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Dengue, zika e chikungunya: as doenças causadas pelo Aedes aegypti
Espalhadas por todo o Brasil, provocam não só uma onda de pânico, mas também de desinformação.
Matéria por João Alves
O Aedes aegypti é um velho conhecido dos brasileiros. Presente no país desde o período colonial, o mosquito ameaçou o Brasil com epidemias de febre amarela no início do século XX e, posteriormente, de dengue. Por volta de 1955, após intensas (e polêmicas) campanhas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o inseto chegou a ser considerado erradicado. No entanto, em um misto de falha das autoridades e rápida expansão da população urbana, focos do Aedes aegypti voltaram a surgir e o mosquito vem assombrando a população brasileira até os dias de hoje. Segundo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, o Brasil registrou 1.487.924 casos prováveis de dengue em 2016. Foi o segundo ano com maior número de casos da doença na história, atrás apenas de 2015, que teve 1.648.008 ocorrências.
A dengue é uma doença febril aguda causada por um vírus, sendo um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Existem quatro tipos de dengue, de acordo com os quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Quando uma pessoa tem dengue, tem uma imunidade relativa contra outro sorotipo. Em casos mais graves, pode evoluir para um quadro de dengue grave (conhecida anteriormente como hemorrágica), caracterizada por sangramento e queda de pressão arterial, características que podem causar a morte do paciente.
Além do alarmante número de casos de dengue, 2016 também foi o ano em que o país todo “ganhou” duas novas razões para temer o inseto: o zika vírus e a febre chikungunya. Também transmitidas pelo Aedes aegypti, as duas doenças registraram picos de casos no ano. O número de ocorrências da febre chikungunya, identificada no Brasil em 2014, saltou de 38.332 em 2015 para 263.598 em 2016. Já o zika vírus, que surgiu no país em 2015, teve 211.770 casos registrados.
Embora apresentem sinais clinicamente parecidos, como febre, dores de cabeça, dores nas articulações, enjoo e manchas vermelhas pelo corpo, há alguns sintomas marcantes que diferem as três enfermidades.
Zika vírus: gravidez e doenças associadas
As condições favoráveis encontradas no país realmente contribuíram para a rápida proliferação do novo vírus: a grande quantidade de mosquitos que lhe servem de vetor e uma grande população que nunca teve contato com a doença. Dessa forma, o zika vírus se espalhou rapidamente em nosso território e já foi identificado em outros 38 países, o que levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a decretar situação de emergência internacional. O quadro de zika é muito menos agressivo que o da dengue, por exemplo. A evolução da doença costuma ser benigna e os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente em um período de 3 até 7 dias.
No entanto, o vírus passou a representar um risco real para grávidas e recém-nascidos de todo o país com a associação do zika com casos de microcefalia. A relação foi confirmada pela primeira vez pelo Ministério da Saúde brasileiro em novembro de 2015, depois da constatação de um número muito elevado de casos em regiões que também tinham sido acometidas por casos de zika.
O Ministério da Saúde orienta que mulheres grávidas ou com possibilidade de engravidar tomem algumas medidas, tendo em vista a ocorrência de casos de microcefalia relacionados ao vírus da zika. Uma delas é a proteção contra picadas de insetos: evitar horários e lugares com presença de mosquitos, usar roupas que protejam a maior parte do corpo, usar repelentes e permanecer em locais com barreiras para entrada de insetos como telas de proteção ou mosquiteiros.
No início de 2016, a preocupação com a microcefalia levou a OMS a considerar o zika uma emergência de saúde global. Diante do que a OMS considera como um epidemia de zika vírus, a organização recomendou oficialmente que as mulheres residentes em áreas de transmissão da doença adiem a gravidez por tempo indeterminado. Apesar da controvérsia gerada pela declaração, muitas mulheres têm tentado evitar a gravidez por medo do vírus. Para o ginecologista bauruense Newriton Alcântara, é preciso considerar os riscos. “Se houver esse desejo, mas for algo que possa ser adiado, realmente esse não é o melhor momento. A gente não sabe direito como a doença provoca esses efeitos, a gente sabe que o mosquito existe no Brasil inteiro e existe a possibilidade do número de casos aumentar ainda mais”, argumenta.
Além da relação entre zika e microcefalia, a OMS comprovou, no início de 2017, as suspeitas de uma possível ligação entre o vírus e a Síndrome de Guillain-Barré, uma doença autoimune que ocorre quando o sistema imunológico do corpo ataca parte do próprio sistema nervoso por engano, levando à inflamação dos nervos, que provoca fraqueza muscular. Através da análise de 72 estudos publicados sobre o vírus zika, a organização, em parceria com a Universidade de Berna, na Suíça, concluiu que o zika vírus é uma das causas da síndrome.
