quaxinim
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⸻ 𝑇𝐻𝐸 𝑬𝑿𝑰𝑻
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𝖿𝖾𝖾𝗅𝗌 𝗅𝗂𝗄𝖾 𝗐𝖾 𝗁𝖺𝖽 𝗆𝖺𝗍𝖼𝗁𝗂𝗇𝗀 𝗐𝗈𝗎𝗇𝖽𝗌, 𝖻𝗎𝗍 𝗆𝗂𝗇𝖾'𝗌 𝗌𝗍𝗂𝗅𝗅 𝖻𝗅𝖺𝖼𝗄 𝖺𝗇𝖽 𝖻𝗋𝗎𝗂𝗌𝖾𝖽 𝖺𝗇𝖽 𝗒𝗈𝗎𝗋𝗌 𝗂𝗌 𝗉𝖾𝗋𝖿𝖾𝖼𝗍𝗅𝗒 𝖿𝗂𝗇𝖾. 𝖿𝖾𝖾𝗅𝗌 𝗅𝗂𝗄𝖾 𝗐𝖾 𝖻𝗎𝗋𝗂𝖾𝖽 𝖺𝗅𝗂𝗏𝖾 𝗌𝗈𝗆𝖾𝗍𝗁𝗂𝗇𝗀 𝗍𝗁𝖺𝗍 𝗇𝖾𝗏𝖾𝗋 𝖽𝗂𝖾𝖽, 𝗌𝗈 𝗀𝗈𝖽, 𝗂𝗍 𝗁𝗎𝗋𝗍 𝗐𝗁𝖾𝗇 𝗂 𝖿𝗈𝗎𝗇𝖽 𝗈𝗎𝗍.
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quaxinim · 3 months ago
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capítulo quatro, delírio no escuro.
com: @pedictrician.
onde: mary hitchcock memorial hospital.
O hospital era o único estabelecimento em Hanover com energia, um ponto solitário de luz em meio à escuridão que tomara conta da cidade. Claymore não sabia bem o que procurava quando entrou lá: estava cansado de tatear e tropeçar no escuro de seu apartamento, terrivelmente arrependido de não tê-lo arrumado antes de tornar-se um labirinto sombrio de roupas sujas, caixas vazias e livros jogados, e precisava urgentemente carregar o celular para que seu único meio de comunicação pelos próximos dias não fosse esperar para esbarrar com alguém na rua ou no hotel. Rapidamente percebeu, porém, que a energia alimentada pelo gerador estava limitada ao cuidado de pacientes graves e outros serviços essenciais. Droga. Ele observou a recepção, a ida e vinda de profissionais, pacientes e familiares — talvez em uma busca inconsciente por um conhecido, outro sobrevivente que, como Finnegan, fora atacado pelos seguidores descerebrados de Voss e precisava de cuidados médicos —, mas repousou o olhar em uma figura específica.
Não falava com Cemile desde quando? O velório? Mal conseguira encarar a família de Ethan no dia, as lágrimas em seus rostos revirando-lhe o estômago, um sentimento de culpa crescente em seu peito que sequer fazia sentido. Não era culpado, então por que se sentia um? Mas Darkwood não era somente a prima de Ethan, era sua amiga, e não podia evitá-la para sempre. Não queria evitá-la. Não ser um babaca estava entre as metas de sua sobriedade.
“Cemile.” Ele a chamou, apressando levemente o passo para alcançá-la. “E aí, como você tá? Digo, como tá sendo aqui, vocês estão bem? Ah, foi mal, você tá ocupada? Porque, se estiver, eu posso esperar…”
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quaxinim · 3 months ago
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A roupa escolhida para a festa de encerramento da viagem não era nada refinada — um terno velho do pai, uma camisa social com dois botões ameaçando cair e um par de tênis All Star surrados, ainda mais imundos depois do acidente e de semanas perambulando pelo mato. A viagem por si só já havia sido uma extravagância, então não podia torná-la ainda mais cara comprando roupas, por mais envergonhado que ficasse. Nada daquilo importava agora, no entanto, então somente se vestiu e passou a ajudar os colegas a organizar o baile. “Olha, eu não sou um decorador profissional, mas diria que é mais que suficiente.” Respondeu, oferecendo a Faith um sorriso. “Onde você encontrou isso tudo? É impressionante. Quem sabe algumas delas não sejam comestíveis, sabe, para depois.”
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timeline passada
Para o baile improvisado, Faith sabia que era necessário algumas flores. Muitos já tratavam na comida e bebida, Faith, decidiu ir tratar dar flores. Já com um vestido posto, Faith apareceu com um enorme ramo de flores "Acredito que isto seja flores suficientes para a decoração?" Questionou a muse, enquanto começava a decoração para assim os toques finais serem realizados e a festa começar.
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quaxinim · 3 months ago
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capítulo quatro, delírio no escuro.
com: @thcroww & @sinnerwclf.
onde: casa de finnegan cooper.
