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#narrador blog out of character para postagens de musing e desenvolvimento do personagem lee antonii.
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semfinall · 2 months ago
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𝐜𝐚𝐩𝛊́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝐢, 𝐩𝐚𝐫𝐭𝐞 𝐝𝐨𝐢𝐬: 𝐨 𝐬𝐞𝐠𝐮𝐧𝐝𝐨 𝐭𝐞𝐬𝐭𝐞
Nibel, continente mágico ocidental, 04/25.
Tinha  uma  leve  suspeita  de  que  Lilian  fazia  tão  lentamente  porque  se  satisfazia  com  a  dor  que  ele  tentava  engolir,  mas  os  olhos  transpareciam.  O  veneno  era  espesso,  a  bruxa  havia  dito  uma  ou  duas  vezes,  mas  Antonii  não  poderia  dar  duas  fodas.  A  dor  era  quase  excruciante,  quase  como  se  tivessem  a  injetar  alguma  substância  oleosa  em  seu  músculo  –  exceto  que  o  caminho  era  inverso  e  mais  longo,  porque  ele  já  havia  se  espalhado.  Ele  só  não  tinha  conseguido  fazer  efeito. 
"Mais  um  minuto"  Ele  ouviu.  Não  foi  algo  que  ela  disse  para  acalentá-lo,  no  entanto;  era  um  simples  informe.  
Antonii  via  o  líquido  escuro  sair  do  corte  que  a  bruxa  havia  feito  sobre  o  local  onde  a  agulha  havia  furado.  Ela  o  conduzia  com  os  dedos  como  se  tivesse  conectados  à  um  fio  e  os  fazia  rodopiar  como  um  espiral  no  ar,  no  espaço  entre  a  mão  dela  e  o  braço  dele.  Era  inodoro;  Antonii  só  reconhecia  o  cheiro  do  próprio  sangue  que,  ainda  que  mínimo,  acabava  escapando  junto.  Mas  incrivelmente  mais  forte  que  o  cheiro  do  próprio  sangue  em  seu  braço,  era  do  rapaz  no  cômodo  ao  lado.  O  que  podia  fazer?  Sentiria  o  bruxo  de  saúde  frágil  a  quilômetros  e  quilômetros  de  distância.  Era  inconfundível,  era  delicioso  e  era  o  quê  o  mantinha  consciente.  Era  no  cheiro  de  Nicolas  que  Antonii  focava  para  engolir  a  dor,  mas,  ironicamente,  fazer  era  também  perigoso.
"Feito"  Lilian  declarou.  Ainda  com  os  dedos  no  ar,  ela  desenhou  uma  fileira  de  'x'.  Simultaneamente,  o  corte  pequeno  no  braço  de  Antonii  se  fechava.  Não  que  precisasse  disso,  se  curava  sozinho,  mas  Lilian  acelerava  ainda  mais  o  processo.  Ele  se  sentou  na  maca,  deixando  as  pernas  para  fora.  Com  um  olhar,  Antonii  fez  a  maçaneta  girar.  Havia  prometido  que  deixaria  Nicolas  entrar.  Agora,  poderia  dizer  que  o  rapaz  estaria  seguro;  longe  dos  dentes  que  ficavam  para  fora  quando  doía  demais.  
"Está  tudo  bem."  ele  sussurrou  para  o  namorado,  que  se  agarrou  ao  seu  pescoço  enquanto  se  encaixando  entre  suas  pernas.  "É  normal  ser  dolorido  assim?"  perguntou  à  Lilian.
"É  uma  magia  delicada e,  às  vezes,  dor  é  o  preço  que se paga"  Lilian  respondeu,  mas  parecia  contente  demais  para  quem  falava  sobre  sacrifícios.  Ela  levantou  o  pote  de  vidro  para  onde  havia  conduzido  o  veneno.  "Agora  é  testar."  
"Testar?"  A  pergunta  de  Antonii  saiu  cautelosa.  Seu  olhar,  contudo,  dizia  que  ele  imaginava  a  resposta.  Era  óbvio,  na  verdade,  e  fazia  sentido.  Infelizmente.
"Testar,  Antonii"  Lilian  respondeu, irritada por se repetir,  enquanto  selando  o  frasco  e  o  colocando  de  lado.  Os  olhos  castanhos  dela  pularam  do  rapaz  bruxo  para  o  damphir.  "Já  tem  teu  próximo  trabalho.  Obviamente,  precisamos  que esteja  vivo.  Ou  semi-vivo."  Ela  fez  uma  careta  como  quem  ponderava  a  melhor  forma  de  se  referir  à  eles.  Então  jogou  os  ombros  para  frente  de  um  jeito  que  combinava  muito  mais  com  ela:  não  dava  a  mínima.  "Enfim.  Faça  o  que  faz  melhor:  cace  vampiros."