Segundo o Ministério da Saúde, diferentemente do que ocorre com a zika, ainda não há provas de que o vírus da chikungunya seja transmitido da mãe para os bebês durante a gravidez. No entanto, a doença tem suas próprias peculiaridades. Em seus primeiros dez dias, os sintomas são muito semelhantes aos da dengue: febres, fortes dores e inchaço nas articulações dos pés e das mãos. Em alguns casos, ocorrem também manchas vermelhas no corpo.
Mas mesmo com o fim do período em que o vírus circula no sangue, a dor e o inchaço causados pela doença podem retornar ou permanecer durante cerca de três meses. Em cerca de 40% dos casos, eles tornam-se crônicos e podem permanecer por anos. Nos casos crônicos, os pacientes podem sofrer de insônia, dormência nos membros, cãimbras e dificuldades de caminhar. A doença pode causar inflamação nos nervos ou iniciar doenças reumatóides, como a artrite. Além disso, também pode desestabilizar doenças cardíacas, problemas renais e diabetes. Nos casos mais graves, pode causar a síndrome de Guillain-Barré e outros problemas neurológicos graves, do mesmo modo que a zika.
O desconhecimento sobre a doença é um dos principais fatores que ampliam o risco que a febre chikungunya oferece à população. Essa falta de informação impede que exista um protocolo nas unidades de saúde do Brasil que indique, por exemplo, as dosagens de medicamentos administradas aos pacientes, algo que pode levar a um alívio momentâneo dos sintomas e colocar a saúde do paciente em risco, uma vez que a doença pode evoluir para um quadro crônico.
No final de 2016, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), concedeu registro ao primeiro teste que permitirá diagnósticos simultâneos de zika, dengue e chikungunya. Batizado de Kit Nat, foi desenvolvidos por cientistas da Fiocruz e do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBPM). Para o imunologista bauruense Marcelo Pesce, alternativas como essa são prioritárias. “A grande dificuldade hoje é que nós não temos um exame de sangue, que seja de fácil execução e rápido, que seria uma sorologia, em que a gente pesquisa anticorpos para saber quantas pessoas tiveram (as doenças), como é que isso está”, diz.
Vacina contra a dengue
Não existe tratamento específico para a dengue, o zika vírus e a febre chikungunya. Isso significa que só é possível aliviar os sintomas que elas provocam nos pacientes. Por isso, vacina contra a dengue, que foi liberada pela Anvisa no início de 2016, não é uma cura para doença, mas um meio de prevenir o contágio.
Atualmente, existe apenas uma vacina liberada no mercado brasileiro, a desenvolvida pela empresa francesa Sanofi Pasteur. Ela é feita com vírus atenuados e é tetravalente, ou seja, protege contra os quatro sorotipos de dengue existentes. Porém, o Instituto Butantan, desde 2008, vem desenvolvendo uma vacina própria. A principal diferença da alternativa brasileira está na quantidade de doses e no tempo de ação. A vacina francesa precisa de pelo menos três doses (uma a cada seis meses) para que seus resultados sejam efetivos, com cerca de 66% de eficácia. Já a que está sendo testada pelo Butantan tem aplicação única, garantindo pelo menos 90% de eficácia entre 15 a 20 dias.
As autoridades estão discutindo o custo e o benefício de incluir a vacina no calendário nacional de imunização e de fazermos campanhas de vacina em massa, se for o caso. Não é uma decisão fácil, pois a vacina francesa é cara: cerca de R$ 80,00 a dose. A versão criada pelo Butantan ainda está em fase de testes e precisas passar pelo processo exigido pela Anvisa.
Segundo Marcelo Pesce, a vacina ajuda no controle da disseminação do vírus da dengue. “A medida que nós tivermos uma população grande imunizada, mesmo que não seja 100%, você começa a reduzir a população exposta e que transmite o vírus através da picada do mosquito”, afirma o médico.
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Depressão pós-parto, um problema mais comum do que se espera
Doença, que atinge 1 em cada 4 mulheres, pode ocorrer até um ano depois do parto e se estender por meses.
Matéria por Thaís Fritoli 
           A depressão, por si, já um problema que, há alguns anos, vem sendo discutida na sociedade. Porém, a depressão pós-parto ainda é um grande tabu na família e precisa ser discutido: pelo menos 20% de todas as mulheres passam por essa situação logo após o parto, ou antes mesmo do nascimento da criança, como ocorre em muitos casos.