Claymore só soube do que havia acontecido com Finnegan depois que o amigo já tinha voltado para casa. A comunicação durante a falta de energia era limitada, já que, àquele ponto, a bateria do celular havia acabado e o carregador portátil possuía uma mísera carga antes de também abandoná-lo. Talvez passasse no hospital depois, para se aproveitar do único gerador funcional da cidade e recarregar o aparelho. De qualquer forma, quando a notícia chegou aos seus ouvidos, quis visitá-lo imediatamente. Saindo do Six South, ele parou para comprar alguns mimos para o amigo — e para si mesmo, porque ninguém é de ferro — e seguiu até a residência mais que familiar, sua cópia da chave enganchada entre os dedos enquanto equilibrava pacotes e sacolas nos braços para destrancar a porta da frente.
“Ok, mano, eu trouxe sopa — é do restaurante daquela senhorinha perto do hotel, uma querida —, refrigerante, chocolate, café — eu que fiz, então se tiver aguado não fale nada —, anti-inflamatório, analgésico e…” Ao finalmente erguer a cabeça, não foi Finn que encontrou à sua frente, mas uma figura feminina e esguia, de cabelos loiros e com um par de olhos azuis que olhavam diretamente para ele. “Opa…” A surpresa na expressão de Clay não durou meio segundo, substituída por diversão ao perceber que era Pandora. “Pandora. Eu não sabia que você tava aqui.” Cumprimentou a amiga com um sorriso malicioso. Só Deus sabia como queria zoá-la. “É uma hora ruim? Vocês… querem que eu volte depois? Eu posso deixar as coisas aqui e ir, sabe, não é problema…”
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quaxinim · 3 months ago
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Clay! O que você tem a dizer com essas acusações sobre você contra o delegado? A depender do seu histórico, a opinião pública já o condenou. O que pode dizer para nós?
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“Olha, eu não tenho nada a dizer, não.” Respondeu Claymore, sem seriedade e sem cerimônias. Não entregaria nenhuma informação relevante para os abutres que o sobrevoavam desde a morte do delegado, e tampouco teria como satisfazer sua curiosidade mórbida, já que não era culpado e sequer tinha ideia de quem havia o assassinado — e tinha certeza de que tinha sido um assassinato, que montaram uma armadilha em frente à delegacia, embora acreditasse que a armadilha havia sido, originalmente, preparada para Cassie. De toda forma, continuaria usando sua persona despreocupada e piadista como armadura, e não falaria nada que pudesse prejudicar os outros sobreviventes. “A opinião pública já está formada, independente do que eu fale ou faça, e não acho que mudaria tão facilmente, como você disse, considerando meu histórico, então eu prefiro esperar pelos resultados das investigações.”
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quaxinim · 3 months ago
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capítulo quatro, delírio no escuro.
com: @ssquirrzl.
onde: six south st hotel.
“Era só o que me faltava.” A voz de Claymore resmungou no escuro. 
O Six South St Hotel estava há três dias mergulhado na escuridão, salvo pela luz pálida do sol durante o dia, esmorecida pelas nuvens de chuva que cobriam os céus, e pelos flashes velozes de raios seguidos pelo estrondo de trovões. Desde então, os hóspedes se alternavam para atazanar os recepcionistas o dia inteiro, questionando por que o gerador não estava funcionando, quando a energia seria restaurada e se podiam receber seu dinheiro de volta. No restaurante, Clay pegava um ou outro comentário trocado entre clientes, mas em maior parte estava ali para matar tempo — o hotel não havia dispensado os funcionários pela quantidade de hóspedes, porém, sem eletricidade, a cozinha quase não tinha movimento, então garçons e cozinheiros se divertiam jogando conversa fora e provocando Claymore por sua curta estadia na delegacia da cidade.
Agora, a noite engolia os resquícios de luz e o hotel ficava à mercê de lanternas de celulares e velas, que só se sustentavam acesas em cômodos completamente fechados, pois o vendaval lá fora uivava entre brechas de janelas e balançava portas e cortinas. Infelizmente, era o menor de seus problemas. O alvoroço no saguão cresceu aos poucos, mas tornou-se alto o suficiente para que seus funcionários fossem investigar o que estava acontecendo. Do início do corredor, Claymore espiou a cena: do lado de dentro, hóspedes assustados e nervosos, estivessem batendo boca com a recepção ou encolhendo-se nos cantos da sala, enquanto do lado de fora um grupo de pessoas se esforçava para gritar mais alto que o vendaval, exigindo que entrasse e ameaçando fazê-lo à força. O homem compreendeu uma palavra ou outra do que berravam, como “sobreviventes”, “Voss” e “justiça”, o que certamente não era um bom sinal. Os olhos, então, esquadrinharam o saguão à procura de figuras conhecidas, de outros colegas sobreviventes que ali estavam hospedados, e, entre encontros com olhos que o observavam com emoções variadas — alguns com nojo e desgosto, outros com medo e ansiedade, e pouquíssimos com pena e empatia —, ele reconheceu uma figura mal-iluminada e com cabelos loiros aos quais recentemente se acostumara.
