Tumgik
pseudonimobeijaflor · 3 months
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“Se alguém me escutar… Me dê uma nova alma, que não relute em seguir Um novo olhar do mundo, que faça eu me sentir feliz por aqui Me dê coragem, eu preciso ser forte, não por mim, mas por quem amo Me de lembranças, que não machuquem tanto Me dá sentido, e sentimentos bons Vontades e segredos que não deteriorem o coração Desejos e sorrisos que não tenham cobrança Costumes e manias que não façam com que me sinta estranha Mas se achar melhor, me da outra vida, mostre ao menos a saída, para não magoar tanto quem fica. Ou ao menos uma poesia que resista A todo o caos, Reexista A cada dia que levantar da cama Parecer o fim Não me deixe acabar assim. Eu ainda sinto tanto…”
— Beija-Flor.
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pseudonimobeijaflor · 3 months
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“O mundo é ruim, mãe. E eu sei que, no fundo, eu sou bom. Gosto de sorrir para as pessoas, mesmo que não sorriam de volta. É a forma que encontrei, mãe, de disseminar a bondade que acredito existir dentro de mim, e não me importo se ignoram. Amanhã eu tento novamente, quem sabe algo inusitado acontece, e alguém finalmente note. Porque, mãe, é tão difícil enxergar a bondade. Sei que somos pessoas boas demais, e a maldade é maior, e nos consome. E isso me afeta mais do que a todos. Porque eu sinto pelo mundo. E acho tão lindo sentir. Organizar todo o caos em palavras, e quem diria, que eu, tão vazio de mim, escreveria tudo o que gostaria, um dia, de ouvir. Quem diria que eu, que vivo dizendo que não me importo, me importaria por todos os que realmente praticam o que dizem, e ignoram um abraço, um “boa noite”, um olhar. Quem diria mãe, que eu sentiria muito, e trasbordaria dessa forma. Transbordaria pela guerra a qual não participo, mas morro com cada poeta. Choraria por alguém que sentou na escada de sua casa, e esperou inquietante por uma boa notícia, e não recebeu nada. Quem diria, mãe, que eu apreciaria o barulho da chuva tocando o chão, e sentiria até mesmo o desespero de uma formiga quando percebe que a gota d'água destruiu sua casa. Que o cheiro do bolo da vovó me faz falta, e que, mãe, eu apreciava o gosto único da sua comida, e até mesmo aquele tempero que você colocava, causa vazio. Tira o gosto de todas as outras coisas que dizem por aí que são deliciosas. Os momentos é que são deliciosos, mãe. Pois, na realidade, o que deixava a sua comida especial, era a sua presença, e eu tenho medo de não ter dado a devida importância a cada segundo ao seu lado. Tenho medo de ter preferido demais a televisão da sala. Hoje nem ligo a tevê. Medo, mãe, será ele o dono dessa tal maldade? Eu me pergunto se realmente volto para casa todo final de semana, me pergunto qual é o sentido de arrumar as malas, se meu inconsciente vaga pelo mundo, e não sabe onde mora. Se toda bagagem que eu carrego, não pode simplesmente ser despejada em uma máquina de lavar, e sair sem marcas, sem sujeira… sem peso. Minha alma, mãe, quem é que lava? Qual caminho eu devo seguir para, finalmente, ter uma boa noite de sono, sem passar a madrugada escrevendo sobre tudo o que vejo, e como dói perceber que nada me vê. E se vê, não interpreta meu desespero. Eu ri hoje, um riso gélido e irônico, ao me questionar da forma que a dor brinca com a gente. Tão linda para quem lê, tão destrutiva para quem sente. E agora, eu choro. Ah! Deboche evidente do destino. Eu não lido bem com isso, e já me fiz forte tantas vezes, ignorei tudo o que sentia e segui. Acumulei sentimentos para fingir