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queerduck · 7 years ago
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We Bare Bears Extended Intro! With Estelle (VA) from Steven Universe ♥️
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queerduck · 10 years ago
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On May 29, 2014, the issue of timemagazine magazine which proclaimed the “Transgender Tipping Point” was revealed with me on the cover. June 1, 2015 a year and 3 days later, Caitlyn Jenner’s vanityfair cover was revealed proclaiming #CallMeCaitlyn I am so moved by all the love and support Caitlyn is receiving. It feels like a new day, indeed, when a trans person can present her authentic self to the world for the first time and be celebrated for it so universally. Many have commented on how gorgeous Caitlyn looks in her photos, how she is “slaying for the Gods.” I must echo these comments in the vernacular, “Yasss Gawd! Werk Caitlyn! Get it!” But this has made me reflect critically on my own desires to ‘work a photo shoot’, to serve up various forms of glamour, power, sexiness, body affirming, racially empowering images of the various sides of my black, trans womanhood. I love working a photo shoot and creating inspiring images for my fans, for the world and above all for myself. But I also hope that it is my talent, my intelligence, my heart and spirit that most captivate, inspire, move and encourage folks to think more critically about the world around them. Yes, Caitlyn looks amazing and is beautiful but what I think is most beautiful about her is her heart and soul, the ways she has allowed the world into her vulnerabilities. The love and devotion she has for her family and that they have for her. Her courage to move past denial into her truth so publicly. These things are beyond beautiful to me. A year ago when my Time magazine cover came out I saw posts from many trans folks saying that I am “drop dead gorgeous” and that that doesn’t represent most trans people. (It was news to be that I am drop dead gorgeous but I’ll certainly take it). But what I think they meant is that in certain lighting, at certain angles I am able to embody certain cisnormative beauty standards. Now, there are many trans folks because of genetics and/or lack of material access who will never be able to embody these standards. More importantly many trans folks don’t want to embody them and we shouldn’t have to to be seen as ourselves and respected as ourselves . It is important to note that these standards are also infomed by race, class and ability among other intersections. I have always been aware that I can never represent all trans people. No one or two or three trans people can. This is why we need diverse media representstions of trans folks to multiply trans narratives in the media and depict our beautiful diversities. I started #TransIsBeautiful as a way to celebrate all those things that make trans folks uniquely trans, those things that don’t necessarily align with cisnormative beauty standards. For me it is necessary everyday to celebrate every aspect of myself especially those things about myself that don’t align with other people’s ideas about what is beautiful. #TransIsBeautiful is about, whether you’re trans or not, celebrating all those things that make us uniquely ourselves. Most trans folks don’t have the privileges Caitlyn and I have now have. It is those trans folks we must continue to lift up, get them access to healthcare, jobs, housing, safe streets, safe schools and homes for our young people. We must lift up the stories of those most at risk, statistically trans people of color who are poor and working class. I have hoped over the past few years that the incredible love I have received from the public can translate to the lives of all trans folks. Trans folks of all races, gender expressions, ability, sexual orientations, classes, immigration status, employment status, transition status, genital status etc.. I hope, as I know Caitlyn does, that the love she is receiving can translate into changing hearts and minds about who all trans people are as well as shifting public policies to fully support the lives and well being of all of us. The struggle continues…
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queerduck · 10 years ago
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queerduck · 10 years ago
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queerduck · 10 years ago
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(x) My “If it fit I sit” cat pokemon series. 
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queerduck · 10 years ago
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50 Shades of Attempting to Pass Abuse Off as Romance
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queerduck · 11 years ago
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I love my kitty ❤️ she always sits on my shoulders and snuggles with me, particularly when I’m doing my makeup or trying to get ready for work
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queerduck · 11 years ago
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A construção social do sexo
Traduzido de http://transdykeprivilege.tumblr.com/post/71341524775/sex-is-biological-go-open-a-biology
Anônimo perguntou:
sexo é biológico??????????????? vá abrir um livro de biologia?????????????????? não é uma construção social ‘cê ‘tá pensando em gênero????????????
eu espero que a superabundância de interrogações seja um indicativo de que você sabe em algum nível do tamanho da besteira que você disse.
