rykare

[rykare]

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Quero você, uma taça de vinho e todas as consequências!

[rykare]

Por tanto tempo eu carreguei esse amor nas mãos, como quem leva uma flor rara atravessando uma tempestade. Com cuidado, com esperança. Esperei o momento certo, esperei você me ver, me sentir, me escolher. E tantas vezes eu quis dizer: para com isso. Para de fugir de mim, de inventar desculpas pra se afastar, de se esconder atrás do medo, da sua mãe, do mundo, daquilo que um dia te disseram que era amor, mas que nunca foi. Fica comigo. É só isso. Fica comigo. A gente tem tanto pra viver. E quando eu digo viver, não é só respirar o mesmo ar ou dividir um teto. É viver do jeito que a gente sempre sonhou quando se olhava nos olhos e acreditava que dava pra ser mais. Viver com riso leve, com abraço demorado, com silêncio confortável. Viver com a liberdade de ser quem a gente é, mas com o compromisso silencioso de nunca soltar a mão. Eu só queria que você tivesse me pedido pra ficar. Porque a minha resposta já estava pronta. Era um "sim" quase gritado no peito. Um sim com casa, com abraço, com planos, com café da manhã de domingo. Um sim que deixaria tudo pra trás só pra construir um novo tudo com você. Mas essa pergunta nunca veio. E talvez nunca venha, porque você sempre achou mais fácil correr do que sentir. E eu... eu sempre amei mais do que devia. É estranho isso de esperar por algo que parece tão natural. Você dizer "fica", eu dizer "sim". Mas a sua voz nunca chegou. Ficou presa no medo, na dúvida, na covardia de quem talvez me amasse, mas não o suficiente pra me escolher. E agora, mesmo com o coração machucado, eu entendo: o amor não deve ser implorado, e presença não deve ser mendigada. Mas ainda assim, entre os cacos, permanece esse eco: "Se você tivesse me pedido pra ficar..."

Eu teria largado tudo.

Por você.

Por nós.

R.

[rykare]

E se cada vida for um ensaio? Um rascunho do que ainda estamos aprendendo a sentir, a ser, a amar? Talvez eu tenha te amado em tantas versões de mim que já nem sei mais onde começo ou termino. E nessa vida, no meio de tudo, me peguei lembrando de você, sem saber exatamente de onde veio essa lembrança, como se meu corpo soubesse algo que minha mente ainda não entende. Mas será que na próxima vida vou me lembrar também? Ou vamos nos cruzar de novo com aquela sensação estranha de já termos nos conhecido, sem saber de onde, sem saber por quê… apenas sentir? Quantas vidas serão necessárias até o tempo cansar de nos separar? Até que o destino se renda e diga: “agora é a vez de vocês ficarem”?Talvez só quando estivermos prontas. Quando não houver mais pressa, medo, orgulho. Quando o amor não for mais ferida, mas casa. Talvez só aí a gente se encontre e fique. De verdade. E até lá… eu continuo lembrando de você. Mesmo sem saber se é sonho, memória ou saudade de algo que ainda vai acontecer.

R.

[rykare]

As vezes me sinto como um livro nunca lido numa prateleira, que tinha um único propósito e mesmo assim não conseguiu realizar

{ eu preciso ser lida por inteiro }

- f.p.

[rykare]

Tem certas coisas que simplesmente não fazem sentido com mais ninguém. Você pode viver mil experiências, visitar mil lugares, cruzar mil sorrisos, mas tem aquele alguém que, por algum motivo inexplicável, é o único que aparece na sua mente quando você fecha os olhos. É aquela cafeteria no centro da cidade que você nunca entrou, mas imagina rindo ao lado dela. É aquele pôr do sol visto da estrada, onde você jura que daria tudo pra estar com ela ali, segurando sua mão em silêncio. É aquele quarto de hotel em alguma cidade litorânea, onde você nunca esteve, mas já viu vocês dois se abraçando ali depois de um dia leve, inteiro, feliz. Tem sentimentos que são tão específicos que parecem ter nome e sobrenome. Tem sonhos que pedem uma presença certa, um cheiro certo, uma voz que você reconhece até de olhos fechados. E às vezes a vida até tenta empurrar outras pessoas, outros destinos, outras combinações… Mas não encaixa. Não pulsa igual. Não vibra igual. Porque tem gente que é como chave de um cadeado que você nem sabia que carregava. E aí você entende que não é qualquer um. Não é substituível. Não é acaso. É alguém que, de alguma forma, nasceu pra fazer parte do seu mundo. Porque com essa pessoa… tudo ganha cor, sabor, e até o que ainda não aconteceu já parece memória.

R.

