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Mais uma vez senti meu peito arder, a garganta fechar e uma lágrima solitária brotar no cantinho do olho, e outra vez eu tive que fingir estar bem. Às vezes me assusta como consigo disfarçar tão bem a vontade que tenho de sumir, mas sei que - no fundo - ninguém se importa. E ok. Mas às vezes você anseia que alguém estenda uma mão, ofereça uma xícara de café e uma conversa intensa sobre a vida e seus porquês. Por que a vida dói tanto? Por que não consigo me reerguer? Por que de tantas crises, uma atrás da outra? Droga! Tá doendo!
Mas a verdade é que a outra pessoa, do outro lado, bebericando o café sob a mesa, tem de ser você. Você tem que direcionar a sua vida para alguma direção. Alguma versão sua mais madura... Porque por mais que pareça que essa pessoa desapareceu ou não existe, está aí, esperando uma oportunidade para tomar a tal xícara de café. Esperando uma oportunidade pra te fazer crer que existe beleza em todo esse caos. O arco íris aparece depois de uma chuva intensa.
No fim, somos nós a companhia de que precisamos.
- Carla Thalita.
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Às vezes você carece de atenção porque tudo que você teve na vida foi desatenção, então você se agarra a pessoas em uma tentativa de ser acolhido, quando esse acolhimento pode ser aprendido e cultivado dentro de você. Quem mais iria dar atenção nas suas feridas mais profundas, se nem as mais superficiais alguém as vê? Não é fulano, é você. E aí você se frustra... Porque quebras de expectativas doem como um soco no estômago, mas aí vai um segredo (porque se é pra doer, que doa logo de vez): esperamos que o outro faça o que apenas nós mesmos podemos fazer e é por isso que dói. Não é que a vida seja demasiadamente difícil, às vezes nós a complicamos.
E tudo bem. Um dia a gente aprende. E provavelmente esse dia não será o melhor dos dias. Mas a gente aprende e a vida se torna um pouco mais leve a partir daí, porque quando uma ferida abre você já não vai mais esperar que o outro a cuide, você mesmo vai limpar, passar uma pomada, fazer um curativo e continuar cuidando durante o processo de cicatrização. É melhor assim. Ninguém sabe a profundidade de uma ferida além de nós mesmos.
Que sejamos lar quando ninguém mais sabe onde dói.
- a Carla Thalita.
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Eu gosto do quase silêncio, que é quando tudo parece quieto mas pequenos barulhos nos lembram de que a vida está acontecendo. Latidos ao fundo, o choro de uma criança chorando em algum lugar distante mas não tão distante assim, de veículos passando de um lado a outro, e - por vezes - os vizinhos com parafusadeiras ou algo assim. Por algum motivo sempre me trouxe paz e uma sensação boa de acontecimento.
a vida está acontecendo. E eu não posso perder meus segundos com preocupações demasiadas sobre ela. Às vezes nos preocupamos tanto em chegar a um lugar rápido, que não nos damos conta dos pequenos detalhes. Do quase silêncio. O silêncio nos lembra que a vida está acontecendo. Que tornam o nosso caminhar mais leve, quando detalhes como esses são percebidos. Como digo para os mais próximos, a pressa de viver nos torna sobreviventes e nessa luta pela sobrevivência não percebemos a beleza do caminho. Pausas são tão necessárias quanto a continuidade, nelas recuperamos nossa força para seguir.
Se sua cabeça está fazendo tanto barulho que você sente que está prestes a gritar, sugiro 10 minutos para apreciar as palavras (não) ditas no (quase) silêncio.
- a Carla Thalita.
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Temo não resistir aos meus pensamentos, são eles que me afogam, sufocam e matam um pouco de mim (diariamente). Que forças terei com o passar do tempo, se aos meus vinte e poucos anos sinto que já não tenho tanta força assim?
eu tenho medo de que a vida seja isso mesmo que está acontecendo e nada muito diferente daqui há uns anos, o ponteiro do relógio dá voltas e diferente dele estou parada no mesmo lugar por um tempo que já nem sei.
dizem que tudo tem um por quê, mas não encontro as respostas dos meus porquês, ao contrário, quanto mais tento entender a vida, mais perdida fico. quando obtenho algumas respostas me aparecem mais perguntas e, então, choro mais uma vez com lágrimas que me afogam em mais desespero.
tenho tentado, mas quantas tentativas serão necessárias para completar esse cubo mágico que é viver?