[alerta de conteúdo: discussão sobre genitália e órgãos internos]
primeiro de tudo, quando você diz “sexo” eu presumo que você está falando no que é chamado de “sexo biológico”, “dimorfismo sexual”, ou “diferenças sexuais.” especificamente o que você está tentando dizer ou implicar é a existência material de duas categorias de corpos: masculinos e femininos. vou supor que você está se referindo a cromossomos já que essa é considerada a base ‘mais fundamental’ do sexo por pessoas transmisóginas desde pelo menos 1979.
um cromossomo sexual é uma mancha com uma aparência específica que aparece em um cariótipo, ou um teste envolvendo o tingimento e a visualização microscópica de cromossomos. cromossomos são pequenas manchas de gosma dobrada que se bem desenrolada vira uma cadeia de DNA—que é uma cadeia de pares de bases nitrogenadas (guanina e citosina, adenina e timina). o que você vai encontrar lá são histonas em que a cromatina (material genético um pouco estendido) em que a cromatina está enrolada. em adição, você vai achar metilação, e toda outra forma de pequenos químicos e partículas porque adivinha só? o DNA não é um sistema de codificação linear. o DNA codifica em trechos—geralmente trios que são lidos como determinados aminoácidos, que então se juntam e formam as peças pra formar proteínas. o problema de codificar em trios é que pode se tornar super complexo. então
AGGCTTATTAGGCTCTA
pode, por exemplo, ser codificado ao mesmo tempo como
AGG CTT ATT AGG CTC ta e a GGC TTA TTA GGC TCT a e ag GCT TAT TAG GCT CTA
só pra citar um caso. por isso existem sinais indicando onde a codificação deve começar, mas esses sinais podem se mover, ou ligados e desligados. essa é uma das funções da metilação—ela pode ligar e desligar os indicativos de onde começar a codificação da cadeia. a metilação de qualquer parte de um filamento de DNA pode ser ativada por todo tipo de coisa. um estudo encontrou relação as taxas de diabetes e níveis de estresse nas avós das pessoas com diabetes—ou seja, o estresse se relacionava com diabetes duas gerações depois. só pra dar uma ideia do grau de complexidade da codificação.
e as complexidades continuam a cada nível. As proteínas que são formadas por sequências de DNA podem se juntar de formas diferentes dependendo da composição química do meio. o DNA em si—um objeto tridimensional no mesmo meio—pode interagir fisicamente com as proteínas ou consigo mesmo. mas também lembre-se que estamos falando de um gosma química sujeita a condições ambientais, que incluem todas as formas de mutações. algumas vezes a coisa desanda (não vou falar que ‘dá errado’ porque isso presume que as mutações são ‘ruins’ o que é besteira, elas são necessárias para a adaptabilidade genética—e também porque isso significa aplicar noções antropocêntricas de funcionalidade, de comportamento ‘certo’ ou ‘errado’, da gosma) e AGG CTT ATT perde uma letra e vira AGC TTA tt (o que é conhecido como mutação por mudança da matriz de leitura—ainda existem outras coisas como mutações pontuais). além, as coisas ficam estranhas quando o DNA está sendo replicado—não é um processo perfeito de leitura, é um monte de reações químicas flutuando em gosma. e acontece milhões de vezes, então a probabilidade de que as coisas deem errado de diversas formas é alta.
mas até em níveis além da codificação de DNA, para os cromossomos, as coisas são confusas. porque os cromossomos se juntam a partir de uma distribuição mais livre da gosma quando a célula está se dividindo, e as coisas podem dar errado nesse processo—ficar no lugar errado, ficar embaralhado no outro lado, etc. nesse sentido, existe um processo chamado crossing over que ocorre na replicação da célula durante a metáfase (enquanto os cromossomos estão emparelhados no centro da célula antes da divisão do núcleo) em que os cromossomos trocam pedaços entre si sem nenhum motivo em especial. e também é bem aleatório onde acontece, o que quer dizer que códigos importantes podem ser cortados ao meio, ou novos códigos podem ser criados.
