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samrrdz · 2 years
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De calças para saias, parte final (e a maior também)
episódio debut de Sam Rodriguez Temporada 13, episódio 15
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Sam acordou no dia seguinte, quem a olhasse pensaria que ela dormiu na casa de um arrombado que ficou a noite inteira gritando sobre supremacias raciais e ouvindo música até o último volume, mas não, ela só teve insônia mesmo. Se levantou para arrumar-se e foi olhar as roupas que ali estavam, as mesmas que sua mãe falou que deixaria no seu quarto.
Se deparou com um vestido quadriculado, um lacinho, uma camiseta branca, um shortinho de segurança, luvas e um fone de ouvido pro frio… Não gosta muito desse tipo de roupa, mas se pelo menos fossem vermelhas ou amarelas não veria problema. Mas não, eram cor-de-rosa com branco:
— Mas que porra é essa?! Isso aqui é roupa de mimadinha puta que gira bolsinha pra pedófilo. É sério que é essa merda que eu vou ter que usar?... — Olhava com fúria nos olhos.
Pegou as roupas com um mal gosto, e foi se vestir. Ao terminar, foi-se ao espelho de seu banheiro se olhar, ainda estava com os olhos trêmulos, mas com o pouco que conseguia ver, podia ver de cara o seu desgosto genuíno:
(Video velho, sem o olho estalado e com o Design desatualizado da Sam, mas ainda acho ele legal)
— Isso ta horrível. Acho que ainda dá tempo de vestir minha roupa de todo dia. — Mas de repente, parou e decidiu pensar um pouco.
— Mas… Se eu vestir essa roupa, pelo menos, talvez eles entendam o que eu sou né?... — Suspirou, falando consigo própria — Não… Essa roupa é feia pra caralho *tique* Eu vou ser motivo de chacota, principalmente daquele gordo e das meninas. — Balançou a cabeça pros lados. — É! Que se foda o que eles acham, eu vou vestir o que eu quiser! Eu vou trocar essa mer-...
— Samantha! Bora menina! Você tá atrasada! Tem 1 minuto pra descer! — Gritava sua mãe à plenos pulmões.
— MERDA! — A garota gritou, puta, descendo do banquinho que pegou pra alcançar o espelho, pegou seu isqueiro e colocou no bolso que continha na saia do vestido, e foi correndo pegar sua mochila, mas antes de descer, foi escondido pras coisas de sua mãe, procurando algo que ela sempre pega por "medidas de emergência".
— Deve estar… Aqui! Achei!
Sam achou uma garrafinha com álcool, não era grande, nem pequena, tinha tamanho suficiente para esconder junto com o isqueiro, talvez dê para fazer um estrago. Ao pegar o que precisava, a mexicana se dirigiu às escadas e foi até onde sua mãe estava, a vendo com sua roupa de serviço:
— Tô aqui mamá! Tô de saída!!!! — Dizia ofegante.
— Tchau, se cuida. Ah, você ficou boa nessa roupa. — fez um joinha, sorrindo mínimo. — Hmm… Tá tudo bem, Samantha? Não dormiu direito? Seu olho está tremendo. — Se aproximou de Sam, segurando seu rosto, analisando os olhos da menina.
— Ah… Valeu, mãe. — A olhou claramente desconfortável. — Tô bem sim! Eu acabei dormindo pouco… Sabe, ansiedade! Ansiedade pra usar essa roupa! — Vai que a desculpa cola?
— Ah! Tá bom então! — Se afastou dela. Adultos são tão estúpidos assim? — Agora vai antes que perca o horário do ônibus.
Se despediu de sua mãe e foi às pressas até o ponto de ônibus, por muita mais muita sorte, quando ela chegou, o ônibus tinha acabado de chegar, ela entrou antes que ele se fosse e se sentou no único lugar que ainda estava disponível. Na hora, ela percebeu os olhares direcionados à ela, e umas risadinhas, não sabia se as risadas eram ou não pra ela, então apenas tentou ficar na sua, tentando não se afetar.
David andava pelos corredores, após ter guardado suas coisas no armário, estava despretensioso e pensando que finalmente teria um dia normal, porém estamos em South Park, senhoras e senhores, não é assim que a vida funciona. Algo o assustou ao ponto de dar um pulo assim que bateu os olhos para entender melhor o que era aquilo, foi correndo até o indivíduo:
— QUE PORRA É ESSA? — Bateu no armário para que a pessoa prestasse atenção, se arrependendo na hora — Ahm… Desculpa…
— O quê? — Virava-se Sam, que estava usando o armário para ajeitar seus livros em ordem.