           Apesar de reconhecida como uma doença, a depressão pós-parto ainda tem muitas questões a desmistificar em torno de si. A psicóloga Marta Souza comenta que os sintomas podem durar por anos se não tratados. “Ela pode começar na primeira semana após o parto e perdurar até dois anos se não tratada direito”, explica Marta.
           Os primeiros sintomas podem ser difíceis de reconhecer. Para a psicóloga, o mais importante é perceber os principais e mais comuns deles, como choro frequente, falta de energia e motivação, entre outros. “Os principais sintomas são irritabilidade, sentimentos de desamparo e desesperança, desinteresse sexual, alterações alimentares e de sono, sensação de ser incapaz de lidar com novas situações”, enumera Souza.
Apesar de agir nas emoções, outras situações frequentes para as mulheres com depressão pós parto são as dores psicossomáticas, que dizem respeito ao corpo e à mente ao mesmo tempo, como cefaléia, dores nas costas, dor abdominal sem causa orgânica aparente. Por sua complexidade, muitas pessoas podem acabar confundindo a doença com uma tristeza comum.
Segundo a psicoterapeuta Josefina Aló, é comum que as pessoas confundam, mas o que a distingue é sempre sua intensidade. "A diferença entre depressão e tristeza é a gravidade do quadro e o que ele tem de incapacitante. A tristeza pós-parto é considerada uma reação normal no puerpério (tempo que vai do parto até que os órgãos genitais e o estado geral da mulher volte ao normal) imediato, ocorre na primeira semana após o parto, tendo remissão espontânea," elucida a profissional.
Segundo a psicoterapeuta, a depressão pós parto é mais séria por se tratar de uma doença que, em casos mais graves, pode levar até a morte da mãe. “É uma patologia e precisa de medicação. Perda de prazer e interesse nas atividades acontecem, alteração de peso e sono, dificuldades para se concentrar ou tomar decisões, pode haver até pensamentos de morte e suicídio."
Uma mãe que sofreu com esses problemas comenta sobre as dificuldades que encontrou após o parto. “Entrei no grupo para entender o que estava sentindo, receber apoio e ser compreendida também. Nunca fiz acompanhamento. Logo após o parto eu me sentia diferente, deprimida, pensei que iria passar mas a tristeza, a angústia e o desespero só aumentaram com o passar dos meses," explicou a mãe.
Ela também comentou sobre a vergonha de contar sobre a depressão:  "ainda tenho alguns ataques de tristeza ou nervosismo, isso com 11 meses depois do parto, tem dias que saio socando tudo, outros que não consigo sair da cama, muitas mães do grupo compartilham as mesmas experiências. Quem sabe desses ataques é apenas meu marido, que me acalma e me compreende. Faço de tudo para o resto da família não perceber isso, tento parecer a mãe perfeita nas redes sociais, mas em casa é bem diferente," expressou a mãe.
Diagnosticar e tratar os transtornos pós parto é de extrema importância, tanto para a saúde da mãe como para a relação mãe e filho. Martha Souza comenta que além das drogas receitadas pelos médicos é importante o apoio da família, "O uso de medicação antidepressiva é essencial, aliado à Psicoterapia. É importante que a família e os profissionais da saúde proporcionem confiança e segurança à puérpera, sem críticas e hostilidades, mas com compreensão e carinho, acolhendo-a nos momentos de maior fragilidade emocional."
A prevenção também é uma forte aliada no combate à depressão pós parto, reconhecer, ainda que no início, os sintomas pode ajudar as gestantes com problemas futuros. Em todos os casos, o papel de suporte da família é primordial. A psicóloga ainda enfatiza que as consequências da depressão pós parto não tratadas podem ser devastadoras para todos os envolvidos, "podem ocorrer infanticídio, negligências na alimentação do bebê, morte súbita da criança, machucados “acidentais” no recém-nascido, além de depressão também do cônjuge e divórcios.
Outro problema são os casos de suicídio das mães depressivas," esclarece Martha. É importante que todas as mães que passam por essa situação sejam acolhidas pela família e que entendam que elas não estão sozinhas, e que acima de tudo essa doença tem cura e pode salvar a vida dela, do bebê e de toda a sua família.
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Prevenção de gravidez não planejada na adolescência
Em 2013 cerca de 8% das brasileiras entre 15 e 17 anos tinham pelo menos um filho.
