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Carta sobre a Nostalgia

Há um cadáver cinzento, duro e rasgado por dentro bem ao lado do lugar preferido da minha cama. Ele se levanta e me conta sobre o sentido da felicidade que se perdeu, e o que a tempestade e o silício tiraram de todos nós. 

O futuro do pretérito, o futuro que não foi, junto ao passado que foi e, como um fantasma, assombra com cada jarda da vasta relva da inocência que perdeu seu encanto pelos escombros do tempo presente. 

Irônico como quando éramos, olhávamos sempre para frente, o passado era um coitado esquecido. Hoje, precisamos encontrar o amanhecer com muito esforço. 

O futuro parece não ter nada a dizer e o silêncio da morte parecia atraente diante de um presente tão violento e caótico.

À nostalgia, escrevo-lhe uma carta. Não agora, quem sabe na semana que vem, no futuro.

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Sinopse Sinfônica

John Barker

Torno-me mais um em meio ao aglomerado de gente

Todavia, em meio à triste solidão, silencio-me do presente

Sou uma linguagem ofuscante e difícil de decodificar

Um estrangeiro que se remite em busca de compreensão

Um estranho que persiste em se humilhar

Em busca de um símbolo para minha repercussão

Alguém que me salve do monstro que me inspira, que me cativa, que me caracteriza

Alguém que vive ora na multidão,ora no paradigma da escuridão

Na sombria noite atroz, a qual, no campo de inocência, pulveriza

Um preço exorbitante e inestimável

Que assim, galante, argumento-lhes um sentimento de mesma expressão

Um misto de beleza e misantropia notável

Por qual, peso-me [ lastimando o amanhã que nunca amanhecerá]

em uma homenagem sepulcral a esta anônima

Sem rosto e perdida na mesma desditosa sinopse sinfônica