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Edmund Burke é o pai do conservadorismo moderno, em sua obra mais famosa “Reflexões sobre a Revolução na França”, traduzida pela Editora Vide Editorial, prefácio de João Pereira Coutinho, debate sobre diversos os assuntos ao redor das possíveis causas que desencadeou a Revolução. Embora seja uma também crítica da violenta, como o próprio Burke gosta de salientar, Revolução Francesa. Em uma das passagens, ele explica como funcionava o Estado francês e desmitifica alguns fatos que poderiam justificar a “revolta”.
Talvez as pessoas não familiarizadas com o Estado da França, ao ouvir que o clero e a nobreza eram privilegiados na questão da tributação, imaginem que, anterior a revolução, esses corpos não tinham contribuído em nada para o Estado. Isto é um grande erro. Eles certamente não contribuíram igualmente entre si, nem nenhum deles em igualdade com os comuns. Ambos, no entanto, contribuíram enormemente. Nem a nobreza nem o clero usufruíram qualquer benefício de inserção de imposto sobre mercadoria de consumo, taxa alfandegária, ou de qualquer uma das inúmeras imposições indiretas, o que na França, assim como aqui, constituem uma grande proporção da receita pública. A nobreza pagava a capitação. Pagava também um imposto sobre a terra, chamado vigésimo, que chegavam a três, às vezes quatro, xelins por libra – ambos os impostos diretos de natureza nada leve e de produção nada trivial. O clero das províncias anexadas por conquistas da França igualmente paga a capitação e o vigésimo, a taxa paga pela nobreza. O clero das antigas províncias não pagava a capitação, mas compensou essa falta com um pagamento de cerca de 24 milhões, pouco mais de que um milhão de libras esterlinas. Ele foi isento dos vigésimos, mas então fazia contribuições, contraia dívidas para o Estado, e estava sujeito a alguns outros encargos, totalizando cerca de uma decida terceira parte de sua renda liquida. Ele deveria pagar anualmente cerca de 40 mil libras a mais para colocá-lo em pé de igualdade com a contribuição da nobreza.
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