Matéria por Felipe Ruan
        Preservativos masculinos e femininos, pílulas diárias e do dia seguinte etc. São muitos os métodos de prevenção durante o ato sexual conhecidos. Porém, não quer dizer que essas informações, necessariamente, cheguem à todos. Diversas vezes, comumente entre os mais jovens, até os conhecem, mas não sabem o modo correto de usá-los. Na maioria das vezes esses indivíduos nem recebem uma educação sexual adequada, o que resulta em desconhecimento  no futuro e pode gerar não apenas uma gestação não planejada, mas também as temíveis Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs).
        Esse é um dos pontos abordados por Verônica Lima dos Reis, Mestra em Psicologia do Desenvolvimento, pela UNESP, e Aprendizagem e Doutoranda em Educação Escolar. A pesquisadora que trata de aspectos psicossociais da gravidez durante a adolescência afirma que a melhor maneira de essa questão tão delicada é primeiramente olhar para como ensinamos os jovens sobre sexo, seja na escola ou em casa. Segundo ela, é importante que se discuta sobre o assunto com os mais jovens, não apenas sobre o sexo em si, mas também sobre “valores, crenças, mitos, afetividade etc.
        “É preciso desconstruir a crença de que educação sexual ensina a fazer sexo, ou estimula a homossexualidade. É preciso considerar que a sexualidade é uma das dimensões humanas… intrínseca ao seres humanos, com componentes biológicos, psicológicos e também sociais”, afirma ela.
        Assim, citando o autora Mary Neide Damico Figueiró, Professora Sênior da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Reis destaca que a educação sexual de maneira alguma estimula a prática sexual precocemente ou a homossexualidade, e que é preciso desconstruir essas ideias. “Na verdade, Figueiró ressalta o contrário, que pessoas que recebem educação sexual efetiva desde a infância adiam a iniciação da prática sexual e optam por aguardar o momento que se consideram amadurecidas, por assumi-la com responsabilidade.”.
 Gravidez e os estudos
        É verdade o número de bebês nascidos por partos de adolescentes entre 10 e 19 anos vem diminuindo no Brasil. De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2010 o total foi de 750.537, já em 2013 o número foi de 555.159. Porém, o país ainda se encontra à frente de países que permitem casamentos infantis, como Índia e Paquistão, por exemplo.
          A assistente administrativa Gabriela faz parte dessas estatísticas, em 2012 descobriu que estava grávida, enquanto cursava o segundo ano do Ensino Médio. Precisou largar os estudos temporariamente, mas os retomou meses após o nascimento. “Fiquei um pouco assustada quando soube que estava grávida. Não sabia como contar aos meus pais ou familiares, mas no fim eles foram bem compreensivos”.
        Ela ainda conta que o maior medo foi de ter que abandonar os estudos e a proximidade que tinha com as colegas da idade, mas no fim das contas, com a ajuda dos familiares e amigos, conseguiu conciliar os cuidados com os filhos (dois anos depois nasceu sua filha Manuella). “Foi um tanto difícil mas consegui terminar o Ensino Médio e hoje faço faculdade de administração. O apoio externo foi essencial para eu conseguir entender tudo  que estava acontecendo”.
        Gabriela é uma exceção ao caso das que continuam os estudos. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio de 2013, o Pnad, apenas 25.2% das meninas entre 15 e 17 anos que tinham pelo menos um filho continuavam os estudos. Verônica Lima destaca, no entanto, que é preciso prestar atenção em diversos fatores determinantes para analisar situações do tipo. “Nem sempre o abandono da escola decorre da gravidez, outros fatores podem existir, como por exemplo a adolescente não ter como projeto de vida os estudos, ou seja, não almejar estudar, se graduar, ter uma profissão”.
        Ainda dentro destes aspectos, quando pensamos no impacto que uma gravidez na saúde mental de adolescentes, a pesquisadora destaca que os resultados acabam sendo semelhantes aos do que ocorre em mulheres de mais idade. Há inclusive pesquisas que indicam benefícios “bilógicos e psicossociais” da gestação nesse período da vida. O que se deve prestar atenção segundo ela é numa sequência de fatores que podem afetar a saúde dessas garotas, algo como um efeito em cadeia. 
        No final das contas, divulgando os métodos preservativos e contraceptivos, apenas, não é o bastante. É necessário para e ter uma conversa franca com os mais jovens. Por isso passa, inclusive, a capacitação de dos professores (de todas as séries escolares) para que eles possam abordar e refletir com os alunos, tudo isso desvinculado de “seus valores pessoais, morais e religiosos sobre sexualidade”. Para que assim possa-se garantir um amadurecimento adequado e consciente desses indivíduos. 