ser homem feito, e veja bem, não sei dizer ao certo quando tudo desmoronou de vez. O relógio marca 6:32 da manhã, do dia 12 de um mês qualquer, e minha mente se encontra no instante em que soltei a sua mão pela primeira vez para atravessar a rua. No momento em que fomos embora de casa. Naquele dia em que eu ouvia os gritos e tampava os ouvidos no meu quarto, e tentava brincar para ignorar. Eu estou em cada esquina, cada escombro. Em cada dia nublado. Eu sou a chuva, mãe, que escorria em seu rosto. A chuva que tantas vezes inundou o mundo todo. Isso, mãe, também me transbordou. Eu cresci, fui orgulho e muita quebra de expectativa. Rompi linhas de equilíbrio, por não ser o que esperavam. E entendo quando expressões de dúvidas surgem em sua face ao meu respeito, e o quanto eu te sufoco sendo exatamente como eu sou, e o pior, deixando evidente que sei que erro, e não mudo. Nenhum abandono me afeta mais do que o meu. E eu abandonei você. Mas não se preocupe, não é o fim do mundo. Eu me reinventei, não necessariamente em uma imagem concreta e agradável aos olhos de quem vê, e sim, como o esboço mais lindo e bagunçado que apenas uma alma pode interpretar. E demora um tempo para digerir e apreciar cada linha torta, que leva a ter um questionamento de cada atitude minha, sem decifrar de forma errada cada gesto meu. Cada “eu te amo” que não soube responder, mãe, não foi por não amar você. Só não me senti digno em pronunciar palavras tão fortes, por ser tão fraco. O mundo, mãe, já foi todo seu. Já imaginou? Era meu mundo. Sol era o seu sorriso. Sim, eu dou valor as coisas boas, mais do que imagina, mais do que posso expressar. Entenda, a vida vai mal, e não se deve compartilhar o que é bom, senão, logo vira tristeza. Não quero que consumam isso também. Quero que permaneça longe de toda maldade, para eu continuar tendo a sensação de que, dentro de mim, ainda existe algo que vale a pena. Possuo em meu interior, o céu de cada estação. Verão. Outono. Inverno. Primavera. Inconstante. A natureza humana me afeta, e não sei ao certo se posso dizer isso de forma positiva. Porque sei exatamente o estrago que causa. Talvez, mãe, cultivem em mim sentimentos em épocas erradas, e me culpam pela colheita que morre, que não tem futuro. Que falha. Entende, mãe? Eu não tenho tempo para ensinar em qual lua estou apto a aproximação. Em qual período da minha vida estarei pronto para sair do casulo de incertezas que me cerca. E exigem demais. Talvez eu não tenha para oferecer. Não agora. Existem coisas que preciso arrumar. Meu solo, por enquanto, é pobre demais para fazer nascer algo que dure a vida toda, que sobreviva a todas as tempestades, secas, vendavais e pragas. Em questão de existência, eu e meus poucos anos de vivencia, não somos absolutamente nada. Um nada que entra em conflito com tudo, por sentir demais. Por ansiar ser mais. E quem foi que disse, mãe, que jovem não teme o futuro? Não mede as consequências… eu sei o que cada atitude minha acarretou, e me dispus a perder o que fosse necessário, e a ganhar o que estivesse ao meu alcance. Mãe, nem todas essas milhões de estrelas do universo se aproximam de algo que explique a imensidão do quanto eu sinto. Mas o vácuo, a escuridão o silêncio, definem exatamente como eu sinto. E mostram o quão complexo é definir o que eu sou. Porque para o universo existem teorias, e eu, mãe, quem é que explica?”
— Beija-Flor.
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pseudonimobeijaflor · 3 months
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Aos poucos vou ajeitando
A vida
A casa
A alma
E vai ficar tudo bem.
Eu.