tudo leva ao fato de que é incrivelmente improvável esperar algum tipo de distribuição meio a meio significativa entre “cromossomos XX” e “cromossomos XY”. o que serve pra realidade, porque na realidade nós observamos toda forma de variação, exatamente como seria de se esperar. agora, que acontece quando tem variação? na maior parte, as coisas só acontecem. são só células. elas fazem a coisa delas, criam pequenos órgãos, replicam pra que os órgãos cresçam e fiquem mais específicos, etc. então talvez agora você comece a ver porque esperar que elas se comportem de forma organizada em dois padrões é completamente incorreto? ou porque é que no mundo real observamos uma variedade de corpos humanos além de só Barbies XX e Kens XY? mas mesmo olhando além disso, o que está de fato acontecendo com o famoso sistema reprodutor? Bom, algumas dessas células têm a habilidade de gerar gametas—meio como se fossem meias células— que podem se unir a outros gametas e virar um outro aglomerado de órgãos. isso é o que a fertilização e a gravidez são. é tudo que ‘tá envolvido. genericamente falando, um tipo de gametas aparecerá em corpos de pessoas nas quais as células tendem a ter a gosma que aparece de uma certa forma no cariótipo, enquanto que o outro tipo de gametas aparecerá em corpos de pessoas em que as células tendem a ter a gosma que aparece de uma forma diferente no cariótipo, com um monte de variações e possibilidade das coisas serem interrompidas. então por que é que isso sequer importa pra nós? por que é que eu estou aqui às 4 da manhã da noite de natal com uma caixa de cheezits e uma taça de vinho respondendo porcaria que gente anônima manda sobre isso? porque a partir dessa tendência genérica de corpos as pessoas construíram a noção de sexo.
o patriarcado, em sua base, é um sistema de exploração econômica que consiste em um grupo de pessoas recebendo trabalho que tem valor, e outro grupo de pessoas recebendo trabalho que não tem valor. isso foi mapeado em dois grupos gerais de pessoas, aquelas que tendem a ter um tipo de gameta e aquelas que tendem a ter outro tipo, e as pessoas que vieram com a ideia de que o seu trabalho tinha valor eram ‘masculinos’, ‘homens’, etc, enquanto aquelas que foram forçadas a ser objeto de exploração e violência eram ‘femininas’, ‘mulheres’, etc. como parte de valorizar o trabalho masculino, os homens construíram uma explicação para a iniquidade que eles alegavam derivar da natureza da realidade física. especificamente a noção das ‘diferenças sexuais’, ou a tendência das pessoas de produzirem diferentes variedades de gametas. para melhor justificar e valorizar a exploração das mulheres, os homens construíram toda a noção de indivíduo ao redor disso, um ideal que para eles aconteceu de estar contido em um órgão que a maioria deles usava para distribuir gametas. e para justificar a violência que eles estavam fazendo, argumentaram que existiam naturalmente apenas duas categorias de pessoas, agrupadas com base no trabalho realizado/posição durante o sexo/produção de gameta/etc (todas essas coisas foram unificadas e receberam ênfases diferentes ao longo do tempo, ajudando a mistificar a falsidade da distinção).