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A dor de nutrir: o outro lado da amamentação
Muitas mamães sonham com este momento, mas será que é tão fácil e bonito como parece?
Matéria por Gabriela Lima
Depois de longas 36 semanas, que podem durar um pouco mais ou um pouco menos, o bebê nasce. É uma nova fase na vida de toda a família: se antes a mamãe não conseguia dormir por causa do tamanho da barriga, depois que o bebê nasce um despertador no formato de um choro de bebê vai acordar os pais no meio da madrugada. Esse choro não é à toa: o recém-nascido está com fome e, na maioria dos casos, a única que pode solucionar este problema é a mãe, através da amamentação.
Este período é envolto de muita ansiedade. O ato de nutrir, biologicamente, é uma tarefa dos pais e quem não quer se sentir um pai ou uma mãe logo após o nascimento de seu filho? De acordo com Paula Rocha, mãe de Gustavo, de seis meses, a amamentação era a parte que ela tinha mais expectativas, porém foi um período muito difícil.
“Amamentei à base do grito”
Quando se pensa em amamentação, logo as imagens maternas e bonitas vêm à mente, imagine, então, para quem está grávida. Mas amamentar vai além de ser um ato bonito, é necessário informação! Paula Rocha descobriu isso na prática: “Na verdade, eu descobri que a gente nunca recebe a informação do que é amamentar [...] é um momento maravilhoso, mas também dolorido! Nos primeiros 15 e 20 dias eu amamentei a base do grito. Meu peito rachou e sangrava e eu só continuei porque eu tinha muito desejo de amamentar”, completou Paula.
Em frente às dificuldades, muitas mamães se frustram e logo pensam que o problema está nelas próprias. O mito da mãe perfeita que vai conseguir amamentar com facilidade vai por água abaixo logo nos primeiros dias, quando o filho demora um pouco mais para sugar o leite ou quando a mãe começa a sentir dores nos seios, entretanto, poucas fazem o que Paula Rocha fez, “eu procurei o banco de leite para receber orientação e lá que me ensinaram como amamentar”. Hoje ela comemora e se sente vitoriosa por amamentar durante seis meses e, entre outras palavras, Paula ressalta que o vínculo é muito forte e o prazer de saber que ela é capaz de nutrir seu filho é uma sensação única e emocionante, por mais difícil que tenha sido.
Nossa equipe conversou com Alexandrina Dittrich, consultora em Aleitamento Materno e idealizadora do projeto Mães Luz do Cuidar, a fim de ajudar as mães de primeira viagem quando o assunto é amamentação. Confira a entrevista abaixo:                
SeD:  Porque a amamentação é um processo tão importante para mãe e     criança?
O leite materno contém todas as proteínas, açúcar, gordura, vitaminas e água que o seu bebê necessita para ser saudável.
Além disso, contém determinados elementos que o leite em pó não consegue incorporar, tais como anticorpos e glóbulos brancos. É por isso que o leite materno protege o bebê de certas doenças como alergias, infecções, pneumonias, entre outras. A criança que é amamentada melhora o desenvolvimento mental; melhora a formação da boca e o alinhamento dos dentes e também promove o estabelecimento de uma ligação emocional, muito forte e precoce, entre a mãe e a criança.          
SeD: Quais são as vantagens da amamentação para a mãe e para a família?
A amamentação é mais econômica para a família. Basta multiplicar o preço de uma lata de leite em pó, pelo número de latas necessárias ao longo da vida da criança, e somar ainda o dinheiro gasto. Já para mãe, os benefícios são muito maiores: A mãe que amamenta sente-se mais segura e menos ansiosa; Amamentar faz queimar calorias e por isso ajuda a mulher a voltar, mais depressa, ao peso que tinha antes de engravidar; A amamentação protege do câncer do ovário; Ajuda o útero a regressar ao seu tamanho normal mais rapidamente, além de amamentar é muito prático! Não é necessário esterilizar e preparar mamadeiras e nem é preciso se levantar de noite para preparar mamadeiras.
SeD: Qual a idade máxima que uma criança pode mamar?
Não existe idade máxima para a amamentação, o Ministério da Saúde fala e é cientificamente comprovado que o ideal é até 2 anos, pois a criança desde os 6 meses recebe além do leite materno outros alimentos que são fonte de nutrientes. Mas se a mãe desejar manter o aleitamento após os 2 anos é uma decisão pessoal.            