“Eliza.” Chamou Claymore, baixo. Ele se aproximou e pôs a mão sobre o ombro da mulher, para que ela não precisasse procurá-lo no escuro. “Só eu tô sentindo um clima de filme de apocalipse zumbi?”
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quaxinim · 4 months ago
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DANIEL SHARMAN A Town Called Malice (2023) ‧  “Livin' on a Prayer”
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quaxinim · 4 months ago
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“Não me magoe, Cassie.” O pedido vem embalado em uma voz embargada, mas não passa de teatro. Clay usa sua melhor cara de coitadinho, bico e tudo, como se a minúscula farpa em sua mão fosse causadora da maior dor que já sentira na vida. Era um pequeno jogo: Cassandra tentava aumentar a situação para que se distraíssem da surpresa no andar de cima da cabana, e Claymore seguia sua deixa sem hesitações, como um bom ator de improviso. “Sim…” Responde ele, estendendo a mão ferida. “Pensei que seria uma boa ideia, já que todo mundo estava tão ocupado com a cabana e os animais. Precisamos de fogo para assar a carne, certo?” Explicou, ora concentrado na própria mão, ora levantando o olhar para o rosto da garota. “Além do mais, acho que não tenho novos truques de carta para mostrar.”
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                                        quanta   teimosia   !     não   se   surpreende   com   a   resistência   alheia   ,   afinal   é   como   um   bônus   ser   a   irmã   mais   velha   de   uma   família   grande   cheia   de   garotos   .    desenvolveu   a   paciência   como   um   super   poder      —   ou   ,   quiçá   ,   apenas   esteja   particularmente   zen   .       me   deixe   ver   sua   mão   !     quem   vê   pensa   que   vai   ler   as   linhas   da   vida   de   muse   ,   porém   ,   apenas   quer   ajudá-lx   a   retirar   a   maldita   farpa   de   madeira   .   você   estava   buscando   lenha   ?      inqueriu   ,   cuidadosa   ,   quando   tenta   espiar   a   mão   com   certa   cautela   .     é   estratégia   ,   porém   ,   em   fazer   um   grande   caso   para   desfocar   a   tensão   sobre   o   cadáver   no   andar   de   cima   .   
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quaxinim · 4 months ago
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@amarcnta Claymore digeriu as palavras lentamente. Era um homem supersticioso. Estaria mentindo se dissesse que não se sentia diferente desde a morte de Ethan, desde que todos os sobreviventes voltaram a pisar em Hanover ao mesmo tempo. Seus pensamentos visitaram diversas opções nos últimos dias: uma maldição que despertaram na floresta, ou até mesmo antes, quando embarcaram naquele avião; uma retribuição do universo, o pagamento dos pecados que cometeram enquanto estavam desaparecidos; ou apenas uma dívida que deixaram para trás, aberta, no momento em que foram resgatados e não terminaram o que começaram. Todas elas, porém, levavam à mesma conclusão, a certeza de que o que acontecera com Ethan era o início de algo maior.
“Sim… Sim, eu sinto.” Concordou, finalmente, com certa derrota na voz. Os olhos fugiram da figura de Juno e pararam em suas próprias mãos. “Mas se isso foi só um aviso, como podemos ter ideia do que enfrentaremos em seguida? E… E por que Ethan? O que ele fez para merecer o que aconteceu? Cristo, eu nem consigo olhar para a família dele sem sentir meu estômago revirar.”
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* juno ficou em silêncio por um momento, os dedos tocando suavemente as cartas enquanto pensava sobre o que ele realmente perguntava. o olhar dele a desconcertava, e ela sentia que algo mais estava em jogo além das cartas ou daquilo que estava sendo dito. —não vai voltar a ser como antes. — ela disse, quase que para si mesma, enquanto olhava para a mesa, mas as palavras estavam para ele também. — a transformação vem, com ou sem a nossa permissão. e sim, pode ter a ver com morte... talvez até literal, nesse momento. talvez seja sobre ela há muito tempo. — ela fez uma pausa, sentindo o peso de sua própria voz. — eu acho que tudo isso é um aviso. — disse. se referia à morte de ethan e às circunstâncias misteriosas. — um aviso de que não tem mais como fugir de algumas coisas. quinze anos foi tempo suficiente. — ela respirou fundo, levando a mão até a xícara fria de chá, mas sem tocá-la. o olhar de claymore ainda estava ali, persistente. — eu acho que é isso que está acontecendo com a gente, mesmo sem querer. você sente?. / ♡
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quaxinim · 4 months ago
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“Dá pra fazer os dois. Ser idiota e estar certo.” Clay deu de ombros com um sorriso. Talvez fosse assim que alguns de seus ex-colegas de universidade o vissem — o idiota que às vezes tinha razão. “Ah, eu tenho certeza que ele ficaria sem palavras.” Ele concordou com a cabeça, ainda que o tom de voz e os cantos dos lábios arqueados revelassem o quanto as palavras de Eliza o divertiam.