- Carla Thalita.
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Digo e repito: o teu sorriso faz fechar feridas antes abertas; que talvez não fosse sua função fechá-las, mas quando você chegou trouxe consigo a cura de dores antigas que eu já havia desistido de remediar. Anos tentando, bastou você me olhar e sorrir de um jeito tão doce que tirou o amargor da vida. É! Talvez você nem perceba, mas seu jeito de ser faz com que tudo ao seu redor pareça mais bonito, já percebeu como a lua parece também sorrir quando estamos na cama, rindo de piadas duvidosas e fazendo carinho um ao outro? Parece que o mundo inteiro nos abraça em silêncio, talvez seja por isso que somos tão fortes perante os problemas: temos o apoio gentil dos astros, que de tão gentil a lua emprestou um pouco do seu próprio brilho e toda vez que você sorri, seu sorriso brilha, um lembrete de que tenho comigo o meu próprio céu. E hoje mais uma vez o céu está lindo.
- Thalita
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Lembro quando você colocou o meu cabelo por detrás da minha orelha e perguntou aonde eu queria chegar, pensei por alguns segundos e respondi que o que eu sei é que não quero voltar pra onde já estive. Me recuso. Você sorriu e disse: minha menina, então por que olha tanto pro que já passou, se sabe que o caminho que tem que seguir é em frente?
E desde então, quando me pego pensando no que passou lá atrás, lembro com carinho que meu caminho é em frente e nesse caminho existem mil possibilidades de fazer diferente.
- Thalita.
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Às vezes, a vida dói.
Dói como quem esquece de onde veio,
como quem se sente fora do lugar.
Mas quando fecho os olhos por um instante,
e deixo que o som dos pássaros,
o sussurro do vento
e o compasso da minha própria respiração
me abracem…
eu lembro:
posso não estar onde quero,
mas estou a caminho.
Alguns dias, caminho com pressa.
Outros, devagar.
Às vezes, nem me movo.
Mas até as borboletas sabem:
é preciso parar na tempestade
para proteger as asas.
Eu não posso (e nem vou)
desacreditar do quão longe posso chegar.
Mesmo com marcas.
Mesmo com cicatrizes.
Porque sou forte.
Eu preciso ser.
E eu sou.
— Carla Thalita
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Aqui dentro, tudo sangra.
Dói. Arde. Queima.
Mas, do lado de fora,
o mundo só vê o meu sorriso.
Esse que vesti como armadura,
pra esconder o caos que grita em silêncio.
Eu sigo tentando.
Tentando juntar os pedaços,
colar os cacos com esperança.
Mas cada tentativa deixa marcas —
cicatrizes que não somem com o tempo,
pelo contrário,
elas me lembram que ainda estou ferida.
Me lembram que já não sou a mesma.
O tempo não curou.
O tempo pesou.
E hoje me sinto um vulcão calado,
prestes a explodir.
Mas eu ainda escrevo.
E escrever é minha forma de gritar
sem fazer barulho.
Com carinho,
Thalita
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"Em busca de mim"
Estou em busca de um novo eu,
um reflexo que ainda não conheço,
mas que pulsa dentro de mim
como promessa de renascimento.
Não quero — e não posso —
ser a Thalita que um dia fui.
Ela foi raiz,
mas agora sou semente que voa.
Preciso me encontrar
nas dobras do tempo presente,
sem os pesos antigos
que minha alma já cansou de carregar.
Como poderia ser a mesma
se carrego histórias que antes não tinha?
Se vivi dores e amores
que mudaram o tom da minha voz?
Hoje, me refaço em silêncio,
me desenho com novos traços,
sem medo de me perder —
porque é assim que me acho.
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A sensação de andar círculos é tão cansativo
Por hora, preciso descansar
Me permito tirar os sapatos
Sentar no chão e respirar.