a noção de que certos tipos de órgãos correlacionam certos tipos de comportamento, certos padrões econômicos, etc, é um produto de um sistema social de opressão. NÃO é fundada em qualquer tipo de ‘fato biológico’ porque antes de qualquer coisa ‘fato biológico’ não existe. um órgão não é um significante exceto no contexto de uma ‘biologia’ socialmente construída que é especificamente construída como uma justificativa do patriarcado. quase literalmente. eu trabalhei com biologistas (sim, anon, acontece de eu já ter de fato aberto um livro de biologia algumas vezes na minha vida) e uma coisa que eu posso dizer definitivamente é que, assim como a maioria dos cientistas, não pensam profundamente em como os tipos de questão que levantam e as formas de interpretar os dados são estruturados pelo mundo. melhor das hipóteses fizeram um ou outro curso obrigatório de bioética na graduação. então quando tentam interpretar dados matemáticos estão fazendo de uma forma que já presume a questão real como respondida. encontram dimorfismo sexual não porque está nos resultados dos dados, mas porque estava pressuposto na hora que levantaram os problemas—se você perguntar ‘qual sexo é melhor em matemática?’ você nunca vai encontrar evidência de que ‘sexo’ é uma construção sem sentido. isso é o que muito da ‘verdade científica’ é, de fato—as coisas que já eram aceitas quando as pessoas fizeram perguntas mais complexas, e que só foram descartadas, se é que foram, quando todas as respostas a todas as perguntas complicadas continuamente revelaram algo que enfraqueceu o modelo anterior (que, por acaso, está acontecendo agora com a noção de sexo—isso mesmo, até cientistas patriarcais estão chegando à consciência da tremenda besteira que isso é, embora fazendo o maior desvio possível e ainda assim causando o máximo de dano que puderem enquanto isso).
mas o que podemos ver disso tudo é que gênero precede sexo. gênero é uma forma de organizar a esfera social, e dados biológicos não são dessa forma. gênero, em outras palavras, é a categoria fundamental de sexo do patriarcado. agora, pode-se dizer que vivemos em um mundo social, que nossas subjetividades são socialmente construídas, e assim para nós um órgão é um significante. claro que isso é verdade, mas é preciso que se reconheça sua natureza socialmente construída para perceber que antes de qualquer coisa não estamos analisando aqui um sistema rígido. não é simplesmente um questão que para a realidade biológica um certo cromossomo ou um certo órgão conduz a um certo lugar dentro do patriarcado, e da mesma forma não é apenas uma questão de dizer na construção social um certo cromossomo ou um certo órgão conduz a um certo lugar dentro do patriarcado. se estivermos cientes da complexidade envolvida em constituir socialmente o que basicamente é um punhado de gosma (células) que gera ou não mais gosma (bebês, pessoas, etc) como pertencimento a uma categoria binária e um tanto rígida, pode-se mais facilmente perceber como a construção social pode escorregar algumas vezes, e resultar em uma pessoa que, por exemplo, tem um tipo de órgão, e ainda assim teve sua identidade socialmente construída dentro da categoria de um tipo “diferente” de órgão (dentro das noções patriarcais que ‘diferença sexual’). de fato, só se pode falhar em reconhecer isso se partido do lugar dissimulado de assumir a priori que a pessoa em questão está enganada ou enganado, ao invés de relatando a realidade tão bem quanto a língua permite. e o uso de inversões dessa língua para relatar realidades o melhor possível é um esforço de redirecionar e ganhar controle sobre o biopoder assim como ele tem sido usado contra nós. não é nem mais e nem menos legítimo que a língua do patriarcado, exceto se a pessoa crê que que seja legítimo apoiar o patriarcado (argumento que sexo é ‘real’) ou rompendo com ele.
o que, então, é sexo? é a forma como as pessoas falam sobre punhados de gosma, e especificamente a forma como esses punhados são categorizados em dois tipo, em claro desafio à realidade, com o propósito expresso de perpetuar o patriarcado.
então, sim, sexo é biológico, no sentido que os termos do sexo são codificados no discurso de ‘biologia’, que é em si socialmente construída pelo patriarcado.
sexo é uma construção social, essa é a porra da minha palavra final nessa bosta.
NÃO me mande essa bosta ignorante de novo.
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queerduck · 11 years ago
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queerduck · 11 years ago
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queerduck · 11 years ago
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Lumpy Space Princess doesn’t have to be white.
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queerduck · 11 years ago
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I think there are some really important discussions to have about why disclosing aspects of personal identity can be challenging but important for all kinds of people, why the concept of “coming out” has appealed at times to a wide variety of groups (including people who are poly or kinky, sex workers, people with HIV, atheists, and people with mental illness), and why other groups using that language can be harmful to people in the LGBT and queer communities. But it’s going to take me some time to really be able to address all that.