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— COMO ASSIM "O QUÊ"? Que merda de roupa é essa??? — Segurava a risada, mas ainda sim, estava confuso. — Ta parecendo uma barbie após decidir ir pro Colorado e ter a cara esfregada no asfalto por um mendigo. — Parece que o garoto tímido não era tão gentil e tímido assim, é tão babaca quanto os outros.
— Vai… Se… Foder! — Fazia dedo do meio para David. — Minha mãe disse que se eu vestisse essa roupa, eu iria parecer uma garota.
O garoto não se aguentou e começou a gargalhar de forma escandalosa, tendo uma crise de riso.
— PUTA MERDAKKKKKK ISSO É RIDÍCULO! KKKKKK — Botava a mão na barriga enquanto ria.
Sam, já irritada e zero paciência, deu um soco forte no braço de David o que o fez parar de rir instantaneamente quase caindo no chão, a olhando assustado:
— A-Ah… P-perdão… Eu.. Não queria ter feito isso…
— Tá, tanto faz… Aliás — Coçou o próprio queixo confusa. — Qual teu nome mesmo?
— hm… Acho que pode chamar de David, David Miller.
— Sam. Sam Rodriguez.
[...]
Estava em horário de aula, inicialmente quando chegou a South Park, pensou que aprenderia muito e se tornaria talvez um pouco mais inteligente, sonhou ela. Sam estava pouco se fodendo pro que porra o Mr.Garrison esta a falando, não era nem ao menos sobre o conteúdo, era apenas umas baboseiras sobre a cultura pop que ele acompanhava, quem precisa se importar? Sam pelo menos não dava a mínima.
Mas em compensação de não estar prestando atenção na aula, conseguia escutar alguns murmúrios e sentir olhares, poderia nem ser real, de fato, podia ser apenas sensações, mas aquilo a deixava desconfortável, só de pensar na possibilidade de ser uma zoação.
"Queria trocar essa porra de roupa fodida, pelo menos eu não sentiria todos os holofotes em mim." Pensou, batendo os pés com força no chão, e os arrastando para frente e para trás arranjando uma forma de aliviar o estresse, fazendo um barulho irritante.
— Samantha dá pra parar de arrastar a porra dos pés? — Dizia Mr.Garrison, irritado com a barulheira da garota.
— Desculp-…
— Não seria Samuel, professor? Parece que é esse o nome dele. — Dizia um aluno aleatório, e a sala ria pela possibilidade de confusão do professor, Sam começou a estressar.
— Na chamada está como Samantha, não Samuel. — Pegou os papéis de frequência, conferindo o nome dos alunos.
— Até porque meu nome não é Samuel, porra! — Bateu na mesa, podendo se escutar mais risadas.
— Calem a boca todos vocês! — Se exaltava o professor, mas Sam percebeu de fundo um riso alto.
— Ah! HAHAHAHA!!!! Não dá, caralho! Esse mexicano é engraçado pra cacete! — Era Cartman, quase chorando de rir.
— CALA A PORRA DA BOCA, ERIC! — Gritou com o aluno, fazendo ele se acalmar contra a vontade.
[...]
Era mais um intervalo, dessa vez Sam estava no playground ao invés de no refeitório. O seu nistagmo, que havia dado uma pequena pausa, voltou com tudo, e a garota mal conseguia enxergar, era tudo muito tremido, ficava observando as crianças brincaram, até que percebeu que tinha o que parecia um menino a chamando para brincar com eles, se animou, ansiosa, finalmente teria uma interação de verdade com outras crianças. Foi correndo até elas, mas, não acho que seja aconselhado correr sem poder enxergar o que vem pela frente ou pelos lados. E dito e feito, o grupinho de Stan Marsh, ali passava na hora que a mexicana corria, e por grande azar do destino, Sam acabou esbarrando na pior pessoa daquele grupo que ela poderia esbarrar, Eric Cartman:
— Ai porra! Olha por onde anda, caralho! — o garoto, que havia caído, se levanta, limpando a neve que havia nas suas roupas, olhando para quem havia esbarrado nele — Ah, mas se não é você!
— Me desculpa!! Eu não tô conseguindo enxergar direito… Não vi você. — Coçava os olhos, se levantando também.
