escrever isso me embrulha o estomago de novo. Não sinto que eu consegui por pra fora de alguma forma o que eu senti com isso e pra ser sincera, sempre que eu penso nisso, me deixa enjoada. Literalmente. Apaguei todas as conversas com ele, de todos os lugares e isso me doeu muito. Fiquei extremamente mal, tive uma crise de choro com direito a questionamentos ao divino e tudo mais.
                Na terça ele meio que me chamou pra ir treinar com ele e eu fui. Fui porque pensei que se fosse tão péssimo quanto aparentava que seria, eu poderia usar de propulsor e facilitar meu afastamento. Pelo menos é o que eu acredito que tenha sido a motivação.
                Não foi tão péssimo como eu achei, o que só piorou as coisas. Quando encontrei ele, ficamos naquele impasse de como cumprimentar o outro e no final ficamos parecendo dois bobos. Passado um tempo ele estava sentado num lado do agachamento e eu do outro, um de frente para o outro, e foi quando ele esticou o braço e disse pra eu ir até lá e nesse momento eu só pensei “o que ele tá fazendo? Eu conheço esse movimento”. Ele foi se aproximando pra me beijar e eu fui me afastando, até que ele perguntou se podia e respondi um “não sei, pode?”, onde ele só ignorou minha pergunta e me beijou. Pra ser sincera eu estava tão atordoada de que ele de fato estava fazendo aquilo que eu nem lembro de foi uma coisa boa ou não. Seguimos o treino normalmente e em alguns momentos ele me abraçava, ou ficava fazendo carinho, ou me beijava de novo e eu o tempo todo sem entender nada.
                Voltando para casa, vim repassando tudo o que aconteceu na minha cabeça e pensando na loucura que foi isso. Loucura pra mim, porque ele parecia bem tranquilo com aquilo, o que só torna pior.
                Enquanto contava para a Dani o que tinha acontecido, ele tava mandando mensagem agradecendo pela companhia e falando que estava com saudade de me ver e que mal tinha resistido e me beijado. E eu só pensei “você nem pareceu tentar resistir”, mas não falei nada.
                Conversando com a Dani percebi o absurdo da situação onde ele literalmente traiu a NOIVA comigo e não pareceu se importar com isso. Aparentemente na cabeça dele traição é só o ato consumado. Ninguém sabe disso além dela e da Giovana e eu pretendo que continue dessa forma.
                Seguimos nos falando de forma “normal”, seja lá o que isso significa, até chegar o final de semana e simplesmente não nos falarmos.
                Tudo isso pra falar que tudo isso me dá uma raiva e um enjoo descomunal. Como tudo isso não é o suficiente pra eu conseguir só ir embora? Qual é o meu problema sabe? A Giovana disse que tem uma frase que fala “Quando a dor de não estar vivendo for maior que o medo da mudança, a pessoa muda”.
                Pra ser sincera, eu não consegui absorver completamente o que essa frase significa. Pelo que ela me falou, mesmo com tudo isso que aconteceu, não foi o suficiente pra me doer tanto a ponto de eu por um ponto. E eu fico pensando, como não? Gente, qual é o meu problema. Como minha cabeça é tão distorcida que não entendeu a dor o suficiente que tudo isso já me causou? É absurdo.
                Segunda vou começar a ir na academia de novo e espero que isso me ajude a pelo menos por pra fora o que sinto de uma forma seja minimamente saudável, porque claramente a forma que eu to lidando não tá sendo.
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pocrix · 8 months
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Domingo, 11 de fevereiro de 2024
A última semana foi boa, não vou dizer que foi ótima, mas foi menos pior. Até por isso que não escrevi. Mas hoje as coisas já não estão mais tão boas, então aqui estou.
                Semana passei cheguei à atitude de se o Maurício ia ficar me provocando sexualmente, ele teria esse tipo de coisa de volta. Simples.
                Ontem fui no cinema e no motel com o Guilherme e foi uma das piores experiências que eu poderia ter, e por isso cheguei a conclusão de que não faria mais isso.
                Fomos no motel e durante todo o sexo minha cabeça só não desligava do ponto de “não é exatamente assim que eu gosto” e “com o Maurício encaixava melhor, me sentia mais a vontade” e isso me causou uma pequena crise de ansiedade onde derramei algumas lágrimas por algum tempo, mas nada que ele conseguisse perceber. Mas decidi que não vou mais transar com ele ou com outra pessoa até eu ter completamente superado tudo o que aconteceu com o Maurício. Vou respeitar meu momento.
                Hoje voltando dos exames fui ver o instagram e ele tinha postado duas fotos com a Naiana e isso me deixou bem mal. Mais do que eu tava esperando pra ser sincera.
                É uma coisa que me deixa bem indignada pra ser sincera. Ele passou praticamente a semana toda falando que sentia minha falta, que queria transar comigo de novo e posta foto com ela.
                Que tipo de pessoa faz isso sabe? Então exclui a conversa com ele no insta, e não vou mandar mais nada. Vou evitar responder caso ele mande alguma coisa porque tudo tem limite sabe? Em algum momento, não vou dizer que isso passou totalmente, eu achei que o que rolou poderia não ter acabado. Mas acabou. E por mais que isso me deixe mal, eu não consigo lidar. Se o movimento que eu tenho que fazer pra superar é só me afastar, já que permanecer perto não resolve, é o que eu vou fazer. Não tenho opção.
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pocrix · 8 months
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Solidão vs. Solitude – Vamo Junto?
Esse episódio caiu no meu colo e me deu muita coisa no que pensar. Ironicamente é o que eu já estava tentando nomear aqui ontem (acho).