In the meantime, I also think it’s worthwhile to focus specifically on the coming out experiences of people who are LGBTQIA. Of course, these experiences can vary a lot too. There are some differences between coming out about sexual orientation and coming out about gender identity, for example. And even two people who identify the same way may face pretty different challenges in their individual lives. I do believe, however, that there is a certain commonality shared specifically by these groups.
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queerduck · 11 years ago
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Carta Aberta para a Militância LGBT
Reclamamos por meio desta carta um espaço que consideramos ser também nosso. Toda pessoa com gênero diferente daquele atribuído ao nascer, é trans. Portanto, nós, pessoas não-binárias, também pertencemos à sigla T. As identidades de gênero não se limitam a homem e mulher (trans ou cis).Além disso, não permitiremos que pessoas trans binárias, quer sejam homens trans, mulheres transexuais ou travestis, digam que não somos trans, porque além de estarem roubando um lugar de fala (afinal só as pessoas não-binárias podem opinar sobre não-binaridade), essa é uma atitude transfóbica que impede que haja mais pessoas aliadas na luta por respeito e dignidade. Ou não são esses os ideais do movimento social e político organizado?Pretendemos enriquecer o debate sobre identidades de gênero, visto que o mesmo se dá de maneira pobre nos espaços de mobilização LGBT. Nos faremos presentes nos espaços dessa militância, não obstante as tentativas de silenciamento que ocorrem por parte das próprias pessoas que militam. Assinam embaixo: Ana Victoria Advincola RorizAllan Felipe Rocha PenoniSam TonksRenan FilipeDaniel VilhasAna MarcianoLas Nico Gomesari moszkowiczSísifo Gatti Cari Lobo (Espectrometria Não-Binária) Andrei Nonato Fabian Brantes Vee Roriz Amy Föxx Salema Du Meinberg Maranhão - ABNB (associação brasileira de não-bináries) Mar Gonçalves Gaia Levi Gabriellx Thomazini Araujo Vicente Silva Kumiho Lim Fernando Dantas Vieira Felipe Lima
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queerduck · 11 years ago
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a caida
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queerduck · 11 years ago
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A transformação do silêncio em linguagem e ação
Por Audre Lorde (tradução de Renata Mol)
Eu passei a acreditar que o mais importante para mim deve ser falado, tornado verbal e compartilhado, mesmo com o risco de isso ser ferido ou mal interpretado. Que falar me beneficia, além de qualquer outro efeito.
Fui forçada a considerar a mim e a minha vida com uma clareza dura e urgente que ainda me deixa abalada mas bem mais forte. Parte do que vivenciei durante aquele tempo ajudou a elucidar para mim muito do que sinto a respeito da transformação do silêncio em linguagem e ação.
Ao estar forçosa e essencialmente ciente da minha mortalidade, e do que desejava e queria para minha vida — por mais curta que pudesse ser —, prioridades e omissões ficaram fortemente gravadas numa luz impiedosa, e do que mais me arrependi foram meus silêncios. Do que eu tinha medo? Questionar ou falar da forma como acreditava podia significar dor ou morte. Mas todas somos machucadas de tantos jeitos diferentes, o tempo todo, e a dor vai ou mudar ou acabar. A morte, por outro lado, é o silêncio final. E isso pode vir rápido agora, sem considerar se eu falei o que precisava ser dito, ou se apenas me traí com esses pequenos silêncios enquanto planejava um dia falar, ou se esperei pelas palavras de outra pessoa.
Eu ia morrer, cedo ou tarde, tendo ou não falado por mim mesma. Meus silêncios não me protegeram. Seu silêncio não vai te proteger.
Quais são as palavras que você ainda não tem? O que você precisa dizer? Quais são as tiranias que você engole dia após dias e tenta torná-las suas até que você adoeça e morra delas, ainda em silêncio? Talvez para alguns de vocês aqui hoje, eu sou a figura de um dos seus medos. Porque sou uma mulher, porque sou negra, porque sou lésbica, porque sou eu mesma — mulher negra guerreira poeta fazendo meu trabalho — venho a perguntar: vocês estão fazendo o seu?