Não achava que os policiais estavam preocupados com os argumentos e ameaças dos sobreviventes, independente de sua influência ou do quão certos ou errados estavam. A morte de Ethan era maior que eles — era sobre um mistério reacendido, sobre uma porta entreaberta, sobre o imaginário popular atraído por aquela queda de quinze anos atrás. Sozinho, nenhum dos sobreviventes faria qualquer diferença.
“É, é bom ver isso aí. Não é como se Hanover tivesse uma abundância de hotéis, e esse monte de jornalistas e curiosos deve estar ocupando quase todos.” A movimentação o incomodava, outrora acostumado com a calmaria da pequena cidade universitária. O restaurante do Six South nunca foi tão requisitado. “Ah, pode ter certeza que eu vou pegar. Por aqui, senhorita.” Gesticulou em direção à porta de saída, de um jeito teatral, como assistia seguranças guiarem presidentes fictícios em filmes de ação. O café era a meros dois quarteirões de distância, talvez exatamente porque os policiais odiavam o café sujo da delegacia e não sabiam viver sem sua dose diária de cafeína. “Então, como é estar de volta?” Perguntou Clay, que ainda assim não conseguia lidar com o silêncio de dois quarteirões. Dentro dos bolsos dianteiros da calça, os dedos se contorciam, sem saber o que fazer com si mesmos. “Você tá mais… loira.”
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"Se ainda estivéssemos na faculdade, eu diria que é um idiota, mas dessa vez eu acho que tem uma parcela de razão." Acabou soltando um riso de canto de boca. O incômodo de não poder simplesmente pegar um voo de volta para casa depois do funeral, somava-se a angústia de perceber que, pouco a pouco, todos estavam sendo arrastados de volta aquele maldito acidente e o que viveram durante aqueles dias terríveis. Mais um pouco e seu diploma de direito seria deixado de lado e ela certamente estaria cometendo uma agressão contra aquele policial mal-educado, assim como previsto por Clay. Isso era um problema. Eliza não queria que os sobreviventes a vissem se descontrolando novamente. "Ou, pelo menos, eu o faria escutar horas de argumentos bem colocados. Ele não seria capaz de me esquecer nunca mais." O que ele mereceria também. A menção de Claymore sobre a cama de seu hotel, fez a arregalar os olhos em sobressalto. "Inferno! Ainda tem mais essa!" Pegou o celular na bolsa rapidamente e começou a digitar uma mensagem para sua assistente, alertando-a sobre o imprevisto e pedindo que entrasse em contato com seus clientes. "Preciso de um lugar fixo para ficar até essa investigação estúpida acabar. Meu hotel só estava agendado para uma semana e talvez eu precise desocupar." Aquilo era exatamente o tipo de situação que a fazia odiar qualquer falta de planejamento. Após a mensagem enviada, soltou o celular de volta na bolsa com um suspiro, passando a mão pelo cabelo loiro e respirando fundo. Um café parecia a única coisa capaz de impedir que sua sanidade fosse pelos ares de vez. "O café é uma necessidade." Balançou a cabeça em concordância. "Me mostre onde é e eu te pago um também. É pegar ou largar."
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quaxinim · 4 months ago
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“Ei, eu nunca disse que era onipotente. Esse é o Deus com D maiúsculo, lá em cima.” Ele apontou vagamente para o céu. “Mas eu sei fazer truques de carta, se quiser ver.” Sorriu com os dentes, de um jeito exagerado que mais parecia que alguém estava com uma faca em suas costas. Só queria ser bobo o suficiente para arrancar uma risada de Pandora, mesmo que fosse de pena. Tinha ciência de que ambos estavam comendo pela beirada, tentando não chegar ao centro que guardava uma verdade irrefutável sobre a garota: sua mãe estava morta. Entre os corpos enterrados, e entre os corpos que os outros sobreviventes discutiam ou não se deveriam queimar, estava o corpo da Sra. Abernathy, agora certamente em um estágio do processo de decomposição que ninguém gostaria de presenciar, muito menos sua própria filha. Era cruel esperarem que ela desse uma opinião, mas também seria cruel da parte dele olhá-la como uma pobre coitada, então somente não fazia nem um, nem outro. “É, bem… Eu até diria para darmos as mãos e fugirmos juntos no meio da madrugada, mas você não é meu tipo.” O sorriso presunçoso quase se desmanchava em uma risada, tão ridículas eram suas palavras. “Eu só queria entender por que está demorando tanto para sermos resgatados. Tipo, o quão difícil é encontrar os destroços enormes de um avião com um monte de gente acampado ao redor deles?”