Comentei que existia uma diferença entre solidão e solitude, e que pra mim era muito difícil encarar isso de uma forma positiva porque não tenho a solitude porque quero. Sou obrigada a aprender a lidar com ela de alguma forma porque não tenho opção. Estou constantemente sozinha.
Então vamos aos insights e pensamentos que algumas coisas faladas me trouxeram.
Desde que eu me lembro, eu nunca me senti “pertencente” a algum lugar, mais especificamente à um grupo de pessoas. Eu sempre estive em situações complicadas onde eu era pobre demais para conseguir ser amiga das meninas, ou era metida demais (??) para exatamente a mesma situação. Então sempre me trouxe uma sensação de não pertencimento desde muito nova. Com o passar dos anos, eu fui ficando extremamente insegura, porque talvez eu nunca de fato fosse pertencer a algum lugar. O que resultou em eu começar a ficar com medo de me aproximar das pessoas, de criar alguma espécie de laço porque na minha cabeça, elas não me aceitariam. Todas as amizades que tenho hoje foi porque as pessoas se aproximaram, eu nunca fiz esse movimento. Ou pelo menos não me lembro de fazer ele. Não de forma consciente.
Com o passar dos anos e a consequência de ir envelhecendo, os laços foram de afrouxando e fui perdendo pessoas extremamente importantes. Com isso tive a primeira consciência de estar me sentindo solitária. Literalmente sozinha por ai. Não vou falar que não tinha com quem conversar, porque bem ou mal, sempre tive alguém, mas não supria a falta da perca dessas pessoas.
E percebo agora, depois de ouvir esse podcast como muitas das minhas relações eram tentativas desesperadas de tapar esse buraco de alguma forma, e nunca funcionou porque no final do dia, estamos sozinhas. Talvez metaforicamente falando, mas a sensação tá lá. Aquela sensação de incompletude e nunca pensei como uma coisa que eu poderia suprir sozinha de alguma forma.
Somos seres sociais, e mesmo eu não me considerando um, sei que no fundo é uma construção de coisas que passei. Não quer dizer que eu queira manter ela de pé mais.
Uma coisa muito legal que a moça falou foi “Solidão não é um estado, é um sentimento”. E ultimamente tenho ouvido muitas coisas que parecem como um tapa na minha cara.
Eu me sinto sozinha, mas nunca parei para me perguntar profundamente o porque me sinto dessa forma. O que engatilha esse tipo de sensação, porque grande parte dos meus picos de depressão, são momentos onde me sinto extremamente sozinha e me faz pensar que se é pra viver uma vida inteira dessa forma, talvez eu não queira. Talvez eu não aguente o tranco.
Uma coisa que não vejo ninguém falando é do limbo do não pertencimento da pessoa entre os 25-30. Parece que é a idade onde tudo começa a dar certo pra todo mundo de alguma forma, pelo menos com pessoas próximas de mim. Todas engatam em relacionamentos duradouros, ou conquistam o sonho da casa própria, ou um emprego onde você ganhe mais dinheiro e eu fico me percebendo fora de todas essas situações sabe? É uma sensação de estar constantemente atrasada, fora de eixo.
Na constante tentativa de não me sentir tão sozinha, vou tentando preencher isso com pessoas e não percebo que na grande maioria das vezes isso tem um efeito rebote, porque nesse percurso, eu me aproximo de pessoas que não necessariamente são boas pra mim, mas me ajudam a me sentir menos sozinha. É uma sensação de conforto no total desconforto e parece que isso rege a minha vida. Eu tô tão acostumada a ficar desconfortável com as pessoas e coisas que elas trazem que me trazem uma sensação de pertencimento, porque pelo menos aquilo, eu conheço.
Quando essas relações se mostram sem sentido com o passar do tempo e isso é comprovado, eu acabo me sentindo ainda mais sozinha. Justamente porque não existe um filtro, qualquer pessoa serve no momento, mas e depois? No final do dia, você continua sozinha. E é pior quando você percebe que deu pedaços seus para esse tipo de pessoa que nem deveriam estar nesse lugar pra começo de conversa.
Eu me colocar nesse lugar de pessoa solitária, faz com que eu me feche cada vez mais dentro do meu próprio casulo e volte pra esse movimento de conforto no desconforto.
E pra ser bem sincera, eu não consigo expor em palavras o quanto eu tô cansada disso. Mas ao mesmo tempo, eu to cansada demais, fadigada demais pra conseguir fazer um movimento contra isso.
Pra falar a verdade, eu to muito cansada de muitas coisas. Tô cansada de me sentir sozinha, to cansada de me manter em relações infundadas, em relações que usam uma máscara de amizade mas que não existe nem motivo pra ser chamada disso. Cansada de me sentir inferior e sei que as vezes eu mesma me coloco nesse papel de vitimização que acho que já não me cabe mais.
Acho que chegou real o momento de eu repensar nas inúmeras relações vazias que fui construindo ao longo dos anos e que se parar para pensar, elas não são boas pra mim. Infelizmente a com o Maurício é uma delas.
Não faz sentido eu continuar insistindo numa relação com uma pessoa, independente do âmbito que seja, quando eu não tenho nenhuma perspectiva. De nada. Não somos amigos, não conversamos sobre coisas. Nunca. Então pra que me manter nisso? Pra que me manter perto de uma pessoa que nem o básico de comunicação humana pode me oferecer de volta?
É fácil mandar 6 dúzia de coisa bonitinha aleatória se isso não muda nada.
No final das contas, isso virou tudo, menos uma dissertação sobre solidão e solitude. Talvez eu esteja tão focada em melhorar e tão cansada de tudo isso que eu pego aqui como meu ponto de terapia fora da terapia.