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semfinall · 3 months ago
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𝐜𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝐢, 𝐩𝐚𝐫𝐭𝐞 𝐮𝐦: 𝐨 𝐬𝐞𝐠𝐮𝐧𝐝𝐨 𝐭𝐞𝐬𝐭𝐞
se atento aos gatilhos: sangue, queimaduras, sufocamento, degolação. é um universo com vampiros.
Escócia, 03/2025. 23h45.
A  prata  havia  enfraquecido  a  criatura  que  outrora  se  portava  tão  imponente  e  impecável.  A  caça  terminou  com  o  vampiro  de  cabelos  loiros  encurralado,  e  embora  se  esperasse  que  isso  o  levasse  à  rendição,  o  efeito  foi  contrário:  a  criatura  usou  da  força  que  ainda  tinha  para  ignorar  a  palma  em  brasas  ao  segurar  a  corrente  e,  surpreendendo,  arrancá-la  da  mão  de  Antonii.  O  alívio  do  vampiro  loiro  foi  imediato  ao  soltar  a  arma  após  livrá-la  também  de  seu  braço.  
“Você  é  um  de  nós.  O  que  pensa  que  está  fazendo?”  O  vampiro  debilitado  rosnava.  Parecia  sua  primeira  vez  tão  machucado.  “Acha  mesmo  que  eles  se  importam  com  você?” 
Antonii  não  respondeu.  O  que  tinha  verdadeiramente  para  responder?  Ele  sabia  daquilo,  teve  anos  demais  para  refletir  sobre.  O  que  ele  não  tinha  era  escolhas,  porque  o  que  fazia  nada  mais  era  que  o  preço  em  prestações  de  um  pedido  que  jamais  achou  que  seria  realizado.  E  ele  pediria  todas  as  vezes  possível.  Porra,  ele  iria  ter  que  pedir  de  novo  em  algum  momento.  Ele  precisava  de  Lilian  tanto  quanto  ela  adorava  ordená-lo. 
“Foi  ela  quem  o  mandou?  Olha,  seu  verme-”  o  vampiro  se  policiou.  Ele  deixou  as  costas  baterem  na  parede  de  tijolos  antigos  em  busca  de  apoio.  Antonii notava  os  olhos  inquietos,  usando  da  visão  agu��ada  mas  também  periférica  em  busca  de  qualquer  coisa  que  pudesse  ser  usada  ao  seu  favor.  Encontrando  nada  que  não  uma  caçamba  de  lixo,  ele  riu, enfim,  dando-se  como  vencido.  “Ela  não  vai  parar.” 
“Eu  sei.”  
“Não,  você  não  sabe.  Não  estou  falando  da  bruxa  que  te  manda  por  aí.”  Os  olhos  do  vampiro  brilharam  quase  como  se  pudesse  chorar.  Antonii  franziu  o  cenho  em  confusão,  mas  não  deixou  que  aquilo  o  impedisse  de  trazer  a  corrente  longa  de  prata  para  sua  mão  como  se  tivesse  o  comando  dela.  O  metal  não  feria  tanto;  seu  corpo  agia  muito  mais  veloz  o  curando. “Na  América  do  Sul   já  aconteceu. Só  um  teste,  mas  haverão  outros.  Sairemos  da  escuridão.  Voltaremos  aos  tempos  em  que  andávamos  livres,  e  fazíamos  esses  porcos  temerem.  Eles  não  são  os  donos  dessa  Terra.”  
Em  um  piscar  —  humano  —,  o  híbrido  se  fez  a  centímetros  do  vampiro.  Com  a  corrente  enrolada  no  pescoço  dele,  a  criatura  gritou  no  primeiro  segundo;  depois,  perdeu  o  controle  das  presas;  por  fim,  se  limitou  à  engolir  a  dor  e  engasgar  nela.  Eram  sempre  nesses  momentos  que  Antonii  via  lágrimas  se  formarem  e  rolarem  na  face  de  vampiros.  Era  involuntário.  A  criatura  então  o  surpreendeu  novamente,  usando  dos  instantes  em  que  parecia  tão  vulnerável  —  e  estava  —  para  sacar  do  bolso  um  aplicador  com  agulha  e  enfiar  no  antebraço  exposto  de  Antonii.  Diante  os  olhos  de  choque  do  dhampir,  o  vampiro  manejou  sorrir:  estava  feito,  precisaria  de  segundos.  