SeD: Existem doenças que são transmitidas pelo leite?
Sim! O HPV é uma delas. O vírus pode ser passado no leite materno para o bebê. É recomendado o uso de fórmula infantil, ou, preferencialmente, o leite humano pasteurizado, disponível em bancos de leite.
No caso de hepatites, é melhor não amamentar. Muitos especialistas dizem que não há problemas se a mãe tem Hepatite B e se a criança foi vacinada. E que, na Hepatite C, o aleitamento materno pode ser feito se não houver fissuras e sangramento nos seios da mãe.
Outra doença que é bom estar atenta é a tuberculose. É possível amamentar, mas só se você estiver tomando a medicação apropriada para tratar a doença. Caso contrário, não deve nem mesmo entrar em contato direto com o recém-nascido até que comece o tratamento adequado e a fase infecciosa da doença já tenha passado. A doença não é transmitida pelo leite materno e, sim, por gotículas de saliva contendo o agente infeccioso. As mães que ainda não estiverem em tratamento podem, portanto, começar a extrair seu leite logo após o parto e armazená-lo para oferecê-lo ao bebê até que possam amamentar diretamente.
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Dá para ser soropositivo e ter uma vida normal?
Diagnóstico precoce aumenta a chance de soropositivos continuarem vivendo com qualidade de vida. Faça o teste!
Matéria por Livia Cadete
           Há alguns anos, receber o diagnóstico de AIDS era como uma sentença de morte. Porém, hoje em dia, é possível viver com a doença e continuar com qualidade de vida. Saber do contágio pelo HIV aumenta a expectativa de vida do soropositivo. Quem busca tratamento especializado no tempo certo e segue as recomendações do médico ganha maiores chances de viver uma vida normal.
O clínico-geral, Roberto Pereira explica que é importante ficar atento a diferença entre HIV e AIDS. O HIV é o vírus, e a AIDS  a doença que se manifesta com esse vírus. Quem tem o vírus HIV não necessariamente tem AIDS. Segundo o médico, uma pessoa que possui o vírus não nem sempre tem a doença manifestada.  Quando o vírus chega nos leucócitos e começa a matar as células de defesa, é quando podemos chamar de AIDs, antes disso só é uma pessoa portadora do vírus HIV.
O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue. Os exames são rápidos e podem ser feitos de forma anônima, é preciso apenas uma gota de sangue retirado da ponta do dedo.  Esses testes são realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento - CTA.
Segundo Lucas de Freitas, 21 anos, sua vida é tão normal como de uma pessoa não-soropositiva, ele só precisa se atentar mais a sua saúde e ir ao médico regularmente. “O HIV hoje diferente de tantos anos atrás tem um tratamento igual de qualquer outra doença crônica, seja uma diabetes, seja uma hipertensão…..existem limites, com certeza. Vivemos uma vida com mais cuidados, mas como existe tratamento, dá para viver com HIV e continuar fazendo as coisas que fazia antes”, conta ele.
Nesses centros, além da coleta e da execução dos testes, há um processo de aconselhamento, antes e depois do teste, para facilitar a correta interpretação do resultado pelo paciente. Também é possível saber onde fazer o teste pelo Disque Saúde (136).
A infecção pelo vírus pode ser detectada com, pelo menos, 30 dias a contar da situação de risco, como ter feito sexo desprotegido ou ter compartilhado seringas.
           Fabiana Gomes, do canal do youtube “Sou soropositivo e daí”, conta que quando contraiu o vírus sua maior preocupação não era a morte, e sim o preconceito. “O Brasil é um país que não esclarece o que a doença é de verdade, por isso ainda existe esse tabu”, desabafa ela.
Aids, sexo e preconceito
O relacionamento sexual de pessoas soropositivos e não-soropositivos também é possível. “A relação sexual de um soropositivo com alguém que não é não é algo impossível, pois existe preservativo, e com ele a pessoa não irá contrair o vírus”, conta Lucas.
           O tratamento inclui acompanhamento com profissionais de saúde e a realização exames. A pessoa só vai começar a tomar os medicamentos antirretrovirais quando exames clínicos e de laboratório indicarem a necessidade. Esses remédios buscam manter o HIV sob controle o maior tempo possível. Para que o tratamento dê certo, o soropositivo não pode se esquecer de tomar os remédios ou abandoná-los, pois o vírus pode criar resistência e, com isso, as opções de medicamentos diminuem.