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pocrix · 8 months
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Sexta-feira, 02 de fevereiro de 2024
De ontem pra hoje tive alguns altos e baixos, não sei se pelo período menstrual em si e a privação de hormônio num geral, ou se picos normais de uma pessoa tentando lidar com o que acontece.
Ontem a noite nas trocas de memes com o Maurício ele mandou uma coisa que não era um meme e como todas as vezes me perguntei se ele não tinha mandado errado, pra pessoa errada. Era um vídeo que dizia o seguinte – vou colocar o que se seguiu e fazer considerações:
Vídeo:
Ela diz: “Ele não se abre comigo”
Pensamentos dele: “Nem eu sei o que estou sentindo” / “Não quero ser só mais um” / “Vou resolver primeiro pra não deixar ninguém preocupado”
Ela diz: “Ele só pensa no trabalho. Não me dá mais atenção”
Pensamentos dele: “Esse mês talvez falte dinheiro pra tudo” / “O trabalho foi mais estressante que o normal” / “Não vou falar do meu dia porque foi uma merda”
Ela diz: Quando chega em casa só fica no celular”
Pensamentos dele: “Tô insatisfeito com meu corpo” / “Será que sou um bom homem?” / “Preciso parar de beber/fumar” / “Quase bati naquele cara”
Ela diz: “Como assim você ta cansado? Não fez nada o dia todo!”
Pensamentos dele: “Não fez mais que sua obrigação” / “Seja homem e da teus pulos (Tive poucos exemplos masculinos) / “Disse que dei o meu melhor mas sei que poderia ter feito mais”
Aqui meu primeiro pensamento foi: por que ele mandou isso pra mim? Claramente não é algo que eu tenha que saber. Mandou errado, será? Decidi fingir que era pra mim mesmo e se não fosse ele que lutasse. Pensei também que a pessoa que ele deveria mandar isso, era pra Naiana. Não pra mim.
Cris: Você é assim?
Mau: Acho que todos nós rs
Cris: Imagino rs
As vezes por pra fora ajuda, vocês deviam tentar de vez em quando
Mau: Sim eu sei, mas não é fácil se não tem o costume
Cris: Sei mais do que gostaria
Mas caso um dia você ache válido e queira falar sobre algo, sem querer uma conversa, só pra por pra fora mesmo, tô aqui
Mau: Gerar camadas rs
Sim, obrigado por isso docinho de coco
Pensei que ele poderia ter receio de comentar algo sobre o que anda acontecendo lá por ter a sensação de que isso me faria criar camadas. Não está errado e achei até bom ele pensar dessa forma, mas na hora real nem pensei nisso. Pensei que uma amizade é feita de conversas sobre a vida, independente disso gerar camadas na outra pessoa ou não. Não é uma amizade se não falamos sobre as coisas que acontecem. Na verdade, não é uma amizade da mesma forma que não é nada.
Cris: Ah não necessariamente
Eu faço uma coisa com a Débora de vez em quando que a gente precisa falar sobre algo, e não necessariamente quer a opinião da outra então a gente se avisa e tem o momento de exclusão do resto
Mau: Entendi
Parece interessante
Cris: Funciona, não tem como criar camadas se a outra parte tá lá só pra ouvir
No máximo tentar conversar de uma forma neutra
Mau: Podemos tentar qualquer dia desses
Agora vou jantar e partir
Tô só o pó
Beijinhos
No popo
Aqui tenho algumas pontuações a fazer. Primeiro fiquei feliz dele me ver como alguém possível de conversar de fato sobre alguma coisa, mesmo que seja pra ele desabafar e eu só ouvir. Talvez isso aconteça um dia, num futuro próximo talvez. Pelo menos é o que eu pensava ontem antes de dormir. Hoje já não tenho mais tanta certeza disso, e quem sabe, no final das contas seja uma coisa boa.
Segundo: Caso isso de fato aconteça, vai colocar muito em cheque a minha capacidade de não criar camadas. Pelo menos não que ele perceba, porque vou estar na posição de quase terapeuta. E caso eu crie camadas se isso acontecer, pode ser que isso crie um efeito rebote pra ele pessoalmente, no sentido dê: tentei me abrir pra alguém, esse alguém criou camadas desnecessárias e agora não me sinto mais confortável de fazer isso.
Terceiro: Beijinhos no popo – vulgo bunda. É uma coisa bem intima que brincávamos e era uma forma de demonstrar uma espécie de carinho. Não entendi de novo. Acho que nem ele.
                Agora já voltando para o relato normal, perguntei se ele tava bem e disse que mais ou menos. Perguntei o que houve e ele disse “situações com a Naiana. Mas já resolvemos. Logo melhora”. E isso me deixou bem mal, o que por sinal eu não esperava. Não falou mais nada sobre e eu também não perguntei. É o tipo de coisa que se não tem solução, solucionado está sabe?
                Mas depois disso o meu dia todo foi perdendo um pouco da cor.
                Comecei a pensar que não estou preparada pra ficar 1 semana sozinha por conta do feriado de carnaval, e talvez até mais tempo porque a Dani vai tentar pleitear o home office na quinta e sexta.
                Saindo da empresa, começou a tocar um podcast, totalmente aleatório que chama Vamo junto? E o episódio era nada mais, nada menos que: solidão vs solitude. E quero dissertar sobre isso aqui.
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pocrix · 8 months
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Quinta-feira, 01 de fevereiro de 2024
Decidi escrever hoje porque a sessão de ontem foi muito boa e ao mesmo tempo me fez pensar bastante em coisas que a Xiovana falou. E também porque acordei determinada a não me sentir mal hoje ahhaha Não vou falar que funcionou 100%, se eu parar ainda me dá uma melancolia mas acho que faz parte do processo de alguma forma.
