Projeto de intervenção pedagógica no IFRN realizado por estudantes de Letras Inglês (UFRN).
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Exeperiência - Estágio II
Este blog foi criado por Dandara Silva, Júlia Pontes e Maria Villarinho, alunas do Estágio Supervisionado II na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com o intuito de compartilhar algumas informações pontuais sobre a experiência de acompanhar as aulas do quarto ano do ensino médio no IFRN. Estivemos sob supervisão do Prof. Dr. Marcel Matias, professor de Língua Portuguesa e Literatura de três turmas (duas do curso técnico de Multimídia e uma de Lazer, com cerca de 30 alunos cada) desde junho deste ano.
Inicialmente, as aulas tiveram como foco o gênero literário resenha, bem como a literatura norte-rio-grandense; os alunos leram a obra Cabra das Rocas, do autor Homero Homem, e produziram um resumo como forma de atividade proposta pelo professor. Após a conclusão dessa etapa, foram abordadas as “tendências contemporâneas da literatura brasileira”, incluindo a poesia marginal, o poema/processo e a poesia concreta, porém não houve a produção de textos poéticos.
Levando tal fato em consideração, propomos ao professor Marcel a organização de uma oficina de poesia blackout, opcional e fora do horário de aula, para alunos interessados em conhecer e produzir uma forma contemporânea de poesia, a qual é mais conhecida nos Estados Unidos e leva o nome de blackout poetry. A oficina iria acontecer no dia 26 de agosto de 2021, às 18h30, e obtivemos 6 inscrições no total.
No momento em que de fato a oficina aconteceu, tivemos apenas a participação de dois alunos: Adriana e João Paulo, bem como a presença do professor Marcel.
A oficina ocorreu em três partes e durou duas horas. No primeiro momento, nós estagiárias realizamos uma aula expositiva, explicando aos participantes o que é a poesia blackout e como ela conversa com assuntos anteriormente estudados pelos alunos: as formas vanguardistas de poesia e o dadaísmo (estudado por eles na matéria de História da Arte). No segundo momento, ocorreu a parte prática, quando explicamos a maneira de produzir um poema blackout e disponibilizamos textos prontos, em português e inglês, para que os alunos pudessem modificar, assim criando seus poemas. No terceiro e último momento, lemos os poemas produzidos por nós e pelos estudantes, e debatemos brevemente sobre o processo e escolhas de cada um durante a produção dos textos.
Nós tínhamos esperança de que mais alunos tivessem participado, porém a pouca quantidade de estudantes nos permitiu dar bastante atenção àqueles que estavam presentes e aos seus poemas, o que provavelmente seria inviável caso tivéssemos mais participantes. No final da oficina, os dois alunos foram encorajados a compartilhar suas opiniões sobre a execução de nosso projeto. Eles afirmaram que havia sido uma experiência positiva, na qual puderam praticar sobre essa forma diferente e atual de produzir poemas, que funciona até mesmo em momentos de bloqueio criativo.
Acreditamos, desde a proposta inicial da oficina, que encorajar os alunos a produzir textos poéticos é importante para que entendam o processo artístico e o coloquem em prática, para além de aprender sobre ele. Sentimos que a oficina foi frutífera tanto em um nível educacional quanto pessoal. Como diz Ferreira Gullar, a arte existe porque a vida não basta. Em tempos tão confusos, agonizantes e incertos, umas das únicas coisas, se não a única, que pode nos dar um propósito é a arte. Seja qual for a sua configuração, a arte é o antídoto contra as dores, pois com ela, nela e através dela podemos percorrer diferentes caminhos, habitar em diferentes casas, estar na pele de diferentes pessoas e sentir diferentes coisas. Paradoxalmente, podemos nos desprender de nós mesmos sem ir para longe de nós. Adquirimos um grandioso poder de nos conectar a nós mesmos, de voltar para o nosso interior que a vida cotidiana, regida pelo compasso rápido do relógio, tira de nós. Como diz Robin Williams em Sociedade dos Poetas Mortos, “Medicina, lei, negócios e engenharia são ocupações nobres para manter a vida. Mas poesia, beleza, romance e amor são razões para ficar vivo”. Por isso, pela arte ser o refúgio mais aconchegante e necessário para o humano, especialmente em tempos tão cruéis e incertos, agarramos a oportunidade de realizar essa oficina de poesia no IFRN. Não bastasse a angústia que estudantes de pré-ENEM sofrem, o mundo acabou por multiplicar a dor – não só dos alunos, mas agora do mundo inteiro – com uma crise sanitária devastadora, deixando marcas irreparáveis. Porém, esperamos que, com nossa breve passagem pelo Instituto, que foi a das melhores intenções, tenhamos conseguido deixar marcas, também irreparáveis, mas marcas de carinho, inspiração e esperança de dias melhores.
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Poema Blackout produzido em oficina, por João Paulo.
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Poema Blackout produzido em oficina, por Maria.
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Poema Blackout produzido em oficina, por João Paulo.
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Poema Blackout produzido em oficina, por Dandara.
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Poema Blackout produzido em oficina, por Drica.
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Poema Blackout produzido em oficina, por Marcel.
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Poema Blackout produzido em oficina, por Drica.
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