[rykare]

[rykare]

Eu sinto o verão em minha pele como se fosse uma cicatriz antiga, uma lembrança queimável de tudo o que fomos. “Summertime Sadness” não é só uma música pra mim, é a tradução perfeita do que eu carrego quando penso em você. É o calor que aperta o peito, mesmo nos dias em que o sol brilha alto. É a saudade embriagada que dança comigo quando a cidade dorme. Toda vez que ouço Lana cantar, parece que ela canta por mim. Ou por nós. Como se cada verso fosse um pedaço da nossa história perdida no tempo. Eu fecho os olhos e vejo seu rosto entre as luzes alaranjadas do entardecer, sinto o vento bagunçando meu cabelo do mesmo jeito que você bagunçava minha alma, sem pedir licença, mas com toda a beleza do mundo. “Got my red dress on tonight”... Eu me lembro das noites em que me vesti pra você, não com roupas, mas com sentimentos. Cada gesto meu era um grito silencioso de entrega. E mesmo assim, a tristeza vinha, como um perfume agridoce que não desgruda da pele. Amar você sempre foi intenso demais, bonito demais, trágico demais. Como um filme que a gente não quer que acabe, mas que a gente já sabe o final. A “Summertime Sadness” é esse amor que nasceu pra ser eterno, mas que só viveu enquanto o sol brilhava. E agora, mesmo sem você, carrego sua ausência como se fosse parte de mim. Parte do verão. Parte da tristeza. É estranho, mas eu ainda dançaria com você, mesmo que fosse na beira do abismo. Ainda te amaria, mesmo sabendo que toda vez que te toco, eu me queimo. Porque tem coisas que a gente não escolhe e você foi meu vício, meu delírio, minha luz e minha sombra. Essa música é o que sobrou de mim quando você se foi. Uma tristeza bonita, um amor que não coube no tempo. E mesmo com os olhos marejados, eu sorrio… porque se for pra doer, que seja com poesia. Que seja com Lana. Que seja com você, mesmo só em lembrança.

R.

[rykare]

às vezes a gente sente tanto, quer tanto, ama tanto que o orgulho se torna um escudo. Um mecanismo de defesa pra não mostrar o quanto dói, o quanto importa, o quanto aquela pessoa nos toca de verdade. A intensidade faz com que tudo seja mais profundo… e, por isso mesmo, mais assustador. A gente finge indiferença, esconde a saudade, disfarça a dor com silêncio. Porque admitir o sentimento é se colocar vulnerável. E quando se é intenso demais, a dor de não ser correspondido na mesma profundidade parece insuportável. Então o orgulho vira armadura mesmo que, por dentro, a alma esteja gritando por um gesto, um olhar, um “fica”…

Mas a verdade é que o orgulho nos faz perder coisas lindas. Ele nos impede de dizer o que sentimos na hora certa. Nos cala quando deveríamos nos abrir. Nos faz parecer frios quando, na verdade, estamos implorando por calor. É que amar de verdade exige coragem. Coragem de se despir do ego, de se arriscar, de se entregar sem garantias. E isso assusta. Principalmente quando já se foi ferido demais. Mas talvez, no fundo, o que machuca não é o amor. É o medo. É a vontade de ser visto por inteiro e não saber se o outro está pronto pra ver. É o orgulho tentando proteger um coração que só queria ser amado sem medida do mesmo jeito que ama. Ser intenso é uma bênção… mas também é um desafio. Porque nem todo mundo sabe lidar com tanto. E às vezes, nem a gente sabe.

R.

[rykare]

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Durante a vida, cruzamos caminhos com pessoas que não apenas passam, mas que nos atravessam. Algumas chegam com olhos que enxergam além da superfície. Tocam em partes nossas que estavam adormecidas. Despertam sorrisos que nem sabíamos guardar. Com elas, tudo parece mais bonito, mais possível. Elas nos fazem querer ser melhores, nos inspiram com a leveza do gesto, com a firmeza do olhar, com o jeito como encaram o mundo e, de alguma forma, mudam o nosso também. Outras nos atravessam como tempestades. Trazem caos, desordem, questionamentos. Mexem com nossos alicerces, nos confrontam com nossas fragilidades, nos ensinam por meio da dor onde ainda precisamos crescer. Elas nos deixam marcas, às vezes cicatrizes. Mas também nos deixam mais fortes, mais atentos, mais inteiros. Há quem passe por nós e nos transforme para sempre, mesmo que fique pouco. Há quem fique muito… e ainda assim nos deixe vazios. E há quem simplesmente exista e isso já seja o bastante para nos mudar completamente. A verdade é que ninguém passa por nós impunemente. Cada encontro, cada troca, cada amor, cada perda… tudo esculpe, tudo molda. Vamos mudando de pele, de forma, de essência e, por vezes, nem percebemos. Mas se olharmos com profundidade, veremos traços de todos que amamos (e até dos que feriram) na nossa história. E talvez o maior aprendizado seja esse: que ninguém nos pertence, mas todos nos tocam. Que cada pessoa é uma página, um parágrafo, uma vírgula do livro que somos. E que, no fim, a beleza da vida está em aceitar essas transformações em ser grata por quem veio para florir e até por quem veio para despedaçar, porque ambos nos ensinaram a renascer. A gente não sai ileso das conexões verdadeiras. A gente se quebra, se refaz… e segue mais vivo do que nunca.

R.

[rykare]

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