Ontem conversamos sobre o texto passado e ao mesmo tempo que foi muito engraçado ela pontou algumas coisas que achei bem interessantes. Tinha falado no texto que tinha decidido me afastar, e ela perguntou: vocês ainda tem conversado? Falei que sim, então ela só grifou onde eu coloquei a frase e colocou “o que é se afastar?” HAHAHAH tivemos uma crise de riso porque né... ora ora.
Mas uma coisa muito inteligente que ela pontou foi que aparentemente eu gosto do caos. Gosto de coisas que tirem um pouco essa sensação de que estou só boiando porque parece que não acontece nada, não tem nenhum movimento mesmo que o mar acabe te levando pra algum lugar, ou lugar nenhum. Pelo menos com alguma turbulência, é uma sensação de movimento. E preciso aprofundar mais sobre isso inclusive, pensar quando eu não estiver tão cansada da rotina porque se for analisar, faz bastante sentido. Sem contar que eu gosto do caos, primeiro, porque é só o que eu conheço, segundo, porque não consigo aproveitar a minha companhia o suficiente pra sentir que só boiar basta.
Eu sou uma pessoa bem sozinha, e não tem esse papo de “solidão ou solitude”, porque solitude é quando você tem pessoas em volta mas prefere passar um tempo sozinha. Eu tenho precisado aprender a apreciar meu tempo sozinha porque eu não tenho outra opção e acho isso bem triste pra ser sincera. Queria poder aproveitar minha companhia porque eu quero, não porque eu não consigo fazer de outra forma sabe?
Então aproveitei o impulso de estar me sentindo um pouco melhor e decidi ir no cinema assistir pobres criaturas no sábado sozinha. Pensei em chamar o Guilherme, mas o quão complicado e até triste é isso. Vou chamar o meu ex, que não foi muito bom pra mim em muitos pontos, pra ir no cinema porque não tenho com quem ir mais sabe. É extremamente complicado pensar nisso e me deixa um pouco triste.
Falei pouco com o Maurício hoje e tentei aproveitar esse tempo pra trabalhar e fazer as coisas que preciso, e pra ser bem sincera foi muito bom. Não vou mentir falando que não fiquei de tempos em tempos checando o celular, ou pensando em mandar alguma coisa, mas consegui dar uma controlada melhor.
Outra coisa que resolvi tentar fazer é levar as coisas de forma mais simples e leve. Tentar realmente colocar em prática o que a rainha (contém ironia) TS fala em Illicit Affairs que é “Take the words for what they are”.
Uns dias atrás quando estávamos conversando ele comentou que por algum motivo que ele não sabia qual, as nossas conversas sempre acabam criando camadas que não tem necessidade. Respondi que a gente se leva a sério demais e isso acaba causando isso, eu falo uma coisa brincando e ele leva a sério e vice-versa e ele disse que é um bom sinal, sinal que acreditamos um no outro. Mas ao meu ver isso tá criando mais camada do que sendo uma coisa saudável sabe? A gente literalmente se leva muito à sério, e eu principalmente por conta da minha ansiedade, então a minha meta de hoje era tentar não deixar minha ansiedade me dominar nem com ele, nem com qualquer coisa. E não fiz isso por conta dele caso é o que pareça, mas por mim. É muito cansativo levar as coisas tão a sério quando não é necessário. E foi o que eu fiz. O que por sinal aparentemente funcionou super bem. Não 100%, mas diria que quase 70%.
Ele veio com umas piadinhas de “chamou de bb já sabe” e eu pensei “foda-se, falei na moral e ele veio de graça? Pois vai ter gracinha de volta”. Cansei. Fico bem na minha, não falo nada com segundas ou terceiras intenções e lá vem ele. Então já que ele quer jogar esse joguinho, querido, se prepare.
Eu sou muito 8-80 nas coisas, ou eu fico sossegada na minha e você também, ou você provoca e eventualmente minha reação vai ser a mesma. Não por ser obrigatoriamente a minha vontade, mas porque chega num ponto que me irrita. Então pelo menos hoje foi assim, e tô com a sensação de que amanhã vai ser assim também. Veio com gracinha, vai ter a mesma devolutiva. Simples. Ou ele vai parar, ou algo vai acontecer. Cansei.
Mas tudo isso pra falar que pela primeira vez estou me sentindo mais bem do que mal e nem tem relação com ele. Uhul
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pocrix · 8 months
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Sábado, 27 de janeiro de 2024
Giovana pediu pra eu escrever sobre diversas coisas nas duas últimas sessões, mas antes preciso expor algumas outras.
Essa situação toda com o Maurício e a minha posição nela tem sido extremamente confusa e ambígua. E acho que pra eu conseguir escrever sobre o que ela me pediu preciso concatenar algumas coisas que andam acontecendo desde então.
Provavelmente isso vai ficar do tamanho de um tcc, então não vou ficar enrolando muito. Vamos lá.
Ao meu ver, sempre houveram dois caminhos: ou ele fica com ela e me deixa, ou fica comigo e deixa ela. Sempre foi assim, pelo menos é o que eu achava que era. Por um bom tempo eu vi várias redflags mas acredito que parte de mim simplesmente escolheu não vê-las. Seja por proteção ou porque a ignorância é uma benção no final das contas.
No final, ele fez a escolha dele. E eu ainda não consigo expor ou mensurar o quanto isso me afetou, e o que isso quebrou. Até porque até o momento eu to só tentando estancar o sangramento. Acho que só vou conseguir ter noção do tamanho do rombo quando parar de sangrar tanto e eu conseguir analisar mais friamente.