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Tantas discussões para no final tudo ficar sendo decidido por votos, ou empates que não levavam ninguém a lugar algum. Estava sendo desgastante e por isso preferiu se juntar a Clay, ao menos ele tinha piadas boas para distrair de todo aquele caos. Ou ela deveria pensar em circo? Ao menos alguém parecia se divertir. ❝ E você sir imortal, pretende nos tirar daqui quando com toda sua onipotência? ❞ Permaneceu na brincadeira, soltando um longo suspiro conforme se jogada ao lado dele no tronco oferecido. Se fechasse os olhos sentindo a brisa, poderiam fingir que estavam num banco da faculdade ao entardecer. ❝ Considere isso um vínculo para a vida toda, caro amigo. Não é todo dia que temos a chance de comer amoras estragadas... Já olhou o cardápio de hoje? Isso é iguaria. ❞ Apesar do tom brincalhão, era meio que uma verdade. Eram amoras ou nada. Ela entregou o punhado que tinha em seu bolso enrolado num pano rasgado e indicou que ele poderia ficar com todas. Com fome ela estava, mas apetite lhe faltava. ❝ Acho que não estou muito afim de opinar sobre se deveriam queimar os corpos ou não. ❞ E todo mundo sabia exatamente o porque.
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quaxinim · 4 months ago
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Igby Rigney as Kevin The Two Danas, The Midnight Club
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quaxinim · 4 months ago
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“É… Mas às vezes ela só significa morte mesmo, né?” Respondeu Claymore, descrente das palavras de Juno. Talvez, se não tivesse acabado de enterrar Ethan Carter, não fosse tão duro com a leitura das cartas — era um homem supersticioso, afinal de contas, e não lhe custava acreditar em sinais que o universo lhe enviava —, mas no momento tinha pouca fé a oferecer. Ainda assim, havia interesse o suficiente para que se sentasse de frente a Juno, na mesa que ela ocupava. “O que você acha que significa, neste momento?”
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onde: molly's
quando: timeline atual, 2025
quem: juno & open.
* juno estava sentada na mesa mais afastada do molly's, a luz suave do final da tarde filtrando-se pelas janelas. a xícara de chá esfriava à sua frente, mas ela nem ao menos se importava com isso. seus dedos passavam com delicadeza pelas cartas de tarot espalhadas sobre a mesa. de repente, juno notou o olhar de alguém sobre ela, mas não se apressou a agir. ela não era do tipo que fazia questão de chamar atenção, mas algo na presença da pessoa parecia chamá-la. lentamente, ela pegou uma carta do baralho e a virou, deixando-a repousar sobre a mesa. a carta era "a morte", uma carta que nem todos estavam dispostos a encarar. — não se assuste. — disse juno, com um sorriso discreto, sem olhar diretamente para a pessoa. — a morte, aqui, não significa o fim... apenas uma transformação. uma mudança, algo indo para dar espaço ao novo. — ela virou as cartas de forma relaxada, como quem já estava acostumada com aquele tipo de interação. — a morte, mesmo no sentido mais amplo, no sentido terreno que nós compreendemos, nunca é de fato o fim. — disse, de forma críptica. a xícara de café em sua frente já estava fria, mas ela não se importava. os olhos da pessoa que a observava a intrigavam, e havia algo nos gestos que sugeria que o destino estava tentando dizer algo. ela levantou a cabeça e olhou para a pessoa pela primeira vez, o sorriso ainda suave. / ♡
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quaxinim · 4 months ago
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Clay assistia à cena com certo divertimento. Além da experiência única — e de revirar o estômago — de ver todos os sobreviventes do Voo 317 no mesmo lugar pela primeira vez depois do resgate, tinha a oportunidade de descobrir o quanto haviam mudado naqueles anos e o quanto permaneciam os mesmos. Eliza era uma das pessoas que conseguiram fazer algo da própria vida após o acidente, aquelas que Claymore ora invejava, ora desprezava — como ousavam seguir em frente? —, mas a polícia parecia pouco interessada em suas responsabilidades de trabalho ou em sua vontade gritante de correr dali o mais rápido possível. O homem já havia desistido: continuava em Hanover, de toda forma, e sabia que a morte de Ethan despertaria interesses de diversas direções, legais ou não.
“Eu até sei…” Começou, quando Eliza finalmente desistiu de tentar convencer os policiais. Ser chamado por ela o surpreendeu, mas não o suficiente para não fingir casualidade. “Mas tem gosto de água suja. Aí você vai se decepcionar, ficar ainda mais irritada e quem sabe agredir um oficial como resposta, e então depois disso é bam! Noite no xilindró em vez de no conforto de sua cama de hotel. Depressão total.” Ele negou com a cabeça, desaprovando o cenário hipotético. “Se for mesmo uma necessidade, porém, tem um lugar aqui perto com um café bom de verdade e zero riscos de prisão. Bom, normalmente, pelo menos.”
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open starter, timeline atual.