— Sabe nem mentir! Como não me viu? — O garoto estava genuinamente irritado — Aliás, por quê tá usando essa roupa de puta?
— Eu não tô mentindo, porra! Já falei que não tô enxergando direito, seu burro! Tem que desenhar pra criancinha entender? — Aquela pequena discussão já era suficiente para atrair a atenção das crianças ali por perto. — Não sei, talvez pra me parecer com a sua mãe?
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— Cala a boca seu gayzinho imigrante! Não fala da minha mãe não! — Falava quase nos gritos.
— Então para de me perturbar! Você pensa que eu não sei o que tá fazendo? — Franzi o cenho.
— Eu não sei do que você ta falando, mexicano. — Se fazia de sonso.
— Já não bastava aquele bilhete racista de merda, descobri que espalhou pra escola inteira que eu sou um garoto! SENDO QUE EU NÃO SOU! PORRA, Já até inventaram que meu nome é Samuel, cacete! — Dava uns passos em direção a Cartman, que tentava se afastar inconscientemente. — Aí você fica rindo da minha cara na aula, e agora vem com essa de me chamar de imigrante desse jeito? Você é sonso ou se faz??? — A garota normalmente reagiria de forma mais pacífica a situações como esta, mas a sua abstinência de remédios simplesmente fazia ela se descontrolar com facilidade.
— Quem foi que contou pra você?!? — Olhou genuinamente nervoso, tinha algum fura olho naquela equação.
— Foi o garotinho de verde…. Acho… De pouco cabelo loiro! — Sua memória já era quase inexistente.
— Butters… Porra, sabia que ele ia foder tudo. — Dizia consigo próprio.
— Cartman porra, para de encher o saco, vamo logo. — O garoto de gorro azul dizia, eles pretendiam fazer alguma coisa, e aquela situação estava os prendendo. O garoto que tinha um Ushanka verde na cabeça, Kyle Broflovski, apenas concordou.
— Tá cismado com Mexicano é, gordão? — o outro que tinha um capuz laranja quase tapando seu rosto, Kenny McCormick, dizia algo parecido com "verdade" mas parecia apenas uns barulhos quase incompreensíveis.
— Vai se foder seu Judeuzinho de merda! — Apontava para Kyle.
Sam andava em passos mais acelerados, tentando chegar perto de Cartman, o garoto ao perceber isso, fica confuso.
— O que ta fazendo porra? — Continuava recuando.
— Quer saber? Eu decidi resolver essa situação entre nós dois, ela está muito… Ácida, acho que vou deixar ela um pouco mais… Quente, você sabe, não é? — Tirava as luvas rosas de suas mãos e as jogou na neve, o gordo entendeu na hora o que a garota estava dizendo.
— EIEIEI!! CALMA, CALMA, Som? — Recuou mais, botando as mãos na frente.
— Sam.
— ISSO! SAM! Calma, samzinho…. — Amansou seu tom de voz na hora — Acho que está sendo um pouco… Exagerado, você não acha? — Se aproxima e bota uma das mãos no ombro de Sam.
— Podemos resolver isso do método americano, com um bom debate e conversa, como pessoas civilizadas, você não acha? Acho que violência talvez não seja a melhor forma de se resolver uma discussão. Entende, não?
— Sei. Prossiga. — Dizia baixando aos poucos a guarda, se acalmando.
— Isso, isso, acho que nós dois somos inteligentes demais para uma briga, sabe? Se você desistir disso, eu posso até mesmo… — Ficou reflexivo por alguns segundos. — Te tratar como um ser humano normal, o que acha?
— O QUÊ? — Aquilo foi o último gatilho que Sam precisava para perder totalmente as estribeiras.
A garota começou a tremer, tendo alguns tiques, de todos os tipos, vocálicos, físicos e faciais. Chegou no seu limite, ficou aguentando aquela filha da putagem por tempo suficiente, mas naquele momento, a panela havia transbordado, e seu descontrole veio tudo de uma vez:
— PORRA! — A garota gritou, botando as mãos nas bochechas e as apertando com força, fazendo quem não havia chegado antes, chegar para tentar entender aquilo, dando início ao seu surto. Os quatro garotos que estavam ali presentes a olhavam assustados, a menina simplesmente enlouqueceu:
— EU QUERO QUE VOCÊ SE FODA, ERIC CARTMAN! — Apontava para ele, em fúria.