A escolha dele foi a mulher e as filhas, e sendo sincera, por mais que eu fique arrasada, não é uma coisa que eu possa julgar. Foi o que eu sempre falei, eu nunca tive como competir com isso. (Xiovana, escrevendo essa parte fiquei pensando que eu sempre soube e o pensamento era: vou ver no que isso vai dar. Não seria a primeira redflag que eu ignorei? Se sim, por que eu ignorei ela?) Por melhor que eu seja, nunca houve espaço para eu sentir que estava numa competição, mesmo em momentos, ele demonstrando que poderia haver uma. Manipulação ou confusão da parte dele? Não sei dizer ainda. Acho por um momento, por mais breve que possa ter sido, houve sim essa possibilidade, mas ela foi se esvaziando e eu ou não vi, ou pior, não quis ver.
Quando tudo isso aconteceu e a gente continuou conversando, por eu ficar muito mal com o que via e com essa situação num todo, decidi não ver mais o que ele posta. O que não impede de fato que eu veja que nem eu achei, mas detalhes. Entrei no instagram dele e vi que ele desarquivou diversas fotos com ela e foi mais um baque. Foi mais um sinal de “minha filha, olha isso aqui. O que mais você tá esperando?”. Então a partir disso eu decidi me afastar. Não dá pra mim. E parece que ele percebe isso.
Agora vou relatar alguns trechos de conversas que tivemos ontem e fazer algumas pontuações.
1 – ele mandou um videozinho onde a legenda era: imagine você acordar e ter a oportunidade de mandar isso pra alguém especial e um compilado de bom dia. Meu primeiro pensamento foi: ?????? eu não sou esse alguém especial, por que você tá mandando isso pra mim?
Enfim, segue diálogo:
Cris: bom dia
Mau: nossa
Bom dia.
Cris: oq?
Mau: e esse bom dia ai Cristina
Claramente não me aguenta mais
Cris: taxada logo cedo hahaha
Você que não me aguenta mais, Maurício
Mau: taxada porque eu me importo.
Por que me “cobrar” por uma reação que ele mesmo provocou? Uma espécie de manipulação pra ver até onde eu vou? Ou o quanto ainda estou nisso? Fica o questionamento.
Sobre a questão de me testar:
Faz bem para o ego ver o quanto ainda estou envolvida nisso;
Quer ver se ainda existe alguma chance?
Quer me manter de molho porque vai que.
2- Entramos num assunto de ver filme pornô de vez em quando, e até ai, de verdade, não interpreto como nada muito too Much. Conversamos sobre isso e:
Mau: Nem assistimos um juntos Cristina.
Seria interessante.
Cris: não deu nem tempo né hahaha
Mau: A deu tempo. Só não conversamos sobre isso antes.
Questionamento: e por que estamos conversando sobre isso agora então? Se antes que era o “propício” para esse tipo de conversa, por que estamos tendo ela agora? Por que comentar sobre coisas que poderiam ter sido feitas se não tem possibilidade de realizá-las?
3- Mandou um outro meme que falava: tenho um presente pra você, abra comigo: vrum vrum manda foto do seu bumbum. Nesse momento eu já estava PUTA e indignada por de novo ele mandar esse tipo de meme. Por que caralhos cê tá querendo uma foto minha? Se ele manda isso, é porque em alguma parte ele acha que eu mandaria e em partes é até meio ofensivo. Por que eu mandaria algo pra ele ver nessa situação? Sendo bem explicita, ele já tem uma bunda em casa. Por que caralhos fica pedindo foto da minha? É bem simples, ele fez uma escolha. Ele que banque ela e se não bancar, o problema não é meu sabe.
Cris: quero ver se um dia eu mandar hahaha
Mau: deus abençoe né
Cris: tem nem vergonha né
Mau: de q?
Cris: De responder essas coisas
Mau: ué hahaha
Esse popozão já esteve na minha cara Cristina
Sinceramente
Não sei se acabamos interpretando o que o outro falou de uma forma diferente do que queríamos.
Sobre as fotos da bunda: o questionamento do por que ainda se mantém. E acho que em partes pode fazer parte do teste que ele faz do quanto eu estou disposta a me envolver ainda mais nessa situação.
Mesmo ele falando que não pode por N motivos, não vejo sentido em ficar provocando algumas coisas. As vezes sinto que é um teste pra mim e pra ele. Ele me testa, ao mesmo tempo que a minha reação testa ele. Eu não vou fazer isso o que em partes, pode facilitar o não dele. No final das contas, ele não faz nada. Ele joga e depende da minha reação àquilo.
Se eu não mandar, não muda nada. Ele mandou e eu segui o jogo do não podemos. Se eu mandar, não muda nada, mas demonstra que não me importo com a relação dele.
O que me faz pensar que por mais que ele ligue pra própria relação, talvez não seja tanto, afinal de contas, se respeitasse não faria isso.
Me faz pensar também na relação estranha que ele tinha com a Ialin. Existia um flerte com ela, mesmo que ele “não quisesse nada” mas ainda existia. E talvez agora eu até me sinta mal e entenda o lado dela quando ela ligou pra ele e perguntou o que ele queria. Porque eu to quase nesse ponto.
Momentos depois:
Cris: É nessas horas que a gente confirma que o amor acabou mesmo
Mau: realmente
O bom dia que recebi hoje disse tudo
E eu aqui lembrando do beijinho no peito enquanto tu cavalgava na primeira vez que transamos (De novo, POR QUE CARALHOS FALAR SOBRE ESSE TIPO DE COISA? O que isso agrega?)
Triste
É assim mesmo
Sobre expor o que ele tava lembrando quando a gente transou a primeira vez:
Ele já disse diversas vezes que achou aquele momento que citou bem bonitinho e tals e tudo bem. Mas pra que relembrar isso? Ou pra que verbalizar que tava lembrando disso? De novo, toda brincadeira tem um fundo de verdade, e por mais que ele fale que não pode fazer nada, isso não impede de querer.