Eliza estava na delegacia batendo o pé em impaciência. Queria entender em que contexto achavam de bom tom pedir depoimento para pessoas que sequer estavam na cidade quando Ethan morreu! Ela entendia os trâmites legais — claro que entendia, era advogada. Sabia que em casos como aquele, a polícia tentaria traçar qualquer conexão, por mais tênue que fosse. Mas isso não tornava a situação menos irritante, na sua opinião. Ela já tinha organizado sua viagem de volta para Cambridge. Passou horas ajustando voos, reservas e prazos para não comprometer sua agenda. Tudo meticulosamente planejado, como sempre. Odiava ver sua agenda comprometida. "Olha..." Começou, buscando o mínimo de paciência onde não existia. "Eu entendo o protocolo, entendo a necessidade de coletar informações. Mas isso não muda o fato de que eu não estava aqui quando Ethan morreu. Meu depoimento não vai levar vocês a lugar nenhum, além de desperdiçar meu tempo e o de vocês. Eu tenho um escritório para administrar e pessoas para atender!" Falou com um dos oficiais que não deu nenhuma importância para a reclamação da mulher. Ela grunhiu, passando a mão no cabelo em um gesto impaciente, dando meia volta. Neste momento avistou MUSE e o chamou, mesmo sem saber se estava assistindo o seu barraco ou não. "Você sabe onde eu encontro café aqui? É uma necessidade."
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quaxinim · 4 months ago
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Ethan estava morto. Ethan estava morto. O fato girava em sua cabeça como uma espiral, infinitamente a percorrendo e, ainda assim, nunca absorvido. Passou a noite anterior sendo atormentado por pesadelos, virando de um lado para o outro da cama como um suplício para que apenas descansasse, mas os óculos, tão escuros quanto suas roupas pretas, eram a prova de que não tinha dormido um minuto sequer de paz. Ninguém precisava ver suas olheiras nem o inchaço ao redor dos olhos de quem havia chorado.
“Às vezes as pessoas só morrem. Não precisa ser em um acidente trágico.” Foi o que respondeu a Daryl. As palavras eram uma tentativa de convencer, também, a si mesmo: já tinha, sim, enterrado o suficiente em seus trinta e cinco anos de vida, mas aquela morte não precisava ser como as da floresta. Podia ser somente uma morte. O rumo que a vida tomava naturalmente, sem ligação alguma com o que aquele grupo específico de pessoas havia passado. “Não dizem que a gente precisa respeitar os mortos?” Os pensamentos foram empurrados para o fundo da gaveta e um sorriso incitante cresceu nos lábios de Claymore, que se virou para olhar para a companhia. Se referia ao xingamento de Daryl, que não evitara ouvir da distância que estava do caixão. “Não que eu não ache que ele foi um filho da puta morrendo assim, mas talvez não deva falar isso na frente da família dele.”
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Daryl já havia lido sobre a morte de Ethan Carter no jornal da cidade. Receber o convite do funeral não foi uma grande surpresa; quase jogou o papel na lareira acesa da cabana. Não devia nada a Ethan ou a qualquer um dos sobreviventes mas, ainda assim, mal esperou o dia amanhecer para vestir um casaco surrado, pegar as chaves da velha caminhonete e seguir até o endereço. Ele foi o primeiro a chegar, mas apareceu tarde entre os demais, como se ainda hesitasse em estar ali. Alguns rostos conhecidos estavam reunidos em torno do caixão, entretanto, ele não se aproximou de imediato. Preferiu ficar à margem, como sempre fazia. — Seu filho da puta... — Sussurrou com um escarro, pensando em como odiava se sentir obrigado a prestar uma última homenagem ou seja lá o que fosse à Ethan. Quando o caixão começou a descer, ele finalmente se aproximou de MUSE. — Achei que já tínhamos enterrado o bastante. — Murmurou com a voz rouca e sem humor.
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quaxinim · 4 months ago
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Clay não era um sobrevivente nato. Para alguns de seus amigos e companheiros, a vida nos ermos se desenrolava naturalmente — em apenas uma semana, estavam organizando a logística do pequeno acampamento improvisado, colhendo comida, enterrando os mortos e tentando encontrar maneiras de aproveitar o possível daquele desastre. Enquanto isso, a maior contribuição do garoto para o grupo era entretê-lo com piadas ruins e histórias inventadas ao redor da fogueira, seu próprio pão e circo humano. Então, quando mais uma discussão sobre o que fazer a seguir era levantada entre os sobreviventes, Claymore silenciosamente se esgueirava para o canto e deixava que o restante decidisse.
“Ora, claro. Esse tipo de tarefa é para os mortais, não para mim.” Ele respondeu, o tom exageradamente formal e performático aos poucos se desfazendo em um sorriso brincalhão. Estava sentado em um tronco que agora faziam de banco, e deu um chega para lá para dar espaço a Pandora ao seu lado. “Uau. Então você só está disposta a dividir comida comigo se estiver azeda? Dureza, Pandy.” Provocou, mas logo a mão se estendia para aceitar as amoras. Estava com fome há tantos dias que não se importaria nem se estivessem estragadas, contanto que não morresse de envenenamento. A pouca comida que colhiam — e os lanches que sobraram do voo — era somente suficiente para que o estômago não doesse tanto. “E você? Também se acha boa demais ou só prefere ficar com as amoras azedas?”
