recitandote

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acabo de me dar conta que o amor romântico agora está mais nos poemas que leio do que na vida que vivo. faz parte. talvez por isso tenho me perguntado se amar é como andar de bicicleta: uma vez que se aprende, não se esquece nunca. confesso que ando meio esquecida, inclusive das coisas importantes.

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Marina Abramovic: Rest Energy (1980)

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Sarah Michelle Gellar in Cruel Intentions (1999) dir Roger Kumble

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[…]

Já não a quero, é certo, mas quanto a quis. Minha voz buscava o vento para tocar seu ouvido.

De outro. Será de outro. Como antes de meus beijos. Sua voz, seu corpo claro. Seus olhos infinitos.

Já não a quero, é certo, mas talvez a quero. É tão breve o amor, e é tão longo o olvido.

Porque, em noites como esta, a tive entre meus braços, minha alma não se contenta em havê-la perdido.

Ainda que esta seja a última dor que ela me causa, e estes sejam os últimos versos que eu lhe escrevo.

Pablo Neruda

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alguns dias são apenas ruins. hoje é um deles. é como se tivessem me colocado no meio de um ringue contra os melhores pugilistas da terra enquanto eu não sei ao menos montar a guarda. me golpeiam de todos os lados, mas não consigo mover um músculo. revidar é inútil. então eu tomo os golpes até o nocaute ou a toalha branca. sem ânimo ou bravura, apenas um vazio. a vida nocauteia hoje, ainda estou aqui, amanhã é um novo dia.

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“Se tu me amas, ama-me baixinho Não o grites de cima dos telhados Deixa em paz os passarinhos Deixa em paz a mim! Se me queres, enfim, tem de ser bem devagarinho, Amada, que a vida é breve, e o amor mais breve ainda…”

— Mário Quintana

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12 de junho. Fui à praia, como há muito não fazia. Sempre que chego perto das ondas fracas e fico observando os navios atracados no horizonte lembro da minha obra favorita do Jorge Amado, "Mar Morto". Guma e Lívia. O homem do mar e a mulher da terra; neles existe a certeza do amor e a incerteza da vida a dois. Uns trechinhos da obra Amado:

"O mar é amigo, o mar é doce amigo para todos aqueles que vivem nele. E Lívia sente o gosto de mar da carne de Guma."

"Os seus olhos são fundos como o mar e como o mar variam. São verdes, verdes de amor nas noites do areal. São azuis nos dias calmos, e de cor de chumbo quando a calmaria é apenas o prenúncio da tempestade."

"Tudo é rápido e incerto na vida no mar. Até o amor tem pressa."

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proibido ser infeliz no mês das festas juninas. permitido responder perguntas difíceis com: "e o cabra vai endoidar, é?".

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A vida humana é mais complexa: resume-se na busca do prazer, no seu temor, e sobretudo na insatisfação dos intervalos. É um pouco simplista o que estou falando, mas não importa por enquanto. Compreende? Toda ânsia é busca de prazer. Todo remorso, piedade, bondade, é o seu temor. Todo o desespero e as buscas de outros caminhos são a insatisfação.

— Perto do Coração Selvagem, Clarice Lispector (1943)

[via poem4]

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Edvard Munch, Two human beings (the lonely ones)

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eu espero que você encontre tudo o que você acha que precisa, e que seja o que você realmente quer. pra que quando você chegue lá você não perceba que tinha o que queria o tempo todo nas suas mãos, mas tava ocupado demais desejando outras coisas. porque você sabe, depois é sempre tarde.

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o mês de maio segue, pelo segundo ano consecutivo, me derrubando fisicamente e emocionalmente.

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“Amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca.”

— Clarice Lispector, As três experiências.

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Attraction - Separation Edvard Munch

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todas as pessoas que não estão mais na minha vida me deixaram alguma coisa. boa ou ruim. todas elas. então meio que não fico triste por tantas idas. não agora que sei o que significaram. mas tudo bem se você não entende. e tudo bem se você não aceita. eu não posso te pedir que veja sentido agora. você é jovem, como um dia eu fui. esse ano eu faço trinta e três. estamos distantes, mas não por isso. eu sou capaz de chorar só pelo fato de você existir porque amo assim: por muitos motivos, mas também porque me é dada a chance. quero te escrever uma mensagem de amor. uma que você vai guardar já que é importante. quero um poema na ponta da sua língua. quero viver até que não precise, só que eu adoro o som da sua voz. eu adoro o som da sua voz. então rezo. oro pra que precise de mim, pra que tenha fé nos meus pulmões, pra que minha vida te emocione. porque. você sabe. você sabe tudo sobre mim, não é? tudo.

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Lupita Nyong'o in Chanel Couture 97th Annual Academy Awards

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sometimes you just gotta lay on the floor