Uma coisa que pensei agora é exatamente isso, ele tem falado que negaria porque não pode. Não quer dizer que não queira e talvez o jeito de demonstrar dele seja exatamente esse.
[...]
Mau: Hoje claramente tu negarias.
Depois daquele bom dia de hoje
Entendi tudo.
Sempre usamos esse entendi tudo como uma expressão de decepção. Como tipo, entendi tudo que o que interpretei tava errado. E foi outro momento em que fiquei sem entender.
Cris: Quem nega é você, Maurício
Mau: nego porque não posso mais né.
Cris: então pronto né
Não sou eu que nego
Mau: AHAHHAHA
Tudo bem
Desculpe.
Realmente acabou o amor. Já entendi, Cristina Costa.
Cris: o seu por mim né AHAHHAAH
Quem entendeu fui eu.
Mau: Negativo. Tu ainda tem um lugar no meu coração. Apesar de me chamar sempre pras ideias.
[...]
Mau: claramente adora uma d.r
Entendi, Paula Vasques
Cris: você que tá louco pra puxar uma hoje ahahha
Mau: saudades
Saudade de que? De d.r que ele me obrigava a fazer porque não entendia o que ele queria?
5- Falou que a academia tava um inferno e mandou um vídeo mais dele do que da academia.
Cris: hahaha só vi um nenê
Saudades academia
Mau: já sabe né
Isso aqui era uma piadinha interna de chamou de nenê, tem que por pra mamar. O que me faz pensar no seguinte, eu não falo essas coisas na intenção dele responder dessa forma. É só um comentário, mas não posso ser hipócrita de dizer que não me deixa feliz com esse tipo de retorno.
Enfim, fim dos trechos confusos dessa sexta-feira. Já podemos voltar para o foco que é me psicanalisar em relação à minha atitude em relação ao que tem acontecido.
Acho que vou funcionar melhor se for fazer por pontos.
Então voltamos a parte da escolha dele, ele fez a escolha e pra mim é muito claro. Independente dele dizer se importar e eu ter “um espaço no coração” isso não muda nada. Não muda o que aconteceu, mas deveria mudar o que tem acontecido. Não deveríamos ter esse tipo de conversa, não deveria ter esse tipo de provocação sexual, principalmente da parte dele. Se ele escolheu ela, que banque isso. Não fique me usando de flerte.
Depois da sess��o onde a Giovana falou que é um caso extraconjugal fiquei pensando muito sobre o que eu acho sobre e como eu me posiciono nessa situação. Continuo não vendo como um caso extraconjugal porque não tem ação nenhuma. Existem palavras faladas. Apenas. Não torna menos errado, ou menos “infiel”. Porém isso diz muito sobre como eu não me posiciono em relação a isso e o questionamento é o mesmo que eu jogo pra ele. Por que?
Eu acho que é o seguinte, ele alimenta essa hipótese. Conversando com a Dani, ela disse uma coisa que eu não tinha reparado, pelo menos não daquela forma, que é: “eu tenho a impressão de que ele está esperando a qualquer momento você falar “bora? Tá com saudade de mim então vamos fazer um revival”. Eu vejo ele dando essa corda, esses sinais, mas ele não quer falar. Ele ta esperando você falar. Ele tá esperando você falar que tá com saudade, mas como você não fala, ele ta virando o jogo falando “o amor acabou” e coisas do tipo”
Sobre essa fala dela, eu tenho algumas pontuações: concordo que a impressão que eu tenho é exatamente essa, dele ficar jogando pra ver o quanto eu ainda estou nessa situação, e quando percebe que talvez eu já não esteja mais, ele vem com esse joguinho de “nossa o amor acabou”. Porém, indo um pouco mais longe, penso que pode ser um jogo pra alimentar o próprio ego dele. Como falado na sessão, ele não quer perder nenhuma das duas situações, quer viver o melhor dos dois mundo que nem Hannah Montana onde ele tem a relação conjugal e estável de um lado, mas me quer perto pra satisfazer o próprio ego. Se um dia chegasse de eu falar, e ai, bora? Ele poderia falar que não porque não pode, como ele sempre tem feito. O que volta pro mesmo ponto do cachorro mordendo o próprio rabo. Não pode, então para de flertar sobre isso. Para de comentar sobre essas coisas. Elas não vão acontecer, então porque ficar falando sobre?
Mas tudo isso, eu jogo pra ele. O que ele faz, o que ele quer, o que ele quer dizer com essas coisas. Mas e o que eu faço com isso? Ou melhor, o que eu não faço com isso. Então vou tentar responder algumas das questões.
Como me percebo fazendo parte de um caso extraconjugal?
Eu não me vejo fazendo parte de um caso extraconjugal e não acho que tenha relação com algum tipo de resistência que eu possa ter. Acredito SIM, que tudo isso é extremamente impróprio e que não deveria estar acontecendo. Não acho bacana e não me sinto confortável nessa posição de estar sendo usada para suprir e alimentar o ego de alguém.
Não gosto da ideia dele se manter “amigo” por conta disso, o que me faz pensar que, se não tem isso como alicerce da nossa relação, não existe amizade. Não somos amigos, não conversamos como amigos sobre a vida e o que rola, e olha que irônico, por que não fazemos isso? Porque não tem espaço pra isso. Nunca foi criado essa relação de amizade, sempre houve um interesse. Desde o primeiro momento, independente de qual parte se manifestou primeiro. Se não tem isso, não tem nada. Não teria porque manter contato com uma pessoa que você não quer nada, e talvez eu me mantenha porque da mesma forma que faz bem pro ego dele, de certa forma faz para o meu também.