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ㅤㅤㅤㅤㅤ﹡ㅤㅤ⸻ㅤㅤclosed starter for @quaxinim - timeline passada.
Eram muitas decisões a serem pensadas. Ficar perto do avião ou sair, caçar ou não caçar, queimar corpos, pedir ajuda... Claro, todas tinham um fundamento também, mas Pandy perdeu sua mãe na queda e depois de uma semana estava começando a duvidar de que também havia perdido a esperança que muito provavelmente se estraçalhou na queda também. Enquanto todos ficavam discutindo e decidindo tudo, ela preferia ficar mais distante e foi no meio de uma dessas discussões que acabou se aproximando de Clay. ❝ O que foi? Se acha bom demais para dar um palpite sobre caçar ou não? ❞ Perguntou na brincadeira conforme se aproximava um pouco mais. Já estava para escurecer outra vez e com o frio que fazia pela noite, ela vestiu a jaqueta novamente na esperança que fizesse menos frio que as noites anteriores. ❝ Está com fome? Eu ainda estou com as amoras da minha parte, mas estão azedas demais e não quero tudo. Se quiser e estiver com fome, posso dividir algumas. ❞
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quaxinim · 4 months ago
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(Igby Rigney + Daniel Sharman, homem cis, ele/dele) Aparentemente a morte está de olho na presença de CLAYMORE ATKINS. Quando o vôo 317 caiu, CLAY tinha apenas VINTE anos e a floresta o reconhece como o GUAXINIM. Atualmente ele está com TRINTA E CINCO anos e é conhecido como GARÇOM, algo esperado considerando a reputação marcada por ser DESLEIXADO, embora também seja BEM HUMORADO. Ele decidiu FICAR em Hanover depois do resgate. A floresta lhe deseja boa sorte e tome cuidado com a morte, ou não!
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͏ ͏ ͏ ͏⠀ ͏ ͏ ͏ ͏⠀ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏⠀ ͏ ͏ ͏ ͏⠀ ͏ ͏skeleton, connections, playlist, development
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𝒊. 𝐏𝐑𝐎𝐅𝐈𝐋𝐄
data de nascimento: 04/12/1989 local de nascimento: Portland, Maine signo: Sagitário orientação: Assexual birromântico
𝒊𝒊. 𝐀𝐄𝐒𝐓𝐇𝐄𝐓𝐈𝐂𝐒
antes... jeans rasgados; blusas quadriculadas; fones de ouvido tocando músicas no volume máximo; idas à lan house depois da aula; camisetas de banda; rabiscos em um braço engessado; olheiras escuras e fundas; cachos loiros e bagunçados; sempre uma piada na ponta da língua.
depois... óculos escuros para esconder olhos vermelhos e cansados; casacos e jaquetas escuros; barba por fazer; noites em claro; manuscritos nunca lidos; livros de mistério e investigação; chamadas perdidas; viagens longas de carro; um sorriso melancólico.
𝒊𝒊𝒊. 𝐁𝐀𝐂𝐊𝐆𝐑𝐎𝐔𝐍𝐃
TW: Alcoolismo.
antes... Claymore Atkins nunca foi nada especial. Filho mais velho de um professor de História e de uma enfermeira que passavam a maior parte de seu tempo juntos discutindo — a mãe trabalhava horas demais para cuidar do lar, e o pai não ganhava o suficiente para justificar as madrugadas corrigindo provas —, seu maior talento era distrair os irmãos mais novos do caos em casa com piadas bobas, jogos de tabuleiro e idas à lan house, quando os gritos ficavam tão altos que nem os fones de ouvido ou a TV no volume máximo adiantavam. De resto, era o eterno jogador no banco de reserva, o cara que só mantinham por perto por fazer todos rirem e não se importar de escrever o trabalho em grupo sozinho, especialmente se fosse pago por isso. Não tinha o pedigree dos filhos de médicos, advogados e políticos com sua vaga garantida na Ivy League, não cursava nada que fosse trazer grandes riquezas aos pais — a menos que virasse um autor best-seller de um dia para o outro — e não era nenhum atleta estrela, estudante destacado ou galã extrovertido. Era simplesmente Clay, com seu sorriso besta e comentário sarcástico na ponta da língua. Então, pensava ele, se algum dia desaparecesse, ninguém nem notaria que havia sumido.