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pseudonimobeijaflor · 3 months
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Me pus novamente a navegar num barquinho de papel, no mar de águas gelidas e turbulentas que cagerrego no peito. Eu gosto da sensação, daquilo que me sustenta ir se diluindo aos poucos, até que eu afunde lenta e dolorosamente, e não ser capaz de enxergar a superfície. Em cada segundo afundando, sinto a temperatura diminuindo gradativamente, então, no primeiro estágio de hipotermia, meu corpo luta com todas as forças para tentar gerar um calor intenso.
Continuei afundando.
Enquanto sigo imersa nas correntes de dor que passam violentas por mim e mudam meu norte, enfim falho na tentativa de me salvar de mim, minhas estruturas celulares diminuem o fluxo sanguíneo, na esperança de atrasar minha morte. Nos estágios finais, sem ar, sem opção de sobrevivência, eu morro aqui dentro mesmo, tendo total consciência que provoquei meu próprio fim. Eu gostava de me causar dor. Minha melancolia me acolhia, feito a morte esperando, de braços abertos, um filho pródigo que retornará para seus braços em cada reencarnação. A tristeza se acostumou a abrir as portas para mim. Por anos eu me acostumei a ser inquilina. É confortável viver na dor, na tristeza, na insatisfação das expectativas. Ser feliz que é foda. Momentos felizes são curtos, difíceis de serem vividos e alcançados. Ser feliz e sentir alegria exigem muito mais esforços do que se colocar em um barco frágil e permitir naufragar numa imensidão de lamentos.
Ser feliz é para quem tá disposto a viver uma vida em busca de um único segundo de felicidade, que dão sentidos pra uma existência inteira.
Se lamentar é a opção mais fácil. E eu, apesar de me submeter a morte em alguns longos dias, espero acordar na manhã seguinte e acreditar que tenho potencial pra buscar minha alegria, nem que seja ela um segundo, nem que seja um único beijo, um único olhar, uma única música. Um momento. Nem que seja tão curto quanto um milésimo, afinal, ouvi dizer que milésimo são eternos na imensidão de infinitos.
Eu reanimei meu corpo noite passada. Depois de me tornar gelo. Hoje o dia foi ensolarado, e ao sentir os raios de sol tocarem minha pele. Meu corpo entrou em combustão. Hoje eu não visitei o fundo dos oceanos. Hoje eu fui pra estratosfera. Vi planetas, estrelas, cometas. O vazio estava presente lá, porém foi mero detalhe. Meu encanto foi pelo universo que me espera.
Todo ser carrega em si a capacidade de moldar seu universo particular.
— Beija-Flor.
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pseudonimobeijaflor · 4 months
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Anotação pessoal - 1
Eu nunca fiz questão. Meu erro de vida, talvez, tenha sido esse. Perdi tantos momentos preciosos por estupidez. Aos 16 anos, não nos sentimos burros, nos sentimos donos do mundo, sem ao menos ter consciência da dimensão do universo e da finitude do mesmo. Aos 16, eu achava carregar a dor de um mundo nos ombros, por um coração partido, por expectativas totalmente falidas e idiotas em esperar alguém interessado em ouvir minhas reclamações cotidianas. Aos 16, eu não tinha noção de que, absolutamente todas as pessoas, tinham seus próprios universos para evitar colapsar. Minha tristeza fazia com que me sentisse especial. E eu não passava de uma egocêntrica cegada pela minha dor, quase sempre sem me importar se, ao meu redor, alguém também sentia. Eu sempre enxerguei o caos, não era cega e também sei que meu modo de sentir na época, era intenso demais. Tão intenso que preferi me afastar de tudo, tentei sumir de fato do mundo. E hoje agradeço por todas as tentativas terem falhado – eu era tão egoísta que culpava Deus, ou seja lá o que me proporcionou continuar a respirar, por ter me salvado. Minha concepção de vida mudou quando perdi meu tio pro câncer. Meus 16 anos de suposta dor foram esmagados por uma ausência que jamais poderá ser preenchida. Eu não consegui derrubar uma lágrima no velório, nem por muito tempo. Chorei, pela primeira vez anos depois. Lembro de perguntar pra alguem ao meu lado se eu era um ser humano normal por não chorar, vendo minha vozinha arrasada, meus outros tios em lagrimas e também meu pai. E a pessoa me responder que eu estava em choque, e que não precisava fazer disso um peso naquele momento. Mas eu não tava em choque, tava com raiva, tentando achar algo pra culpar... mas, simplesmente... não tinha.
