não sou poeta só estou tentando ser coesa [e gosto mais da letra z do que da letra s]
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uma já foi. axé aos meus guias e ao povo do fogo.
00:01. hoje é quinta feira, primeiro minuto do dia primeiro de maio. em 7 dias, começa meu dia “d”.
eu nunca vou esquecer de da mata explicando o que foi o dia “d” pra ditadura militar brasileira. não tenho certeza, agora, de cabeça, se foi dia 31 de março ou dia primeiro de abril. de qualquer forma, sei o motivo pelo qual decorei a data. sempre fui boa em decorar datas, afinal. e uma data que me remete à violência que a minha nação sofreu ser a mesma que o aniversário de quem me violentou, realmente… romântica que sou, seria bem difícil não somatizar toda a dor da minha nação.
mas não escrevo pra falar em dor aqui. escrevo pra falar em esperança. em 7 dias eu retorno da praia e começo um novo tempo. de maio à setembro, se inicia uma nova viagem ao centro do mundo, do meu mundo, do meu próprio corpo. em prol do meu sistema respiratório, eu deixo também os traumas que a pandemia acumulou no meu corpo pra trás e me comprometo comigo mesma a largar o cigarro. eu não quero mais isso pra mim. a partir do dia 8 de maio, eu não quero mais a nicotina como algo central na minha rotina. nem essa ína nem as outras meninas viciantes que encontrei nesse período. sinto que venho me preparando há muito tempo pra esse momento.
nada no meu corpo nunca vai ser mais importante que a minha voz. nada nesse corpo vai ser mais importante que palavras. palavras. são muito. importantes.
talvez por isso que eu tenha trazido à tona o dia 31 de março. porque nada consegue me fazer calar como uma simples data me fez na juventude.
esse ano, uma sereia soprou no meu ouvido que eu devia cantar. na data, achei que isso significava que eu seria uma grande cantora. hoje, que sou uma grande cantora - e por grande cantora, eu quero dizer uma cantora grande, ou uma mulher grandiosa que canta -, cinco meses depois, eu entendo o recado que a sereia veio me entregar. não dá pra mergulhar com as sereias se eu não puder abrir as minhas costelas o suficiente pra armazenar o máximo de ar que meus pulmões suportarem.
hoje eu sei, e eu vejo todos os dias que: quanto mais eu me calo, menos voz eu dou aos meus iguais.
ao longo dos anos, eu aprendi diversas formas de respirar. essa, até agora, é a minha preferida. sou grata aos meus que me apoiam todos os dias, aos guias que me acompanham e a mim por não ter desistido cedo demais e por seguir sem desistir por mais que pareça impossível às vezes. estou apenas aprendendo a seguir os caminhos que já conheço sem precisar me guiar pelo gps. é um engano achar que já sei muito sobre mim só porque já sei profundo.
salve odoya minha mãe, salve iemanjá. salve oxum mãe de todas as águas. que meu corpo seja templo pra iara transitar com calma.
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que foda amiga, “você toca violão parecendo uma bateria”
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sejamos todos bem vindos ao reino das lamentações,
fiquemos à vontade com as regras da comunidade
não esqueçamos de por os nossos casacos ao lado
despir nossas roupas mas nunca nossos fardos
tirar a máscara dos rostos é proibido
mas pode falar sobre tudo, meu amigo
aqui o tédio não impera
me pergunte qualquer coisa, não vou ser megera
mas não se esqueça que é cada um no seu quadrado
um metro em cada lateral
dos meus assuntos cuido eu,
consulte seus oráculos para tal.
-
em terra de cego,
caolho é rei
#poeza
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hâ há hâ há
gosto de me ver por dentro
me apeguei as fotos do meu estômago
[ao início da minha úlcera nervosa
me ver por dentro
logo acima das brasas do inferno
logo abaixo da linha do equador
escrevo viro escravo ao ritmo
os passantes, minha plateia
as imagens dos caminhos já não tão comuns
até chorei lágrimas rapidinhas
só pra ilustrar o meu cansaço
a alma é a mínima parte do que é coração e do que é artéria
a humanidade [a mínima parte do umbigo
o choro a menor parte do olho
o olho que é o nimbo do homen
nessas tantas emoções por causa de uma pizza ruim
eu vou ter que encerrar essa história de nuvens
pra você parar de chover
a alma quando vai [sai pela boca
quando sai rasga um outro tipo de cordão
ligado ao coração
vira vapor na traqueia
sai amena e morna
esvaída no oxigênio
virando parte do mundo
qualquer distância é perto quando a euforia vai pras pernas
e esses maus versos nem são maus
nem são meus
[preciso parar de esquecer de sentir
2 de abril de 2023
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de quem eu sou
de quem eu era
do que restou
e o que me espera
(uma grande frustração pra mim é só saber escrever poemas e não saber escrever canções e hoje me peguei me perguntando se sofia me ajudaria a unir essas duas artes se eu pedisse com jeitinho)
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que bom seria se todo mundo fosse tão especial que merecesse um espetáculo só pra si
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MAGA, EU LI!
ainda bem que conheço minha traqueia
[ela gosta de tocar fogo]
um apartamento bem fofinho
ali perto da rua da saudade
tem o nome igual ao seu
poxa
o nome igual ao meu
e mesmo assim
não sou eu
é a vista
contrária
à minha
eu fico logo achando que sou eu
que sou eu
que sou eu
que sou eu
que fui eu
mas tudo bem
não tem problema
pois estou tentando comer mais frutas
acabei de partir
um quarto de melancia
e suas fatias de pizza
combinaram com a minha cozinha
na escola já me chamaram de melancia
mas eu não gostava de comer frutas
não sabia que melancia mais parecia
gelatina
congelada
se eu soubesse que melancia
era tão gostosa
e docinha
talvez o problema
não fosse tão meu assim
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vez por outra eu respiro e penso “ainda bem que eu escrevo bem pra caralho”
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