Tirou do bolso a garrafinha de álcool que havia pego por medidas extremas. Abriu a garrafa e jogou todo o líquido em Cartman, mas acabou molhando Kenny por tabela, que estava próximo do garoto no momento.
De imediato, o gordo colocou as mãos no rosto e abaixou a cabeça. O álcool havia pingado nos seus olhos e a ardência veio no mesmo instante:
— QUE PORRA É ESSA? — Gritava enquanto lacrimejava.
— hmmhmhuhnuhmmuh???? — Kenny estava confuso e ao mesmo tempo assustado, então o que já era difícil entender se tornou incompreensível:
— Eu cansei desse teu joguinho de racistinha de me tratar como inferior por vir de um país de terceiro mundo! Eu vou brincar à minha maneira!!! — Tirava o isqueiro do mesmo bolso que havia tirado o álcool:
— E essa sua maneira é me embebedando???? — Dizia puto, tentando olhar Sam, podendo ver seus olhos avermelhados, quem não soubesse o contexto pensaria que Cartman havia fumado um trago dos bons.
— Não… — Insira pausa dramática. — Brincando com fogo.
Se aproveitou da quase cegueira do garoto, e a outra, também quase cega, foi correndo até ele, acendeu o isqueiro na parte molhada de álcool da sua roupa e em poucos segundos já foi possível ver o fogo se alastrando pelo corpo roliço do menino:
— AH! CARALHO!!! EU TÔ PEGANDO FOGO! ME AJUDA PORRA! — Gritava a plenos pulmões, girando em círculos.
Kenny se assustava com o fogo, e mais ainda da forma que Cartman sem perceber, se aproximava dele, o que era um perigo, por também estar molhado de álcool. E bingo, o garoto incendiado acabou encostando no de roupa laranja, e o fogo se alastrou nele também. Agora, os dois gritavam por socorro em desespero:
— ROLEM NA NEVE! O FOGO VAI APAGAR ASSIM! — Gritava Kyle botando as mãos próximas da boca, pra tentar fazer a voz ecoar mais, na tentativa de ajudar os dois.
Cartman, num momento de pânico, decide fazer o que o Judeu havia dito, começando a rolar na neve, e realmente deu certo, o fogo do garoto se apagou pela umidade da neve. Porém Kenny não teve a mesma sorte, o pobre garoto acabou morrendo carbonizado, caindo já sem vida no chão:
— Puta merda, mataram o Kenny!!
— Filhos da puta!
O garoto, agora não mais estava em chamas, mas ainda estava aterrorizado pela situação que acontecera, estava todo manchado de cinzas e com algumas queimaduras no rosto, ainda deitado no chão, ele aponta para Sam, a olhando fixamente, com lágrimas nos olhos, pelo pânico de pensar por uma fração de segundo que poderia morrer:
— V-Vai se foder!! SEU HIPPIE!! *ofegante* Vai ter volta!!! Não pense… Que sairá impune nessa porra! Eu vou me vingar!
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— Tudo bem… Mas duvido muito que vai poder fazer alguma coisa agora! — Começou a gargalhar, trazendo o mesmo sorriso sádico que ele fizera à ela anteriormente.
[...]
— A MINHA FILHA TENTOU FAZER O QUÊ, MR.MACKEY??? — Disse Rosa Rodriguez, após ter que sair no meio do trabalho para ter que resolver um problema de sua filha, estava fora de si, com motivos.
— Tenha calma senhorita Rodriguez, m'kay? Samantha tentou durante o intervalo do almoço, tentou botar fogo em um de seus colegas de classe, Eric Cartman, m'kay? — O conselheiro dizia apreensivo, aquela mulher estava realmente uma fera.
— MAS??? Eu não me lembro dela ter algo que pudesse atear fogo em alguma coisa, como isso????
— Ela fez isso com um isqueiro e álcool. — Naquele momento, Rosa passou uns segundos raciocinando.
— Ah… Agora todas as peças se encaixaram. — colocou a mão no bolso da saia do vestido de sua filha futricar apenas para confirmar sua tese, e tinha razão, tirou um isqueiro de dentro. — Então é por isso que o isqueiro de casa tinha sumido… E você dizendo que tinha se perdido na mudança! — Se segurava para não dar um tapa bem dado em sua filha.
— O mínimo de punição que podemos fazer é 1 semana de detenção, m'kay? Por ser uma aluna nova, m'kay? Realmente espero que isso não vá se repetir, não é, Samantha?