Meu pai perdeu meu avô muito novo, esse meu tio o ensinou a ser "homem" quando precisou me criar. Eu descobri isso tarde demais pra agradecer e por fazer do irmão dele, o melhor pai que conseguiu ser pra mim. Descobri tarde que eu não era apenas uma sobrinha, ele me tinha como neta. Mas o amor incondicional que ele teve por mim, não deixei de sentir um segundo sequer. Ainda sinto. Só sinto muito que meu egoísmo e minha falta de questão tenham me deixado distante por anos. As vezes, entre um texto e outro, eu tento me aproximar daquilo que não consigo fazer voltar, o tempo que eu perdi tentando gritar que eu estava sufocada, sem respirar em minhas próprias falhas. Acredito que todo mundo já se viu nesse lugar, certo? Esse que você convence a si mesmo de que nada vale a pena e todo esforço de mudança é desperdício. Hoje, aos 26, ainda vejo resquícios do meu eu egocêntrico. Mas tento, todo tempo, evitar ser consumida por esses tormentos. Tô construindo minha família agora, procurando fortalecer meu contato com meus avós, com meus irmãos. Até com meus pais, e isso era tão difícil e impossível pra mim aos 16, era totalmente utópico sentar em uma mesa de almoço e rir com a minha mãe. Beber algumas cervejas até chorar escutando "espumas ao vento" com meu pai, e ouvir ele me dizer "filha, eu tenho um coração todo remendado, um pedaço de cada um que já passou por mim".
Pois é, pai, eu também tenho um coração cheio de remendos, arremedos, mas posso dizer com certeza que, hoje, ele carrega menos arrependimentos. Hoje eu sou capaz de ver além da dor. Eu sinto amor ao meu redor o tempo todo. Talvez eu precise melhorar algumas costuras desses retalhos, mas dizem também, no amadurecimento, que são nas imperfeições que encontramos o nosso lado mais humano. E, alias, tio, seja onde estiver: eu te amo, muito obrigada por tudo. Por me ensinar a gratidão mesmo não estando mais nesse mundo. Te amo além da vida, e sinto sua falta além dela também.
Se meu conselho servir pra alguém, que seja esse: talvez a resposta pra se reerguer depois de uma grande perda, de uma grande dor e de um grande aprendizado, seja continuar abrindo espaços. A luta incansável pra preencher aquilo que nos falta é, de fato, o caminho errado. A vida definitivamente não é feita de rumos certos e nunca haverá uma bússola, de menos linha de chegada. Você já está exatamente onde deveria, passou pelo que precisava passar, então se abra pra ver aquilo que está além dos sentimentos cômodos que habitam em você. Tem um mundo te esperando, e não me refiro ao físico e tudo aquilo que habita um campo de visão. Me refiro ao universo dentro do seu peito, e de cada batida do seu coração.
— Beija-Flor.
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pseudonimobeijaflor · 4 months
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Lembra.