“Mas  que  porra  é  isso?”  Antonii  cuspiu  entre  dentes,  apertando  o  laço  da  corrente  na  garganta  do  outro.  O  cheiro  de  pele  queimada e derretida  impregnava  seu  nariz,  e  junto  dela  vinha  a  raiva.  Havia  tentado  manter  o  vampiro  vivo  em  busca  de  mais  informações  soltas,  mas  esse  era  o  preço  que  pagava.  Odiava  o  sorriso  e  o  olhar  de  lunáticos  soberbos  que  alguns  pintavam  no rosto  mesmo  sabendo  que  estavam para morrer de novo. 
“É  o  primeiro  teste  na  Europa.”  O  vampiro  manejou  dizer  apesar  de  sufocado.  Ele  havia  se  preparado  desde  o  dia  que  percebeu  que  estava  sendo  caçado.  Era  sua  última  e  única  cartada;  era  sua  chance  de  sobreviver  e  ainda  servir  ao  propósito  que  acreditava.  Exceto  que,  assim  como  em  esconder  suas  atividades  e  rastros,  ele  falhou.  
Antonii  assistiu,  com  confusão  e  raiva,  o  sorriso  sumir  da  feição  do  vampiro  que  caia  em  realização.  Algo  havia  dado  errado,  era  o  que  dizia  o  olhar  avermelhado  do  loiro.  Então,  viu  e  ouviu  o  riso  de  quem  sabia  que  havia  perdido  e  estava  desesperado  —  dessa  vez,  no  entanto,  Antonii  não  esperou.  Com  um  golpe  só,  puxou  a  corrente  para  lados  opostos  a  fim  de  estrangular  e  degolar  a  criatura.  A  cabeça  caiu  rolando  em  direção  oposta  ao  corpo,  mas  deu  pouco  atenção.  Antonii  pegou  o  aplicador  e  arriscou  cheirar,  mas  não  reconheceu  nada que não uma nota ácida comum à magia.  Em  sua  pele,  onde  a  agulha  curta  e  grossa  havia  sido  enfiada,  uma  marca  havia  ficado  e  dela  saíram  ramificações  escuras  de  poucos  centímetros.  Se  perguntou  se  aquilo  deveria  expandir;  parou,  fechou  os  olhos  e  perguntou  o  que  sentia  de  diferente.  A  resposta  era  nada.  Estava  completamente  normal.  E  se  viesse  a  sentir  depois?  Precisava  se  encontrar  com  Lilian. 
Ele  enrolou  a  corrente  como  um  chicote  e  a  guardou.  O  trabalho  só  terminava  quando  se  livrava  do  corpo. Precisava  encontrar  um  lugar  remoto  e  esperar  o  sol  nascer  para  transformar  o  vampiro  em  pó.  Antonii esperava que seja lá o que tivesse em suas veias agora esperasse seu encontro com a bruxa — seria irônico morrer no dia de seu aniversário, e Nicolas o odiaria por isso.
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semfinall · 3 months ago
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𝐌𝐄𝐌𝐎́𝐑𝐈𝐀𝐒 :: 𝐓𝐄𝐑𝐂𝐄𝐈𝐑𝐎 𝐅𝐑𝐀𝐆𝐌𝐄𝐍𝐓𝐎
se atento aos gatilhos: sangue, cortes, breve menção à morte de animal. é um universo com vampiros, afinal.
Esperou o cheiro pútrido, mas encontrou a pele impecável moldando às curvas sutil do esqueleto sem quaisquer sinais de decomposição. Pálido como nunca tinha visto alguém ser, mesmo até os meio mortos, a bruxa tomou seu tempo para contemplar o corpo da criatura que não deveria existir. Ela chegou a tocá-lo — embora tenha feito tão sutilmente que os dígitos pareceram fios pena — e a sentir a mesma frieza dos cadáveres com quais, às vezes, teve e tinha que lidar. Qualquer outra pessoa com um coração funcional, teria segurado o ar e tentado acalmar as batidas no peito se quisesse sobreviver, mas não ela; nela não havia medo, não havia receio tampouco encanto, mas a mesma curiosidade minuciosa de um cientista com sua descoberta. Ela era velha demais para cair nos apelos de um vampiro — mesmo que aquele despertasse uma hipnoze mais forte que os comuns, visto sua natureza mestiça —; decerto, Lilian era quase tão velha quanto ele. Mas, principalmente e acima de tudo, ela era, por um contrato sanguíneo, quase como sua mestra.