A adesão ao tratamento é fundamental para a qualidade de vida. Mesmo em tratamento, a pessoa com AIDs pode e deve levar uma vida normal, sem abandonar a sua vida afetiva e social. Ela deve trabalhar, namorar, beijar na boca, transar (com camisinha), passear, se divertir e fazer amigos. E, lembre-se, o tratamento está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e é um direito de todos.
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Merenda é coisa séria!
Nutricionistas alertam sobre a importância da escolha dos alimentos e em como ela pode influenciar um bom desempenho escolar
Matéria por Lívia Cadete
           A escola é um ambiente onde as crianças passam maior parte do seu tempo, por isso, a merenda tem um impacto direto no desenvolvimento intelectual, social e hábitos alimentares. O que consomem na hora do recreio faz parte da sua alimentação geral e irá influenciar o seu desempenho escolar.
           Segundo Débora Sasdelli, nutricionista da Nutrebem, vale atenção redobrada na hora de escolher o alimento e tentar evitar os comidas industrializadas vendidas nas cantinas como salgadinhos e bolachas. “Quando o consumo é excessivo e muito frequente pode comprometer a saúde das crianças, além de prejudicar a concentração deles durante as aulas devido às elevadas quantidades de açúcares e gorduras”, explica ela.
 Quais alimentos são ideais para uma merenda nutritiva?
Débora explica que a forma mais simples de pensar nas combinações na hora de montar a merenda é escolher um alimento de cada grupo alimentar. Cada um tem sua importância e não pode faltar no dia a dia das crianças.
GRUPO 1 - fonte de carboidratos - vai dar energia para as crianças brincarem e para o cérebro funcionar plenamente. Sempre que possível, escolha um carboidrato complexo, ou seja, os integrais, que possuem ainda mais nutrientes. E cuidado com o açúcar presente em bolos, bolachas, chocolate e doces.
Pães (caseiros, bisnagas, de batata, francês, de aveia), torradas, cereais (aveia, flocos de milho sem açúcar, granola), biscoitos (sem recheios) e bolos caseiros sem recheios e coberturas.
GRUPO 2 - fonte de vitaminas, minerais e fibras – responsáveis por deixar a merenda colorida e rica em nutrientes importantes para o desenvolvimento das crianças.
Frutas frescas e secas, sucos naturais, água de coco e legumes (cenoura, pepino, tomatinhos).
GRUPO 3 - fonte de proteína – grupo importante para o desenvolvimento muscular das crianças, assim como para dar mais saciedade à refeição.
Leite, queijos, requeijão, manteiga, iogurte natural, creme de ricota, ovos.
O que deve ser evitado?
           Marília Stefano Neto, nutricionista, conta que os alimentos industrializados em geral devem ficar de fora das refeições diárias do seu filho, pois são os que mais fazem mal a saúde principalmente quando se trata de crianças. “salgadinhos, por exemplo, contém vários tipos de corantes e conservantes que podem desenvolver uma alergia na criança que ingere, além desses alimentos não conterem nenhum nutriente”, alerta ela. Marília também explica que a ingestão a longo prazo desses alimentos, pode desenvolver doenças mais preocupantes quando a criança vier a se tornar um adulto. 
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Meu filho tem microcefalia, e agora?
Ter um filho com microcefalia não é uma notícia fácil, mas com o auxílio da medicina e dos pais, a criança pode ter uma qualidade de vida maior.
Matéria por Gabriela Lima
Quando Lucineia deu à luz ao Victor, na 36ª semana de gestação, os médicos vieram com um diagnóstico que mudaria ainda mais a vida da mãe: o seu filho teria microcefalia. Como nenhum pai e mãe esperam que filho tenha algum problema de saúde, a notícia foi um choque, afinal, esta é uma malformação que voltou a ser discutida recentemente, com os novos casos de microcefalia associadas ao zikavírus, porém esta condição não é novidade.
A microcefalia é uma malformação congênita em que a cabeça do bebê mede menos do que 32cm. As causas podem ser as mais variadas, incluindo doenças durante a gravidez como rubéola, HIV, citomegalovírus, entre outras. Mas, cada caso é um caso e o o nível de gravidade das sequelas podem variar. A criança que tem microcefalia apresenta alguns problemas de desenvolvimento e retardo mental, mas ela, de maneira alguma, deve ser tachada como incapaz.