Aquele dia na praia com as taças de vinho enterradas até metade na areia, lembra? O vento empurrava teu cabelo nos olhos junto com areia e nós ríamos tanto, mas tanto, tirando sarro do nosso fracasso em uma tarde romântica a beira-mar. A gente nunca foi um casal de novela, mas éramos um bom enredo, tinha ali dentro uma pontinha de drama na medida certa do cotidiano, tinha ação e empolgação na cama, muita química nas conversas e nos momentos mais íntimos que não tem absolutamente nada a ver com sexo, e sim com saber a quantidade de sal que outro gosta na comida, ou a bebida preferida... lembra? Aquele dia que nos encontramos pela primeira vez, no pagode no bar da esquina de domingo. Um lugar que eu quase nunca frequentava, e você batia ponto todo final de semana, se não foi destino eu desacredito que ele exista. Na verdade, eu já não acredito mesmo que exista. Afinal, eu lembro de tudo. De como seu olhar me despiu naquele primeiro encontro, e também não me refiro à roupas, mas sim aquela sensação de estar nua com a alma exposta por inteira sem ao menos ter como se proteger. Eu lembro muito. E lembrar já não adianta, tô aqui dividindo as memórias com o papel e não com você. De todas essas lembranças, agora eu me lembro da porta se fechando, das suas malas prontas dizendo que iria seguir.
Agora não me basta lembrar tão só.
Tu já não lembra mais.
Espero que, em breve, eu tenha memória a curto prazo igual a você.
Mas caso queira saber, eu lembro.
— Beija-Flor.
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pseudonimobeijaflor · 4 months
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Eu permiti que deuses consumissem minh'alma como oferenda noite passada. Noite passada há mil anos atrás. Nessa tal noite eu era a pagã mais procurada que caminhava pela terra, era a mulher apedrejada por errantes sentados em seus tronos de madeira, que sentiam-se em tronos do mais puro ouro do planeta. Eu ri de suas faces, sangrando, mas sem deixar de caminhar, eles já estão mortos, essa noite foi há mil anos, mas minha alma virou eterna aprendiz e a deles se desfez em hipocrisia. Noite dessas eu me permiti ser um peão em um jogo de xadrez, então indo contra todas as expectativas, dei xeque na rainha e pulei casas acima do rei, que ficou imponente perto da minha pequenez. Disseram que fiz tudo contrário as regras. Mas regras não se aplicam a almas consumidas por deuses. Então me safei de mais uma condenação. Dia desses minha pele quase virou cinzas andando pela luz ardente do dia, porque minha alma ardia e eu achei ser necessidade de enxergar o sol, e encontrar afeto em qualquer olhar perdido, em qualquer esquina. Mas não. Ela ardia por estar fria, e por pertencer a deuses que só gostam da escuridão.
Dias, tardes e noites dessas, eu me arrependi em ser oferenda e consumida por seja lá quais deuses que se interessaram pela minha fragilidade. Não perguntei seus nomes, nao quis me simpatizar com os semblantes, eu quis ser eterna por um instante e sentir o poder de dominar aquilo que está fora do meu controle. Mas ali nada mais valia. Eles eram a personificação dos meus demônios, não deuses, e eu deixei, em minha fraqueza, que tomassem contam de mim. Fui tão grande como minha ansiedade, fui tão forte quanto minha depressão. Fui tão infinita quanto minha tristeza. Mas aí percebi que a eternidade tem um preço alto de solidão.
Dia desses, há mil anos atrás, eu fui só um tanto humana demais, falhando em não conseguir exorcizar esses dragões, que reinam como deuses em meu coração.
Beija-Flor.
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pseudonimobeijaflor · 4 months
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Nunca foram os grandes atos que me encataram, de menos ainda as coisas materiais. Sempre foram os abraços no final de todas as noites acompanhados de "dorme com Deus, eu te amo", que ganhavam meu coração.
— Beija-Flor.
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pseudonimobeijaflor · 4 months
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“Hey .. eu, bom, queria dizer que amo muito você, tá? Era só isso, ou .. tudo isso.”
— Meu pequeno infinito.
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pseudonimobeijaflor · 4 months
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As vezes, eu canto.