— É, pode ser. — Dizia nervosa.
— Não se preocupe, conselheiro, não vai se acontecer de novo, eu vou conversar bem direitinho em casa para que não se repita… — Botava a mão na cabeça de Sam, fazendo carinho, a olhando com um olhar cínico, segurando todo o ódio reprimido.
Ao ver o olhar de sua mãe e o carinho que fazia, a garota sabia perfeitamente os males que vão lhe acontecer quando chegar em casa.
Samantha hoje descobriu que não vale a pena botar fogo em racista enquanto estiver com efeitos abstênicos de remédios… Talvez seja melhor só encher de paulada mesmo.
Fim parte final.
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samrrdz · 2 years
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De calças para saias, parte 3
episódio debut de Sam Rodriguez Temporada 13, episódio 15
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Estava no horário de saída, Sam ia direto pra casa. Com o passar do dia algumas pessoas falavam com ela confundindo seu pronome, foi cansativo ter que aturar os comentários, na cabeça dela até chegou a vir o pensamento: "Eu… Me pareço tanto assim com um garoto?". Mas já era o fim do dia, poderia descansar em casa e esquecer essas baboseiras… Certo?
Chegou em casa, abrindo a porta, se deparando com a sua mãe lavando a louça e guardando-as:
— Mamá, cheguei em casa. — A garota dizia em espanhol, até porque, estava apenas com a sua mãe.
— Aham, já já começo a fazer a janta, vai pro quarto guardar suas coisas e tomar um banho. Por sinal, eu te avisei pra tirar todas as suas tralhas da mudança e você ainda não tirou tudo!
— Tá bom… Eu estava cansada. Vou terminar hoje.
— Bom mesmo, se eu entrar no seu quarto e ainda tiver aquelas caixas você vai ver o que eu faço.
— Ok… — Suspirou, quase de saída e indo para o quarto, mas mudou de idéia, para fazer uma pergunta. — Mamá… Eu pareço um garoto? — Dizia em frente às escadas para o seu quarto.
— Que tipo de pergunta é essa Samantha?
— Pareço ou não? — Afirmou, querendo por tudo uma resposta direta.
— Ahm… Ah, Um pouco, filha, mas por quê? Você é uma garota. Queira ou não.
— As crianças da escola tão me chamando de garoto!
— Suas roupas não ajudam muito, parece roupa de moleque skatista. — Rosa, que é o nome da mãe de Sam, chega perto de sua filha, a mesma ao perceber a sua aproximação tira de forma discreta algo que estava debaixo do seu boné, e o coloca no bolso, já presumindo o que a sua mãe faria. — Talvez se você deixasse mais de usar esse boné e talvez usasse umas roupas mais femininas, acho que as crianças te veriam como você realmente é. — Tirava o boné da cabeça de sua filha, passando a mão em seus cabelos e o acariciando de forma sútil. — Veja, Seu cabelo é tão bonito pra ser escondido assim.
— Roupas de meninas são feias pra porra! Parecem roupas de prostitutas! E eu não quero me vestir assim! — Olhou com nojo, segurando com força as alças da sua mochila.
— Olha a boca, sua Pendeja! — Direcionou um tapa forte na boca de Sam, que virou seu rosto na hora e botou a mão no lugar machucado, tremendo o queixo por segurar o choro.
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— Se tu quiser, posso procurar nas caixas e deixar umas roupas que você nunca usou no seu quarto. — Dizia cruzando os braços, enquanto sua filha a encarava com os olhos arregalados.
— … Ok. — E foi para seu quarto em total silêncio.
Já era de noite, e Sam estava indo dormir, mas antes foi ao banheiro fazer algo que em tese deveria ser rotina em sua vida. Ao entrar, foi direto ao armário-espelho que tinha, ficou uns segundos se olhando ali, percebeu que não conseguia focar a visão e seus olhos "tremiam", provavelmente estava numa situação de nistagmo:
— Eita porra, meus olhos tão tremendo.
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A garota soltou uma curta gargalhada, suspirando e decidiu e abrir o armário, procurando por duas caixas, uma de "Rivotril" e outra de "Ritalina", por mais que o segundo remédio não era recomendado-se tomar antes de dormir:
— Cadê essa porra… Não tô achando…
Ficou procurando por alguns segundos, era difícil porque sua visão estava comprometida, até que encontrou duas caixas, pegou-as entusiasmada, mas logo ao perceber que estavam sem peso, desanimou na hora. As abriu e viu que de fato, não tinha nada:
— Não acredito que ela ainda não tenha comprado mais remédios… Que cacete.