E é claro que tenho medo porque a transformação do silêncio em linguagem e ação é um ato de autorrevelação, que sempre parece estar repleto de perigo. Mas minha filha, quando contei a ela sobre nosso assunto e minha dificuldade com ele, disse: “Conte a eles sobre como você nunca é de fato uma pessoa inteira se permanece em silêncio, porque sempre existe aquele pequeno pedaço dentro de você que quer falar alto e se você continua a ignorá-lo, ele vai ficar mais e mais furioso e mais e mais exaltado; e se você não o expressar, um dia ele vai se erguer e te esmurrar de dentro da sua boca”.
Por causa do silêncio, cada um de nós desenha o rosto de seu próprio medo — medo de desprezo, de censura, de algum julgamento, ou reconhecimento, de desafio, de aniquilação. Mas acima de tudo, penso eu, nós tememos a visibilidade sem a qual não podemos viver verdadeiramente.
E essa visibilidade que mais nos deixa vulneráveis é também a fonte de nossa maior força. Porque a máquina vai tentar te triturar até virar poeira, se falarmos ou não. Nós podemos nos sentar em nossos cantos, caladas para sempre enquanto nossas irmãs e nós mesmas somos desperdiçadas, enquanto nossas crianças são distorcidas e destruídas, enquanto nossa terra é envenenada; nós podemos nos sentar em nossos seguros cantos, caladas como garrafas, e ainda não teremos menos medo.
Cada uma de nós está aqui agora porque, de um jeito ou de outro, compartilhamos um compromisso com a linguagem e o poder dela, com a reinvidicação da linguagem que foi transformada para trabalhar contra nós. Na transformação do silêncio em linguagem e ação, é vitalmente necessário para cada um de nós estabelecer ou examinar sua função na transformação e reconhecer seu papel como vital dentro dessa transformação.
Para aquelas de nós que escrevem, é necessário escrutinar não apenas a verdade do que falamos, mas a verdade da linguagem pela qual falamos. Para outras, é também para compartilhar e espalhar as palavras que são significativas para nós. Mas primordialmente para todas nós, é necessário ensinar ao viver e falar essas verdades nas quais acreditamos e conhecemos para além do entendimento. Porque, desta forma, sozinhas podemos sobreviver ao assumir um papel no processo criativo e contínuo da vida, que é o crescimento.
E nunca é sem medo — de visibilidade, da dura luz do escrutínio e talvez julgamento, da dor, da morte. Mas já vivemos entre tudo isso em silêncio, exceto a morte. E me lembro o tempo todo agora que se eu tivesse nascido muda ou mantido um juramento de silêncio minha vida inteira por segurança, ainda teria sofrido e ainda morreria. Isso é muito bom para estabelecer perspectiva.
Nós podemos aprender a trabalhar e falar quando temos medo do mesmo jeito que aprendemos a trabalhar e falar quando estamos cansadas. Fomos socializadas a respeitar o medo mais que nossas próprias necessidades de linguagem e definição, e enquanto esperamos em silêncio por aquele luxo final da ausência de medo, o peso do nosso silêncio vai nos sufocar.
O fato de que estamos aqui e que falo estas palavras é uma tentativa de quebrar esse silêncio e construir uma ponte para algumas dessas diferenças entre nós — porque não é a diferença que nos imobiliza, é o silêncio. E há tantos silêncios a serem quebrados.
Audre Lorde nasceu 1934, em Nova York, e foi poeta, ensaísta, feminista intersecional e ativista. Ela costumava se definir como ”negra, lésbica, mãe, guerreira, poeta”. Morreu em novembro de 1992.
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Este texto fez parte de uma palestra que a Audre deu em 1977 e pode ser lido em inglês aqui.
Dedicamos a todas as pessoas que quebram silêncios todos os dias e as pessoas que ainda vão encontrar a força para quebrá-los. 
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queerduck · 11 years ago
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Every time I hate my body I remember that there are millions of old rich white men who benefit from my self hatred and if there’s one thing I hate, it’s old rich white men so I snap out of that shit instantly cos I ain’t EVER giving them the satisfaction.
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queerduck · 11 years ago
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wake up america
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