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pseudonimobeijaflor · 4 months
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Eu queria que ninguém me notasse hoje. Não me notassem por um bom tempo. Não se importassem ao ponto de conseguir me desconfigurar, que passassem por mim como atravessam uma porta qualquer. Aqui dentro existe um buraco gigantesco, e quem se aproxima, infelizmente, se perde. E eu não quero perder você. Então fica longe. Mesmo que machuque, e, em mim, dói muito mais, por saber que apenas eu sou capaz de acabar com isso, e não consigo. Eu me perdi também. Queria um abraço pra morar e fiz dele tempestade. Eu existo em uma parte distinta da galáxia, e meu infinito é tão limitado a coisas ruins. Não tente me ajudar. Eu não quero. Já me acostumei. Leão ferido. Estou com saudade. Mas eu não tenho uma saudade bonita pra sentir. Sinto vontade, mas todos os meus desejos me levam a caminhos ruins. Queria um abrigo, não tenho ao menos a mim. Hoje eu senti saudade. Saudade de ver uma boa imagem refletindo no espelho, saudade de sentir um sorriso surgir da inocência, por saber que no olhar existe felicidade. Hoje, eu chorei. Chorei porque senti falta do aconchego de uma palavra qualquer, de uma conversa banal, eu ouço apenas o som do backspace. Som do silêncio. A alma fria. Para preservar a carne em um estado perfeito de tristeza, talvez, quem sabe, para ser exposta, e servir de exemplo a não ser seguido. Hoje, o castigo para quem erra é ser só. Não há fogueira, há frio. E não existe coisa pior. O despertador tocou E, antigamente, eu sentia felicidade em saber que estava viva. Hoje, se pudesse, deixaria os “5 minutinhos” se expandirem lentamente pelos caminhos limitados da minha pequena eternidade. Ah, eternidade, eu não pertenço a isso. Eu não desejo ao meu pior inimigo a vida eterna. É cruel imaginar uma imensidão só. Enferma idade, juventude doente de solidão. As pessoas são tão previsíveis. Todas as palavras de amor sem sentido. Sentimento perdido. Tempo perdido. Renato estava certo. E ninguém poderia prever isso. Sempre foi fácil taxar de louco, quem deixava escancarado a doença da alma. Todos negaram a realidade, e hoje ela se revoltou. Eu tenho pena. Queria que todos tivessem a mesma compaixão. Um mundo dominado por poetas, seria um mundo sem problemas. Mas as guerras são mais importantes. Vai ver nunca pararam para pensar que, um lápis, pesa muito menos que um caixão. A dor da perda. Pior quando não se sabe o que perdeu, como perdeu e onde. Quando foi que eu me perdi na gramática da vida? Dramática vida. Eu erro, e minha pena capital é ser tão escassa de vontade de expressar. Felicidade. Como ser o que nunca fui? Ando tentando, mas cair sempre foi o destino das minhas escolhas. Quanto mais tento, mais me afundo. E eu não sei ao certo que estrela devo seguir. Os astros não são ao meu favor. Parece que foi ontem que eu corria pela casa sem me preocupar com o amanhã. E hoje, o futuro pesa tanto. Uma vontade gigantesca de permanecer no passado me impede de seguir. Eu sinto falta de jogar futebol na rua, sinto falta de gargalhar até o maxilar doer. Por uma piada mais sem graça do que a vida. Tão desacreditada. Antes eu não consegui crer, porém, percebi… Nada dói mais do que crescer.
— Beija-Flor.
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pseudonimobeijaflor · 4 months
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A solidão pertence a quem?