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Querido diário,
Eu o amo com tanta força que me sinto fraca. Nem mesmo eu consigo entender a força desse sentimento. Tudo que eu sei é que quero, cada dia mais, os beijos e abraços sempre tão gentis que ele me dá. Do amanhecer até o anoitecer, anseio por um pedido de noivado, por um projeto da nossa casa, das crianças rindo ao brincar, do café quente e doce pelas manhãs e as mãos entrelaçadas que, de tão entrelaçadas, se unificam. Dizem que devemos viver a vida sem pressa, e eu não discordo de tal pensamento, mas quando se trata desse rapaz, quero tudo pra ontem, porque sei que com ele a vida será boa. Quando ele sorri, definitivamente eu também sorrio, é até mesmo uma ação involuntária. De todos os sorrisos, a maneira como a boca dele curva me chama atenção, brilha no mesmo tom que brilha a lua. Os olhinhos, nos nossos momentos mais íntimos, são os primeiros a se entregar, e observar o jeito doce que ele me olha faz com que eu me sinta incrível, e talvez eu seja mesmo. Como não seria? Eu o tenho. Ali, nas penumbras das noites, ele é tão meu quanto sou dele. Nem acredito em magia, mas nossos momentos são mágicos. Não poderia ser diferente, é impossível não se apaixonar pelo que ele fala, pela maneira como pensa, por sua inteligência (...) ele é tão ele... E acho que nem se dá conta de quão raro é. Tão lindo... O cabelo que eu adoro passar os dedos, o peito onde adoro repousar a minha cabeça. Talvez a única coisa que eu não goste, é a posição da aliança no seu dedo. O lado esquerdo me parece tão certo. Com ele, eu não sinto mais medo. Quero uma vida inteira de mais beijos e abraços gentis. Por toda uma vida. Para todo o sempre.
Carla Thalita.
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Dizem que o tempo não sentirei mais,
Quantas voltas o ponteiro terá que dar até que tudo aqui pare de doer?
Não concordo com tal frase
Não sentir é o mesmo que morrer
O que eu preciso é...
A P R E N D E R
A conviver.
A me envolver...
em sentimentos tão bonitos que me lembrarão que mais do que sobreviver,
é preciso viver.
- A Carla Thalita (ig: acarlathalita)
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Quando te vi pela primeira vez, senti meu coração bater mais forte. Eu, que sou movida a palavras, me encontrei sem nenhuma pra te dizer. As mãos não paravam quietas um instante: ora mexia no cabelo, ora batucava algo na mesa. E o frio na barriga eu nem preciso te dizer.
Tive medo de reagir errado e você ir pra longe, mas seus olhinhos castanhos me diziam com tamanho interesse que se distanciar não estava nos planos, e é verdade. Desde aquele dia você não me deixa só.
Ainda que o tempo passe, sinto que o tempo parou no momento em que meus olhos encontraram os seus. Tenho fixado na memória o registro do seu sorriso de orelha a orelha quando tentei bolar alguma piada tosca, e os olhinhos brilhando quando te contei algo sobre mim.
Dizem que quando encontramos o amor para nossas vidas o mais corajoso sente medo e o mais forte se sente vulnerável, e é isso que sinto quando se trata de você. Tenho pavor só de imaginar a vida sem você nela, e sobre a vulnerabilidade, você sabe o quanto meus olhos lacrimejam só de pensar em alguma possibilidade de não ter a sua mão entrelaçada na minha. Se os olhos são janelas da alma, os meus te convidam a morar.
E, então, você vem morar comigo?
- A Carla Thalita. (Ig: acarlathalita)
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Zé, tem dores que nenhum remédio cura. É verdade. Até hoje me dói dores de quando eu ainda era uma criança. A diferença está em saber conviver com isso e não permitir que esse sentimento te consuma, afinal, maior do que a sua dor é a história de como você conseguiu viver tantas coisas lindas em meio ao que te feriu. Você floresceu.
Não dá pra apagar o que vivemos e a tentativa de apagar só gera mais frustrações, raiva, tristeza. Do bom ao ruim, tudo que vivemos é salvo. Não existe meios de anular. O que existe é a possibilidade de um recomeço. E enquanto houver pulso, há chances de recomeçar.
- A Carla Thalita.
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Meus olhos, cheios d'água
Olharam pro céu clamando 'socorros'
O céu também chorou
O que mais poderia fazer?
- a Carla Thalita.
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Meu bem, se permita chorar
Não sabe você que as lágrimas extravasam o que há dentro de ti?
Até o céu chora
E as lágrimas derramadas faz desabrochar flores por aí.
Chora o que tiver de chorar,
O relógio não dá várias voltas a toa
Enquanto o ponteiro girar
Haverá chances de recomeçar.
Não seja boba...
Você ainda tem tempo.
- A Carla Thalita. (Ig: a carlathalita)
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