Não posso ser hipócrita ao falar que ele fazer essa drama do “ai o amor acabou e estou te taxando pelo seu bom dia porque me importo” e “você ainda tem um pedaço no meu coração” não me deixa minimamente feliz. Mas é uma felicidade vazia. Ela não significa nada. Não muda nada. E talvez o que me mantenha nisso, erroneamente, é a esperança de que isso mude.
Mas tenho tentado ser extremamente racional ao internalizar que não vai mudar. A escolha foi feita. Ambos que lutem com isso, cada um com suas intensidades e formas.
Qual a minha relação com meus limites?
Agora já que engatilhei o ponto da escolha, que é algo que eu tenho batido muito na tecla é: eu sei o que eu quero e sei quais são meus limites. Ou pelo menos as vezes acho que sei. Mas eu simplesmente deixo isso na mão dos outros. Como se eu não pudesse escolher.
Eu sempre me coloco a mercê da escolha dos outros. Quando tudo isso aconteceu, quando ele decidiu renovar o contrato, várias pessoas me falaram que era o momento de pular fora e eu também pensava que era o momento, mas eu quis ficar pra ver onde ia dar pensando que algo poderia mudar. Quando os sinais me mostravam o contrário. Ele me mostrava o contrário. Esse era o meu limite. Mas eu deixei ELE decidir quando parar. Eu não parei, não me posicionei, e quando achei que tava me posicionando, tava só me expondo o que não levou a absolutamente lugar nenhum.
Eu não sinto que sei reconhecer meus limites, ou se sei, eu não sei o que fazer com eles. Que atitude tomar. Existe um bloqueio quando preciso tomar alguma posição e traçar uma linha dizendo que o meu limite é esse.  Eu posso até enxergar eles, mas não sei o que fazer com eles. É como se fosse uma espécie de fraqueza, como se eu fosse mais vulnerável por traçar esses limites. É como se eu falasse que não aguento determinada situação e não quero parecer fraca.
Essa situação me mostrou esse meu “medo” de parecer não aguentar algo. Como minha primeira psicóloga falava dos filmes de terror. Eu nunca gostei, mas traçar esse limite era dizer que eu não aguentava aquilo e eu sempre quis muito mostrar que eu aguentava as coisas. Que eu aguentava essa situação de merda dele com a Naiana. Que eu poderia sim lidar de uma forma “sadia” em relação a isso, quando eu nunca consegui e eu sempre soube. Acho que todas as “drs” que tínhamos, era meu subconsciente vindo a tona, tomando conta e me dizendo que aquilo era um reflexo de quanto eu não aguentava aquilo.
Hoje não vejo mais os alinhamentos como um alinhamento, e sim uma exposição do meu eu mais interno de que não estava sabendo lidar com aquela situação.
O que me trás um receio de que caso eu não “trate” isso de forma adequada, vire um tamponamento. Dessa situação ser um reforço pra esse movimento destrutivo que eu já faço a anos. Eu não aguentava aquela situação e nem aquela posição, mas eu fingia tanto que aguentaria que eu acreditei piamente nela, porque afinal, o  meu medo era de demonstrar que não aguentaria e acabar forçando uma barra de uma relação que ele não queria. Então se eu fingisse estar completamente de boa, talvez no fundo eu fosse “a escolhida” afinal, eu estaria de boa não é?
Será que tudo isso que tá acontecendo hoje, não é exatamente isso? Não é essa interpretação dele? Ele me vê dessa forma, como alguém que está de boa com o que tem acontecido e por isso age dessa forma?
1. Relacionar a sensação de "não ser escolhida" com o machismo
O que engatilha essa questão aqui: por que eu fingi algo, uma pacificidade que não existia nessa situação?
Acho que uma parte do texto de cima deixou bem claro o quanto esse machismo estrutural é aplicado em tantas camadas que a gente faz coisas sem nem perceber. E vou expor alguns pontos extremamente bizarros que vejo agora.
Vamos lá, eu nunca tinha visto ele dessa forma, mas ele me viu e passei a mudar a minha visão. Por um momento fui “escolhida”. O movimento partiu dele me ver dessa forma então eu deveria ver da mesma forma né? Deveria ficar lisonjeada com isso e foi o que eu fiz. E por que? Porque afinal, alguém tinha me escolhido, mesmo podendo escolher outras.
Acho que essa parte é a que mais pega e talvez não tenha relação com nenhum machismo. Eu passei de “escolhida” para a não escolhida mais.
Nunca gostei da ideia de ter filho ou crianças num geral, mas era o preço a ser pago nessa situação caso fosse de fato escolhida para algo além do que foi. E quando não foi o que aconteceu, tudo isso ruiu.
Eu entrei numa coisa que eu não queria num primeiro momento, moldei o meu jeito de demonstrar as coisas para não parecer uma fraqueza porque na minha cabeça aquilo me colocaria um passo que fosse a frente na posição de possível escolha. E ser escolhida pra que? Pra ser um step para o que a outra não conseguiu ser?
Fomos sempre ensinadas que nós não escolhemos, nós somos escolhidas. Se não temos isso, somos falhas e não faltantes. Uma coisa é internalizar que somos faltantes, o que por sinal já é muito difícil, outra é que somos falhas. São coisas completamente diferentes. Se eu não tenho alguém, é uma falha minha. É algo que eu não tenho, é alguma coisa que eu não fiz pra conseguir fazer com que alguém decidisse ficar. E com o passar dos anos e das relações que eu tive, são coisas que foram se comprovando.