Não lembro de abrir as portas do meu coração pra ninguém que se chamasse solidão. Lembro de começar dias ensolarados, por volta das dez e meia da manhã, com alguma música tocando nas rádios. E também do cheiro do churrasco que incomodava meu nariz, e embrulhava meu estômago, porque eu mau tinha raciocínio pra levantar da cama, quem dera pra ja me alimentar. Eu espreguissava devagar, querendo mais uns cinco minutinhos de cama. Mas tinha bastante gente na varanda, já com os rostos brancos de protetor solar e aquela essência de praia que somente os fatores 70 proteção UV, são capazes de proporcionar. Mas não era praia, era o quintal de casa. Lembro vagamente das risadas, das latas estralando e de alguma criança birrenta já chorando por não querer esperar 15 minutos depois de comer pra voltar pra piscina. Eu gostava do meu quarto. Mas sempre gostei de ouvir esses detalhes que deixaram meu espaço preenchido, mesmo que somente eu o habitasse.
A solidão pertence a quem?
Não lembro de abrir as portas do meu coração pra ninguém que se chamasse solidão. Me recordo de um quarto com duas camas, e do ronco da minha prima sonâmbula que, por volta das onze dormia profundamente depois de falar a noite toda e não me deixar pregar os olhos. Lembro que, já acordada, não levantava da cama porque sabia o que aconteceria em, no máximo, quinze minutos... Minha vó abriria aquela porta fingindo estar muito brava pela bagunça do ambiente, e por nós duas nunca levantarmos pro almoço antes que ela viesse chamar. Eu amava esse detalhe: de ver o rosto da minha vó sempre ao acordar, e quando ela escancarava aquela porta, muito brava, o cheirinho da comida dela preenchia cada móvel, entrava em cada poro, nunca deixei essa fragrância me escapar.
A solidão pertence a quem?
Não lembro de abrir as portas do meu coração pra ninguém que se chamasse solidão. Lembro dos sapatos pontudos andando no piso de madeira as cinco e cinquenta da manhã, porque eu sempre fui enrolada pra levantar, o sinal da escola batia as sete, mas era sempre essa luta pra acordar. As seis e meia o liquidificador acordava até os passarinhos mais preguiçosos. Eu colocava o uniforme, e logo esperava o leite pra despertar. Era tão bom. Não tinha nada além do leite e do achocolatado, a graça estava nas mãos que me entregavam. Que, com paciência, me despertavam e com um beijo me deixavam na porta da escola. E eu retribuía dizendo "obrigada, mãe, até mais tarde, tenha um bom dia".
A solidão pertence a quem?
Não lembro de abrir as portas do meu coração pra ninguém que se chamasse solidão. Mas me lembro de tantos momentos. achei que eles nunca me trariam vazios tão profundos. Acho que a solidão é uma consequência muito dolorida de crescer, e ninguém gosta ou gostaria de ser o dono.
A solidão não pertence a ninguém, mas gosta de permanecer em todos e em tudo que já não volta mais.
Eu não abri as portas do meu coração pra ninguém chamado solidão.
e vou manter-las bem abertas, até juntar forças o suficiente pra despejar essa indesejvale inquilina que habita minhas memorias e torna tudo que me foi um tanto bom em... solidão.
— Beija-Flor.
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pseudonimobeijaflor · 4 months
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Querida, hoje vi as estrelas mais brilhantes do que nunca, quase pude ouvir a voz de cada uma dizendo que o brilho era meu, mas o que elas viam era o reflexo delas mesmas pelos olhos meus.
Querida, hoje eu vi meus demônios travestidos em imensidão, aparentavam uma escuridão tão sublime e linda, feito petroleo de tão profundos, quase fiz minha morada por lá – mas aí as estrelas brilharam e eu decidi migrar.
Ah, querida, a brisa do vento tocou meu rosto de forma divina, o calor da noite esquentou minha pele e o âmago da minha alma. Eu achei, por anos, que não era mais digna dessas sensações ímpares da vida. Únicas.
Hoje, quando vi as estrelas brilhando eu estava com a ponta dos pés no abismo mais alto que encontrei, queria na verdade brilho me tornar. E querida, as vezes eu me canso tanto de tentar. Então, quando surgiram as sinestesia de coisas boas e simples que a vida ainda pode me proporcionar, ao invés de dois passos à frente, retrocedi três e sentei um pouco por lá, e aí senti novamente a solidão, do mesmo jeitinho que ela sempre me preenche.