Um ano e sete meses depois, descobriria que estava enganado: as buscas pelo voo 317 e seus passageiros tomaram as manchetes, tornaram-se notícia internacional, fizeram dele — e de seus colegas — um grande mistério americano. Mas o Clay que caíra naquela floresta não era o mesmo que embarcara no voo, dezenove meses antes. Havia pouco que um garoto com nenhum talento, um baralho em mãos e um sorriso inabalável podia contribuir na sobrevivência de um grupo de universitários no meio do nada, ainda que seu coração relaxasse quando os ouvia rir por sua conta. Quando finalmente fora resgatado, a única certeza que tinha era de que só sobrevivera porque não estava sozinho. E, nos momentos de silêncio, podia ouvir uma voz em sua cabeça lhe dizendo que os amigos que perdera mereciam a sobrevivência mais do que ele, que estava ali pela pena dos que o ajudaram e pela sorte de não ter sido devorado pela floresta.
depois... Ficar em Hanover não foi tanto uma escolha quanto uma medida temporária, ao menos no início. Colocaria as coisas de volta nos trilhos, retornaria à universidade e só então decidiria onde recomeçaria a vida, longe da floresta e das memórias que o assombravam. A realidade, porém, foi que atrasar seus planos de novo e de novo fez com que a vida acontecesse ao seu redor, mesmo que sem sua permissão. De repente, tinha trinta anos, nenhum diploma e contas se acumulando por baixo da porta do apartamento caído aos pedaços. Não possuía motivação para nada além de beber o dia inteiro e se entupir de remédios à noite, pois os pesadelos o deixavam de olhos abertos e coração acelerado a madrugada inteira, incapaz de adormecer sem ser lembrado das coisas terríveis que fizera e presenciara naquele um ano e meio desaparecido.
O sonho de ser um escritor publicado, já fantasioso desde o dia em que o sonhara — afinal, ninguém sem uma herança conseguia fazer daquilo uma carreira bem-sucedida —, ficou engavetado junto aos manuscritos que nunca tivera coragem de mostrar a alguém, páginas lotadas dos horrores da floresta e da paranoia remanescente de Claymore. Os amigos, até mesmo os que estiveram no acidente com ele, seguiam suas vidas, tornando-se as pessoas importantes que sempre estiveram destinadas a ser e deixando para trás o trauma que compartilhavam, e o contato com eles foi se perdendo junto a todo o resto de sua insignificante existência. Como, Clay se perguntava. Como alguém pode sobreviver àquilo e apenas continuar? E, depois de mais alguns anos, concluíra que devia ser algo seu; que ele era o único fraco demais para seguir em frente.
Ainda assim, seu sorriso nunca saiu do lugar. Tal como o próprio homem, não era mais o mesmo — havia um tipo de tristeza no canto de seus lábios que não se esvaía, uma melancolia impossível de mascarar —, mas continuava ali. Uma memória de um tempo agora distante, ou quem sabe uma parte de si mesmo que se recusava a se perder. Para quem o via de fora, Claymore era um otimista incorrigível, uma pessoa cuja vida saíra completamente de controle e, mesmo então, ele continuava sorrindo. Ele, porém, só desejava enfim não ter que se esconder para derramar lágrimas, como o mesmo garoto assustado que esperava o restante do voo 317 estar adormecido para chorar ao lado da fogueira.
𝒊𝒗. 𝐓𝐑𝐈𝐕𝐈𝐀
Trabalha como garçom no restaurante do Six South St Hotel, além de fazer alguns bicos aleatórios quando a grana encurta. É o primeiro emprego em muito tempo no qual não é constantemente importunado por pessoas que o reconhecem como um dos sobreviventes do voo, ainda que um ou outro hóspede faça perguntas inconvenientes.
Cursava Inglês na universidade, e havia concluído que, caso a carreira como escritor não desse certo, poderia arranjar um emprego como professor de ensino fundamental e ficar por isso mesmo.
Está sóbrio há três anos, graças ao apoio financeiro — e moral — da irmã mais nova. Agora uma médica bem sucedida, ela custeou a reabilitação de Clay e volta e meia o tira da sarjeta quando está sem dinheiro. O irmão mais novo, porém, e gêmeo de sua irmã, prefere manter distância desde que Clay foi resgatado.
Seus pais eventualmente se divorciaram, e Clay os visita pouquíssimas vezes ao ano. A relação entre eles nunca mais foi a mesma, já que os pais não tinham ideia de como lidar com o filho após seu resgate.
Passou a detestar atividades ao ar livre e só viaja para cidades bem movimentadas, ainda que goste da calmaria de Hanover. Mentiria, porém, se dissesse que não inveja a anonimidade de viver em uma metrópole, onde alguém pode simplesmente desaparecer na multidão.
A imprensa sabe que não consegue arrancar informação alguma sobre o acidente dele, já que recusa todo e qualquer contato desde que retornou.
Seu nome vem da espada Claymore, e o pai lutou por meses para convencer a mãe de que deveriam chamar o filho assim. Clay costumava pensar que era um bom nome para se colocar na capa de um livro.
[...]
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quaxinim · 4 months ago
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