Amassou uma das caixas que estavam em mãos e deu um chute no pequeno armário que continha toalhas, esbravejando. Bem, já que não tinha mais nenhum remédio, preferiu apenas ir pra cama se deitar.
Fim parte 3
[...]
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samrrdz · 2 years
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De calças para saias, parte 2
episódio debut de Sam Rodriguez. Temporada 13, episódio 15
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Tocava o sinal, e Sam andava pelos corredores rumo ao refeitório, esperava que as pessoas pudessem falar dela, mas não estava aguentando mais escutar uns cochichos, principalmente vindo de algumas meninas, tinha quase certeza que era sobre ela, principalmente pois alguns falavam e olhavam para a própria. Definitivamente Sam estava se sentindo observada por todos. Ela chegou no refeitório e pegou o almoço, parecia bom, genuinamente gostava, Sam não tem muita frescura pra comida num geral, quando você passa por dificuldades e precisa comer o que tem, aprende a gostar de qualquer comida. Decidiu ir para a mesa que estava umas meninas, de acordo com a própria, precisaria ter amigos se quisesse se sentir acolhida em South Park:
— Posso sentar aqui? — Disse a garota de voz chiada.
— Ah oi! Você deve ser o novato que tá se falando, pode sim. — Sorria a garota que tinha uma boina rosa na cabeça, Wendy Testaburger.
— Obrigado! — Sam se sentou, colocando a bandeja sobre a mesa.
— Mas… Não é melhor se sentar com os garotos? É estranho que queira se sentar com as meninas. — colocava a mão na bochecha.
— Com os garotos???? — Indagou confusa.
— É, meninos se sentam com os meninos normalmente. — Disse, Bebe Stevens que ainda não havia entrado na conversa.
— Não… Não! Vocês tão entendendo tudo errado! — Mordia os próprios lábios, aparentando confusão.
— Você é um menino, não?
— EIN? CARALHO! Eu sou uma menina, porra! — Falava irritada, cruzando os braços.
— Uma menina? Uau!... Isso foi uma surpresa… — A garota de cabelos loiros segurava o riso, não lidando com o fato.
— Ãn? Por que seria surpresa?? — Batia as mãos na mesa, esbravejando.
— Todos estão dizendo que você é um garoto. — A menina de cabelos escuros, tombava a cabeça diante da desinformação.
— Mas isso nem faz sentido!!! — exclamava a mexicana, tendo alguns tiques, dando de ombros e fazendo alguns gestos circulares com uma expressão de indagação.
— Já sei! É um trans? — Bebe argumentava, animada, pensando estar certa, talvez também seja uma chacota.
— Não porra! *tique* Quer saber? Não vou me sentar aqui, *WAH-* obrigado.
Pegava a sua bandeja e se retirava, tendo alguns tiques vocálicos e físicos. Dava-se para escutar meio baixo Bebe dizer "Que louco!" e rindo em seguida, já Wendy não parecia concordar tanto com a zoação da amiga, olhando com um pouco de reprovação.
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Se afastou um pouco da mesa das meninas e avistou outra que tinha apenas dois garotos que pareciam ser bem amigos, um deles ela já até tinha visto antes, era o garoto que lhe deu o papelzinho fofo. A garota viu aquilo e pensou "Por quê não?".
— Vem cá, posso sentar com vocês? — Estava estressada, então nem mais se via na necessidade de ser gentil.
— Ehm… ahm… eh.. Você?... Sentar? ah, bem eu… — Parecia ser um garoto tímido a primeiro momento, usando um moletom preto com uma touca da mesma cor, David Miller.
— Pode sim! — Afirmou o outro menino, também era um pouquinho tímido, mas esbanjava um sorriso no rosto.
— Valeu. Aquelas babacas ficaram mais me zoando do que qualquer outra coisa, não me levaram a sério. Estúpidas. — Se sentava, pegando a caixinha de leite e tomando.
— Mas por quê ficaria com elas? achei que ficaria com os meninos — disse o garoto poucos cabelos loiros ao lado.
— Butters tem razão… Pensei que sentaria tipo… Com os amigos do Craig.
— Ah porra, denovo isso?… Nem conheço esse Craig aí, aliás, é sério? — estalou os dedos. — Me sentei com as meninas porque eu sou uma menina.