Essa solidão que me habita prende os meus versos, prende a minha respiração. Querida, minha solidão, nada solitude ocasiona dor aos que tentam se aproximar. E assina minha sentença de morte. Me impedem de melhorar.
essa minha solidão,
tão minha
Somente minha
Insiste ainda em seguir sempre...
Sozinha.
— Beija-Flor.
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pseudonimobeijaflor · 5 months
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Teria eu a capacidade de alterar a química?
De controlar a serotonina do meu cérebro, e fazer meu corpo sentir doses cavalares de alegria, a ponto do maxilar doer de tanto rir de qualquer coisa besta. Controlar a dopamina caminhando por meu sangue, mas de fato, senti-la. Se ela é quente quando se movimenta dentro de mim, se o fluxo arterial aumenta, se os vasos e veias se expandem, as pupilas dilatam e a pele arrepia. Se meu corpo ainda responde a estímulos de coisas boas, enfim.
Seria eu capaz de alterar o compasso do meu coração?
E então acertar as batidas. Controlar a velocidade quando ele muito se agita, sem precisar contar de 0 a 10 pra não surtar de ansiedade, e sim de, sei lá, qualquer sentimento que me abrace, não que me esmague.
Eu acredito que não consigo me encarar, olhar no fundo dos olhos da imagem do espelho e dizer que estamos no controle "vamos, guria, ce consegue vencer esse dia", e então, ver aquela menina me sorrir de volta e me perguntar "quantos mais vamos vencer?"
Eu não posso encarar
Porque não saberia responder.
Seria eu capaz de alterar a química, ou misturar elementos demais pra saber se continuaria a respirar por outro dia?
Seria eu capaz?
— Beija-flor.
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pseudonimobeijaflor · 5 months
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Sempre guardo o que me machuca pra acolher o que o outro incomoda... E sempre fico sozinha pra curar minhas dores, lambendo minhas feridas até que seja tolerável viver com o desconforto de senti-las dentro de mim.
As vezes, eu só queria um colo pra chorar.
— Beija-Flor.
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pseudonimobeijaflor · 5 months
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Se quer saber? Hoje eu não quero ver a cor do céu.
Bobagem.
Sempre azul pra alguma meia dúzia de gatos sortudos.
Ah, mas... quer saber? Hoje eu também não quero ficar aqui: fechada a sete chaves, sete palmos da realidade e da terra firme.
Me deixa ser livre na realidade,
mas em uma que eu me sinta confortável em inflar meus pulmões ao amanhecer, sem precisar de ajuda de nebulímetro pra incentivar meu órgão vital, a simplesmente fazer o que foi programado para fazer.
Acho que queria ser parte da dúzia dos sortudos, ver a luz no fim do túnel.
Me sinto um vagalume perdido no vácuo do espaço. Porém faço o que posso pra iluminar, seja lá o que precisa de brilho para vingar.
Mas, quer saber? A luz que eu espero encontrar, meio que vagalume, tá dentro de mim. junto com a escuridão. Luz demais é radiotivo, e de menos, finito. Preciso saber dosar pra não me tornar fatifero.
Sabe, deixa pra lá esse papo. Tá tarde pra filosofias baratas, e metáforas estranhas.
Mas se quer de fato saber... quando eu descobrir o que eu quero:
prometo escrever.
— Beija-Flor.
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pseudonimobeijaflor · 5 months
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não alimente sentimentos que te machucam. não alimente sentimentos que te machucam. não alimente sentimentos que te machucam. não alimente sentimentos que te machucam. não alimente sentimentos que te machucam. não alimente sentimentos que te machucam. não alimente sentimentos que te machucam. não alimente sentimentos que te machucam. não alimente sentimentos que te machucam. não alimente sentimentos que te machucam.
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