De acordo com a pediatra dra. Luzia Boni, pediatra que atende na APAE, não é porque a criança tem microcefalia que ela não vai ter a chance de se desenvolver. Cada criança, incluindo aquelas com outras deficiências, devem desenvolver ao máximo do seu potencial e este processo requer mais do que um trabalho técnico dos pais, requer amor.  “A mãe tem que ser mãe, o pai tem que ser pai. Quem tem que ficar preocupado com as patologias é a parte médica. A criança precisa do amor. Não adianta você colocá-la em mil especialistas se os pais não dão o amor a ela”, completa Luzia.
Lucineia entendeu na prática como o amor que se transforma em dedicação. Uma criança diagnosticada com microcefalia requer um cuidado maior nos primeiros anos de vida. O acompanhamento frequente dos pais e da parte médica, dão suporte essencial que pode auxiliar no desenvolvimento da criança.  Lucineia entendeu a importância de estar presente: “os maiores desafios foram muitas noites mal dormidas, idas constantes a médicos para fechar o diagnóstico e depois tratar da causa com terapias de estimulação precoce, que são muito importantes nos primeiros anos de vida da criança especial”, explicou.
Microcefalia e Zika vírus
No ano passado, o Ministério da Saúde confirmou 1.616 casos de microcefalia em todo o país, maior parte deles na região nordeste. Nos mesmos estados em que houve o aumento destes casos, também foi observado um maior número de registros de Zika, dengue e/ou chikungunya.
Por serem observações muito recentes, os médicos e cientistas ainda estão estudando se há relação entre a microcefalia e a febre zika. Mas, uma coisa é certa: Se você é gestante, deve ficar atenta com as doenças virais e estar com o pré-natal em dia. A microcefalia é uma malformação que consegue ser diagnosticada pelo pré-natal, nas 18-20 semanas de gestação. São nestes exames rotineiros que os médicos conseguirão avaliar se há anormalidades no cérebro do bebê e se ele pode ter outras doenças.
Nutricionistas alertam sobre a importância da escolha dos alimentos para um bom desempenho escolar
          A escola é um ambiente onde as crianças passam maior parte do seu tempo, por isso, a merenda tem um impacto direto no desenvolvimento intelectual, social e hábitos alimentares. O que consomem na hora do recreio faz parte da sua alimentação geral e irá influenciar o seu desempenho escolar.
          Segundo Débora Sasdelli, nutricionista da Nutrebem, vale atenção redobrada na hora de escolher o alimento e tentar evitar os comidas industrializadas vendidas nas cantinas como salgadinhos e bolachas. “Quando o consumo é excessivo e muito frequente pode comprometer a saúde das crianças, além de prejudicar a concentração deles durante as aulas devido às elevadas quantidades de açúcares e gorduras”, explica ela.
Quais alimentos são ideais para uma merenda nutritiva?
Débora explica que a forma mais simples de pensar nas combinações na hora de montar a merenda é escolher um alimento de cada grupo alimentar. Cada um tem sua importância e não pode faltar no dia a dia das crianças.
GRUPO 1 - fonte de carboidratos - vai dar energia para as crianças brincarem e para o cérebro funcionar plenamente. Sempre que possível, escolha um carboidrato complexo, ou seja, os integrais, que possuem ainda mais nutrientes. E cuidado com o açúcar presente em bolos, bolachas, chocolate e doces.
Pães (caseiros, bisnagas, de batata, francês, de aveia), torradas, cereais (aveia, flocos de milho sem açúcar, granola), biscoitos (sem recheios) e bolos caseiros sem recheios e coberturas.
GRUPO 2 - fonte de vitaminas, minerais e fibras – responsáveis por deixar a merenda colorida e rica em nutrientes importantes para o desenvolvimento das crianças.
Frutas frescas e secas, sucos naturais, água de coco e legumes (cenoura, pepino, tomatinhos).
GRUPO 3 - fonte de proteína – grupo importante para o desenvolvimento muscular das crianças, assim como para dar mais saciedade à refeição.
Leite, queijos, requeijão, manteiga, iogurte natural, creme de ricota, ovos.
O que deve ser evitado?
          Marília Stefano Neto, nutricionista, conta que os alimentos industrializados em geral devem ficar de fora das refeições diárias do seu filho, pois são os que mais fazem mal a saúde principalmente quando se trata de crianças. “salgadinhos, por exemplo, contém vários tipos de corantes e conservantes que podem desenvolver uma alergia na criança que ingere, além desses alimentos não conterem nenhum nutriente”, alerta ela. Marília também explica que a ingestão a longo prazo desses alimentos, pode desenvolver doenças mais preocupantes quando a criança vier a se tornar um adulto.
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