Os dois meninos se entreolharam estranhados, virando para ela com um olhar confuso.
— Não parece. — Afirma David de forma assertiva, dando de ombros.
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— Ein? Como assim porra?
— O Eric me disse que viu você, e que era um garoto mexicano. — Butters Coça a cabeça, talvez até mais confuso que a própria Sam.
— Butters me disse que era um menino, te olhei e concordei, porque parece. — Cruzou os braços, irredutível.
— Ah vai se foder! Vai me dizer que você vai olhar prum gato e dizer que parece um cachorro?
— Olha, dependendo do gato….
— PORRAKKKKKKKK — Não se aguentou e começou a rir por mais ou menos meio minuto.
— Mas aí, o Eric contou isso pra todos da escola. — O outro garoto disse e voltou a comer.
— … Quem é Eric?
— O quê? Você não conhece o gordão??? — David afirma, surpreso.
— Deveria?
— Quase todo mundo conhece ele. Foi o gordo que te jogou a bolinha de papel. — Butters olhava o chão preocupado se podia ou não dizer aquilo.
— Ata… É o racista.
Fim parte 2
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samrrdz · 2 years
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De calças para saias, parte 1
episódio debut de Sam Rodriguez. Temporada 13, episódio 15
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O que vocês verão agora é um episódio focado na personagem original Sam Rodriguez, ou seja, não é focado nos protagonistas da obra original. De longe é uma masterpiece, pode haver erros de português e incongruências. A personalidade dos personagens pode não ser 100% fiel a personalidade da série, levando em conta que não sou uma expert em South Park e/ou um produtor. Se ainda após ler isso quiser continuar a ler o episódio, tenha uma boa sorte e obrigado.
Era uma manhã pacata na escola, aparentemente nada demais aconteceria naquele dia, exceto que havia chegado uma nova aluna imigrante do México, que fazia pouco tempo que se mudou à South Park, seu nome era Sam.
A garota estava confusa na escola, até porque não estava acostumada com a vida nos Estados Unidos, viveu desde quando se conhece por gente com os costumes do México, e agora teria que se adequar a uma nova cultura. Sua prioridade naquele dia era uma: Conseguir amigos.
Ao chegar na sala e se sentar na cadeira, olhava os cantos e os objetos, definitivamente era diferente de sua terra natal e sofreria para entender aquilo tudo. Observava as crianças, e bateu seu olhar no garoto da sua cadeira ao lado, Craig Tucker, ela tentava de alguma forma se comunicar com ele, o que era difícil pela sua vergonha. Não demorou para que percebesse a interação da menina, porém ele apenas serrilha os olhos e faz um dedo do meio, indo conversar com seus amigos.
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Sam ficou meio cabisbaixa na hora, mas não se deixou abalar, pelo menos até receber um impacto na sua cabeça e perceber que era uma bolinha de papel, a pegou e a abriu esperando ter alguma mensagem ali, e realmente tinha, mas de longe não era uma mensagem gentil.
"Como vai? Beaner!!"
Continha também alguns desenhos depreciativos, e umas risadinhas escritas junto com a mensagem racista. Sam ficou muito puta na hora e queria saber o mais rápido possível quem escreveu aquela merda. Olhava para os lados tentando descobrir quem era o putinho que escreveu aquilo, até percebendo um garoto gordo com um lápis em mãos que parecia suspeito, principalmente pelo olhar sádico que demonstrava, pensou em fazer algo a respeito, mas ela só suspirou "não vai valer a pena", e apenas amassou o papel jogando num canto aleatório, acabou batendo na cabeça de alguém, só não sabe em quem.
Pouco tempo depois, recebeu outro papel, entregue por um garoto sentado no seu outro lado que parecia ser gentil, Butters Stotch. Bem, só pelo fato de não ter sido jogado na cara dela já podia ser considerado um avanço. Sam pegou e começou a ler o que estava escrito.
"Ele é assim com todo garoto novato, às vezes até com as novatas… não liga, ok? :D"
O bilhetinho era fofo, mas… Que porra ele quis dizer com garoto novato?... Achou estranho, mas o menino aparentava estar feliz, então preferiu não cortar o barato dele a seguinte momento, ela sorriu como resposta e guardou o papel no bolso. Não demorou muito tempo de aula e a mexicana fez aquilo que ela faz de melhor: deitou a cabeça na mesa e dormiu.
Fim parte 1
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