Com um corte rápido e preciso, ela fez rasgar a própria pele sobre o rosto do dhampir. Assistiu com frieza os sangue pintar os lábios daquele cujo o corpo cuidava há anos e anos, mas percebeu que precisaria entreabrir aqueles mesmo lábios se quisesse que ele sentisse o gosto — e dessa forma o fez. Só assim, afinal, ele despertaria do sono de décadas e décadas. Pacientemente, ela esperou. Havia sim se preparado para a fome animal da criatura, mas sua mente jamais pintou os segundos do cenário que se seguiu: seu braço foi agarrado em uma velocidade sobrenatural; os dentes se enfiaram em sua pele sem que tivesse qualquer tempo para reagir. A bruxa gritou brevemente, mas era apática o suficiente para que o grito tivesse durado um segundo. Em troca da mordida, Lilian apertou os dedos no punhal da adaga de prata que segurava na outra mão e cravou no coração dele.
O pulso foi liberto no mesmo instante. Os olhos do meio-vampiro se abriram e se direcionaram à ela como um último movimento antes de morrer de novo.
Lilian suspirou em pura inconveniência. Estava preparada para apunhalar Antonii, mas não para ter o braço quase arrancado. Até onde lembrava, ele era dono de um controle impecável. Reconheceu, porém, a falha como sua, afinal, também devoraria a primeira comida que jogassem em sua frente depois de tanto tempo morrendo, revivendo e morrendo novamente de fome - um ciclo infinito. Sabendo que teria poucos minutos até ele acordar, a bruxa preparou o coelho que havia trago consigo. Matou a criaturinha com um golpe só, poupando tortura, e rasgou a pele para que o sangue pintasse o pêlo branco antes de deixa-lo sobre o peito desnudo. É certo que o sangue animal não realmente o alimentaria, mas serviria como um copo de água para quem quer disfarçar o estômago vazio e isso era tudo o que ela precisava por hora.
Mais uma vez, Lilian esperou pacientemente. Dessa vez, distante o suficiente, mas também posta onde logo pudesse ser parte do campo de visão do híbrido.
Um meio morte não precisava respirar, contudo, foi com um som de quem implorava por ar nos pulmões que Antonii reanimou. E como um cachorro guiado pelo olfato, agarrou o coelho e fincou os dentes. Bebeu até que o bicho secasse. Ele queria mais, era visível que ele queria muito mais, mas aquilo havia mesmo sendo o suficiente para que Antonii pelo menos retomasse à consciência — arrancar a adaga do peito também ajudou. Ele notou a bruxa no instante seguinte, falhando em disfarçar a surpresa em sua feição abatida: ela não havia mudado nada desde a última vez que a viu, quase — se não — cem anos atrás. Enquanto isso, Lilian o filmava com a carranca desgostosa e o olhar brilhante. O cenho franzido dela era pela dor em seu braço, mas também porque, pela primeira vez, assistia como se fosse uma ilusão de ótica um corpo esquelético aos poucos ganhar volume e um pouquinho mais de cor. Isso sim a havia encantado; feitiço nenhum era capaz de replicar e feiticeiro nenhum era capaz de explicar.
Como realmente aquilo funcionava? Por que somente damphirs? Que tipo de magia, ou maldição, era aquela?
"Hora de acordar, meu querido, já estamos em 1990 e tem trabalho à fazer." ela ignorou seus pensamentos para ir direta ao ponto. Estava na hora dele começar a cumprir sua parte do trato. "Mandarei alguém para comer em instantes e, não, Antonii, me poupe de teu sentimentalismo humano neste momento. O que eu preciso, e é meu por direito, é de um bastardozinho em tua plena e saudável forma." Lilian suspirou, deu de ombros e virou-se em direção à porta que levaria à escadaria até o térreo da mansão. Antonii não fazia ideia de onde estavam, e pouco conseguia raciocinar. Sua mente só pensava em duas coisas: sangue e Ada. Sabia, contudo, que estaria em qualquer lugar do mundo que Lilian tivesse ido, pois ele havia se tornado precioso demais para ela — precioso como uma arma. "Sem escândalos, por favor. Algumas das visitas vão continuar vivas."
Antes que pudesse fechar a porta atrás de si, ela se virou e sorriu.
"Bom dia, querido. O mundo mudou, e muito."
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semfinall · 3 months ago
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“Musing”? Basicamente, usa-se para se referir àquilo que inspira ou está relacionado à criação do personagem, universo, escrita e afins.  
Em fragmentos são textos que contam pedaços de memórias, logo, conta o passado. Serão, ao total, três fragmentos.
Os capítulos são textos que contarão o desenvolvimento do trama atualmente, logo, no presente.
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