Com o Natan eu não fui escolhida e eu não escolhi aquilo. Eu quis sair daquilo porque tava me fazendo mal e já tinha pago um preço alto o suficiente pra ver onde ia dar. Mas o comentário era sempre algo que me desvalorizava, era sempre algo como “mas sábado e dia de namorar, porque ele tá vendo jogo de futebol?”, e eu internalizava aquilo como uma falha. Como eu não sendo o suficiente pra ele deixar de ver o futebol e me ver. Como se eu não fosse o suficiente pra fazer ele querer algo além daquilo.
Com o Guilherme eu fui escolhida, mas eu não escolhi ele. Mas eu tinha sido escolhida né? Quem tinha dito que uma relação seria só de coisas boas e sem percalços? Então esse era o preço de ser escolhida. Aguentar um sexo sem graça, uma pessoa que em grande parte me diminuía, mas eu tinha sido A escolhida no meio de tantas.
E isso só se confirmou com o Maurício. E olha só que irônico, eles escolhem a gente, no momento que bem entendem, da forma que querem e deixam de escolher assim que decidem também e nós só temos que aceitar. Ficamos quietas, sofrermos em silêncio, sem nos posicionar ou fazer algo sobre isso, sem nos impor de alguma forma porque não é assim que mulher tem que agir. Mulher tem que aceitar as coisas, tem que ser submissa. Não pode expor o que sente porque é emocionada, não pode se posicionar porque se não é incisiva e ninguém quer isso.
Ele sempre brincou falando que eu chamava ele pras ideia, mas a primeira vez que eu fiz isso ele até comentou depois “chamou logo pras ideia e não tava nem ai, deu até um tesão. Decidida.” E isso é bizarro porque é uma coisa que eles estão tão pouco acostumados a receber que a reação é ter tesão. Homem não tá acostumado a ter seus posicionamentos questionados, ou pressionados de alguma maneira porque quem faz isso são eles. Eles que decidem o que querem, quando querem e se querem e você só aceita. E foi isso que eu fiz. Mas não é algo que eu queira continuar reforçando. Não com ele, e não mais. Talvez eu faça um texto do que eu falaria pra ele real, mas por hora é só isso.
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pocrix · 8 months
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Quarta-feira, 24 de janeiro de 2024
Vim aqui com toda a raiva e dor que eu nunca imaginei sentir direcionado a uma pessoa na vida. Acho até que já tive momentos de raiva no processo de luto, mas nossa, ontem me pegou.
Quase não falei com o Maurício o dia todo e fiquei um pouco agoniada com isso, mas é o novo normal eu acho. A tendência é a gente ir se afastando mesmo até não fazer mais sentido pra nenhum dos dois.
Pra mim vejo que é um pouco mais difícil só cortar o laço de uma vez porque ainda vejo ele de uma forma boa, da forma que eu vi no começo disso tudo, mas também é uma coisa que tá caindo por terra conforme eu vou vendo o que anda acontecendo.
Tive um dia bem ruim ontem, me sentindo fraca e mal o dia todo, acho que pode ser porque tava chovendo o dia todo, tava cinza, o trabalho ta parado então foi uma merda.
Mais a noite, estávamos conversando, ele mandou foto da Valentina no primeiro dia de aula e tudo mais, e de novo mandou um negócio insinuando que queria uma foto da minha bunda, e até ai levei na brincadeira e segui meu baile.
Quando eu menos espero, vi que ele postou um stories que dizia algo como “quando minha esposa vê tal coisa” e marcou ela. Eu fiquei tão mal, tão puta, com enjoo e dor física. Foi horrível. Me senti horrível ao pensar que pra sexo eu sirvo, mas pra ter uma relação a esposa é ela sabe. Vai se foder. Eu fiquei tão puta que pensei em bloquear ele num geral. Mas só bloqueei os stories. Não quero ver mais nada em relação a isso. Chega. Cheguei no meu limite com isso. Minha grande vontade era mandar um singelo VAI SE FODER. Vai se foder por me ver como um pedaço de carne que você quer comer enquanto pra ter uma relação de verdade é com ela. Ridículo e mais ridículo ainda é eu me sujeitar a passar por esse tipo de coisa. Real não mereço isso. Mereço muito mais, mereço alguém disposto a me ver como eu sou, e não como uma bunda que ele gosta.
Passando isso, fui tentar dormir e pra variar, não consegui direito. Demorou muito, mas depois engatei e sonhei com quem? Pois então. Eu tava na casa dele, com a família dele e as filhas, com a família e o caralho todo, e ele tava agindo muito como se me quisesse ali. Tanto que lembro nitidamente dele falando “ó, é pra comer ein, somos uma família” e eu lembro de pensar “do que caralhos ele tá falando”?
E em um determinado momento a mulher dele chegou, beijou ele e tal e veio me cumprimentar como se realmente não fizesse ideia de quem eu sou. E eu só olhando literalmente do ponto de vista da outra. Outro grande VAI SE FODER.
E para finalizar, vou colocar aqui o que saiu numa página de horóscopo aleatória no twitter. Não acredito em horóscopo, mas nossa, esse foi um tapa na minha cara.
“Fique um pouco longe da bagunça e do drama. A vontade de ressurgir com assuntos antigos vai bater bem forte, mas cabe a você resistir ou ceder ao impulso de brincar com veneno. A gente sempre acha que tem o controle, que sabe de tudo... e aí, quando vê, se percebe totalmente sem chão. Você pode deixar o peso nos teus ombros de dissipar depois de se perceber distante ou pode se culpar por não ter percebido nada disso. Sugiro que encare como livramento ao invés de falha”.
Coloquei isso no planner, mas coloquei aqui também porque PUTA QUE PARIU. Vontade de tatuar isso na minha testa.
Fiquei pensando o que ele poderia interpretar já que é do mesmo signo que eu, mas foi tão direcionado pra mim que nem consegui imaginar ao contrário.
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